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USO DA QUITOSANA E DO ÁCIDO HÚMICO NA

FLOCULAÇÃO DA LAMA VERMELHA


USE OF CHITOSAN AND HUMIC ACID IN
RED MUD FLOCCULATION

Taciana Cristina Quaresma​1​​ ​; Taciana Marina Reis Alves​2​

1 ​Graduanda em Engenharia Química do Centro Universitário


de Belo Horizonte – UniBH. Belo Horizonte, MG.
tacianacq@hotmail.com​.

2 Mestre em Engenharia Civil. CEFET, 2016. Professora do


Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH. Belo
Horizonte, MG. ​taciana.alves@prof.unibh.br​.

RESUMO​: Com o intuito de reaproveitar a água contaminada advinda do processo de beneficiamento do minério de
bauxita, os polímeros naturais quitosana e ácido húmico foram utilizados para a floculação dos sólidos presentes
na lama vermelha. Tal rejeito, que possui 10,54 % de sólidos em sua composição, foi submetida a um ensaio de
floculação, juntamente com dosagens distintas dos polímeros. O melhor resultado obtido, comparando-se com os
padrões estabelecidos pelo CONAMA 357/2005, apresentou turbidez de 5,5 NTU e pH de 11,08. Dessa forma,
considera-se que o método mencionado é promissor, possibilitando a reutilização do sobrenadante nas plantas de
beneficiamento, minimizando a necessidade de usufruir de águas limpas nesse processo.
PALAVRAS-CHAVE:​ quitosana, ácido húmico, floculação, lama vermelha.

ABSTRACT:​ In order to reuse the contaminated water from the bauxite ore beneficiation process, the natural polymers
chitosan and humic acid were used to flocculate the solids present in the red mud. This reject, which has 10.54%
solids in its composition, was subjected to a flocculation test, together with different dosages of the polymers. The
best result obtained, compared to the standards established by CONAMA 357/2005, presented turbidity of 5.5 UNT
and pH of 11.08. Thus, it is considered that the mentioned method is promising, allowing the reuse of the
supernatant in the beneficiation plants, minimizing the need to enjoy clean water in this process.
KE​ YWORDS:​ ​chitosan, humic acid, flocculation, red mud.

____________________________________________________________________________

1 INTRODUÇÃO rudimentar e agressiva, sem a devida preocupação


com as questões ambientais (ESPÓSITO, 1995; DA
No Brasil, por volta do século XVII, deu-se início às
SILVA,1995).
primeiras atividades de mineração do chamado “Ciclo
Econômico do Ouro”, no estado de Minas Gerais. Com o desenvolvimento tecnológico, a procura por

Esse ciclo contribuiu fortemente para o insumos minerais aumentou, provocando crescimento

desenvolvimento econômico brasileiro, através da na produção no setor da mineração e,

grande exploração de ouro e diamante. Porém, essa consequentemente, a geração de rejeitos. A fim de

extração era realizada de forma extremamente mitigar a disposição inadequada desses rejeitos,

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houve, gradativamente, o uso de mecanismos legais em tratamento de água. Os polímeros sintéticos, como
e, a partir do século XX, as mineradoras investiram na as poliacrilamidas (PAM), são muito usados como
construção das primeiras barragens de contenção de floculante em polpas minerais (LOYOLA, 2015).
rejeitos (IBRAM, 2016).
Porém, com a atual preocupação ambiental, é
A água é um produto de grande importância nos crescente o interesse por tecnologias benéficas ao
processos de mineração, sendo utilizada em grandes meio ambiente, permitindo a substituição dos
volumes (ROBERT ​et al.​ , 2012), principalmente no polímeros sintéticos por polímeros naturais (CHANG
beneficiamento, nas etapas de separação a úmido, et al​., 2004; ZHANG; BAI, 2003). Com isso, a
como a concentração gravítica, flotação, lixiviação e quitosana e o ácido húmico vem sendo estudados
floculação (FONSECA, 2008). Após a participação como alternativas promissoras no processo de
nessas etapas, a água geralmente está contaminada e coagulação e floculação em águas residuais
é direcionada, juntamente com o rejeito, para as (BIGOGNO, 2016; LOAYZA, 2015).
barragens (ROBERT ​et al​., 2012). Algumas empresas
De acordo com a resolução do Conselho Nacional do
também estão utilizando a água no transporte do
Meio Ambiente (CONAMA 357/2005), para que o
minério, através de minerodutos (IBRAM, 2015).
rejeito seja disposto no meio ambiente em corpos
Para produção do alumínio, a partir do minério de d’água, o mesmo deve se enquadrar em alguns
bauxita, a água é utilizada no beneficiamento do padrões de lançamento. Dentre esses parâmetros
minério bruto. O resíduo insolúvel gerado durante a estão especificados a turbidez, que deve apresentar
etapa de clarificação, chamado de lama vermelha, é um valor de até 40 unidades nefelométrica de turbidez
lavado através de um processo de sedimentação com (NTU) e o pH, que deve estar entre 6,0 e 9,0.
fluxo de água para recuperação de NaOH. O rejeito é
A quitosana é um biopolímero abundante na natureza,
disposto em bacias de rejeitos, que podem causar
derivado da quitina, advindo principalmente de cascas
danos ao meio ambiente, principalmente pelo seu alto
de crustáceos marinhos, camarões e caranguejos.
caráter alcalino (SILVA FILHO ​et al.​ , 2007; ROOSEN
Caracteriza-se por não ser tóxico, por possuir baixo
et al.​ , 2015).
custo de produção e facilidade de modificação em sua
A necessidade de tornar as operações envolvidas na estrutura (LOYOLA, 2015; ROOSEN ​et al​ ., 2015). É
mineração mais eficientes e econômicas faz com que muito utilizado na indústria farmacêutica, de alimentos,
diversas áreas da tecnologia mineral busquem cosméticos, biomédicos e na floculação de lamas em
maiores avanços no processamento de minérios, estações de tratamento de água (BRATSKAYA, 2004;
refletindo nas etapas de separação sólido-líquido. Tal RINAUDO,2006).
avanço se deu principalmente com relação a
O ácido húmico, pertencente ao grupo de substâncias
floculação, possibilitando maiores taxas de
húmicas, é um polímero de estrutura complexa e
sedimentação, diminuição das áreas necessárias dos
indefinida, formado durante a decomposição de
espessadores e uma melhoria na qualidade da água
resíduos no solo. Possui alta massa molar, coloração
recuperada (FALCUCCI, 2007).
marrom escura, é solúvel em meio alcalino e insolúvel
A etapa de floculação é muito importante em muitos em ácidos e com resistência intermediária à
processos de separação sólido-líquido, principalmente degradação (FONSECA, 2005).

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Diante dos grandes impactos ambientais advindos das tropical. Seu nome é derivado da localidade em que
atividades praticadas pela mineração, principalmente foi observada pela primeira vez, em Les Baux, França,
com o uso intenso de água em seus processos, faz-se no ano de 1821 (MRN, 2012).
necessário o estudo de novos recursos que
possibilitem o reaproveitamento da água contaminada.
Além disso, o uso de polímeros naturais, como a 3.2 PROCESSO BAYER
quitosana e o ácido húmico, substituem a utilização de Por conter minerais portadores de alumínio, a bauxita
polímeros sintéticos, que são mais agressivos ao meio é a fonte mineral industrialmente viável para se obter o
ambiente. alumínio através da alumina (Al​2​O​3​) e sua produção é
realizada através do Processo Bayer (GARCIA, 2012;
SILVA FILHO ​et al.​ , 2007). Na Figura 1, é ilustrado
2 OBJETIVOS
através de um esquema os estágios detalhados do

2.1 OBJETIVO GERAL Processo Bayer.

O presente trabalho tem como objetivo avaliar o Figura 1 - Esquema do Processo Bayer para obtenção
potencial da quitosana e do ácido húmico na da alumina
floculação de partículas contidas no rejeito da lama
vermelha, viabilizando a reutilização da água no
processo de beneficiamento.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Caracterizar o rejeito de lama vermelha;

● Caracterizar os polímeros quitosana e ácido


húmico;

● Avaliar a eficácia da floculação do rejeito com


o uso da quitosana e do ácido húmico.

3 REFERENCIAL TEÓRICO Fonte - SILVA FILHO, 2007, p.323.

3.1 BAUXITA
O processo se inicia com a moagem do minério de
O minério de bauxita é uma rocha que possui cor bauxita, para aumentar sua área superficial.
avermelhada, constituída por óxidos de alumínio Posteriormente, o minério cominuído é enviado para
(gibbsita), ferro (goethita e hematita), titânio (anatásio) digestão, onde uma solução de hidróxido de sódio
e minerais de argila (caolinita). É formada através do (NaOH) é usada para dissolver os minerais portadores
processo de laterização, onde os minerais sofrem de alumínio de bauxita, formando um licor verde, em
transformação pela ação do clima em ambiente condições de pressão por volta de 30 atm e

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temperatura entre 200 e 240 °C. As reações químicas 3.3 A LAMA VERMELHA
envolvidas no processo de digestão estão descritas na
A lama vermelha, resíduo insolúvel formado durante a
Equação 1 e Equação 2 (WAO, 2018).
etapa de clarificação no processo Bayer, possui
elevado pH (em torno de 12) e alto volume de
​Al(OH)​3(s) ​+ NaOH​(aq)​ → NaAl(OH)4(aq)
​ ​ (1) geração, o que caracteriza-o como um resíduo tóxico.
​ lO(OH)(s)
A ​ + ​ +
​ NaOH(aq) ​ H​2​O → NaAl(OH)​4(aq)​ (2) Apresenta composição química variada, que depende
da técnica usada no processo industrial e da natureza

Na etapa de clarificação é feita a separação do do minério de bauxita utilizado. Geralmente, sua

resíduo insolúvel de bauxita, chamado de lama composição apresenta óxidos insolúveis de ferro,

vermelha, da solução de interesse, o aluminato de aluminossilicatos de sódio, carbonatos e aluminatos

sódio. Essa separação é feita por sedimentação, com de cálcio, quartzo e dióxido de titânio (normalmente

o auxílio de floculantes, nos espessadores. Ainda é presente em traços) e apresenta grande quantidade

realizando uma separação adicional, através de filtros, de finos, onde cerca de 10% das partículas

para garantir a pureza do produto final (WAO, 2018). apresentam diâmetro menos que 2 μm (GARCIA,
2012; SILVA FILHO ​et al​., 2007).
Após a etapa de filtração, o licor é cristalizado através
do resfriamento progressivo do mesmo, formando um Após ser separada do licor verde na etapa de

precipitado de cristais de trihidróxido de alumínio clarificação, a lama vermelha passa por um processo

(Al(OH)​3​). A reação de precipitação é descrita na de lavagem, através de sedimentação com fluxo de

Equação 3 (WAO, 2018). água em contracorrente e posteriormente é


desaguado para a recuperação do NaOH. (SILVA

​ ​ → Al(OH)3(s)
NaAl(OH)4(aq) ​ ​+ NaOH(aq)
​ ​ (3) FILHO ​et al​., 2007).

O deságue, além de recuperar o NaOH presente na


O precipitado é enviado para etapa de calcinação, lama vermelha, também reduz a quantidade de
realizado em fornos com temperatura de até 1100 °C material a ser descartado. Nesta etapa, são utilizados
para retirada de umidade e resíduo do licor, obtendo espessadores, onde é adicionado floculantes para
como produto final a alumina sólida. A reação de concentração de sólidos e posteriormente o resíduo é
calcinação é descrita na Equação 4 (WAO, 2018). direcionado para disposição final (SILVA FILHO ​et al.​ ,
2007).
​2Al(OH)​3(s) ​→ Al2​ O ​ +3H
​ 3(s) ​ ​2​O(g)
​ ​ (4)
Existem vários métodos de disposição da lama
vermelha. Dentre eles, podem-se destacar os métodos
O produto da etapa de calcinação e produto final do convencionais, ou métodos úmidos, que utilizam
processo Bayer é um pó branco, chamado alumina, grande quantidade de água de processo que leva o
que é destinado para a Indústria Metalúrgica ou material sólido para disposição. Esse procedimento é
Indústria Química. Já a lama vermelha, o principal simples e barato, porém tem grande impacto sobre o
resíduo gerado em todo o processo, oriundo da etapa meio ambiente. Existem ainda os métodos de
de calcinação, é disposto em barragens de rejeito disposição a seco, onde a lama vermelha é
(SILVA FILHO ​et al​.,2007; WAO, 2018). depositada de forma progressiva na área de

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deposição, onde é dividida em leitos de secagem para A floculação, etapa posterior ao processo de
evaporação e drenagem, permitindo a diminuição da coagulação, compreende na agregação das partículas
umidade. Já a neutralização da lama por ácido desestabilizadas para formação de partículas maiores,
sulfúrico (H​2​SO​4​), é a forma mais comum utilizada chamadas de flocos. Para isso, são utilizados
para reduzir o impacto ambiental vinculado ao seu polieletrólitos como floculantes. O objetivo da
carácter cáustico (SILVA FILHO ​et al.​ , 2007). floculação é aumentar a velocidade de sedimentação
das partículas através da formação dos flocos, para
que o mesmo possa ser removido por gravidade e/ou

3.4 COAGULAÇÃO E FLOCULAÇÃO filtração (DI BERNARDO, 2003; HOWE ​et al.,​ 2016).
Na Figura 3 ​está representado o mecanismo de
Os processos de coagulação e floculação baseiam-se
floculação das partículas coaguladas.
na clarificação das águas pelo arraste do material fino
em suspensão com auxílio de agentes coagulantes, Figura 3 - Mecanismo de floculação de partículas
como os sais de alumínio ou ferro, e auxiliares, como
polieletrólitos naturais ou sintéticos (BARROS;
NOZAKI, 2002).

A coagulação consiste na adição de um coagulante


(coagulantes químicos, polímeros orgânicos ou
sintéticos) a fim de condicionar partículas suspensas e
dissolvidas para posterior processamento. O principal
Fonte - BIGOGNO, 2016, p.27.
objetivo da coagulação é o aumento do diâmetro da
partícula através da redução da sua estabilidade. Os
coagulantes hidrolisam na água a ser tratada, 3.5 QUITOSANA, ÁCIDO HÚMICO E A INTERAÇÃO
formando precipitados insolúveis que desestabilizam ENTRE ELES
partículas por adsorção à sua superfície, neutralizando
A quitina, poli (ß- (1-4) - N-acetil-D-glucosamina), é um
a carga (DI BERNARDO, 2003; HOWE ​et al.,​ 2016).
polissacarídeo e um biopolímero mais abundante na
Tal mecanismo de coagulação está representado
natureza, depois da celulose. É encontrado na
Figura 2.
natureza formando componentes estruturais no
Figura 2 - Mecanismo de coagulação de partículas exoesqueleto de crustáceos, insetos ou nas paredes
celulares de fungos e leveduras (ROOSEN ​et al.​ ,
2015).

Derivado mais importante da quitina, a quitosana, é


geralmente obtida quando o seu grau de
desacetilação for igual ou superior a 60%, mas pode
ser encontrado naturalmente em alguns fungos
(GONSALVES, 2011).
Fonte - BIGOGNO, 2016, p.26.

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Apresenta alta massa molar e grupos amino (NH​2​) em adsorção de partículas em polpas minerais,
sua estrutura, e por isso, é solúvel em soluções substituindo o uso de polímeros sintéticos, como as
ácidas, através da protonação da função -NH​2 no C-2, poliacrilamidas (PAM) ( BRATSKAYA, 2004; LOAYZA,
tornando-se um polieletrólito em meio ácido 2015). ​Na Tabela 1, é feita uma comparação sucinta
(CERRUTTI, 2005; LOYOLA, 2015). entre os polímeros naturais e sintéticos.

As características físicas e químicas da quitosana são Tabela 1 - Comparação dos polímeros naturais com

influenciadas pelo seu grau de desacetilação, os polímeros sintéticos

modificando suas propriedades como viscosidade,


Polímero naturais Polímero naturais
solubilidade e hidrofobia. Ao se compará-la com todos
os biopolímeros naturais, a quitosana é a que possui São extraídos de fontes São sintetizados
naturais; quimicamente;
maior caráter catiônico, como a maioria dos
Apresentam uma massa Apresentam uma massa
coagulantes usados no tratamento de água,
molar < 300 KDa; molar > 300 KDa;
viabilizando assim seu uso como coagulante natural
Absorvem as partículas Absorvem as partículas
(KUMAR, 2000). Na Figura 4 está representada a
em pH’s específicos; em uma faixa de pH
estrutura da quitosana. ampla;

Figura 4 - Estrutura química da quitosana As ligações ou pontes As ligações ou pontes


de adsorção são de adsorção são
físicos; químicos;

São biodegradáveis; Não são


biodegradáveis;

Quitosana, Poliacrilamidas
Moringa Oleífera Lam e aniônicas,
Amido de Milho. Acrilamida Polimerizada
com adição de vinil (não
iônico) e
Fonte - BRATSKAYA, 2004, p.2956
Dimetilamonioetil
acrilato com acrilamida
(catiônico).
O ácido húmico pertence a uma subclasse de Fonte - Adaptado de LOAYZA, 2015, p.53.
substâncias húmicas e é originado a partir de matérias
orgânicas, através da oxidação e posterior
A interação da quitosana com o ácido húmico foi
polimerização das mesmas. Se apresenta em uma
estudada por Bratskaya e colaboradores (2004), onde
mistura heterogênea, contendo frações hidrofóbicas e
formação do complexo quitosana/ácido húmico
hidrofílicas de moléculas com alta massa molecular e
(CH/HA) foi avaliada em diversas proporções de
grupos funcionais distintos como ácido carboxílico,
misturas entre tais polímeros. A floculação se mostrou
fenol, carbonila, e grupos hidroxila ligados aos
mais eficaz com o meio em pH= 7 e relação mássica
carbonos alifáticos ou aromáticos (MESSIAS, 2004;
CH/HA igual a 1,0.
ZHANG; BAI, 2003).

Diante de suas propriedades, os polímeros naturais


quitosana e ácido húmico podem ser aplicados na

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4 METODOLOGIA 4.3 CARACTERIZAÇÃO DA LAMA VERMELHA


Os procedimentos foram realizados nos laboratórios
4.3.1 DETERMINAÇÃO DA % DE SÓLIDOS
de Engenharia Química do Centro Universitário de
Belo Horizonte (Uni-BH) e do Centro Federal de Para determinar a porcentagem de sólidos presente
Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). no rejeito, de acordo com Sampaio e Da Silva (2007),
A quitosana utilizada foi fornecida pela empresa é necessário conhecer a densidade do rejeito e a
Phytomare e o ácido húmico usado foi produzido pela densidade do sólido presente no mesmo.
Sigma Aldrich.
Através da técnica de picnometria, e com o auxílio de
4.1 PREPARAÇÃO DA QUITOSANA uma balança analítica Ohaus Adventurer, modelo
AR3130, determinou-se inicialmente a densidade da
A preparação da solução estoque de quitosana foi
lama vermelha. O cálculo foi realizado com base na
baseado no método realizado por Bratskaya e
Equação 5:
colaboradores (2004). Inicialmente, adicionou-se 2,12
mp
mL de ácido clorídrico (HCl) em um balão volumétrico dp = vp ​(5)
de 1 L, com auxílio de uma micropipeta. O balão foi
aferido com água destilada e homogeneizado.
em que: ​d​p​ =
​ densidade da polpa [g/mL], ​mp​ =
​ massa
Posteriormente, em uma balança analítica Ohaus
da polpa [g], ​vp​ =
​ volume da polpa [mL].
Adventurer, modelo AR3130, pesou-se 1 g de
quitosana e transferiu-se a amostra pesada para um Posteriormente, também pelo método de picnometria

béquer de 1 L, juntamente com a solução de HCl e utilizando uma balança analítica Ohaus Adventurer,

0,025 M, que foi preparada anteriormente. A solução modelo AR3130, determinou-se a densidade do sólido

foi homogeneizada em agitador magnético por 24h. presente na lama vermelha. Primeiramente, parte do
rejeito foi filtrado em papel de filtro faixa preta,
submetido à secagem em estufa Quimis, à 70 °C por
4.2 PREPARAÇÃO DO ÁCIDO HÚMICO 24h e, após seca, a amostra foi uniformizada em

Em uma balança analítica Ohaus Adventurer, modelo almofariz. O cálculo utilizado está registrado na

AR3130, pesou-se 6,6 g de hidróxido de potássio Equação 6:

(KOH) e 1 g de ácido húmico. A solução de KOH foi (A2 ) − (A1 )


preparada a partir da dissolução do reagente pesado
ds = (A4 + A2 ) − (A1 + A3 ) ​(6)
em água destilada, em béquer de 250 mL e depois
em que: ​d​s = densidade dos sólidos [g/cm3], ​A​1 =
transferida para balão volumétrico de 1 L, aferido e
massa do picnômetro [g], ​A​2 = massa do picnômetro +
homogeneizado. A solução de KOH 0.1 M preparada
amostra seca [g], ​A​3 = massa do picnômetro +
foi transferida para um béquer de 1 L, juntamente com
amostra seca + água [g], ​A​4 = massa do picnômetro +
a amostra de ácido húmico pesada anteriormente. Tal
água [g].
solução foi homogeneizada por 48h em agitador
magnético e filtrada em papel de filtro faixa preta Por fim, para se determinar a porcentagem de sólido
(ZOUBOULIS ​et al.,​ 2003). no rejeito, considerando a densidade da água igual a 1
g/mL, realizou-se o cálculo de acordo com Equação 7:

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ds (dp − 1) foram realizadas através de comparações com


(%S) = 100 dp (ds − 1) ​(7)
espectros similares contidos na literatura. ​As amostras

em que: ​(%S) = porcentagem de sólidos [%], ​d​s = foram analisadas sem diluição.

densidade do sólido [g/mL], ​dp​ = densidade aparente


[g/mL]. 4.5 TESTE DE FLOCULAÇÃO

​ a marca Alfakit,
Utilizando o equipamento ​Jar Test, d
4.3.2 DIFRAÇÃO DE RAIO-X modelo 403, alíquotas da lama vermelha foram

Para identificar os minerais presentes no rejeito, uma submetidas à ensaios de floculação, baseados nos

amostra do mesmo foi analisada, por meio do método estudos realizados por Loyaza (2015). Uma pequena

do pó, em um Difratograma de Raio-X (DRX) da adaptação foi realizada no equipamento, substituindo

marca Shimadzu, modelo XRD-7000. Inicialmente, os recipientes de acrílico por béqueres de vidro de 1L.

cerca de 50 mL do rejeito foi filtrado em papel de filtro Inicialmente, com o auxílio de um turbidímetro Hanna,

faixa preta. O resíduo contido no papel de filtro foi modelo HI9314 e de um pHmetro ENGECAL, modelo

submetido à secagem em estufa Quimis, à 70 °C por Kasvi, verificou-se a turbidez e o pH inicial da lama.

24h. Posteriormente, a granulometria da amostra seca Posteriormente, cerca de 500 mL da amostra foi

foi uniformizada em almofariz. adicionada aos béqueres e submetidas a agitação


rápida de 180 RPM durante 3 minutos para
O DRX foi utilizado nas seguintes condições de
homogeneização. Com auxílio de uma proveta, as
operação: radiação de cobre (Cu-Ka, λ = 1,5418 Å); a
soluções de quitosana e ácido húmico foram
40 kV e 30 mA; para a determinação das fases foram
adicionadas às amostras do rejeito, seguido de
realizadas varreduras com velocidade angular de
agitação lenta de 20 RPM por 3 minutos para
0,02º por segundo e intervalo de medida de ângulos
formação dos flocos. Após 40 minutos de
de Bragg (2θ) entre 5º e 80º .​ O espectro foi gerado no sedimentação, mediu-se novamente a turbidez e o pH
software Origin e as interpretações qualitativas do do sobrenadante (clarificado) das amostras. O mesmo
mesmo foram realizadas por comparações com procedimento foi realizado utilizando a solução de
padrões e com espectros similares contidos na ácido húmico diluída, com a concentração de 25 ppm.
literatura. A título de comparação, utilizou-se uma amostra do
rejeito como de referência, submetido aos mesmos
4.4 CARACTERIZAÇÃO DOS POLÍMEROS (QUITOSANA parâmetros de avaliação, porém sem o uso dos

E ÁCIDO HÚMICO) floculantes naturais.

Para determinar os grupos funcionais presentes nos


polímeros foi utilizado um Infravermelho (FTIR) 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Shimadzu, modelo IR-prestige 21, equipado com
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA LAMA VERMELHA
acessório ATR, cristal de KRs-5 (TlBr-TlI) no intervalo
de 4000 a 500 cm​-1​, com resolução de 4 cm​-1 e 64 5.1.1 DETERMINAÇÃO DA % DE SÓLIDOS
varreduras. ​Os espectros foram gerados no software
A determinação da porcentagem de sólidos é muito
Origin e as interpretações qualitativas do mesmo
usado na mineração para estimar a quantidade de

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sólidos em polpas e rejeitos, além de outras


propriedades. Para tal caracterização, primeiramente
Assim, foram determinados os dados necessários, em
calculou-se a densidade da lama vermelha, através da
triplicata. Através dos valores obtidos, estimou-se a
fórmula de densidade da polpa. As pesagens e os
média e o desvio padrão, obtendo-se a densidade do
cálculos foram realizados em triplicata, seguido da
sólido presente na lama vermelha de 2,40 g/cm³ ​±
estimativa da média e do desvio padrão. Dessa forma,
0,01.
obteve-se a densidade da lama vermelha igual a 1,07
g/mL ​± 0,01. Tais resultados estão descritos na Tabela Em posse dos valores necessários para se determinar
2. a porcentagem de sólidos, o mesmo foi calculado em
triplicata, seguido da média e desvio padrão. Com
Tabela 2 - Resultados obtidos para determinação da
isso, obteve-se 10,54 % de sólidos ​± 1,13. Os
Densidade da Lama Vermelha
resultados ​citados estão dispostos na Tabela 4.

Amostra m​​p​ (g) v​​p​ (v) d​​p​ (g/mL) Tabela 4 - Resultados obtidos para determinação da
Porcentagem de Sólidos
1 52,838 50 1,0568

2 53,611 50 1,0722
Amostra d​​p​ (g/mL) d​​s​ (g/cm​3​​ ​) %S (%)
3 53,493 50 1,0699
1 1,0568 2,3916 9,2308

Média 1,0663 2 1,0722 2,4097 11,1620

σ ± 0,008 3 1,0699 2,3899 11,2280

Média 10,540
Além da densidade da lama vermelha, também foi
σ ± 1,1340
necessário calcular a densidade de sólidos presente
no rejeito. ​Todos os resultados mencionados estão
descritos na Tabela 3. 5.1.2 DIFRAÇÃO DE RAIO-X
Tabela 3 - Resultados obtidos para determinação da Após leitura da amostra do rejeito de lama vermelha
Densidade do Sólido no DRX, foi gerado um espectro para identificar os
minerais presentes na lama. Conforme registrado na
Amostra A​​1​​ (g) A​​2​​ (g) A​​3​​ (g) A​​4​​ (g) d​​s​​ (g/cm​3​​ ​) Figura 5, ​observa-se uma proporção relevante de

1 21,218 22,299 73,045 72,416 2,3916 gibbsita, mas não contém caulinita. Minerais
carreadores de ferro e de titânio estão presentes,
2 21,160 22,307 73,068 72,397 2,4097
como goethita, hematita e anatásio. Sodalita é o
3 21,802 22,914 73,808 73,177 2,3899 (LOYOLA, 2015).

Média 2,3970 Figura 5 - Espectro de DRX da Lama Vermelha

σ ± 0,0110

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estiramento do grupo carbonila (C-O) ​(SILVA ​et al​.,


2010; LOYOLA, 2015)​.

Já na leitura da solução de ácido húmico, gerou-se um


espectro de absorção, registrado na Figura 7.

Figura 7 - Espectro de Infravermelho do Ácido Húmico

5.3 CARACTERIZAÇÃO DOS POLÍMEROS (QUITOSANA


E ÁCIDO HÚMICO)

A partir da leitura da solução de quitosana no FTIR,


gerou-se um espectro de absorção de infravermelho,
Verificou-se um pico na região de 3384 cm​-1​,
que está demonstrado na Figura 6.
característico de grupos hidroxila (O-H). A região de
Figura 6 - Espectro de Infravermelho da Quitosana 1635 cm​-1 apresenta estiramentos de grupos
aromáticos (C=C). Os picos nas regiões de 1626 cm​-1
e 1390 cm​-1 são atribuídas a presença de grupos
carboxílicos (COOH) (LOYOLA, 2015).

5.3 TESTE DE FLOCULAÇÃO

Para realizar os testes de floculação foram


considerados os seguintes parâmetros: volume de
quitosana e ácido húmico utilizados, tempo de
agitação lenta, turbidez e pH do sobrenadante após a
sedimentação. Antes de se iniciar o teste,
determinou-se a turbidez e pH inicial da lama
Identificou-se um pico na região de 3380 cm​-1
vermelha. Visualmente, a amostra apresentava
característico dos estiramentos de grupos hidroxila
aparência muito turva, atribuída pela quantidade de
(O-H). As regiões de 1653 cm​-1 e de 1559 cm​-1 ​são
sólidos em suspensão na mesma, obtendo-se um
atribuídas a bandas vibracionais de amidas (N-H)
valor de turbidez de 612 NTU. Já o pH alcançou o
primárias e secundárias, respectivamente. A região de
valor de 12,04, valor esperado diante do processo de
1420 cm​-1 é característico de grupos metila CH​3​. Na
digestão cáustica que a amostra foi submetida.
região 1079 cm​-1 se refere a uma vibração de
Utilizando ácido húmico sem diluição, em

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concentração de 1000 ppm, os primeiros testes foram


realizados, seguindo os parâmetros já citados. Os
resultados obtidos no primeiro teste de floculação
estão descritos na Tabela 4.

Tabela 4 - Parâmetros utilizados e resultados obtidos no Teste de Floculação (Ácido Húmico 1000 ppm)

Quitosana Ácido Tempo de Turbidez


Amostra pH
(mL) Húmico (mL) Agitação (min) (NTU)

1 10 4 3 62,8 12,04

2 20 8 3 72,4 12,04

3 30 12 3 80,3 12,04

4 40 16 3 85,4 12,04

Observa-se que, a medida em que se aumenta o Essa alta turbidez se deve à cor da solução de ácido
volume de ácido húmico utilizado, a turbidez do húmico, que possui um tom marrom escuro. Já o pH
sobrenadante também aumenta, após o período de se manteve constante pois, a mesma solução de
sedimentação. Essa turbidez pode ser visualizada na ácido húmico, possui um pH de 12,6 e de quitosana
Figura 8, onde está registrado as amostras 2, 3 e 4. apresenta pH de 2,45.

Figura 8 - Amostras 2, 3 e 4 de Lama Vermelha no Diante desses resultados, realizou-se outros testes,
primeiro teste de floculação no ​Jar Test utilizando o ácido húmico diluído, com a
concentração de 25 ppm. Foram avaliados os
mesmos parâmetros utilizados no primeiro teste.
Estes, estão descritos na Tabela 5, juntamente com
os resultados obtidos no segundo teste.

Tabela 5 - Parâmetros utilizados e resultados obtidos no Teste de Floculação Ácido Húmico 25 ppm)

Quitosana Ácido Tempo de Turbidez


Amostra pH
(mL) Húmico (mL) Agitação (min) (NTU)

1 10 4 3 34,9 11,08

2 15 6 3 46,1 11,08

3 5 2 3 5,5 11,08

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4 3 1 3 51,6 11,08

Ao analisar os resultados obtidos no segundo teste,


observou-se que a amostra 3 apresentou o melhor
valor de turbidez, de 5,5 NTU. Considerando que a
turbidez máxima que um efluentes deve apresentar é
de 40 NTU, segundo a legislação ambiental CONAMA
357/2005, a amostra 1 também se enquadra na
turbidez requerida, apresentando um valor de 34,9
NTU. Ao que diz respeito ao pH, o mesmo não
apresentou grande alteração. Como se manteve a
proporção da adição dos polímeros no rejeito, não
Além da turbidez, segundo o CONAMA 357/2005, o
houve modificação no pH comparando-se todas as
efluente deve possuir pH entre 6 e 9 para ser
amostras. Os pHs das soluções dos polímeros, 2,15
descartado no ambiente. Porém, como citado por
da quitosana e 11,22 do ácido húmico, contribuíram
Loyaza (2015), mesmo em pH básico (​≅ 12), ​os
para o pH final de 11,08 do sobrenadante do rejeito.
valores de turbidez do sobrenadante abaixo do limite
Todos os testes de floculação também foram exigido pela legislação ambiental permitem que o
acompanhados por uma amostra de lama vermelha mesmo seja reutilizado no beneficiamento do minério,
que foi submetido aos mesmos tempo de agitação reduzindo a captação e utilização de águas limpas do
rápida, tempo de agitação lenta e tempo de ambiente.
sedimentação, mas sem a adição dos polímeros, a
título de comparação. Neste, o sobrenadante
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
apresentou uma turbidez de 70,6 NTU e pH de 12,04.
Na Figura 9, está registrado, a amostra sem a adição Neste artigo foi apresentado uma avaliação do uso
dos polímeros (a) e a amostra 3 (b) que apresentou o dos polímeros naturais quitosana e ácido húmico para
melhor valor de turbidez. a floculação dos sólidos contidos na lama vermelha. A
utilização dessas substâncias no processo de
Figura 9 - Rejeito sem adição dos polímeros (a) e
floculação visa a recuperar a água utilizada no
rejeito com a adição dos polímeros (b)
processo de beneficiamento, possibilitando seu reuso
para o mesmo fim.

De acordo com resultados obtidos, considera-se eficaz


a utilização dos polímeros naturais quitosana e ácido
húmico na floculação da lama vermelha e tal método é
promissor para reaproveitar o sobrenadante desse
processo nas plantas de beneficiamento de bauxita,
uma vez que a turbidez da solução clarificada

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apresentou valor em conformidade com o exigido pela Por fim, é interessante estudar uma destinação
legislação ambiental. apropriada para os sólidos floculados adensados no
processo de sedimentação.
Com o intuito de complementar e reforçar a eficácia
desta técnica, recomenda-se testar outras dosagens AGRADECIMENTOS
dos polímeros, tempos de agitação e pesquisar formas
Agradeço primeiramente a Deus, por me abençoar do
de se adequar o pH do sobrenadante conforme a
início ao fim dessa caminhada. Aos meus pais Valdir e
norma vigente.
Danizet, por serem minha base, pelo amor, apoio e
Propõe-se também realizar estudos futuros para se pelos sacrifícios que fizeram por mim. A minha
determinar demais propriedades dos polímeros irmãzinha Bianca, pelo amparo e carinho. Ao meu
quitosana, ácido húmico e da lama vermelha. Com namorado Marcos, pelo amor, afeto, incentivo, ajuda e
isso, será possível compreender como tais companheirismo. Sou grata também às minhas
características afetam na interação no processo de amigas Nay e Carol, que me ajudaram das mais
coagulação e floculação, bem como avaliar variadas formas.
detalhadamente tais fenômenos. Além disso, faz-se
necessário análises qualitativas e quantitativas do
sobrenadante, como uma análise por ICP, para
determinação dos elementos químicos presente no
mesmo.

_______________________________________________________________________________________​​_________

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