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Microbiologia de

alimentos
Nutrição em vigilância sanitária com ênfase na gestão de
qualidade e controle de higiene de alimentos.

Profa Dra Maiara Lima


Quem sou eu?
Maiara Lima

• Nutricionista pela UFPB;


• Mestre e Doutora em Ciência da Nutrição pelo
PPGCN;
• Estágio pós-doutoral pelo PPGCN;
• Atendimento clínico (OTOCP);
• Pós-graduanda em Nutrição Oncológica.

@nutrimaiaralima Maiaralimanutricionista@gmail.com
Segurança Alimentar e Nutricional
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
PROCARIÓTICOS EUCARIÓTICOS

Reino animal;
Reino Monera Reino Protista Reino Fungi;
Reino Plantae.
Doenças infeciosas como causa de morte

Fonte: Microbiologia de Brock, 4ºEdição


Fungos
Bactérias

Fungos
Vírus
700 mil espécies
conhecidas

200 espécies patogênicas


Patogênicos
Microbiota
Desequilíbrios/Fatores
estressores

● Microbiota Oral
● Microbiota pulmonar
Ambiente
Microbiota urogenital
● Microbiota da pele
Dieta ● Microbiota intestinal

Desencadeamento de
doenças
Classificação das células vivas
Fungos

• São de grande importância na decomposição da matéria orgânica vegetal,


principalmente aquela que não é digerida por animais
Parede celular fungica
Vírus

▪ São particulares submicroscópicase não podem


ser cultivados fora de seu hospedeiro;

▪ 1935 realizou-se os primeiros estudos de


caracterização do vírus do mosaico do tabaco;

▪ Avanço da biologia molecular nos anos de


1980 e 1990;

▪ HIV, Hepatite, Febreamarela, Zika, Dengue e


Coronavírus
Vírus

Se multiplicam usando a maquinaria da célula do hospedeiro;

Contém um único tipo de ácido nucleico (DNA ou RNA);

Podem infectar todos os tipos de células;

Espectro do hospedeiro interações com receptor específicos.


Ciclo de replicação de vírus

Fonte: Microbiologia de Brock, 4ºEdição


Bactérias
Bactérias: Membrana Plasmática

Fonte: Microbiologia de Brock, 4ºEdição


Parede celular: bactérias
Fonte: Microbiologia de Brock, 4ºEdição
Fonte: Microbiologia de Brock, 4ºEdição
Fonte: Microbiologia de Brock, 4ºEdição
Fonte: Microbiologia de Brock, 4ºEdição
Microbiologia de
alimentos
Microbiologia de alimentos
Deterioração microbiana

Microrganismos de interesse

Microrganismos patogênicos
Controlado Alterações nutricionais e sensoriais.
Elaboração dos diversos produtos;

Efeito Deletério: Improprio para


Crescimento Microbiano Incontrolado consumo. Alteração sensorial e
nutricional. Risco de patógenos
Microrganismos deteriorantes
Alterações sensoriais no alimento
Microrganismos Patogênicos
Tem a capacidade de produzir doença pela ingestão de alimentos
contaminados com microrganismos patogênicos ou toxinas;

Microrganismos Patogênicos
Perecibilidade
Cocção inadequada

Alimentos favoráveis
Multiplicação
Condições favoráveis de
Indivíduos susceptíveis tempo e temperatura
Microrganismos Patogênicos
Ingestão de alimentos contaminados

Odor

Sabor

Aspecto visual
Microrganismos Patogênicos
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: intervalo entre a exposição efetiva do hospedeiro
suscetível a um agente e o início dos sinais e sintomas da doença

DOSE INFECTANTE: Número de microrganismos necessários para causar a


doença (variável)
Microrganismos Patogênicos
Os sintomas predominantes são os digestivos
Microrganismos Patogênicos

Maior
número de
casos

Hospitais Restaurantes/padaria Escolas Residências


(principal)
Microrganismos Patogênicos

DTA

Aumentos dos Custos de


Diminuição da
gastos médicos investigação do Mortes
produtividade
hospitalares surto
Microrganismos Patogênicos
Aspectos negativos dos DTA

Riscos a saúde dos consumidores


Fechamento de negócios e
perdas no comercio;
Deficiência no
controle
Necessidade
Produção em populacional
grande escala por alimentos
rápidos

Urbanização Maior consumo


DTA
desordenada na rua
Microrganismos Patogênicos
A severidade da enfermidade está associada a fatores como:

a) espécies

c) estado nutricional b) faixa-etária

d) quantidade de toxina ou número de células


Microrganismos de interesse
Probióticos
Melhora do sistema imunológico

Melhora da função de barreira do


epitélio
Efeito benéfico
sobre a saúde do
Diminuição da adesão por patógenos hospedeiro

Produção de sustâncias
antimicrobianas
Microrganismos de interesse
Probióticos
Energia para microbiota Modulação da composição e função

Cross-feeding

Prebiótico Diminuição do pH e efeito de


barreira

Ácido acético,
propiônico e butírico
Atravessar
Microrganismos de interesse
Microbiota
Microrganismos colonizando todo o TGI

A quantidade de microrganismos varia de


acordo com o compartimento

Desconhecidos ou
Incultiváveis
Uso de Estresse e
Dieta medicamentos ansiedade

Alterações na composição e
atividade da microbiota intestinal
que poderiam estar relacionadas
a doença no hospedeiro

Firmicutes Bacterioides
Microrganismos de interesse

Bifidobacterium spp. e Marcadores Aumentos na


Lactobacillus spp. importante da concentração trazem
microbiota efeitos benéficos

Não devem ser


usados de Diminuição na
maneira isolada concentração
Microrganismos de interesse
Fontes de Contaminação de Alimentos

De onde vem a contaminação do alimento?


Fontes de Contaminação
PERIGOS FÍSICOS
Contaminação do alimento por Podem vir do campo de
corpos estranhos ou sujidades no produção da matéria-prima, das
que são capazes de, fisicamente, áreas de processamento, do
machucar quem o consome/ ou são sistema de distribuição ou da
antiestéticos e desagradáveis contaminação intencional

CABELOS PREGOS OSSOS ESPINHA


PERIGOS QUÍMICOS
Processo durante qual os alimentos são contaminados por compostos ou
substâncias químicas, seja no seu crescimento, armazenamento,
preparação, cozimento ou empacotamento.

Materiais de limpeza Agrotóxicos Aditivos


PERIGOS QUÍMICOS

• São toxinas produzidas


por fungos que
crescerem em alimentos
(grãos (amendoim,
milho, soja, trigo, etc.)
Perigos Biológicos

▪ Micro-organismos seja seres vivos invisíveis a olho nú, mas que são
as principais causas de contaminação de alimentos

Bactérias Fungos Vírus Parasitas


Físico Biológico Químico
Fontes de Contaminação de Alimentos
Podem está presente de forma imediata ou tardia, por uma única
ingestão, ou por ingestão repetida

Podem estar na matéria-prima (primários) ou serem identificados


no processo de produção (secundários)
Fontes de Contaminação de Alimentos
Cultivo ou Colheita ou
Processamento Transporte
Criação Abate

Distribuição Armazenamento Preparo


Fontes de Contaminação de Alimentos
Solo

Resíduos animais e Tubérculos; raízes;


vegetais; matéria orgânica frutas; legumes

Principais contaminantes: Grupos autotrófilos e


heterotrófilos, mesófilos, termófilos e psicrotrófilos,
aeróbios e anaeróbios; fungos e leveduras
Esporos bacterianos
Fontes de Contaminação de Alimentos

Água Solo

Alguns microrganismos aquáticos são incapazes de sobreviver no


solo, especialmente aqueles nativos de água marinha
Fontes de Contaminação de Alimentos
Água

Atividades agrícolas,
Superfície, subterrânea
pecuária, solo e os
e de abastecimento
esgotos
Preparo, higienização e
conservação (gelo)
Principais contaminantes: bactérias
Medidas preventivas: Utilizar água
coliformes totais e fecais; bactérias
trata; obter informações sobre a fonte
entérica (Família
de abastecimento; higienização
enterobacteriaceae); parasitos,
periódica da caixa d’água
vibrios e vírus
Fontes de Contaminação de Alimentos
Vegetais

Ar ambiental, solo, tipo Flora microbiana


de fertilizante e água; típica - BAL e
leveduras

Compostos
antimicrobianos naturais

Principais contaminantes: Pseudomonas, Micrococcus, Bacillus,


Clostridium e Enterobacter
Fontes de Contaminação de Alimentos
Animais

Insetos, roedores,
Trato gastrointestinal;
animais de sangue
urogenital - ABATE
quente

Rações animais
Fontes de Contaminação de Alimentos

Trato gastrointestal: E. coli, Salmonela


Principais spp.
contaminantes:
Bactérias patogênicas Trato urogenital: Campylobacter spp.
e coliformes
Pelos e patas: Staphylococcus spp.
Fontes de Contaminação de Alimentos
• Ambiente
• Ordenha:
• Tipo
• Mãos
• Vestimenta
• Animal:
• Biota do úbere
• Pelo
Fontes de Contaminação de
Alimentos

▪ Inanição, desidratação e morte;


▪ Retardo no crescimento;
▪ Perdas econômicas;
▪ Aumento na contaminação na cadeia
produtiva de alimentos.
Fontes de Contaminação de Alimentos
Aspergillus flavus, Aspergillus Vegetais, leite e
parasiticus e Aspergillus nomius derivados

Aflatoxin B1 (AFB1) é considerada carcinogênica e mutagênica

HIDROXILAÇÃO
Fontes de Contaminação de Alimentos
Utensílios, equipamentos,
superficiais e instalações
Formação de Alimentos crus e
biofilme cozidos
Fontes de Contaminação de Alimentos
Manipuladores de
Alimento

Microbioma
Fontes de Contaminação de Alimentos
Manipuladores

Mãos , vestuário e Cavidades nasais,


adornos boca, pele e TGI

Principais Medidas preventivas:


contaminantes: Boas Práticas de
Salmonela spp. e Higienização e
Staphylococcus spp. treinamentos
Contaminação Cruzada

Alimento Contaminação Alimento

Utensílio
Bancada
Manipulador
Alguns fatores que condicionam o crescimento microbiano
Fatores de crescimento: fatores que interferem na contaminação e
favorece o crescimento microbiano

Fatores Intrínsecos:
• Atividade de água;
• pH (condições ácidas ou básicas);
• Nutrientes (composição do alimento);
• Substâncias inibidoras;
• Potencial de oxirredução;
• Antagonismo bacteriano (microbiota de cada grupo de alimentos)
Fatores que condicionam o crescimento microbiano

Fatores extrínsecos:
• Temperatura;
• Umidade relativa do ambiente;
• Presença de gases no ambiente;
• Substâncias adicionadas para inibir ou retardar a multiplicação
(ác.sórbico – pães; nitritos e nitratos – carnes vermelhas);
• Irradiação;
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Atividade de água
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Alimento Aw

Frutas frescas e vegetais > 0,97


Aves, pescado frescos e frutos do > 0,98
mar
Carnes frescas > 0,95
Carne curada 0,87-0,95
Ovos 0,97
Pão 0,95 a 0,96
Queijos (maioria) 0,91 a 0,99
Queijo parmesão 0,68 a 0,76
Geleia 0,75 a 0,80
Frutas secas 0,51 a 0,89
Cereais 0,10 a 0,20
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
pH (condições ácidas ou básicas;
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
pH (condições ácidas ou básicas;
pH: < 4
pH: 6,3 a 6,5 pH:9,0
Clara
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Nutrientes

▪ É qualquer substrato químico indispensável ao


crescimento de uma população microbiana;

▪ A quantidade e o tipo de nutrientes requeridos variam


amplamente dependendo do micro-organismo;

▪ Fontes de carbono, nitrogênio;

▪ Definem a microbiota capaz de crescer nos alimentos.


Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Substâncias inibidoras
Compostos fenólicos Antimicrobianos

Metabólitos secundários de plantas;


Qualidade sensorial e nutricional de alimentos vegetais.
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Substâncias inibidoras
Lactoferrina
Lisozima
Fatores que condicionam o crescimento microbiano

Potencial de oxido redução (Eh)

• Os processos de oxidação e redução estão associados com a troca


de elétrons entre compostos de natureza química.

• O potencial de oxirredução pode ser definido como sendo a


facilidade com que determinado substrato pode ganhar ou perder
elétrons.
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Potencial de oxido redução (Eh)

• Os micro-organismos aeróbios necessitam de valores de Eh positivo (Oxidantes) para


proliferarem, enquanto os anaeróbios requerem valores negativos (redutores) para seu
crescimento.
• Nesse grupo estão incluso a maioria dos bolores, as leveduras oxidativas e muitas
bactérias, em particular, aquelas que causam deterioração dos alimentos, tais como,
Pseudomonas, Moraxella, Acinetobacter, Flavobacterium dentre outros gêneros.
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Potencial de oxido redução (Eh)

• Quando os micro-organismos são classificados como anaeróbicos as exigências


quanto ao Eh são geralmente inferiores a –150 mV;

• Estão incluídas nesse grupo espécies do gênero Clostridium, a exemplo, do


Clostridium botulinum e bactérias deteriorantes como Desulfotomaculum
nigrificans.
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Antagonismo bacteriano (microbiota de cada grupo de alimentos)

Bacteriocinas
Bactérias ácido
láticas
Peroxido de
Aminoácidos
Maturação/ Armazenamento Hidrogênio

Ácidos Orgânicos
Enterobactérias
Fatores que condicionam o crescimento microbiano

Temperatura:
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Temperatura:
Fatores que condicionam o crescimento microbiano

• A composição gasosa do ambiente que envolve um alimento pode


determinar os tipos de micro-organismos que possivelmente poderão
predominar neste produto;

• A presença de oxigênio favorecerá a multiplicação de organismos


aeróbios, enquanto que a ausência favorecerá os organismos
anaeróbios.
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Antagonismo bacteriano (microbiota de cada grupo de alimentos)

▪ Nitrogênio e gás carbônico são os mais comumente empregados a


nível industrial;
▪ A maioria das bactérias, bolores e leveduras são inibidas, porém não
destruídos em atmosfera contendo cinco e 50 % de CO2 (v/v).
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Umidade relativa do ar
• Quantidade de vapor de água presente na atmosfera onde o alimento está
inserido. Pode promover ganho de água se a umidade do ambiente for menor
que a atividade de água do alimento ou promover perda de água quando o
contrario.
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Fatores que condicionam o crescimento microbiano
Microrganismos indicadores
▪ Como saber se um alimento está próprio ao
consumo?

▪ Avaliar desde o cultivo ou criação do animal até o


momento do consumo se houve algum erro de
manipulação ou processamento do alimento que
proporcionou algum tipo de contaminação – Boas
práticas;

▪ Avaliar a qualidade higiênico sanitária através do uso


de microrganismos indicadores
Microrganismos indicadores
▪ Podem fornecer informações sobre a vida de prateleira, qualidade
microbiológica e segurança.

▪ São grupos de microrganismos que, quando presentes em um


alimento, pode fornecer informações sobre:

▪ Contaminação de origem fecal;


▪ Presença de prováveis patógenos;
▪ Potencial deterioração no alimento;
▪ Indicar condições sanitárias inadequadas durante o
processamento, produção ou armazenamento do produto.
Microrganismos indicadores
Por que não avaliar diretamente a presença do patógeno?

▪ Um único alimento pode existir


o risco para vários
microrganismos patogênicos;

▪ Alguns patógenos podem estar


em concentrações baixas;

▪ Seu isolamento ou identificação


pode levar ou semanas.
Microrganismos indicadores
Indicadores de Indicadores de
Qualidade Sanitária Segurança
Microrganismos indicadores
▪ Indicadores de QUALIDADE de produtos

▪ Estão relacionados a vida de prateleira,


▪ Deve ser de rápida e fácil detecção;
▪ Deve ser facilmente distinguível de outros
microrganismos da microbiota do alimento;
▪ Sua concentração e crescimento deve ser inversamente
proporcional à qualidade do produto;
▪ Crescimento não deve ser afetado por outros
microrganismos.
Microrganismos indicadores
▪ Indicadores de SEGURANÇA dos alimentos;
▪ Estão relacionados a presença de patógenos;
▪ Deve estar sempre presente quando o patógeno associado estiver;
▪ Seu número deve correlacionar-se com o do patógeno;
▪ Deve apresentar velocidades e necessidade de crescimento e morte
semelhantes à do patógeno;
▪ Deve estar ausente nos alimentos que estão livres do patógeno ou em
quantidade mínima.
▪ Deve existir técnicas rápidas, simples e precisas para a sua deteção e/ou
contagem

Jay, J.M.Microbiologia de Alimentos, 2005.


Microrganismos indicadores
Produto-especifico
Microrganismos indicadores

Aeróbios Aeróbios Aeróbios


mesofilos Pscicrotróficos Termófilos

Bolores e Coliformes totais


Leveduras e termotolerantes
Microrganismos indicadores
Bactérias aeróbias mesófilas,
psicrófilas, termófilas
Não oferecem risco direto à
saúde
Bolores e leveduras

Coliformes totais e termotolerantes


Oferecem risco baixo ou indireto
à saúde
Família das Enterobacteriaceae e
E. coli
Enterobacteriaceae

Coliformes
totais

Coliformes Indicadores de
Termotolerantes contaminação
fecal
E. coli
Enterobacteriaceae
▪ Grupo (família) vasto de bactérias gram negativas, incluindo grande variedade
de bactérias patogênicas;

▪ Salmonella spp., Shigella spp., Proteus spp., Yersinia spp.

▪ O lipopolissacarídeo (LPS) é o principal antígeno dessa família.

Agar Bile Vermelho Violeta Glicose


(VRBGA)

Sais biliares e cristal violeta são


utilizados para inibir organismos
Gram-positivos
Coliformes Totais
▪ Bastonetes Gram-negativos, não esporulados que fermentam lactose
dentro de 48h;
▪ São representados por quatro gêneros da família Enterobacteriaceae:
Citrobacter, Enterobacter, Escherichia coli e Klebsiella;
▪ Dentre estas encontram-se bactérias originarias do intestino humano e
animais de sangue quente e espécies não entéricas (menor
representatividade);
Fermentam a lactose com produção de aldeído,
ácido e GÁS (35 0C em 24-48 h)

Encontradas na vegetação e no solo –


Resistem por um tempo superior aos das
bactérias patogênicas de origem intestinal
Coliformes Totais
▪ Apresentam a capacidade de continuar fermentando lactose quando
incubados entre 44 e 46ºC (Termotolerantes);
▪ Essencialmente um teste para E. coli embora linhagens de Citrobacter e
Klebsiella possam se adequar a esta definição;
▪ Melhor informação sobre segurança, presença de enteropatógenos.

Coliformes Escherichia
Coliformes
Fecais coli

Habitat exclusivo
TGI de homens e animais
Coliformes Totais e Termotolerantes
▪ Indicam a possível presença de patógenos de interesse;

▪ Detecção simples e rápida;

▪ Sua concentração normalmente é maior que a do patógeno devido aos


fatores de crescimento (patógenos no geral são um pouco mais
exigentes).
Coliformes Totais e Termotolerantes
▪ Em lacticínios pode indicar as condições gerais de sanitização do
ambiente de processamento do leite;

▪ Em vegetais a presença de microrganismos do gênero Enterobacter é


comum;

▪ Para carnes cruas são esperadas concentrações baixas de coliformes


devido a contaminação no abate e também contato com pelo e couro do
animal.

Pasteurização Coliformes
Coliformes Totais e Termotolerantes
▪ Não indicam a presença de vírus, apesar da associação com
contaminação fecal;

▪ Alguns alimentos como moluscos e crustáceos podem


apresentar adequação e presença de patógenos.

Salmonella spp.
lactose -

Produtos avícolas
Não são bons indicadores sanitários
Indicadores gerais de QUALIDADE do alimento
Contagem em placas de Bactérias Aeróbias Mesófilas

✓Usada para determinar o nº “total” de microrganismos presentes


na amostra;

✓Feita em meio de cultura não seletivo;

✓Variando as condições de cultivo pode ser feita a contagem de


grupos específicos da microbiota do alimento;

✓Auxilia na determinação da vida de prateleira do alimento;


Indicadores gerais de QUALIDADE do alimento
Contagem em placas de Bactérias Aeróbias Mesófilas

Contagem elevada em alimentos não perecíveis indica matéria prima


contaminada ou processamento insatisfatório;
Abuso do Binômio Tempo x Temperatura durante armazenamento
(principalmente em perecíveis);
São esperados altos números em alimentos deteriorados (exceto para
produtos fermentados)

Condições
Mesófilas Patógenos de
Crescimento
Indicadores gerais de QUALIDADE do alimento
Contagem em Placas de Psicotróficas e Termófilas
Grau de deterioração de alimentos refrigerados ou submetidos a
tratamento térmico

Psicotróficas
Gêneros como: Alcaligens, Flavobacterium,
Pseudomonas, micrococcus e Enterobacter.

Termófilas
Gêneros como: Streptococcus, Clostridium,
Microbacterium e Bacillus.
Indicadores gerais de QUALIDADE do alimento
Contagem de Bolores e leveduras

✓ Deterioração de alimentos de baixa atividade de água e pH (Ex:


frutas secas, vegetais, cereais, queijos e outros quando
armazenados em condições inadequados);

✓ Produção de micotoxina por bolores;

✓ Alimentos frescos e congelados apresentam baixas contagens


(não sendo significativo).
Indicadores gerais de QUALIDADE do alimento
Contagem de Bolores e leveduras

Boas praticas de higiene

Eliminar ou reduzir o contato com o ar, adicionar ácidos


ou conservantes químicos

Aquecer na etapa final do processamento, redução do


tempo até a chegada ao consumidor
Indicadores gerais de QUALIDADE do Alimento
• Outros Indicadores

✓Contagem de bolores em equipamentos: (Geotrichum Candidum)


sanitificação operações de processamento de alimentos.

Crescem nas superfícies dos


equipamentos alimentos
Indicadores gerais de QUALIDADE do Alimento
Outros Indicadores:

✓Estafilococos: S. aereus manipulação de


alimentos

Perigo saúde pública: enterotoxina


estafilocócica
Como ocorrem as DTA’s?
Microbiologia de Frutas e Hortaliças
 São alimentos perecíveis;

 Vitaminas, minerais e fibras;

 Elevado desperdício;

 pH é o fator que exerce maior efeito

seletivo sobre a microflora a se


desenvolver nesse tipo de alimento.
Microbiologia de Frutas e Hortaliças

 Desperdício no Brasil: em média de 30 e 40 %

 Nos Estados Unidos: 10%

 Em restaurantes: 15%

 Em domicílios 20%
Microbiologia de Frutas e Hortaliças
Possuem naturalmente uma microbiota típica ou natural disseminada:
 Pelo solo
 Pelo vento
 Pela água de irrigação
 Pelos pássaros
 Pelos insetos

Algumas espécies rompem a proteção natural dos frutos e penetram nos


tecidos das plantas sadias, danificando-as ou destruindo-as.
Microbiologia de Frutas e Hortaliças
Colheita: Manual
 Caixas, bolsas e cestos
 Transporte refrigerado devido ao alto
traumatismos.
Microbiologia de Frutas e Hortaliças
 Sucos,
 Néctares,
 Polpas,
 Picles,
 Compotas de frutas,
 Doces em calda,
 Hortaliças envasadas,
 Produtos minimamente
processados.
Microbiologia de Frutas e Hortaliças

Etapas do processamento:
 Recepção
 Pesagem
 Operações de seleção (retirar vegetais com injurias)
 Classificação (tamanho, graus de maturação)
 Lavagem (aspersão): água de qualidade
 Sanitização
 Branqueamento (evita o escurecimento)
Processamento mínimo do rabanete
Processamento mínimo do rabanete
Microbiologia de Frutas e Hortaliças

Podem ser contaminadas durante o processamento devido ao contato


com:
 Superfícies
 Equipamentos A microbiota predominante dos vegetais
 Utensílios é formada por micro-organismos
 Água provenientes das diferentes fontes e dos
 Ser humano
contaminantes introduzidos no manuseio
e transporte.
 Ar ambiental
Microbiologia de Frutas e Hortaliças
Os baixos valores de pH das frutas:
 ↑ Fungos e leveduras
 ↓ Bactérias (com exceção das bactérias láticas)
 Pseudomonas
 Erwinia
 Enterobacter
 Bacillus
 Corineformes

Normalmente não é constatada a presença de micro-organismos patogênicos


ao homem e a outros animais.
Microbiologia de Frutas e Hortaliças
Hortaliças apresentam:

 Elevada quantidade de água e de nutrientes


 pH neutro
 ↑ Bactérias.

 Pseudomonaceas spp.
 Enterobacteriaceae spp.
 Pseudomonas: atividade pectinolítica
 Erwinia: podridão mole
Microbiologia de Leite e derivados
Definição
▪ Emulsão de gordura em água, estabilizada por uma dispersão
coloidal de proteínas, lactose, oligossacarídeos, caseínas e
outras proteínas;
▪ Produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em
condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e
descansadas (instrução normativa 62/2011);
Anticorpos

Enzimas Células

Hormônios Pigmentos
Microbiologia de Leite e derivados
Constituintes
Água Aa

Gordura
Proteínas

Lactose

Vitaminas
Minerais
Microbiologia de Leite e derivados
O leite poderia ser considerado um Meio de Cultura

Qual ou quais medidas poderiam ser tomadas para diminuir a


susceptibilidade do leite ao crescimento microbiano indesejado?
Microbiologia de Leite e derivados
Etapas do Processamento do Leite: Fontes de Contaminação
Microbiologia de Leite e derivados
Reduz a Carga Microbiana
Elimina bactérias patogênicas.
Coxiella burnetti e Mycobacterium
paratuberculosis (não esporulados de
Pasteurização referência)

Prolonga a vida de Prateleira


Tecnologia e qualidade de produtos
derivados
Microbiologia de Leite e derivados
Microbiota do Leite
Leite Cru:
▪ LAB dos seguintes gêneros: Enterococcus, Lactobacillus,
Streptococcus, Leuconostoc e Lactobacillus;
▪ Psicotróficas dos gêneros (lipólise e proteólise): Micrococcus,
Bacillus, Pseudomonas, Alcaligenes e coliformes (indicadores
de BPF);
▪ Mycobacterium tuberculosis, Staphylococcus aureus (agentes
etiológicos);
Microbiologia de Leite e derivados
Microbiota do Leite

Leite Pasteurizado:
▪ Bactérias do gênero: Streptococcus, Lactobacillus;

▪ Bacillus e Clostridium (Formadores de esporos);


Microbiologia de Leite e derivados
Microbiota do Leite

Bactérias Láticas:
▪ Gram Positivas; Catalase negativa,
Homofermentativas (ácido Lático) ou
Heterofermentativas (ácido lático, etanol e CO2);
▪ Origem ambiental e Vegetação
▪ Vantagem Competitiva;
▪ Culturas para produtos lácteos;
▪ Probióticos.
Microbiologia de Leite e derivados
Microbiota do Leite

▪ Desenvolver acidez;
▪ Desenvolver aromas típicos;
▪ Promover a maturação;
▪ Mitigar qualidades
especificas (patógenos).
Microbiologia de Leite e derivados
Microbiota do Leite

Patogênicos:
▪ Listeria monocytogenes, Salmonella spp., Escherichia coli,
Bacillus cereus, Clostridium perfringes, Staphylococcus
aureus e Compylobacter jejuni;
Microbiologia de Leite e derivados
Microbiota do Leite

Maturação/ Armazenamento Bacteriocinas


Bactérias Peróxido de
ácido láticas Hidrogênio Aminoácidos

Ácidos
Enterobacteriaceae; Orgânicos
Patogênicas; Deteriorantes
Microbiologia de Carnes
Microbiologia de Carnes

• Aminoácidos, ácidos graxos essenciais e vitaminas do complexo B


presentes e ferro;

• Valor biológico pela disponibilidade em aminoácidos essenciais;

Fonte de
Abate
contaminação
Microbiologia de Carnes
Os micro-organismos encontrados na carne provêm do próprio animal ou podem
contaminá-la durante o processo de abate e o processamento tecnológico.

• Higiene do animal antes do abate,


• Condições higiênicas nos abatedouros,
• Tempo de exposição à temperatura ambiente,
• Condições de estocagem e distribuição nos locais
de comercialização

qualidade microbiológica.
Microbiologia de Carnes
A contaminação da carne ocorre também em virtude de fatores como:
• Condições higiênicas e utensílios e superfícies;
• Contato com a pele, pêlo, patas, conteúdo gastrintestinal do animal,
• Equipamentos, mãos e roupas de funcionários,
• Água utilizada para lavagem das carcaças,
• Equipamentos e ar dos locais de abate e armazenamento.

A contaminação pode ocorrer em todas as operações de abate,


armazenamento e distribuição e sua intensidade depende da
eficiência das medidas higiênicas adotadas.
Microbiologia de Carnes

Picar, moer e porcionar

Superfícies de equipamentos e utensílios, e


contato com manipulador

Na indústria, Serviço de Alimentação


e Nutrição, restaurantes comerciais
e similares Elevado nível de contaminações potenciais
Microbiologia de Carnes

• Pseudomonas, Estafilococos, Micrococcus, Enterococcus e as bactérias


coliformes;
• Quando contaminação ocorre pelo contato com o TGI no momento do abate:
E. coli e Enterobacteriaceae; e Salmonella spp.
Cinco passos para alimentação segura -OMS
Mantenha a área limpa e
separada das outras áreas de
preparação;

Mude o vestiário e lave as


mãos, superfícies e utensílios
após o abate ou processamento
de alimentos crus;

Mantenha animais afastados


das áreas de cultivo,
armazenamento e preparação
de alimentos
Cinco passos para alimentação segura -OMS
Separar carnes, peixes e aves
cruas de outros alimentos;

Utilize diferentes equipamentos


e utensílios para preparo de
alimentos crus e cozidos;

Guarde alimentos em
recipientes fechados evitando o
contato entre diferentes
alimentos ou preparações.
Cinco passos para alimentação segura -OMS

Cozinhar bem os alimentos,


especialmente, carnes, peixes,
aves e ovos;

Recomenda-se a temperatura
de 70ºC para cozimento
adequado dos alimentos;

Reaquecimento em temperatura
adequada.
Cinco passos para alimentação segura -OMS

Não deixar alimentos já cozidos


em temperatura ambiente;

Refrigere os alimentos
perecíveis/cozidos (5ºC);

Esteja atento ao tempo de


armazenamento de alimentos;

Não descongele a temperatura


ambiente
Cinco passos para alimentação segura -OMS

Use água apenas de fontes


seguras

Selecione alimentos
processados de forma segura e
leite pasteurizado;

Higienize frutas e vegetais;

Atenção ao prazo de validade.


Referências •http://www.fao.org/2019-ncov/q-and-a/food-safety/en/
•http://portal.anvisa.gov.br/alimentos
•https://www.cdc.gov/foodsafety/
Obrigada!
Maiaralimanutricionista@gmail.com
@nutrimaiaralima

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