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PLANO DE CONTINGÊNCIA
COVID-19

O presente documento tem como objetivo fornecer algumas linhas orientadoras às diversas Unidades de
Negócio para apoio à elaboração dos seus próprios planos de contingência, em contexto deste surto.

Documento elaborado pelo Gabinete de Apoio COVID-19, que reúne elementos de várias Unidades
do Grupo, sob a coordenação do Secretário-Geral da Associação Nacional das Farmácias.

DIVISÃO DO DOCUMENTO

1 – Procedimentos Internos …………………………………………………………………………………………….2

2 – Informação Técnico-científica ……………………………………………………………………………………12

3 – Informação Epidemiológica ………………………………………………………………………………………15

4 – Medidas de Prevenção ……………………………………………………………………………………………..18


2

PLANO DE CONTINGÊNCIA
COVID-19
Versão 1 - 04 de Março 2020

CAPÍTULO 1 – PROCEDIMENTOS INTERNOS PARA O


GRUPO ANF
O objetivo do presente documento é descrever as principais etapas do Plano
de Contingência interno no âmbito da infeção pelo novo Coronavírus SARS-
CoV-2, agente causal do COVID-19, antecipar, gerir o impacto duma eventual
situação de pandemia nos Colaboradores e no negócio, bem como definir os
procedimentos a adotar perante um Colaborador com sintomas desta
infeção.
O presente plano será revisto e atualizado tendo em atenção as orientações
formuladas pelas entidades nacionais de saúde e o evoluir da situação
interna.

ÍNDICE
Elaboração: CEDIME 1. Do surto à pandemia
2. Espaços físicos
3. Higiene e serviços de Limpeza
4. Ações preventivas de cada departamento
5. Caso suspeito
6. Sala de contingência e stock de segurança
7. Caso confirmado
8. Colaboradores em viagem
9. Trabalho remoto
10. Plano de comunicação
11. O que fazer se…?
12. Anexos
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DO SURTO À PANDEMIA ESPAÇOS FÍSICOS


Um surto corresponde ao aparecimento repentino de A preparação dos espaços físicos das diferentes Unidades

vários casos da mesma doença num determinado local. de Negócio deve ser o primeiro ponto a ser trabalhado.

Um surto pode evoluir para epidemia quando passam a 1 - Afixação de cartazes da Direção-Geral de Saúde (DGS)

ocorrer múltiplos surtos da mesma doença em diferentes Na ótica de prevenção da infeção, devem ser afixados, em

locais ou comunidades de uma ou mais regiões. local visível, os cartazes da DGS que alertam os
colaboradores para a sintomatologia associada ao COVID-
19 e para as situações em que é recomendado contactar
o SNS 24 (808 24 24 24).
Adicionalmente, aconselha-se a afixação do cartaz da DGS
sobre a lavagem das mãos (em anexo no Capítulo 4 do
Plano de Contingência – Medidas de Prevenção) em todas
Falamos de pandemia quando estamos perante uma as casas de banho dos vários edifícios.
doença infeciosa, não identificada anteriormente, e que
se dissemina a nível global. A evolução de uma pandemia 2 – Disponibilização de soluções antisséticas de base
apresenta diversas fases: alcoólica.
• A primeira fase, a da Contenção, tem por objetivo Devem estar disponíveis, em local visível e de fácil acesso,
atrasar a propagação da doença e impedir a soluções antisséticas de base alcoólica, de preferência
formação de cadeias de transmissão. com doseador. Recomenda-se que estejam presentes nos
• A fase seguinte – Fase de Mitigação – caracteriza- espaços de refeição e junto de elevadores, para livre
se por casos importados e subsequente utilização por parte dos colaboradores. Se possível, as
propagação da infeção na comunidade. As ações salas de reunião também devem ter disponíveis soluções
nesta fase visam reduzir a transmissão na antisséticas de base alcoólica.
comunidade, com o objetivo de atrasar e reduzir Cada Unidade de Negócio deve ter atribuído um
o pico de pandemia, diminuir o impacto nos responsável pela manutenção e reposição dos
serviços de saúde, restringir o número de casos e dispensadores.
ganhar tempo, que permita, nomeadamente, a
disponibilização de uma vacina e/ou de um 3 – Espaços Físicos com elevado fluxo de visitantes
tratamento específico para o agente causal. Locais como o Museu da Farmácia e os restaurantes e/ou
• A última fase será a de Propagação Difusa cantinas que existam nos edifícios onde estão algumas
(widespread), em que a transmissão já se faz com Unidades de Negócio, com maior probabilidade de afluxo
intensidade no seio da própria comunidade, não de visitantes, nomeadamente turistas, devem ter planos
sendo apenas importada. de contingência específicos à respetiva atividade,
prevendo as diversas fases de evolução da situação.
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Em caso de evolução da pandemia, em Portugal, podem


Estão disponíveis, no ANFOnline, dois suportes
ser consideradas medidas como a redução do número de
informativos iSaúde sobre este tema:
visitantes ou a disponibilização de antisséticos de base
• iSaúde – COVID-19 – Conhecer para Prevenir
alcoólica antes e após a visita.
• iSaúde – COVID-19 – Sabe Lavar as Mãos?

HIGIENE E SERVIÇOS DE LIMPEZA


1 – MEDIDAS DE HIGIENE PESSOAL
Cada unidade de negócio do Grupo ANF deve reforçar junto dos seus colaboradores as medidas de prevenção gerais, para
evitar o contágio de infeções respiratórias e regras básicas de higiene:
• Ao chegar ao local de trabalho, os colaboradores devem proceder à lavagem adequada das mãos, antes de iniciar
qualquer função. O mesmo se aplica à saída do edifício;
• Os colaboradores devem lavar as mãos antes de se dirigem para espaços comuns como sejam espaços de reunião,
de refeição ou de lazer;
• Todos os colaboradores devem adotar as regras base de etiqueta respiratória (descritas no Capítulo 4 do presente
plano - Medidas de Prevenção).

2 – SERVIÇOS DE LIMPEZA
Cada Unidade de Negócio do Grupo é responsável por garantir o
reforço das atividades sendo que as mesmas devem ser
efetuadas com produtos de limpeza adequados e com ação
comprovada contra o SARS-CoV-2 (Os desinfetantes que, à data
parecem ser eficazes contra o SARS-CoV -2 incluem éter, etanol
75% (álcool 70o), desinfetantes com cloro, ácido peracético e
clorofórmio).A limpeza deve ocorrer, pelo menos, uma vez por
dia, sendo que zonas com maior afluxo de colaboradores ou
visitantes poderão ser sujeitas a mais do que uma limpeza diária.

AÇÕES PREVENTIVAS PARA CADA DEPARTAMENTO DAS DIFERENTES UNIDADES DE NEGÓCIO

O Grupo deve preparar-se para a possibilidade de parte das suas equipas ter de se ausentar do trabalho devido ao COVID-
19, à suspensão de transportes públicos, ao encerramento de escolas, entre outros cenários possíveis. De acordo com as
indicações de cada Unidade de Negócio, os Diretores Executivos e Responsáveis ou Coordenadores de cada departamento
devem identificar e garantir os pontos seguintes:
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• Identificação das atividades imprescindíveis para o funcionamento de cada departamento (proposta de esquema
em anexo):
1. Listar todas as atividades diárias, de cada departamento,
e os elementos responsáveis por cada uma;
2. Das atividades listadas, identificar as que podem ser feitas
remotamente, se necessário;
3. Identificar as atividades que, obrigatoriamente, têm de
ser feitas nos espaços físicos dos edifícios do Grupo;
4. Identificar as atividades secundárias, caso existam, que
podem ser deixadas para segundo plano;
5. Identificar elementos de 2ª linha para todas as atividades
efetuadas, à data, apenas por um colaborador.

• Comunicar a toda a equipa os procedimentos infra:


1. A chefia direta deve ser informada em caso de regresso ou deslocação prevista para zonas onde o risco de
infeção é maior. A chefia é responsável por verificar qual o procedimento adequado a cada situação junto da
Direção de Recursos Humanos (número de apoio: 213 400 723);
2. Todos os colaboradores devem ser informados de que pode haver necessidade de ajustar os períodos de férias
e folgas, devido à ausência de outros colegas.

CASO SUSPEITO
Todas as equipas do Grupo ANF devem conhecer os critérios clínicos e epidemiológicos para definição de um caso suspeito:

In Norma 006/2020 - Procedimentos de prevenção, controlo e


vigilância em empresas da DGS
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COMO PROCEDER PERANTE UM CASO SUSPEITO? SARS-CoV -2 incluem éter, etanol 75% (álcool 70º),
Caso um colaborador apresente critérios de caso desinfetantes com cloro, ácido peracético e clorofórmio.
suspeito, o procedimento a adotar deve ser (fluxograma A clorexidina não inativa o vírus.
em anexo):
SALA DE CONTINGÊNCIA E STOCK DE SEGURANÇA
O Diretor Executivo deve contactar, de imediato a linha
de apoio 213 400 723 e reportar a suspeita; Cada unidade de negócio do grupo ANF deve identificar

O colaborador deve ser isolado, em ambiente o mais uma sala de contingência que permita o isolamento,

confortável possível. Consultar secção “Sala de confortável, de um caso suspeito de COVID-19.

contingência e stock de segurança”. Deve ter acesso a A sala de contingência deve:

água e snacks não perecíveis como bolachas, por • Ser confortável, com uma temperatura adequada e

exemplo; afastada de espaços comuns;

Uma vez no local de isolamento, se a condição clínica o • Se possível, ter uma casa de banho para utilização

permitir, o colaborador deve colocar uma máscara exclusiva deste(s) colaborado(es). Caso tal não seja

cirúrgica e ter acesso a solução alcoólica para possível, deve ser segregada uma casa de banho

desinfeção das mãos. O local de isolamento deve ter comum para este efeito durante o período que

afixado o cartaz da DGS que reforça a forma correta de decorre até à confirmação/exclusão desta

desinfeção das mãos com solução antissética de base suspeita;

alcoólica; • Se possível, ter um acesso ao exterior afastado de

O colaborador (ou em alternativa a chefia) deve ligar passagens comuns;

para o SNS 24 (808 24 24 24), expor a situação e seguir


Cada Unidade de Negócio do Grupo ANF deve, ainda, ter
as orientações dadas;
um “stock de segurança” para utilização na gestão de
Deve limitar-se o número de pessoas em contacto com
casos suspeitos que deve incluir:
o caso suspeito, até indicação contrária;
• Termómetro frontal ou auricular;
Manter um registo de todas as pessoas que tenham
• Máscaras cirúrgicas;
estado em contacto com o colaborador e que entrem
• Luvas descartáveis;
no local de isolamento, enquanto a situação não é
• Solução de base alcoólica
despistada;
Aguardar a confirmação (ou exclusão) da suspeita e
seguir as indicações da entidade de saúde sobre quais
os procedimentos a adotar.

Caso o caso se venha a confirmar, a área de “isolamento”


deve ficar interditada até à validação da descontaminação
(limpeza e desinfeção) pela Autoridade de Saúde Local. Os
desinfetantes que, à data parecem ser eficazes contra o
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CASO CONFIRMADO Devem, ainda, ser seguidas todas as indicações da


autoridade de saúde que acompanhará o caso a partir
Perante um caso confirmado deverão ser ativados os
desta altura.
procedimentos de vigilância ativa dos contactos que
mantiveram proximidade com o caso confirmado, que
permitam a identificação atempada do início da COLABORADORES EM VIAGEM
sintomatologia. Cada Unidade de Negócio deve definir a estratégia a
O contacto próximo com caso confirmado de COVID-19 adotar no que diz respeito a colaboradores em viagem.
pode representar vários tipos de risco: Neste âmbito é importante equacionar e preparar dois
“Alto risco de exposição” cenários distintos:
- Colaborador do mesmo posto de trabalho (gabinete, 1 - Colaboradores que regressam de férias de destinos
sala, secção, zona até 2 metros) do caso; com casos confirmados de COVID-19
- Colaborador que esteve face-a-face com o caso Caso um colaborador tenha regressado de uma zona
confirmado ou que com ele partilhou um espaço afetada, sugerimos que à chegada a Portugal, contacte o
fechado; SNS 24 e siga exatamente as recomendações que lhe
- Colaborador que partilhou, com o caso confirmado, forem transmitidas. Adicionalmente, e não havendo
loiça (pratos, copos, talheres), toalhas ou outros sintomas, deve informar a chefia direta, a qual pode
objetos ou equipamentos que possam estar decidir, se assim o entender e a função o permitir, que o
contaminados com expetoração, sangue ou gotículas colaborador trabalhe remotamente de casa durante 14
respiratórias. dias, para verificar se não surge sintomatologia.

“Baixo risco de exposição” (casual) 2 - Colaboradores cujas funções requeiram elevado

- Colaborador que teve contacto esporádico número de deslocações, incluindo a zonas do país, ou do

(momentâneo) com o caso confirmado. Por exemplo, estrangeiro, afetadas pelo surto

em movimento/circulação durante o qual possa ter Cada Unidade de Negócio deve, individualmente, analisar

havido exposição a gotículas/secreções respiratórias caso a caso e definir as atividades e deslocações

através de conversa face-a-face (por um período de prioritárias e/ou obrigatórias para as zonas que venham a

tempo superior a 15 minutos), tosse ou espirro; ter casos confirmados de transmissão na comunidade.

- Colaborador(es) que prestou(aram) assistência ao Sugere-se que as deslocações para zonas com

caso confirmado, desde que tenha(m) seguido as confirmação de casos transmitidos na comunidade, mas

medidas de prevenção (ex. utilização adequada da que possam ser adiadas, que o sejam, ou que as reuniões

máscara e luvas; etiqueta respiratória; higiene das sejam feitas via Skype.

mãos).
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TRABALHO REMOTO O QUE FAZER SE…?


Caso seja confirmado um caso de COVID-19 num ou mais A presente secção tem como objetivo dar linhas
colaboradores das diferentes Unidades de Negócio, orientadoras sobre possíveis formas de atuação perante
sugere-se que os colaboradores dessa unidade, que diversos cenários.
exerçam atividade no mesmo espaço físico e cujas
funções permitam o trabalho remoto, o façam durante Surgiram casos no concelho/distrito onde se situam as
um período de 14 dias após a confirmação do(s) caso(s) instalações da Empresa/Unidade de Negócio. Devemos
infetado(s). Caso surja sintomatologia os colaboradores ter algum cuidado extra?
devem, de imediato, contactar o SNS 24 e informar a É essencial estar a par das zonas afetadas dentro do
chefia direta. próprio país. Caso existam casos na localidade (ou
próximo) da empresa os cuidados de prevenção devem
ser reforçados, nomeadamente no que diz respeito à
PLANO DE COMUNICAÇÃO
desinfeção de locais estratégicos e às regras de etiqueta
A comunicação constante é fulcral. Todos os elementos da
respiratória.
empresa devem comunicar e sentir-se à vontade para
esclarecer as suas dúvidas, sendo importante que exista
Um colaborador está constipado. Deve ficar em casa?
transparência no que diz respeito aos procedimentos a
Deve utilizar máscara cirúrgica?
adotar.
Caso um elemento da equipa apresente sintomatologia
A ANF disponibiliza a todos os seus colaboradores:
de gripe ou constipação, mas não apresente qualquer
Informação técnico-científica sobre o vírus e a infeção
critério epidemiológico (por exemplo: ter estado em
partilhada, por email, pelo Marketing Corporativo, e
locais afetados ou contacto com casos suspeitos ou
presente nos restantes capítulos do Plano de
confirmados) de infeção por SARS-CoV-2, não estará, à
Contingência.
partida, infetado. No entanto, sugerimos que, em caso de
Informação sobre a prevenção e procedimentos que
dúvida, o colaborador contacte o SNS24 e siga
evitem contágio – disponíveis, também, no presente
exatamente as recomendações que lhe forem
Plano de Contingência.
transmitidas. Adicionalmente, e não havendo sintomas,
Informação sobre a evolução do surto: será partilhada,
deve informar a chefia direta, a qual pode decidir, se assim
via Marketing Corporativo, toda a informação que se
o entender e a função o permitir, que o colaborador
considere pertinente, e que esteja disponível, sobre a
trabalhe remotamente de casa durante 14 dias, para
evolução do surto.
verificar se não surge sintomatologia.
Linha direta de apoio, disponível para esclarecimento
de dúvidas e apoio adicional: 213 400 723 e
apoio.covid19@anf.pt.
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Um colaborador esteve em contacto com alguém infetado


ou tem um familiar ou contacto próximo que voltou de
uma zona afetada. Como proceder?
Caso o colaborador apresente um alto risco de exposição,
deve contactar o SNS24 e seguir exatamente as
recomendações que lhe forem transmitidas.
Simultaneamente, deve informar a chefia direta, a qual
deve imediatamente permitir que o colaborador trabalhe
remotamente de casa durante 14 dias, para verificar se
não surge sintomatologia.

Um colaborador do grupo ANF é confirmado como


infetado. Como proceder?
Caso algum colaborador apresente um alto risco de
exposição ao colaborador infetado, deve contactar o
SNS24 e seguir exatamente as recomendações que lhe
forem transmitidas. Simultaneamente, deve informar a
chefia direta, a qual deve imediatamente permitir que o
colaborador trabalhe remotamente de casa durante 14
dias, para verificar se não surge sintomatologia.
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ANEXO 1 – LISTAGEM ATIVIDADES


DEPARTAMENTO ________________________________________________________
Prioritário Pode ser feito
Atividade/Tarefa Responsável BackUp
(sim/não) remotamente?
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ANEXO 2 – FLUXOGRAMA CASO SUSPEITO – PARA AFIXAÇÃO EM ZONAS DE TRABALHO PARTILHADO

Linha direta de apoio,


disponível para
esclarecimento de dúvidas
e apoio adicional:
213 400 723 e
apoio.covid19@anf.pt.
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PLANO DE CONTINGÊNCIA
COVID-19
março 2020

CAPÍTULO 2 – INFORMAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA


SOBRE O VÍRUS
Em dezembro de 2019 foi detetado um conjunto de casos de pneumonia na
China, causados por um vírus desconhecido. Este vírus, inicialmente conhecido
como novo coronavírus (2019-nCoV), foi designado, taxonomicamente, como
SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2), sendo que a
doença associada é conhecida como COVID-19 (Co- corona; VI – vírus; D –
doença).

Neste capítulo vamos falar do que se sabe, à data, sobre o vírus que causou o
surto de COVID-19, considerando que se trata de um vírus novo e que a
informação disponível pode ser atualizada num futuro próximo.

Elaboração: CEDIME

ÍNDICE
1. Família Coronavírus
2. SARS-CoV-2 vs COVID-19
3. Origem do vírus
4. Transmissão
5. Período de Incubação e Sintomatologia
6. Tratamento
FAMÍLIA DOS CORONAVÍRUS SARS-CoV-2 versus COVID-19 13

Os coronavírus são um grupo de vírus, da ordem O vírus responsável pelo surto de 2019/2020 é designado
Nidovirales e família Coronaviridae, com um núcleo de por SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome
RNA envolto num invólucro com pequenas “espículas,” as coronavirus 2).
glicoproteínas de superfície através das quais se ligam aos
Este vírus foi identificado, em dezembro de 2019, na
recetores das células que infetam, e que lhe conferem
China, num conjunto de pessoas com pneumonia que
uma forma semelhante a uma coroa – daí o nome
haviam frequentado um mercado de marisco e animais
coronavírus.
vivos em Wuhan. A partir do momento em que se
identificou este ponto em comum, o eventual foco de
infeção, o mercado foi encerrado e limpo.

A doença associada à infeção por SARS-CoV-2 é chamada


COVID-19:

Imagem de: https://www.scientificanimations.com

Estes vírus infetam, maioritariamente, animais como os


mamíferos e as aves, no entanto, existem alguns
coronavírus que podem infetar humanos, devido quer a
Apesar da distinção entre o nome deste vírus e da doença
mutações virais quer ao contacto próximo entre animais e
que causa, pode ser relativamente comum a utilização do
seres humanos.
termo “COVID-19” para fazer referência ao vírus.

Os coronavírus dão origem a infeções com sintomatologia


ORIGEM DO VÍRUS
respiratória e/ou gastrintestinal. Os sintomas respiratórios
são geralmente ligeiros, podendo ir desde uma A análise genómica do SARS-CoV-2 sugere que a origem
constipação comum até casos de pneumonia. deste seja o morcego, sendo ainda desconhecido se o
reservatório do vírus está ativo e se este foi transmitido
Alguns vírus desta família foram já responsáveis por
diretamente a humanos ou através de um hospedeiro
doenças com alguma gravidade, como a Síndrome
intermédio. Dados mais recentes sugerem que o vírus
Respiratória Aguda Grave (SARS), cujo vírus foi
poderá ter sido transmitido para os humanos através
identificado pela primeira vez na China em 2003, e a
de um mamífero chamado pangolim.
Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS), cujo
vírus foi identificado pela primeira vez na Arábia Saudita
em 2012.
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TRANSMISSÃO

Os dados relativos à forma de transmissão do COVID-19 não estão, ainda, totalmente estabelecidos. Embora se
saiba que a origem do vírus é animal, atualmente a doença tem capacidade de transmissão de pessoa para pessoa.
No entanto, ainda não existem dados epidemiológicos suficientes para caracterizar adequadamente a forma como
este vírus se transmite. À data, sabe-se que:
• A transmissão pessoa a pessoa ocorre por via respiratória, através das
secreções respiratórias eliminadas por quem está infetado (quando tosse
ou espirra, por exemplo);
• A transmissão pessoa a pessoa ocorre, mais frequentemente em
contactos próximos (até 1,8 m);
• Ainda não é claro se a transmissão por via indireta (através de objetos
contaminados por secreções/ partículas – os denominados “fomitas”) é significativa, dado que ainda não
é conhecido o período de sobrevivência do vírus fora do hospedeiro.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO E SINTOMATOLOGIA

VACINA/TRATAMENTO
Não existe, à data, nenhuma vacina ou tratamento específico para a infeção por SARS-CoV-2, sendo que o
tratamento é sintomático e adequado a cada caso. Assim, a forma mais eficaz de combater o COVID-19 é, à data,
a prevenção do contágio.
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PLANO DE CONTINGÊNCIA
COVID-19
março 2020

CAPÍTULO 3 – INFORMAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA


Em dezembro de 2019, na China, foram detetados vários casos de pneumonia
com caraterísticas semelhantes entre si, e que se suspeitou serem causados
por um vírus desconhecido. Uma vez identificado o vírus e caracterizada a
doença associada, esta foi designada como COVID-19. Desde o seu início, este
surto tem sido acompanhado de perto pelas autoridades de saúde
competentes.

Neste capítulo vamos detalhar o que se sabe, à data, sobre o início e


progressão do surto, bem como disponibilizar aos colaboradores as fontes de
informação mais adequadas para se manterem a par dos novos casos de
COVID-19.

Elaboração: CEDIME

ÍNDICE
1. O início do surto
2. Situação na Europa
3. Onde acompanhar?
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O INÍCIO DO SURTO
A 24 de janeiro surgiram os 3
Dezembro 2019 1º caso na Europa
primeiros casos de importação
O presente surto de COVID-19 teve início na China, na
de COVID-19 na Europa, em França.
cidade de Wuhan, em dezembro de 2019. A 31 de
dezembro as autoridades chinesas reportaram à
30 JANEIRO OMS declara emergência
Organização Mundial de Saúde (OMS) um cluster de 27 2020 global de Saúde Pública
casos de uma pneumologia de etiologia desconhecida.
SITUAÇÃO NA EUROPA E PORTUGAL
Nestes incluíam-se 7 casos severos e todos pareciam
estar epidemiologicamente associados a um mercado de Desde o dia 30 de janeiro o número de casos em todo o
alimentos e animais vivos daquela cidade. mundo aumentou, tendo sido reportados casos de
COVID-19 em todos os continentes.

A 22 de fevereiro de 2020 foram reportados casos de


COVID-19 em 3 regiões do Norte de Itália.

Desde o despoletar da situação italiana que diversos


países europeus reportaram casos em viajantes
O mercado foi limpo e encerrado a 1 de janeiro de 2020. provenientes de Itália. As autoridades competentes
continuam a monitorizar de perto a situação e a aplicar
Primeiros sinais de A 16 de janeiro de
diversas medidas para procurar conter o COVID-19.
transmissão pessoa a pessoa 2020 surgiram os
primeiros casos sugestivos de transmissão pessoa-a- A 2 de março de 2020 foi confirmado o primeiro caso de
pessoa deste vírus, atualmente designado SARS-CoV-2, COVID-19 em Portugal.
no entanto a informação disponível era ainda
inconclusiva.

A 20 de janeiro de 2020 havia


Primeiros óbitos 291 casos reportados, incluindo
4 casos fora da China (com história de viagem recente), e
os primeiros 4 óbitos. Foi igualmente confirmada a
transmissão pessoa-a-pessoa, embora a forma de
transmissão não estivesse, tal como sucede à data,
apesar de haver mais certezas, totalmente esclarecida.
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COMO ACOMPANHAR A EVOLUÇÃO?

Dada a rápida evolução do surto de COVID-19 é importante conhecer as fontes disponíveis para acompanhar a evolução do
surto e as recomendações oficiais:

• Site da Direção-Geral da Saúde (DGS)


A DGS criou um micro site sobre o COVID-19 no seu site, onde
inclui normas e orientações, bem como relatórios
epidemiológicos, atualizados sempre que pertinente.
Tem, ainda, uma secção de perguntas e respostas, informação
sobre as áreas afetadas e materiais para divulgação.

• Site do European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC)


O ECDC disponibiliza informação diária sobre o número de casos, nível de risco na Europa, bem como uma secção
de perguntas e respostas, atualizada sempre que pertinente.
Disponibiliza ainda um mapa com o número de casos e número de óbitos.

• Site da Organização Mundial da Saúde (OMS)


A OMS disponibiliza, no seu site, uma página dedicada ao COVID-19.
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PLANO DE CONTINGÊNCIA
COVID-19
março 2020

CAPÍTULO 4 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO


A resposta a um surto de uma doença infeciosa não diz respeito apenas ao
setor da saúde. É antes uma responsabilidade partilhada por todos. No atual
surto de COVID-19 as medidas de prevenção devem ser relembradas e
reforçadas junto de todo o universo do Grupo ANF.

Não existe atualmente uma vacina, pelo que a prevenção é a melhor forma
de evitar o COVID-19.

ÍNDICE
1. Regras de prevenção
2. Higiene das mãos
3. Equipamentos de proteção individual
Elaboração: CEDIME e LEF
4. Anexos
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REGRAS DE PREVENÇÃO

Informação é poder
Parte importante da prevenção passa por
conhecer a infeção e a forma como esta se transmite.
Convidamos todos os colaboradores a lerem o presente
Plano de Contingência, o qual contém informação sobre o
;
vírus e o surto. Qualquer questão adicional, o Grupo ANF
está disponível para esclarecimentos.

Lavar frequentemente as mãos


(ver ponto 2 do presente capítulo)
Quando a lavagem adequada das mãos não
for possível, pode recorrer-se ao uso de desinfetantes e
antisséticos eficazes contra o COVID-19.

Cozinhar bem os alimentos, evitando o consumo de carne


crua ou malpassada, principalmente nas
zonas afetadas; ao visitar mercados com
animais em zonas afetadas pela infeção, evitar
o contacto direto com os animais selvagens.

Adotar regras de etiqueta respiratória


• Evitar frequentar espaços fechados com elevado
número de pessoas (por exemplo, centros
comerciais);
• Evitar o contacto próximo (inferior a 1 metro)
com pessoas com sintomas de infeção
respiratória;
• Tapar o nariz e a boca ao espirrar ou tossir, com
o antebraço ou com um lenço descartável (que
deve ser descartado após a utilização);
• Evitar tocar na boca, nariz ou olhos sem lavar as
mãos;

Recomendações DGS
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HIGIENE DAS MÃOS


A higiene das mãos é essencial para prevenir e reduzir a transmissão das infeções. A higiene correta das mãos deve ser feita:
• Com água e sabão durante 40 a 60 segundos;
• Com uma solução antissética de base alcoólica (SABA) durante
20 a 30 segundos.
As mãos devem ser lavadas frequentemente, em particular após tossir ou
espirrar, antes de manusear alimentos, após utilização da casa de banho
e após o contacto com pessoas doentes ou com animais. Se as mãos
estiverem visivelmente sujas deve ser preferida a lavagem com água e
sabão.
Técnicas de Higiene das Mãos

ÁGUA E SABÃO – Anexo 1 SABA – Anexo 2

1. Remover anéis, pulseiras e relógios, mas assegurar 1. Remover anéis, pulseiras e relógios, mas assegurar que
que estão devidamente limpos antes de os voltar a estão devidamente limpos antes de os voltar a colocar;
colocar; 2. Aplicar o produto numa mão, em forma de concha;
2. Molhar as mãos com água; 3. Esfregar:
3. Aplicar sabão em quantidade suficiente para cobrir a. as palmas das mãos, uma na outra;
toda a superfície das mãos; b. a palma da mão direita sobre as costas da mão
4. Esfregar: esquerda, entrelaçando os dedos (vice-versa);
a. as palmas das mãos, uma na outra; c. as palmas da mão, uma na outra, com os dedos
b. a palma da mão direita sobre as costas da mão entrelaçados;
esquerda, entrelaçando os dedos (e vice-versa); d. a parte de trás dos dedos nas palmas opostas
c. as palmas das mãos, uma na outra, com os com os dedos entrelaçados;
dedos entrelaçados; e. o polegar esquerdo, em sentido rotativo, na
d. a parte de trás dos dedos nas palmas opostas palma direita (e vice-versa);
com os dedos entrelaçados; f. os dedos da mão direita (de forma rotativa) na
e. o polegar esquerdo, em sentido rotativo, na palma da mão esquerda (e vice-versa);
palma direita (e vice-versa); 4. Proceder ao passo anterior até a solução antissética de
f. os dedos da mão direita (de forma rotativa) na base alcoólica secar.
palma da mão esquerda (e vice-versa); Caso sejam utilizadas luvas, a lavagem das mãos deve
5. Enxaguar as mãos com água;
ocorrer antes e após o uso das mesmas.
6. Secar as mãos com uma toalha ou toalhete
Sugerimos a realização do curso (gratuito) da DGS em
descartável (quando é um local partilhado);
parceria com a Nau – Higiene das Mãos na prevenção de
7. Utilizar o toalhete descartável para fechar a torneira
Infeções.
e descartá-lo de seguida.
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

O uso de equipamentos de proteção individual, nomeadamente máscaras, de acordo com a Direção-Geral da Saúde, não é
recomendado a pessoas assintomáticas.

É não só um gasto desnecessário, como pode criar uma falsa sensação de segurança e, involuntariamente, descurar a adoção
de medidas de etiqueta respiratória e de lavagem das mãos. Existem países e culturas em que o uso de máscaras por pessoas
assintomáticas é comum. Estas diferenças culturais devem ser respeitadas.

A máscara é recomendada a profissionais de saúde em contacto com casos suspeitos ou confirmados ou em doentes
sintomáticos (nomeadamente em situações de caso suspeito) devendo, nestas situações, ser usada uma máscara do tipo
cirúrgica.

Em qualquer caso, sempre que é utilizada uma máscara cirúrgica, esta deve:
• ser colocada pelo próprio;
• ser bem colocada e ajustada, tapando a boca e o nariz;
• ser seguida de uma correta lavagem das mãos, após a colocação.

ANEXOS

• Anexo 1 – Esquema da DGS para a lavagem das mãos com água e sabão
• Anexo 2 - Esquema da DGS para a lavagem das mãos com SABA
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Anexo 1 - Esquema da DGS para a lavagem das mãos com água e sabão
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Anexo 2 - Esquema da DGS para a lavagem das mãos com SABA

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