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Qualidade

Microbiológica
de Frutas e Hortaliças
,
DEFINIÇÕES
1. Frutas: procedente de frutificação e consumidas in
natura.
● Climatéricas: amadurecem após a colheita.
● Não-climatéricas:não amadurecem após a colheita.

Fonte: www.jguedesdistribuidora.com.br
DEFINIÇÕES

2. Vegetais: ricos em vitaminas, antioxidantes e minerais.

● Cereais: sementes ou grãos comestíveis de gramíneas.

● Leguminosas: sementes oriundas de vagens.

● Raízes e tubérculos: partes subterrâneas comestíveis de


plantas.

● Caules:Parte de sustentação comestível.


DEFINIÇÕES

2. Vegetais: ricos em vitaminas, antioxidantes e minerais.

● Hortaliças:Planta herbácea que possui várias partes que são


comestíveis. Suas folhas e flores são chamadas de verduras.

● Legumes: Frutos ou sementes de diferentes espécies de


plantas, principalmente leguminosas.
Fatores Intrínsecos

01 02
Atividade de água pH
É a disponibilidade de água no Determina o nível de acidez.
alimento Vegetais: pH<7
Hortaliças e frutas frescas: Frutas: pH<7
Aa>0,97

03 04
Potencial de oxi-redução Composição
A condição em que estão submetidos Variável entre os produtos
seleciona entre: Aeróbios estritos, Água; Fonte de Nitrogênio;
Microaerófilos, Anaeróbios Fonte de energia;
facultativos e Anaeróbios estritos Vitaminas; Sais Minerais.
Fatores Extrínsecos

01 02
Temperatura Umidade Relativa
Interfere no metabolismo
A umidade relativa ideal se
A temperatura seleciona a microbiota
compreende entre 85% a 100%
Psicrófilos: T.O. 10°C a 15°C
Seleciona a microbiota
Psicrotróficos: T.O. 20°C a 30°C
Murchamento
Mesófilos: T.O. 35°C a 37°C
Termófilos: T.O. 55°C 03
Composição Gasosa
Atmosfera substituída por uma
mistura de gases
Inibir alterações bioquímicas e
fisiológicas
Fatores intrínsecos e extrínsecos

Fonte: Banwart (1989)


Fatores intrínsecos e extrínsecos
ALIMENTOS MINIMAMENTE
PROCESSADOS (AMP)
● Praticidade e Qualidade;
● Casca, Talos e Sementes;
● Desafio: alterações bioquímicas e fisiológicas.

Fonte: UNIRIO
AMP

https://www.youtube.com/watch?v=iaBOzmN8_4k
FLUXOGRAMA AMP

Corte e
Colheita Transporte Recepção Descasque Embalagem Armazenamento

Condições ambientais Utensílios


Cuidados, higiene e Imersão em água
seleção. Centrifugação Temperatura
Seleção, (0°C a 5°C)
H2O de qualidade, Umidade
Sanitização; 7 a 20 dias
Íntegra
Temperatura Material
Higiene Atmosfera
Oxidação
FONTES DE CONTAMINAÇÃO

Irrigação

CULTIVO
E Manipuladores Insetos
COLHEITA

Esterco Solo Temperatura


FONTES DE CONTAMINAÇÃO

Manuseio Sanitização Cloro

PROCESSAMENTO Afiados Injúrias Cruzada

Exsudação Transpiração Etileno


FONTES DE CONTAMINAÇÃO

Temperatura Injúrias

TRANSPORTE
E Atmosfera Umidade
ARMAZENAMENTO

Climatérias
Temperatura
4°C a 7°C
Contaminação Microbiológica

● Deteriorantes: características organolépticas: cor,


textura, sabor, aroma, aspecto e valor nutricional;
● Patogênicos: risco à saúde; intoxicação; infecção;
toxinfecção.

Contaminação Microbiológica

RDC Nº 12, DE 2 DE JANEIRO DE 2001

Frescos, "in natura", preparados (descascados,


selecionados ou fracionados), sanitizados,
refrigerados ou congelados, para consumo direto:
● Frutas: Coliformes a 45°C 5x10² UFC/g
● Salmonella sp/25 g Aus
● Hortaliças, Legumes: Coliformes a 45°C 10² UFC/g
● Salmonella sp/25 g Aus
OBS.: MO COM * PATOGENICAS E DETERIORANTES
PATOGÊNICOS

ESCHERICHIA
COLI

SALMONELLA SHIGELLA

LISTERIA PSEUDOMONAS*
MONOCYTOGENES
Listeria Monocytogenes

Características Condições

Ubíqua: condições inóspitas;


Bastonete não capsulado; psicrotrófila (1°C a 45°C);
gram positiva; possui flagelos; anaeróbias facultativas;
Aa>0,97; halotolerante;
pH entre 6 e 9; desidratação

Patogenicidade Controle
Listeriose: gastroenterite,
septicemia, meningite. Ausência em 25g de alimento;
Risco elevado: idosos, BPF e higiene; matéria prima
neonatos, gestantes e
imunosuprimidos.
Fonte: www.intechopen.com
Salmonella

Características Condições

Anaeróbias facultativas
Bastonetes gram-negativos
Halotolerantes (até 5% de
Enterobacteriaceae
NaCl)
Flagelos peritríquios
35°C a 43°C
Não esporulados
pH 7-7,5
Aw 0,93
Patogenicidade Controle

Tratamento térmico
Infecções Alimentares: Higiene: roedores, insetos,
Salmonelose, Febre tifóide portadores e etc
Evitar abuso de temperatura
Fonte: benvenutri.blogspot.com
Escherichia Coli

Características Condições
Indicador de contaminação fecal
Anaerobia facultativa
Bastonetes gram-negativos
Algumas cepas utilizadas como
Trato gastrointestinal
coliformes termotolerantes a 45°C
Enterobacteriaceae
pH ideal próximo a neutralidade
Mesófilos (35°C a 37°C)
Aw 0,95
Patogenicidade Controle
Higienização em geral
Infecções variadas: dependem Contaminação cruzada
do sorotipo (EHEC, ETEC e etc) Alimentos crus

Fonte: www.mundoboaforma.com.br
Shigella

Características Condições

Bastonetes gram-negativos Anaerobia facultativa


Enterobacteriaceae Temperatura: 10°C a 48°C (37°C)
Imóveis pH ideal: 6-8

Patogenicidade Controle

Água potável para higienizar


Infecção branda
Contaminação cruzada
Diarréia aquosa
Refrigeração
Invasoras
Higiene
Fonte: www.michiganradio.org
Pseudomonas

Características Condições
São patógenas e deteriorantes
Embrapa (SANTOS,M.S.R.):
Maioria não cresce em meios
50-90% da microbiota de
ácidos
vegetais
Aeróbios estritos
Bastonetes gram-negativos
Psicrotróficas e psicrófilas
Podridão mole

Patogenicidade Controle

Infecção: trato respiratório e


urinário Tratamento térmico

Fonte: pebmed.com.br
OBS.: MO COM * PATOGÊNICAS E DETERIORANTES
DETERIORANTES

PENICILIUM

BACILLUS* RHIZOPUS

ERWINIA BOTRYTIS
Erwinia

Características Condições

Bacilos pequenos
Enterobacteriaceae
Anaeróbias facultativas
Gram-negativos
pH ótimo 7,5
Móveis

Deterioração Controle
Sementes sadias tratadas
Podridão mole: destroem os vasos
Terreno drenado e irrigado apenas
vasculares do caule que impedem que
quando necessário
a água suba até as folhas (murcha)
caule oco
Fonte: www.sciencephoto.com
Bacillus

Características Condições
Produzem esporos, enzimas e toxinas Solo, água, fezes e alimentos
Patógenas (B. cereus) e Anaeróbias ou aeróbias
deteriorantes (B.subtilis) Diversas temperaturas
Bacilos gram positivos

B. subtilis B. cereus
. Produtos para panificação Gastroenterite
Esporos termorresistentes Aw entre 0,92 e 0,95
Aparência liguenta Até 7,5% de NaCl
Cozimento inativa formas vegetativas

Fonte: ionicafarmacia.com.br
Penicilium

Características Condições
Várias espécies são bactericidas Se desenvolve em frutas e
Corpo frutífero (esporos) vegetais frescos, especiarias,
Bolores e mofo em tons de cereais secos
verde a brancos Temperatura otima (21-25°C )
pH ótimo 3-4,5

Deterioração Controle
Não passar do prazo da colheita,
Frutos cítricas: Flacidez,
graneleiras e equipamentos de
redução na produção do
colheita sempre bem higienizados,
suco, são completamente
descarte correto e imediato de
tomados pelos esporos
alimentos contaminados.
Fonte: www.ciencias.seed.pr.gov.br
Rhizopus

Características Condições
Parasita facultativo de frutas e
vegetais maduros
Solo, frutos e vegetais em
Bolores
decomposição
Produz esporos
Rhizopus stolonifer

R.Stolonifer Controle
Pós-colheita, observada durante o Evita injurias causadas por danos
armazenamento e transporte. Penetra mecanicos
o fruto através de ferimentos. Causa Manter as caixas de coletas
podridão mole e aquosa na polpa e higenizadas
produz esporos em abundância na Fonte: www.istockphoto.com Frutos que caem no chão devem ser
parte externa acondicionados separadamente
Botrytis

Características Condições

Gênero de Fungos Desenvolvem em matéria


Bolores (filamentosos) orgânica morta
Atinge cerca de 26 vegetais Temperatura e umidade
relativa elevadas

Deterioração Controle
Causam podridão cinzenta Separação rápida da matéria
contaminada (em processo de
Lesões necróticas de cor marrom decomposição)
Cuidados no armazenamento
Mofo cinzento com a umidade do local
Fonte: www.epicgardening.com
Controle de microorganismos em AMP
1) A manipulação do produto deve ser feita a temperaturas baixas.
2) As práticas de processamento devem garantir, pelo menos, a
eliminação da flora deterioradora.
3) Os princípios da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
(APPCC) devem ser utilizados por todos os processadores.
4) As embalagens devem conter prazo de validade e aviso de como deve
ser armazenado o produto.
5) O material da embalagem deve ter permeabilidade a gases e ser
transparente, para permitir detecção visual da deterioração do produto.
Sanitização

https://youtu.be/3xw50sfOWdA
EXEMPLOS

Alface Morango Batata


Hortaliça Fruta não climatérica Tubérculo
Lactuca sativa Fragaria spp. Solanum tuberosum
ALFACE

Cultivo e Colheita Transporte


Solo, Insetos e Irrigação Caminhões refrigerados e
Manipuladores higienizados
UEPB: Staphylococcus aureus e Não utilizar caixas de
E. coli em todas as 20 amostras
madeira
Frescos e ventilados.

Armazenamento Cuidados no preparo


Resfriamento (1°C a 2°C) Água sanitária: 1 colher de
Murchamento (água) sopa em 1 litro de água
Sacos plásticos ou vasilhas filtrada por 30 min
com tampa
Alface minimamente processada

Fonte: UNIRIO
Fonte: Bem pra gente
Notícia

Fonte: agencia.fiocruz.br
MORANGO

Cultivo e Colheita Comercialização


Manipuladores Expostos a grandes
Irrigação (água e respingos) variações de temperatura
pH entre 3-3,9 Revista Cultivar:
Bolores e Leveduras Salmonella, Shigella,
Embalagens adequadas Enterobacter, Yersinia e etc;
em todas as amostras
Armazenamento Cuidados no preparo
-0,6°C a 0°C
Água sanitária: 1 colher de
Umidade Rel.: 90-95%
sopa em 1 litro de água
filtrada por 30 min
Morango minimamente processado

Fonte: Tecno Alimentar


Botrytis: podridão cinzenta; Rhizopus: podridão mole.

Fonte: https://www.cnpuv.embrapa.br/uzum/morango/pod_mole.html
BATATA

Cultivo e Colheita Transporte


Solo, Insetos e Irrigação Evitar choques mecânicos:
Colheita inadequada: danifica alterações fisiológicas e MO
Contato direto com o solo Caminhões com carrocerias
Bacillus Cereus e C. botulinum
abertas nas laterais
Exposição ao sol pós-colheita:
esverdeamento e murchamento. Caixas de madeira: injúrias

Armazenamento Cuidados no preparo


Frescos e ventilados Água sanitária: 1 colher de
Manter em T>10 °C devido ao sopa em 1 litro de água
acúmulo de açúcares redutores) filtrada por 30 min
Cozidas
Batata minimamente processada

Fonte: CNPTIA Embrapa

Fonte: DocPlayer
Erwinia carotovora: podridão mole Streptomyces spp.: sarna comum

Fonte: Fonte:https://www.agencia.cnptia.embrapa.
https://www.agrolink.com.br/proble br/gestor/batata/arvore/CONT000gnc4knh
mas/podridao-mole_1667.html 302wx5ok0edacxl4dhvv9y.html
REFERÊNCIAS
CENCI, S. A. . Boas Práticas de Pós-colheita de Frutas e Hortaliças na Agricultura
Familiar. In: Fenelon do Nascimento Neto. (Org.). Recomendações Básicas para
a Aplicação das Boas Práticas Agropecuárias e de Fabricação na Agricultura
Familiar. 1a ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2006, v. , p. 67-80.

BEZERRA, V. S. Pós-colheita de frutos. Macapá: Embrapa, dez. 2003. 26 p.

P. R. HAYES. Microbiología e higiene de los alimentos, traducido por PÉREZ, B. S.


Madrid: Editorial ACRIBIA, 1993. p. 104-106.

TELLES, E. O. Tema 2: microrganismos deteriorantes, patogênicos e


tecnológicos. Fatores intrínsecos e extrínsecos. VPS 22012: HIGIENE E
SEGURANÇA ALIMENTAR. 18 p.

APPCC na qualidade e segurança microbiológica de alimentos: analise de


perigos e pontos críticos de controle para garantir a qualidade e a segurança
microbiológica de alimentos, tradução D. Anna Terzi Giova. São Paulo: Livraria
Varela, 1997. p. 147-178.
REFERÊNCIAS
GOMES, Thaís Santiago. Pesquisa de Salmonella spp, Escherichia coli e
Staphylocccus aureus em amostra de alface e água de coco comercializadas
em Campina Grande PB. Acesso em: 14 de maio de 2021. Disponível em:
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/12239/1/PDF%20-%20Tha
%C3%ADs%20Santiago%20Gomes.pdf
MATTOS, M. L. T;; CANTILLANO, R. F. F. Belos e contaminados. Acesso em: 14 de
maio de 2021. Disponível em:
https://www.grupocultivar.com.br/artigos/belos-e-contaminados
JOSÉ, J. F. B. S.; SILVA, L. F. Ocorrência de patógenos em frutas e hortaliças.
Higiene Alimentar - Vol. 28 - n° 234/235 - julho/agosto de 2014.
BASTOS, Maria do Socorro Rocha. Frutas Minimamente Processadas: Aspectos de
Qualidade e Segurança. Fortaleza : Embrapa Agroindústria Tropical, 2006.
59 p.
NASCIMENTO, et. al. Alimentos minimamente processados: uma tendência de
mercado. Acta tecnologia. Vol. 9. N° 1 (2014) 48-61.
SANTOS et. al. QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE ALIMENTOS IN NATURA
MINIMAMENTE PROCESSADOS. Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.12, n.01, p.43-52,
jan/abr. 2019.
Fim!
Obrigado por assistir!

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