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Análises realizadas sob a inspiração dos Estudos Culturais examinam artefatos e práticas culturais

para nelas buscar representações e discursos que produzem significados para sujeitos, processos e
instituições contemporâneas. Nessas análises, que assumem compreensões decorrentes das viradas
lingüística e cultural, examinam-se significados naturalizados em tais produções culturais. Neste
artigo, inscrito neste referencial, coloca-se em destaque modos de lidar com o currículo escolar nos
livros infanto-juvenis de J.K.Rowling sobre Harry Potter. Argumenta-se que as representações
forjadas e veiculadas em tal produção denotam posições acerca da escola e da organização curricular
e exercem efeitos constitutivos importantes sobre os modos de concebê-las. Os livros descrevem uma
escola competente e exigente, que consagra uma abordagem curricular tradicional com enfoque
humanista clássico, no qual figuram disciplinas que arremedam as qualificadas como acadêmicas
com alto status. Além disso, a capacitação dos possuidores de aptidão/talento para a magia completa-
se com esportes competitivos, atributo também valorizado em escolas privadas tradicionais. Promove-
se o estranhamento dessas representações, a partir de teorizações contemporâneas sobre o currículo.

Kliebard analisa os princípios postulados por Tyler para a construção de currículos, observando que
as características dos alunos e a sociedade contemporânea constituem fontes altamente dependentes
dos tipos ou da filosofia do currículo, temática que Tyler não chega a desenvolver convenientemente.
A terceira fonte que Tyler considera para a definição dos objetivos do currículo são as matérias, as
quais, na realidade, são instrumentos para alcançar os objetivos derivados por Tyler das duas
primeiras fontes: necessidades dos alunos e características de sociedade. Kliebard aplica a
interpretação de Dewey de que meios e fins são igualmente valiosos, para questionar o modelo de
avaliação de currículo adotado por Tyler, com base no produto. O autor ainda oferece uma excelente
crítica do ecleticismo simplista de Tyler.

A Desconstrução das Representações Coloniais sobre a Diferença


Cultural e a Construção de Representações Interculturais:
um desafio para a formação de educadores
José Licínio Backes e Ruth Pavan

Veja o Artigo

Resumo
O objetivo do artigo é refletir sobre as representações que foram construídas no contexto da
colonização sobre as diferenças culturais, analisando se essas representações ainda são utilizadas
para representar as diferenças, mais especificamente, se são utilizadas pelos/as acadêmicos/as de
Pedagogia para representar as crianças indígenas. Apontamos também que, para a desconstrução das
representações, é fundamental que os processos formativos sejam pautados na interculturalidade,
isto é, que os cursos de formação de educadores tenham como central o debate sobre os processos
de produção das identidades e diferenças, com o intuito de mostrar que as perspectivas de
contemplar as diferenças, evitando-se os processos de discriminação e inferiorização, não passam
pelo tratamento normal/igual, e sim pela problematização e questionamento das relações de poder
responsáveis pela hierarquização e assimetria entre os grupos culturais, o que tem como uma das
consequências a distribuição desigual dos bens sociais

Trabalho dos Professores e o Discurso sobre Competências:


questionando a qualificação,
a empregabilidade e a formação
Liliana Soares Ferreira

Veja o Artigo

Resumo
Considerando a necessidade de desvelar a concepção de competência aplicada ao trabalho dos
professores, proponho, nesse artigo, argumentos que visam a retomar o conceito de competência em
suas relações com qualificação, empregabilidade e formação continuada. Para tanto, retomo estudos
realizados, inventariando essas concepções em obras bastante conhecidas, buscando relacionar
esses conceitos em sua lógica e evidenciando o quanto são ideologicamente elaborados e aplicados.
Como base, reitero a necessidade de os professores serem vistos como trabalhadores e seu trabalho
como uma ação em relação a outros sujeitos, na perspectiva da produção do conhecimento.

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