Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Kalecki TeoriadaDinmicaEconmica Corrigido PDF
Kalecki TeoriadaDinmicaEconmica Corrigido PDF
M ICHAL K ALECKI
E dit or a Nova Cu lt u r a l Lt da .
Tít u lo or igin a l:
T h eory of E con om ic Dyn am ics - An E ssay on Ciclical an d
L on g-R u n Ch an ges in Capitalist E con om y
Im pr essã o e a ca ba m en t o:
DONNE LLE Y COCH RANE GRÁF ICA E E DITORA BRASIL LTDA.
DIVISÃO CÍRCULO - F ONE : (55 11) 4191-4633
ISBN 85-351-0918-8
AP RES EN TAÇÃO
1) Ad v e rtê n c ia
1 In clu ído em KALE CKI, Mich a l. Dziela. v. II, p. 214. P or in icia t iva da Aca dem ia P olon esa
de Ciên cia s e com excelen t e t r a ba lh o edit or ia l de J er zy Osia t yn ski, est ã o sen do pu blica da s
em polon ês a s obr a s com plet a s de Ka lecki, sob o t ít u lo ger a l de Dziela (Obras) e dividida s
em cin co volu m es: 1) Capitalism o: Con ju n tu ra e E m prego; 2) Capitalism o: Din âm ica E co-
n ôm ica; 3) S ocialism o; 4) Países em Desen volvim en to; 5) An álises E con ôm icas. At é 1981
som en t e os dois pr im eir os volu m es t in h a m sido pu blica dos.
5
OS ECON OMIS TAS
2) B io g ra fia e Obra s 2
6
KALECKI
7
OS ECON OMIS TAS
5 E sse livr o, t r a du zido e pr efa cia do por Lu iz L. Va scon celos, foi pu blica do em P or t u ga l pela
E dit or a P r elo, Lisboa , 1978, e n o Br a sil pela edit or a Br a silien se, S. P a u lo, 1982.
6 E sse t em a é t r a t a do m in u ciosa m en t e em MIGLIOLI, J or ge. Acu m u lação d e Capital e De-
m an d a E fetiva. S. P a u lo, T. A. Qu eir oz E dit or , 1981.
8
KALECKI
9
OS ECON OMIS TAS
10
KALECKI
11
OS ECON OMIS TAS
7 Algu n s exem plos dessa s opin iões for a m r ela cion a dos por H ARROD, Roy. T h e L ife of J oh n
M ayn ard Keyn es. Lon dr es, 1951; KLE IN, La wr en ce. T h e Keyn esian R evolu tion . 2ª ed., Lon -
dr es, 1968; e LE KACH MAN, Rober t . T h e Age of Keyn es. Lon dr es, 1968.
12
KALECKI
8 E sses t r ês est u dos sã o: “E sboço de u m a Teor ia do Ciclo E con ôm ico” e “Com ér cio In t er n a cion a l
e ‘E xpor t a ções In t er n a s’”, de 1933. e “O Meca n ism o da Recu per a çã o E con ôm ica ”, de 1935.
O pr im eir o foi t a m bém pu blica do, com ver sões difer en t es, em fr a n cês e in glês em 1935.
E sses est u dos est ã o in clu ídos em Crescim en to e Ciclo d as E con om ias Capitalistas. Op. cit.
9 A esse r espeit o, ver KALE CKI. “As E qu a ções Ma r xist a s de Repr odu çã o e a E con om ia Mo-
der n a ” e “O P r oblem a da Dem a n da E fet iva em Tu ga n -Ba r a n ovski e Rosa Lu xem bu r g”. In :
Crescim en to e Ciclo d as E con om ias Capitalistas.
10 ROBINSON, J oa n . “Ka lecki a n d Keyn es”. In : Problem s of E con om ic Dyn am ics an d Plan n in g.
Op. cit.
11 Com o m a is t a r de escr eveu Ma u r ice Dobb (T h eories of Valu e an d Distribu tion sin ce Ad am
13
OS ECON OMIS TAS
4) A Te o ria d a D in â m ic a Ec o n ô m ic a
A r espeit o da s econ om ia s ca pit a list a s, Mich a l Ka lecki ela bor ou
a pen a s t r ês livr os: E n saios em T eoria d as Flu tu ações E con ôm icas
(1939), E stu d os d e Din âm ica E con ôm ica (1943) e T eoria d a Din âm ica
E con ôm ica (1954);12 t odos seu s ou t r os livr os a cer ca dessa s econ om ia s
con st it u em coleções de a r t igos or igin a lm en t e pu blica dos em r evist a s
e/ou de ca pít u los específicos da qu eles t r ês livr os.
Com o o a u t or escla r ece n o pr efá cio d a T eoria d a Din âm ica
E con ôm ica, est e livr o su bst it u i os dois a n t er ior es. Ou seja , em bor a
t r a t e dos m esm os t em a s dos ou t r os dois, con st it u i u m n ovo livr o.
E isso em t r ês sen t idos: pr im eir o, por qu e r epr esen t a u m a p r im or a -
m en t o; segu n do, por qu e a bor da a lgu m a s n ova s qu est ões; t er ceir o,
por qu e se u t iliza de n ovos da dos est a t íst icos pa r a ver ifica çã o dos
a r gu m en t os t eór icos. E m su m a , o ú lt im o livr o con st it u i a ver sã o
m a is com plet a da s id éia s de Ka leck i sobr e o p r oblem a da din â m ica
da s econ om ia s ca pit a list a s.
Assim , os dois livr os a n t er ior es r epr esen t a m ver sões pr ecu r sor a s.
Ma s n ã o a pen a s eles: n a ver da de, qu a se t odos os t em a s t r a t a dos n a
T eoria d a Din âm ica E con ôm ica for a m sen do a pr im or a dos em su cessivos
t r a ba lh os, m u it os dos qu a is pu blica dos com o a r t igos de r evist a s. P or
ou t r o la do, a lgu n s desses m esm os t em a s con t in u a r a m a ser est u da dos
por Ka lecki depois da pu blica çã o da T eoria d a Din âm ica E con ôm ica.
P or t a n t o, pa r a o leit or in t er essa do n a evolu çã o da s idéia s do a u t or a
r espeit o desses t em a s, r ela cion a m os, m a is a dia n t e, os t r a ba lh os qu e
pr eceder a m e su ceder a m o r efer ido livr o.
De qu e t r a t a a T eoria d a Din âm ica E con ôm ica? E m bor a seu su b-
t ít u lo seja E n saio S obre as M u d an ças Cíclicas e a L on go Prazo d a
E con om ia Capitalista, o livr o a br a n ge t a m bém o pr oblem a da det er -
m in a çã o do n ível da r en da (ou da pr odu çã o) a cu r t o pr a zo.
As econ om ia s ca pit a list a s em ger a l se desen volvem den t r o de
u m pa dr ã o cíclico: ou seja , ela s se expa n dem , m a s com flu t u a ções pe-
r iódica s. Assim , a pr odu çã o a o lon go do t em po pode ser r epr esen t a da
com o u m m ovim en t o on du la t ór io, com o a cu r va C n a F igu r a 1. Ma s,
a pesa r da s flu t u a ções, a pr odu çã o con t in u a a cr escer ; ist o é, o m ovi-
m en t o on du la t ór io se dá em t or n o de u m a t en dên cia cr escen t e, expr essa
pela r et a T n a F igu r a 1. Nesse com por t a m en t o da s econ om ia s ca pit a -
list a s, é possível sepa r a r t r ês t ipos de qu est ões:
1) por qu e, n u m det er m in a do a n o, a r en da a t in giu u m cer t o n ível,
Sm it h . Lon dr es, 1973. p. 221): “Qu a n t o a Ka lecki (...) su a obr a podia , r ea lm en t e, ser con-
sider a da u m a for m a liza çã o do ‘pr oblem a da r ea liza çã o’; e, excet o por su a a pr esen t a çã o
r igida m en t e for m a l e m a t em á t ica , os m a r xist a s podia m sen t ir -se n u m m u n do fa m ilia r ”.
12 E ssays in th e T h eory of E con om ic Flu ctu ation s. Lon dr es, Allen & Un win , 1939; S tu d ies in
E con om ic Dyn am ics. Lon dr es, Allen & Un win , 1943; T h eory of E con om ic Dyn am ics. Lon dr es,
Allen & Un win , 1954.
14
KALECKI
15
OS ECON OMIS TAS
16
KALECKI
17
OS ECON OMIS TAS
13 SRAF F A, P ier o. “Th e La ws of Ret u r n s u n der Com pet it ive Con dit ion s”. In : E con om ic J ou rn al.
Dezem br o de 1926; CH AMBE RLIN, E . H . T h e T h eory of M on opolistic Com petition . 1932;
ROBINSON, J oa n . E con om ics of Im perfect Com petition. 1933.
18
KALECKI
19
OS ECON OMIS TAS
20
KALECKI
21
OS ECON OMIS TAS
5) Tra ba lh o s Re la c io n a d o s c o m a Te o ria d a
D in â m ic a Ec o n ô m ic a
22
KALECKI
1.2. “Th e Dist r ibu t ion of t h e Na t ion a l In com e”. Ca pít u lo dos E ssays;
1.4. Place N om in aln e e R ealn e (Va r sóvia , 1939), cu jo ca pít u lo t eór ico,
sob o t ít u lo de “Sa lá r ios Nom in a is e Rea is”, se en con t r a em Cres-
cim en to e Ciclo;
1.6. “Th e Th eor y of Lon g-Ru n Dist r ibu t ion of t h e P r odu ct ion of In du s-
t r y”. In : Oxford E con om ic Papers. J u n h o de 1941. p. 31-41;
Tr a ba lh o post er ior :
1.7. “Cla ss St r u ggle a n d t h e Dist r ibu t ion of Na t ion a l In com e”. In : Ky-
k los. n º 1, 1971. p. 1-9. E m por t u gu ês: “Lu t a de Cla sse e Dist r i-
bu içã o da Ren da Na cion a l”. In : Crescim en to e Ciclo.
16 E m n ossa r ela çã o desses t r a ba lh os, os t ít u los dos livr os E ssays in th e T h eory of E con om ic
Flu ctu ation s, S tu d ies in E con om ic Dyn am ics e Crescim en to e Ciclo d as E con om ias Capita-
listas, já cit a dos, ser ã o r esu m idos pa r a E ssays, S tu d ies e Crescim en to e Ciclo, r espect iva-
m en t e. O volu m e r efer en t e a Ka lecki n a Coleçã o Gr a n des Cien t ist a s Socia is da E dit or a
Át ica , t a m bém já m en cion a do, ser á in dica do com o Kaleck i.
23
OS ECON OMIS TAS
2.4. “Th e Ma r xia n E qu a t ion s of Repr odu ct ion a n d Moder n E con om ics”.
In : S ocial S cien ces In form ation , n º 6, 1968. p. 73-79. E m por t u -
gu ês: “As E qu a ções Ma r xist a s de Repr odu çã o e a E con om ia Mo-
der n a ”. In : Crescim en to e Ciclo.
3. T axas d e J u ros
5.1. Próba-T eorii Kon iu n k tu ry. Va r sóvia , 1933. A pa r t e t eór ica desse
pequ en o livr o foi post er ior m en t e p u blica d a em sepa r a do. Su a
t r a du çã o, “E sboço de u m a Teor ia do Ciclo E con ôm ico”, se en -
con t r a em Crescim en to e Ciclo. Du a s ver sões dessa pa r t e t eór ica
for a m pu blica da s, u m a em fr a n cês e ou t r a em in glês: “E ssa i
d’u n e Th éor ie du Mou vem en t Cycliqu e des Affa ir es”. (In : R evu e
d ’É con om ie Politiqu e. n º 2, 1935. p. 285-305); e “A Ma cr ody-
n a m ic Th eor y of Bu sin ess Cycles”. In : E con om etrica. n º 3. 1935.
p. 327-344;
24
KALECKI
5.8. “Tr en d a n d Bu sin ess Cycles Recon sider ed”. In : E con om ic J ou rn al.
J u n h o de 1968. p. 263-276. E m por t u gu ês: “Ten dên cia e Ciclo
E con ôm ico”. In : Crescim en to e Ciclo;
5.9. “Th eor ies of Gr owt h in Differ en t Socia l Syst em s”. In : S cien tia.
Ma io-ju n h o de 1970. p. 311-316. E m por t u gu ês: “Teor ia s do Cr es-
cim en t o em Difer en t es Sist em a s Socia is”. In : Crescim en to e Ciclo.
J or ge Miglioli
25
OS ECON OMIS TAS
26
M ICHAL K ALECKI
29
P ARTE P RIMEIRA
G RAU D E M ON OP OLIZAÇÃO E
D IS TRIB U IÇÃO D A R EN D A
1
Cu s to e P re ç o s
P re ç o s “d e te rm in a d o s p e lo c u s to ” e p re ç o s
“d e te rm in a d o s p e la d e m a n d a ”
33
OS ECON OMIS TAS
34
KALECKI
35
OS ECON OMIS TAS
p
é a or den a da , pela r et a AB. A in clin a çã o de AB é m en or do qu e 45º
u
por qu e n < 1. A posiçã o dessa r et a qu e é com plet a m en t e det er m in a da
por m e n in dica o gr a u de m on opoliza çã o. Qu a n do, devido a u m a
m odifica çã o de m e n , a r et a desloca r -se pa r a cim a ,_ da posiçã o AB
pa r a a posiçã o A′B ′, en t ã o a u m da do pr eço m édio p e cu st o dir et o
u n it á r io u cor r espon der á_ u m pr eço m a is eleva do p da fir m a sobr e a
p
a m plit u de r eleva n t e de . Dir em os n esse ca so qu e o gr a u de m on opo-
u
liza çã o a u m en t ou . Qu a n do, por ou t r o la do, a r et a desloca r -se pa r a ba ixo
a t é a posiçã o A′′B ′′, dir em os qu e o gr a u de m on opoliza çã o dim in u iu
(su pom os qu e m e n sem pr e se m odifica m de for m a t a l qu e n en h u m a
da s lin h a s cor r espon den t es_ a vá r ia s posições de AB cr u za ou t r a sobr e
p
a a m plit u de r eleva n t e de ).
u
P odem os a gor a dem on st r a r u m a pr oposiçã o qu e se r evest e de
cer t a im por t â n cia n o qu e diz r espeit o a n ossa a r gu m en t a çã o fu t u r a .
Con sider em os os pon t os de in t er seçã o P, P′, P′′ da s r et a s A B ,
A′B ′, A′′B ′′ com a lin h a OK cor t a n do a or igem a 45º. É cla r o qu e qu a n t o
m a ior o gr a u de m on opoliza çã o, m a is lon ga ser á a a bscissa t r a ça da a
pa r t ir do r espect ivo pon t o de in t er seçã o. Or a , esse pon t o é det er m in a do
pela s equ a ções:
_ _
p p p p
= m + n e = .
u u u u
m
Con clu i-se qu e a a bscissa do pon t o de in t er seçã o é igu a l a . P or
1–n
m
con segu in t e, u m a u m en t o de se r eflet ir á em u m gr a u m a is eleva do
1–n
de m on opólio e vice-ver sa .
Nest e t ópico e n o segu in t e, a a r gu m en t a çã o qu a n t o à in flu ên cia
do gr a u de m on opoliza çã o sobr e a for m a çã o de pr eços é de ca r á t er
ba st a n t e for m a l. As r a zões qu e n a pr á t ica leva m a m odifica ções do
gr a u de m on opoliza çã o ser ã o exa m in a da s m a is a dia n t e.
F o rm a ç ã o d e p re ç o s n u m ra m o d a in d ú s tria :
u m c a s o e s p e c ia l
P odem os in icia r o deba t e da det er m in a çã o do pr eço m édio em
u m r a m o da in dú st r ia , t om a n do u m ca so em qu e os coeficien t es m e
n sã o os m esm os pa r a t oda s a s fir m a s, m a s on de os cu st os dir et os
u n it á r ios u sã o difer en t es. Tem os, en t ã o, com ba se n a equ a çã o (1):
_
p 1 = m u 1 + np
_
p 2 = m u 2 + np
36
KALECKI
. . . . . . . . . .
_
pk = m u k + n p (1′)
Se essa s equ a ções for em pon d er a da s por su a s r espect iva s pr odu ções
(ist o é, ca da u m a dela s m u lt ip lica d a por su a r esp ect iva pr odu çã o,
t odos os r esu lt a d os som a dos e a som a d ivid ida p elo t ot a l da pr odu -
çã o), obt er em os:
_ __ _
p = m u + np
de for m a qu e (2)
_ m __
p = u.
1–n
37
OS ECON OMIS TAS
38
KALECKI
39
OS ECON OMIS TAS
As re la ç õ e s c u s to -p re ç o a lo n g o e a c u rto p ra zo
20 E ssa é a t en dên cia bá sica ; con t u do, em a lgu n s ca sos o pr ocesso opost o de ocor r ên cia de-
sen fr ea da pode m a n ifest a r -se n u m a depr essã o.
40
KALECKI
21 E ssa a fir m a çã o, con t u do, é m a t iza da pela su posiçã o su bja cen t e a n ossa s equ a ções cu st o-pr eço,
a sa ber , qu e o cu st o dir et o u n it á r io n ã o depen de do gr a u de u t iliza çã o do equ ipa m en t o e
qu e o lim it e de ca pa cida de pr á t ica n ã o é a t in gido. Ver pp. 35-6
41
OS ECON OMIS TAS
42
KALECKI
22 Os det a lh es do cá lcu lo, bem com o os a ju st es qu e for a m feit os a fim de per m it ir a com pa r a çã o
em t er m os a pr oxim a dos dos vá r ios a n os do Cen so, o qu e h a via sido pr eju dica do por m odi-
fica ções de escopo e de m ét odos do Cen so, en con t r a m -se descr it os n o Apên dice E st a t íst ico.
Not a s 2 e 3.
43
OS ECON OMIS TAS
44
KALECKI
45
OS ECON OMIS TAS
46
KALECKI
47
OS ECON OMIS TAS
1Os ín dices de pr eços im plícit os n a defla çã o do con su m o e o in vest im en t o de ca pit a l fixo for a m
cla cu la dos a pa r t ir do Su plem en t o Sobr e a Ren da Na cion a l de Su r vey of Cu r r en t e Bu sin ess,
1951. F ica cla r o qu e esses ín dices sã o do t ipo de P a a sch e.
24 No ú lt im o ca so, con t u do, o fen ôm en o pa r ece t er sido exa ger a do por fa t or es específicos.
48
2
D is tribu iç ã o d a Re n d a N a c io n a l
Os d e te rm in a n te s d a p a rc e la re la tiv a d o s s a lá rio s n a re n d a
cu st os in dir et os + lu cros = (k – 1) (W + M )
Con clu i-se qu e a pa r cela r ela t iva dos sa lá r ios n o va lor a gr ega do é de-
t er m in a da pelo gr a u de m on opólio e pela r a zã o en t r e os cu st os de
m a t ér ia s-pr im a s e os cu st os de m ã o-de-obr a .
49
OS ECON OMIS TAS
1
w′ = (3′)
1 + (k′ − 1) (j′ + 1)
A pa r cela r ela t iva dos sa lá r ios n o va lor a gr ega do, w ′, obt ida dessa
for m a , a pr esen t a r á u m desvio em com pa r a çã o com a pa r cela r ela t iva
r ea l dos sa lá r ios, w , n a m edida de u m a qu a n t ia qu e ser á devida a
m odifica ções n a com posiçã o in du st r ia l do va lor a gr ega do.
Dos pa r â m et r os da fór m u la (3′), k ′ é det er m in a do pelo gr a u de
m on opólio n os r a m os da in dú st r ia m a n u fa t u r eir a . O pr oblem a dos de-
t er m in a n t es de j′ é u m pou co m a is com plica do. Os pr eços da s m a t é-
r ia s-pr im a s sã o det er m in a dos pelos pr eços dos pr odu t os pr im á r ios, pelo
cu st o dos sa lá r ios n a s pr im eir a s et a pa s da pr odu çã o e pelo gr a u de
m on opólio pr esen t e n essa s et a pa s. Assim , grosso m od o, j′, qu e equ iva le
à r a zã o en t r e os cu st os de m a t ér ia s-pr im a s por u n ida de e os cu st os
de sa lá r ios por u n ida de, é det er m in a do pela r a zã o en t r e os pr eços dos
pr odu t os pr im á r ios e os cu st os dos sa lá r ios por u n ida de e t a m bém pelo
gr a u de m on opólio do r a m o.25 E m r esu m o: a pa r cela r ela t iva dos sa lá r ios
n o va lor a gr ega do da in dú st r ia m a n u fa t u r eir a é det er m in a da , n ã o só
pela com posiçã o in du st r ia l do va lor a gr ega do, com o pelo gr a u de m o-
n opólio e pela r a zã o en t r e os pr eços da s m a t ér ia s-pr im a s e os cu st os
de sa lá r ios p or u n ida de. U m a eleva çã o do gr a u d e m on op ólio ou dos
pr eços da s m a t ér ia s-p r im a s com r ela çã o a os cu st os d e sa lá r ios por
u n id a de pr ovoca u m a qu ed a da pa r cela r ela t iva dos sa lá r ios n o va lor
a gr ega do.
Cu m pr e lem br a r a esse r espeit o qu e, a o con t r á r io do qu e su cede
com os pr eços de pr odu t os a ca ba dos, os pr eços de m a t ér ia s-pr im a s sã o
“det er m in a dos pela dem a n da ”. A r a zã o en t r e os pr eços de m a t ér ia s-
25 E ssa gen er a liza çã o esqu em á t ica se ba seia em du a s su posições sim plifica dor a s: (a) qu e os
cu st os u n it á r ios de m a t er ia is se m odifica m pr opor cion a lm en t e a os pr eços dos m a t er ia is,
ist o é, a s m odifica ções ocor r ida s n a eficiên cia da u t iliza çã o dos m a t er ia is n ã o sã o leva da s
em con t a ; e (b) qu e os cu st os de sa lá r ios por u n ida de n a s pr im eir a s et a pa s da pr odu çã o
va r ia m pr opor cion a lm en t e a os cu st os de sa lá r ios por u n ida de n a s et a pa s m a is a va n ça da s.
50
KALECKI
Mu d a n ç a s a lo n g o e a c u rto p ra zo n a d is tribu iç ã o d a re n d a
51
OS ECON OMIS TAS
52
KALECKI
Mu d a n ç a s a lo n g o p ra zo n a p a rc e la re la tiv a d o s s a lá rio s n o
v a lo r a g re g a d o d o s e to r m a n u fa tu re iro d o s Es ta d o s U n id o s e
n a re n d a n a c io n a l d o Re in o U n id o
As m odifica ções a lon go pr a zo n a pa r cela r ela t iva dos sa lá r ios
n o va lor a gr ega do do set or m a n u fa t u r eir o dos E st a dos Un idos sã o a n a -
lisa da s n a t a bela 6:
53
OS ECON OMIS TAS
54
KALECKI
55
OS ECON OMIS TAS
dos sin dica t os. A t en dên cia a lon go pr a zo dos pr eços da s m a t ér ia s-pr i-
m a s n o sen t ido de decr escer com r ela çã o a os cu st os dos sa lá r ios, qu e
se r eflet e n o fa t o de qu e j′ n ã o r ecobr ou em 1937 seu n ível de 1929,
foi u m dos fa t or es qu e con t r ibu ír a m pa r a isso.
56
KALECKI
57
OS ECON OMIS TAS
58
KALECKI
F on t es: Un ited S tates Cen su s of M an u factu res; Departam en to d e Com ério d os E stad os Un id os.
Su plem en t o Sobr e a Ren da Na cion a l de Su r vey of Cu r r en t Bu sin ess, 1951. Para m ais d etalh es,
ver o Apên d ice E státistico, N ota 4.
59
OS ECON OMIS TAS
salários” para os outros ram os: e também no interior do grupo “que paga
salários”, dos ram os com um a parcela relativa m ais elevada para os com
uma parcela relativa de salários m ais baixa na renda bruta. Esses des-
locamentos deveram -se mormente à redução — relativamente maior du-
rante a depressão — do investimento. Assim , da m esm a form a que nos
setores m anufatureiros da indústria, o efeito adverso da elevação do grau
de monopólio e da m udança da com posição industrial durante a depressão
parece ter sido aproximadam ente contrabalançado pela influência da que-
da dos preços das matérias-prim as com relação aos salários.
P odem os a gor a con sider a r a r ela çã o en t r e sa lá r ios e r en da n a -
cion a l pr odu zida in t er n a m en t e n o Rein o Un ido n o per íodo de 1929/38.31
E xist em du a s sér ies de r en da n a cion a l pa r a o per íodo em qu est ã o:
u m a est im a da pelo P r ofessor A. L. Bowley e ou t r a por J . R. S. St on e.
Con t u do, exist e a pen a s a est im a t iva de Bowley pa r a os sa lá r ios. F e-
lizm en t e, con t u do, os ín dices de a m ba s a s ver sões da r en da n a cion a l
sã o em ger a l ba st a n t e sem elh a n t es pa r a o per íodo em qu est ã o, a pesa r
de seu s va lor es a bsolu t os diver gir em .
A t a bela 11 dá ín dices da s r a zões en t r e os sa lá r ios (est im a t iva
de Bowley) e a s du a s va r ia n t es da r en da n a cion a l. P ode-se ver qu e a s
du a s sér ies n ã o a pr esen t a m flu t u a ções cíclica s m a r ca n t es.
31 Con for m e foi dit o a cim a (ver n ot a 29), a sér ie de r en da n a cion a l pr odu zida in t er n a m en t e
n o Rein o Un ido n ã o cor r espon de exa t a m en t e a o con ceit o de r en da br u t a do set or pr iva do
u sa do por n ós, u m a vez qu e a r en da n a cion a l se en t en de depois da depr ecia çã o e n ela se
in clu em os or den a dos de fu n cion á r ios do Gover n o. P a r ece, con t u do, qu e n o per íodo con si-
der a do a s m odifica ções n a pa r cela r ela t iva dos sa lá r ios n a r en da n a cion a l a ssim defin ida
sã o in dica t iva s de m u da n ça s cor r espon den t es a o n osso con ceit o.
60
KALECKI
61
OS ECON OMIS TAS
1939 a pa r ecem n a t a bela 12.34 De a cor do com a equ a çã o (4), cor r ela -
cion a m os a pa r cela r ela t iva dos sa lá r ios e or den a dos n a r en da V com
Y
1
a r ecípr oca da r en da “r ea l” e t a m bém com o t em po t, a fim de in -
Y
cor por a r à a n á lise u m a possível t en dên cia secu la r . (t é con t a do em
a n os a pa r t ir de 1935, qu e é o pon t o m édio do per íodo con sider a do.)
Obt em os a segu in t e equ a çã o de r egr essã o:
V 707
⋅ 100 = 42,5 + + 0,11 t .
Y Y
V
O coeficien t e de cor r ela çã o du pla é 0,926. O va lor de ca lcu la do a
Y
pa r t ir da equ a çã o de r egr essã o t a m bém a pa r ece n a t a bela 12. A t en -
dên cia posit iva pr ova velm en t e r eflet e a in flu ên cia da qu eda do gr a u
de m on opoliza çã o e dos pr eços de m a t ér ia s-pr im a s com r ela çã o a os
cu st os de sa lá r ios por u n ida de.
62
P ARTE S EGU N D A
A D e te rm in a ç ã o d o s Lu c ro s e d a
Re n d a N a c io n a l
3
Os D e te rm in a n te s d o s Lu c ro s
A te o ria d o s lu c ro s e m u m m o d e lo s im p lific a d o 35
P odem os con sider a r em pr im eir o lu ga r os det er m in a n t es dos lu -
cr os em u m m odelo fech a do, n o qu a l t a n t o os ga st os do set or pú blico
com o a t r ibu t a çã o seja m despr ezíveis. O pr odu t o n a cion a l br u t o, por -
t a n t o, ser á igu a l à som a do in vest im en t o br u t o (em ca pit a l fixo e es-
t oqu es) e o con su m o. O va lor do pr odu t o n a cion a l br u t o ser á dividido
en t r e t r a ba lh a dor es e ca pit a list a s e n a da , pr a t ica m en t e, ser á pa go com o
im post os. A r en da dos t r a ba lh a dor es con sist e em sa lá r ios e em or de-
n a dos. A r en da dos ca pit a list a s (ou lu cr os br u t os) en globa a depr ecia çã o
e lu cr os n ã o dist r ibu ídos, dividen dos e sa qu es n ã o oper a cion a is, a lu -
gu éis e ju r os. Tem os a ssim o segu in t e ba la n ço do pr odu t o n a cion a l
br u t o, n o qu a l fa zem os a dist in çã o en t r e o con su m o dos ca pit a list a s e
o con su m o dos t r a ba lh a dor es:
Lu cr os br u t os In vest im en t o br u t o
Sa lá r ios e Or den a dos Con su m o dos Ca pit a list a s
Con su m o dos Tr a ba lh a dor es
P ro d u to N a c io n a l B ru to P ro d u to N a c io n a l B ru to
35 A t eor ia dos lu cr os a qu i expost a foi desen volvida já em 1935 em m eu “E ssa i d’u n e Th éor ie
de Mou vem en t Cycliqu e des Affa ir es”. In : R evu e d ’E con om ie Politiqu e. Ma r ço-a br il de 1935;
e em m eu “A Ma cr odyn a m ic Th eor y of Bu sin ess Cycles”. In : E con om etrica. J u lh o de 1935.
65
OS ECON OMIS TAS
66
KALECKI
O c a s o g e n é ric o
67
OS ECON OMIS TAS
Lu cr os br u t os In vest im en t o br u t o
dedu zidos os im post os (dir et os) Sa ldo da ba la n ça com er cia l
Sa lá r ios e or den a dos Ga st os do Gover n o em
dedu zidos os im post os (dir et os) ben s e ser viços
Im post os (dir et os e in dir et os)
Con su m o dos ca pit a list a s
Con su m o dos t r a ba lh a dor es
P ro d u to N a c io n a l B ru to P ro d u to N a c io n a l B ru to
Lu cr os br u t os In vest im en t o br u t o
dedu zidos os im post os Sa ldo da ba la n ça com er cia l
Sa lá r ios, or den a dos e despesa s Déficit or ça m en t á r io
de t r a n sfer ên cia dedu zidos os Con su m o dos ca pit a list a s
im post os Con su m o dos t r a ba lh a dor es
68
KALECKI
In vest im en t o bru to
Lu cro br ut o + Saldo da ba la nça com er cia l
dedu zidos os = + Déficit orça m ent á rio
im post os – P ou pa n ça dos tr aba lha dor es
+ Con su m o dos ca pit a list a s
P o u p a n ç a e in v e s tim e n to
P ou pa n ça br u t a = In vest im en t o br u t o
69
OS ECON OMIS TAS
por qu e pode ser obt ida a pa r t ir da equ a çã o a n t er ior , dedu zin do-se o
con su m o dos ca pit a list a s de a m bos os m em br os.
Devem os sa lien t a r qu e a igu a lda de en t r e pou pa n ça e in vest im en t o
m a is sa ldo da ba la n ça com er cia l, m a is déficit or ça m en t á r io n o ca so
ger a l — ou só in vest im en t o n o ca so especia l — ser á vá lida em t oda s
a s cir cu n st â n cia s. P a r t icu la r m en t e, ela ser á in depen den t e do n ível da
t a xa de ju r os, qu e a t eor ia econ ôm ica cost u m a va con sider a r o fa t or de
equ ilíbr io en t r e a pr ocu r a e a ofer t a de ca pit a l n ovo. Den t r o da con -
cepçã o pr esen t e, o in vest im en t o, u m a vez r ea liza do, a u t om a t ica m en t e
for n ece pou pa n ça n ecessá r ia pa r a fin a n ciá -lo. De fa t o, em n osso m odelo
sim plifica do, os lu cr os em u m da do per íodo con st it u em o r esu lt a do
dir et o do con su m o dos ca pit a list a s e do in vest im en t o n a qu ele per íodo.
Se o in vest im en t o a u m en t a em u m cer t o va lor , a pou pa n ça a pa r t ir
dos lu cr os é pro tan to m a ior .
Coloqu em os a coisa de for m a m a is con cr et a : se a lgu n s ca pit a -
list a s a u m en t a m seu in vest im en t o u sa n do pa r a esse fim su a r eser va
líqu id a , os lu cr os dos ou t r os ca p it a list a s se eleva r ã o pro tan to e
dessa for m a a s r eser va s líqu ida s in vest ida s pa ssa r ã o à s m ã os d est es
ú lt im os. Se o in vest im en t o a dicion a l for fin a n cia do por cr édit o ba n -
cá r io, o dispên dio da s qu a n t ia s em qu est ã o fa r á com qu e idên t ica s
qu a n t ia s de lu cr os pou p a dos se a cu m u lem sob a for m a de depósit os
ba n cá r ios. Os ca p it a list a s in vest id or es p oder ã o, dessa m a n eir a , em i-
t ir t ít u los d e cr édit o n o m esm o va lor e dessa for m a sa lda r os em -
pr ést im os ba n cá r ios a ssu m idos.
Um a con seqü ên cia im por t a n t e do qu e se a ch a expost o a cim a é
qu e a t a xa de ju r os n ã o pode ser det er m in a da pela dem a n da e pela
ofer t a de ca pit a l n ovo por qu e o in vest im en t o é “a u t ofin a n cia do”. Os
fa t or es qu e det er m in a m o n ível da t a xa de ju r os sã o expost os n a P a r t e
Ter ceir a .
O e fe ito d o s a ld o d a ba la n ç a c o m e rc ia l e d o
d é fic it o rç a m e n tá rio
No r a ciocín io qu e se segu e, ir em os fr eqü en t em en t e su por o equ i-
líbr io t a n t o do or ça m en t o gover n a m en t a l com o do com ér cio ext er n o,
a lém de u m a pou pa n ça dos t r a ba lh a dor es igu a l a zer o. Isso n os pos-
sibilit a r á ba sea r n ossa a r gu m en t a çã o n a igu a lda de en t r e lu cr os depois
70
KALECKI
71
OS ECON OMIS TAS
72
4
Os Lu c ro s e o In v e s tim e n to
Os lu c ro s e o in v e s tim e n to d e n tro d e s u p o s iç õ e s
s im p lific a d o ra s
A pon t a m os a cim a (p. 66) qu e o in vest im en t o e o con su m o dos
ca pit a list a s sã o det er m in a dos por decisões or igin a is n o pa ssa do. Os
det er m in a n t es da s decisões qu a n t o a in vest im en t o, qu e sã o de ca r á t er
ba st a n t e com plexo, sã o t r a t a dos n o ca pít u lo 9. Aqu i ir em os t r a t a r da
det er m in a çã o do con su m o dos ca pit a list a s.
P odem os fa zer a segu in t e su posiçã o, qu e é pla u sível en qu a n t o
pr im eir a a pr oxim a çã o, sobr e o con su m o “r ea l” dos ca pit a list a s em u m
a n o da do, C t : de qu e ele con sist e em u m a pa r t e A e u m a pa r t e pr o-
por cion a l a P t – λ, o lu cr o r ea l depois da dedu çã o dos im post os de a lgu m
t em po a t r á s, ist o é:
C t = qP t – λ + A (5)
73
OS ECON OMIS TAS
P t = I t + qP t – λ + A. (7)
on de w é o h ia t o t em por a l en volvido.
A for m a da fu n çã o f pode ser det er m in a da da segu in t e m a n eir a :
volt em os u m pou co à equ a çã o (7) e coloqu em os em lu ga r de P seu
va lor da do pela equ a çã o (8):
f (I t – ω) = It + qf (I t – ω – λ) + A.
f (I t ) = I t + qf (I t) + A
ou
It + A
f (I t ) = .
1 – q
Com o essa igu a lda de é vá lida pa r a qu a lqu er n ível de I t, ela n os
dá a for m a da fu n çã o f. P odem os en t ã o escr ever a equ a çã o (8) com o:
It – ω + A
Pt = (8′)
1 – q
74
KALECKI
75
OS ECON OMIS TAS
I′t – ω – st – ω + A
Pt = . (8′′)
1 – q
on de a m u da n ça de pa r â m et r os de q pa r a q′ e de A pa r a A′ r eflet e a
su bst it u içã o de I′t – ω – s t – ω pela fu n çã o lin ea r de I′t – ω. Devem os lem -
br a r qu e q é u m coeficien t e in dica n do qu e pa r t e de u m in cr em en t o
n os lu cr os ser á a loca da pa r a o con su m o, en qu a n t o a con st a n t e A é a
pa r t e do con su m o dos ca pit a list a s qu e per m a n ece est á vel a cu r t o pr a zo
a pesa r de se a ch a r su jeit a a m odifica ções a lon go pr a zo. q′ e A′ r eflet em ,
a lém disso, a r ela çã o da pou pa n ça dos t r a ba lh a dor es com o t ot a l da
pou pa n ça , qu e é igu a l a I′.
A fór m u la (8′′′) é su per ior à fór m u la (8′′) n o sen t ido de qu e pode
ser ilu st r a da por m eios est a t íst icos. Isso é vir t u a lm en t e im possível n o
qu e diz r espeit o a (8′′), já qu e n ã o h á da dos est a t íst icos dispon íveis
qu a n t o à pou pa n ça dos t r a ba lh a dor es, s.
Ilu s tra ç ã o e s ta tís tic a
39 P é obt ido dedu zin do-se t odos os im post os dir et os dos lu cr os br u t os. Os im post os d iretos
sobr e sa lá r ios e or den a dos for a m m u it o pequ en os n o per íodo con sider a do.
76
KALECKI
77
OS ECON OMIS TAS
Isso sign ifica r ia qu e som en t e 25% dos lu cr os a dicion a is ser ia m dir igidos
a o con su m o e 75% pa r a a pou pa n ça . Na ver da de, o coeficien t e q ser á
m a ior por qu e u m a pa r t e da pou pa n ça vem da r en da do t r a ba lh o. Con -
t u do, é im pr ová vel qu e q exceda m u it o 30%.
O coeficien t e da t en dên cia é n ega t ivo, o qu e pr ova velm en t e se
explica em gr a n de pa r t e pelo fa t o de qu e, devido à Gr a n de Depr essã o,
os lu cr os n a déca da de 30 for a m m u it o m a is ba ixos qu e n a déca da
a n t er ior e por qu e essa qu eda dos lu cr os a lon go pr a zo poder ia t er
ca u sa do u m declín io da con st a n t e, A, du r a n t e o per íodo con sider a do.
E m ou t r a s pa la vr a s, o pa dr ã o de vida dos ca pit a list a s est a va declin a n do
devido à depr essã o dos lu cr os a lon go pr a zo.
78
5
D e te rm in a ç ã o d a Re n d a N a c io n a l e d o Co n s u m o
In tro d u ç ã o
ou :
π + B
Y = (9)
1 – α
79
OS ECON OMIS TAS
It – ω + A
Pt = (8′)
1 – q
80
KALECKI
Mo d ific a ç õ e s n o in v e s tim e n to e n o c o n s u m o e m
u m m o d e lo s im p lific a d o
∆I t – ω
∆P t = .
1 – q
81
OS ECON OMIS TAS
∆P t
∆Y t =
1 – α
ou
∆l t – ω
∆Y t =
(1 – α) (1 – q)
42 Deve-se sa lien t a r qu e a equ a çã o (9′), qu e r eflet e a r ela çã o pr eço-cu st o, se ba seia n a con diçã o
de ela st icida de da ofer t a post u la da n a P r im eir a P a r t e. Se a ofer t a de ben s de con su m o é
in elá st ica , u m a u m en t o do in vest im en t o n ã o r esu lt a r á em u m a u m en t o do volu m e de con -
su m o, m a s sim plesm en t e em u m a u m en t o dos pr eços de ben s de con su m o (ver n ot a 36 do
ca p. 3). Na a r gu m en t a çã o segu in t e, con t in u a m os a su por , n a m esm a lin h a da P a r t e P r im eir a ,
a con diçã o de ela st icida de da ofer t a .
82
KALECKI
O c a s o g e n é ric o
It – ω + A
Pt = (8′)
1 – q
83
OS ECON OMIS TAS
Pt + B ′
Yt = (9′)
1 – α′
on de a s con st a n t es α e B n ã o depen dem sim plesm en t e dos fa t or es
su bja cen t es à dist r ibu içã o da r en da n a cion a l, m a s sã o in flu en cia da s
t a m bém pelo efeit o do sist em a t r ibu t á r io sobr e os lu cr os. A pa r t ir dessa s
du a s equ a ções fica a pa r en t e qu e a r en da br u t a do set or pr iva do Y é
n ova m en t e det er m in a da — com u m h ia t o t em por a l — pelo in vest im en t o
I. A u m in cr em en t o n o in vest im en t o ∆I t – ω cor r espon de u m in cr em en t o
n a r en da br u t a :
∆I t – ω
∆Y t =
(1 – α′) (1 – q)
∆Y a qu i é m a is u m a vez m a ior qu e ∆I. Isso, con t u do, é explica do n ã o
só pelo a u m en t o do con su m o dos ca pit a list a s e dos t r a ba lh a dor es su b-
seqü en t e a o a cr éscim o do in vest im en t o, m a s t a m bém pelo m a ior volu m e
de im post os dir et os qu e pa ga m sobr e a r en da a cr escida .
P a ssa n do a gor a a o ca so gen ér ico on de a ba la n ça com er cia l e
o or ça m en t o do Gover n o n ã o sã o n ecessa r ia m en t e equ ilibr a dos e
on de a pou p a n ça dos t r a ba lh a dor es n ã o é n ecessa r ia m en t e zer o,
t em os (ver p. 75)
I′t – ω + A′
Pt = (8′′′)
1 – q′
on de I′ é a som a do in vest im en t o, do sa ldo da ba la n ça com er cia l e do
déficit or ça m en t á r io, e on de q′ e A′ difer em de q e A n a equ a çã o (8′)
n a m edida em qu e r eflet em a pou pa n ça dos t r a ba lh a dor es. A for m a
da equ a çã o (9′′) per m a n ece in a lt er a da :
Pt + B ′
Yt = (9′′)
1 – α′
E ssa s du a s equ a ções det er m in a m Y , em t er m os de I′t – ω . O in cr em en t o
em Y t cor r espon den t e a o in cr em en t o de I′t – ω é
∆I′t – ω
∆Y t =
(1 – α′) (1 – q′)
84
KALECKI
V 707
⋅ 100 = 42,5 + + 0,11t
Y Y
Y – π 7,07
= 0,425 + + 0,0011t .
Y Y
85
OS ECON OMIS TAS
Y t = 2,03 P t + 10,4 .
45 Tom a m os em con sider a çã o a qu i o per íodo 1929/40, em vez de 1929/41. A equ a çã o de r egr essã o
é: P = 0,86π + 0,9. O gr a u de cor r ela çã o é ba st a n t e eleva do, o qu e r esu lt a do fa t o de qu e
o sist em a de im post os dir et os per m a n eceu r a zoa velm en t e est á vel du r a n t e o per íodo con si-
der a do. Os im post os, con t u do, sofr er a m eleva çã o su bst a n cia l em 1941. (P a r a os det a lh es,
ver o Apên dice E st a t íst ico, Not a 9.)
86
KALECKI
Y t = 2,72I′ t –
1 + 37,7 .
4
∆Y t = 2,72∆I′ t –
1 .
4
87
OS ECON OMIS TAS
Ot = Y t + E (10)
Pt + B ′
Yt = (9′′)
1 – α′
I′t – ω + A′
Pt = . (8′′′)
1 – q′
88
KALECKI
89
P ARTE T ERCEIRA
A Ta x a d e J u ro s
6
A Ta x a d e J u ro s a Cu rto P ra zo
In tro d u ç ã o
A fir m a m os a cim a qu e a t a xa de ju r os n ã o pode ser det er m in a da
pela dem a n da e pela ofer t a de ca pit a l, por qu e o in vest im en t o a u t om a -
t ica m en t e cr ia u m a pou pa n ça de idên t ico va lor . Assim , o in vest im en t o
se “a u t ofin a n cia ” qu a lqu er qu e seja o n ível da t a xa de ju r os (ver p.
70). A t a xa de ju r os, por t a n t o, r esu lt a da in t er a çã o de ou t r os fa t or es.
Ir em os t r a t a r de dem on st r a r qu e a t a xa de ju r os a cu r t o pr a zo é de-
t er m in a da pelo va lor da s t r a n sa ções e pela ofer t a m on et á r ia por pa r t e
dos ba n cos; e qu e a t a xa a lon go pr a zo é det er m in a da por pr evisões
da t a xa a cu r t o pr a zo ba sea da s n a exper iên cia pa ssa da e por est im a t iva s
do r isco en volvido n a possível depr ecia çã o do a t ivo r ea lizá vel, a lon go
pr a zo (ver ca pít u lo 7).
Ve lo c id a d e d e c irc u la ç ã o e a ta x a a c u rto p ra zo
In diqu em os por M a m a ssa m on etá r ia , ist o é, a s n ota s de ba n co
em m ã os do pú blico e os depósit os ba n cá r ios a vist a , e por T o volu m e
t ota l dos n egócios, ist o é, o m on t a n t e do va lor da s tr a n sa ções em u m
cert o per íodo; T / M en t ã o é a velocida de de cir cu la çã o da m oeda , V.
F r eqü en t em en t e se t em su post o qu e V é con st a n t e; e esse de fa t o é
o a licer ce da t eor ia qu a n t it a t iva da m oeda . Ma s pa r ece ba sta n t e óbvio
qu e a velocida de de cir cu la çã o de fa t o depen de da t a xa de ju r os a
cu rt o pra zo.
De fa t o, qu a n t o m a is a lt a a t a xa a cu r t o pr a zo, m a ior ser á o
in cen t ivo a in vest ir din h eir o por per íodos cu r t os a o in vés de m a n t ê-lo
com o r eser va em ca ixa . Ou , de for m a m a is pr ecisa : a s t r a n sa ções
podem ser r ea liza da s com u m a qu a n t ida de d e din h eir o m a ior ou
m en or ; con t u do, o a u m en t o dos m eios de pa ga m en t o com r ela çã o
a o volu m e de n egócios sign ifica em m édia u m a r ea liza çã o m a is su a ve
93
OS ECON OMIS TAS
T
= V (ρ) . (11)
M
94
KALECKI
95
OS ECON OMIS TAS
96
KALECKI
97
OS ECON OMIS TAS
*An os de Gu er r a .
98
KALECKI
99
7
A Ta x a d e J u ro s a Lo n g o P ra zo
A ta x a a c u rto p ra zo e a ta x a a lo n g o p ra zo
O ca pít u lo pr eceden t e dem on st r ou qu e a t a xa de ju r os a cu r t o
pr a zo é det er m in a da pelo volu m e de n egócios e pela ofer t a de m oeda
por pa r t e do sist em a ba n cá r io. Agor a exa m in a r em os o pr oblem a da
det er m in a çã o da t a xa de ju r os a lon go pr a zo.
A fim de est a belecer u m a liga çã o en t r e a t a xa de ju r os a cu r t o
e a lon go pr a zos, exa m in a r em os o pr oblem a da su bst it u içã o en t r e u m
a t ivo r ea lizá vel a cu r t o pr a zo qu e seja r epr esen t a t ivo, diga m os u m a
let r a de câ m bio, e u m a t ivo r ea lizá vel a lon go pr a zo qu e seja t a m bém
r epr esen t a t ivo, diga m os u m a Obr iga çã o do Tesou r o.59 Im a gin em os u m a
pessoa ou u m a em pr esa pen sa n do em com o in vest ir su a s r eser va s. O
in vest idor t en der á a com pa r a r os r esu lt a dos obt idos a pa r t ir do in ves-
t im en t o n os diver sos t ipos de t ít u los n o decor r er de a lgu n s a n os. Assim ,
a o fa zer a com pa r a çã o dos r en dim en t os obt idos, ele leva em con side-
r a çã o a m édia da t a xa de descon t o esper a da pa r a esse per íodo, qu e
in dica r em os por ρe , e a t a xa a t u a l de ju r os a lon go pr a zo (r en dim en t o
da s Obr iga ções), r. P odem os a gor a exa m in a r a s va n t a gen s e desva n -
t a gen s de a m bos os t ipos de t ít u los, cu jo r esu lt a do líqu ido explica a
difer en ça r – ρe .
P odem os em pr im eir o lu ga r con sider a r a possibilida de de u m a
per da de ca pit a l. A posse de let r a s ga r a n t e a in t egr ida de do pr in cipa l.
P or ou t r o la do, t ít u los de r en da fixa podem sofr er u m a depr ecia çã o de
seu va lor du r a n t e o per íodo con sider a do. O in vest idor pode despr eza r
101
OS ECON OMIS TAS
r – ρe = γ – ε . (12)
p – p m in p m in
γ = g = g (1 – ). (13)
p p
102
KALECKI
r
γ = g (1 – ) (13′)
r m ax
g
1 + > 1.
r m ax
103
OS ECON OMIS TAS
Ap lic a ç ã o a o s re n d im e n to s d e Obrig a ç õ e s d o
Te s o u ro B ritâ n ic o , 1849-1938
Aplicarem os agora os resultados obtidos na parte anterior à análise
dos rendim entos das Obrigações no período 1849-1938. O gráfico 5 apre-
senta um a curva de tem po representando os rendimentos das Obriga ções.
Veremos que é possível subdividir-se esse período em dez intervalos bas-
tante desiguais e que dentro de cada um deles a taxa a longo prazo sofre
flutuações relativam ente pequenas em torno da m édia em com paração
com as m odificações de um intervalo para o outro: 1849/80, 1881/87,
1888/93, 1894/1900, 1901/09, 1910/14, 1915/18, 1919/21, 1922/31, 1932/38.
Isso pode ser explicado pela hipótese de que dentro de cada um desses
intervalos a taxa a curto prazo esperada, ρe e os coeficientes g, r m ax e ε
flutuaram bem pouco em torno de certos valores, enquanto sofreram m o-
dificações de caráter m ais básico de intervalo para intervalo.
104
KALECKI
essa h ipót ese for cor r et a , segu e-se qu e a m édia ρe em ca da per íodo
n ã o difer e m u it o da m édia da t a xa de descon t o r ea l ρ n a qu ele per íodo.
A pa r t ir dessa su posiçã o, podem os t om a r a t a xa de descon t o m édia de
ca da per íodo com o n ossa pr im eir a a pr oxim a çã o de m édia ρe , poden do
dessa for m a cor r ela cion a r os r en dim en t os m édios da s Obr iga ções e a s
t a xa s de descon t o m édia s den t r o dos per íodos selecion a dos e a n a lisa r
a s equ a ções de r egr essã o por m eio da fór m u la (14).
O rendim ento m édio das Obrigações e a taxa m édia de desconto
para os períodos selecionados entre 1849 e 1938 aparecem na tabela 18.
Os m esm os da dos a pa r ecem n o gr á fico 6, n u m dia gr a m a de dis-
per sã o. P ode-se n ot a r qu e a m a ior pa r t e dos pon t os ca i bem pr óxim o
de du a s r et a s, AB e A 1 B 1 . Os pon t os cor r espon den t es a os in t er va los
a n t er ior es à P r im eir a Gu er r a Mu n dia l ca em per t o da lin h a A B m en os
os qu e r epr esen t a m 1881/87 e 1910/14. Os pon t os cor r espon den t es a os
per íodos do pós-gu er r a ca em per t o da lin h a A 1B 1 , qu e fica con sider a -
velm en t e a cim a de AB . F in a lm en t e, o per íodo de gu er r a (1915/18) é
r epr esen t a do por u m pon t o sit u a do en t r e A B e A 1B 1 . Deve-se sa lien t a r
qu e a posiçã o do pon t o 1881/87 a cim a de A B é explica da pelo fa t o de
qu e os r en dim en t os da s Obr iga ções n esse per íodo n ã o r eflet em o n ível
da “t a xa pu r a a lon go pr a zo”, m a s est a va m “a lt o dem a is”, devido a
u m a con ver sã o esper a da .61
105
OS ECON OMIS TAS
Os r esu lt a dos obt idos podem ser in t er pr et a dos de for m a pla u sível
em t er m os da fór m u la (14). No per íodo 1849/1909, os coeficien t es g,
r m ax e ε per m a n ecer a m m a is ou m en os est á veis, e por t a n t o t em os u m a
r ela çã o fu n cion a l lin ea r en t r e r e ρe , r epr esen t a da por AB . Depois
desse per íodo, esses coeficien t es sofr er a m u m a m u da n ça r a dica l, pr in -
cipa lm en t e du r a n t e a P r im eir a Gu er r a Mu n dia l, t or n a n do-se est á veis
de n ovo n o pós-gu er r a , de for m a qu e os pon t os ρe e r desse per íodo
ca em sobr e a r et a A 1B 1 .
106
KALECKI
1 g–ε
= 0,550 e = 1,17 .
g g
1+ 1+
r m ax r m ax
e con seqü en t em en t e
1 g–ε
= 0,425 e = 2,90 .
g g
1+ 1+
r m ax r m ax
Períod o g r m ax ε
62 A t eor ia n ã o ser ia n ega da , con t u do, se ε fosse pequ en o e n ega t ivo, a pesa r de qu e de a cor do
com n ossa t eor ia dever ia ser posit ivo. A pesqu isa em pír ica a qu i esboça da é n ecessa r ia m en t e
de ca r á t er a pr oxim a t ivo, de for m a qu e pode fa cilm en t e a pr esen t a r u m va lor pequ en o e
n ega t ivo de ε a o in vés de u m va lor pequ en o e posit ivo.
107
OS ECON OMIS TAS
Es ta bilid a d e d a ta x a d e ju ro s a lo n g o p ra zo d u ra n te
o c ic lo e c o n ô m ic o
108
KALECKI
F on t es: B an co d a In glaterra. Su m á r io E st a t íst ico; Con selh o d e Govern ad ores d o S istem a d e R eserva
Fed eral. E st a t íst ica s Ba n cá r ia s e Mon et á r ia s.
*An os de gu er r a
109
P ARTE Q U ARTA
A D e te rm in a ç ã o d o In v e s tim e n to
8
O Ca p ita l d a Em p re s a e o In v e s tim e n to
O ta m a n h o d a firm a e o c a p ita l d a e m p re s a
Q u a n d o s e fa la d a lim it a çã o d o t a m a n h o d e u m a fir m a ,
d ois fa t or es em ger a l sã o a p on t a d os: (1 ) a s d e se con om ia s d e gr a n -
d e es ca la ; (2 ) a s lim it a ções d o m e r ca d o, cu ja e xp a n sã o exigir ia a
r ed u çã o d os p r e ços a n íve is q u e n ã o s er ia m lu cr a t ivos ou en t ã o
a eleva çã o d os cu s t os d e ven d a s. O p r im eir o d e ss es fa t or e s n ã o
p a r ece m u it o r e a l, s en d o d e sp r ovid o d e fu n d a m en t a çã o t e cn oló-
gica , p or qu e, a p es a r d e t od a fá br ica t e r u m t a m a n h o ót im o, a in d a
é p oss ível t e r -s e d u a s , t r ê s ou m a is fá br ica s. O a r gu m e n t o r ela t ivo
à s d ificu ld a d es a d m in is t r a t iva s t r a zid a s p or u m a e m p r e sa d e
gr a n d e es ca la t a m b ém p a r e ce d u vid oso, já qu e s em p r e s e p od e
t r a t a r d e r es olver es s e p r oblem a r ecor r en d o à d es cen t r a liza çã o.
A lim it a çã o d o t a m a n h o d a fir m a p elo m er ca d o p a r a se u s p r od u t os
é be m r e a l, m a s a in d a a s sim n ã o exp lica a exist ê n cia d e fir m a s
gr a n d es e p eq u en a s d e n t r o d o m es m o r a m o.
H á , con t u do, u m ou t r o fa t or de im por t â n cia d ecisiva n a lim i-
t a çã o do t a m a n h o d e u m a fir m a : o ca pit a l da em pr esa , ist o é, a
qu a n t ida d e de ca pit a l qu e a fir m a p ossu i. O a cesso d e u m a fir m a
a o m er ca d o de ca pit a is, ou , em ou t r a s pa la vr a s, o volu m e de ca pit a l
qu e pode esper a r obt er d e in vest idor es, é det er m in a do em gr a n de
pa r t e p elo volu m e d o ca pit a l dessa em p r esa . S er ia im p ossível u m a
fir m a t om a r em pr est a do ca pit a l a cim a de u m cer t o lim it e d et er m i-
n a do pelo volu m e de seu ca pit a l de em pr esa . S e, p or exem p lo, u m a
fir m a t en t a sse r ecor r er à em issã o de t ít u los, sen do essa em issã o
despr opor cion a l a o ca pit a l da em p r esa , n ã o con segu ir ia su bscr içã o
t ot a l. Mesm o qu e a fir m a pr ocu r a sse em it ir os t ít u los a u m a t a xa
de ju r os a cim a do n or m a l, a ven da d os t ít u los pod er ia se ben eficia r
113
OS ECON OMIS TAS
114
KALECKI
115
OS ECON OMIS TAS
116
9
Os D e te rm in a n te s d o In v e s tim e n to
117
OS ECON OMIS TAS
118
KALECKI
∆P ∆K
D = aS + b – c + d (16)
∆t ∆t
Ft + τ = Dt
∆P t ∆K t
Ft + τ = aS t + b – c + d (16′)
∆t ∆t
119
OS ECON OMIS TAS
F a to re s n ã o le v a d o s e m c o n s id e ra ç ã o
P ode-se per gu n t a r por qu e a s m odifica ções n a t a xa de ju r os, qu e
t êm efeit o opost o a o da s m odifica ções dos lu cr os, n ã o for a m con sider a da s
codet er m in a n t es da s decisões de in vest ir . E ssa sim plifica çã o ba seou -se
n o fa t o de qu e, de a cor do com o qu e foi dit o a cim a (ver p. 109), a t a xa
de ju r os a lon go pr a zo (t om a n do com o m edida os r en dim en t os dos t ít u los
do Gover n o) n ã o a pr esen t a flu t u a ções cíclica s n ít ida s.
É ver da de qu e os r en dim en t os de debên t u r es à s vezes a u m en t a m
a pr ecia velm en t e du r a n t e u m a fa se de depr essã o, devido a cr ises de
con fia n ça . A om issã o desse fa t or n ã o in va lida a t eor ia a cim a , u m a vez
qu e a eleva çã o n os r en dim en t os dos t ít u los em qu est ã o la bor a n o m esm o
sen t ido da qu eda dos lu cr os (a pesa r de ser m u it o m en os sign ifica t iva ).
Assim , esse efeit o pode ser com pu t a do de for m a a pr oxim a da n a dis-
cu ssã o do ciclo econ ôm ico por m eio de u m coeficien t e b ligeir a m en t e
m a is eleva do n a equ a çã o (16).
Ain da é n ecessá r io, con t u do, a t en t a r m os p a r a o pr oblem a le-
va n t a d o pela s flu t u a ções dos r en d im en t os d a s a ções, ist o é, pela
r a zã o en t r e os dividen dos cor r en t es e os pr eços da s a ções. O m ovi-
m en t o dos r en dim en t os da s a ções pr efer en cia is a pr esen t a u m pa d r ã o
bem sem elh a n t e a o dos r en dim en t os de d ebên t u r es e pode ser leva do
em con t a da m esm a for m a . N ã o é isso, con t u d o, ou pelo m en os n ã o
é isso com plet a m en t e, qu e su cede com a s a ções or din á r ia s. Ap esa r
de, em ger a l, p a r ecer t r a t a r -se d e u m fa t or de im p or t â n cia lim it a da ,
n ã o se n ega qu e possa vicia r em cer t a m ed ida a a p lica çã o da t eor ia
a cim a .
Ver em os a gor a r a pida m en t e u m fa t or com plet a m en t e difer en t e
e qu e n ã o h a via sido leva do em con t a n a for m u la çã o da equ a çã o (16),
a sa ber , a s in ova ções. Su pon h a m os qu e a s in ova ções, en t en dida s n o
sen t ido de a ju st es gr a du a is do equ ipa m en t o de u m a fir m a a o est a do
a t u a l da t ecn ologia , com põem u m a pa r t e n ecessá r ia do in vest im en t o
de r eposiçã o “n or m a l” con for m e det er m in a do por essa fór m u la . O efeit o
im edia t o de u m a n ova in ven çã o é a ssu n t o t r a t a do n o ca pít u lo 15 em
con ju n çã o com a t eor ia do desen volvim en t o econ ôm ico. Ir em os ver a li
qu e esses efeit os se r eflet em a o n ível de d. O m esm o se pode dizer
da s m odifica ções a lon go pr a zo n a t a xa de ju r os ou n os r en dim en t os
da s a ções.
D o is c a s o s e s p e c ia is d a te o ria
120
KALECKI
∆P
D = b + d
∆t
121
OS ECON OMIS TAS
∆P ∆K
D = S + b – c .
∆t ∆t
122
KALECKI
∆P t ∆K t
Dt = Dt – τ + b + c
∆t ∆t
ou
∆P t ∆K t
Dt – Dt – τ = b – c .
∆t ∆t
70 E u t a m bém a dot a va essa con cepçã o em m eu s a n t igos t r a ba lh os pu blica dos n a R evu e d ’E co-
n om ie Politiqu e e E con om etrica , r efer idos a n t er ior m en t e.
123
OS ECON OMIS TAS
su posiçã o, con t u do, é pla u sível a pen a s à pr im eir a vist a . A r ela çã o deixa
de ser óbvia qu a n do lem br a m os qu e con sider a m os a qu i a qu a n t ida de
de decisões de in vest im en t o por u n id ad e d e tem po. Se é m a n t ido u m
cer t o n ível da t a xa de lu cr os por a lgu m t em po, en t ã o a fir m a t om a r ia
t oda s a s decisões de in vest im en t o qu e cor r espon dem à qu ela t a xa de
lu cr os, de m odo qu e depois disso, a m en os qu e en t r a ssem em cen a
n ovos fa t or es, n ã o ser ia m t om a da s n ova s decisões. É o r ein vest im en t o
com plet o da pou pa n ça , liga do à igu a lda de en t r e pou pa n ça e in vest i-
m en t o em ca pit a l fixo, qu e a ssegu r a , n o ca so especia l em qu est ã o, a
m a n u t en çã o do n ível de decisões de in vest ir por u n ida de de t em po
qu a n do a t a xa de lu cr os per m a n ece con st a n t e. Ma s u m a vez qu e se
a ba n don em essa s su posições ba st a n t e r ígida s, o t eor em a deixa de ser
ver da deir o e t or n a -se n ecessá r ia u m a a bor da gem m a is ger a l ba sea da
n a equ a çã o
∆P ∆K
D = aS + b – c + d.
∆t ∆t
Ex a m e d a e qu a ç ã o fu n d a m e n ta l
124
KALECKI
a b ∆P t cδ + d
Ft = S + + .
+θ
1 + c t 1 + c ∆t 1 + c
a ∆P t
Ft = S + b′ + d′ . (17)
+ θ
1 + c t ∆t
125
OS ECON OMIS TAS
126
KALECKI
127
OS ECON OMIS TAS
∆O t
Jt + θ = e . (18)
∆t
A fó rm u la d o in v e s tim e n to to ta l
a ∆P t
Ft = S + b′ + d′ (17)
+ θ
1 + c t ∆t
∆O t
Jt + θ = e (18)
∆t
a ∆P t ∆O t
It = S + b′ + e + d′ . (19)
+θ
1 + c t ∆t ∆t
128
KALECKI
129
10
O p ro ble m a d o h ia to te m p o ra l
A plica r em os a gor a a equ a çã o do in vest im en t o a os da dos dos E s-
t a dos Un idos r efer en t es a o per íodo de1929/40. Um pr oblem a im por t a n t e
a esse r espeit o é a escolh a do h ia t o t em por a l θ.
Nã o pa r ece r a zoá vel su por qu e esse h ia t o t em por a l seja m a ior
qu e u m a n o ou m en or qu e u m sem est r e, qu er pa r a o in vest im en t o em
ca pit a l fixo, qu er pa r a o in vest im en t o em est oqu es. Algu n s t a lvez su -
pon h a m u m h ia t o t em por a l m a is lon go pa r a o in vest im en t o em ca pit a l
fixo. Deve-se sa lien t a r , con t u do, qu e a s est a t íst ica s dos E st a dos Un idos
r efer en t es a o in vest im en t o em ca pit a l fixo se ba seia m n o qu e se r efer e
a o r a m o da con st r u çã o, n os em ba r qu es de equ ipa m en t os e n o “va lor
post o n o loca l”. Nest e ú lt im o ca so, on de h ou ver difer en ça n o a n da m en t o
da obr a de vá r ia s est r u t u r a s, o h ia t o t em por a l ser á m a is ou m en os
m et a de do qu e ocor r e en t r e os in ícios e os t ér m in os. Isso, é cla r o, r edu z
con sider a velm en t e a possibilida de de o h ia t o t em por a l a plicá vel à a n á -
lise dos da dos dos E st a dos Un idos ser de m a is de u m a n o. (O set or
da con st r u çã o é on de se fa zem cer ca de 50% do in vest im en t o em ca pit a l
fixo.) P or ou t r o la do, é difícil im a gin a r qu e esse h ia t o seja in fer ior a
u m sem est r e, pr in cipa lm en t e se lem br a r m os qu e θ t a m bém in clu i a
r ea çã o r et a r da da dos em pr esá r ios per a n t e os fa t or es qu e det er m in a m
a s decisões de in vest ir . P a r ece qu e o m esm o se pode dizer com r ela çã o
a os est oqu es. À lu z do qu e se sa be sobr e seu m ovim en t o, é difícil su por
u m h ia t o t em por a l in fer ior a u m sem est r e. P or ou t r o la do, u m h ia t o
t em por a l de m a is de u m a n o pa r ece com plet a m en t e for a de pr opósit o
n o ca so.
Ten do fixa do os lim it es do h ia t o t em por a l, θ, a in da fica m os com
o pr oblem a da escolh a do θ “cer t o” den t r o desses lim it es. Isso, con t u do,
pa r ece ser u m a t a r efa im possível. No ca so do in vest im en t o em ca pit a l
131
OS ECON OMIS TAS
E xa m in a r em os pr im eir a m en t e a s du a s va r ia n t es pa r a o in vest i-
m en t o em ca pit a l fixo. Aplica m os, en t ã o, a equ a çã o
132
KALECKI
a ∆P t – θ
Ft = S + b′ + d′ (17)
1 + c t – θ
∆t
1
O ín dice dos pr eços dos ben s de ca pit a l foi em pr ega do com o defla t or .
71 Não incluímos a com issão dos corr etores na poupa nça br uta com o havía mos feito na pá gina
77, já que, apesa r de se tra tar de um tipo de dispêndio de capita l, não eleva o total do ativo
dos ca pitalista s e, porta nto, nã o cr ia ca pital em presa ria l disponível pa ra r einvestimento. P or
esse m otivo, S na tabela 20 nã o é igual a I′ na tabela 13. Outra ra zã o par a essa discr epância
é que S a qui tem como deflator os pr eços dos bens de ca pital, enqua nto I′ na tabela 13 é
deflacionado pelo índice im plícito na deflação da r enda br uta do setor pr ivado.
133
OS ECON OMIS TAS
F t = 0,634 S t – 1 + 0,293 (P t –
1
– Pt –
3) + 1,76 .
2 2
St – 1 + St
.
2
F t = 0,762 S t –
1 + 0,29 .
2
134
KALECKI
a
da equ a çã o de r egr essã o é da do n a t a bela 21. O coeficien t e a qu i
1+c
é igu a l a 0,762, qu e m a is u m a vez con cor da com a su posiçã o a r espeit o
a
de qu e h a vía m os feit o a n t er ior m en t e.
1+c
O F t r ea l e os va lor es ca lcu la dos a pa r t ir da s equ a ções de r egr essã o
pa r a a m ba s a s va r ia n t es a pa r ecem t r a n spost os em dia gr a m a s de dis-
per sã o n o gr á fico 9, t om a n do-se os va lor es ca lcu la dos com o o eixo da s
a bscissa s e os va lor es r ea is com o a or den a da . A lin h a de r egr essã o é
u m a r et a cor t a n do a or igem com u m a in clin a çã o de 45º.
In v e s tim e n to e m e s to qu e s
∆O t – 1
a n t er ior , ,75 ca lcu la da s (com o foi feit o com a t a xa de eleva çã o
∆t
dos lu cr os n a t a bela 20) com o O t – 1 – O t – 3 .
2 2
75 Ta n t o a m odifica çã o dos est oqu es, J , com o a m odifica çã o do pr odu t o br u t o do set or pr iva do,
O, sã o a qu i t om a da s com exclu sã o da s m odifica ções dos est oqu es a gr ícola s, pelo segu in t e
m ot ivo: os est oqu es a gr ícola s sã o a fet a dos pela s m odifica ções da s colh eit a s, qu e sã o in -
flu en cia dos por con dições do clim a qu e n a da t êm a ver com a s m odifica ções da pr odu çã o
t ot a l do set or pr iva do. Com o o peso da a gr icu lt u r a n a pr odu çã o t ot a l do set or pr iva do é
m u it o m en or qu e o peso dos est oqu es a gr ícola s n o t ot a l dos est oqu es n o fim do a n o, qu a n do
boa pa r t e da s colh eit a s a in da est á por ven der , isso r epr esen t a u m fa t or de per t u r ba çã o.
E lim in a m os de for m a a pr oxim a da esse fa t or exclu in do a s m odifica ções n os est oqu es a gr ícola s
t a n t o da pr odu çã o t ot a l com o do t ot a l da s m odifica ções dos est oqu es. A in flu ên cia da s
m odifica ções n a pr odu çã o a gr ícola sobr e a s m odifica ções da pr odu çã o t ot a l fica dessa for m a
ba st a n t e r edu zida , e, em vist a do pou co peso da pr odu çã o a gr ícola n a pr odu çã o t ot a l, a s
m odifica ções n a pr odu çã o t ot a l depois do a ju st e a cim a dã o u m a boa a pr oxim a çã o da s m o-
difica ções da pr odu çã o n ã o a gr ícola . E sse t r a t a m en t o cor r espon de a u m m odelo de econ om ia
n o qu a l a s flu t u a ções cíclica s da pr odu çã o a gr ícola n ã o sã o de gr a n de im por t â n cia , o qu e
é r a zoá vel do pon t o de vist a m et odológico.
KALECKI
J t = 0,215(O t –
1 – Ot –
3) – 0,08 .
2 2
137
OS ECON OMIS TAS
1
e pa r a θ = :
2
I t = 0,762S t –
1 + 0,194(O t – O t – 1) + 0,16
2
138
KALECKI
139
P ARTE Q U IN TA
O Cic lo Ec o n ô m ic o
11
O Me c a n is m o d o Cic lo Ec o n ô m ic o
As e qu a ç õ e s qu e d e te rm in a m o p ro c e s s o d in â m ic o
143
OS ECON OMIS TAS
a ∆P t ∆O t
It = S + b′ + e + d′ . (19)
+θ
1 + c t ∆t ∆t
144
KALECKI
a ∆P t ∆O t
It = I + b′ + e + d′ . (20)
+ θ
1 + c t ∆t ∆t
A e qu a ç ã o d o c ic lo e c o n ô m ic o
e da equ a çã o (10′) qu e:
∆O t 1 ∆P t
=
∆t 1 – α′ ∆t
ou :
∆O t 1 ∆I t – ω
= .
∆t (1 – q) (1 – α′) ∆t
a b ∆I t – ω e ∆I t – ω
It = I + + + d′
+θ
1 + c t 1 – q ∆t (1 – q) (1 – α′) ∆t
ou
a 1 e ∆I t – ω
It = I + (b′ + ) + d′ . (21)
+θ
1 + c t 1 – q 1 – α′ ∆t
145
OS ECON OMIS TAS
a
δ = δ + d′
1 + c
a 1 e ∆I t – ω
It –δ = (I – δ) + (b′ + ) .
+ θ
1 + c t 1 – q 1 – α′ ∆t
a 1 e ∆i t – ω
it = i + (b′ + ) (23)
+θ
1 + c t 1 – q 1 – α′ ∆t
76 Na ver da de, a depr ecia çã o flu t u a ligeir a m en t e n o decu r so do ciclo, m a s δ pode ser t om a do
com o sen do o n ível m édio da depr ecia çã o.
146
KALECKI
1 e
(b′ + )
1 – q 1 – α′
a ∆i t – ω
it = i + µ . (23′)
+ θ
1 + c t ∆t
O c ic lo e c o n ô m ic o a u to m á tic o
a
er a m en or qu e 1; e isso t en de a r edu zir i t + θ a ba ixo do n ível de
1+c
∆i t – ω
i t . P or ou t r o la do, o segu n do com pon en t e µ é posit ivo, por qu e i
∆t
est a va se eleva n do a n t es de a lca n ça r o n ível de i t , e isso t en de a a u -
m en t a r i t + θ a cim a do n ível de i t. H á , por t a n t o, du a s a lt er n a t iva s n o
ca so: qu e os coeficien t es a e µ sã o t a is qu e a eleva çã o do in vest im en t o
1+c
a fin a l se det ém n o pon t o C; ou qu e a eleva çã o con t in u a a t é qu e a s
a t ivida des econ ôm ica s ch egu em a u m n ível on de u m a u m en t o a dicion a l
n ã o seja m a is per m it ido por esca ssez da ca pa cida de pr odu t iva exist en t e
ou da m ã o-de-obr a dispon ível.
Tom em os a pr im eir a a lt er n a t iva . Depois de o in vest im en t o t er -se
det ido em C, n ã o pode ser m a n t ido n esse n ível, m a s t em qu e ca ir de
D pa r a E . De fa t o, r epr esen t a n do o n ível m á xim o de i por i top , t em os
pa r a o pon t o D:
∆i t – ω
i t = i top ; = 0.
∆T
∆i t – ω
Assim , pa r a i t + θ a o pon t o E , o com pon en t e µ é igu a l a zer o e
∆t
a a
o com pon en t e i é m en or qu e i top por qu e < 1. Con seqü en -
1 + c top 1 +c
t em en t e, i t + θ é m en or qu e i top e o in vest im en t o ca i de seu n ível m a is
a lt o a t é o pon t o E .
Da li pa r a dia n t e o in vest im en t o se desloca r á pa r a ba ixo, ist o é,
a
i t + θ ser á m a is ba ixo qu e it , por du a s r a zões: o com pon en t e i ser á
1+c t
∆i t – ω
m en or qu e i t , e o com pon en t e µ ser á n ega t ivo. Dessa for m a , i
∆t
fin a lm en t e ca ir á a zer o, ist o é, o in vest im en t o ch ega r á a o n ível da
depr ecia çã o.
Desse pon t o em dia n t e, o pa dr ã o da fa se de pr osper ida de se r e-
pet ir á de m odo in ver so n a fa se de depr essã o. Depois de o n ível de
depr ecia çã o t er sido cr u za do n o sen t ido descen den t e n o pon t o A′, o
declín io do in vest im en t o con t in u a r á a t é fin a lm en t e det er -se em C′.
Con t u do, o in vest im en t o n ã o se m a n t er á n essa posiçã o, eleva n do-se
de D′ pa r a E ′ e ch ega n do de n ovo a o n ível da depr ecia çã o.
E ssa s flu t u a ções do in vest im en t o ser ã o a com pa n h a da s por flu -
t u a ções da s r en da s, da pr odu çã o e do n ível de em pr ego. A n a t u r eza
da r ela çã o en t r e o in vest im en t o, de u m la do, e o m on t a n t e da r en da
r ea l e da pr odu çã o do set or pr iva do, do ou t r o, se a ch a explicit a da n o
ca pít u lo 5 (ver t a m bém a s pá gin a s 152-154 do pr esen t e ca pít u lo).
148
KALECKI
O m eca n ism o dos ciclos econ ôm icos a cim a r efer ido ba seia -se em
dois elem en t os: (a) qu a n do o in vest im en t o a lca n ça o n ível da depr e-
cia çã o vin do de ba ixo (n o pon t o A), n ã o se det ém n esse pon t o, m a s
cr u za -o, desloca n do-se pa r a cim a . Isso por qu e a eleva çã o do in vest i-
m en t o, e con seqü en t em en t e o a u m en t o dos lu cr os e do m on t a n t e da
pr odu çã o a n t es de se a lca n ça r o n ível da depr ecia çã o, fa z com qu e o
in vest im en t o seja su per ior à qu ele n ível n o per íodo su bseqü en t e. O equ i-
líbr io est á t ico só pode ocor r er se o in vest im en t o est iver n o n ível da
depr ecia çã o e se, a lém disso, seu n ível n ã o se t iver m odifica do n o pa s-
sa do r ecen t e. A segu n da con diçã o n ã o é pr een ch ida em A e essa é a
r a zã o pela qu a l o m ovim en t o a scen den t e con t in u a . Qu a n do o in vest i-
m en t o a t in ge o n ível da depr ecia çã o vin do de cim a (n o pon t o A′), a
sit u a çã o é a n á loga , ist o é, o in vest im en t o n ã o pá r a , m a s cr u za o n ível
da depr ecia çã o a o descer .
(b) Qu a n do o m ovim en t o a scen den t e do in vest im en t o se det ém ,
n ã o per m a n ece n esse n ível, m a s pr in cipia a declin a r . Isso a con t ece
a
por qu e o coeficien t e é m en or qu e 1, o qu e r eflet e a in flu ên cia
1+c
n ega t iva sobr e o in vest im en t o exer cida pela a m plia çã o do ca pit a l em
equ ipa m en t o (c > 0). P ossivelm en t e t a m bém o fa t or r epr esen t a do pelo
r ein vest im en t o in com plet o da pou pa n ça (se a < 1). Se h ou vesse o r ein -
vest im en t o com plet o da pou pa n ça (ist o é, a = 1) e se a a cu m u la çã o de
ben s de ca pit a l pu desse ser desca r t a da (ist o é, se c fosse despr ezível),
o sist em a se m a n t er ia em seu n ível m á xim o. Ma s, de fa t o, a a cu m u la çã o
de ben s de ca pit a l, qu e com a s a t ivida des econ ôm ica s a u m n ível est á vel
det er m in a u m a t a xa de lu cr os decr escen t es, t em u m efeit o a dver so
t a n gível sobr e o in vest im en t o (ist o é, c n ã o é despr ezível). Adem a is, o
r ein vest im en t o da pou pa n ça pode ser in com plet o (ist o é, a < 1).77 Con -
seqü en t em en t e, o in vest im en t o declin a e a ssim a fa se de depr essã o.
começa a
(E ssa a n á lise dem on st r a cla r a m en t e qu e a su posiçã o < 1 é con -
1 +c
diçã o n ecessá r ia pa r a a exist ên cia do ciclo econ ôm ico (cf. p. 126).)
A posição no ponto mais baixo da depressão é análoga à do ponto
mais alto da fase de prosperidade. Enquanto a taxa de lucros cai no ponto
mais alto da fase de prosperidade devido a adições ao estoque de capital
em equipamento, ela se eleva no ponto mais baixo da fase de depressão
porque a depreciação dos equipam entos não se está realizando.78
149
OS ECON OMIS TAS
O “te to ” e o “fu n d o ”
150
KALECKI
a ∆i t – ω
it = i + µ (23′)
+ θ
1 + c t ∆t
podem ser est á veis, explosiva s ou a m or t ecida s (ver gr á fico 11), depen -
a
den do do va lor dos coeficien t es, e µ, e dos h ia tos tem pora is
1+c
θ e ω. Da do u m cer t o con ju n t o desses va lor es, a a m plit u de da s flu t u a -
a
ções ser á con st a n t e. Ma s se o coeficien t e µ a u m en t a r en qu a n t o ,
1+c
θ e ω per m a n ecem in a lt er a dos, a s flu t u a ções se t or n a m explosiva s; e
se µ r edu zir -se, ela s se t or n a m a m or t ecida s.
151
OS ECON OMIS TAS
a ∆i t – ω
it = i + µ + ε (23′′)
+ θ
1 + c t ∆t
79 P a r ece t a m bém qu e, se o m eca n ism o t en de a pr odu zir flu t u a ções de a m plit u de con st a n t e,
os ch oqu es ir r egu la r es fa zem com qu e o ciclo se t or n e explosivo. Con seqü en t em en t e, m a is
cedo ou m a is t a r de ch ega -se a o “t et o” e da li por dia n t e a a m plit u de n ã o va r ia .
152
KALECKI
O c ic lo e c o n ô m ic o e a u tiliza ç ã o d o s re c u rs o s
153
OS ECON OMIS TAS
154
KALECKI
155
12
D e d u ç ã o d a “e qu a ç ã o d o c ic lo e c o n ô m ic o ”
T r a t a r em os a gor a de ilu st r a r a t eor ia do ciclo econ ôm ico a cim a
expost a , r ecor r en do a u m m odelo ba sea do n os da dos dos E st a dos Un idos
r efer en t es a o per íodo 1929/40. E sse m odelo, con t u do, n ã o a pr esen t a
u m a im a gem exa t a dos a con t ecim en t os n os E st a dos Un idos du r a n t e o
per íodo em foco. Um a vez qu e ele se ba seia em equ a ções cor r espon -
den t es à qu ela s qu e est a va m su bja cen t es à t eor ia desen volvida n o ca -
pít u lo a n t er ior , a s su posições sim plifica dor a s a li feit a s t er ã o qu e ser
m a n t ida s. Assim , con t in u a r em os a su por qu e o com ér cio ext er ior e o
or ça m en t o do gover n o per m a n ecem equ ilibr a dos, em bor a cer t a m en t e
n ã o t en h a sido isso o qu e su cedeu n os E st a dos Un idos n o per íodo
1929/40. Con t in u a r em os t a m bém a su por qu e o ín dice de pr eços u t i-
liza do com o defla t or do in vest im en t o é idên t ico a o em pr ega do pa r a
defla cion a r o pr odu t o br u t o do set or pr iva do. F in a lm en t e, deixa r em os
de con sider a r os elem en t os de t en dên cia da s equ a ções r eleva n t es, pa r a
poder m os obt er flu t u a ções cíclica s pu r a s.
De a cor do com o qu e se disse a cim a , su pom os a igu a lda de da
pou pa n ça e do in vest im en t o:
S = I.
157
OS ECON OMIS TAS
158
KALECKI
I t = 0,634S t – 1 + 0,293(P t –
1 –P t –
3) + 0,215 (O t –
1 – Ot –
3) + 1,68 (26)
2 2 2 2
Ot –
1 –O t –
3 = 2,72 (I t –
3 – It –
7)
2 2 4 4
Ot – Ot – 1 = 2,72 (I t –
1 – It –
5) .
4 4
Assim , a s equ a ções (26) e (27) a gor a podem ser expr essa s em
t er m os a pen a s do in vest im en t o I:
I = 0,634I t – 1 + 0,978 (I t –
3 – It –
7) + 1,68 (28)
4 4
I = 0,762I t –
1 + 0,528 (I t –
1 – It –
5) + 0,16 . (29)
2 4 4
159
OS ECON OMIS TAS
3 1
It –
1 = I + I .
4 4 t 4 t – 1
ou
I t = 0,634I t – 1 + 0,734I t –
1 – 0,489 I t –
3 – 0,245I t –
5 + 1,68⋅ (28′)
2 2 2
D e d u ç ã o d a s flu tu a ç õ e s c íc lic a s
Va m os escr ever a s equ a ções (28′) e (29) a cim a obt ida s, a ba n do-
n a n do a con st a n t e e coloca n do i, qu e é o desvio do n ível a lon go pr a zo,
em lu ga r de I.84 Tem os en t ã o pa r a a va r ia n t e θ = 1:
i t = 0,634i t – 1 + 0,734i t –
1 – 0,489i t –
3 – 0,245i t –
5 (28′′)
2 2 2
1
e pa r a a va r ia n t e θ = :
2
i t = 0,762i t –
1 + 0,528i t –
1 – 0,528i t –
5⋅ (29′)
2 4 4
E xa m in em os a pr im eir a va r ia n t e, it é fu n çã o lin ea r de i t –
5 ,
2
it – 3 , it – 1 e it – 1 ⋅ P odem os a in da a dicion a r i t – 2 , su pon do qu e seu
2 2
coeficien t e seja zer o. Assim , se dividir m os o t em po em in t er va los se-
m est r a is, i ser á fu n çã o lin ea r dos cin co va lor es pr eceden t es de i. E s-
colh a m os com o os cin co pr im eir os va lor es i 0 = –2; i 1 = –1; i 2 = 0;
i 3 = +1 e i 4 = +2 . A pa r t ir da equ a çã o (28′′) a gor a é fá cil det er m in a r o
va lor de i 5 . Ba sea n d o-n os em i 1 , i 2 , i 3 , i 4 , e i 5 , p odem os det er m in a r i6
e a ssim p or dia n t e. Os r esu lt a dos podem ser vist os n o gr á fico 14.
Obt em os u m ciclo ligeir a m en t e a m or t ecido (em cer ca d e 1,5% a o
a n o). O per íodo de du r a çã o do ciclo é de 17 in t er va los sem est r a is,
ist o é, 8 a n os e m eio. 85
84 Só se o sist em a fosse de fa t o est á t ico é qu e i ser ia o desvio do n ível de depr ecia çã o com o
n o ca p. 10.
85 Se os cin co pr im eir os va lor es de i fossem escolh idos de m a n eir a difer en t e, isso por cer t o
a fet a r ia os va lor es su bseqü en t es de i, m a s o ciclo a fin a l se “a com oda r ia ” a o per íodo de
du r a çã o e à t a xa de m odifica çã o de a m plit u de in dica dos n o gr á fico.
160
KALECKI
Na segu n da va r ia n t e, i t , é fu n çã o lin ea r de i t –
5, it – 1, it –
3,
4 4
it –
1, e it –
1, sen do os coeficien t es de i t –
1, e it – 1, igu ais a zero. Assim ,
2 4 4
se dividim os o t em po em in t er va los t r im est r a is, i é fu n çã o lin ea r dos
cin co va lor es pr eceden t es de i. Su pon do qu e os cin co va lor es in icia is
sã o –1, –0,5, 0, +0,5 e +1, podem os ca lcu la r , a pa r t ir da equ a çã o (29′),
a s or den a da s da cu r va t em por a l. É o qu e a pa r ece n o gr á fico 15. Obt em os
u m ciclo ligeir a m en t e explosivo (o a cr éscim o da a m plit u de é de cer ca
de 3% a o a n o). O per íodo de du r a çã o do ciclo é de cer ca de 25 t r im est r es,
ist o é, 6,3 a n os.86
86 Ver a n ot a a n t er ior .
161
OS ECON OMIS TAS
162
13
O Cic lo Ec o n ô m ic o e o s Ch o qu e s
a ∆i t – θ– ω
it = i + µ (23′)
1 + c t – θ
∆t
a ∆i t – θ – ω
it = i + µ + εt (23′′)
1 + c t + θ
∆t
r epr esen t a r á flu t u a ções n ã o a m or t ecida s sem i-r egu la r es. No exa m e fei-
t o do a ssu n t o, pa r ecia , con for m e foi dit o a cim a , qu e esse ciclo er a ba s-
t a n t e r egu la r e de a m plit u de a pr ecia velm en t e m a ior qu e a dos ch oqu es
ir r egu la r es se o a m or t ecim en t o er a de pou ca in t en sida de. Com u m
a m or t ecim en t o m a is sign ifica t ivo, o ciclo ger a do t or n a va -se ir r egu la r
e su a a m plit u de a ssu m ia a m esm a or dem de m a gn it u de da dos ch oqu es.
Isso pode ser ilu st r a do pelo segu in t e exem plo. A pr im eir a va r ia n t e do
m odelo de ciclo econ ôm ico, obt ida a cim a a pa r t ir dos da dos dos E st a dos
Un idos pa r a o per íodo de 1929/40, en volve flu t u a ções ligeir a m en t e
a m or t ecida s. O a m or t ecim en t o é de cer ca de 1,5% a o a n o e o per íodo
é de 8,5 a n os. Se in t r odu zir m os os ch oqu es ir r egu la r es n o m odelo,
ver em os qu e a pa r ecem flu t u a ções cíclica s ba st a n t e r egu la r es.
A n ossa equ a çã o é:
i t = 0,734i t –
1 + 0,634i t –
1 – 0,489i t –
1 – 0,245i t –
5 + εt (28′′)
2 2 2 2
163
OS ECON OMIS TAS
Os cin co pr im eir os ch oqu es, ε0, ε1, ε2, ε3, e ε4,, sã o t om a dos t a m bém com o
os va lor es in icia is de i. Dessa for m a a pa r ecem t a n t o n a segu n da com o
n a t er ceir a colu n a . P a r a o per íodo 5, de a cor do com a equ a çã o a cim a ,
i 0 , i 1 , i 2 , i 3 e i 4 sã o m u lt iplica dos pelos coeficien t es 0,734, 0,634, –0,489,
0 e 0,245, r espect iva m en t e, e som a dos. E st a som a , m a is o ch oqu e ε5
n os dá i 5 . Da m esm a for m a , m u lt iplica m os i 1 , i 2 , i 3 , i 4 e i 5 pelos m esm os
coeficien t es e a dicion a m os ε6 a essa som a pa r a obt er i 6 , e a ssim por
dia n t e. O i t obt ido cor r espon de a os in t er va los sem est r a is. A cu r va A
do gr á fico 16 r epr esen t a os da dos a n u a is pa r a i, ist o é, a s m édia s
i5 + i6 i7 + i8
a r it m ét ica s , et c., n u m er a da s 1, 2 et c.
2 2
Ver em os qu e a s flu t u a ções obt ida s exibem u m ciclo ba st a n t e r e-
gu la r com u m per íodo m édio de cer ca de 8 a n os. (O per íodo do ciclo
a m or t ecido or igin a l é de 8,5 a n os). A a m plit u de dos ciclos va i de 12 a
25 a n os e, por t a n t o, é a pr ecia velm en t e m a is a lt a qu e o m á xim o a bsolu t o
da m a gn it u de dos ch oqu es, qu e é de a pen a s 4,5.
É eviden t e qu e o ciclo ligeir a m en t e a m or t ecido de n osso m odelo
pa r a os E st a dos Un idos n ã o pode ser a pr esen t a do com o o pa dr ã o do
164
KALECKI
i t = 0,6i t –
1 + 0,6i t – 1 – 0,4i t –
3 – 0,2i t –
5 + εt
2 2 2
165
OS ECON OMIS TAS
A n o v a p e rs p e c tiv a
88 "A som a t ór ia da s ca u sa s a lea t ór ia s com o fon t e dos pr ocessos cíclicos". In : Problem as E co-
n ôm icos. In st it u t o da Con ju n t u r a . Moscou , 1927.
89 E n saios E con ôm icos em H om en agem a Gu stav Cassel. Lon dr es, 1933.
90 Ca da pá gin a dessa s t a bela s com pr een de 8 colu n a s de 50 n ú m er os de 4 a lga r ism os. P ode-se
lê-la s com o 32 colu n a s de 50 a lga r ism os. Ca da u m a dessa s colu n a s foi som a da ver t ica lm en t e,
obt en do-se 32 som a s de 50 a lga r ism os a lea t ór ios. As 4 pr im eir a s pá gin a s for a m pr ocessa da s
dessa m a n eir a , obt en do-se u m a sér ie de 128 ch oqu es com dist r ibu içã o a pr oxim a da m en t e
n or m a l.
166
KALECKI
167
OS ECON OMIS TAS
91 F RICKE Y, E . E con om ic Flu ctu ation s in th e Un ited S tates. Ca m br idge, Ma ss., 1942.
168
P ARTE S EXTA
O D e s e n v o lv im e n to Ec o n ô m ic o a Lo n g o P ra zo
14
O P ro c e s s o d e D e s e n v o lv im e n to Ec o n ô m ic o
A te n d ê n c ia a lo n g o p ra zo e o c ic lo e c o n ô m ic o
E st a belecem os a cim a u m a sér ie de r ela ções en t r e o in vest im en t o,
os lu cr os e o m on t a n t e da pr odu çã o. Sa lien t a m os, em diver sos pon t os,
qu e cer t a s con st a n t es dessa s r ela ções se a ch a m su jeit a s a m odifica ções
econ ôm ica s a lon go pr a zo, a pesa r de a s t er m os su post o com o sen do
est á veis pa r a fin s da a n á lise do ciclo econ ôm ico. Ver em os a dia n t e qu e
a s m odifica ções sofr ida s por essa s con st a n t es n o decu r so do desen vol-
vim en t o a lon go pr a zo da econ om ia ca pit a list a pr opicia m a con t in u a çã o
desse m esm o desen volvim en t o. Isso por su a vez pr ovoca n ova s m odi-
fica ções n a s con st a n t es em qu est ã o e a ssim por dia n t e.
Da m esm a for m a qu e n a a n á lise do ciclo econ ôm ico, su pom os
a qu i qu e a ba la n ça com er cia l e o or ça m en t o gover n a m en t a l sã o equ i-
libr a dos e qu e os t r a ba lh a dor es n ã o pou pa m . Con t in u a m os t a m bém a
su por qu e os ín dices de pr eços u sa dos com o defla t or do in vest im en t o
e do m on t a n t e da pr odu çã o sã o igu a is. Assim , t oda s a s equ a ções u sa da s
com r ela çã o a o ciclo econ ôm ico (ver pp. 143-44) con t in u a m vá lida s,
a pesa r de qu e a gor a ir em os en fa t iza r a s m odifica ções a lon go pr a zo
sofr ida s por cer t a s con st a n t es. P or esse m ot ivo, a s con st a n t es em qu es-
t ã o pa ssa m a ser escr it a s com o ín dice t. Tem os por t a n t o: (a) a igu a lda de
da pou pa n ça e do in vest im en t o,
S = I;
(b) a r ela çã o en t r e os lu cr os e o in vest im en t o feit o n o pa ssa do,
It – ω+ At
Pt = ;
1 – q
(c) a r ela çã o en t r e a pr odu çã o e os lu cr os,
171
OS ECON OMIS TAS
P t + B ′t
Ot = + E t;
1 – α
a ∆P t ∆O t
It = S + b′ + e + d′t .
+ θ
1 + c t ∆t ∆t
a 1 e ∆I t – ω
It = I + (b′ + ) + L t + d t′ (30)
+θ
1 + c t 1 – q 1 – α ∆t
1 e ∆A t e ∆B ′t ∆E t
(b′ + ) + + e ⋅
1 – q 1 – α ∆t 1 – α′ ∆t ∆t
a ∆I t – ω
It = I + µ + L t + d t′ (30′)
+ θ
1 + c t ∆t
on de
∆A t e ∆B ′t ∆E t
Lt = µ + + e (31)
∆t 1 – α′ ∆t ∆t
172
KALECKI
a ∆y t – ω
yt + θ = yt + µ + L t + d t′⋅ (32)
1 + c ∆t
a ∆i t – θ
it = i + µ ⋅ (23′)
+ θ
1 + c t ∆t
173
OS ECON OMIS TAS
174
KALECKI
P t + B ′t
Ot = + Et
1 – α′
∆y t – ω
Lt = σ ⋅
∆t
a ∆y t – ω
yt = y + (µ + σ) + d ′t ⋅ (33)
+ θ
1 + c t ∆t
∆i t – ω
O fa t o de o coeficien t e de ser a gor a n ã o m a is µ m a s µ + σ de-
∆t
m on st r a a in flu ên cia da a da pt a çã o a lon go pr a zo dos lu cr os e do m on -
t a n t e da pr odu çã o n o n ível de in vest im en t o a lon go pr a zo.
S u p o s iç ã o s o bre a s a lte ra ç õ e s a lo n g o p ra zo d e d′
a
A fim de sim plifica r a equ a çã o (33), va m os in dica r por n e
1 +c
µ + σ por m . Tem os en t ã o:
∆y t – ω
yt + θ = n yt + m + d ′t ⋅ (33′)
∆t
175
OS ECON OMIS TAS
∆y t – ω
yt + θ = yt = δ e = 0⋅
∆t
e por t a n t o
d ′ = (1 – n ) δ⋅
Im a gin em os a gor a qu e n ovos fa t or es, in ova ções, por exem plo, ele-
vem d ′ a cim a do n ível cor r espon den t e a o est a do est á t ico. Im a gin em os
t a m bém qu e o efeit o desses fa t or es seja , coeteris paribu s, t a n t o m a ior
qu a n t o m a is eleva do for o est oqu e de ca pit a l. E scr evem os en t ã o pa r a
o ca so ger a l:
d′t = (1 – n) βK t + γK t
A te n d ê n c ia a lo n g o p ra zo
176
KALECKI
177
OS ECON OMIS TAS
yt + θ m ∆y t – ω Kt Kt
= n + + (1 – n ) β + γ (34′)
yt yt ∆t yt yt
Kt 1
= ⋅
yt β + υ
1 ∆y t
= υ⋅
y t ∆t
1 ∆y t – ω
= υ.
yt ∆t
F in a lm en t e, t em os:
yt + θ
= 1 + θυ
yt
ou
γ
β +
θ – m 1–n
1 + υ= (35)
1 – n β+υ
178
KALECKI
179
OS ECON OMIS TAS
180
KALECKI
181
OS ECON OMIS TAS
182
15
Os F a to re s d e D e s e n v o lv im e n to
183
OS ECON OMIS TAS
184
KALECKI
185
OS ECON OMIS TAS
186
KALECKI
187
AP ÊN D ICE E S TATÍS TICO
189
OS ECON OMIS TAS
190
KALECKI
1
w′ = (3′)
1 + (k ′ – 1) (j′ + 1)
191
OS ECON OMIS TAS
192
KALECKI
N o ta s à P a rte S e g u n d a 95
193
OS ECON OMIS TAS
P = 0,86 π + 0,9.
N o ta s à P a rte Qu a rta 96
194
KALECKI
195
OS ECON OMIS TAS
196
KALECKI
1
Con for m e a pa r ece n a Not a 7.
2
E st im a do gr osseir a m en t e; m a s n ã o pode h a ver er r o sign ifica t ivo, em vist a da len t idã o da s
a lt er a ções dos lu cr os n o per íodo em qu est ã o.
197
OS ECON OMIS TAS
1
E st im a do gr osseir a m en t e; m a s n ã o pode h a ver er r o sign ifica t ivo, em vist a da len t idã o da s
a lt er a ções dos pr eços dos ben s de ca pit a l n o per íodo em qu est ã o.
1
Idên t ica à sér ie da da n a Not a 10.
198
KALECKI
1
E xclu sive os est oqu es a gr ícola s con for m e a t a bela a n t er ior .
2
E st im a do gr osseir a m en t e; m a s n ã o pode h a ver er r o sign ifica t ivo, em vist a da len t idã o da s
a lt er a ções do pr odu t o br u t o n o per íodo em qu est ã o.
199
Í N D ICE
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1 — Cu st o e P r eços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Preços “d eterm in ad os pelo cu sto” e preços “d eterm in ad os pela
d em an d a” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Fixação d o preço por u m a firm a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Form ação d e preços n u m ram o d a in d ú stria: u m caso
especial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Form ação d e preços n u m ram o d a in d ú stria:
o caso geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Cau sas d e m od ificação d o grau d e m on opolização . . . . . . . . . . . . 38
As relações cu sto-preço a lon go e a cu rto prazo . . . . . . . . . . . . . . . 40
Aplicação às m u d an ças a lon go prazo n o ram o
m an u fatu reiro d os E UA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Aplicação ao ram o m an u fatu reiro e ao d o
com ércio varejista d os E UA d u ran te a Gran d e
Depressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Flu tu ações d os preços d e m atérias-prim as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Form ação d e preços d e prod u tos acabad os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
201
OS ECON OMIS TAS
3 — Os Det er m in a n t es dos Lu cr os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
A teoria d os lu cros em u m m od elo sim plificad o . . . . . . . . . . . . . . 65
O caso gen érico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Pou pan ça e in vestim en to . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
O efeito d o sald o d a balan ça com ercial e d o d éficit
orçam en tário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4 — Os Lu cr os e o In vest im en t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Os lu cros e o in vestim en to d en tro d e su posições
sim plificad oras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
O caso gen érico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Ilu stração estatística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
202
KALECKI
P a r t e Ter ceir a : A Ta xa de J u r os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
6 — A Ta xa de J u r os a Cu r t o P r a zo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
In trod u ção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Velocid ad e d e circu lação e a taxa a cu rto prazo . . . . . . . . . . . . . . 93
Ilu stração estatística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
M od ificações n a oferta m on etária por parte d os ban cos . . . . . . . . 97
M od ificações cíclicas n a taxa d e ju ros a cu rto prazo . . . . . . . . . . 98
7 — A Ta xa de J u r os a Lon go P r a zo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
A taxa a cu rto prazo e a taxa a lon go prazo . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Aplicação aos ren d im en tos d e obrigações d o T esou ro
B ritân ico, 1849-1938 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
E stabilid ad e d a taxa d e ju ros a lon go prazo d u ran te o
ciclo econ ôm ico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
203
OS ECON OMIS TAS
204