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Tarefa EAD – Disciplina de Cirurgia II

Aluno: João José Galvão Rodrigues

Tema Escolhido: Acidente de Fratura de Mandíbula durante exodontia de 3º Molar


Inferior

Forma: Exposição de artigo de caso clínico

Artigo Escolhido: Bonardi, João & Cordeiro, Rafael & Stabile, Glaykon & Pereira-
Stabile, Cecilia. (2015). Tratamento de fratura iatrogênica do ângulo mandibular
ocorrida durante exodontia do terceiro molar: caso clínico. Revista Portuguesa de
Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial. 8.
10.1016/j.rpemd.2015.02.006. – Também em anexo para consulta

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Considerações iniciais

Conforme apresentado no material disponibilizado: toda e qualquer quebra de


planejamento que venha a ocorrer no trans-operatório, isto é, durante o ato cirúrgico, é
considerado um acidente.

Estatisticamente os casos mais comuns são:

 Sexo: Feminino
 Idade: 26 a 79 anos com pico de incidência de 36 a 45
 Posição do Dente: mesioangulados (32,6%) - principalmente classe I e ao tipo A
de Pell e Gregory
 Lado: esquerdo
 Classificação: Classes II/III e Tipo B/C de Pell e Gregory

Exodontia de 3º Molar Inferior Impactado

As principais intercorrências que ocorrerem durante ou após o ato cirúrgico são:


sangramento, dor, luxação de dentes adjacentes, danos aos tecidos moles, enfisema
subcutâneo, lesão nervosa, trismo edema, infecção, fraturas dentárias e fratura
mandibular.

Iatrogenia no caso

Os autores receberam o paciente no Hospital Universitário Regional do Norte do


Paraná após 10 dias da tentativa de exodontia do elemento 38. O artigo sugere que
houve falha na elaboração do plano cirúrgico e uso de técnicas não compatíveis com a
exodontia convencional, como, por exemplo: incisão relaxante posterior na mucosa por
lingual e principalmente o excesso de osteotomia durante a confecção da canaleta
vestibular.

Conduta mais recomendada para o procedimento

A posição do dente 38 conforme a Classificação Pell e Gregory Classe II, tipo C,


sendo o mais indicado um acesso através de incisão relaxante seguindo o ramo
ascendente, priorizando sempre a odontosecção, osteotomia conservadora e uso da
Técnica II (elevadores) com pressão suave e técnica adequada.

Abordagem da Equipe de CTBMF

 Paciente: ASA 1, gênero feminino, 22 anos, nega hábitos e alergias.


 Exame físico: dor, discreto edema em região de ângulo mandibular esquerdo,
restrição de abertura bucal, discreta mordida aberta posterior à esquerda e
crepitação durante a manipulação da região do elemento 38.
 Exame complementar: radiografia axial PA para mandíbula, observou-se
imagem sugestiva de traço de fratura no ângulo mandibular esquerdo entre os
dentes 37 e 38.
 Diagnóstico: fratura composta, ruptura total e fechada do osso mandibular na
região de ângulo esquerdo.
 Procedimento:
 Técnica Anestésica: anestesia geral com intubação nasotraqueal
 Diérese: acesso intrabucal aproveitando a incisão do 1º procedimento
 Notou-se então deslocamento significativo do coto distal e extensa
ostetomia feita durante o procedimento da exodontia
 Exérese: do dente 38
 Síntese: instação da barra de Erich e bloqueio maxilomandibular. Fixação
com duas placas do sistema 2.0 (Synthes®) uma com 6 elos na zona de
tensão e outra com 4 na zona de compressão com parafusos
monocorticais bicorticais, instaladas com auxílio de um trocarte.
 Pós operatório:
 1º dia: exames radiográficos com boa redução e fixação da fratura, edema
compatível com o procedimento, oclusão estável, controles gerais
normais e não apresentava queixas álgicas. Recebeu alta
 5º dia: 1º controle: oclusão mantida, movimentos mandibulares normais e
restrição de abertura bucal compatível.
 15º dia: regressão total do edema, boa cicatrização do acesso,
movimentos mandibulares mantidos e abertura bucal de 20 mm.
 30º dia: abertura bucal de 38 mm.
 60º dia: completamente restabelecida funcionalmente, com abertura bucal
de 51 mm, boa função mastigatória, oclusão dentária e movimentos
mandibulares mantidos.

Imagens

Antes Depois

Conclusão

O correto diagnóstico, feito com imagens nítidas, juntamente ao emprego da


técnica cirúrgica precisa que só é adquirida após estudo, conhecimento anatômico e
treinamento são elementos primordiais para a prevenção desse tipo de acidente.

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