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Idealizado, produzido e editado

por Almir Chediak

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\. Volume 1
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'-t .32 músicas contendo melodia, letra e harmonia (acordes cifrados)
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~! • Todos os acordes cifrados estão representados graficamente
'I para violão e guitarra.
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n Lumiar Editora

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Volume 1 Volume 2
A transparência em pessoa I Almir Chediak 6 "Caju, cantar é que é a tua" / Leo Jaime O

O poeta de sua geração I Nelson Moita. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 O menino Cazuza / Gilberto Gil o

Cazuza nunca estava down l Rita Lee 11 Cazuza por ele mesmo O

Uma inteligência muito especial / Gal Costa 11 Um Caju ácido e doce / Roberto Frejat o
Álbum de farnflia 12 Sob o signo da mutação / Muniz Sodré o
Biografia I Jarnari França 18
O beijo na boca do lixo / Jamari França 22 I
"
Entre amigos 32
Lançamento do Songbook de Caetano Veloso 38
, I

MÚSICAS MÚSICAS
Azul e amarelo ,................................ 44 Amor amor o
Baby suporte 46 Bilhetinho azul o
Balada do Esplanada .48 Blues do iniciante ; o
Bete Balanço 50 Boas novas o
Billy Negão 52 Brasil o
Blues da piedade 54
B urguesla. o
Carente profissional :................................ 56 Certo dia na cidade o
Cobaias de Deus 58 Como já dizia Djavan o
Codinome Beija-flor 60 Completamente blue o
Conto de fadas 62 Cúmplice o .J
De quem é o poder 64 Down em mim O
-..!
I

Doralinda 66 Exagerado -' '.' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. o .J

Eu queria ter uma bomba '.' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Faz parte do meu show , . . . . . . .. o
~I
Eu quero alguém _ ",. . . . . . . . . . . . . 72 Filho único o
qarota de Bauru o ~I
Hei rei.................................................. 74
Ideologia ,.: o
j
Maior abandonado 43
Mal nenhum 76 Largado no mundo O

Manhatã 78 Medieval II .:............................................. o ~I

Nabucodonosor 80 Milagres o ---,1
• \ O tempo não pára i ••••••••••••••••.•••••••••• , •• •• . 82 Minha flor meu bebê o ~I
· Ponto fraco 106 Mulher sem razão o
· Posando de star 84 O Brasil vai ensinar o mundo o
, Preciso dizer que te amo 86 O nosso amor a gente inventa o-
Pro pia ha5ter feliz 88 Perto do fogo o
Por ai, o
Quando eu estiver cantando 90
· Quarta-feira 92 Porque a gente é assim? o
Ritual 94 Portuga o
Só as mães são felizes 96 Rock'n geral o
; Subproduto de rock 98 Só se for a dois ......•.................................... o
-Urn trem para as estrelas 100 Solidão que nada o
. Vai à luta 102 Todo amor que houver nessa vida o
: Vem comigo 104 Vida fácil o
; Discografia ':.: :: .,:: 108 Discografia '. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O
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1990

o 0:-. copyrighe, da~ L"OlllpO:-.il,;Út.':-. o Coordenação e Produção Gráfica: Muvsulinc Alvcx. Ricardo Giltv .
Romildo CJ"rr\l1. Paulo C~,ar GIlIllt."
rnu . .,jcai, inscrida-, neste álbum estão Tonico Fcmandes
indivada:•. no final de cudu mú ...ica. do ....Santo ...Junior. Fatima Pereira do-,
o Revisão de Texto:
Saruos . Ncrv a! M. Gonculvc ...•. C Direitos de Ediçâo para li Brasil:
o Editor Responsável: Fátima Pires tios Sunu»
J. Cu rio.'" va-, ...
:tIIlL'I..'!O".

Luis ClâuOh\ c JII~-IO H. ,\. Machado.

l'nblishing rigll,.\ [or Brasil:
Almir Chcdiuk LI/miar Editora. A\". NO.\',\l' Sl'lIhl/'eI
o Revisão de Partitura: de' Copacubunu. /Y5 -.\fIla Ó/fJ
LJ Projeto Gráfico: lan Gucst o Cumposicão (;nífira dt:s Acordes e RIO dr Janeiro - 8,.(/.\;( - TI'/':
Fcrnando Pena c' Letras com Cirr.a~: Muhitorm.r- "C/J54/,Y/N,
Almir Chcdiuk o Participaram da Produção deste

o Capa:
Snngbook:
Cri-rim, Diuv. Frcd Maninv.
o Compoxiçáo (;rafir.a da.'
Partituras:
Bruno Libcruti Ht'mmJino Rl.!i:-. (Dininho), Ldú ~\'h.'lInc Sou/a

, A transparênciaem pessoa_~
I
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empre tive um especial carinho pelo Cazuza:
e admiração por seu trabalho. Faz parte do
\ meu show, Brasil, Maior abandonado, To-
~ do amor que houver nesta vida, Preciso dizer que te
amo são músicas que vão ficar para sempre, têm
uma comunicação muito forte. Cazuza está entre os'
letristas mais significativos de nossa música. Sua
obra é uma das mais extensas, levando-se em conta
seus 32 anos de existência. Deixou aproximada-
mente 350 letras, grande parte gravada em discos e o
restante ainda sem as músicas. Suas canções foram
gravadas por grandes intérpretes, como Gal Costa,
Caetano Veloso, Rita Lee, Ney Matogrosso e Simo-
ne. Teve a felicidade de ver reconhecido o seu
trabalho, viver o auge da sua carreira. o que não
aconteceu com artistas como Noel Rosa ou Newton
Mendonça, que morreram sem ver o sucesso.
Falando de Newton Mendonça, lembrei-me de
Cazuza dizendo que não compunha muito as músi-
cas deixando isso mais para seus parceiros, porque
, d . 1- t d" f id
quan o pegava no VIOao u o icava pareci o com
.,
bossa nova. Um fato que tem a ver com
. . tudo ISSOe
que Faz parte do meu show era originalmente um
k " d R L dei I d C
roc com musica e enato a eira e etra e az~-
za, gravado pelo gru?O He.rva ~oce, mas_ a versao
\ que se tomou conhecida foi na mterpretaçao de Ca-
• zuza, que a transformou em bossa nova.
Conheci Cazuza no Natal de 1985, apresentado
• por Moraes Moreira, na festa de comemoração que
Lucinha e João Araújo ofereciam, quase todos os
anos. Nesta noite, conversamos muito sobre música
· e grafologia. Cheguei mesmo à fazer a sua análise
· grafológica. Ele ficou particularmente interessado
" quando lhe disse que sua letra era semelhante à de
Caetano Veloso, seu grande ídolo. Nesta mesma
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noite, Cazuza procurou-me em outros dois mornen-
tos para que eu lhe falasse da sua letra. Lembro-me
de ter dito que ele. era uma pessoa por demais criati-
va e que sua inteligência era mais intuitiva do que
matemática. Ele concordou. Conheci neste dia um
Cazuza tímido e introspectivo, que ouvia mais do
que falava. No final da festa, trocamos nossos tele-
fones e prometi lhe mandar meu primeiro livro, o
Dicionário de acordes cifrados -- ele havia cornen-
tado sobre o seu pouco conhecimento dos nomes dos
acordes. Meses depois, encontrei-o no Circo Voa-
dor e perguntei-lhe se havia estudado os acordes.
Ele respondeu que não, porque era muito preguiço-
50. Em 1988, voltamos a nos encontrar. Cazuza re-
solveu deixar a preguiça de lado para ter algumas au-
Ias de violão, mas era muito papo e pouca aula. Eu
gostava muito de conversar com ele. Era uma pessoa
totalme~te transpar~nte, p~ra. Muitas vezes me pas-
sava ate u~a ~erta ingenuidade, apesa: de todas as
suas expenencias com o lado louco ~a .vlda. Falava o
que sentia, sem a menor censura, nao Importava que
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assunto fosse; nao havia superego em Cazuza. Sua
vid a me Iem b ra um diita d o d o saábi101m
filI oso fIa dee VI T'
M' "T d ê tud da
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ala: u o e tu o e na a e na a.
Foi difícil para mim acreditar que o Cazuza sério
e compenetrado que eu havia conhecido naquela
noite de Natal em 1985 fosse o mesmo que estava
certo dia rolando no chão de um bar no Baixo Le-
blon, festejando o encontro de uma amiga comum
que acabara de entrar. Como eu estava um pouco
distraído e não percebi quem era o rapaz, perguntei
ao Moraes Moreira quem era aquele louco que esta-
va ali, e ele me respondeu: "É o exagerado Cazuza."
Quando olhei novamente, já eram duas pessoas ro-
lando no chão: a amiga acabara de entrar na loucura
de Cazuza.
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Para ilustrar um pouco mais esse seu lado espon- porque ele sabia que estava doente, e pela humilda-
tâneo, vou contar um fato que ocorreu numa dessas de e firmeza com que me respondeu. Não tive 'nem
nossas aulas e que me marcou -- foi a única vez ern- iniciativa, nem argumentos para convencê-Io.
que ele se irritou comigo e me deu uma bronca. De Meses depois, pensei em telefonar para ele e con-
repente, o alarme de um carro estacionado na rua vencê-Ia a fazer um Songbook menor e, dali a algum
disparou. Fomos àjanela e vimos de longe duas pes- tempo, um outro. Nada impediria que fosse assim.
soas perto dos carros estacionados e, como estava O tempo foi passando, cheguei a telefonar uma vez
escurecendo, fiquei achando, embora sem certeza, mais e não consegui falar. Ele havia piorado e logo
que poderia ser o meu. Em seguida, Cazuza come- depois foi para os Estados Unidos. Fui reencontrá-Ia
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, çou a gritar "pega ladrão", enquanto eu descia c_ar- numa reunião na casa de Chico Buarque. Nós nos
rendo. Ao chegar, vi que se tratava de um outro car- abraçamos e a primeira coisa que me disse, bastante
ro, cujo alarme havia disparado sozinho. Logo che- eufórico, foi que havia gravado Esse cara, COI11
gou o dono. Quando voltei, ele me deu a maior acompanhamento de piano, e que havia ficado mui-
bronca, dizendo que se eu tivesse prestado mais to bonito. Foi meu último encontro com Cazuza.
atenção não teria sido preciso aquele escândalo to- Aproveito a oportunidade para agradecer aos pais de
do. Pedi desculpas e retomamos ao violão. Cazuza, Lucinha e João Araújo, por terem acompa-
Por ocasião do lançamento do Songbook de Cae- nhado de perto todas as fases de produção deste tra-
balho. Enfim, agradeço a todos que colaboraram,
tano Veloso, convidei Cazuza para participar da fes-
para que este Songbook se tornasse realidade.
ta, cantando algumas músicas. Ele achou o máximo
e disse que cantava se eu o acompanhasse ao violão.
Marcamos um ensaio e combinamos que seriam três
Almir Chediak
músicas. Eu sugeri Esse cara. Ele completou com Al-
guém cantando e Janelas abertas n: 2. No meio do en-
saio, ele disse: "Acho que você canta superbem e é afi-
nado. Vamos cantar juntos." E determinou as partes
que cada um deveria cantar. Para mim, foi O máxi-
mo me apresentar ao lado de Cazuza.
Este Songbook já era para ter sido feito há muito
tempo, se não fosse um lado muito modesto de Ca-
zuza, apesar de ele declarar o contrário. Quando lhe
, propus fazer o seu Songbook ; ele me respondeu que
1 \

ainda era cedo, que preferia esperar mais uns dez

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anos, para que tivesse um repertório maior que pu-
desse justificar uma obra deste tipo. Fiquei um tanto
'-1 confuso com aquela inesperada resposta, primeiro
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 o poeta de suageracão__
primeira lembrança que tenho de Cazuza é a
A de um pouco mais que adolescente, anima-
díssimo, bebendo, dançando e falando alto:
um dos freqüentadores-emblema da Frenetic Dan-
cin'Days Discoteca, que abri no Shopping da Gávea
em meados dos anos 70 e foi a primeira discoteca
brasileira. Lá, Cazuza fervia todas as noites e penso
mesmo que receberia o troféu de assiduidade, caso
existisse algo semelhante naqueles tempos de loucu-
ra e dança. Simpático, alegre, superbonitinho, vejo-
o ainda na pista rodopiando. Vejo a casa quase vazia
nos fins de noite e ele lá, rindo e dançando, sempre
dos últimos a sair, sabe-se lá para onde.
O Dancin' acabou após três meses de festa inin-
terrupta e Cazuza seguiu. Pouco depois me chegou,
através de Ezequiel Neves, um cassete de uma nova
banda de rock, Ouvi e gostei, gostei muito; gostei
especialmente das letras, vivas, modernas, furiosas,
surpreendentemente maduras e ao mesmo tempo
mantendo o frescor e a fúria dos muito jovens. Eram
Cazuza e o Barão Vermelho. Gostei tanto que uma
tarde, indo à Som Livre, acabei mostrando para o
Guto Graça Mello, que era o diretor artístico, sem
\ dizer quem cantava e fazia as letras da banda. Ele
<I. também ficou muito impressionado, e muito mais
i
quando eu lhe disse quem era. Era do filho do dono
da gravadora, que nem desconfiava que tinha em ca-
sa um daqueles talentos raros e claros que as grava-
, \
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doras tanto procuram. Na minha frente, Guto pegou
=
o telefone e falou a João Araújo sobre a nova banda
com grande entusiasmo. Não vi a cara do João do
outro lado da linha, mas posso imaginar a sua
expressão quando, ao final de seu testemunho entu-
siasmado, Guto lhe disse que se tratava de Cazuza.
Foi lindo, como um filme, cenas de antinepotismo
explícito, com final surpreendente e feliz: Cazuza e
o Barão Vermelho contratados pela Som Livre.
Alguns meses depois, saiu o disco e me impres-
sionei tanto com a crueza delicada dos versos de Ca-
zuza, com sua suave contundência, com seu estilo
forte e original que, quando ele apareceu na noite de
autógrafos de meu livro Música, humana música,
. não hesitei em colocar na dedicatória: "Para o maior
poeta de sua geração ... "
E era mesmo.
Segui acompanhando a evolução de seu trabalho
com crescente entusiasmo e vendo que a dedicatória
que eu lhe tinha escrito com pretenso sentimento de
profecia era apenas uma constatação do óbvio.
Anos depois, fui a Roma. Não para ver o Papa,
mas para, a pretexto de acompanhar uma Semana de
Música Brasileira - organizada por Gianni Amico,
com shows de Caetano, Gil, Gal, Caymmi, Moraes
Moreira e o nosso papa João Gilberto -, tentar cu-
rar formidável dor-de-cotovelo. Naturalmente, pou-
ca coisa me fazia rir naqueles dias. Mas, já em Ro-
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ma, dei gargalhadas ao saber que Cazuza tinha ido

ao aeroporto do Rio para se despedir da amiga Bebel
Gilberto e da última leva de artistas que embarcava
para a Itália, e simplesmente tinha se empolgado e
comprado uma passagem na hora, desembarcando
em Roma com a roupa do corpo e estrepitosa ale-
gria. Lá, entre ruínas e em pleno verão, vivemos
noite inesquecível no Hotel Forum, convidados por
João Gilberto para uma longa e maravilhosa audição
na privacidade da suíte do mestre. Com os olhos bri-
lhando e - lembrança rara - em absoluto silêncio,
Cazuza ouviu João e poucos terão entendido, aprendi-
do e vivido tão intensamente este privilégio como ele.
Poucos terão, como Cazuza, vivido, aprendido e
ensinado tanto em tão pouco tempo. Poucos terão
dado tanto de si para a vida - em forma de total e
vertiginosa entrega às grandezas e misérias da con-
dição humana - e para a arte - em que transfor-
mou o que viveu tão intensamente com talento, co-
ragem e determinação. Entre delícias e sustos, gar-
galhadas e sobressaltos, foi um privilégio conviver
com ele e testemunhar a construção sólida do grande
poeta que adivinhei no adolescente que enlouquecia
na pista do Frenetic Dancin' Days.

Nelson Motta
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Cazuza nunca estava down

Levei algum tempo para visitar Cazuza porque me recusava a vê-lo doente. Como estaria
aquele cara que conheci menino - um menino que tinha uma energia danada? Ele ia
assistir, todos os dias, ao show do Babilônia, no Rio de Janeiro, e eu dizia para o João
Araújo, pai dele: "Sai da frente, que esse menino vai arrebentar!"
Foi uma coisa muito bonita aquela minha visita. Ele continuava 'espoleta' pra chuchu.
Quando me viu, fez uma cara de quem estava feliz. Fazia muito tempo que a gente não se
encontrava. Como nós sempre fomos muito magros, falamos de magreza, voávamos mais
alto do que os gordos, até que ele disse assim: "Você sabe, eu estava no meu sítio olhando a
lareira, vendo as chamas, e me lembrei dos teus cabelos vermelhos. Acabei fazendo uma
letra chamada Perto do fogo. Queria que você lesse."
. Quando li, adorei. "Putz, que bonito.Cazuza' Que legal! É a minha cara!" Daí ele me
perguntou quantos anos a gente teria no ano 2020. Ficamos conversando sobre isso, fiz
minhas contas: vou ter 72,73, e você? Ele teria 52,53. Estávamos pensando no futuro. Ele
só pensava no futuro. Gravei a música no dia em que ele morreu, sem saber que ele tinha
morrido. A lembrança que me ficou dele foi essa: Cazuza nunca estava dOIVI1, estava
sempre xingando, falando, dando ordens, cheio de futuro pela frente, botando os yás-yás
pra fora. Ele dizia: "Não quero morrer" e não morria. E não morreu.

RitaLee
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Umaintelisência muito especial

Era um grande poeta, autor de letras maravilhosas. Era também uma figura inquieta e
inquietante, irreverente, um ser humano extraordinário. Gravei algumas coisas dele e
adoro cantar versos como "eu quero a sorte de um amor tranqüilo" ou "com sabor de fruta
mordida". É o grande letrista da sua geração, ao lado do Amaldo Antunes, dos Titãs. Outro
aspecto que me parecia interessante em Cazuza é que ele conhecia muito bem os
compositores tradicionais brasileiros. Ele tinha uma inteligência muito especial.

Gal Costa

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Álbum de família

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Cazuza com Cazuza com

O pai, João, a mãe, Lucinha,
em Friburgo, com 5 meses. em Friburgo, com 5 meses
No carrinho de bebê,
com 3 meses, 1958 ~i

Cazuza
no primeiro carnaval,
1959

No carrinho de bebê,
com 3 meses, em
Vassouras, 1958

Cazuza com
a mãe, Lucinha,
no primeiro carnaval,
1959

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 ...••......... ,-- ~._-_.

Ani versario de 2 anos de Cazuza , Cazuza corn

na casa da avó Alice, 3 anos de idade,
abril de 1960 julho de 1961

No Jardim de Infância Cazuza no apartamento

Chapeuzinho Vermelho de Ipanerna, Rua Prudente
<:» (sentado no chão - segundo de Moraes, 923/101,
da esquerda para a direita), 1963 julho de 1961
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Cazuza no dia
do aniversário de 5 anos, 1963
Carinhas no primeiro
aniversário, 1959

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 Cazuza com 2 anos de idade

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Cazuza com a avó,

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João, julho de 1966
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(na fileira de baixo é o quinto,
<:» da esquerda para a direita)
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-:Álbum de família

Cazuza com 7 anos Cazuza com 12 anos

de idade na Praça Nossa de idade - foto de
passaporte para viagem ao Paraguai I
Senhora da Paz, em Ipanema
---

Cazuza com 6 anos

de idade em seu I? dia
de aula no Colégio Santo Inácio

De bicicleta na
Rua Prudente de Moraes
em Ipanema, 1%7

Cazuza com a avó

materna, Alice,
4- em Vassouras, 1966

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 Foto para passaporte,
abril de 1978

·
_I ~.
Com o pai, João, Com a mãe, Lucinha,
em Vassouras, 1966 aos 3 anos de idade,
na praia de Ipanerna,
verão de 1962

Cazuza aos 12 anos

Cazuza no carnaval de idade na casa de
em Vassouras, 1960 Ricardo Quintana. em Rio'Bonito

,-_o'

Cazuza com Lucinha

aos 8 anos de idade, 1966

I
•r.
Et.
i:
11
Cazuza com o pai, João Araújo - dia dos pais, 1984
o dia 4 de abril de 1958, nascia
N na Casa de Saúde São José, no
bairro de Humaitá, no Rio de Ja-
neiro, Agenor de Miranda Araújo Neto.
O nome pomposo, uma homenagem ao
· avô, usineiro em Pemambuco, seria mui-
· to pouco usado porque o jovem Agenor
recebera um apelido dado pelo pai antes
· mesmo de nascer: Cazuza, uma gíria nor-
,: destina para moleque.
.,' Um casal de amigos vivia dizendo que
, ia ter um filho que, um dia, se casaria
com a filha dos Araújos. O pai respon-
.dia, com plena convicção: "Eu vou ter
'um cazuza."
Dito e feito. O parto foi normalíssimo
.e Cazuza veio alegrar a vida do jovem ca-
sal João Araújo, ele com 21 anos, ela
'com 20, casados um ano antes na base do
'vamos-dividir-a-despesa. O começo de
vida foi duro. João era divulgadorda gra-
vadora Odeon - trabalhava com Ângela
Maria, Dalva de Oliveira - e Lúcia cos-
~rava para fora, uma atividade que man-
teve até a adolescência de Cazuza.
O casal se instalara num quarto-e-sala
em Ipanema, bairro onde Cazuza viveria
a vida inteira. Amamentado pela mãe no
primeiro ano de vida, ele cresceu sadio e
18
c-_
Songhook o Cazuza
não foi do tipo barulhento. Era quieto, ti-
nha poucos amigos e não se enturmou
nem quando entrou, aos quatro anos, pa-
ra o Chapeuzinho Vermelho, um jardim
de infância até hoje instalado em lpane-
ma. Com seis anos, ingressou no Santo
lnácio, um colégio caro, que exigiu bas-
tante esforço dos pais para manterem em
dia a mensalidade e todas as despesas de
material.
"Eu vou ter
umcazuza"
Filho único, compenetrado e solitá-
rio, Cazuza se interessou desde cedo pela
leitura, tomando-se um ávido e precoce,
consumidor de enciclopédias, para gáu-
dio dos amigos da família, que gostavam
de lhe fazer perguntas sobre assuntos di-
versos. A avó até queria mandá-Io ao pro-
grama O céu é o limite, para mostrar seus
conhecimentos, mas a idéia não vingou.
Quando tinha mais ou menos nove
anos, um conhecido venezuelano que era
vice-rninistro dos Transportes em seu
país foi jantar na casa dos Araújos e falou
sobre a construção de um túnel que, se-
------
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gundo ele, seria o maior do mundo. Ca-
zuza contestou a informação, saiu da sala
e voltou com a Delta-Larousse para pro-
var. O visitante ficou.espantadíssimo e,
quando voltou a Caracas, passou a man-
dar livros e publicações para o menino,
que tinha um interesse especial por geo-
grafia e urbanismo.
A cultura geral de Cazuza acabou fa-
zendo com que ele se desinteressasse do
colégio por volta dos 12, 13 anos de ida-
de, declarando uma guerra aos estudos
formais que o levaria a parar de vez no
primeiro ano de Faculdade de Comunica-
ção, aos 18 anos de idade. Depois de fi-
car algumas vezes em recuperação, Ca-
zuza acabou tendo que sair do Santo Iná-
cio, onde não era permitido fazer recupe-
ração em mais de três matérias.
A partir daí, começou uma romaria
por colégios onde ele pão esquentava a
cadeira, muito mais interessado que esta-
va nas farras pelas noites do Rio, com di-
reito a bebedeiras, baseados e sumidas de
casa, deixando os pais em pânico. Fã ar-
doroso de Caetano Veloso, ele ficava
azarando o Cae nas dunas do barato em
Ipanema. Imitava o cabelo do Caetano e
tudo. Outros baianos adorados eram
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 Songbook o Cazuza

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Cazuza com Lucinha, Natal de 1986

19

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Ruul Seixas t' os Novos Baiauos que. um
belo dia. b:ltl.'ral11na poria dos Araújos.
l l.rvi.un acabado de chegar ao Rio para
~ra\'ar um disco com a produção do João
~\ratí.iLle n,-IOtinham onde ficar.
:\quL'la tribo de loucos Instalou o caos
nu qU:lrlo-e-sala dos Araújos. Cazuza fi-
cou fascinado por eles. Tinha noite de
J,):-IO L'Lúcia chegarem em casa e encon-
tr.ucm o filho alimentando a sempre in-
':Il'i,í"cl fome dos Novos Baianos. Sob a
prl'ss,-IOpaterna. Cazuza foi trabalhar co-
mo divuluador da Som Livre, com O salá-
rio pago pelo pai do próprio bolso, como
se a empresa estivesse pagando.
A promessa de um carro, se passasse
no vestibular, levou Cazuza a se reconci-
liar temporariamente com os estudos for-
mais, terminando o científico através do
I
Dotes poéticos
despertados
• na adolescência
""
supletivo e fazendo o vestibular. Apesar
de não ter feito cursinho e de ter feito
uma prova quase de porre - foi levado
pela mãe depois de chegar em casa de
manhã, bêbado -, passou para comuni-
cação na Hélio Alonso.
Nesses anos, ele iniciaria a busca de
uma vocação na vida, o que só viria
quando entrou para o Barão Vermelho.
no final de 1981, e descobriu que seus
dotes poéticos, despertados na adoles-
cência, serviriam para fazer canções.
Antes, aproveitando o dinheiro que a car-
reira bem-sucedida do pai proporcionara
à família. Cazuza tentou muita coisa, in-
cluindo um curso de teatro em Londres,
durante quatro meses, e um período de
sete meses em Oakland , no outro lado da
baía de San Francisco, dedicado ao estu-
do de fotografia e à pintura. Ele voltou
com um bom acervo de pinturas e foto-
... grafias, e chegou até a fazer fotos profis-
sionalmente para a gravadora RGE.
Tornou a incursionar pelo teatro em
1980, quando entrou para o curso do As-
drúbal Trouxe o Trombone, no Circo
VOadM,\ ficando na turma de Perfeito
Fortuna. Ele participou de duas peças.
Numa delas. Para-quedas do coração, a
mãe o viu cantar pela primeira vez. Claro
que ficou encantada ao ver Cazuza no al-
to de uma escada cantando Edelweiss,
numa versão 'avacalhada' de A Noviça
, Rebelde. A outra montagem foi uma pe-
ça infantil de criação coletiva, Parabéns
pra você.
No final de 1981 ele chamou o pai pa-
ra uma conversa. Queria dois anos com
; direito a mesada para se dedicar a um no-
20
j .. _..•
~~-----~--------~--------~~-~~----------------
Songbook o ÚlZUZa
vo projeto: uma banda de rock chamada
Barão Vermelho. João Araújo deu uma
gargalhada mas concordou, com uma
condição: dois anos e nem um dia a mais.
No começo do segundo ano. os Araújos
foram a um SIIOII' do Caetano Vclosono
Canecão.
Li pelas tantas. instalado no banqui-
nho , violão em punho. Caetano atacou
Todo amor que houver I/CS!ll vida, Lúcia
virou-se para João e disse: "Esta música é
do Cazuz a." Ele teve uma reação tipo
"Ha, ha, eonta outra", com tal convicção
que a própria Lúcia ficou na dúvida.
Quando Caetano acabou. desandou a
elogiar Cazuza e a reclamar das rádios
que não tocavam o Barão Vermelho. que
já tinha gravado o primeiro disco.
Cazuza, em outra mesa. foi às nuvens
com os elogios derramados de um de
seus maiores ídolos. Começara o reco-
nhecimento, que viria ainda naquele
1983, a partir do Barão s'ermelho 2, e,
antes de vencer o prazo fatal combinado
com o pai, Cazuza já tinha conseguido sua
independência financeira. O problema era
saber administrá-Ia com seu proverbial
desligamento para coisas materiais. Um
dia, chegou para a mãe, entregou-lhe as
contas da luz e do telefone. e um cheque
arnassadíssirno, pedindo-lhe que as pa-
gasse para ele. Lúcia viu que o cheque era
200 vezes mais do que o valor das contas e
perguntou o que faria com o troco. "Fica
pra você", respondeu Cazuza.
Ela, então, resolveu tornar providên-
cias e pediu para administrar o dinheiro.
dele. Cazuza concordou, passando uma
procuração em cartório para a mãe cuidar
de tudo. Ele era totalmente esbanjador,
principalmente com os amigos. pagando
..-..J
uísque para todo mundo nos bares .do
Baixo Leblon.
No começo do Barão, ele foi morar no
Alto Leblon, num apartamento dos pais,
na terceira vez em que tomava o rumo de
fora de casa. Da primeira vez. Cazuza se' "
instalara num apartamento na rua MOT)te~ -'-.
negro. em Ipanerna. de onde acabou: re-
bocado de volta pelo pai, porque acontc-
cia de tudo por lá. Numa outra vez, mo-
rou com Patrícia Casé , num apartamento
no Jockey Club, na época em que fazia
teatro.
No balcão
da Ponte Aérea
A relação conturbada com os pais -
típica da adolescência e juventude - era
responsável por estas idas-e-vindas.
Mais tarde tudo se estabilizou, e ele até
dizia que ficara frustrado por' não ter po-
dido dar um apartamento para os pais
quando ficara famoso e ganhara dinhei-
ro, como o fizeram tantos outros artistas.
Costumava dizer que tinha inveja do Léo
Jaime. que havia passado fome antes de
vencer na vida. Ele, Cazuza , tivera tudo
nas mãos. ..•...•.I
Famoso. 'profissionalizou' sua loucu-
ra, transformando-se numa figura folcló-
rica que dava muito trabalho para os co-
legas do Barão. A mãe vivia ouvindo
queixas. Cena vez , o Barão tinha que ir
para São Paulo. mas como Cazuza não se
apresentou na hora. os outros 'se manda-
ram' e deixaram a passagem dele no bal-
cão da Ponte Aérea. Cazuza tinha horror
de viajar sozinho de avião. Quando sou-
be que tinha sido deixado para trás, deu
de ombros e foi para a praia.
O mundo desabou nos ombros de Lú-
cia Araújo, que foi bem direta com Ro-
berto Frejat , dando-lhe as duas alternati-
vas possíveis. Ou botava o Cazuza para
fora do Barão ou escalavam alguém para
I
ficar sempre de babá. Eles escolheram a ~.
segunda alternativa. Cazuza só encarou
as responsabilidades quando ficou solo,
até porque não tinha escolha, mas sem-
pre manteve sua explosiva maneira de le-
var a vida. Mesmo na fase terminal, de
volta à casa dos pais, ele se manteve ale-
gre, cercado de amigos e jamais se tor-
nou uma pessoa amarga. Viveu até a últi-
ma gota.
Jamari França
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Songhook o Caznza

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Cazuza recém-chegado dos EUA, onde estudou fotografia, 1980

21

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 Songbook o Cazuza

o beyo da boca do lixo

A vida é bela e cruel despida
I
-----

Tão desprevenida e exata

Que um dia acaba
I
(Ritual) -r--,

mdia qualquer de 1982 no Wes-

U tem Club, um bar no Humaitá,

Zona Sul do Rio, onde bandas de
má iniciantes do Rio de Janeiro come-
çavam sua caminhada. Os menos de 100
lugares eram facilmente preenchidos por
parentes e amigos. Era a noite de uma
banda com o nome inspirado na caracte-
rização feita pelo Snoopy de um piloto
que está sempre travando duelos aéreos
com o Barão Vermelho, o famoso ás voa-
dor alemão da Primeira Guerra, Manfred
von Richthofen. Sobem ao palco cinco
garotos com cara de recém-largados das
fraldas. O visual jeans-camiseta-tênis
não antecipa o tipo de som que fazem;
pode ser qualquer coisa.
Um, dois, três e explode nada menos
que rhythm' n' blues, o ritmo nascido no
Sul dos Estados Unidos das mãos caleja-

Duelos aéreos ._-

como Primeira formação do Barão Vermelho: Frejat, Maurício, Dé, Goffi e Cazuza.

Barão Vermelho
das dos ex-escravos negros. O Barão, ali
com menos de um ano de vida, tinha um
som enérgico, ainda amador, mas vivo e
estimulante. Acontecera de novo aqui no
Brasil como acontecera no mundo todo.
\ O som negro bateu primeiro na preferên-
" cia da juventude inglesa dos anos 60, que
o se encarregou de espalhá-Io ao mundo,
mobilizando jovens de todos os quadran-
• tes com sangue negro nas veias.
Cazuza conheceu o som negro de
Rolling-Stones e Janis Joplin quando ti-
nha 14 anos, identificando-se
o da mesma
maneira com que se identificava com a
música de Caetano Veloso, Gilberto Gil
e outros nomes da música popular brasi-
leira. Através do apelo dos tropicalistas
aos nomes antigos da MPB, Cazuza tinha
aprendido a ouvir e gostar de nomes co-
'mo Lupiscínio Rodrigues, Nelson
Gonçalves e DaIva de Oliv.eira, sem falar
'em outros que faziam parte do cotidiano
graças ao pai, João Araújo, então produ-
tor e hoje big boss da empresa de marke-
,ting Som Livre.
Numa viagem aos Estados Unidos,
quando tinha 20 anos, instalado em San
Francisco por sete meses, Cazuza desco-
briu que os mestres do blues também
gostavam do que ele chamava de 'temáti-
ca contramão', de 'sempre amar a pessoa
errada'. Cazuza já fazia essa poesia de
contramão desde a época do Colégio
Santo Inácio , onde passou dez anos, jun-
to com um grupo de amigos que se acha-
vam superiores ao resto e formavam uma
espécie de Sociedade dos Poetas Mortos,
somando os dotes intelectuais aos exces-
sos comuns da adolescência.
Quando voltou dos Estados Unidos,
resolveu mergulhar nas artes, deixando
de lado outros pendores como a geogra-
fia, a arquitetura e o urbanismo. Come-
çava a trajetória rumo ao Barão Verme-
lho. A trupe do Asdrúbal Trouxe o Trom-
bone já levantara a lona do Circo Voador
no Arpoador, onde rolavam mil e uma
atividades. Cazuza se engajou num gru-
po de teatro e estreou como cantor na pe-
ça Pára-quedas do coração. Ele cantava
o tempo inteiro, com destaque para uma
sacanagem com A noviça rebelde, o filme
com a Julie Andrews. Na versão 'cazuzes-
ca', os filhos do barão Von Trapp desco-
briam que a noviça era um travesti ...
E isso era só o começo. Cazuza não
estava na vida para dar mole pra nin-
guém. Rapaz comportado até a adoles-
Sociedade dos
Poetas Mortos
cência, aos 15 anos rodou a baiana, tor-
nando-se um menino-problema para os
pais e um alucinado companheiro de es-
bómia para os amigos. Nessa época, ele
começou a criar o personagem que iria J.
usar durante 15 anos - "boêmio, aluci-
nado, apaixonado, pessoa que vive na
noite, na loucura, procurando sempre
uma coisa que não encontra".
A 'fórmula' do personagem incluía
doses generosas dos "meus heróis, Hum-
phrey Bogart, James Dean, Lupiscínio
Rodrigues" mais os anti-heróis da beat
generation - Kerouac, Ginsberg, Bur-
roughs -, responsáveis pelo way of lije

22

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Songbook o Cazuza

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Cantando numa oas apresentações do Barão Vermelho, 1985
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\.--

rocker adotado por Cazuza, simbolizado
em eternos jeans colados no corpo, tênis
ou botas, camiseta, jaqueta jeans e o
lenço na cabeça. Como também não po-
dia deixar de ser, drogas e mais drogas:
uísque, uísque, maconha. cocaína e sei lá
mais o quê. Ah, e sexo pra cacete com to-
do mundo que lhe desse tesão, não im-
porta se homem, mulher ou uma das inú-
meras variedades existentes por esse
mundo afora.
Ariano com ascendente em Sagitário,
Cazuza passou a viver sob o signo do
excesso, da overdose de vida, do escan-
caramento, tudo isso tendo como pano de
fundo o desencontro, a fossa, a incapaci-
dade de ser feliz, a sensação de não per-
tencer a lugar nenhum. Isso aparecia toda
hora nas letras, dando um toque para se
entender o Cazuza oculto no persona-
gem: "Eu não amo ninguém, parece in-
crível/ não amo ninguém/ e é só amor que
. eu respiro".
Corte para a confusão do Circo Voa-
dor no verão de 1982. Por lá também cir-
culava um jovem goiano, Léo Jaime, que
acabaria sendo a ponte para a entrada de
24
~====~---------------------------------------------~
Songbook o Cazuza
Cazuza no Barão Vermelho. O Barão,
um bando de garotos loucos que ensaiava
no Rio Comprido perturbando a sanidade
da vizinhança, soou aos ouvidos de Ca-
zuza como uma espécie de Led Zeppelin,
um 'rockão gostoso' e ele foi chegando
de fininho. A banda tocava muito cover,
mas Cazuza se animou a.mostrar suas le-
o que não é rock:
é o acomodado
tras para Roberto Frejat. Houve a empa-
tia e o início de uma parceria que ia durar
para sempre.
Cazuza proclamadamente não enten-
dia de rock' n' rol! e nem esse era seu gê-
nero musical favorito, mas tinha cons-
ciência de uma coisa: "Rock é a música
do século 20. Tudo é rock. O que não é
rock é o acomodado, o que não reclama."
Daí, ele mergulhou de boca no rock, tra-
zendo para o som do Barão um estilo de
letra que misturava o grito dos algodoais
do Mississippi com a dor-de-cotovelo do
Lupiscínio. Ele adoravaMaysa, Dolores
,,
..-..
Duran, Nelson Gonçalves, uma alma to-
talmente samba-canção. Uma vez, num
programa da Rádio Cidade, onde funcio-
nou como disc-jockey, Cazuza tocou bo-
lero, blues, samba-canção e bossa nova.
Rock, nada.
A roupagem sonora do Barão serviu
para dar uma moldura superforte para
suas letras. O rhythm' n' blues e o blues
são sentimento acima de tudo e os meni-
nos do Barão tinham o feeling certo. A
pegada da:'guitarra de Frejat mostrava a
negritude de sua alma. O mesmo aconte-
cia com a base de Dé/ Guto ecom Maurí-
cio, cigarro no canto da boca e dedos no
órgão Korg, fazendo-o chorar com um
blueseiro do delta do Mississippi.
A primeira tendência do Rock Brasil a
se projetar na mídia, via Blitz, tinha um
approach humorístico ou então um estilo
mais ingênuo que falava em fazer amor
de inadrugada e em passeios de lambreta
perturbados por um guarda careta. Nesse
quadro, o som do Barão Vermelho se
destacava pelas tintas fortes de uma poe-
sia sofisticada que resgatav:a temas de
fossa do brega e da cafonice para uma

'";;
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~f
I
Cazuza com Bebel Gilberto no Circo Voador, 1981
linguagem atual, cheia de gírias do coti-
diano, refletindo a vida da juventude ur-
bana de classe média, justamente o gran-
de mercado abandonado pela MPB, solto
no ar e ávido por algo com que se identi-
ficar:
E essa identificação veio através de
jovens iguais a eles, cantando músicas
sobre àzarações movidas a chope e batata
frita, mas também falando coisas como:
~I
I "Eu não sei o que meu corpo abriga! Nes-
sas noites quentes de verão/ E nem im-
porta que mil raios partam/ Qualquer
se~tiqo vago de razão/ Eu ando tão.down/
Outra vez vou te cantar, vou te gntar, te
rebocar do bar." Qual era a daquela ban-
da de garotos com um som tão sofrido e
um cantor de voz rouca vomitando isso aí
em cima e mais versos bukowskianos co-
mo: "Da privada eu vou dar com a minha
cara de babaca pintada no espelho/ E me
lembrar sorrindo que o banheiro é a igre-
ja de todos os bêbados/ Eu ando tão
down"?
Aí tinha coisa. O rock começou a des-
pertar a atenção de gravadoras e da mídia
,~raças à série Rock Voador do Circo
'-í..-
~-
Songbook o Cazuza
Sháw do Barão Vermelho na Sucata, 1983
Voador, já instalado nos arcos sonoros
da Lapa, e às demotapes enviadas para a
Rádio Fluminense. O Barão já tinha en-
contrado a sua fada madrinha, um tres-
loucado personagem que Cazuza chama-
va de 'O Abominável Ezequiel das Ne-
ves'. Era Zeca Jagger ou Angela Dust,
duas facetas do mesmo personagem, um
Mercado
abandonado
pelaMPB
dos jornalistas musicais mais brilhantes
(e põe 'brilho' nisso) que já viram a luz
do sol nesta Terra de Santa Cruz.
Zeca é a própria paixão em forma hu-
mana e tomou-se de amores 'passionalér-
rimos' pelo Barão e por Cazuza em espe-
cial. "Pode ser que eu seja exagerado.
Está bem, eu sou exagerado. mas nin-
guém escreve como Cazuza. É como ou-
vir um rock em inglês. Fiquei inteira-
mente louco e gratificado de ter uma gen-
te tocando e cantando assim. É rock sem
-----------,
frescura, sem nada de bem-comportado,
garagem mesmo. Ultimamente as coisas
andam muito inofensivas, sem rebeldia,
e se continuam assim morrem."
(Era a definição perfeita para a música
do Barão. De quebra, Zeca se confessava
um exagerado e foi pensando nele que
Cazuza compôs a música que puxaria seu
primeiro disco solo em 1985 e grudaria
na pe1e como definição perfeita de sua
[dele, Cazuza] imagem pública.)
Os deuses conspiravam pelo rock e
naquele mesmo 1982 o Barão chegou ao
vinil, ironicamente pela Som Livre de
João Araújo, mas sem qualquer mordo-
mia. Produzido pelo Zeca e por Guto
Graça Mello, o LP lançado em outubro
parecia uma gravação pirata. Seu som
precário, totalmente chapado, sem gra-
ves ou agudos, prejudicava bastante a au-
dição da música do Barão. A reação da
crítica foi chamar a banda de verde mas
promissora e quase nada aconteceu em
termos de mídia.
O primeiro LP já explicitava as in-
tenções do Barão, ao proclamar que
"rock em geral é bem alto, pra se ouvir
25
$t4FM.';
 ~
, I. Songbook o Cazuza t"
I'[ 1·
i.,
em qualquer nave". c linha roques di!c-
rentes corno li histôria de Billy Ncgüo,
i;
um m.rl.mdro rOIll:lIlIico que bateu uma
carteira para pagar o pivô c "sorrir cheio \"
t,
de dentes para o meu amor/ Mas ~I,~.nem
olhou: Foi me chamando de ladrao .
Tumbém no primeiro disco estava To- h
tio (/11/(11' (I{/(' houver nesta vida, a belíssi-
111~1 letra que Caetano Veloso resgataria
L',lillUllla roupagem mais adequada que o
arr.uuo original no show UIlS. de 1983,
IlHlst'rand(; em toda plenitude um elos
Ill~lisbelos poemas de Cazuza. Ao ouvir
tl disco cio Barão, Caetano rompera em
I~ígl'imas c diagnosticara: "Esse menino é
um poeta.

A grande
verdade
não dita
Muita gente ouviu Todo amor ... no
LP ao vivo O tempo não pára e levou um
susto ao saber que a música era do pri-
meiro LP elo Barão. É mais uma prova da
miopia (e ela surdez) ele setores da mídia
que precisam de estímulos extramusicais
para reconhecer talentos. Estava tudo lá
desde o começo, mas o endeusamento só
começou quando a notícia da Aids se es-
palhou e passou a ser a grande verdade
não dita. até Cazuza abrir o jogo em feve-
reiro de 1989.
Os jovens que lotavam as noites de
sexta e sábado do Circo Voador soube-
ram reconhecer logo o Barão; o mesmo
aconteceu com jovens de outros quadran-
tcs e, nos palcos, os barões entraram o
ano ele 1983 a caminho do segundo dis-
CO, o Barão Vermelho 2, o LP da virada.
Mais à frente, um grande sucesso deles
diria "quem tem um sonho não dança". O
Barão tinha um sonho e não dançou.
Quando Barão 2 foi para a rua, com
e-
, um som bem gravado e um notável pro-
gresso na parte musical, as coisas come-
çaram a acontecer. Até a crítica não-
roqueira recebeu bem o disco, corno foi o
caso ele Joaquim Ferreira elos Santos, da
Veja, um amante da música cios anos 50 e
da velh~ MPB. Mr. Ferreira definiu o
. Barão numa frase genial: "O estranho ca-
samento do rock visceral dos Rolling
Stones com as imagens despudora-
damente românticas e violentas de Lu-
piscínio Rodrigues."
Na veia. A parte musical pulsava for-
,te, enquanto Cazuza soltava suas histó-
rias de amores mal resolvidos ou ocasio-
nais e as desesperanças de uma vida boê-
mia bem ao estilo cabaré anos 80. Disco
na rua, a banda ficou naquela tensão do
vai ou não vai, toca na rádio ou não toca,
·t,
Cazuza numa das aprcscntaçócs do Barão Vermelho.
até chegar a ajuda de dois medalhões da
MPB. O já citado Caetano Veloso. um dos
ídolos maiores de Cazuza, não só cantou
Todo (/11101' qi« houver nesta vida no Ca-
necâo, como abriu o verbo contra as rádios
por não tocarem as músicas cio Barão.
Aí entrou em cena Ney Matogrosso e
aqui passo a palavra a Cazuza numa ma-
téria que fiz para o Jornal do Brasil em ja-
neiro de 1984, com o título "Barão Ver-
melho: os malditos chegam ao sucesso":
"O Ney chegou lá em casa, tocou a
campainha, a empregada atendeu e me
acordou dizendo que 'seu Ney Matogros-
so estava aí'; eu resmunguei "ah, traz a
Gal Costa também' e continuei dormin-
elo. O Ney foi no quarto, começou a bater
na minha cara - nós temos intimidade
pra isso -, gritando pra eu acordar e ga-
nhar dinheiro. Ele tinha ouvido o disco e
resolveu gravar Pro dia nascer feliz. Eu
disse 'não, pelo amor de Deus, é nossa
música de trabalho, grava outra'. Ele ba-
teu o pé e acabou sendo nossa fada ma-
drinha. Ney provou que o Barão é viável,
discutiu com a gravadora, que não queria
botar essa música de trabalho no disco
dele, e soltou na rua."
Logo as rádios abandonaram a relu-
1985
tâneia contra o original e começaram a
tocar o Barão. Daí, tudo começou a se
precipitar. Na Rede Globo, pintou parti-
cipação no especial PIIIIICt, Plact, Zum
fi, todos os barões caracterizados de um
jeito diferente: Cazuza se vestiu de ro-
queiro dos anos 50, com terno, gravata e
cabelo com brilhantina. A música que
eles cantavam era Subproduto de rock e a
uma insinuação minha de que era auto-
biográfica, Cazuza me mandou "engolir
a língua para morrer envenenado".
A grande oportunidade veio através
"Os malditos
chegam
ao sucesso"
do convite do diretor Lael Rodrigues
(1951-89) para fazer o tema e participar
do filme Bete Balanço, O Barão aparecia
como uma banda de rock em algumas ce-
nas, uma delas gravada no Circo Voador,
com Caz u z a vestido num modelito
Fredelie Mercury (Queen), para simboli-
zar o ideal de uma banda de rock nos so-
nhos da personagem Bete (Débora Blo-
ch), A música estourou nas rádios de to-

26

Cantando numa das apresentações cio Barão Vermelho, 1985
do O país em meados de 1984, puxando o
filme para uma bilheteria que chegou ao
milhão e meio de espectadores, e proje-
tando o Barão Vermelho ao estrelato.
Nessa época, Cazuza estava instalado
num apartamento no Alto Leblon, dado
pelo pai, com carro também dado pelo
pai e grana insuficiente no bolso. O di-
nheiro escorria fácil em romarias pela
noite do Baixo Leblon (Guanabara e Real
Astória), regadas a uísque e cocaína, as
drogas favoritas. Ele vivia mergulhado
na personalidade pública que adotara, re-
"Eu preciso dos
amigos para
me proteger"
forçando-a em entrevistas onde se, pro-
clamava louco, escancarado, bêbado e
'porra-louca'. Quem passasse pelo Bai-
xo às cinco da manhã de um dia qual-
quer, poderia comprovar tudo isso. Com
sorte, talvez pegasse Cazuza em cima de
uma mesa ameaçando tirar a roupa-em al-
tos brados.
Não dispensava a ironia em relação a
si mesmo. Tinha uma coisa saudável de
~,
Songbook o Cazuza
r com o desconhecimento
~
o prensa não-especializada,
"
t Cazuza como 'I íder do Barão Verme-
não se levar muito a sério. Às vezes, con-
fessava se sentir "um pouco meio Carli-
tos", para definir sua falta de jeito nas
coisas do dia-a-dia, ou então se intitulava
"o Ibrahim Sued do rock", para auto-
sacanear a falta de intimidade com a gra-
mática, "Tenho o dom de escrever, mas
sou nulo em ortografia, O meu cópi é o
Ezequiel Neves. Uma vez eu quis rimar
'não me importam que mil raios me par-
tam' e o Zeca quase morreu quando ou-
viu," Ele também definia o esc ancara-
mento como uma forma de esconder a ti-
midez e, pela mesma razão, andava sem-
pre em bandos: "Eu 'preciso dos amigos
para me proteger."
A timidez só acabava no palco, como
definiu a Playhoy, em 1984: "(No palco)
aflora um lado sensual meio incontrolá-
vel. Às vezes entro de pau duro. Outras
vezes, entro morrendo de medo, mas
cantando solta o tesão, Sem brincadeira,
é lance sexual mesmo. Fora do palco,
sou tímido, um menininho, e me sinto
profundamente desajeitado, mas no pal-
co sou um Super-Homem."
No contato com as grandes platéias,
Cazuza foi se tornando superstar. A rní-
dia começou a se interessar pela banda
típico da im-
privilegiando
lho', o que ele não era, Se havia (e há) al-
gum líder no Barão, seu nome é Roberto
Frejat. Cazuza, na verdade, funcionava
como uma espécie de anticorpo dentro da
banda. Ele era o único nào-rnúsico e esta
condição dificultava o relacionamento.
sem falar da personalidade difícil e do
comportamento caótico,
Essa posição ficava explícita nas en-
trevistas do Burâo. Numa que eu fiz para
o lançamento de Maior abundonado, por
Interrompia
sempre com
suas loucuras
exemplo, Guto , Maurício e Robcrto res-
pondiam às perguntas, enquanto Cazuza,
além de responder uma coisa ou outra,
interrompia sempre com suas loucuras,
Quando isso acontecia, os demais se eu-
Iavam, esperavam ele acabar e retoma-
vam o papo, Uma vez, eles estavam fa-
lando de sua nova aparelhagem, citando
guitarras, tambores, falantes e amplifica-
dores, quando Cazuza mandou: "Eu vou
cantar com 14 gargantas e nove bucetas",
emendando em seguida com vários pala-
vrões dirigidos ao repórter.
Ao lançar Maior abandonado, em ou-
tubro de 1984, o Barão já ostentava sta-
/I/S estelar e a música-título, mais lima
dor-de-cotovelo lupiscín io-cazuzcsca ,
logo se tornou sucesso estrondoso. Além
da aparelhagem maravilhosa, era o pri-
meiro 5170\\' com cenário e roupas espe-
ciais para usar no palco, nada muito dife-
rente do cotidiano, mas pela primeira vcz
não entraram em cena com a roupa da
rua, Em Sarnpa , lotararn o Radar Tantâ;
no Rio, entupiram o Circo Voador.
Maior teve uma das primeiras letras
de Cazuza falando de temas sociais, Mi-
lagre: "Que tempo mais vagabundo esse
agora! Que escolheram pra gente viver."
Ele só entraria mesmo nos temas sociais e
políticos a partir do segundo disco solo, Só
se for a dois, influenciado pela engajada
Legião Urbana. "Eu tenho inveja do Re-
nato Russo. inveja criativa", proclamava,
Mas antes teve o primeiro semestre de
1985, vivido na euforia do sucesso, casa
cheia para todo lado, Rock in Rio, e a
realização dos sonhos intelectuais e ma-
teriais. Na hora de preparar o quarto dis-
co, a coisa ficou feia. No começo de
agosto de 1985, o repórter que vos fala
anunciava. no Jornal do Brasil, "O últi-
mo ato do Barão Vermelho", o divórcio,
ironicamente com uma foto onde segura-
27
~-+-~-~--.-...,...
~",-·~,..~Ie'rt'"-.L"A

varn seu primeiro disco de ouro, faturado
com Maior abandonado,
Foi uma lavação de roupa suja. O Ba-
rão acusou Cazuza de sair na última hora
com o disco pronto. Cazuza não negou
1 isso. Comentou apenas que queria fazer
I- um som mais adulto, menos garagem,
mais chique. Nesse dia, 3 de agosto de
1985, ele estava internado no Hospital
São Lucas, em Copacabana, atingido por
uma inflamação pulmonar, a primeira
manifestação da Aids que o mataria no
dia 7 de julho de 1990.
Nesses 1.798 dias, Cazuza gravaria
cinco discos solo (um duplo e um ao vivo)
e daria uma lição de coragem, cujo traço
, maior foi continuar lutando até o fim. Ele
se transformou gradualmente num adul-
to, numa pessoa capaz de admitir a felici-
dade, num crente em Deus -- antes con-
fundido com os padres do Santo Inácio,
odiados por ele.
Cazuza-estreou solo com Exagerado,
no final de 1985, ele na capa, com seu
uniforme jeans, envolvendo um disco
ainda cheio de rockn' roll, com pistas da
suavidade que estava por vir em Codino-
me Beija-Flor. A sempre saudável auto-
ironia brilhava em Medieval /1: "Será que
eu sou medieval! Baby, eu me acho um
'cara tão atual! Na moda da nova Idade
Média! Na mídia da novidade média."
Pra não perder a fidelidade ao persona-
gem, que aqui ganhava seu hino-Exa-
gerado --, Cazuza cantava Só as mães
são felizes, uma frase de J ack Kerouac
28
Songhook o Cazuza
usada como ponto de partida para uma
investida edipiana. Nas entrevistas se-
guintes, não deixou por menos: admitiu
comer a mãe e o pai. O personagem ainda
continuava forte nele.
As letras estavam cada vez mais pesa-
Pelado pelos
corredores
do hotel
das, envolvidas com um sentimento qua-
se punk: "Você nunca sonhou! Ser curra-
do por animais! Nem transou com cadá-
veres! Nunca traiu teu melhor amigo?! E
nem quis comer a sua mãe." E mais: "Ca-
güetern-se solidários! Antes do interro-
gatório! Engrandeçam a mentira! Dêem
sentido à vida! Tenham fé, tenham medo!
Ou usem anestesias/ Uniformes, fantasias!
Vejam que liquidação!/ E se as suas cons-
ciências/ Tão bondosas dizem não/ Já é
um bom motivo/ Pra gente comemorar/ O
rock da descerebração." (Rock da desce-
rebração, usado na peça Ubu Rei, dirigida
por Luiz Antônio Martinez Correa.)
Wally Salomão compôs junto com
Frejat Balada de um vagabundo, inspira-
do numa viagem que ele fez com Cazuza
a Salvador, em que se impressionou com
o escancaramento de Cazuza, saindo pe-
lado pelos corredores do hotel aos bra-
dos, com o telefone arrancado da parede
na mão, para protestar contra o péssimo
roam service. "Um vício só pra mim não
--------------------~~=~
" ',"""",
basta! ( ... ) Um vício pra mim é pura cas-
cata/ Faço 13 pontos! Sou pule premiada
no jogo do bicho! Eu sou o beijo da boca
do luxo na boca do lixo! Eu sou o beijo da
boca do lixo na boca do luxo."
Cazuza adorou estes dois últimos ver-
sos, achou bem a sua cara, circulando
nos ambientes mais luxuosos e tendo o
mesmo trânsito nas bocas do lixoda vi-
da. Para os eternamente escandalizados
com seu jeito de ser, ele respondia com
Mal nenhum , composta em parceria com
outro exagerado, Lobão. "Eu não posso
causar mal nenhum! A não ser a mim
mesmo! A não ser a mim."
Uma outra música de Lobão, lado A
do single do Grande Lobo que tinha Mal
nenhum, Decadénce avec elegance, tra-
zia outro verso que caía bem como um
jeans desbotado em Cazuza: "É melhor
viver dez anos a mil do que mil anos a
dez." Em 1986, esse ritmo de vida super-
sônico e desregrado começou a cobrar a
conta. Depois de lançar Exagerado, a ale-
gria pelo sucesso foi abalada pelos proble-
mas de saúde, ainda insuficientes para
comprometer o fôlego para o trabalho.
No segundo semestre de 1986, estava
pronto o segundo LP individual, Só sefor
a dois, lançado apenas em março de
"I
1987, devido à mudança de gravadora. A ,",I
Som Livre acabou com o cast e o LP saiu
pela PolyGram, saudado pela crítica co-
---I
mo um momento de virada. A capa mos- -"I
trava Cazuza de roupa suja deitado no
meioda rua, com um sorriso bem mole- ~I
""""""'I
I
J
_~L

~\ , Cazuza ainda teria forças para levar
que, e a música de trabalho, O nosso
amor a gente inventa, dava a impressão
de que Cazuza andava suavizando-se,
mas isso não era verdade ainda.
A música-título, uma das mais bri-
lhantes escritas por ele, mesclava o rela-
Prenunciando
a explosão
futura
cionamento pessoal com um agudo senti-
do social e político, prenunciando a anos antes e o emagrecimento foi atribuí-
explosão futura de Brasil -- composta
para o filme Rádio Pirata, de Lael Rodri-
gues --, Ideologia e Burguesia. "Aos fi-
lhos de Gandhi! Morrendo de fome! Aos
filhos de Cristo/ Cada vez mais ricos!
(...)0 mundo é azul! Qual é a cor do
amor/ O meu sangue é negro, branco,
~I
amarelo e vermelho/ ( ... )As possibili-
~'I dades de felicidade/ São egoístas, meu
amor/Vlver a liberdade, amar de verda-
de/ Só se for a dois."
=1
'--i
A volta aos palcos aconteceu em maio
de 1987, quando Cazuza estreou um
i ShOlV no Teatro Ipanema com uma forte
postura roqueira simbolizada nas ,duas
guitarras pesadas de Torcuato Mariano e
Ricardo Palmeira. Neste ShOlV, foi apre-
sentado pela primeira vez Brasil, sucesso
e prêmio Sharp apenas em 1988, no ras-
tro de uma novela global das oito. Era o
último ShOlV do personagem exagerado,
sua despedida do rock numa perjorman-
----------------------------------------,----------,--~--------~~,-===~-:~~~,~~~~~~;
Songbook O Cazuza
ce imperdível, registrada em especial pe-
la TV Manchete e que merecia virar ho-
me video .
A Aids voltou a se manifestar em ou-
tubro de 1987. Cazuza baixou à Clínica
São Vicente, no Rio, para tratar nova
pneumonia. A doença não seria assumi-
da publicamente antes de fevereiro de
1989, numa entrevista à Folha de S, Pau-
lo nos Estados Unidos, enquanto se trata-
va no New England Medical Center, em
Boston. Em 1987, ele alegou seqüelas da
pneumonia que o tinha derrubado dois
do a problemas do fígado.
No final do ano, Cazuza passou três
meses internado em Boston, quando viu
a cara da morte, mas conseguiu adiar o
fim com a determinação de legar seu tra-
oalho solo mais bonito, o álbum Ideolo-
gia. Também voltou totalmente diferente
dos Estados Unidos. O exagerado ficou
para trás, trocado por uma pessoa madu-
ra, amante da vida e crente na felicidade.
Essa recoriciliação consigo mesmo e com
a vida apareceu em Ideologia com uma
face dúbia, em cima do muro. Os heróis
mortos de overdose, os inimigos no po-
der, o prazer como risco de vida. No
mesmo momento em que mergulhava em
si mesmo procurando se entender melhor
como pessoa, Cazuza não dispensava a
ironia, anunciando ter pagado a conta do
analista para nunca mais saber quem era.
Nessa difícil e sorrida fase terminal,
Cazuza jamais perdeu o espírito libertá-
rio. denunciando os conservadores que
se apoderaram da Aids como uma ban-
dcira para pregar o obscurantismo. Vivia
repetindo que IÚO se podia abrir mão ele
liberdades, '-10 duramente conquistadas
por cuuxu t.. '~tJma doença que vai ter cu-
ra daqui a dois' anos";:" .
"Eu al'110que a i\id/~st~í sendo l"ada
para justificar um movimento conserva-
dor: para tentar um retrocesso em tudo
que se ganhou com a revolução sexual. A
retomada do amor. do rom.uuismo: eu
acho o m.ix imo , acho maravilhoso. mas
Oshow
celebrava
a vida
temos que tomar cuidado porque a edu-
cação sexual nos colégios hoje cst~i as-
sim: 'Você tem que casar virucm com a
sua namoradinha virucm , s~não você
morre.' É o que estão armando. aliando o
sexo à morte o tempo todo", denunciou
ele aoiomal do Brasil, em abril de 1988.
Ideologia aos palcos a partir de agosto ele
1988, com o pontapé inicial dado em São
Paulo. Não era mais o espetáculo de
rock , mas um show mais MPB, chique,
produzido por Ney Matogrosso, com um
Cazuza comedido. elegantemente vesti-
do por Gregorio Faganello. O sliow cele-
brava a vida e era impossível não ir às lá-
grimas quando ele abria com uma inter-
pretação sentida de Vida louca vida ,de
Bemardo Vilhena e Lobão. A indignação
também estava presente em Brasil, a mú-
sica que melhor traduzia o sentimento
dos brasileiros com o estado do país na
época,
O sucesso, estrondoso de ponta a pon-
ta, encheu casas e mereceu manchetes
elogiosas Brasil afora, Quando aportou
no Canecão, no Rio de Janeiro, em outu-
bro, houve a gravação de um LP ao vivo,
puxado pela antológica e indispensável
O tempo não pára, uma espécie de conti-
nuação de Brasil. Cazuza denunciava a
transformação do país, então sob Samey,
num puteiro, em nome do lucro pessoal
de uma meia dúzia. Ironizava os abutres
da imprensa, que viviam antecipando seu
funeral nos versos: "Eu vou sobreviven-
do sem um arranhão/ Da caridade de
quem me detesta." E advertia: "Se você
achar que eu estou derrotado/ Saiba que
ainda estão rolando os dados/ Porque o
tempo não pára."
Infelizmente, depois disso, tudo foi
ficando mais difícil. Internaçôes no Rio,
em São Paulo e Boston mobilizaram to-
dos os recursos da medicina para prolon-
29
I _~ __
Songbook o Cazuza

gar 11 vida túo preciosa e tão ex~lIa~a na

última incursáo no palco. No início de
1989. Ca:wza estava novamente interna-
do na Clfnica São Vicente, de onde saía
para sessões de gravação na P~ly9ram
do álbum duplo inicial~~nte batlz~do de
A volto do Barão, depois Burguesia. Ele
também teve licença para comemorar
seus 31 anos de idade el\l casa com os
amicos, no dia li de abril. A saída, Cazu-
za trazia escrito na camiseta: "1 have no
drinking problems: 1drink, 1get drunk, I
fali down" (Não tenho problemas com a

Um gênio
rebelde
premiado
bebida: bebo, fico bêbado e caio). Era
uma ironia com seus vícios. Na fase difí-
cil da doença, tentou controlar o consumo '"
de álcool e drogas, mas havia recaídas que
preocupavam os amigos e os pais. Ficar
totalmente careta era impossível. '"
Tudo isso fez de Burguesia, seu últi- Cazuza com Dé, 1983
mo disco, um produto confuso e polêmi- ~
.a:I>
co. A crítica não soube o que dizer, divi- c
;:. ~
dindo-se entre o aplauso discreto e a ava- o
.n
liação negativa comedida. É um mau dis- ~
co, não há como negar, fruto de uma si- ~ '""'
.-...,
tuação caótica totalmente inadequada pa-
ra se gravar um LP: a saúde precária, a .--..,
gravação confusa, arranjos malfeitos, a
imprensa vudu, a voz fraca. "
Ainda assim, havia momentos bri- '"
lhantes. A fúria da faixa-título assustou
.-..,
muita gente, O disco azul (rock) foi exe-
crado, mas o amarelo, soft ; MPB, trazia ~
belos momentos como Azul e amarelo e
Cobaias de Deus, Prêmio Sharp póstumo -e-,
1990 . Cobaias foi escrito com Ângela
Rô Rô, outra ídala, eAzul e amarelo com "

Lobão, um companheiro, dois dos mui- ,...."

\ tos parceiros de um poeta generoso e po-
-<I' livalente, amplamente reconhecido e .,
i premiado. Cazuza ganhou três prêmios
Sharp (Brasil, Cobaias e Preciso dizer
que te amo), dividiu orgulhosamente .~,

com Chico Buarque o prêmio de melhor

~
letrista de 1987, dado pela Associação
Brasileira dos Produtores de Discos, e ~
viu sua vendagem sair dos 45 mil discos
de Exagerado para os 560 mil de O tem- ----.
po não pára. Contava com orgulho ter '"
realizado seus sonhos. Reconhecido por
seus ídolos, comeu quem sonhava co- ~
mer, foi popular e premiado. Aliás, nun-
""
ca um gênio rebelde foi tão premiado,
uma realidade que certamente não esca- ~
paria à sua veia irônica se a vida não lhe
fugisse tão cedo. ~"'\

~
J amari França Prêmio Sharp 1988 - melhor música, melhor cantor pop rock
........,

30
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Show Só sefor a dois, Teatro Ipanerna, maio de 1987
'-'
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 Entre amigos

Cazuza com
Lobão no Morro
da Urca, 1983

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I ' '}
--.., \
cf--,"t ,

I' ~ '~{:
~

Chico BUarqUe! "~ j.. ",. ' '~

e Cazuza.:
" "\ '
1986 ~ .J.\ ' \

Cazuza com
Sandra de Sá
1986 '

-r-,
i

.'

L Regina Casé
Roberto MenescaJ'
t Caetano Veloso'
Herbert Vianna'
, Grande ütelo'

I :}alusa Barcelos',
e
Cazuza Zizi Possi
num programa
I da TVE, 1984 ~~~.'
,=='dlI"~
'-1,,-
.. '-._- --------_._---

Cazuza com
, Ezequiel Neves -
I Vernissage de

: Maurício Arraes,
Ij
. 1983
!
l
/

Caetano Veloso,
Ney Matogrosso e . j
Cazuza na cobertura i
I "
' ....,
da Lagoa, 1988 ~
 =!m~~~~t;e;iii.iii~~;;j;~-·~~~f;S:~~=S:Oií:Z~~--------------------~""",\\."
~' ~
,,",

Entre amigos
Elvira Pagã e
Cazuza num coquetel,
1983

Olívia Guimarães, ?,;

Fagner,
Denise Dumont
e Cazuza, 1984

Cazuza com
João Araújo, Gilda
Mattoso e Cacaia -
Teatro Ipaiiema,
maio de 1987

Cazuza com Dé
(Barão Vermelho) em
seu apartamento
da Lagoa, 1988

~~,.~-~~5~~~~,:::~~~~f~~'\~~.~
~-------------------- ==~··~"""'·~·~·""'·±f"-";-.s<;:-",v':!",-'''''·''-'-''''''''''-'-'''-''~'-- ~~
.- ._-------- _._-~ - '0.'

__ o • __ •••• ------------------------

Lucinha Araújo .
. Cazuza e Marina=-s
aniversário de
Cazuza no Castel,
1985

".......,.-~-~._._._-------_._~
. ...-.
i··. -s-
 .r-..,

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Entre amigos ~~
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.,. ..,.~fJ;'.'.".;1 Cazuza

;e;n em casa
'!ffJ;;g;
com Nilo Romero,
:'it Femando (holding),
, " João Rebouças,
." Birnbâo (luz),
t~/ Luciano (guitarra),
Cristian (bateria),
1988

Cazuza 'com a
secretária Femanda
Pessoa e.Gilda
Mattoso na casa de'
João e Lucinha,
Natal de 1988
"

"+

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-,
r,
 TimM' ala, Cazuz
e Almir Chediak a
~o lançamento
, o Songbook
de Caetano, 1988

G' Marina
n, Lulu Santo~
,e Cazuza no :
revéillon em casa i
de Lllibeth, 1988

r
Cazuza e Gal Costa ~.
no rcvéillon em
casa de Lilibeth,
1988

Paulo Ricardo
com Moira
EvandroM'
N'I ,
esquita
10 Romero '
Cazuza
' ' T orquato
'

ft\j, '
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anano
, J~ão Rebollças
Lidoka '
Fernando M '
Dé.Ri oraes
, RICardOPai "
Ezequiel Neves meira,

, e Denise Barroso -'

Show Só sefor 'd'" '
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camarim
I d a
o Teatro ,', OIS,;

panerna, maio '

de 1987 ' ,

'r,:~7;~~~~
.
-- _. ~
, '

Cazuza no show de lançamento do Songbook de Caetano Velo~

',.

/-",i
 Cazuza cantando Todo amor que houver nessa vida
com Caetano, Boite People,
dezembro de 1988

Cazuza cantando com Lulu Santos,

Boitc Pcople, dezembro de 1988

Cazuza cantando Esse cara

com A1mir Chcdiak , dezembro de 1n~

s-,
1
"
ÍÍ"r
 i',

,
\
~:.;
'-'"
',- ,- ..

~.
,>" '

a saudade é grande, mulher 'vermelha tiro no coração. estou

escrevendo numa tarde cinzenta e fria dai resolvi bater à
\t.

"
\
\
',.,
máquina elétrica. estou ouvindo o último disco do the
Smiths e me sentindo meio hemisfério norte; o cara na sala
'
~~
, \
"
conserta o 'meu vldeo. estou com um da Billie Holiday lindo, "

filmados numa boate, ela escarrando antes de cantar com

os olhos molhados boca amarga sorriso de criança baby \.
'(1."
porque nossos corações' são tão atormentados?
ainda não estive com Rita prá saber novidades, eu sou ~
tão, dif1cil'.de .eac r-ever.,mas aqu1'vâ6 noYldad,es.que
não dão no telefone. tenho trabalhado bastante, prá
espantar a solidão e os maus pensamentos. hoje, pela 4561

\
viz resolvi que preciso fazer análise, porque tehho seritido
muito medo. medo de voar, de entrar no palco, de amar, de
morrer, de sse r-feliz. medo de fazer análise e não ter mais
problemas e perder a inspiração .••eu fiz 28 anos e descobri
um cara solitário sem vocação pl'á solidão. ultimamente
eu passo mal quando não tem ninguém perto, chego a ter
febre, é uma loucura. o menino sõzinho brincando de cidades
desertas cresceu e quer amar, mas é tão dificil. eu vou
chegar pro analista e vou dizer: eu quero aprender a mar.
estou gravando um disco, está quase pronto, e as músicas
revelam muito isso que eu tô te contando, só que de um jeito
sarcástico, debochado e por isso mesmo profundamente triste.
~iver é bom nas curvas da estrada, solidão que nadaL
viver é bom partida e chegada, solidão que nadal
esse é o refrão de uma balada blue que talvez seja a música
de trabalho, e é a minha vida nesses m~ses, de aeroporto
em aeroporto (cada aeroporto é um nome num papel, um novo
rOEto atr;c do mesmo v~u). daqui a pouco eu e~CI'evu a letra
todal tem um blues que fala "ando apaixonado por cachorros
e bichas, duques e xerifes, porque eles sabem que amar é
abanar o rabo, lamber e dar a pata". forte, né?
ah , estou .f'Lc ando 'careca, fico passando minoxidil prá fingir
que é possivel parar o tempo. eu queria parar o tempo e
voltar prábarriga da mamãe, ma~ ia ficar tudo tãó parado.
voe e vai continuar ga.l\tandode mim se eu ficar careca?
eu penso mui to em voe ai, menina linda tent ando o grande
é

sonho americano. eu ando muito cansado prá ir à NY, vou

tir~r férias depois do disco na chapada dos guimarães,
onde urna amiga minha tem 'um sitjo. às vizes eu fico pensando
no porque disso tudo, ganhar dinheiro cantando as minhas
aventur3G de desv~ntur3s. compr~r uma fazenda e fazer filh0s
talviz fosse uma maneira de ficér,na'terra p~á sempre,.
porque discos arranham e quebram,••••mas eu acho que no
fundo não passa de uma grande vladagem minha esses papos.
te amo muito. do nosso jeito.
beijos em Ma.rgarida. (agora botei morte em ve?eza na, vi trólrJ
,~ beijos no new american boy Diogo. e beijos pra quem e de
beijos. e abraços prá quem é de abraços. ciaol

\,

\ nise DU(I\on\.
\
I
Carta para De
I
,
/
'-,

Songbook o Cazuza

Maior abandonado
FREJAT E CAZUZA

E C#m7 B7 A G#m F#7 F#~

I I·I I lV[E1 li fEl

, t

E I I I I I I I I I I I C#m7 I B7I E I I I I I .I
Eu tõ perdido Sem pai nem mãe Bem rra porta da tua ca--sa Eu tô pedindo A tua mão

I I I I I C#m7 I B7 I A II I B7 I I I A I I I B7 I I I A I I I G#m I
E um pouquinho do bra-ço Migalhas dormidas do teu pão Raspas e res-tos Me

I I F#7 I I I F# ~ I F#7 I A I I I B7 I II A I I I B7 I I I A I I I G#m I

inte-res-sam Pequenas porções de ilusão Mentiras smce-ras me

I I F#7 I I I I I I I B7 I I IIIIIE - I I I I I I I I I I I
inte-res-sam Me inte-res-sam Eu tô pedindo A tua mão Me leve para qualquer

C#m7 I B7 I E I I I I I I I I I I I C#m7 I B7 I A I I I B7 I I
Ia do Só um pouquinho De proteção Ao maior abandona--do Teu corpo com amor

I A I I I B7 I I I A I I I G#m / I I F#7 I I I F#! I F#7 I A I I I B7 I I I A

ou não Raspas e res-tos me inte-res-sam Me ame como a um irmão

/ I I B7 / I I A I I I G#ml I I F#7 I I I I I I I B7 I I I I I I I
Mentiras since-ras me inte-res-sam Me inte-res-sam

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Rua Visconde de Ouro Preto, 75 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
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Songbook o Cazuza

Azul e amarelo
CAZUZA, LOBÃO E CARTOlA

G7M Am7 A/G G/B G/D D#o Em

li I I I IlII I I h
I
'.-...,

G / G7 / C / Cm / Gm / CO / C / C#o / G
Anjo bom, anjo mau Anjos existem E são meus inimigos E são amigos meus E as fadas

/ G7 / C / Cm / Gm / CO / G / C#o / G7M /
As fadas também existem São minhas namoradas Me beijam pela manhã Gnomos existem

Am7 / G7M / Am7 / G7M I. Arn7 / G7M

E são minha escolta Anjos, gnomos, Amigos, amigos Tudo é possível Uma vida futura, passada

/ Am7 / G7M / o/G / G7M / o/G/G7M /

Existem também drogas pra dormir E ver os perigos no meio do mar O sono pesado,
I
'"'
Am7 / G7M / Am7 / G7M / Arn7 / G7M /
tudo meIO drogado Existem pessoas turvas, pessoas que gostam E eu estou de azul e

Am7 / <y'B / Am7 / G7M / G7 / C / Cm

amarelo De azul e amarelo Senhores- deuses me protejam De tanta mágoa Eu estou

/ Gm / CO / C / C#o /
pronto para ir ao teu encontro, senhor Mas não quero, não vou, eu não quero não quero, não vou, eu

G / G7 / C / em / Gm / CO / C / C#O / G7M / o/G / G7M

c·
não quero Existem também drogas pra dormir E ver os ------i

/
perigos ...
.
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I , \

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Songbook o Cazuza

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Am7 G7M
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Arn7
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G7M ,A1G G7M 6 A1G

G7M 6,' Am7 G7M Arn7 G7M Arn7

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G7M G7
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45
 Songbook o Cazuza

Baby suporte
CAZUZA, BARROS, PEQUINHO E EZEQUIEL

G D7 F# F D~(9) C

ma I ti a I I
I I I
D C# G/B Bm C/G 07(#9)

IJlIIlIIJlIIlJI
I I I Ii I I Ii I I Ii I IIIIIIIIIIG I I I
Suporte baby, baby supor-te, suporte baby, baby supor-te Amor escravo de

D7 II I G I I I D7 I I I G. I I I F# I I I F I II G I I
nenhuma palavra Não era isso que você procurava Não viu no fundo da retina a mágoa A luz confusa

I D~(9) I II G III D!(9) III G I I I C I I I G I I I

onde o tudo é o nada A esperança está grudada na carne Que diferença há entre o

D I I C# C I I I o/B. I I I D IIIIIII Bm I I I D I II G
amor e o escárnio? Cada carinho é o fio de uma navalha Oh! Baby não chore Foi

I )/G G D III Bm I I I D I I I C I I I Bm I C C# D F / I
apenas um corte A vida é bem mais Perigosa Que a morte Suporte oh, Baby su-porte!

G7(#9) I II I II II I II I I D!(9) I
Supor--te Baby, Baby suporte suporte baby, baby supor-te

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 Songbook o Cazuza

Balada do Esplanada
CAZUZA - POEMA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

C7(13) F7(9) Al>7 G7 Bl>7

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C7(13) / / / F7(9) / / / C7(13) / / / F7(9) / / / C7(13) /
Ontem de noite eu Procurei Ver se aprendia como é que se fazia Uma

/ / Ab7 / / / G7 / / / Bb7 / / / G7 / / /
balada, antes de ir pro meu hotel É que esse coração Já se cansou de viver só E quer então Morar

Bb7 / / / C7(13) / / / F7(9) / / / C7(13) / / / F7(9) / / / C7(13) / / /

contigo no Esplanada Contigo no Esplanada Pra respirar Abro

F7(9) / / / C7(13) / / / Ab7 -/ / / G7 / / / Bb7

a janela Como um jornal Eu vou fazer a balada Fazer a balada Do Esplanada e ficar sendo o

/ / / G7 / / / Bb7 / / / C7(13) / / / F7(9) / / /

menestrel E ficar sendo O menestrel do meu hotel Do meu hotel do meu hotel

C7(13) / / / F7(9) / / / C7(13) / / / Ab7 / / / G7 / /

Mas não há poesia num hotel Nem mesmo sendo O Esplanada um grande hotel Há poesia

I Bb7 / / / G7 / I / Bb7 I / / C7(13) / / / F7(9) / / /

na dor, na flor, no beija-flor Na dor, na flor, no beija-flor, no elevador No elevador

C7(13) / / / F7(9) / / / C7(13) / / / Ab7 / / / G7 / / /

Como um jornal eu abro a janela eu abro a janela do esplanada pra ficar !--..

Bb7 / / / G7 / / / Bb7 / / / C7(13) / / / F7(9) 1-.,

,sendo o menestrel pra ficar sendo o menestrel do meu hotel do meu hotel

J.I / C7(13) / / / i"

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Songbook O Cazuza

C7(13) F7(9) C7(13)

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F7(9) C7(13) Ab7

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C7(13) F7(9) C7(13)

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G7 Db7 -$- C7(13)

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Dete Balanço
CAZUZA E FREJAT

.. Em? Am7 Bm7 c Bm B7(1) 13) F#m Em

11111rfff11tllflll ; i
/ Em7 / / / / / / / / / / / / / / / Am7 / / / / / /
Pode seguir a sua estrela O seu brinquedo de "star" Fantasiando em segredo O ponto aonde

/ Em7 / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Am7 / / / /
quer che-gar O teu futuro é duvidoso Eu vejo grana, eu vejo dor No paraíso perigoso

/ / / Em7 / / / / / / / Bm7 / / / C / Am7 / Bm / / /

Que a palma da tua mão mostrou Quem vem com tudo não cansa Bete Ba-lanço meu amor,

C / B7(b13) / Em7 / / / / / / / / / / I / / // / // / / / / / Am7 / / / / / / / Em7

Me avise quando for a ho-ra ---.,
.'"

/ / / / / / / Bm / / / F#m / / / Brn / / / Em / / / Bm / / /
Não ligue pra essas caras tristes Fingindo que a -gente não existe Sentadas, são

F#m / / / Bm / // C / / / / / / / Em7 / / / / / / / / / / / / / / / Em7 / / /

tão engraçadas Donas das suas sa-Ias Pode seguir a sua estrela

/ I / / / / I I !/! / Am7 / / / / ./ / / Em7 / / / / / /

O seu brinquedo de "star" . Fantasiando em segredo O ponto aonde quer chegar

/ / / / / / / / / / / / / / / / / Am7 / / / / / / /
O teu futuro é duvidoso Eu vejo grana, eu vejo dor No paraíso perigoso Que a palma da tua mão

Em7 / / / I / / / Bm7 / / / C / Am7 / Bm I// C / B7(b13)

mostrou Quem tem um sonho não dança Bete, ba-lança por favor Me avise quando for

. / Em7 / / /
.,. ". embo=ra

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Songbook o Cazuza

Am7 (voz) .
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F#m Bm ,~m. Bm

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'Billy Negã,o
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D G7 A G# G c

D / / / / / / / / / / / / / / / G7 / i i
Eu conheci um cara Num bar lá do Leblon Foi se apresentando "Eu sou Billy Negão" A turma da Baixada

/ / / / / D / / / / / / / A / / G# G / / G#
Fala que eu sou durão Eu s6 marco touca É com o coração. . . Bati uma carteira pra pagar o meu pivô
I
---.
A / / G# A / / G# A / / G# G / / G# A / / G#
Sorri cheio de dentes Para meu amor! Mas ela nem olhou Foi me xingando de ladrão! Pega ladrão!
I
-'--o,
G7 / / / / / / / D / / / C / / / D / / / C / /. / / / / / D / / / / / /
Pega ladrão! Alguém passava perto E sem querer escutou --"-
I

/, / / / / / / / / G7 / / / / / / / D / /
Correu no delegado E me dedurou Que logo o bairro inteiro Caiu na minha esteira Pois nesta D.P. Eu I
,'"'"

/ / // / A / / G# G / / G# A / / G#
estava na maior sujeira E nesse instante Eu vi parar um camburão E O Billy sartô fora Cum a minha

A ! / G# A / / G# G / / G# A / / G# G7 / / / / / / /
grana na mão Deixou na minha conta Um conhaque de alcatrão Pega ladrão, pega ladrão

D///C///D///C ///////A///G ///A///G///A///G ///AIII

G// / D // / / / / / / // / / // / G / / / / / /
Billy dançou, dançou coitado! Billy dançou, foi baleado Billy dançou coitado

/ D //1 I/I I A / / / / /// G I I ID

4-
\ Billy dançou foi enjaulado Foi autuado enquadrado condenado um pobre coração rejeitado!

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 Songbook O Cazuza

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53
 Songbook o Cazuza

Blues .da piedade

CAZUZA E FREJAT

G A7 B7 C7 B7(1)13) . D6/F#
Em

1111191
Em / / / G / / / A7 / / /
Agora eu vou cantar pros miseráveis Que vagam pelo mundo derrotados Pra essas sementes mal plantadas Que já

B7 / / / Em
\
/ / / C7 / / / A7
nascem com cara de abortadas Pras pessoas de alma bem pequena Remoendo pequenos problemas Querendo

/ / / Em / / / / / / / C7 / / / A7 /
sempre aquilo que não têm Pra quem vê a luz Mas não ilumina suas mini-incertezas Vive contando

/ / Em / / / A7 / / / Em / / / A7 / /
dinheiro E não muda quando é lua cheia Pra quem não sabe amar Fica esperando Alguém que

I Em / / / A7 / / / B7(b13) / B7 / G /
caiba no seu sonho Como vanzes que vão aumentando Como insetos em volta da lâmpada Vamos pedir

Do/F# / A7 / / / G / Do/F# / Em / / / G / Do/F# / A7 / / /

piedade Senhor, piedade Pra essa gente careta e covarde Vamos pedir pieda--de Senhor, piedade

/ / / / Em I / / / /// G / / / A7 / l/Em / / / / / /
lhes dê grandeza e um pouco de co-ra-gem Quero cantar só para

/ C7 / / / A7 / / / Em
as pessoas fracas Que estão no mundo e perderam a viagem Quero cantar os blues Com o pastor e o

/ / / / / / / C7' / / / A7 / / /
bumbo na praça Vamos pedir piedade Pois há um incêndio sob a chuva rala Somos iguais em desgraça

B7(b13) / B7 / G / D6/F# /

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". " Vamos cantar o blues da piedade Vamos pedir pieda--de ...

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 Songbôok o Cazuza

Carente profissional
CAZUZA E FREJAT

A A/G D D/C E D A/C#

I 1.1 I I 1 1I1
A / / / o/G / / / D / / / o/c / / / A / / / o/G / / / D
Tudo azul no céu desbotado E a alma lavada Sem ter onde secar Eu corro eu berro Nem do-pante

/ // C / / 0// E ;' / / D / 0/
C# / E ./ / / D / 0/ C# / E / / / O
me dopa A vida me endoida Eu me-reço um lu-gar ao sol me-reço Ganhar pra ser

/ 0/ C# / E / / / D / 0/ C# / A / / / G 0/ / / / D / /
Carente profissional Se eu vou pra casa Vai .faltando um pedaço Se eu fico eu venço

/ o/c / / / A / / / 0/(; - / / / D / / / o/c / / / E / /

Eu ganho pelo cansaço Dois olhos verdes Da cor da fumaça E o veneno da ra-ça Eu

/ D / 0/ C# / E / / / D / 0/ C# / E / / l D / o/C# / E / / / D /
me-reço um lu-gar ao sol me-reço Ganhar pra ser Carente profissional Ca-rente

0/ C# / A / / / G / / 0/ / D / / / 0/
C / / / A / / /
Levando em frente Um coração dependente viciado em amar erra-do Crente que o que ele

0/ G / / / D / / / 0/ C / / / E / / / D / 0/
C# / E / / / D / 0/ C#
sente É sagrado... E é tudo piada tudo piada Eu me-reço um lu-gar ao sol me-reço

/ E / / / D / C# / E / / / D / 0/ C# / A / / / 0/ 0/ G / / / A / / /
Ganhar pra ser Carente profissional carente profis-sional

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Songbook o Cazuza

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57 .
 Cobaias de Deus
CAZUZA E ÂNGELA RÔ RÔ

Dm Bb c G

I I 11
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Dm / Bb / Dm / / / / / Bp / Dm / / / /. / Bb / Dm / .I / / /
Se você quer saber Como eu me sinto vai a um laboratório ou um

Bb / Dm / / / C / co / C / / / / / c- / C / / / / / / / c- / / /
labirinto Seja atropela-do por esse trem. da morte Vai ver as cobaias de Deus

G / / / / / / / c- / / / G / / / / / / / C / / / Dm
andando na rua pedindo perdão Vai a uma igreja qualquer, pois lá se desfazem em sermão Me

/ Bb / Dm / / / / / Bb / Dm / / / _ / / Bb / Dm / / / / /
sinto uma cobaia um rato enorme nas mãos de Deus mulher de um Deus de

Bb / Dm / / / C / c- / C / / / / / e / C / / / Dm / Bb / Dm / / / / / Bb / Dm
sa-Ia cagando e andando vou ver o E.'-T. Ouve o cantor de Blue em outra encarna-ção

/ / / C / / / c- / / / C / / / c- / / / C / / / e / / / C
Nós as cobaias de Deus Nós somos cobaias de Deus Nós somos as cobaias de Deus

/ //e /// Dm / Bb / Dm / / / / / Bb / Dm / / / / / B\j / Dm / / / / /

Me tire desta jaula irmão não sou maca-co nesse hospi-tal

Bp /Dm / / / C / c- / C / / / / / e / C / / / Dm / Bb-/Om / / / / /
maquiavé-lico Meu pai e minha mãe Eu tê com medo Porque eles vão deixar . a sorte

Bb / Dm / / / / / Bb / Dm / / / / / Bp / Dm / / / / / BO / Dm / / / / / Bb
me levar Você vai me aju-dar Traga a garrafa Estou desmelingííido cara de boi

/ Dm / / / C / e / C / / / / / c- / C / / / Dm / Bb / / / / / / / Dm / / /
\ lavado Traga uma corda irmão irmão a-cor-da Nós as cobaias vivemos muito sós L,
4'

C / e / Dm / / / / / Bp / Dm / / / / / Bb / Dm / / / / / / Bb /
Por isso Deus tem pena e nos põe na cadeia e nos faz contar dentro ,de u-ma

Dm, /, / / C / e / C/ / / / / c- / C/ / / / / / / e / / / C / / /
cadeia - e nos põe numa clínica e nos faz voar Nós as cobaias de Deus Nós somos I
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cobaias de Deus Nós somos cobaias de Deus

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 Songbook o Cazuza

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 Songbook O Cazuza

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Codinome Beija-Dor ~~I

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ARIAS, CAZUZA E EZEQUIEL '1
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A A7M(9) F#m7(1l) 07M E~ A(add9) E/D P#m7 Bm7
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C#m7 E~(9) F7M G~(9) C7M Bm7(1l) E7' G7M G/F,

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IVIII rui III fll ~,
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Introdução: A / A7M(9) / F#m7(1l) / / / D7M / / / E! / / / A / A7M(9) / F#m7(1l) / / / D7M / / /

E! / / /

A. / A7M(9) / A(add9) / A7M(9) / D7M / IYD / F#m7 / / / D7M /

Pra que mentir Fingir que perdoou Tentar ficar amigos sem rancor A emoção

IYD/ D7M / IYD / Bm7 C#m7 D7M E!(9) F7M / / / A / A7M(9)

acabou Que coincidência é o amor A nossa música nunca mais tocou Pra que usar de tanta

/ A(add9) / A7M(9) / D7M/ IYD / F#m7 / / / D7M / IYD / D7M/

educação Pra destilar terceiras intenções Desperdiçando o meu mel Devagarinho flor

IYD I Bm7 C#m7 D7M E~(9) G~(9) / / / C7M / / / Bm7(1l) / E! (9) E7 F7M
em flor Entre os meus inimigos, beija-flor Eu protegi teu nome por amor Em um

/ G7M / A(add9) / / / C7M / / / Bm7(1l) / E~(9) E7 F7M / G7M /

codi-nome beija-flor Não responda nunca meu amor Pra qualquer um na rua Beija J

A(add9) / / / F7M / o/F / F7M / o/F / F7M / G7M / A(add9) / / /

flor Que s6 eu que podia Dentro da tua orelha fria Dizer segredos de Iiquidificador
I
F7M / o/F / F7M / o/F / F7M / G7M / A(add9) / / /
Você sonhava acordada Um jeito de não sentir dor Prendia o choro E aguava o bom do amor
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F7M / G7M / A(add9) / / /

! Prendia o choro E aguava o bom do amor
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 Songbook o Cazuza

Conto de fadas
CAZUZA E BARROS

I3b F G D/F# E/G# c

D
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I 11 11 I I 111 I Ã
I'

o / / / Bb / / / F / G / o / / / / / / / Bb / / I' ~
Tudo bem, vo-cê se mandou, Não agüentou o peso da barra Que é escolher vi-ver de verdade Se

/ G / D II I I I I I Bb I Ii F I G I D Ii li I
arregou, parou na metade Agora vai, vai correndo pra casa Papai e mãe tão na 'sala Te esperando,

/ / F I G I D I I I G I F I D I I / .F I G / D I I I o/F# I G I IYG# I
tão jantando E, planejando um futuro normal, que mal!

c / / I D/I / F I G I A I I I D' I I I Bb I I I F / G I DI I I I
Princesinha dos- cachos de mel Vai enfim calçar seu sapato

/ / / Bb / / / F I G I D I I I I I I I Bb / / I F / G / D I / / /
Esquecido num baile. . . ih ih Vai rasgar os meus retratos E chorar sozinha no quarto Se

I I I F/G ID I I IG/FI D/I IF I G I D I I I o/F#

lembrando, duvidan-do, E planejando, um futuro normal que mal!

/ G / IYG# I C / / I D / / / F I G / A / I I D
I
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Songbook o Cazuza,

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 CAZUZA,GEORGE ISRAEL E NILO ROMERO

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/ / é o po--der? Quem man-da na minha vi-da? De quem é? De quem é?
De quem

//G / A / G / A / G / A / G
Uns dizem que vem de Deus Outros, do guarda da esquina Uns dizem que é do presidente Outros,.

/ A / J) / / / / / I I I I I I / / / I G7 I I I
que vem mais de cima De quem é? De quem é? Quem in-ventou essa ta-ra?

I///D/ //11 //G / .A / G / A /G /

Uh uh uh uh Uns dizem que ele é do povo E saem pra trabalhar Outros, que é dos

A .; G / A / IID / / / G///D / I I
Que não têm contas a prestar Me dê o poder e te mostro O mais inteiro dos
muitos loucos

G / / / D / / / Em / / / A4 / / / A / / I
As grandes verdades da vida São sempre ditas na cama
sonhos

D/ '/D / D I '/D / G7 / I I I I I I D I / / / / I / G, I
É do ativo ou do passivo? De quem é? De quem é? As vezes

A / G I A / G / A / G / A I D /
você me domina dizendo que eu sou teu' dono Às vezes você me dá nojo Seguindo feliz o reba-nho

/// I/ / // / / / / / / G7 /. / / / / / / D / / I / I // G / A
Aonde Vai dar tu-do isso? Prender alguém ou

/ G / A / G / A / G / A /
Quem é o mais infeliz? Eu, dando ordem o dia inteiro? Você, que nem sabe o que diz?
ser preso?

I I D / / / G /I / D I / / G / / / D / / / Em
Me dê o poder e te mostro O mais inteiro dos sonhos As grandes verdades da vida

'\ /IYA4 / I /A //1

I São sempre diws na cama

I
I

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Songbook O Cazuza
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 Songbook o Cazuza
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D7M(9) 1\7(9) Bbm7 0~(9) 07(b9) FlM(9)

Fm(7M) Fm6 Em F#m7 A7 E/O

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: [ :queria te dar a lua Só que pintada de verde Te dar as estrelas de

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:/
,
/ D7M / / / / / Bb7(#11) / Am7 / / / 07(9) / / / G7M / / / / / G6
~ ,árvore de Natal e todo dinheiro falso do mundo Eu queria te dar um

I ;/ ~~
I carro
~9) /
conversível
/ / / / C7 (9) /
Forrado
F7M
de branco
/ / / Bb7(#11) / / / Em7(9)
Uma viagem pelo mundo
/ / / A7(13) /
--..,'1
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/ / F#m7(b5) / / / 87(b13) / / / Em7(9) / / / / / A7(13) / D7M /
Num navio branco E um sapato com salto de brilhante Pra você passear !
",;

;; / 87(b13) I I / Em7(9) I /I A7(13) / / I D7M(9) I I Ii //I Em7(9) / /

I Passear' Porque te amo, te adoro. venero E sou louco por você

( A~(9) / A7(9) I D7M(9) / / / / / Bbm7 / Am7 / / / D~(9) / D7(b9) /

Porque te amo, te. adoro, venero Eu sou louco por você Eu
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Songbook o Cazuza
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G7M / G6 / G7M / G6 / C~(9) / / / / / C7(9) / F7M(9) / / / Fm(7M) / FI1l6
queria te dar um vison Pra você andar no inver-no na pra-ia Em Santa

/ Em7(9) / / / A7(13) / / / F#m7(bS) / / / B7(b13) / / / Em7(9) / / / I

Catarina Eu queria te dar Eu queria te dar o amor Que talvez eu' não ! !
A~(9) / A7(9)/ D7M(9) / / / B7(b13) / / / Em7(9) / / / A~(9) / A7(9) / D7M(9) / / / F' / / / Em7(9) I!
,tenha pra dar Você,
11
/ / / A~(9) / / / D7M / / / / / F' / Em7(9) / A7(13) / A~(9) / A7(9)
não é bonita Você não é nem charrnosa É tímida e enver-go-nhada
/ D7M(9) / / / Bb7(#11) / /
/ Am7 / / / / / D7(b9) / G7M / G6 / G1rI,1 / G6
Minha Olívia Palito Mas singraria sete mares A tua pro-cura .
,,\
/ C~(9) / / / / / C7(9) / F7M(9) / / / Bb7(#11) / /-/ Em7(9) / / / A~(9) / A7(9) /
E te daria uma vida bem segura As vezes te vejo
F#m7(bS) / / / B7(b13) / / / Em7(9) / / / A~(9) / A~(9) /
lavando a sua roupa Com aquele cheirinho de sabão Eu queria te dar uma
'-.-' ,
D7M(9) / / / B7(b13) / / / Em7 // / A!(9) / A7(9) / D7M(9)
máquina de lavar Secar, lavar prato Te maquiar Te ensinar a falar inglês.
/ / / B7(b13) / / / G7M / / / C7(9) / / / F#m7 / / / B7(b13) / / / Em7
Porque você é uma rainha Mas a vida é assim O que tem

/ / / A~(9) / / / D7M(9)
que ser já é ' bonito Doralinda ...

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 Songbook o Cazuza

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Eu queria ter uma bomba

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E / / / D / / / 'F#m / / / "B7 / / / E / / / D / / / F#m / / ..-,1;
Solidão a dois de dia Faz calor depois faz frio Você diz já foi Eu concordo contigo

/ B! / B7 / E~ / E7 / D~ / D7 / F#m / / / B~ / B7 / A / / /
Você sai de perto eu penso em suicídio Mas no fundo eu nem ligo Você sempre

B7 / / / C#m / !/ / / C#nyB / A / / / B7 / / / A / / / B7 / /
volta com as mesmas notí-",<:Ías Eu queria ter uma bomba Um flit paralisante qualquer
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/ A / / / G#m / / / F~m / / / / / G#m / A / / / B7 / / / A / / '" i

Pra podet me li-vrar do prático e-fei~to Das tuas frases- feitas Das tuas noites

/ E / / / D / / / E / / / I/////// D / / / F#m / / / B7 / / / E / / / D / / / F#m / / /

perfei-tas perfeitas

B7 / / / E / / / D / /I F#m / / / B7 / / / ,E / / / D / /
Solidão a dois de dia Faz calor depois faz frio Você diz já foi Eu concordo

/ F#m / / / B~ / B7 / E~ / E7 / D~ / D7 / F#m / / / B~ / B7 / A
contigo Você sai de perto eu penso em homicídio Mas no fundo eu nem ligo

/ / / B7 / / / C#m / / / / / C#nyB / A / / / B7 / / ,/ A /
Você volta sempre com as mesmas notí-cias Eu queria ter uma bomba Um flit
\ \

/ / B7 / / / A / / / G#m / / / F#m / / / / / G#m / A / /

parali-sante qualquer Pra poder te ne-gar bem no último instan-te Meu mundo que

/ B7 / / / A / / / E / / / D / / / E / / / B7 / / / A / / / B7 /
você não vê Meu sonho que você não, crê não crê Eu queria ter uma I
---!
/ / A / / / B7 / / / A G#m / t // /
/ F#m / / / E
bomba, Um flit parali-sante qualquer Pra poder te ne-gar bem no último instante j.

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 Songbook o Cazuza

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CAZUZA E RENATO ROCKET
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D7 G7(13)

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D7 I I I I I I I I I II I I I I I I I I I I
Quero alguém Na areia da praia Quero alguém Que use calça -ou saia Quero alguém É melhor

I I I I Ii I I I I I I I I I I I I I
que nada Quero alguém Pra ter do meu lado Pessoa rica Pessoa pobre Pessoa que ouve Pessoa surda

-I I I I I I i G~(13) I II G7(13) I I I G~(13) I I

Fria, bonita Suja, cheirosa Estou tão só Meus pais não me conhecem Meus amigos são chatos

I G7 (13) - I I I D7 I .-I I I I I II I I I I I I I I I I
Meu chachorro não me lambe Mas eu quero alguém Quero alguém Que

I .-I I I I I I I I I I I I I I I I I I I
me dê um cigarro Quero alguém Que puxe o meu saco Quero alguém Pra Ir no cinema Quero

I I I I I I II II I IIIII IIIIIII I I II I I I I I
alguém Não sou exigente Quero alguém Que seja gentil Quero

I / I I I I I I I II I I
I
! ! I I I I / I
alguém Que pareça com gente Quero 'alguém Na hora do jantar Quero alguém No shopping da

I I I I I I I Ii I II I I I I I I I I
Barra Pessoa jovem Pessoa velha Pessoa estranha Pessoa santa Diabólica, matemática Emocionada,

I I I I I I I I I II I G!(13) III G7(13) I I I

Desesperada Estou tão só Meus pais não me conhecem ...

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Songbook o Cazuza

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73
 Hei rei
CAZUZA E FREJAT

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G C D Em Am G/B
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I I I II I ,i
G / / I I I l/C I I I G III D
Seus olhos são tristes E fundos como os meus E os meus cabelos Já não têm mais caracóis Você é

I C ID I C I G I I / / I I I I I, I I ~
i

um rei E eu um barão Eternamente vermelho Totalmente doidão Nós dois cantamos o amor E

I I I I C I I IGIII / / I /
aprendemos a aceitar a dor E a tua voz me acalma O coração Nós dois fumamos tranqüilos O

I Ii IC I I I G IIIDI I I IIIIII
cigarro proibido Prometemos o céu Pra cada homem ou mulher Somos seres delicados

C I G IIID III C III Em I I I D I C I

Somos dois exagerados Hei rei eu também errei Estamos na estrada certa A trilha louca do

G I I I D I I I C I I f Em I I / D I C I G I I I I I I /
poeta Hei rei eu também errei estamos na estrada certa a trilha louca do poeta

Am I I I o/B I I I C I I I D I
Você tem um ideologia Eu tenho outra opinião Você é o pierrot-retrocesso Com a graça de Deus

CII I IIGIII
tamos fazendo sucesso

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 Songbook o Cazuza
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Songbook o Cazuza .,..Go

Mal nenhum
CAZUZA E LOBÃO

Em A(add9) C7 A C7M Am c D

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Em / / / A(add9) / / / C7 / A / Em /
Nunca viram ninguém triste Por que não me deixam em paz As guerras são tão tristes E não tem .nada

/ / / / / / A(add9) / / / C7 / A / Em /
de mais Me deixem bicho acuado Por um inimigo imaginário Correndo at-rás' dos carros Como um cachorro

/ / / / / / A(add9) / / / C7M / A(add9) / Em

otário Me deixem ataque equivocado Por um falso alarme Quebrando objetos inúteis Como quem leva

/ / / / / / / A(add9) / - / / C7M / A / Em
uma topada Me deixem amolar e esmurrar a faca cega Cega da paixão E dar tiros ti esmo e ferir

/ / / / / / / A(add9) / / / C7M
o mesmo Cego coração Não escondam suas crianças não Nem chamem o síndico Nem chamem a
--.,'
/ A / Em / / / / / / I A(add9) IAm I C
polícia Nem chamem o hospício, não Eu não posso causar mal nenhum A não ser a mim

/ D/Em / / 1// / / A(alld9) I Am /

mesmo A não ser a mim mesmo A não ser a mim mal ma ma ma ma mal mal nenhum a

c / D/Em / /I
não ser a mim mesmo a não ser a mim

I... \ "

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. Songbook o Cazuza

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77
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 Songbook o Cazuza

Manhatá
CAZUZA E LEONI

G7M Am7 C7M G7M(9) G4 D7fF# E7 E7(b9) Bb7M

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I 111 1111.1
11I

G7M / / / Am7 / / / G7M / / / Am7 / I

Cheguei aqui num pé de vento Já tenho carro e apartamento Sou brasileiro mandigueiro Estou aqui pelo

/ G7M / / / Am7 / / / G7M / / / Aro7 / / / G7M /

dinheiro Virei chicano, índio americaO.o Blusão de couro, os States são meus Agora eu vivo

/ / Am7 / / / G7M / / / Am7 / / / G7M / / /

no dentista Como um bom capitalista Só tenho visto de turista Mas sou tratado como artista Até garçom

A.m7 / / / G7M / / / Aro7 I- / / C7M / / / G7M(9) / /

me chama de sir Oh! baby, baby, só vendo pra crer Eu andando pela neve Em pleno Central Park

/ Am7(l1YG / DY'F# / Am7 / / / C7M / / / G7M(9) / / / E7

Com as estrelas do cinema Faço cenas no metrô Com meus tenis All Star

/ / / E7(b9) / / / Am7 / / / / / / /
Deixando as louras. loucas Com meu latin style Não sou mais paraíba Sou South American Aqui em

Bb7M !/ / G7M / / / Bb7M !/ / G7M / / / Bb7M / / / G7M / / / Bb7M / / / G7M / / /

Ma--nha-tã Aqui em Ma--nha-tã E

/ / / / Am7 / / / G7M / / / Aro7 / /

quando a saudade aumenta Descolo um feijão com pimenta E um Hollywood no chinês Lá na rua quarenta e

/ G7M / / / Am7 / / / G7M / / / Aro7 / / / C7M / / /

seis Virei chicano, índio americano Blusão de couro, os States são meus Eu fumando um baseado

G7M(9) / / / G4 / DY'F# / Am7 / / / C7M / / /

\ 'Em frente a um policial Aqui tudo é tão libe-ral Vou chingando em português Depois

G7M(9) / / / E7 / / / E7(b9) / / / Am7 / / /

gasto o meu inglês Deixando as louras loucas Com meu baticulelê Não sou mais paraíba ...

\ \

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79
 Songbook o Cazuza

NabucodoDosor
CAZUZA E GEORGE ISRAEL

c;c A C7 B7 A7 D7

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G I I IIIII C I I IIIII A I II I I I I C7 I B7'
Nabuco foi um cara Conheci no enterro Que tinha um cavalo Um cavalo chamado

I A7 II I C7 I B7 I A7 IIIIII/ G I I ttttr » I I
Agenor Um cavalo chamado Agenor Nabuco era matuto Elegante e astuto

IIIII A I / III// C7 I B7 I A7 I I / C7 I B7 I A7
Assim como eu sou E era também meu avô E era também meu avô

IIIIIII G I 'I IIIII C I I IIII I A I I IIIII

Nabuco já morreu Foi para o exterior E hoje em dia sou eu O

C7 I B7 I A7 III C7 I B7 I A7 IIIIIII G ' I I IIIII C I I

anjo e o se-du-tor O anjo e o se-du-tor Agora eu acredito Em reencarnação

IIII IA IIIIIII CI I I D7 IIIIIII G I IIIIII

. E que a morte baby Não é assim tão ruim não Nabuco me ensinou A

C í I í III I A I // I I I I C7 / B7 I A7 II/ C7 I B7
ser louco como eu sou E meu avô também era O advo-gado Agenor O advo-gado

I A7 I / /
Agenor

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 o tempo não pára
CAZUZA E ARNALDO BRANDÃO

Em7 Am7 D G Am DW C C7M(9)

I1IIIIII
Em7 / / / Am7 / / / D / / / Em7 / / I
Disparo contra o sol Sou forte, sou por acaso Minha metralhadora cheia de mágoas Eu sou o cara

/ / / / Am7 / / / D / / / Em7
Cansado de correr Na direção contrária Sem pódium de chegada ou beijo de namorada Eu sou mais um cara

/ / / / / / / Am7 / / / D / /
Mas se você achar Que eu estou derrotado Saiba que ainda estão rolando os dados Porque o

/ Em7 II / / / / / Am7 I I I D/I /

tempo não pá-ra Dias sim, dias não Eu vou sobrevivendo Sem um arranhão Da caridade de quem

. Em7 I/I G / / I Am I I I D I D#o I

Me detes-ta A tua piscina está cheia de ratos idéias não correspondem aos fatos O tempo

C / / / G / / / Am / I / .D / D#o /
não pára Eu vejo o futuro repetir o passado eu vejo um museu de. grandes novidades O tempo

c / I/ C7M(9) I D / Em7 / I/III//II/III II I I /

não pára não pá--ra não não pára Eu não tenho data pra comemorar

Am7 / / / D I / I Em7 III / I /

Às vezes, os meus dias são de par e par Procurando agulha no palheiro Nas noites de frio é melhor nem

/ Am7 / / / D I I I Em7 Ii I /
nascer Nas de calor se escolhe: é matar ou morrer E assim nos tornamos brasileiros Te chamam de

I I I Am7 I I I D I I .I Em7
, .ladrão, .de bicha, maconheiro Transformam O país inteiro num puteiro Pois assim se ganha mais dinheiro

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Songbook o Cazuza'

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 Songbook O Cazuza

Posando de star
CAZUZA

E F c Fm A7 Am D E7 F7

IElflllllm ..
I I I I I I Ii I I II I I I I I IE I I
Pouco importa o que essa gente vá falar mal, falem mal! Eu já estou prá Ia de rouco, louco total!

F I I E.I I F I I E I IFII E I I
Eu sou o teu amor me entenda ... Você precisa descobrir o que está perdendo o que está

F I I I I / cI .I I Fm I I I C II I A7 I I I C II I FmlllAm
perden.----do Botando banca posando de star Você precisa, é dar!!

I I I I I I I I I C I D I Aro /' I I I I I I I IC I
Vem viver comigo, vem me experimentar, me experimenta!!! Solta as coisas lindas que. te

D IE711 I F7 I I I E7 I I I F7 I I I E7 I I I F7 I
ardem, me traz Você sem texto sem ci-nema Não faz do sexo um problema Eu armo uma cena

I I E7 I I I F7 I I I I II I C I I I Fm I II C I I I A7 I I I C I I I
eu armo uma ce;-----:na Quebro garra-fa morro de chorar Mas ainda te

i I li Am I / I I II I / I C I D ! Am I I Ii I11 I I C
faço dar! Tudo que eu quero é uma noite de luar, de luar São palavras doces

I D I E7 I I I F7 I I I E7 II I F7 I I I E7 II I F7 I
as que eu quero escutar Eu sou o seu amor, me entenda, Você precisa descobrir, o que está perdendo!

/ I E7 I I I F7 I I I I II I C I I I Fm / / I C / I I A7 I / I C / / I /
O que está perden do Botando banca posando de star, Ah, você

\ "IIIAm III I I C I D IAm

4· precisaé dar!!! Pouco importa o que esta gente vá falar mal ...

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Preciso dizer que te amo

CAZUZA, DÉ E BEBEL

Âm7 Fm6/Ab I3m7 E7/G# Fm7 I3b7

C7M D/C Gm7 D~(9) Ab Cm7 Gb7(#11)

Am7 / FmYAb / Am7 / Bm7 / FmYAb / / / EYG#/ / / Am7 / FmYAb

Quando a gente conversa Contando casos, bestei-ras, Tanta coisa em

/ Am7 / Bm7 /
co-mum
FmYAb /
Deixando
/ / Ey G# /
escapar segre-dos
i/ Fm7 / / / Bb7 / / /
E eu não sei em que hora dizer, Me dá um

C7M / / I o/c / / / Fm7 / / / Bb7 / / / C7M' / / / o/c / / / Fm7

me-do É que eu preciso di-zer que te amo Te ganhar ou perder sem engano

/ / /Gm7 / / / Am7 / Bm7 / Arn7 / FmYAb /

Eu preciso di-zer que eu te amo tanto",

Am7 / Bm7 / Am7 / FmYAb / Arn7 / Bm7 / FmYAb / / / EYG# / / / Arn7 /

É até o tempo passa arrastado Só preu ficar do teu la--do Você

FmYAb / Am7 / Bm7 / FmYAb / / / Ey G# / / / Fm7 / / / Bb7 / /

me cho--ra dores de outro amor Se abre e acaba comigo E nessa novela eu não quero

/ C7M / / / o/c / / / Fm7 / / / Bb7 / / / C7M / /

Ser seu ami-go É que eu preciso di-zer que te amo Te ganhar ou perder sem

• \ l 0/ C / / / Fm7 / / / Gm7 / / / D!(9) / / / Ab / C7M / / / / / / / / /

engano Eu preciso di-zer que te amo, tan-to", Eu já nem sei se eu

Cm7 / / / C7M / / / o/c / // C7M / / / Cm7 / / / C7M

tô misturando Eu perco o so-no", Lembrando cada gesto teu, qualquer bandeira
\ \

"/ / / o/c / / / C7M / / / Cm7 / / / C7M / / / Gb7(#fl) / / / Fm7 / /

Fechando e abrindo a geladeira A noite inteira Eu preciso

/ Bb7 / / / C7M / / / 0/
C / / / Fm7 / / / Gm7 / / / Arn7
di-zer que eu te amo Te ganhar ou perder sem engano Eu preciso di-zer que eu te "amo

,/ FmYAb / Arn7 / Bm7 / Am7 / FmYAb / Arn7 / Bm7

tan-to",

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 SongbO<lk o Cazuza

Pro dia nascer feliz

FREJAT E CAZUZA

A D/A Dm/A G F D7 F4

1IIIIIIUE
A I I I ryA I I I Dm/A / I I / Ii IryAA I I / I I I ryA
Todo dia a insônia Me convence que o céu Faz tudo ficar infini-to E que a solidão é

I I I Dm/A I I I I I I I ryAA I I G I I I I I I IF I
pretensão De quem fica Escondido fazendo fi-ta Todo dia tem a hora da sessão coruja,

I I I I I / G I I I D7 I I I F4 I I I I I I I F / I I A I I
Só entende quem namo-ra Agora vamo "bora", Estamos meu bem por um triz

I G I I I D7 I / I G I I I D7 I I f G I / / D7 / I / F / I I A
Pro dia nascer feliz! Pro dia nascer feliz! O mundo acordar E a gente dormir dormir

Ii IG. 1/ ID7111GI I I D7 I//G / / ID7 I I

Pro dia nascer feliz Essa é a vida que eu quis O mundo inteiro acordar E a gente'

I F I I I AI I I I I I I I I I I ryA I I I Dm/AI I I I I I I ryA

dormir Todo dia é dia E tudo em nome do amor Essa é a vida que eu quis

 / / / I I ./ ry A I / .I Dm/ AI I I / I / I ry A A / I G I
Procurando vaga Uma hora aqui, outra ali . No vai e vem de seus quadris Nadando

I / F I I I G I I IF I I I G I I I F4 / I / I / I I F I I
contra a corren-te Só pra exercitar Todo o músculo que sen-te Me dê de presente o

I A Ii IG Ii ID7111GI I I D7
seu bis Pro dia nascer feliz essa é a vida que eu quis ...

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 Songbook o Cazuza

Quando eu estiver cantando -r-,

CAZUZAE JOÃO REBOUÇAS

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C7M Dm7 G~(9) BI>7 A7 EI>7M D~ G7M Gm7

111111111 11IIIE
C7(1)9) F7M Bm7(1)5) E7(1)9) Am7 G7(9) Pm6 Pm7 G7 i
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1IIIII11EI
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C7M / / / Om7 / / / G~(9) / / / C7M / G~(9) / C7M

Tem gente que recebe de Deus quando canta Tem gente que canta procurando Deus Eu sou

/ / / Om7 / / / G~(9) / / / C7M / BI:>7 A7

assim com a minha voz desafinada Peço a Deus que me perdoe no camarim Eu sou

Om7 / / / G~(9) / BI:>7 / EI:>7M / / / O~ / G7M / C7M / / / Gm7 / C7(1:>9)

assim Canto pra me mostrar De besta, de besta Quando

/ F7M / / / Bm7 (1:>5) / E7 (b9) / Arn7 / / / Gm7 / C7 (1:>9) / F7M / / /

eu estiver cantando Não se aproxime Quando eu estiver cantan-do

Bm7 (1:>9) / E7 (1:>9) / Am7 / / / Gm7 / C7 (1:>9) / F7M / / / G~(9) / G7(9) / C7M
Fique em si--lên-cio Quando eu estiver. cantan-do Não cante comigo

/ / / G1(9) / / / Om7 / / / Fm6 / / / C7M / / / A7 / / /

Eu s6 canto s6 O meu canto é a minha solidão É a minha salvação

Om7 / I /Fm7 / BI:>7 / EI:>7M / / / G7M /

~ .Porque. meu canto redime meu lado mau Porque meu canto é para quem me a--ma me a-ma

G7 / C7M / / / Gm7 / C7 (1:>9) / F7M / / / Bm7 (1:>9) / E7(1:>9) / Aro7 / / / Gm7 /

me a-ma Quando eu estiver cantando não se a-proxi-me

C7 (1:>9) / F7M / / / Bm7(1:>5) / E~(9)· / Arn7 / / / Gm7 / C7(1:>9) / F7M///

Quan~o\ eu. estiver cantando fique em silên---cio Quando eu estiver cantando

G~ (9) / G7 (9) / C7M / / / G1(9) / / / C7M I / / G1(9) / G7(9) /

não cante comigo O meu canto é a minha solidão é minha salva-ção

C7M / / / Gm7 / C7(1:>9) / F7M / . / I Bm7(1:>5) I E7(1:>9) /

O meu canto redime meu lado mau Porque meu canto é o que me

Arn7 / / / Gm7 / C7(1:>9) / F7M / / / G1(9) / J / C7M / / /

mantém vivo e o que me mantém vivo

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 - . Songbook o Cazuza

Quarta-feira
CAZUZA E ZÉ LUÍS

G7 Bb F Ab Db7

I I
C7

I I IVI I
D7

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IIIElJ
D7 I II C7 I I ID7I I I C7 III D7 í II C7
Livro depressivo Na areia da praia Eu Banco o depressivo Talvez você cala Na

I II D7 I I I C7 III G7 I I I Bb I I I
minha rede um dia Cheia de cacos de vidro E O galã Não vê que é bombardeado Com balas

F II I Ab I I I G7 I I I Bb II I
de hortelã Com balas de hortelã E a santa milagrosa Vê que Deus não dá esmola Subitamente

F II I Ab I Bb7 I D7 I I I C7 I I I D7 I I I C7
assalta Subitamente assal-ta Quero que você Me ame bastante Daqui até a Constante Ramos

III D7 I I I C7 I II D7 I I I C7./ I I G7 I I I
Vamos lado a lado Como dois gigantes Enfrentando os ônibus E o menino triste Quer

Bb I I I F I II Ab I I I G7 I I I Bb Ii
ser um herói Mesmo um herói triste Mesmo um herói triste E a dama sem cara Das bolsas vazias

/ F / / / Ab I Bb7 / D7 / / I C7 / l/Di I I /
Sente um amor aflito Sente um amor a-fli-to Ando apaixonado Por cachorros e bichas Duques
.-..,
C7 I II D7 I I I C7 I I I D7 I I I C7 / II G7
e xeri-fes Porque eles sabem Que amar é abanar o rabo Lamber e dar a pa-ta E as

/ / / Bb / / / F III Ab I / / G7 / / I
mulatas sonham Que são raptadas Por sheiks alemães Por sheiks alemães No escritório sonham

Bb / / / F / / / Ab / Bb7 I
4_ \ Oúe já é de tarde Todas as manhãs Todas as manhãs

\ \

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Songbook O Cazuza :1,

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Songbook O Cazuza

Ritual
CAZUZA E FREJAT

F EI> BI> Gm7 C7

11 I Imm I
F / Eb / Bb / / / F / Eb / Bb / / / F / Eb / Bb / / / F /
Pra que sonhar A vida é tão desconhecida e mágica Que dorme às vezes do teu Ia-do Calada

Eb / Bb / / / F / Eb / Bb / / / F / Eb / Bb / / / F / Eb / Bb / / / F
Calada Pra que buscar o paraíso Se até o po-eta fecha o livro .

/ Eb / Bb / / / F / Eb / Bb / / / F / Eb / Bb / / / Gm7 / / /
Sente o perfume de uma flor no lixo E fuxica fu-xica Tantas histórias De um

C7 / / / Gm7 / / / C7 / / / Gm7 / / / C7 / / / Gm7 /

grande amor perdido Terras perdidas, precipícios Faz sacrifícios I-mola mil virgens Uma por

/ / C7 / // F / Eb / .Bb / / / F· / Eb Bb / / / F
uma Mi-lhares de dias Ao mesmo Deus que Ensina o prazo A~ais esperto e ao mais otário Que

/ Eb / Bb / / / F / EIJ / Bb / / / F / Eb / BIJ
o amor na prática é sempre ao contrário Que o amor na prática é sempre ao contrário Pra que cho-rar

/ / / F / Eb / Bb / í / F / Eb / Bb / F / Eb / Bb / I / F
A vida é bela e cruel despida Tão desprevenida e exata Que um dia acaba .... acaba

/ Eb / Bb / / /

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Gm7 C7 Gm7

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 Songbook o Cazuza

Só as mães são felizes

CAZUZA E FREJAT

E A B D

E / / /
IIII
/ / / / / / / / / / / / A / //
Você nunca varou A Duvivier às cinco Nem levou um susto Saindo do Vai Improviso Era quase meio-dia
B / A /E/////I// / / / / / / / / /
Do lado escuro da vida Nunca viu Lou Reed "Walking on the wild side" Nem Melodia
/ / / / / /A / / / / / / /E /
transvirado Rezando pelo Estácio Nunca viu Allen Ginsberg Pagando um michê na Alasca Nem Rimbaud
/ / / / / / / / A / B /A / E / A
pelas tantas Negociando escravas brancas Você nunca ouviu falar em maldição Nunca viu um milagre
/B/A/E / A / B / A/E / A / B / D /E/////l/
Nunca chorou sozinha num banheiro sujo Nem nunca quis ver a face de Deus
/ / / / / / J / /- / / // / / /
Já freqüentei grandes festas Nos endereços mais quentes Tomei champagne e cicuta Com comentários inteligentes
B / A / E / / // / / / /
Mais tristes que os de uma puta No Barbarella às quinze pras sete Reparou como os velhos Vão perdendo a
/ / // / / / / / // B / A/ E / ///
esperança Com seus bichinhos de estimação e plantas Já viveram tudo E sabem que a vida é bela
/ // / //// / /// ///B / A/ E
Reparou na inocência cruel das criancinhas Com seus comentários desconcertantes Adivinham tudo E sabem que
/ /// / / / A / / /E / / /A ///E / I
a vida é bela Você nunca sonhou Ser currada por animais Nem transou com cadáveres Nunca traiu o
/ A /// B / D/E// / //////////////
teu melhor amigo Nem quis comer a sua mãe Só as mães são felizes Você
A / B /A / E /A/B/A/E / A / B / A/E
nunca ouviu falar em maldição Nunca viu um milagre Nunca chorou sozinha num banheiro sujo
/ A / B / D /E///
Nem nunca quis ver a face de Deus
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 Songbook O Cazuza
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 Songbook o Cazuza

Subproduto do rock
CAZUZA E FREJAT

A E7 c B G D

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A / / / / / / / E7/ //////A/ // // / / E7 / / /
Mamãe, tá certo Eu me dei mal na esco-la isso acontece Mês que vem eu melhoro

/ / / / C / / / A / / / E7 / / / / ///C / / /
Mamãe, tá certo Eu pisei na bola Quebrei vidraça Fiz a maior pirraça Mamãe, tá certo Eu fui

A / / / B / / / / / / / A / / / / / / / E7 / / / / / / / A / / /
pro fundo e não pode O mar tá bravo, que bo--de Pode cortar televisão e vitrola Parar o

/ / / / E7 / / / / / / / C / / / A I // B / / / I /
jogo, Você é dona da bola S6 não me xingue, s6 não me xingue De sub sub sub sub sub O

/ / C / / / A / // B / / / / / / /A / / /G/
que? S6 não me xingue, s6 não me xingue De sub sub sub sub sub O que? Sub-produto de rock

//A / / /G / //A / / /G / / / D / / /A
Será um tipo de inhoque? Sub-produto de rock Alguém me dê um toque O que é que quer dizer?

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Songbook O Cazuza

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 Songbook o c3zuza

Um trem para as estrelas

CAZUZA E GILBERTO GIL

El>'iM Dm7 C7M Gm7(9) F7M

Am(add9) / / / A7(lI?t) / / / Am(add9) / / / A7(lI?t) / / / Am(add9) / /

São 7 horas da manhã Vejo Cristo da janela O sol já

/ A7(lI?t) / / / Am(add9) / / / A7(lI?t) / / / Am(add9) / / /

apagou sua luz E o povo lá embaixo espera Nas filas dos pontos de

A7(lI?t) / / / Am(add9) / / / A7(lI?t) / / / Am(add9) / / / A7(lI?t)

ôni-bus Procurando aonde Ir São todos seus cicerones

/ / / Am(add9) / / / A7(lI?t) / / / Am7 / / / Gm7 / / / Am7 /

Correm pra não desistir Dos seus salários de fo-me E a

/ / Gm7 / / / Fm7 / / / Eb7M / / / Dm7 / / / C7M / /

esperança que eles tem Nesses fiimes como extras Todos querem se dar bem

/ Am7 / / / Gm7(9) / / / F7M / / / / / / /

Num trem para as estre-las Depois dos navios negreiros Outras corrente-zas Num tem para as

Am7/ / / Gm7(9) / / / F7M/ / / / / / / Am7 / / /

estre-las Depois dos navios negreiros Outras corrente-zas

Gm7(9) / / / F7M / / / / / / / Am7 / / / Gm7(9) / / / F7M / / / / / / / / / / / Am(add9) /

\, ~.
\

/ / A7(lI?t) / / / Am(add9) / / / A7(lI?t) / / / Am(add9) / / /

Estranho teu Cristo, Rio Que olha tão longe, além Com braços sempre

A7(lI?t) / / / Am(add9) / / / A7(lI?t) / / / Am(add9) / / / A7(II?t)

abertbs \ Mas sem protejer ninguém Eu vou forrar as paredes

/ / / Am(add9) / / / A7(.?t) / / / Am(add9) / / / A7(II?t) / / /

Do meu quarto de miséria Com manchetes de jornal Pra

Am(add9) / / / A7 (lI?t) / / / Am7 / / / Gm7 / / / Am7 / /

ver que não é nada sério Eu vou dar o meu despre-zo Pra você que me

/ Gm7 / / / Fm7 / . / / Eb7M / / / Dm7 / / / C7M / /

ensinou Que a triteza é uma maneira Da gente se salvar depois Num trem

/ Am7 /
para as estre-vlas ...

100

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Am(add9)

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Vai à luta
CAZUZA E ROGÉRIO MEANDA

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Gm7 EI> BI> AI> Dm7 EI>7M C7(9)

111

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Gm7 I I I I I I I Eb I I I I I I I Gm7 I I I Ii I
Eu li teu nome num cartaz Com letras de néon e tudo Ano passado diriam Que eu estava

I Eb / / / / / I I Gm7 I I I I I I I Eb I / / I I I IGm7 I /
ma-lu-co O pessoal gosta de escrachar De ver a gente por baixo Pra depois

I / / / / Eb I / I / I I I Bb I I I Ab I I I Gm7 II I Ab
aconselhar Dizer o que é certo e errado Eu te avisei vai à lu-ta Marca teu ponto na jus-ta eu te

I I I Bb I I I Ab I I I Gm7 I 1./ Ab I I / Gm7 I // I / / / Eb

avisei vai à lu-ta marca o teu ponto na jus-ta O resto deixa pra lá deixa pralá

I / / I / / I Gm7 / / I / I I I Eb I I I I I I I Gm7 / / / / / /
O resto deixa pra lá deixa deixa pra lá Você ouviu mas fingiu

I Eb / I I I / / / Gm7 I I I/ I I / Eb I I / / /I / Dm7 / I
Que não tinha ouvido nada Armou de boca calada E ago-ra se deu bem Passa toda

.I !! ! ! Eb7M / / / / I / / Dm7 / / / / / Ii
deslumbrada Sem um tostão pra me emprestar Com um cordão de puxa-sacos pra

C7(9) . / I / / / / / Bb / / I Ab / /
te paparicar Eu te avisei vai à lu-ta marca o teu ponto ..,

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102
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103
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Songbook o Cazuza
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Vem comigo I
CAZUZA, DÉ E GOFFI

D Bm G A Bb

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I II I I
' I
D I I I I I I I Bm I II I I I / D / I I I /
Bebe a saideira que agora é brincadeira ninguém Vai reparar Já que é festa que tal uma em

I I Bm I I I I I I I G I I I A I / / Bb
;. I I AI I I I / / /
particular os dias que eu planejo imprecionar você mas eu fiquei sem assunto Vem

D I I I I I I / Bm I / I / I I / D / / / / / / I Bm I I I I I I I A / /
comigo no caminho eu explico Vem comigo vai ser divertido vem comigo

I I I I I D I II / I / / Bm / / / -I / I / D/I I / / / / Bm / / I I / /
Vem junto comigo eu quero te contaminar de loucura até a febre acabar

I G I / / A / I I Bb / l/A / / / / / / / D / / / / I /
A dias que eu sonho beijos ao luar em ilhas de fantasia A dias com azia o· remédio e

/ Bm I I / / / I / D I / / I I / I Bm I / / / / I / G / l/A / /
Teu mel eu sinto tanto frio no calor do Rio Já mandei olhares prometendo o céu

/ Bb / / I A/I/li I fD/////1 / Bm I / I / / / I D //
agora eu quero é no grito Vem Vem comigo Vem comigo

/ / II / / Bm / / / / / / / A / I / / I / I D
no caminho eu explico vem comigo vem

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Songbook O Cazuza

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 Songbook o Cazuza

Ponto fraco
I
CAZUZA E FREJAT ~

1\7 07 Om7 F#7 o E F

A7
IlltlllTII
/ / / / / / / / / / / / / / / / - / / / 07/ / / / / /. ~
Benzinho eu ando pirado Rodando de bar em bar Jogando conversa fora Só pra te ver
Om7 / / / A7 / / / F#7/ / / D / / /E / / / A7 /
passando gingando Me encarando, me enchendo de esperança Me maltratando a visão Girando
/ / / / / / / / / / / / / / / / / / 07 / / / / / / I Om7
de mesa em mesa Sorrindo pra qualquer um Fazendo cara de fácil -é Jogando duro com o
/ / / A7 / / / F#7 / / / O / F E A7 / / / 07 /
coração, gracinha, Todo mundo tem um ponto fraco Você é o meu, porque não? Você é o
F E A7 / / / E / / /
meu, porque não?

A7

~!,~.~~.
07 -$-
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D7 F E A7 E 3

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Discografia J
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• Barão Vermelho
(Columbia Pus, 1982) À
O Lado 1 .~
1. Posando de star (Cazuza)
2. Down em mim (Caz uz a) ~
3. Conto de fadas (Cazuza e .i,
Barros) 4. Billy Negão (Cazu-
za, Barros e Goffi) 5. Certo dia
na cidade (Cazuza, Barros e
Gofft) A
O Lado 2 .-l
1. Rock'n geral (Cazuza e Fre-
jat) 2. Ponto fraco (Cazuza e A
Frejat) 3. Por aí (Cazuza e Fre- --l
jat) 4. Todo amor que houver
nessa vida (Cazuza e Frejat) A
5. Bilhetinho azul (Cazuza e
--l

~:
Frejat)
--l

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I
I
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A
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I
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~
• Barão Vermelho 2
(Columbia Pus, 1983) ~t
O Lado 1 ---1
1. lntro (Barros) 2. Menina mi-
, mada (Cazuza e Barros) 3. O ~
\
que a gente quiser (Frejat e Nai-
~t
Ia Skorpio) 4. Vem comigo
(Cazuza, Goffi e Dé) 5. Bicho ",I
humano (Caz uz a e Frejat) ---J
6. Largado no mundo (Cazuza
e Frejat) ,J
O Lado 2
1. Carne de pescoço (Cazuza e ---I
Frejat) 2. Pro dia nascer feliz
(Cazuza e Frejat) 3. Manhã de
~I
sonho (Cazuza e Dé) 4. Carente
profissional (Cazuza e Frejat)
---I
5. Blues do iniciante (Cazuza, ~I
• -"1
Frejat, Barros, Dé e Goffi) .,
~
..
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"4 ~. ~._. '~~~:llT! ~_~. _

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'i \\;1
Discograjia
'l
'I Arnaldo Brandão) 2. Só as
mães são felizes (Cazuza e Fre-
'---I jat) 3. O nosso amor a gçnte
\...~ inventa - estória romântica (Ca- .
zuz a , Rogério Meanda cRc-
~
I
bouças) 4. Exagerado (Cazuza, 11
Ezequiel Neves e Lconi) 5. Faz
~I
"--1
'--~
I
parte do meu show (Cazuzae
Renato Ladeira) II
r-IÉ~Q9..l!!MLBillJ!.AIA!'IÇQ __ \
\..~ \
• Barão Vermelho - • Cazuza 1

\.~
Tema do filme Bete (Som Livre, 1985) 1

Balanço (Compacto) O Lado 1

'---: I. Exagerado (Cazuza, Eze-
I
r (Som Livre, 1984) • Ideologia
quiel Neves e Leoni) 2. Medie-
~I O Lado 1 val II (Cazuza e Rogério Mean- (Philips, 1988)
1. Bete Balanço (Cazuza e Fre-
O Lado 1
~I jat)
da) 3. Cúmplice (Cazuza
Luiz) 4. Mal nenhum (Cazuza e
e Zé
1. Ideologia (Cazuza e Frejat)
O Lado 2
Lobão) 5. Balada de um vaga- 2. Boas Novas (Cazuza) 3. O
\"'/'\ 1. Amor amor (Cazuza, Frejat
bundo (Frejat e Wally Salomão) assassinato da flor (Cazuz a)
'-- e George Israel) • Burguesia
O Lado 2 4. A orelha de Eurídice (Cazu-
'--, !
za) 5. Guerra civil (Cazuza e
(Polygram, 1989)
1. Codinome Beija-flor (Cazu-
Ritchie) 6. Brasil (Cazuza, Disco I
za, Arias e Ezequiel Neves)
'- George Israel e Nilo Romero) O Lado 1
2. Desastre mental (Cazuza e
\...-! Ladeira) 3. Boa vida (Cazuza e O Lado 2 1. Burguesia (Cazuza, George
Frejat) 4. Só as mães são felizes 1. Um trem para as estrelas Israel e Ezequiel Neves) 2. Na-
'---'i (Cazuza e Gilberto Gil) 2. Vida bucodonosor (Cazuza e George
(Cazuza e Frejat) 5. Rock da
! descerebração (Cazuza e Frejat) fácil (Cazuza e Frejat) 3. Blues Israel) 3. Tudo é amor (Cazuza
\.."--"':
da piedade (Cazuza e Frejat) e Laura Finocchiaro) 4. Garota
I
~i 4. Obrigado (por ter se manda- de Bauru (Cazuza e João Re-
do) (Cazuza e Zé Luiz) 5. Mi- bouças)
'- i nha flor, meu bebê (Cazuza é O Lado 2
I Dé) 6. Faz parte do meu show 1. Eu agradeço (Cazuza, Geor-
• Maior Abandonado (Cazuza e Ladeira) ge Israel e Nilo Romero) 2. Eu
~ (Columbia Pus, 1984) quero alguém (Cazuza e Renato
Rocketh) 3. Baby Ionest (Cazu-
~ O Lado 1
za, Lobão e Leducha) 4. Como
I. Maior abandonado (Cazuza
'------ já dizia Djavan (Cazuza e Fre-
e Frejat) 2. Baby suporte (Cá-
jat) 5. Perto do fogo (Cazuza e
'------ zuza, Barros, Pequinho e Eze-
Rita Lee)
quiel Neves) 3. Sem vergonha
• Só se for a dois
'---' "'(Cazuza e Frejat) 4. Você pare-
4- (Philips, 1987) Disco II
ce com todo mundo (Cazuza e
~I O Lado 1 O Lado 3
r Frejat) 5. Milagres (Cazuza,
1. Só se for a dois (Cazuza e 1. Cobaias de Deus (Cazuza e
'------ Frejat e Denise Barroso) 6. Não
Rogério Meanda) 2. Ritual Ângela Rô Rô) 2. Mulher sem
amo ninguém (Cazuza, Frejat e
~ (Cazuza, Frejat e Ezequiel Ne- razão (Cazuza, Dé e Bebel Gil-
Bzequie) Neves) • O tempo não pára
ves) 3. O nosso amor a gente berto) 3. Por quase um segundo
'-' O Lado 2 (Cazuza ao vivo) (Herbert Vianna) 4. Filho úni-
inventa (Cazuza, João Rebou-
1. Por que a gente é assim? (Ca- (Philips, 1988) co (Cazuza e João Rebouças)
ças e Rogério Meanda) 4. Cul-
zuza, Frejat e Ezequiel Neves) 5. Preconceito (Fernando Lobo
pa de estimação (Cazuza e Frejat) O Lado 1
2. Narciso (Cazuza e Frejat) e Antonio Maria) 6. Esse cara
5. Solidão que nada (Cazuza, 1. Vida louca vida (Lobão e
3. Nós (Cazuza e Frejat) 4. Do- (Caetano Veloso)
George Israel e Nilo Romero) Bernardo Vilhena) 2. Boas No-
'---' lorosa (Cazuza e Frejat) 5. Bete O Lado 4
Balanço (Cazuza e Frejat)
O Lado 2 vas (Cazuza) 3. Ideologia (Ca-
1. Completamente blue (Cazu- zuza e Frejat) 4. Todo amor que 1. Azul e amarelo (Cazuza, Lo-
'-'
za, Rogério Meanda, Nilo Ro- houver nessa vida (Cazuza e bão e Cartola) 2. Cartão postal
mero e George Israel) 2. Vai à Frejat) 5. Codinome Beija-flor (RitaLeeePauloCoelho)3. Ma-
luta (Cazuza e Rogério Mean- (Cazuza, Reinaldo Arias e Eze- nhatã (Cazuza e Leoni) 4. Bruma
<::
da) 3. Quarta-feira (Cazuza e quiel Neves) (Cazuza e Arnaldo Brandão)
<:> Zé Luiz) 4. Heavy love (Cazu- O Lado 2 5. Quando eu estiver cantando
za e Frejat).5. Lobo mau da 1. O tempo não pára (Cazuza e (Cazuza e João Rebouças)
"'--"

~t 109
'---"~ L-;:

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'-...-
 'Outros lançamentos da Lumiar Editora
• Harmonia e Improvisação - em dois volumes
Autor: Almir Chediak
(Primeiro livro editado no Brasil sobre técnica de improvisação e harmonia funcional aplicada em mais de'
140 músicas populares) .
• Songbook de Caetano Veloso - VoI. I -",

Produzido e editado por Almir Chediak ,I

....:..,:
(135 canções de Caetano Veloso com melodias, letras e harmonias revistas pelo compositor) ,I
...-.."
• O livro do músico \i -..,1
Autor: Antonio Adolfo I

(Harmonia e improvisação para piano, teclado e outros instrumentos)

• Songbook da bossa-nova - em cinco volumes (Português/Inglês)
Produzido e editado por Amir Chediak
(Mais de 250 canções da Bossa Nova com melodias, letras e harmonias, na sua maioria, revistas pelos
composi tores)
• Escola moderna do cavaquinho
Autor: Henrique Cazes
(Primeiro método de cavaquinho solo e acompanhamento editado no Brasil nas afinações
ré-sol-si-ré e ré-sol-si-mi)
• Songbook de Tom Jobim - em três volumes (Português/Inglês)
Produzido e editado por Almir Chediak
(Mais de 120 canções de Tom Jobim com melodias, letras e harmonias revistas pelo compositor)
• Songbook de Rita Lee - em dois volumes
Produzido e editado por Almir Chediak
(Mais de 80 canções de Rita Lee com melodias, letras e harmonias revistas pela compositora)
• Songbook de Gilberto Gil- em dois volumes (Português/Inglês)
Produzido e editado por Almir Chediak
(Mais de 100 canções de Gilberto Gil com melodias, letras e harmonias revistas pelo compositor)
• Songbook de Vinícius de Moraes e parceiros - em dois volumes (Português/Inglês)
\ Produzido e editado por Almir Chediak
•. (Mais de 100 conções de Vinícius e parceiros com melodias, letras e harmonias)
• Batucadas de samba
Autor: Marcelo Salazar
(Como \ tocar os vários instrumentos de uma escola de samba. Em seis idiomas)
\

'. Método Prince -leitura e percepção do ritmo

Autor: Adamo Prince '
(Considerado por professores e instrumentistas como o que há de mais completo, moderno e objetivo para o
estudo do ritmo)
• Método Prince - leitura e percepção do som
Autor: Adamo Prince
(Primeira obra completa lançada no Brasil sobre o sistema relativo de solfejo)
• Método de arranjo - em quatro volumes
Autor: Ian G~est,
(Primeiro método de arranjo editado no Brasil) VOlES Imprimiu ~

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