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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

DOCENTE: PROFESSOR DR. CARLOS SANDER

ALINE DUARTE MAURÍCIO

CLASSIFICAÇÃO DE ÁGUA DOCE PELA RESOLUÇÃO COMANA Nº 357

BOA VISTA - RR

2020
ALINE DUARTE MAURÍCIO

CLASSIFICAÇÃO DE ÁGUA DOCE PELA RESOLUÇÃO COMANA Nº 357

Trabalho de Pesquisa apresentado


como pré−requisito para a obtenção de
nota parcial na disciplina Hidrografia e
Recursos Hídricos do curso de
Licenciatura em Geografia da
Universidade Federal de Roraima sob
orientação do Professor Dr. Carlos
Sander.

BOA VISTA - RR

2020
1. INTRODUÇÃO

A água como matéria indispensável para vida na terra, devendo ser


monitorada e controlada para realização de suas funções. A exploração da água
doce definida como essencial para atividades humanas em diversas áreas. Desde
uma larga produção agrícola (influenciando a economia de um país em escala
nacional) até uma simples ação de lavar um utensílio domestico, a água doce tem
alta relevância de uso.

Em um país com grande potencial de água doce como Brasil, faz-se


necessário condições, restrições e medidas de controle e ferramentas para a
organização do uso de água doce. Para evitar o uso imprudente de um sistema tão
importante para o ecossistema planetário, a divisão de funções para atividades
exercidas pela água, medidas de organização e controle de desperdício foram
criadas (ALBUQUERQUE, T.N, SILVA, N. R, 2018) .

Em 1982, criou-se o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, pela


Lei nº 6.938/81, como órgão deliberativo e consultivo do SISNAMA - Sistema
Nacional do Meio Ambiente - (ECO, 2014) . Tendo como função estudos e proposta
para exploração e preservação equivalentes do meio ambiente. Compete para o
Governo assessorar medidas políticas compatíveis ao equilíbrio ecológico. Incluindo
a classificação dos corpos de água e suas diretrizes (ECO, 2014). Por meio da
Resolução CONAMA nº 357/2005, posteriormente alterada em seu art. 34, 2008.
Acrescenta a classificação de águas subterrâneas.

Neste presente trabalho, temos como objetivo apresentar a classificação dos


corpos de água doce segundo o panorama organizado pelo CONAMA.
Trabalharemos com a resolução CONAMA do ano de 2005. Mostraremos também a
organização dos parâmetros de qualidade da água.
2. CLASSIFICAÇÃO DA ÁGUA DOCE SEGUNDO O ENQUADRAMENTO DO
CONAMA

O intuito do enquadramento da água é definir e classificar a água de acordo


com a sua qualidade. Preponderando como uma ferramenta de planejamento.
Especificamente “assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais
exigentes a que forem destinadas e diminuir os custos de combate à poluição das
águas, mediante ações preventivas permanentes” (Art. 9o , lei no 9.433, de 1997).

O enquadramento de acordo com a classificação do CONAMA se divide em


três categorias: águas doces, salinas e salobras. As águas salinas são definidas
como água com salinidade igual ou superior a 30% (CONAMA, 2005). As águas
salinas podem ser destinadas para a preservação do ambiente aquático; para
recreação de contato primário e secundário; atividade de pesca e agricultura; pesca
amadora; navegação e paisagismo. E as águas salobras são definidas como água
no mínimo 0,5% e no máximo 30% de salinidade. Destinadas para a preservação e
equilíbrio natural da biocenose aquática; atividades de recreação de contato primário
e secundário; pesca e agricultura; para o abastecimento do consumo humano
(passando por tratamento convencional ou avançado); irrigação de hortaliças
passível de consumo humano; para navegações e paisagismo (CONAMA, 2005).

2.1 Classificação das águas doce

A água é uma substância indispensável para a vida na terra. Ligada à saúde,


desenvolvimento e evolução da humanidade (RIBEIRO, L. G. G; ROLIM, N. D, 2017).
Os 3% de água doce existente na terra revela a grande importância da preservação
desse recurso tão essencial. Considerando que 90% dessa água doce se encontra
congeladas, os demais correspondem à rios, lagos e lençóis subterrâneos (COPASA,
2015). Somando-se a importância da água doce na economia de um país: como
fonte de energia hidroelétrica; irrigação na agricultura e na industria.

Dessa forma, é relevante apresentar um plano de gestão hídrica que


considere os aspectos qualitativos e quantitativos do uso da água. Assim, o
CONAMA estabeleceu a classificação da água doce. Definindo a água doce com
salinidade igual ou inferior a 0,5%. Essa categoria da classificação dos corpos de
água é dividida em cinco classes. Como mostra o quadro 1.
Quadro 1 - Classificação de água doce segundo o CONAMA.

CLASSIFICAÇÃO DE ÁGUA DOCE SEGUNDO CONAMA nº 357

CLASSE USO

Abastecimento para consumo humano, com desinfecção

Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas


Especial
Preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção
integral

Abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado

Proteção das comunidades aquáticas

Recreação de contato primário, como natação, esqui aquático e mergulho, conforme


I Resolução CONAMA n. 274, de 2000

Irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam


rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película

Proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas

Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional

Proteção das comunidades aquáticas

Recreação de contato primário, como natação, esqui aquático e mergulho, conforme


II Resolução CONAMA n. 274, de 2000

Irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e


lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto

Aquicultura e à atividade de pesca

abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado

Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras

III Pesca amadora

Recreação de contato secundário

Dessedentação de animais

Navegação
IV
Harmonia paisagística

Fonte: Maurício, 2020.


A Classe especial destaca a preservação das águas doces para o consumo
humano e a biocenose aquática. Essa medida de preservação de recursos hídricos
é fundamental para o Brasil, pois, possuímos cerca de 12% do total de água doce do
planeta (ANA, 2013).

A Classe I envolve atividades humanas como a recreação de contato


primário, ou seja, onde existe a possibilidade de ingerir água, exemplos são os
esportes aquáticos (natação, esqui aquático, mergulho e etc). Usada ainda para
irrigação de hortaliças e frutas consumidas cruas. Além de mantém a proteção das
comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

Na Classe II, o uso da água doce se direciona para abastecimento do


consumo humano e se dá pelo tratamento convencional. O tratamento convencional
segundo a COPASA MG, é um processo de tratamento da água que consiste na
capitação de água (superficial ou subterrânea), recebe tratamento com substancias
químicas para oxidar metais presentes na água e para manter o pH no nível
favorável para consumo. Assim, a água já tratada é armazena em reservatórios para
posteriormente ser utilizada.

A Classe III se limita ao abastecimento do consumo humano por meio do


tratamento convencional ou avançado da água. Voltado para atividades de
recreação secundaria onde o contato com a água é acidental, como as atividades de
navegação e pesca amadora. Na ultima categoria de classificação de água doce
temos a Classe IV. Sem muita relevância de uso para atividades de abastecimento
do consumo humanas, serve apenas para navegação e Harmonia paisagística.

É interessante comentar que cada classe funciona como um nível de


qualidade de água para uso. Exemplificando a classe especial e classe I como água
de preservação, a classe II e classe III como água para produção agrícola, e a
classe IV de áreas urbanas.

A classificação de enquadramento de corpos d’água categoriza a qualidade


da água de forma gradual. Sendo a classe especial a ponta extremo de qualidade
excelente e a classe IV como outro lado da ponta extrema de qualidade ruim. Como
mostra a Figura 1.
Figura 1 - Enquadramento de corpos de água

Fonte: ANA - Agência Nacional de Águas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Criar instrumentos que analise o desenvolvimento da qualidade da água para


facilitar a firmação, organização e controle de planos, trançando objetivos
alcançando gradativamente. Conhecendo as ferramentas necessárias para entender
como estar divida e qualificada a água torna mais fácil encontrar formas de combater
a poluição e o desperdício. Mas ainda estamos longe de alcançar a utopia de um
mundo sem degradações e contaminações. A resolução CONAMA de 2005, presa
pela proteção e conservação da água. E mais ainda, preserva a saúde pública do
nosso tempo presente e o mais importante o da nossa futura geração.

É importante atentar-se para a quantidade de classes de enquadramento de


corpos de água. Quantos maior for o número de classes, haverá mais atividades que
não necessita de água limpa (FEPAM - RS). A como consequência os padrões de
qualidade serão menos exigidos.

Este trabalho explana a visão em relação a enquadramento da água. Baseia-


se no modelo de qualidade de água que atenda as necessidades da comunidade e
não no estado atual. Este modelo considera o bem-estar humano e do equilíbrio
ecológico aquático.
4. REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, T. de N, SILVA, N. R. da. Enquadramento de corpos de água: um


instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos. GEOAMBIENTE ON-LINE,
Goiás, n 32, p. 174-186, Set -Dez, 2018. Disponível em:
doi.org/10.5216/revgeoamb.v0i32.54654. Acesso em: 17 de novembro de 2020.

ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Panorama de enquadramento de


corpos d’água. Cadernos de recursos hídricos. Brasília: ANA, 2005

ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Panorama de enquadramento de


corpos d’água. Cadernos de recursos hídricos. Brasília: ANA, 2007.

ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Preservação da água: um desafio para


a sociedade. Folha do Mate. Rio Grande do Sul, 2013.

BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de


Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos. Brasília. 1997.
CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução CONAMA
nº 357. 2005.

COPASA - COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS. Recursos


Hídricos (pdf). 2015.

COPASA - COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS. Tratamento da


água. Minas Gerais. Disponível em:
http://www.copasa.com.br/wps/portal/internet/agua-de-qualidade/tratamento-da-
agua#:~:text=%20Tratamento%20da%20%C3%81gua%20%201%20Processo%20c
onvencional,casas%2C%20a%20%C3%A1gua%20passa%20por%20v%C3%A1rios..
.%20More%20. Acesso em: 21 de novembro de 2020.

ECO. O que é o CONAMA. 2014. Disponível em: https://www.oeco.org.br/dicionario-


ambiental/27961-o-que-e-o-conama/. Acesso em: 21 de novembro de 2020.

FEPAM - FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIIENTAL HENRIQUE LUIZ


ROESSLER. Qualidade Ambiental. Disponível em:
http://www.fepam.rs.gov.br/qualidade/legislacao_agua.asp. Acesso em: 12 de
novembro de 2020.

PNQA - PORTAL NACIONAL DA QUALIDADE DA ÁGUA. Enquadramento - Bases


Legais. Resolução CONAMA nº 357/2007. Disponível em:
http://pnqa.ana.gov.br/enquadramento-bases-legais.aspx#. Acesso em: 17 de
novembro de 2020.

RIBEIRO, L. G. G, ROLIN, N.D. Planeta água de quem e para quem: uma análise da
água doce como direito fundamental e sua valoração mercadológica. Revista
Direito Ambiental e sociedade, v. 7, n. 1, (p. 7-33). 2017.

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