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br - R$ 15,00
CDLs
As boas perspectivas
Ponto de vista
Harald Müller,
presidente da fib
p&d
Sustentabilidade
do pré-fabricado em em lajes alveolares
galpões logísticos
A Revista Industrializar em
concreto é um oferecimento
do setor através das empresas
08
Diretor de Marketing
Paulo Sergio Teixeira Cordeiro (Leonardi) Ponto de vista
Diretor Técnico Harald Müller
Francisco Celso (Premo)
Industrialização
14 em pauta
Conselho Estratégico
Presidente
Aguinaldo Mafra Jr. (Cassol)
Vice Presidente Centros de Distribuição e Logística
André Carvalho Pagliaro (Alveolare Brasil)
Conselheiros
Luiz Alberto Paccola (HC Estacas) - Carlos Alberto Gennari
(Leonardi) - Marcelo Miranda (Precon Engenharia) - André
24 abcic em ação
Abcic lança anuário 2014 com radiografia completa do setor
28
Roberto Hennemann (Preconcretos) - Rui Sérgio Guerra
(Premodisa) - José Antonio Tessari (Rotesma) - José de
Abcic em ação
Almeida (T&A) - Conselheiros (Ex-Presidentes) - Paulo Sérgio FGV constata que 31,1% dos pré-fabricadores
Teixeira Cordeiro (Munte) - Milton Moreira Filho (Protendit) de concreto planejam investir em 2015
30
Conselho Fiscal
Efetivo abcic em ação
Marcelo Caleffi (Concrelaje) - Antonio Leomil Garcia (Con- Selo de Excelência Abcic
crebem Pré-moldados) - Fernando Palagi Gaion - (Stamp
Pré-Fabricados Arquitetônicos Ltda)
36
Suplente de olho no setor
Marcelo Bandeira (Bemarco Industrial Ltda) - Claudio Renato Modernizar a malha de transportes passa pela prática
M. Bressan (Diarc Pré-fabricados) - Guilherme F. Philippi de um eficiente sistema de manutenção de pontes
(Marna Pré-Fabricados)
40
Comité Editorial de olho no setor
Íria Doniak (Presidente Executiva) - Paulo Sérgio Cordeiro Seminário na Feicon 2015: foco na industrialização
(Diretor de Marketing) - Francisco Celso (Diretor Técnico) e no aumento da produtividade
Edição
43
Mecânica de Comunicação - www.meccanica.com.br acontece no mundo
Jornalista Responsável - Enio Campoi – MTB 19.194/SP
Primeira reunião da Comissão 6 de pré-fabricados
Redação da fib é realizada em Perugia, na Itália
Lázaro Evair de Souza - lazaro@meccanica.com.br
45
Sylvia Mie - sylvia@meccanica.com.br
Tels.: (11) 3259-6688/1719
acontece no mundo
GT sobre pontes pré-fabricadas promoverá reunião
Produção Gráfica no fib Symposium
Diagrama Comunicação
47
www.diagramacomunicacao.com.br Artigo técnico
Projeto gráfico: Miguel Oliveira
Diagramação: Igor Novelli Ganhos de sustentabilidade em lajes alveolares protendidas
Ilustração: Juscelino Paiva
58
Fotos Capa: Divulgação
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A escolha: ser sujeito ou ser objeto na situação de crise?
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Aguinaldo Mafra Jr.
Cassol Pré-Fabricados
Editorial
foco nas
criamos mecanismos de defesa, junto com nossos
associados, resultando em ações que nos colocam
em outro patamar, como demonstram os dados do
6 | Abril 2015
26 A 28
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2015
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Quais são as prioridades de sua Task Groups) da fib, que receberam samos desenvolver um sistema tal
administração na fib? uma nova formatação de suas es- que a atualização de nosso Model
Minhas prioridades na adminis- truturas no início deste ano. Um de Code possa ser realizada dentro de
tração ficam claras, quando avalia- meus objetivos mais importantes é um intervalo curto, muito mais cur-
mos a história recente, na qual a conseguir fazer com que essa nova to que nas décadas passadas. E, em
fib fez grandes contribuições para organização ajude a administrar a segundo lugar, precisamos nos dedi-
o avanço do conhecimento e do fib de forma ainda mais eficiente, car ainda mais, em nosso trabalho,
desenvolvimento técnico no campo para realizar sua missão da manei- ao aspecto importante da sustenta-
do concreto estrutural. A maior re- ra mais perfeita possível. bilidade durante todo o ciclo de vida
alização foi a publicação do Model de uma estrutura, começando pela
Code for Concrete Structures 2010, Quais são as diretrizes da fib produção do concreto em relação
em setembro de 2013, que exem- para os próximos anos? ao projeto, à execução, ao uso, à
plificou a iniciativa da fib em com- Essa orientação basicamente re- reabilitação até a desmontagem ou
pilar o conhecimento mais recente sulta dos objetivos da fib, ou seja, demolição e reuso.
e atualizado na forma de um códi- promover o uso e o desenvolvimen- Quais atividades serão promovi-
go para servir como modelo para as to do concreto estrutural para o be- das durante a sua administração?
novas gerações de normas. A base nefício da humanidade, principal- Teremos até o fim de 2016, quando
principal desse feito se deve à de- mente pelo estímulo de pesquisas, ocorre o término da minha adminis-
dicação de excelentes engenheiros, pela disseminação do conhecimen- tração, dois Simpósios fib, o primeiro
cientistas e profissionais liberais to e pela produção de linhas mes- em maio deste ano em Copenhagen,
do mundo inteiro. Esse trabalho é tras e recomendações de projetos. na Dinamarca, e o segundo em no-
realizado pelas Comissões e Gru- Vou mencionar dois aspectos muito vembro de 2016 na Cidade do Cabo,
pos de Trabalho (Commissions and distintos. Em primeiro lugar, preci- na África do Sul. Além disso, teremos
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Ponto de vista
o 11º fib PhD Symposium no final de dida em que um número cada vez obtido e da rede internacional da
agosto de 2016 em Tóquio, no Ja- maior de países vem expressando fib a qualquer momento. Mais de-
pão. Estamos, também, em proces- seu interesse em se tornar membro talhes sobre os benefícios podem
so para a organização de workshops da entidade. A fib é uma organiza- ser encontrados na homepage,
conjuntos sobre vários assuntos com ção internacional, onde as nações www.fib-international.org.
o ACI – American Concrete Institu- são parceiras no mesmo nível, ten-
te e a RILEM – The International do os mesmos direitos e deveres. Qual é sua opinião sobre a parti-
Union of Laboratories and Experts Atualmente, ela envolve mais de cipação e a contribuição do grupo
in Construction Materials, Systems 40 países membros de todos os brasileiro, para a fib?
and Structures. Planejamos, ainda, continentes. Embora ela também O papel do Brasil dentro da fib é
realizar novos cursos, como o Model seja aberta a pessoas físicas, em- muito proeminente, já há algumas
Code Course, que aconteceu em São presas e outras entidades, ela é décadas, pela importante atuação
Paulo em novembro do ano passado. muito mais eficiente na formação ao longo do tempo de engenheiros
de grupos nacionais. As decisões reconhecidos internacionalmente
A fib é uma entidade mundial e mais importantes são tomadas como os professores Lobo Carnei-
promove atividades em escala glo- após discussões por votação no ro, Augusto Carlos de Vasconcelos
bal. Essa operação cobre todos os Conselho Técnico e na Assembleia e Paulo Helene. Fernando Stucchi
continentes? Qual é a importância Geral, onde os países, ou seja, as não só é um brilhante engenheiro
para os países que participam ati- delegações nacionais dos países e intelectual, mas é também uma
vamente na fib? membros, são representados. Por personalidade de projeção à frente
Sim, a fib é proeminentemen- outro lado, um grupo nacional pode da delegação brasileira, que é mui-
te ativa em todo o mundo. E isso aproveitar ao máximo de todas as to visível dentro de toda a entidade.
vai aumentar ainda mais, na me- decisões, de todo o conhecimento Ano passado, ele foi homenageado
com o fib Honorary Life Member Janeiro, sob coordenação técnica nos últimos 20 anos. Como exem-
em reconhecimento à significativa de Íria Doniak e Marco Menegotto, plos, eu gostaria de mencionar o
contribuição pessoal ao trabalho então coordenador da Comissão concreto auto adensável e o concre-
da entidade. Junto com a delega- 6 de pré-fabricados, que contou to de alta resistência, entre outros.
ção brasileira e as entidades que a com a participação de profissio- Por termos excelentes materiais de
representam ele também forneceu nais brasileiros e de outros países concreto, sofremos no mundo todo,
uma grande contribuição para o da América Latina. A importância até certo ponto, com o fato de que
desenvolvimento do Model Code do Brasil torna-se aparente a partir a prática da construção é muito
2010. Além disso, Stucchi é pre- do fato de que um dos dois altos conservadora, isto é, o percentual
sidente do júri do fib Achievement cargos de membros no Presidium de uso desses novos concretos de
Award for Young Engineers. A par- da fib foi concedido a um membro alto desempenho na prática ainda
ticipação do professor Marcelo da Delegação Brasileira, a enge- é muito baixo, embora já tenhamos
Ferreira, em especial na C6 de pré- nheira Íria, com endosso das en- desenvolvido recomendações para
-fabricados, vem sendo relevante tidades que integram a delegação projeto. Essa é uma desvantagem
desde que o Brasil passou a inte- brasileira (Abece e Abcic). Assim, também na questão da sustentabi-
grar o grupo. As representantes Li- as experiências e ideias brasileiras lidade. Devemos empenhar nossos
dia Shehata e Íria Doniak são reco- podem ser trazidas diretamente à esforços para mudar essa situação.
nhecidas na comunidade. Convém alta administração da fib. Os processos de construção são
lembrar que a Lidia foi a principal muito eficientes hoje. No entanto,
organizadora do Model Code Cour- Como você analisa o estágio atu- ainda há muito espaço para evoluir.
se no Rio de Janeiro em 1991, que al da tecnologia da Engenharia do No que se refere ao projeto estru-
foi um evento de grande sucesso. Concreto? tural, estamos atualmente em uma
E, em 2012, foi promovido o I Se- Entre os materiais de construção, situação muito promissora, porque
minário Latino Americano de Pro- o concreto é, de longe, o mais usa- temos disponíveis ferramentas nu-
jeto e Aplicações de Estruturas de do no mundo, e é o material que ob- méricas robustas e, assim, a análise
Concreto Pré-fabricado, no Rio de teve desenvolvimentos importantes já não é mais um grande problema.
A educação de engenheiros civis no
mundo todo está em um nível mui-
perfil de harald müller to alto e bem comparável, graças
Harald Müller é professor-titular no Instituto de Tecnologia Karlsruhe, na Alemanha, diretor do aos meios de comunicação pela in-
Instituto de Estruturas de Concreto e Materiais para Construção e diretor do Instituto Karlsruhe
ternet. Como você pode ver, minha
de Testes de Materiais.
análise do estágio atual da tecno-
Expert e consultor para a Associação Alemã de Tecnologia de Concreto e Construção e o
Instituto Federal Alemão de Tecnologia para Construção, é sócio-diretor no SMP Ingenieure im logia da engenharia do concreto é
Bauwesen (Society of Engineers of Constructions Ltd); em Karlsruhe, Dresden, na Alemanha. muito positiva. Não obstante, ain-
Müller é membro em várias comissões técnicas e científicas alemãs e internacionais e da há necessidade e espaço para
em entidades para normalização, como por exemplo, participa do DIN (CEN – Comitê melhorar.
Europeu de Normalização), da DAfStb - German Committee for Reinforced Concrete,
da FGSV - German Road and Transportation Research Association, do ACI – Instituto Quais são hoje os principais de-
Americano do Concreto, e da RILEM. safios da Engenharia do Concreto?
Além disso, é presidente da fib – Federação Internacional do Concreto (2015-2016), membro Entre os diferentes desafios rela-
da Fundação Nacional de Ciência Alemã (DFG), membro do Conselho Consultivo do Instituto tivos aos aspectos sociais, econô-
Federal Alemão de Tecnologia para Construção Civil (Dibt) e coordenador do TG 7 “Time micos ou técnicos há um que é o
dependent effects” no CEN TC 250 SC 2 (Eurocode 2).
mais importante, que cobre todas as
Atua em áreas, como concreto e estruturas de concreto, análise e gerenciamento do ciclo de
áreas: a sustentabilidade. O grau de
vida das estruturas de concreto; proteção, manutenção, reparação de estruturas; teste de
metodologias para o concreto (material e estruturas); comportamento mecânico e modelagem sustentabilidade mais alto no con-
do concreto; microestrutura e durabilidade de materiais para construção; normalização creto e das estruturas de concreto é
internacional e alemã e orientações. alcançada por um melhor desempe-
Müller contabiliza aproximadamente cerca de 360 publicações em jornais e revistas alemãs nho do material, pela vida útil mais
e internacionais sobre os temas em que é especialista e em anais de congressos, além de longa e pelo impacto ambiental mais
publicar mais três monografias e 13 anais. baixo. O ultimo aspecto significa, por
exemplo, produzir concreto com um
10 | Abril 2015
Ponto de vista
teor muito mais baixo de cimento concreto de desempenho ultraele- terminante nos países que seguem
Portland, mantendo constantes as vado pode ser aplicado na prática as normas do CEN – Comitê Euro-
propriedades do concreto. A impor- apenas como elementos pré-fabri- peu de Normalização. As normas
tância dessa abordagem torna-se cados. Além disso, existem outros europeias (os EN, em particular EN
clara a partir dos seguintes fatos: motivos para um uso mais difun- 1992-1-1: 2004 para o projeto de
hoje, entre 5 a 7% da emissão de dido do sistema, relacionados, por estruturas de concreto) foram ba-
CO2 antropogênico resulta da produ- exemplo, à economia de energia e seadas no Model Code de 1990.
ção de cimento Portland. Se o uso às estratégias de demolição. Mas também fora da Europa, isto
de concreto – como um material in- é, na Ásia, Estados Unidos, Aus-
dispensável para o desenvolvimento trália e até mesmo na África, ele é
econômico – aumentasse por um
fator de cinco durante os próximos "Precisamos considerado como um documento
de orientação. E, finalmente, não
30 anos, a consequência seria o
aparecimento de severos problemas nos dedicar podemos esquecer que os Model
Codes, juntamente com os docu-
ambientais. No entanto, abordagens
promissoras já estão em desenvolvi-
ainda mais mentos que lhe dão suporte, ser-
vem como uma valiosa referência
mento para evitar consideravelmente
esse problema.
ao aspecto da para a ciência da engenharia civil.
A industrialização da construção
sustentabilidade Qual é sua análise sobre a parti-
cipação brasileira durante a apro-
é uma tendência mundial? Qual é
o papel das estruturas do concreto
durante todo o vação do Model Code?
A delegação brasileira contribuiu
pré-fabricadas nesse contexto?
Sim, essa é uma tendência mun-
ciclo de vida de ativamente para o desenvolvimento
do Model Code e também mostrou
dial por motivos econômicos. Os
elementos pré-fabricados facilitam
uma estrutura" um alto nível de comprometimen-
to no melhoramento e na correção
o processo da industrialização na das minutas do documento. O voto
construção. No que se refere ao de- Recentemente, a fib e a Abece, final sobre o Model Code foi unâni-
senvolvimento positivo da indústria com apoio da Abcic, promoveram me, inclusive com o voto do Brasil.
do concreto pré-fabricado, há outro o fib Model Code Course no Brasil.
motivo que também é importante. Historicamente, qual é a contri- Quando você esteve aqui, qual
Os concretos de alto desempenho buição desse documento para os foi sua análise sobre a engenharia
são muito suscetíveis a pequenas países membros da entidade? brasileira do concreto?
variações na composição do con- O fib Model Code 2010 oferece Tive uma impressão realmente
creto ou a temperatura do ambien- o conhecimento mais atualizado excelente durante o Model Code
te no estado do concreto fresco. sobre projeto de estruturas de con- Course em São Paulo. Houve um
Esses efeitos dificilmente podem creto no formato de código. Impor- debate intenso e profundo entre
ser controlados no caso do con- tantes especialistas de mais de 40 profissionais liberais e cientistas,
creto produzido no local. Por outro países desenvolveram esse docu- sobre o projeto estrutural, abran-
lado, a indústria do concreto pré- mento. Não há nada comparável gendo as reflexões sobre o contexto
-fabricado pode produzir facilmen- na construção em todo o mundo. e as causas dos principais pressu-
te elementos de concreto de alta Ele serve como base para novas postos dos modelos. Meus colegas
qualidade. Os efeitos ambientais gerações de padrões nacionais. e eu, que havíamos apresentado
durante o endurecimento podem Isso é verdade não apenas para os os diferentes temas, ficamos muito
ser perfeitamente controlados. países membros da fib, mas tam- entusiasmados com isso. E além
Como resultado, o aumento no uso bém para outros países. A mesma dessa ressonância muito positiva,
de concretos de alto desempenho, situação era válida quando os anti- devo afirmar claramente que sob
que é indispensável em termos de gos Model Codes de 1978 e 1990 meu ponto de vista a organização
sustentabilidade, deverá levar a foram implantados. Quero mencio- foi perfeita. Gostaria de agradecer
um uso mais amplo de elementos nar, apenas como um exemplo, que à equipe organizadora liderada por
pré-fabricados. Por enquanto, o eles desempenham um papel de- Fernando Stucchi.
PRÉ-FABRICADOs DE
CONCRETO SUSTENTAm
EXPANSÃO DO
SEGMENTO DE CDLs
14 | Abril 2015
industrialização em pauta
FICHA TÉCNICA
Localização da obra: Curitiba
Cliente: Braspress
(transportadora)
Área total: 7.700 m²
Volume de concreto: 800 m³
Estrutura pré-fabricada:
Cassol Pré-fabricados que prevê ações e procedimentos ma, que podem ser resumidas na
Responsável técnico pelo pré- para viabilizar a coleta e reenvio economia de recursos com a não
para as indústrias dos resíduos imobilização de grandes somas na
fabricado: Clair Marcelo Silva
sólidos, sobretudo embalagens de construção de CDLs próprios.
Tipos de peças utilizadas:
produtos alimentícios e de higie- Em função do bom momento atu-
vigas armadas, vigas ne e beleza, que demanda que os al e das boas perspectivas do seg-
protendidas, pilares, lajes e grandes varejistas fiquem próximos mento de CDLs, cresce também o
painéis alveolares, blocos de dos mercados onde atuam, redu- otimismo em relação a empresas
fundação, escadas, telhas de zindo despesas com distribuição. voltadas para a construção desses
concreto w34 e w53 Além disso, a área de CDL tem centros. Nesse caso, os fabrican-
sido beneficiada também por uma tes de estruturas pré-fabricadas de
forte expansão do e-commerce, concreto ganham especial destaque
grupos de investidores internacio- cujo faturamento, em 2014, atingiu por ser um dos sistemas estruturais
nais pelo mercado brasileiro de a marca de R$ 35,8 bilhões, cres- mais utilizados nessas construções.
galpões de logística. Alguns já atu- cimento de 24% sobre verificado “As soluções industrializadas tem
am aqui e outros estão iniciando em 2013. O segmento de centros acompanhado o processo de ex-
suas operações no país. Vários de- logísticos tem igualmente crescido pansão e modernização deste tipo
les estão de olho, tanto no merca- em função do maior convencimento de empreendimento, caracterizando
do tradicional, quanto numa nova dos empresários do setor de vare- certamente um efetivo crescimento
tendência que tem surgido, voltada jo – os principais usuários desses conjunto”, diz Aguinaldo Mafra Jú-
especialmente para o segmento de empreendimentos – em relação às nior, presidente do Conselho Estra-
condomínios de logística reversa, vantagens oferecidas pelo siste- tégico da Abcic e diretor comercial
16 | Abril 2015
industrialização em pauta
Pré-fabricado de concreto é mais vantajoso para construção de centros logísticos por acelerar a conclusão da obra
cobertura metálica”, explica o pro- pela região”, comenta Paulo Sergio utilizados em obras desse tipo.
jetista. Relata também que há um Cordeiro, da Leonardi. “Isso esti- Acompanhamos o estado da arte
mezanino na fachada frontal que mulou muitas empresas a inves- em termos tecnológico existente no
utiliza vigas em concreto armado e tir no entorno do Rodoanel. Esse mundo”, assegura.
lajes alveolares. “Nesta obra estão movimento de instalação de CDLs Ainda em relação à questão dos
presentes boa parte dos sistemas acabou incentivando ainda a cons- principais desafios envolvidos nes-
estruturais pré-fabricado, além da trução de empreendimentos desse se tipo de obra, Mafra Júnior, da
interação com a estrutura metáli- tipo também em outras regiões do Cassol, salienta que o maior dos
ca, o que é muito interessante por- interior de São Paulo com proximi- desafios é ter agilidade e velocida-
que explora o melhor desempenho dade a esse entroncamento rodovi- de, além da necessidade de vencer
de cada material, além de propor- ário”, completa. grandes vãos. “Esse aspecto, aliás,
cionar um casamento harmonioso Na avalição de Cordeiro, outro beneficia e diferencia a industria-
entre os diversos sistemas constru- atrativo para o incremento das lização”, comenta. “No caso de
tivos”, pondera. obras de CDLs com a utilização de obras para CDLs, há uma interde-
A propósito da localização des- pré-fabricado é o fato de que, do pendência intensa entre as várias
se empreendimento mencionado ponto de vista tecnológico, a in- etapas da obra: fundações, piso,
por Vendramini, há um consenso dústria brasileira de pré-fabricado estrutura e cobertura, demandan-
sobre as oportunidades para a ins- de concreto esta no mesmo pa- do enorme necessidade de geren-
talação de CDLs nas proximidades tamar dos países desenvolvidos. ciamento e coordenação, abrindo
do Rodoanel que circunda a ci- “Temos aqui tudo o que existe de oportunidades para soluções in-
dade de São Paulo. “Tivemos um mais moderno em termos de solu- tegradas”, completa Mafra Júnior,
“boom” muito grande desse tipo ções construtivas, seja em relação salientando ainda que “estar aber-
de obra a partir da inauguração do a vãos, estruturas, coberturas ou to a soluções mistas e trabalhar
Rodoanel, exatamente em função fechamento, assim como em rela- fortemente os processos internos,
das vantagens logísticas oferecidas ção a todos os tipos de materiais a fim de melhorar os aspectos de
18 | Abril 2015
industrialização em pauta
SOLUÇÕES
INOVADORAS A Cassol está presente nas maiores e
mais importantes obras do país.
QUE ANTECIPAM Líder absoluta em pré-fabricados de
O FUTURO. concreto na América Latina, com 5
fábricas em todo Brasil e em breve
com uma nova unidade na região
Centro-Oeste.
Tubarão - SC
Fábricas:
PR (41) 3641-5900 RS (51) 3462-5900 SP (19) 3879-8900
SC (48) 3279-7000 RJ (21) 2682-9400 DF (em instalação)
industrialização em pauta
Além disso, vigas com seção “I” pilares centrais e luvas nos pilares mento superficial natural aparente
e “T” servem de apoio para a co- de extremidade. nas duas faces, com espessura de
bertura de telhas zipadas de aço As vigas de cobertura foram mo- 8 e 12 cm, abas de sobreposição
que dispõe de manta de lã de vidro duladas a cada 15m com vão de horizontal tipo macho-fêmea para
para isolamento térmico. Sistemas 22m permitindo maior flexibilida- evitar entrada de água; vedação
de terças metálicas com telha me- de de layout para o cliente. O sis- das juntas verticais e horizontais,
tálica zipada. Na região do mezani- tema de cobertura com telha me- entre os painéis, com aplicação de
no foram empregadas ligações viga tálica zipada permite uma maior mastique flexível na cor cinza, na
pilar semirrígidas com a utilização garantia de estanqueidade para face externa.
de armadura passante através dos obra. Na região dos mezaninos Para Íria Doniak, presidente-exe-
foram especificados braços com cutiva da Abcic, que recentemente
3,2 m de balanço para servirem ministrou uma palestra no evento
20 | Abril 2015
industrialização em pauta
As estruturas pré-fabricadas de concreto são ideais para construção de centros de distribuição e logística por permitir grandes vãos
tar claramente definidos entre as análise de viabilidade, as bases da durante a execução, especialmente
partes como atendimento integral contratação estão de fato equipara- por que prazos cada mais ousados
da NBR-9062 – Projeto e Execu- das”, afirma. levam a necessidade de montagem
ção de Estruturas Pré-moldadas de Por fim, Íria recorda de uma en- de peças com concreto em baixas
Concreto, em sua versão atual. No trevista concedida pelo arquiteto idades que devem atender, de for-
entender de Íria, seria ainda dese- Marcel Monacelli, especializado ma criteriosa, os requisitos e espe-
jável (não obrigatório) que a em- no mercado imobiliário, e editada, cificação da NBR 9062”, completa
presa contratada para executar a em 2012, pela revista Buildings Íria. “Atendidas as especificações,
estrutura pré-moldada possuísse o Industrial (www.buildings.com.br). podemos esperar uma velocidade
Selo de Excelência Abcic (ver ma- Num trecho da entrevista, Mona- que garante a viabilidade do em-
téria na página 30). celli diz: “referente à construção preendimento, aliada à segurança
Não sendo possível a contrata- que adota usualmente três proces- estrutural, que é fundamental du-
ção de uma empresa certificada, sos estrutura pré-moldada, mista rante o uso destes galpões, sem
Íria recomenda que o cliente visi- (cobertura metálica) e pisos in- mencionar o baixo custo de manu-
te a planta de produção antes da dustriais, os usuários questionam tenção”, diz Íria.
contratação e se assegure do aten- como a obra foi feita, pois a uti- Algumas das obras citadas ao
dimento a prazos e, especialmen- lização contempla uma atividade longo da reportagem são oriun-
te, de requisitos técnicos advindos mais bruta. A construção precisa das do banco de dados da Abcic,
principalmente de um controle de ser robusta, ter elegância estética que vem sendo paulatinamente
qualidade bem estruturado, das e principalmente deve atender a formado pelas próprias empresas
instalações organizadas e com demanda de ocupação”. associadas. “Boa parte desse “ca-
bom nível de manutenção de seus De acordo com Íria, o termo “ro- ses” fizeram parte, de forma orga-
equipamentos e, sobretudo, dos busta”, mencionado pelo arquiteto, nizada, do Prêmio Obra do Ano,
cuidados em relação à segurança significa, para a área do concreto importante ação para projeção das
do trabalho. “Se a integridade dos estrutural, dois aspectos funda- realizações das empresas, além de
funcionários não é prioridade na mentais: resistência e durabilida- ser uma amostra e uma forma de
empresa, qualidade seria? Há que de. “São fatores que dependem não divulgação das possibilidades em
se ter muito cuidado em saber se, somente de projeto, mas também todo o país das empresas associa-
num comparativo de custos para de rigoroso controle de qualidade das”, conclui Íria.
22 | Abril 2015
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Realização Local
abcic em ação
C
om a presença de boa de e tem como principal destaque Setor da construção se reuniu no
parte dos associados, os resultados da segunda edição evento da Abcic para receber infor-
mações atualizadas sobre a área de
assim como de lideran- da Sondagem de Expectativas
pré-fabricados de concreto
ças de outras entida- da Indústria de Pré-fabricados de
des representativas da construção Concreto (ver detalhes da pesqui-
civil, além dos mais renomados sa na página 28). “O estudo, em técnica pelo relatório.
profissionais da área de engenha- seu segundo ano consecutivo com Ao abrir a solenidade de lança-
ria, a Abcic – Associação Brasileira a presença da FGV – Fundação mento do Anuário 2014, a presi-
da Construção Industrializada de Getúlio Vargas, permite comparar dente-executiva da Abcic, Íria Do-
Concreto lançou, em meados de dados com os do ano anterior e, niak, fez questão de agradecer a
março, a quarta edição do Anuário com isso, auxilia na definição dos todos os associados pelo apoio dado
Abcic. Editada em 84 páginas, a planos estratégicos das empresas com as respostas para a apuração
publicação faz um apanhado das do setor”, comentou a economis- dos dados que resultaram na Son-
iniciativas adotadas pela entida- ta Ana Maria Castelo, responsável dagem. Ela também agradeceu a to-
24 | Abril 2015
abcic em ação
26 | Abril 2015
abcic em ação
A presidente-executiva da Abcic
segue na mesma linha de Mafra
Júnior e afirma que o segmento é
caracterizado por ser formado por
empreendedores que sempre luta-
ram e venceram grandes desafios
mantendo o setor há mais de 50
anos num país que nunca teve po-
líticas para incentivo da industria-
lização da construção civil defini-
das. “A mensagem para os nossos
associados é de que não podemos
viver no passado, mas visitá-lo para
entender nossa evolução e história
como setor tanto das empresas que
o compões como no plano institu-
cional desde a criação da Abcic.
Associados da Abcic prestigiaram o lançamento do Anuário 2014
Os dados da pesquisa demonstram
que o segmento investiu, pretende
continuar investindo, nos aperfeiço- questões mercadológicas. “Sempre como envolvendo outros contextos
amos a partir de bases sólidas e que discutimos como nos fortalecer que são fundamentais para que o
especialmente a união faz a força”, pelo desenvolvimento tecnológico, segmento possa crescer dentro de
diz Íria, salientando que nos encon- pela padronização e pelo desen- um conceito de desenvolvimento
tros da entidade nunca se discutem volvimento da mão de obra, assim sustentável.”, finaliza.
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abcic em ação
(Alta de 0,3%). A produção total centros produtivos ou por viabilida- Uma informação levantada pela
do segmento alcançou a marca de de econômica, reduzindo o custo pesquisa da FGV que chama a
1.063 milhão de m³ em estruturas tributário, compondo o uso de pe- atenção é o fato de que 18,6% das
pré-moldada, patamar semelhante ças menores vindas da indústria e indústrias do segmento já implan-
ao do ano anterior. Já a capacida- maiores, produzidas em canteiro, taram em suas fábricas, a ferra-
de instalada do segmento é da or- o que também favorece a logística menta BIM – Building Information
dem de 1,6 milhão de m³. Outras nos grandes centros, viabilizando, Modeling, percentual semelhante
constatações do estudo: 59,5% da especialmente, grandes obras de ao registrado na sondagem anterior.
produção em 2014 foi de concreto infraestrutura viárias e de mobilida- Outro ponto interessante é que o
protendido e 40,5% de concreto ar- de urbana. percentual de empresas que produ-
mado; 58,1% dos pré-fabricadores No que diz respeito ao nível de zem apenas o concreto protendido
utilizam concreto auto adensável emprego gerado pelo segmento de vem subindo a cada ano: 11,8%
em sua linha de produção. pré-fabricado, a sondagem da FGV em 2013 contra 8% em 2012. O
Outro dado relevante destacado registrou, com base em dados de estudo da FGV revelou ainda dados
pelo estudo da FGV diz respeito ao 2013, que a indústria empregava sobre o perfil de produção das em-
fato de que cresce também o nú- 12.066 pessoas, ou seja, 1,5% do presas do segmento. Mostrou, por
mero de empresas que, além de contingente da indústria da constru- exemplo, que aumentou significati-
produzir as estruturas de concreto, ção civil como um todo e 9,2% do vamente o percentual de pré-fabri-
também produzem estruturas me- segmento de fabricação de artefatos cadores que processam anualmen-
tálicas e representam 22,7% do de concreto. Na comparação com o te um volume entre 30,1 mil m³
total, indicativo de uma tendência ano anterior, houve uma queda de a 100 mil m³ de estruturas. Esse
de industrialização com estruturas 9% no número de trabalhadores percentual era de apenas 6,4% em
mistas e híbridas, combinando os por empresa, que passou de 295 2012 e saltou para 16,3%, em
sistemas construtivos. Foi apurado em 2012, para 268, em 2013. Na 2013. A pesquisa, que teve a coor-
ainda que 25% delas executam média, 33% das empresas pos- denação da economista Ana Maria
as estruturas pré-moldadas tam- suíam até 100 empregados; 53% Castelo, foi realizada entre os me-
bém nos canteiros de obras, pos- delas registravam entre 101 e 500 ses de agosto a novembro de 2014
sibilitando o uso da tecnologia em trabalhadores, e 14% contavam e ouviu 45 das 53 empresas asso-
locais mais distantes dos grandes com mais de 500 funcionários. ciadas da Abcic.
O Selo de Excelência ABCIC, conhecido em todo o especialmente pelas empresas que já conquistaram o
segmento e com grande penetração no mercado da nível III, há um questionamento de qual seria o próxi-
Construção Civil no que diz respeito à qualificação das mo passo a ser trilhado, considerando que todo o sis-
empresas fornecedoras de estruturas pré-fabricadas, tra- tema de gestão enseja um processo de melhoria con-
ta-se de um programa que avalia as plantas de produção tínua e constante busca de se conquistar níveis mais
e obras em fase de montagem. O programa que engloba elevados do que os ora já atingidos. Trata-se de um
não apenas requisitos de qualidade, mas também segu- ciclo virtuoso, em que empresas que já conseguem
rança e meio ambiente, tem por referência as normas ter como palpável todos os benefícios do programa
ISO 9001, ISO 14001, OHSAS -18001, PBQP-h traduzidos em retorno, inclusive, financeiros para
bem como as normas técnicas aplicáveis os seus processos querem avançar ainda
ao setor em especial a NBR 9062 Pro- mais neste caminho.
jeto de Estruturas Pré-fabricadas de Vivenciando atualmente uma
concreto e suas normas de refe- dualidade: a da obrigatorieda-
rência, além das normas regu- de da obtenção do Selo de
lamentadoras de segurança Excelência Abcic no nível I
e saúde ocupacional NR-18 para as empresas que estão
e NR-09 vigentes no país. aderindo recentemente ao
Sua estrutura, quando de- programa ou pensando em
senvolvida, pela ABCIC, de aderir, e as que já fazem
2001 a 2003, ano em que parte há anos e conquis-
as primeiras empresas que taram o Nível III e querem
se habilitaram ao programa partir para maiores desafios,
foram certificadas, teve como a ABCIC está trabalhando em
referência o programa de certi- duas pontas, a primeira delas
ficação de plantas de produção estruturando um programa de ca-
do PCI (Precast/Prestressed Concrete pacitação para empresas associadas
Institute) americano, que possui mais de nas normas do selo e a segunda a iden-
50 anos de desenvolvimento das empresas na- tificação de possibilidades futuras para quem
quele país. A entidade teve por consultoria em sua es- já integra o programa.
truturação o CTE – Centro de Tecnologia em Edificações Os novos desafios são de extrema importância, posto
que, por anos, também conduziu a gestão operacional e que, em breve, iremos nos deparar com necessidades
operacionalizou as auditorias. como análise do ciclo de vida das estruturas pré-fabri-
Mais recentemente, com a necessidade de estar cadas de concreto e necessidade de estabelecer critérios
vinculado a uma entidade certificadora, há dois anos para estabelecer as declarações ambientais de produto
as auditorias, que são semestrais após a auditoria (EPD). Essa demanda é possível que apareça em um
inicial, vêm sendo conduzidas pelo IFBQ (Instituto futuro não tão distante na forma de lei, a exemplo de
Falcão Bauer de Qualidade), entidade que possui a outros países e considerando, especialmente, a crise de
acreditação do INMETRO para certificação de progra- recursos hídricos e energéticos pela qual passamos.
mas de Sistemas de Gestão da Qualidade, Ambiental Esse artigo visa trazer informações importantes sobre
entre outros. Tal necessidade nasceu, entre outros as- as seguintes possibilidades:
pectos, pela necessidade também de integração do 1) A empresa possui certificação ISSO, mas ain-
Selo de Excelência com outros sistemas como PBQP- da não integra o Programa Selo de Excelência Abcic.
-h, ISO 9001 e 14001 e Sistema SINAT. Além disso, 2) Ou ao contrário possui o Selo de Excelência
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ABCIC e também gostaria de pos- vida para prover soluções integra- maior tempo dos auditores. Porém,
suir o certificado ISO seria viável? das, visando potencializar os bene- ressaltamos que há variáveis espe-
3) Tenho o atestado do Selo fícios da certificação e maximizar cíficas, como o processo da empre-
de Excelência ABCIC e gostaria resultados quer de gestão, quer de sa, que podem influenciar benefi-
de aprofundar os conceitos de produtividade ou de mercado, bus- camente nesta customização.
Gestão Ambiental iniciados no ní- cando ampliar estas possibilidades. Verifique abaixo algumas carac-
vel III. Poderia ingressar no Selo São várias as formas de se cum- terísticas e vantagens dos progra-
Ecológico do IFBQ? Que itens do prir os programas simultaneamen- mas. Bem como os quadros com-
Selo Abcic seriam comuns aos te, otimizando tempo e reduzindo parativos de interface com o Selo
dois programas viabilizando uma custos. A Comissão concluiu as de Excelência Abcic.
auditoria integrada? análises e definiu as tabelas 1 e
A ABCIC e IFBQ, como referên- 2 (páginas 32, 33 e 34), onde as Selo de Excelência ABCIC
cias nesse segmento, disponibili- principais variações são referen- O Selo de Excelência ABCIC é
zam suas expertises técnica e de ciadas. Notar nas tabelas compa- um programa evolutivo, para os
mercado, colocando-se como par- rativas que os itens parcialmente associados, que engloba qualida-
ceiros nesses desafios, através des- atendidos estão identificados na de, segurança e meio ambiente.
ses programas. coluna de Requisitos Não Contem- Sua concessão está condicionada
O IFBQ montou uma Comissão plados, pois apesar de existirem no à rigorosa avaliação dos requisitos
Técnica para analisar os requisitos, escopo do Selo de Excelência Abcic propostos por entidade indepen-
aplicabilidade, objetivos e nuances trata-se de requisitos que reque- dente, o Instituto Falcão Bauer de
de cada programa, focado a enten- rem adaptação integral ao requisito Qualidade– IFBQ. Os regulamentos
der as sobreposições e especifici- como estabelecido nas normas ISO e normas de referência podem ser
dades, incluindo a qualificação da e para fins de dimensionamento da acessados em www.abcic.org.br,
equipe técnica de auditores envol- auditoria integrada irão requerem em CERTIFICAÇÃO.
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abcic em ação
Nível III
Itens da ISO Não Itens da ISO Não
Itens da ISO Atendidos
Contemplados no Selo contemplados no selo
na ABCIC
de Excelência ABCIC de Excelência Abcic
4.2.2 - Manual da Qualidade 6.2 - Competencias e Treinamentos (RH) 4.2.2 - Manual da Qualidade
NÍvel III
Itens do Selo Ecológico já previstos Itens do Selo Ecológico não previstos
no Selo de Excelência Abcic no Selo de Excelência ABCIC
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abcic em ação
A economista Cleide Fróis é especialista em Sistemas de Gestão de Qualidade, com larga experiência adquirida em
organismos internacionais de certificação, que está estruturando a Academia IFBQ, passou a dedicar parte do seu
tempo na análise e integração de programas de certificação com o Selo de Excelência Abcic e está à disposição para
estudar as empresas do setor e propor soluções de certificação integradas, a fim de potencializar a gestão integrada
das empresas, especialmente, no que diz respeito à sustentabilidade. E-mail: cleide.frois@falcaobauer.com.br
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De olho no setor
Gustavo Rovaris (Cassol), Julio Timerman (IBRACON), Ronaldo Vizzoni (ABCP), e Tulio Bittencourt (IBRACON) participam da mesa de debates do seminário
garantir adequadas condições de técnicas, diminuição de custos com ção de Pontes, Viadutos e Passa-
mobilidade urbana, é notória. Prova manutenção, e não sofre deforma- relas de Concreto está com o texto
disso é o agronegócio no Brasil, um ções plásticas, buracos e trilhas de base concluído, em formatação pela
dos mais eficientes e produtivos do rodas. “A rodovia Castelo Branco, ABNT para entrar em consulta pú-
mundo, que perde rentabilidade por por exemplo, consome menos ener- blica neste semestre”, afirmou.
falta de logística e condições ade- gia elétrica por aproveitar a carac- Para a elaboração do texto base,
quadas para o escoamento da sa- terística de reflexão da luz do pavi- Timermann contou que houve um
fra”, observou. mento do concreto”, exemplificou. consenso entre todos os envolvi-
Outro tema debatido no evento Além disso, um estudo apresenta- dos na cadeia produtiva, com a
foi “Pavimento de Concreto. Uma do pelo executivo da ABCP aponta participação de representantes de
solução sustentável”, proferido que o pavimento de concreto em órgãos governamentais, de empre-
pelo engenheiro Ronaldo Vizzoni, termos de custos da construção é sas estatais e privadas, consulto-
gerente da área de Infraestrutura mais competitivo para vias com rias e entidades setoriais. “Duran-
e líder do Projeto de Pavimentação circulação acima de 3000 veículos te a reunião da comissão, tivemos
da ABCP – Associação Brasileira nas duas direções. “O investimento a presença de 20 a 25 profissio-
de Cimento Portland, que destacou inicial do pavimento de concreto nais de todo o segmento. Isso foi
a competitividade da utilização do ante o uso do asfalto é cerca de 4% muito importante para o texto”,
pavimento de concreto em rodo- menor e no valor presente a redução disse. A revisão da norma inclui
vias e vias de tráfego intenso, em chega a aproximadamente 29%”, os detalhes dos quatro tipos de
corredores de transporte público explicou Vizzoni. inspeção: cadastral, rotineira, es-
(BRTs, ônibus), nas pistas e pátios Na sequência, o engenheiro Ju- pecial e extraordinária bem como
de aeroportos, portos, viadutos, lio Timermann, vice-presidente do sugere os prazos para a execução
pontes, túneis, pisos industriais e IBRACON e coordenador da Co- das inspeções rotineiras (não su-
comerciais e áreas sujeitas a derra- missão de Estudos de Inspeção de perior a um ano) e especial (de
mamento de combustíveis. Estruturas de Concreto da Associa- cinco a oito anos, dependendo da
Entre os benefícios do pavimen- ção Brasileira de Normas Técnicas classificação da obra). “Há ainda
to de concreto citados por Vizzoni (ABNT/CB-18), apresentou, duran- um anexo para a realização de ins-
estão a durabilidade, a sustentabi- te o II Seminário Infraestrutura Viá- peção subaquática, já que existem
lidade, por reduzir o consumo de ria e Mobilidade Urbana, o estágio fissuras que aparecem por ques-
energia elétrica e a temperatura am- atual da normalização de inspeção tões como a erosão”, apontou.
biente, é executado por sofisticadas de pontes. “A NBR 9452 – Inspe- Outra inclusão importante reali-
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De olho no setor
zada no texto base da NBR 9452 tibilização do projeto do sistema tos para construção e manutenção
é a inserção de critérios de classi- convencional para o sistema indus- de estradas e vias urbanas, pontes,
ficação das obras, que considera trializado, a produção e logística de viadutos e túneis, pavimentação
parâmetros estruturais, funcionais movimentação interna com trans- em asfalto e concreto, soluções
e de durabilidade. A partir daí, são porte e movimentação de vigas de para drenagem, contenção de en-
atribuídas notas de 1 a 5 para cada até 64 toneladas, a viabilização em costas, segurança, sinalização e
parâmetro, refletindo a maior ou fábrica de vigas com 30 metros e gestão de vias e rodovias.
menor gravidade dos problemas até 86 toneladas, a minimização A feira recebeu cerca de 13
detectados. E as obras são classi- de patologias com o concreto au- mil profissionais ligados a esses
ficadas por níveis. “Nosso objetivo toadensável e a produção e monta- segmentos e, também, represen-
é fornecer subsídios para entidades gem em tempo recorde. tantes de órgãos governamentais,
que administram rodovias a realizar De acordo com Rovaris, um dos como o diretor geral do DNIT –
a manutenção e inspeção de pon- destaques do projeto é o sucesso da Departamento Nacional de Infra-
tes, de maneira eficiente e segura”, migração da protensão por pós-tra- estrutura de Transportes, Adailton
analisou Timermann. ção para o pré-tração ou misto na fá- Dias, que ministrou palestra no
Gustavo Rovaris, gerente de brica. “O sistema é ideal para pontes primeiro dia de evento, e contou
Obras da Região Sudeste da Cas- e viadutos urbanos devido à falta de com a presença de 250 marcas
sol Pré-fabricados, trouxe para os espaços nos canteiros”, disse. em exposição. A Abcic e o IBRA-
participantes do Seminário Abcic/ A 5ª edição do Brazil Road Expo CON foram apoiadores do evento
IBRACON uma case de sucesso 2015 foi realizada de 24 a 26 de e participaram, também, com um
na área de infraestrutura: a obra março, no Transamérica Expo Cen- estande, objetivando receber seus
do Complexo de Itaguaí, no Rio ter, em São Paulo, e apresentou associados e promover o uso do
de Janeiro. Entre os desafios para novidades dos fabricantes e distri- concreto na infraestrutura viária e
sua construção estavam a compa- buidores de equipamentos e produ- mobilidade urbana.
A
s palestras do Seminá-
Íria: “Quando falamos de industrialização, falamos da introdução de logística e muito planeja-
rio Sistemas Constru- mento no processo. Não estamos entregando pilar, viga e laje e, sim, soluções em engenharia”.
tivos, promovido pela
Abramat – Associação
Brasileira da Indústria de Materiais industrializar todo o processo cons- estamos falando de mera fabricação
de Construção durante a realização trutivo. A construtora tem de passar de componentes. Não estamos en-
da Feicon Batimat 2015, atraíram a pensar e se ver como uma monta- tregando pilar, viga e laje. Estamos
um público de 220 pessoas, entre dora”, afirmou Ceotto. entregando soluções em engenharia
engenheiros, técnicos, empresários Com tal avaliação concorda Íria de fundações, estruturas e/ou fa-
da construção civil e profissionais Doniak, presidente-executiva da Ab- chadas”, complementou.
da área, numa clara demonstra- cic – Associação Brasileira da Cons- Logo no início de sua apresen-
ção do grande interesse desperta- trução Industrializada de Concreto, tação, Íria lembrou a necessidade
do atualmente pelo debate sobre o que também foi uma das palestran- de mudar a mentalidade de como
tema da industrialização da cons- tes do evento e destacou, partir de se constrói hoje no país. Após fa-
trução civil no setor. casos reais em edificações de múl- zer um resumo das várias ações
O ciclo de palestras foi aberto pelo tiplos pavimentos, a importância da desenvolvidas em diversos âmbitos
engenheiro e mestre em estruturas logística e do planejamento nos sis- para estimular a industrialização da
Luiz Henrique Ceotto, que enfatizou temas industrializados. “Se nós con- construção, como na ABDI – Agên-
a necessidade de se ampliar o grau tinuarmos a raciocinar da mesma cia Brasileira de Desenvolvimento
de industrialização do setor no Bra- forma, não conseguiremos extrair Industrial, vinculada ao Ministério
sil para atender a urgente necessida- dos sistemas construtivos industria- do Desenvolvimento, Indústria e Co-
de de aumento na produtividade da lizados todos os benefícios que eles mércio Exterior (MDIC) e também
construção civil brasileira. “Compa- possibilitam”, comentou. “Quando no Deconcic – Departamento da
ro o atual estágio de produtividade falamos de industrialização, um dos Construção Civil, da Fiesp – Federa-
da construção civil brasileira como aspectos fundamentais é a logística ção das Indústrias do Estado de São
se estivéssemos num rudimentar o que requer um adequado plane- Paulo, a presidente-executiva da
balãozinho ao sabor do vento. Não jamento do processo. Gostaria de Abcic chamou a atenção para a ne-
adianta colocar uma turbina no ba- ressaltar que no caso das estrutu- cessidade de se evoluir no debate.
lão. Temos de mudar de sistema e ras pré-fabricadas de concreto, não “Isso requer mudança na mentali-
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De olho no setor
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acontece no mundo
A
Comissão 6 de pré-fabri- fórum de debates acerca do desen- Em breve chegará às nossas mãos
cados da fib – Federação volvimento tecnológico e aspectos a edição revisada e atualizada do
Internacional do Concreto técnicos que envolvem a pré-fabri- Hand Book, um importante manual
promoveu sua primeira cação em concreto global. Como de projeto e aplicação das estrutu-
reunião na cidade italiana de Peru- habitualmente ocorre, o primeiro ras pré-fabricadas de concreto, cujo
gia, entre os dias 25 e 27 de março. dia foi dedicado à reunião dos gru- trabalho teve a coordenação do en-
A comissão é reconhecida interna- pos de trabalho, onde se apresen- genheiro Arnold Van Acker, que é
cionalmente como referência para ta e se valida a evolução ocorrida responsável por inúmeros projetos e
a pré-fabricação em todo o mundo, no intervalo das reuniões – período desenvolvimento das indústrias na
tendo integrantes de diversos países em que os membros continuam Europa, incluindo os edifícios altos
da Europa, além do Brasil, China, Ín- trabalhando e aportam suas contri- da Bélgica e que já esteve conosco
dia, Austrália e Estados Unidos. Íria buições –, bem como se debatem no Brasil em diversas ocasiões. O
Doniak, presidente-executiva da Ab- eventuais divergências e chegam a manual de lajes alveolares, também
cic, é membro da comissão e integra um consenso as posições. em sua edição revista e atualizada,
o grupo desde 2008 e representou a O terceiro dia é dedicado a uma em breve estará sendo concluído e
entidade bem como o Brasil na reu- reunião plenária na qual todos os cremos que estará disponível já no
nião. Em sua avaliação, o encontro coordenadores dos GTs apresentam próximo ano. Os recentes grupos de
foi altamente produtivo. A seguir, leia a evolução do trabalho do seu gru- trabalho iniciados, voltados num
o relato completo de Íria sobre as ati- po em relação ao cronograma apre- momento inicial a avaliar o Estado
vidades e o conteúdo das discussões sentado ao Conselho Técnico da da Arte em estruturas pré-fabrica-
da reunião: fib, além de tratar de temas futuros das para aerogeradores e também
A reunião da Comissão 6, sem e aspectos que envolvem o desen- edifícios altos, avançam significati-
dúvida, é o maior e mais qualificado volvimento da própria comissão 6. vamente em seus debates, já ten-
do formato, escopo e índice para Itália. Mas fomos positivamente membro da comissão, e do ex-co-
seus manuais. Outros temas como surpreendidos não somente com a ordenador da comissão e ativo inte-
sustentabilidade e qualidade já em excelente recepção proporcionada grante do grupo Marco Menegotto,
estado mais avançado caminham pelo Grupo Piccini que patrocinou consultor de projetos de estruturas
para elaboração de um draft final o evento, mas também pelo fantás- pré-fabricadas e membro do conse-
para revisão de seus manuais. tico projeto apresentado e vista em lho do Grupo Piccini.
Houve um tempo em que éramos suas instalações. É, sem dúvida, um belo exemplo
espectadores ou usuários desses O Grupo Piccini se dedica à cons- de alcance e protagonismo das es-
materiais, mas, hoje, somos inte- trução civil em geral, desde o projeto truturas pré-fabricadas de concre-
grantes de diversos grupos de tra- a entrega do imóvel completo inclu- to, viabilizando diferentes projetos
balho, dos quais participam o pro- sive mobiliado, na modalidade “turn habitacionais, comerciais, indus-
fessor Marcelo de Araújo Ferreira, key” se assim o cliente desejar. Em triais e de infraestrutura, simulta-
e como membros correspondentes, seus projetos, a pré-fabricação em neamente, mais uma vez atenden-
o professor Paulo Helene, em Sus- concreto tem um importante pro- do prazos extremamente ousados e
tentabilidade, e o engenheiro Edu- tagonismo. Como é o caso recente requisitos de qualidade, desempe-
ardo Millen, em Lajes Alveolares. apresentado por eles sobre o projeto nho e sustentabilidade bastante rí-
Mais recentemente foi reaberto o de uma cidade administrativa, con- gidos como requerem os contratos
grupo de trabalho dedicado a tra- tratada pelo Governo da Argélia, com em andamento.
çar diretrizes para projeto de es- 2.000.000 de m² a serem construí- Além disso, Perugia, cidade ita-
truturas de pontes com estruturas dos em três anos, estando atualmen- liana na Úmbria, também sedia-
pré-fabricadas de concreto, com a te no meio desta empreitada. rá, em maio, a reunião da IPHA
participação do professor Fernando Um dos empreendimentos, o ho- – International Prestressed Hollow
Stucchi, que representa a ABCIC. tel, que será inaugurado no mês de Core Association, em português a
Trata-se de uma comissão espe- junho, será objeto do nosso próximo Associação Internacional dos Pro-
cial de projetistas oriundos em sua case internacional a ser publicado dutores de Lajes Alveolares, para a
maioria da Comissão 1 da fib dedi- na Revista Industrializar em Con- qual a Abcic foi convidada oficial-
cados com sua expertise ao tema creto. Chamaram muito a atenção mente a participar.
(vide matéria da página 45). os edifícios habitacionais tanto para
Sempre levamos exemplos e case baixa renda, como as residências Luciano Marcaccioli fala sobre a produção
brasileiros a serem discutidos e in- para classe média alta que estão dos kits prontos de instalação para
formações que contribuem para o sendo construídas com o sistema banheiros que seguem da Itália para serem
desenvolvimento destes boletins, pré-fabricado de concreto. A unida- embutidos nos painéis fabricados na África
que são referência para normaliza- de que visitamos em Perugia se de-
ção e aplicações das estruturas pré- dica a fabricar formas, equipamen-
-fabricadas de concreto no mundo tos e centrais de concreto que irão
inteiro. A parte os avanços signifi- compor as unidades de produção
cativos acima referenciados, além de estruturas pré-fabricadas nestes
de áreas menos relacionadas com gigantescos canteiros de obras. Tam-
a produção no Brasil como sismos bém na Central de corte e dobra são
e painéis sanduíche que, em breve, produzidos os kits de armadura que
também terão seus manuais publi- são transportados para a África em
cados, destaca-se o mais recente contêineres, já que a mão de obra
grupo de trabalho, que tratará so- qualificada por lá é escassa. O Grupo
bre “retrofit” de estruturas pré-fa- Picicni hoje atua primordialmente na
bricadas de concreto. África (55%), EUA (20%) e Europa
(20%), sendo 10% na Itália. Os 5%
Visita técnica restantes respondem pela atuação
No segundo dia da reunião, em diversos países.
ocorre a visita técnica. Com a re- A ligação do grupo com a comis-
cente crise na Europa, houve uma são 6 se dá através de um dos seus
dúvida inicial do que veríamos na engenheiros Luciano Marcaccioli,
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acontece no mundo
U
ma nova reunião do essas culturas”, afirma o engenheiro Entre as nações participantes
Grupo de Trabalho de Fernando Stucchi, líder da delegação estão Bélgica, Coreia do Sul, Es-
Pontes Pré-fabricadas brasileira na fib, diretor da EGT En- panha, Estados Unidos, França,
da Comissão 6 da fib – genharia, que participa deste grupo Itália, Japão, Reino Unido e Re-
Federação Internacional do Concreto como representante da Abcic – As- pública Tcheca, além do Brasil. A
está marcada para maio, durante sociação Brasileira da Construção coordenação está a cargo do espa-
o fib Symposium, em Copenhague Industrializada de Concreto. nhol Hugo Corres, presidente da
(Dinamarca). No encontro, está Segundo Stucchi, as aplicações FHECOR , membro do fib Presi-
programado o debate dos exemplos tem se mostrado diferentes entre dium e um dos redatores do Códi-
que cada país participante do GT os vários países participantes e isso go Modelo. O objetivo do Grupo de
6.5 vem levantando desde a reunião se torna bem interessante. “Tanto Trabalho é a redação de um docu-
anterior, realizada em dezembro de os Estados Unidos quanto a Euro- mento com recomendações para
2014, em Chicago (EUA). “Está, no pa, talvez, especialmente, Espanha projeto de pontes pré-fabricadas,
entanto, combinado, que cada solu- e Itália, possuem tecnologias mais previsto para publicação em 2016.
ção é produto de uma cultura e que evoluídas, incluindo vigas curvas e Como pré-requisito complementar
as comparações devem ser cuida- continuidade. Fiquei também im- às diretrizes da fib para a forma-
dosas e avaliadas levando em conta pressionado com o fato dos Esta- ção deste grupo, Corres incluiu a
dos Unidos terem treliças de lança- necessidade de projetistas e con-
Hugo Corres é o coordenador do GT de pon- mento até um pouco menores que
tes pré-fabricadas da Comissão 6 da fib as nossas. Só que eles têm mais
aplicações que nós e conseguem
por na obra mais rapidamente vigas
protendidas que metálicas”, avalia.
Além do aprendizado com outros
países, Stucchi ressalta que o Brasil
tem com que contribuir, por meio
das soluções diferenciadas que o
país possui. “Uma delas é a ques-
tão de nossas cargas rodoviários,
que são muito maiores do que as
americanas e, inclusive, do que as
europeias”, avalia. “Um ponto que
ficou claro para todos os integrantes
é a importância de internacionalizar
as técnicas, seja do ponto de vista
teórico-conceitual, seja do ponto de
vista prático, respeitando as diferen- Stucchi: "O Brasil tem muito com que
ças culturais de cada país e região”, contribuir com o GT, por meio das soluções
diferenciadas que o país possui"
acrescenta.
Viga de ponte protendida em case brasileiro do Complexo de Itaguaí apresentado na Brazil Road Expo 2015
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ARTIGO TÉCNICO
Ganhos de sustentabilidade em
lajes alveolares protendidas
Eng. Romão M.L.C. Direitinho
Enga. Dra. Bruna Catoia
Prof. Dr. Marcelo A. Ferreira
NETPRE-UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
e vibratórias) movendo em uma única pista de proten- (2002), a primeira fábrica a produzir painéis alveolares
são, similares às utilizadas hoje. Em 1957, as empresas no Brasil foi a PRECONCRETOS, cuja fábrica no Rio
alemãs Max Roth e Weiler compraram a patente de Ges- Grande de Sul importou uma moldadora alemã (Max
sner, sendo que a partir de 1961 teve início a expansão Roth) em 1974. Segundo o mesmo autor, a primeira
do uso das máquinas moldadoras na Europa e no mun- fábrica brasileira a empregar máquinas extrusoras foi a
do. Em 1960, a empresa canadense SPIROLL desen- RODRIGUES LIMA no início da década de 80, a qual
volveu uma máquina extrusora para a produção de lajes importou uma extrusora alemã (Weiler). Em meados
alveolares, onde um concreto com baixa relação água/ da década de 90, a PREMO e a CONSID iniciaram a
cimento era compactado por meio de roscas sem fim. produção de lajes alveolares com extrusoras americanas
As lajes alveolares produzidas por extrusoras possuem (Mixer Systems – Elematic USA), enquanto a MUNTE
seções transversais com alvéolos circulares, enquanto e a CASSOL implantaram máquinas extrusoras finlan-
as produzidas por moldadoras possuem alvéolos alonga- desas (Elematic) em suas fábricas. A primeira máquina
dos, conforme ilustrado na Figura 1. Como consequên- produzida pela Weiler no Brasil (fábrica de Rio Claro –
cia, as seções produzidas por meio de extrusão possuem SP) foi uma máquina moldadora no ano de 1978 para
um número menor de nervuras, se comparadas com as a empresa REAGO (Grupo Camargo Correa), enquanto
seções de lajes de mesma altura produzidas por molda- a primeira máquina extrusora foi produzida em 1997
doras. Dependendo do sistema de unidades emprega- para a empresa DM Construtora de Obras – Curitiba. A
do no projeto das máquinas extrusoras ou moldadoras partir da década de 2000, várias empresas nacionais
(em milímetros ou em polegadas), as larguras variam começam a fabricar LACPs empregando tanto máqui-
entre 1200 e 1245 mm. Com aplicações para painéis nas moldadoras quanto extrusoras, com novas fábricas
de fachada, algumas máquinas produzem painéis com implantadas em vários estados do país. Assim como em
largura dupla, variando entre 2400 a 2490 mm. Duran- outras partes do mundo, as lajes alveolares tornaram-se
te a década de 70, o processo de extrusão se espalhou um marco da pré-fabricação aberta.
pela Europa e outras partes do mundo. Desde então,
deu-se o início da concorrência para a supremacia entre 2. Processos de Produção
os sistemas de moldadoras (fôrmas deslizantes) e/ou de Apesar de existir diferentes processos de produção ou
extrusoras, fato que foi benéfico ao desenvolvimento da fabricação de lajes alveolares protendidas, com maior
fabricação das lajes alveolares em todo o mundo. Ainda ou menor grau de industrialização, o presente artigo se
no final da década de 80, empresas europeias como a concentra nos dois processos que empregam máquinas
Nordimpianti ganharam destaque com a produção de moldadoras e extrusoras, conforme Figura 2. Ambas
lajes altas, com alturas superiores a 50 cm. estas máquinas trabalham com concretos com baixas
No Brasil, a tecnologia de produção das lajes alveola- relações água/cimento, tem-se os valores mais baixos
res de concreto protendido (LACP), passou a ser empre- no caso das extrusoras. Por outro lado, a alta energia
gada ainda na década de 1970, e teve sua consolida- de compactação do concreto conferida pelas máquinas
ção a partir dos últimos 15 anos. Segundo Vasconcelos permite uma redução no consumo da quantidade de ci-
Figura 1. Seções
transversais
típicas de painéis
alveolares proten-
didos produzidos
por extrusoras
(esq.) e por molda-
deiras (dir.), com
alvéolos circulares
e ovalados,
respectivamente.
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ARTIGO TÉCNICO
mento por metro cúbico de concreto. Em especial no e moldadoras estejam próximos para uma única altura,
caso das extrusoras, tem-se uma redução extra no con- o custo para a implantação de um conjunto com 4 altu-
sumo de cimento em torno de 50 kg/m³. Além disso, ras para lajes pode custar o dobro do valor no caso das
as máquinas extrusoras permitem uma melhor conti- extrusoras. Além disso, o custo de manutenção é um
nuidade da produção, pela sua simplicidade no “setup” fator importante a ser considerado para a tomada de de-
da produção, enquanto as moldadoras possuem um cisão na escolha do equipamento mais adequado para
procedimento para ajuste operacional um pouco mais cada situação de fábrica e de demanda de mercado.
trabalhoso. Entretanto, o impacto sobre a produtividade O processo de produção tem início na recepção e
dependerá da demanda da produção. Com relação ao armazenamento/estocagem das matérias primas. O ci-
custo de implantação, embora os valores das extrusoras mento é armazenado em grandes silos com capacida-
Figura 2. Máquina extrusora (foto à esquerda); máquina moldadora com formas deslizantes (foto à direita) [Cortesia WCH Weiler C. Hotzberger, 2014]
des superiores a 100 toneladas cada, e os agregados da caçamba por trator, por via terrestre; transporte da
graúdos (britas) são estocados em baias em forma de caçamba por via terrestre, sobre trilhos, puxada por va-
estrela, compatível com uma central misturadora de gões; transporte da caçamba por via aérea em trilhos
concreto de grande capacidade, ou em grandes caçam- (sistema “fly”). Este último sistema é o mais oneroso,
bas colocadas em série, umas em relação às outras, e porém permite maiores velocidades de transporte, o que
providas de esteiras de transporte dos agregados até pode ser fundamental para a resolução de problemas lo-
à central de mistura. A dosagem dos componentes do gísticos no processo (garante velocidades de transporte
concreto pode ser feita por peso ou em volume, sendo o que chegam a ser cinco vezes superiores).
cimento normalmente dosado em peso, através de um Quando o concreto chega à pista de protensão, e mes-
sistema de células de carga. A dosagem de todos os mo previamente ao início da produção da laje, é ne-
componentes é comandada por uma cabine com uma cessário um trabalho inicial que viabilize tal processo.
central de comando totalmente automatizada. No en- Assim, a pista deve ser inicialmente limpa, atividade
tanto, a observação da mistura de concreto ainda no que pode ser feita por meio de varredura manual ou
seu estado fresco, por parte de operador especializado, automatizada (por recurso a equipamentos mecânicos
continua a ser muito importante. Os tempos de mistu- próprios), em seguida é necessária a aplicação de óleo
ra são padronizados em função da composição adotada desmoldante sobre a mesma, seja por pulverização ma-
para o concreto. As centrais de mistura são normalmen- nual ou por processos mecânicos. Feito isso, os fios ou
te do tipo hemisférico, de tambor horizontal, munidas cordoalhas são estendidos e mantidos nas suas posi-
das respetivas pás rotativas. Em seguida, é necessário ções de projeto com o auxílio de um sistema de guias
considerar o transporte do concreto desde a central de também designados por “pentes”. Esses fios ou cordo-
mistura até ás pistas de protensão. Embora sempre dis- alhas são inicialmente fixados numa cabeceira passiva
pondo do recurso de caçambas, esse transporte pode munida de um sistema de cunhas localizada em uma
ser realizado de quatro formas distintas: transporte da das extremidades, em seguida é aplicada a protensão
caçamba por ponte rolante, por via aérea; transporte de projeto por meio de um sistema de macacos hidráu-
Figura 3: Execução de um recorte para pilar, com o concreto ainda fresco (foto à esq.); Reforço no recorte de pilar feito na pista (foto à dir.) [Fonte: Petrucelli (2009)]
licos e as cordoalhas são fixadas por meio de cunhas na são da ordem de 21 a 28 Mpa, é feita a liberação
extremidade oposta. Durante esse processo é necessário da protensão nas pistas. Após a liberação dos cabos
prever um sistema de gradeamento metálico apropriado de protensão, as lajes são cortadas em painéis, com
para proteger a pista de protensão, tanto lateralmente os comprimentos requeridos no projeto, sendo poste-
como nas cabeceiras, por questões de segurança de tra- riormente estocados no pátio da fábrica, até poderem
balho, com o intuito de evitar possíveis acidentes como ser transportados para obra. Os painéis não devem ser
o escape eventual de um fio ou cordoalha. apoiados diretamente sobre o solo (pátio de estoca-
Após o lançamento do concreto à pista, inicia-se o gem) ou simplesmente justapostos uns sobre os outros,
processo de extrusão ou moldagem do concreto, ambos mas devem ser estocados em lugares planos, apoiados
caracterizados por serem processos altamente mecani- sobre calços de madeira com 300 mm a 400 mm de
zados. Embora as máquinas permitam velocidades de distância das extremidades dos painéis. Entre os pai-
fabricação de laje da ordem dos três metros por minuto, néis adjacentes, quando empilhados, devem ser colo-
em boas condições, e por limitações logísticas, a maio- cados calços de madeira ou sacos de areia, seguindo o
ria das unidades fabris atinge no máximo velocidades de mesmo alinhamento dos apoios de madeira nos níveis
produção de dois metros por minuto. Após a fabricação inferiores. É desejável que as lajes não fiquem esto-
pode haver a necessidade do corte das peças, seja pela cadas no pátio mais que 30 dias, com o propósito de
existência dos pilares, seja pela presença de eventuais evitar o aumento de deformações nas lajes (isto ocorre
shafts verticais, seja para adequar os painéis ao layout em virtude das peças protendidas encontrarem-se no
em planta das edificações, cada vez mais diverso e com- estado em vazio). A altura das pilhas de painéis é li-
plexo com os novos desenvolvimentos da arquitetura, ou mitada em função do comprimento e altura das peças,
até para passagem de tubulações pelo interior das lajes, devendo ser verificado a capacidade de suporte do solo
algo a ser considerado sempre que possível. Desde que e o perfeito alinhamento da pilha de forma a não per-
não haja o comprometimento da capacidade resistente mitir a sua inclinação.
do elemento, esses cortes devem ser feitos ainda com o Por questões de gabarito dos caminhões de trans-
concreto fresco devido a facilidade de execução quando porte, os painéis costumam atingir comprimentos da
comparado com o concreto endurecido. A execução de ordem de até 12,5 metros, embora possam existir
cortes nas LACP obriga normalmente à execução de re- comprimentos superiores de até 16 m, dependendo da
forços de armadura nas zonas adjacentes aos mesmos, altura da laje. Durante o transporte, devem ser evita-
conforme apresentado na Figura 3. das vibrações/ressaltos mais bruscos nos painéis, de
Terminada a execução da laje, tem-se o início do pro- forma a não comprometer a sua capacidade resistente
cesso de cura do concreto, o qual pode ser realizado ou provocar fissuras. O descarregamento das peças na
por via natural, dependendo das condições ambien- obra pode ser feito diretamente no local do posiciona-
tais da fábrica, por cura térmica ou por cura a vapor. mento final do painel, o que nesse caso pode feito por
Depois disso, e quando os testemunhos de concreto guindastes ou gruas.
retirados das misturas atingem resistências á compres- Após serem posicionadas na estrutura, as lajes alve-
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ARTIGO TÉCNICO
Figura 4. Limpeza da pista de protensão (esquerda); Estocagem das LACP (direita) [Fotos: Direitinho, 2014]
olares são equalizadas entre si por meio de torniquetes 3. Ganhos potenciais de sustentabilidade
e, em sequência, as juntas longitudinais entre as lajes
alveolares devem ser preenchidas com concreto, grau- em lajes alveolares
te ou argamassa. Em razão das juntas longitudinais Segundo o relatório Brundtland (1987), produzido
das lajes atuarem como chaves de cisalhamento que pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e De-
garantem a transmissão dos esforços cortantes entre senvolvimento da ONU, sustentabilidade é o desenvol-
as lajes, este procedimento também é denominado de vimento que atinge as necessidades do presente sem
chaveteamento. Quando o chaveteamento é executado comprometer a capacidade das futuras gerações de
de forma completa anteriormente à execução do ca- atingirem as suas próprias necessidades. Portanto, não
peamento, tem-se uma melhor solidarização do pano apenas questões como a redução dos desperdícios, di-
entre as lajes, havendo assim uma maior segurança minuição dos níveis de ruído, utilização de processos
para o procedimento de concretagem da capa. A capa energeticamente mais eficientes, saúde e segurança do
estrutural possui espessura mínima de 5 cm e deve ser trabalhador, como também questões econômicas e am-
executada na sequência determinada pelo seu projeto bientais evidentemente devem corresponder as princi-
de acordo com a sequência construtiva e de montagem pais preocupações.
da estrutura, sendo a capa armada com tela estrutural Segundo Elhag (2008), a “Precast Flooring Federation
para controle da fissuração, mas também para a ga- - PFF”, a qual reúne os principais fabricantes de lajes
rantia do comportamento de membrana em casos de alveolares do Reino Unido, empreendeu a partir desse
incêndio. Adicionalmente, as capas estruturais podem ano um programa integrado com o objetivo de reduzir
ser reforçadas com armaduras de continuidade negati- as emissões de CO2, de reduzir os desperdícios e o con-
vas (passivas), proporcionando um efeito de continui- sumo de energia, diminuindo o impacto no transporte,
dade para as lajes alveolares quando submetidas às entre outros. Todos estes impactos não costumam ser
sobrecargas variáveis. contabilizados dentro de sistemas produtivos nas empre-
Figura 5. Içamento e montagem em obra de LACP (esq.) [Fonte: Araújo, 2011]; Distribuição de telas soldadas para posterior execução de capa estrutural (dir), [Petrucelli, 2009]
sas mais convencionais. O enfoque da sustentabilidade segundo ele, as LACP podem ser trituradas e usadas em
procura abordar todos estes aspectos ao mesmo tempo. diferentes reaplicações, no final da vida útil dos edifícios
Com este propósito, a “PFF” estabeleceu um programa (como camadas de sub-base e preenchimento de ma-
de sustentabilidade onde os objetivos fossem atingidos terial em rodovias, ou até como agregados graúdos na
gradualmente, respondendo às principais razões para produção de concretos com fck de até 40 ou 50 Mpa).
responder à pergunta: “Por que usar pisos protendidos Mais recentemente, Basan et al. (2009) apresenta o re-
em lajes alveolares?”. sultado de uma pesquisa do Politecnico de Milano, na
A seguir, serão agrupados os ganhos de sustentabili- qual se conseguiu lajes com desempenho estrutural sa-
dade potenciais das LACP em função das suas respeti- tisfatório empregando até 30% de agregados reciclados.
vas naturezas: Elhag (2006) observa também que as LACP são de-
• Ganhos de natureza exclusivamente econômica senvolvidas por uma indústria com uma estratégia apro-
Ainda de acordo com Van Acker (2002), e por com- priada de sustentabilidade, planos de administração do
paração com a generalidade das restantes soluções para produto e indicadores-chave de desempenho (KPI’s), e
lajes, as LACP têm a vantagem de apresentarem uma auditorias ambientais através da ISO 14001, o que não
superfície inferior lisa, o que diminui a quantidade de é usual nas lajes produzidas em canteiro de obra.
material a ser aplicado no revestimento de tetos, bem • Ganhos de natureza exclusivamente de
como o uso de mão-de-obra para a execução desses responsabilidade social
revestimentos. Além do mais, a produção em ambiente Pelo fato de as LACP serem produzidas em fábrica,
industrial das LACP propicia um efeito de escala, que onde as condições de segurança e higiene no trabalho
acaba gerando vantagens econômicas que não são pos- são superiores ás normalmente encontradas em canteiro
síveis de alcançar com processos “semi-artesanais”, de obra, tem-se um benefício direto para a qualidade
como aqueles que correspondem à execução das lajes das condições de trabalho para a mão de obra.
no local. • Ganhos de natureza simultaneamente econômi-
• Ganhos de natureza exclusivamente ambiental ca e ambiental
Segundo Elhag (2008), um estudo dentro de oito Os alvéolos longitudinais das LACP representam uma
semanas realizado junto a um número de empresas percentagem de volume de vazios na laje que pode va-
associadas da “PFF”, sugeriu que a produção e o trans- riar entre 30% a 50%, quando comparado com uma
porte de pavimentos em LACP perfaziam um total de laje maciça em concreto armado que tenha a mesma
não mais de 0.199 “ecopontos”/tonelada de produção espessura, implicando em uma redução direta do uso
líquida (“ecopontos” é uma classificação de emissões de concreto por m² de laje por m². Por outro lado, em
poluentes tabelada pelo Building Research Establish- virtude do maior grau de compactação conseguido com
ment - BRE). as máquinas extrusoras e moldadoras, os concretos usa-
Por outro lado, as LACP podem incorporar materiais dos na fabricação de lajes alveolares empregam menos
reciclados, o que é mais difícil de conseguir em proces- cimento por metro cúbico de concreto do que os concre-
sos construtivos convencionais para laje. Assim, segun- tos utilizados nas lajes moldadas no local, considerando
do Elhag (2008), estudos de qualidade realizados pelo a mesma resistência, sendo que as máquinas extrusoras
Building Research Establishment demonstram percen- permitem ainda uma redução adicional de até 50 Kg/
tagens de materiais reciclados com até 10 a 20% para m³ em comparação com as máquinas moldadoras. Por-
as LACP, tanto para agregados finos ou graúdos. Ainda tanto, com o emprego de menos concreto por m², mas
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ARTIGO TÉCNICO
também com a otimização do uso do cimento por m³ de Segundo Elhag (2008), no Reino Unido, a energia
concreto, consequentemente foi gasto menos cimento, consumida nas fábricas de lajes alveolares protendidas
as lajes alveolares proporcionam menores emissões de correspondia a cerca de 206.43 MJoule por tonelada
CO2. Trata-se neste caso de ganhos de sustentabilidade líquida de produção. Isso perfazia um total de 1510
econômica e ambiental. MJoule/ton, que comparados com o total de 25900
Além da redução do consumo de cimento, as lajes MJoule/ton para produzir barras de aço (energia primá-
alveolares produzidas por extrusoras e moldadoras em- ria) das lajes maciças em concreto armado, e com os
pregam concretos mais secos, com menor relação água/ mais de 2415 MJoule/ton necessários para o conjunto
cimento e, consequentemente, com menor consumo de das atividades de crescimento, colheita, e serragem da
água. No caso do Reino Unido, uma parte significativa madeira, e mais 1600 MJoule/ton para secagem da ma-
das empresas fabricantes de LACP possui instalações deira no forno, usadas nas escoras e formas de madeira
para reciclagem de água, permitindo reduções de até das lajes “in-situ”, representa uma economia energética
40% no consumo, além disso, em algumas fábricas significativa na globalidade do processo produtivo. Ga-
também existe o aproveitamento das águas das chuvas. nhos econômicos e ambientais.
Normalmente em canteiro de obras, onde são produzi- • Ganhos de natureza simultaneamente econômi-
das as lajes moldadas no local, tal procedimento não é ca e de responsabilidade social
realizado (vantagem econômica e ambiental). As LACP são produzidas em fábrica, o que significa
Adicionalmente, as LACP dispensam o uso de esco- independência das condições climáticas, ao contrário
ramento, o que significa em relação ás lajes moldadas das peças fabricadas in-situ. Como tal, não só os tra-
no local uma grande vantagem ambiental, pela ausên- balhadores estão protegidos das intempéries, com os
cia da necessidade das escoras de madeira, que supera consequentes benefícios em relação a questões de saú-
os benefícios relativos à redução de custos nos traba- de e de trabalho, como os prazos de execução de obra
lhos de escoramento, seja em mão-de-obra ou ma- diminuem, visto que existe uma total independência da
teriais. Por outro lado, de acordo com Elhag (2008), tarefa de execução de pisos em relação a outras tarefas
pesquisas realizadas no Reino Unido demonstraram em obra, no cronograma de trabalhos. Ganhos econômi-
que o efeito combinado dos fornecimentos (incluindo cos e de responsabilidade social.
o aço) no setor das LACP estava entre 1,78Kg e 6,29 • Ganhos de natureza simultaneamente econômi-
kg de emissões equivalentes de CO2, por tonelada de cos, ambientais e de responsabilidade social
produção líquida desses elementos de pisos, o que é De acordo com Elhag (2006), as LACP teriam ain-
um valor bastante reduzido. Além disso, segundo ele, da um diferencial em relação a outras soluções para
o estudo de oito semanas anteriormente referenciado pisos, que consistiria na “certificação de fornecimento
no presente texto, demonstrou que os níveis de desper- responsável” (o princípio do fornecimento responsável
dício nas respectivas fábricas de LACP não excediam objetiva providenciar uma prova de que a inteira cadeia
os 2% para a maioria dos postos de trabalho avaliados de vigilância de um produto específico, neste caso as
(incluindo desperdícios provenientes dos locais de re- LACP, e dos respectivos ingredientes nele usados, toma-
jeitos). Ganhos ambientais e econômicos. ram todas as medidas éticas, sociais e ambientais, ne-
Figura 7:
Procedimento
de controle
tecnológico por
meio de ensaio
não destrutivo
em fabrica de
lajes alveolares
(esq.); Ensaio
de flexão em
laboratório de
pesquisa (dir.)
[Fonte: Acervo
NETPRE-
UFSCar]
cessárias para assegurar que o produto foi fabricado de vezes à área da fábrica. Durante a pesquisa de mestrado
forma “responsável”). Previa-se que as LACP seriam, na em andamento, teve-se a oportunidade de visitar uma
época, um dos primeiros produtos de construção a rece- unidade em Brodoski, próximo à Ribeirão Preto, cujas
ber essa certificação no Reino Unido, de acordo com o instalações foram planejadas segundo as configurações
esquema do Building Research Establishment. A Tabela descritas, e com a vantagem de apresentar a zona de
1 apresenta um resumo do que foi exposto até aqui. saída dos caminhões a menos de 50 m de uma rodovia
de faixa dupla.
SITUAÇÃO NO BRASIL Conforme já citado, sem um controle rigoroso da
Apesar da dificuldade de se levantar dados quantita- umidade da areia as propriedades do concreto fresco
tivos relativos a vários outros indicadores em território podem variar bastante, alterando principalmente sua
nacional, acredita-se que muitos dos ganhos de sus- trabalhabilidade. No caso do aumento da umidade da
tentabilidade referidos por Elhag (2008) e relativos às areia, em função da sua granulometria e do tipo de su-
LACP no Reino Unido, permaneçam válidos no Brasil. perplastificante, tem-se um aumento da viscosidade do
Assim, pesquisas mais aprofundadas são importantes concreto fresco, dificultando a adequada conformação
para a confirmação dessas hipóteses. dos alvéolos, principalmente no caso das extrusoras, o
No Brasil, baseado em pesquisas realizadas com que ocasiona um aumento do consumo do concreto na
especialistas e consultores que atuam na produção e produção das lajes alveolares. Em geral, esta variação
projeto de LACP, foi possível estimar que os desperdí- seria considerada normal para um aumento de até 6%,
cios gerados pelas fábricas correspondem a cerca de o que é aceitável tanto na Europa quanto nos EUA. En-
6% dos insumos consumidos (valor médio). Apesar tretanto, para traços mais “plásticos” este aumento pode
de ser um valor alto quando comparado com os valo- chegar em torno de 15 a 20%. Neste caso, a falta do
res apontados por Elhag (2008), ainda é inferior aos controle da umidade da areia pode comprometer ganhos
valores que são comuns nos canteiros de obras das de sustentabilidade importantes, gerando prejuízos tan-
empresas de construção civil, se forem contabilizados to econômicos quanto no aumento do consumo de ci-
os resíduos/desperdícios de madeiras para fôrmas e/ mento e, consequentemente, com aumento da emissão
ou escoramento, aço nervurado, concreto aplicado em de CO2. Portanto, o controle da umidade da areia é um
obra na produção de lajes em canteiro, e outros resí- ponto crítico para que se garanta os ganhos de sustenta-
duos de materiais na execução das mesmas. Entretan- bilidade com as LACPs e atualmente observa-se a cons-
to, é importante notar que para atingir esses níveis de cientização de grande parte dos produtores em relação
desperdício de materiais é necessário, entre outros, um a esse aspecto, uma vez que é observada a preocupação
rigoroso controle dos traços e dos aditivos empregados na busca de melhorias em suas instalações.
no concreto em fábrica. Caso contrário podem ser des- Durante a visita na mesma fábrica em Brodoski, ob-
perdiçadas pistas inteiras de LACP. servou-se que foi feito um investimento para uma cober-
Existem aspetos relativos aos “layouts” das linhas de tura metálica para a área de estocagem dos agregados
produção em fábricas de LACP que podem afetar dire- de forma a conseguir esse efeito. Na realidade, o indus-
tamente os ganhos de sustentabilidade de seu proces- trial entrevistado garantiu que a afinação no traço das
so de fabricação. É importante haver uma linearidade misturas da sua fábrica era de tal rigor que era con-
no fluxo de movimentação interna das lajes alveolares, seguido um desvio-padrão de 0,2 MPa nos resultados
principalmente após sua retirada das pistas de proten- dos ensaios de resistência à compressão dos corpos de
são e seu posicionamento provisório nos pátios de esto- prova de concreto ensaiados. Esse tipo de controle de
cagem, onde os terrenos devem ser planos e nivelados. umidade dos inertes é muito difícil de ser obtido em can-
Além disso, deve haver um planejamento de modo que teiro, na fabricação de lajes moldadas “in-situ”. Ainda
o pátio de estocagem tenha um bom acesso à saída das na referida fábrica visitada, observou-se a preocupação
fábricas, e estas devem ter acessos adequados às rodo- com a reutilização da água, embora apenas para lim-
vias. Caso contrário, existirá um passivo econômico que peza e lavagem industrial. No caso da fábrica visitada,
deverá ser assumido durante toda a vida útil da fábrica o industrial optou por uma moldadora por lhe permitir
e que poderia ser evitado. Segundo especialista na área maior versatilidade nos elementos a serem produzidos.
de planejamento da produção no segmento de LACPs no Devido às larguras das LACPs (entre 1,20 e 1,24 m),
Brasil, o terreno ideal para a implantação de uma fábri- tem-se a otimização do transporte de duas lajes lado
ca de LACP deveria apresentar configuração retangular, a lado por camada no caminhão, sendo que a presen-
com uma área de estocagem da ordem de duas a três ça dos alvéolos contribui ainda para a redução do peso
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ARTIGO TÉCNICO
Ganhos de sustentabilidade em LACP Ganhos econômicos Ganhos ambientais Ganhos em responsabilidade social
Redução de concreto (alvéolos)
Superfície interior lisa
Dispensa de escoramento
Proteção às intempéries
Condições de higiene e segurança no trabalho
Efeito de escala
Redução de emissões de CO2
Menos desperdício de materiais
Reciclagem de materiais
Reciclagem de água
Aproveitamento da água das chuvas
Menor gasto de energia no processo produtivo
Certificação de fornecimento responsável
Certificação ambiental
Maior mecanização do processo produtivo
Menos gastos com mão de obra
Menor relação água-cimento
Maior vida útil
Menos cimento/m²
relativo das unidades. Desta forma, os custos de trans- adequação de procedimentos experimentais padroniza-
porte do produto só aumentam significativamente para dos para avaliação do desempenho de lajes alveolares,
lajes de grandes vãos (acima dos 12,5 m) ou quando se mas também, em parceria com empresas associadas da
aumenta consideravelmente a distância entre a fábrica ABCIC, foi possível desenvolver procedimentos para ava-
e a obra. Entretanto, no Brasil existem diferentes custos liação do módulo elástico efetivo das LACPs a partir de
para transportes em rodovias, em função da região ou ensaios não destrutivos de lajes em fábricas, conforme
do estado da federação. ilustrados na Figura 7.
Em anos recentes ocorreram várias ações para a me- Após uma primeira etapa de padronização para va-
lhoria da qualidade do produto e da produção das LA- lidação do desempenho de lajes produzidas no Bra-
CPs no Brasil. Neste contexto, cabe destacar o esforço do sil, mas também com base nas referências técnicas
Setor de Pré-fabricados no Brasil para a implantação do internacionais já existentes, foi possível nos anos de
Selo de Qualidade da ABCIC, através do qual existe uma 2009 a 2011 a elaboração de um novo texto para a
cooperação técnica entre a ABCIC e o NETPRE-UFSCar, NBR-14861:2011, norma para lajes alveolares pro-
desde 2006, com o propósito de padronizar procedimen- tendidas, a qual permitiu uma maior padronização do
tos para avaliação de desempenho e controle de qua- projeto e de procedimentos ligados à produção das la-
lidade de lajes alveolares no Brasil, com embasamento jes alveolares no Brasil.
nos manuais técnicos da fib (Federação Internacional do Apesar do crescente desenvolvimento das LACP no
Concreto Estrutural). Esta cooperação técnica abrangeu Brasil, um fator que ainda prejudica os ganhos de sus-
um amplo programa experimental, com ensaios realiza- tentabilidade (econômicos no caso) no setor continua
dos tanto no laboratório de pesquisa do NETPRE-UFSCar a ser os elevados juros pagos no financiamento das
quanto em fábricas de lajes alveolares, chegando-se a instalações e do maquinário necessário para sua fabri-
marca de mais de 150 lajes ensaiadas até a presente cação, se comparados com os juros pagos na maioria
data. Como resultado, foram concluídas as seguintes dos países concorrentes. Esse aspecto foi confirmado
pesquisas de mestrado e doutorado: Fernandes (2007), por um industrial entrevistado, como fator limitador do
Costa (2009), Petrucelli (2009), Catoia (2011), Camilo grau de racionalização e mecanização na sua fábrica.
(2012), Raymundo (2012), Marquezi (2014) e Santos De fato, a falta de incentivos para o financiamento de
(2014). Além do ganho direto com o melhor conheci- investimentos com mecanização de sistemas constru-
mento do comportamento estrutural das lajes alveola- tivos industrializados, somada à carga tributária maior
res, a experiência adquirida possibilitou a implantação e para este tipo de construção, constituem-se nos princi-
pais desafios para o setor de pré-fabricados no Brasil, no mercado. Cada vez mais consumidores, construto-
quando comparados com os países desenvolvidos ou ras, incorporadoras e instituições financiadoras estão à
mesmo com outros países em desenvolvimento. Entre- procura de projetos e produtos com melhor desempenho
tanto, os autores consideram que no caso das fábricas socio-ambiental, o que é muito positivo para o segmento
de LACPs, deveria haver um reconhecimento por parte das lajes alveolares protendidas.
dos órgãos governamentais brasileiros com relação aos De forma ainda preliminar, considera-se que as lajes
diversos ganhos reais de sustentabilidade para o se- alveolares produzidas no Brasil apresentem ganhos de
tor da construção civil como um todo, justificando-se sustentabilidade que estão próximos aos que são conse-
assim a desoneração e mesmo o incentivo para a sua guidos em países desenvolvidos. No entanto, para uma
produção no Brasil. melhor comparação tem-se a necessidade de melhor
identificar parâmetros a serem utilizados para a defini-
4. Considerações finais ção dos níveis de sustentabilidade das diferentes solu-
A sustentabilidade para o setor das LACP demanda ções para pisos empregados no Brasil.
uma análise completa para toda a sua cadeia de valor. Ao contrário da oneração da carga tributária aplicada
O emprego das LACPs promove diferentes ganhos de no Brasil para sistemas construtivos industrializados,
sustentabilidade, colaborando para o uso racional dos considera-se que no caso das lajes alveolares protendidas
recursos, com redução do consumo de cimento e com deveria haver um incentivo à produção, com base nos
minimização dos resíduos gerados, com expressivo au- fortes ganhos de sustentabilidade para a construção civil.
mento da produtividade, trazendo várias vantagens em
relação aos sistemas convencionais de pisos executados 5. Agradecimentos
em canteiro de obras. Os autores agradecem ao NETPRE-UFSCar pela in-
O segmento de produção de LACPs no Brasil vem bus- fraestrutura de pesquisa, bem como à equipe de pes-
cando o aumento do nível de qualidade e a redução dos quisadores do NETPRE. O pesquisador de mestrado e
custos. Dessa forma, as indústrias que estiverem aten- orientador da pesquisa gostariam de expressar seu agra-
tas e buscarem a inovação e a melhoria continuada de decimento especial inicialmente à CAPES pela bolsa de
seus produtos conquistarão um novo espaço sustentável mestrado para apoio nesta pesquisa.
6.Referências
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56 | Abril 2015
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Second,International,Conference,on,Concrete,Sustainability
CA6
ccs 13-15,June,2016
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contactos
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patrocinadores
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organizer co-organizers
Universidad
CC
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ESPAÇO Empresarial
58 | Abril 2015
cenário econômico
Conjuntura desfavorável
Os números do PIB recém-divulgados pelo IBGE con- a avaliação das empresas sobre os negócios. Para os
firmaram o que outros indicadores já sinalizavam: de empresários da construção, destacaram-se o desempe-
2007 a 2012, a construção civil registrou taxas de cres- nho geral da economia, com 82% das assinalações e
cimento vigorosas que superaram bastante o crescimen- o ambiente político, com 54%. Ou seja, os empresá-
to do País. Impulsionado pelo crédito e por programas rios estão atribuindo majoritariamente à economia e a
governamentais, o PIB setorial elevou-se 42%, enquan- política mais que às questões relacionadas ao próprio
to o PIB brasileiro aumentou 19%. A construção passou setor, o cenário negativo atual. O que significa que estão
a representar metade do investimento realizado no País. atribuindo a crise atual mais a aspectos da conjuntura.
A expansão desse período foi impulsionada espe- De fato, a forte deterioração observada nas áreas de
cialmente pelas empresas da construção, que tiveram infraestrutura é o elemento mais inesperado do quadro
expansão superior ao do próprio PIB setorial. Ou seja, atual e que se mostra mais relacionado à conjuntura
houve um avanço na formalização da produção no com- política e econômica do que a problemas específicos
parativo com as atividades realizadas pelas próprias fa- do setor como falta de mão de obra qualificada, equi-
mílias ou por pequenos empreiteiros não formalizados. pamentos ou materiais. A queda na arrecadação dos
Essa é uma boa notícia que mostra que a importância governos em suas várias esferas, a pressão por um re-
do setor na geração de renda e emprego na economia é sultado fiscal positivo, além dos problemas decorrentes
ainda maior que a estimada anteriormente. da operação lava-jato estão atuando para a redução de
Mas os números do IBGE estão retratando um mo- ritmo ou mesmo parada de várias obras, determinando
mento que já passou. A partir de 2012, o setor começou a elevação das demissões pelas empresas.
a reduzir o ritmo de crescimento e em 2014 deve ter Assim, as possíveis fontes de sustentação da atividade
registrado sua primeira retração desde 2006. da construção em 2015 que estavam concentradas no
As perspectivas para 2015 são ainda mais negati- Programa Minha Casa Minha Vida, nas obras do PAC e
vas. A percepção do empresário sobre o cenário setorial nas novas concessões não apenas não estão contribuin-
mostra-se bastante pessimista. No primeiro trimestre do do para atenuar a queda na atividade setorial, mas estão
ano, o Índice de Confiança da Construção (ICST), da deprimindo-a ainda mais.
Fundação Getulio Vargas registrou queda de 13,5% na Esse é um cenário que não deveria ocorrer. O ajuste
comparação com o último trimestre do ano passado. E das contas públicas deve e precisa ser feito para que o
como tem sido recorrente, a pesquisa registrou nova- País possa reencontrar a rota do crescimento e principal-
mente seu pior resultado desde que começou a ser rea- mente possa sustentá-lo em uma perspectiva temporal
lizada em julho de 2010. maior que a observada até 2012. No entanto, o ajuste
A pesquisa traduz a queda da atividade que começou não pode ser feito à custa do investimento sob pena de
a se acentuar no segundo semestre do ano passado e se comprometermos ainda mais as perspectivas de reto-
aprofundou nos primeiros meses de 2015. Um declínio mada. É hora de olharmos para as reformas microeco-
que foi puxado pelo indicador que capta a situação atual nômica e tributária, promover melhoria de gestão e de
dos negócios e das atividades das empresas. Em feve- governança.
reiro, o emprego formal na acusou queda de 7,8%, na
comparação de 12 meses, sendo que na infraestrutura
a retração alcançou 11,4%.
Mas a percepção do empresário em relação aos pró-
ximos meses também se deteriorou muito, ou seja, o
empresário está pessimista em relação às possibilidades
de recuperação do crescimento.
O quesito da sondagem que mostra a intenção de con-
tratar nos próximos três meses aponta a continuidade na
redução do número de empregados.
Ana maria castelo
A sondagem da FGV procurou identificar os aspec- Coordenadora de projetos
tos que mais estariam influenciando negativamente do IBRE/FGV
CONSTRUÇÃO CIVIL
sidade de haver uma isonomia entre a tributação inci-
dente sobre os sistemas industrializados de construção
e aquela que incide sobre o modelo convencional. Um
“Antecipando o Futuro”. Com esse lema, que sin- trecho do documento, de mais de cem páginas, recor-
tetiza a busca do setor da construção civil brasileira da um estudo de caso dos efeitos da industrialização
por maior produtividade, necessária para enfrentar os sobre a produtividade da mão de obra e os custos de
desafios apresentados pelo momento, o Deconcic – construção, coordenado pela Abramat – Associação
Departamento da Indústria da Construção, da Fede- Brasileira da Indústria de Material de Construção e que
Lançamento da 11ª edição do ConstruBusiness foi marcado pela participação de importantes lideranças do setor da construção e do Ministro da Cidades,
Gilberto Kassab. Estudo ressaltou os ganhos de produtividade e de eficiência advindos do processo de industrialização
Helcio Nagamine
60 | Abril 2015
GIRO RÁPIDO
contou com o apoio da Abcic – Associação Brasileira logia mais produtiva e sustentável, as empresas e os
da Construção Industrializada de Concreto. representantes do setor indicaram, segundo o estudo,
O caso tratava de moradia destinada ao público de haver outras barreiras à mudança tecnológica na edi-
classe média, mas ilustra bem, segundo o Constru- ficação. As duas principais são: métodos de aferição
Business, a extensão dos benefícios das estruturas do andamento da obra e avaliações parciais de be-
pré-fabricadas para o setor. O método de construção nefícios. No primeiro caso, a medição das obras com
adotado foi o uso de pré-moldado de concreto feitos pré-moldados deve se adaptar ao fato de que a maior
no canteiro de obra, com apoio tecnológico de empre- parte do valor das obras é feita na fábrica. Assim, a
sas de pré-moldados. Além da Abcic, a elaboração do medição do andamento para efeito de pagamento por
estudo contou com o patrocínio da CBIC – Câmara parte do cliente deve ser feita no despacho das peças
Brasileira da Indústria da Construção, IABr – Instituto da fábrica para a obra, e não no momento da monta-
Aço Brasil e Associação Brasileira do Drywall. gem da peça na obra.
Segundo o trabalho mencionado no ConstruBusi- O documento citado pelo ConstruBusiness lembra
ness, a tecnologia de pré-moldados feitos em fábrica ainda que a avaliação de custos e benefícios dos mé-
é mais cara que o sistema feito na obra em função da todos feita pelas construtoras e pelo governo deveria
falta de isonomia tributária: as peças pré-moldadas ser integrada e não parcial, ponderando outros cri-
em fábrica pagam Imposto sobre Circulação de Mer- térios além do custo da obra. O aumento de produ-
cadorias e Serviços (ICMS) e as feitas no canteiro re- tividade, com redução do prazo de construção e da
colhem Imposto sobre Serviços (ISS), o que implica necessidade de mão de obra não qualificada, o maior
diferencial de alíquotas grande. “Dessa forma, o dife- desempenho dos materiais e os impactos ambientais
rencial de custo de construção causado pelo imposto positivos deveriam ter peso nas avaliações e seus be-
obstrui o melhor aproveitamento dos recursos econô- nefícios deveriam ser precificados, a fim de se contra-
micos (mão de obra, capital e energia), com efeitos por aos diferenciais de custos.
indiretos sobre o meio ambiente”, destaca o relatório Entre as dezenas de entidades e órgãos que par-
do ConstruBusiness. ticipam das discussões setoriais que resultaram nas
Os dados do estudo mencionado no trabalho do De- linhas básicas do ConstruBusiness está a Abcic. E a
concic indicaram que o custo de construção do em- entidade faz parte do esforço de debate e propor alter-
preendimento feito com pré-moldados em obra foi de nativas ao aumento da produtividade e eficiência da
R$ 29,8 milhões, enquanto o da construção com pré- construção civil em duas frentes. No Deconcic, a pre-
-moldado feitos em fábrica foi orçado na ocasião em sidente-executiva, Íria Doniak é quem participa das
R$ 30,6 milhões. No primeiro caso, o peso do ICMS discussões técnicas que colaboraram na configuração
sobre materiais no custo de edificação foi de 6,4%, final do trabalho. Já no Consic – Conselho Superior
enquanto chegou a 9,7% no caso do pré-moldado fei- da Indústria da Construção, quem representa a Abcic
to em fábrica. é Carlos Alberto Gennari, ex-presidente e atual inte-
Além do desestímulo tributário à adoção de tecno- grante do Conselho Estratégico da entidade.
Curso na M&T Expo 2015 também os benefícios do uso do sistema, suas dife-
rentes formas de aplicação e as vantagens em termos
de sustentabilidade e redução do impacto ambiental.
A Abcic promoverá no Congresso da M&T Expo Direcionado aos profissionais ligados à cadeia produ-
2015 – Feira e Congresso Internacionais de Equipa- tiva da construção civil, engenheiros, arquitetos, tec-
mentos para Construção para Mineração, o curso de nólogos e técnicos, o curso Pré-fabricados de Concreto
Pré-fabricados de Concreto, no dia 12 de junho, a conta oito créditos dentro do programa MasterPEC –
partir das 10h, na Sala 3 no São Paulo Expo Exhibi- Master Produção de Estruturas de Estruturas de Con-
tion & Convention Center. creto do Ibracon – Instituto Brasileiro do Concreto.
O curso fornecerá uma visão ampla sobre os proces- O M&T Expo Congresso, a ser realizado de 10 a 12
sos que envolvem a pré-fabricação, desde a sua con- de junho, debaterá os temas mais importantes para o
cepção até a montagem final, passando por projetos e setor da construção.
produção, incluindo aspectos de controle de qualida- Informações e inscrições: http://www.mtexpocon-
de. Na programação, o participante poderá conhecer gresso.com.br/index.php/programa/palestra/60.
FABRICANTE: FORNECEDORES:
www.commandalkon.com/kp
www.sendi.com.br
Profissional Técnico:
62 | Abril 2015
GIRO RÁPIDO
Industrialização
da Construção na
Concrete Show 2015
O Concrete Show 2015, programado para os dias 26
a 28 de agosto, Centro de Exposições Imigrantes, em
São Paulo, prevê a exposição de produtos e serviços des-
tinados a cerca de 40 segmentos ligados à indústria da
construção civil. O evento, que já se tornou um dos mais
importantes para o setor da construção, exibirá as prin-
cipais inovações, assim como as recentes tendências em No segundo dia da feira, a Abcic promoverá ainda seu
termos de tecnologia e soluções para obras em diversos tão aguardado e já tradicional seminário, que sempre
segmentos, como o residencial, industrial, rodoviário, coloca em debate os assuntos mais atuais relativos ao
ferroviário e aeroportuário. segmento. A programação completa e os temas que se-
A participação da Abcic na edição deste ano conta- rão abordados neste ano estão sento definidos e devem
rá com um estande institucional, montado em conjunto ser anunciados em breve, bastando acompanhar pelo
com algumas empresas. Até o momento já confirmaram site www.abcic.org.br.
participação: Alveolare, Cassol, Ibpré, Leonardi e Premo- De acordo com a expectativa da UBM Brazil, orga-
disa. Outras empresas interessadas em aderir, podem nizadora e promotora da feira, é atrair um público da
obter outras informações sobre a forma de participar pelo ordem de 31 mil visitantes provenientes de 35 países, a
e-mail abcic@abcic.org.br. “Nosso estande institucional maioria formada por profissionais ligados ao ramo e com
continua sendo um espaço para difusão dos conceitos do efetivo poder de decisão nas organizações onde atuam.
sistema construtivo industrializado que representamos. Ocupando uma área de aproximadamente 65 mil m² de
Também funciona como uma área na qual as empre- exposição, a feira prevê reunir cerca de 600 expositores
sas do segmento podem usufruir para a realização de nacionais e internacionais, com a demonstração in loco
networking com seus clientes e fornecedores”, diz Íria de equipamentos e máquinas utilizados no setor, assim
Doniak, presidente-executiva da Abcic. como de diferentes sistemas construtivos.
64 | Abril 2015
GIRO RÁPIDO
T O P I C S
u Bridge Diagnostics u Earthquake and Accidental u Life-Cycle Assessment u Service Life Prediction
u Foundation Engineering
Authors are kindly invited to submit 300 word abstracts before May 15th, 2015, through the online
submission system which will soon be available at the Conference website (http://www.iabmas2016.org).
I N F O R M A T I O N
SECRETARIAT
Ms. Tatiana Razuk Revista Precast | Maio 2013 | 65
secretariat@iabmas2016.org
GIRO RÁPIDO
Eventos do setor
eventos do setor
fib Symposium - Concrete sustentabilidade/
Innovation and Design M&T Expo 2015 – Feira e
Curso de Pré-fabricados de
Data: 18 a 20/05 Congresso Internacionais de
Concreto Uma Abordagem
Local: Copenhaguen Equipamentos para Construção e
Completa da Fábrica aos
www.fibcopenhagen2015.dk Mineração
Canteiros de Obras
Data: 09 a 13/06
Data: 12/06
VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE Local: São Paulo
Local: Centro de Exposições Imigrantes
PONTES E ESTRUTURAS http://www.mtexpo.com.br/
http://www.mtexpocongresso.com.br/
Data: 21 e 22/05
index.php/programa/palestra/60
Local: São Paulo/SP Tendências em Sustentabilidade
http://site.abece.com.br/index.php/ na Construção
fichas-de-inscricoes Data: 09/06
Local: São Paulo
http://www.eventoscte.com.br/eventos/
66 | Abril 2015
O futuro do
concreto para
a sustentabilidade
nas construções
27 a 30
de outubro
Bonito, Mato Grosso do Sul
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS
TÉCNICO-CIENTÍFICOS
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EVENTOS PARALELOS
CONFRATERNIZAÇÃO E RELACIONAMENTO
R E A L I Z A Ç Ã O
Empresa associada
www.abcic.org.br