Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
04822018 1737
ARTIGO ARTICLE
Federadas durante os 30 anos do Sistema Único de Saúde
Changes in health and disease in Brazil and its States in the 30 years
since the Unified Healthcare System (SUS) was created
Abstract The Unified Healthcare System (SUS) Resumo O Sistema Único de Saúde (SUS) foi
was created to ensure the population’s right to criado para garantir cuidados de saúde universais,
universal, free and comprehensive healthcare. gratuitos e abrangentes para a população. O estu-
This study compares the health indicators mea- do atual visa comparar indicadores de saúde em
sured in 1990 to those measured in 2015 in Brazil 1990 e 2015, para Brasil e Unidades Federadas,
and its states. The goal is to contribute to under- contribuindo assim na compreensão do papel do
standing the role SUS played in changing the na- SUS na mudança do perfil sanitário do país. Nas
tion’s health profile. Analyses use estimates in the análises foram utilizadas estimativas do estudo
Global Burden of Disease (GBD) study for Brazil Carga Global de Doença (GBD) para o Brasil e es-
and its states, and compares 1990 and 2015. The tados, comparando 1990 e 2015. Como principais
main results are increased life expectancy, as well resultados ocorreu queda acentuada da mortalida-
as an increase in the population’s longevity mea- de por doenças transmissíveis, da morbimortalida-
sured in health-adjusted life expectancy. These in de materno-infantil e causas evitáveis de morte,
turn are due to a sharp decline in mortality due e o consequente aumento da expectativa de vida
to transmissible diseases, in maternal and infant saudável da população. As Doenças Crônicas Não
morbi-mortality, and avoidable causes of death. Transmissíveis (DCNT) lideram como principal
NTCDs are the leading cause of death, followed causa de morte, seguidas das violências. A dieta
1
Instituto de Medicina by violence. Poor diet is the leading risk factor, fol- inadequada lidera entre os fatores de risco, seguida
Social, Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. lowed by metabolic issues. Tobacco use decreased de fatores metabólicos; também ocorreu queda do
R. São Francisco Xavier over the period, as did infant malnutrition. In the consumo do tabaco, enquanto o maior destaque
524/1006 A, Maracanã. thirty years since the SUS was created, health in- foi a expressiva redução da desnutrição infantil no
20550-900 Rio de Janeiro
RJ Brasil. fatima.marinho@ dicators in this country have improved, and ma- período. Conclui-se que no curso dos trinta anos
saude.gov.br jor progress has been made to reduce inequality da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS)
2
Escola de Enfermagem, across the country’s regions. houve melhorias nos indicadores de saúde e um
Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG). Belo Key words Healthcare policies, Child mortality, significativo avanço na redução das desigualdades
Horizonte MG Brasil. Unified Healthcare System, Non-Transmissible, em saúde entre as regiões brasileiras.
3
Faculdade de Medicina, Chronic Diseases (NTCDs), Violence Palavras-chave Politicas de saúde, Mortalidade
UFMG. Belo Horizonte MG
Brasil. infantil, Sistema Único de Saúde, Doenças crôni-
4
Instituto de Saúde cas não transmissíveis, Violências
Coletiva, Universidade
Federal da Bahia. Salvador
BA Brasil.
1738
Souza MFM et al.
Tabela 1. Taxa de mortalidade para menores de 5 anos por 1.000 nascidos vivos. Brasil e Unidades Federadas,
1990 e 2015.
1990 2015
Estados Mudança percentual
n Taxa/1000 n Taxa/1000
Acre 993 67,7 482 27,0 -60,1
Alagoas 8409 114,1 1104 18,5 -83,8
Amapá 411 38,0 350 21,4 -43,8
Amazonas 3581 54,0 146 17,5 -67,6
Bahia 2405 75,2 5449 23,0 -69,4
Ceará 17627 95,5 3068 21,8 -77,2
Distrito Federal 1057 26,3 606 14,5 -44,7
Espírito Santo 2551 39,8 816 14,8 -62,8
Goiás 3332 34,9 1556 16,5 -52,7
Maranhão 14222 86,3 3434 24,2 -71,9
Mato Grosso 2307 41,8 734 13,8 -67,1
Mato Grosso do Sul 1497 32,1 639 15,0 -53,3
Minas Gerais 15146 40,9 4271 15,3 -62,7
Pará 10323 63,1 2941 18,4 -70,9
Paraíba 5875 68,9 1069 16,6 -75,9
Paraná 6529 32,1 2105 13,8 -56,9
Pernambuco 16797 88,2 3065 20,7 -76,5
Piauí 4726 64,0 1197 23,0 -64,1
Rio de Janeiro 9655 37,9 2995 14,4 -62,0
Rio Grande do Norte 4907 74,3 790 14,9 -80,0
Rio Grande do Sul 458 23,2 1658 12,0 -48,3
Rondônia 1573 48,5 428 14,8 -69,5
Roraima 351 58,2 265 25,0 -56,9
Santa Catarina 3639 33,6 1392 15,9 -52,8
São Paulo 2276 33,1 8055 13,7 -58,5
Sergipe 3027 70,1 748 20,8 -70,4
Tocantins 1583 59,2 550 20,3 -65,8
Brasil 191505 52,5 51226 17,0 -67,7
Fonte: França et al.23.
to, mantendo-se dentro do II em taxas. As violên- meiro lugar no ranking tanto em 1990, quanto
cias e acidentes foram responsáveis por cerca de em 2015, seguida da doença cerebrovascular, Al-
168 mil mortes em 2015, embora com redução de zheimer passou de 5º para 6º lugar. Em 2015, as
taxas em 22,8% no período, ocorreu redução nas infecções respiratórias de vias aéreas inferiores
taxas de mortalidade por acidentes de transporte passaram de 3º lugar, Doença Pulmonar Obs-
em 30,9%, redução de acidentes não intencionais trutiva Cronica (DPOC) caiu de 3º para 4º lugar,
33,2%, manutenção das taxas de violência inter- diabetes passou de 7º para 5º lugar, a violência
pessoal. As doenças transmissíveis, infantis, ma- interpessoal cresceu de 9º para 7º lugar. Em 2015
ternas e nutricionais resultaram em cerca de 159 os acidentes de trânsito ocuparam o 8º, as doen-
mil mortes em 2015, redução de 31% dos óbitos ças renais crônicas o 9º, seguidas do câncer de
comparados com 1990 e em taxas, uma diminui- pulmão em 10º. Destaca-se a importante queda
ção de 47,1%. Destaque para a redução da taxa de das diarreias de 8º lugar em 1990 para 36º lugar
mortalidade por diarreia em 86,8%, meningite em 2015, bem com a desnutrição caindo de 19º
em 70,7% e doenças imunopreviníveis. As causas para 30º, as complicações neonatais do parto
maternas caíram em 56%, as neonatais em 56,7% prematuro caindo de 10º para 27º lugar .
e as nutricionais em 50,2% (Tabela 3). A mudança dos principais FRs entre 1990 e
A Figura 1 compara as principais causas de 2015, para todas as causas de DALYs, segundo
mortalidade em 1990 e 2015. As taxas por Doen- sexo, é apresentada na Figura 2. Em 1990, a dieta
ça isquêmica do coração mantiveram-se em pri- inadequada, o tabagismo, a pressão arterial sis-
1741
Tabela 2. Comparação da Taxa de Mortalidade Padronizada (por 100 000, Expectativa de vida ao nascimento (anos),
Expectativa de vida saudável (anos), segundo UF, 1990 e 2015.
Taxa de Mortalidade Padronizada Expectativa de vida ao HALE Expectativa de vida
UF (por 100 000) nascimento (anos) saudável (anos)
1990 2015 1990 2015 1990 2015
Sudeste
Espírito 1062,5 763,7 68,9 74,6 60,5 65,1
Santo (1003,3 - 1129,3) (677,1 - 853,8) (68 - 69,8) (73,2 - 76,1) (57,8 - 63) (62,1 - 67,9)
Minas 1107,5 758,8 68,5 74,9 60,1 65,5
Gerais (1049,9 - 1168,3) (682,4 - 841,7) (67,7 - 69,3) (73,6 - 76,2) (57,7 - 62,4) (62,5 - 68,3)
Rio de 1205,5 798,1 66,6 74,2 58,6 64,9
Janeiro (1158,4 - 1252,4) (729,7 - 869,9) (66 - 67,3) (73,1 - 75,3) (56,4 - 60,8) (62,1 - 67,4)
São Paulo 1082,5 711,9 69 76,1 59,9 65,7
(1040,4 - 1124,7) (640,7 - 780) (68,5 - 69,6) (74,9 - 77,2) (57,4 - 62,3) (62,6 - 68,5)
Sul
Paraná 1125 805,8 69,2 74,3 60,7 64,7
(1067,7 - 1184) (721,5 - 902,4) (68,5 - 69,9) (72,9 - 75,6) (58,1 - 62,9) (61,8 - 67,3)
Rio Grande 1063,7 756,8 70,1 75,2 61,6 65,6
do Sul (1001,3 - 1126,1) (661,7 - 860,7) (69,4 - 70,9) (73,7 - 76,7) (59 - 63,8) (62,7 - 68,4)
Santa 1087,3 735,1 69,6 75,6 61,3 66,1
Catarina (1024,8 - 1151,5) (650,9 - 826,4) (68,8 - 70,4) (74,1 - 77) (58,9 - 63,5) (63 - 68,9)
Brasil 1.102,2 786,2 67,9 74,4 59,4 64,8
(1.085,9-1.118,6) (761,2-810,3) (67,5-68,2) (73,9-74,9) (56,9-61,7) (62,1-67,3)
Fonte: Estudo Carga Global de Doenças.
em que o SUS emerge e se estabelece como es- observadas e em especial para minorar algumas
tratégia definitiva para prover a sociedade brasi- das desigualdades existentes.
leira com um sistema de saúde adequado às suas O estudo GBD inova ao registrar o perfil da
necessidades. Ao lado dos avanços econômicos e carga de saúde-doença do país utilizando esti-
sociais existem evidências de que o SUS tem uma mativas corrigidas, empregando novas métricas,
parcela de contribuição para as mudanças aqui como DALYs e esperança de vida saudável, que
1744
Souza MFM et al.
Tabela 3. Número de mortes e taxas padronizadas por idade para as causa s de morte selecionadas, ambos sexos. Brasil 1990, 2015.
Numero de mortes Taxa padronizada de mortes (por 100,000)
Causas de
% mudança % mudança
morte 1990 2015 1990 2015
1990-2015 1990-2015
B - Doenças não 542.832 1.029.499 89,7 818,6 611,3 -25,3
transmissíveis (532.149-554.906) (992.362-1.068.244) (82,4-97,2) (803,9-834,7) (589,8-633,9) (-28--22,6)
B.1 - Neoplasias 105.275 236.345 124,5 142,7 133,5 -6,5
(102.761-109.195) (226.265-248.290) (115,4-134,9) (139,2-149,1) (127,9-140,4) (-10,1--2,3)
B.2 - Doenças 267.634 424.058 58,2 429,5 256 -40,5
cardiovasculares (262.150-273.226) (407.250-444.686) (51,7-66,3) (421,1-438,1) (246,3-268,3) (-42,9--37,5)
B.3 - Doenças 41.272 79.651 92,8 69,9 49,7 -28,9
respiratórias (40.138-42.445) (76.015-83.698) (83,3-103,1) (67,8-71,9) (47,3-52,3) (-32,6--25,1)
crônicas
B.4 - Cirrose e 22.783 36.607 60,5 25,7 18,9 -26,7
outras doenças (21.290-23.771) (34.172-39.284) (50-72,7) (24,1-26,9) (17,6-20,3) (-31,2--21,3)
hepáticas
crônicas
B.5 - Doenças 17.711 33.267 88,9 25,3 19,5 -22,4
digestivas (16.770-18.591) (28.455-35.152) (62,3-99,3) (24,1-26,5) (16,6-20,7) (-33,6--18,2)
B.6 - Distúrbios 19.714 63.396 221,4 43,2 42,2 -2,5
neurológicos (16.924-22.399) (53.548-73.278) (205,7-237,5) (36-50,3) (35,3-49,1) (-6-1,4)
B.7 - Distúrbios 5.079 11.037 117,7 4,6 5,3 14,4
mentais e de uso (4.837-5.385) (10.308-11.828) (100,2-133,5) (4,4-4,9) (4,9-5,6) (5,4-22,5)
de substância
B.8 - Diabetes, 45.922 124.066 170,8 65,9 73,9 12,6
urogenital, (44.606-48.180) (117.671-130.022) (155,6-182,7) (63,9-69,2) (70-77,4) (6,2-17,3)
sangue e
doenças
endócrinas
B.9 - Distúrbios 1.454 3.553 142,4 1,6 1,9 19
musculo- (1.264-1.544) (3.277-4.182) (125,6-180) (1,4-1,7) (1,8-2,3) (10,5-38,9)
esqueléticos
B.10 - Outras 15.988 17.519 17,3 10 10,4 7,3
doenças não (13.668-22.657) (13.174-19.780) (-36,9-37,6) (8,7-13,8) (7,8-11,8) (-39,1-29,1)
transmissíveis
C - Lesões 134.931 168.018 24,5 105,1 81,2 -22,8
(131.104-138.852) (159.904-177.046) (18,4-31,2) (101,7-108,1) (77,4-85,4) (-26,5--18,6)
C.1 - Lesões de 48.618 54.601 11,8 37,3 25,9 -30,9
transporte (46.835-50.494) (51.381-60.111) (5,5-27,2) (36-38,6) (24,4-28,4) (-34,9--21,3)
C.3 - Auto- 51.048 75.273 48,2 36,4 34,3 -5,1
agressão e (48.599-55.573) (69.169-80.229) (30-57,5) (34,8-39,8) (31,7-36,6) (-16,9-0,8)
violência
interpessoal
C2 - Acidentes 34.975 38.144 8,8 31,2 20,9 -33,2
(32.391-36.301) (35.781-40.384) (3,1-17,3) (28,3-32,5) (19,6-22,2) (-36,8--27)
C.4 - Forças da 290 NA -100 0,2 NA -100
natureza guerra (85-648) (NA-NA) (-100--100) (0,1-0,5) (NA-NA) (-100--100)
e intervenção
legal
Fonte: Estudo Carga Global de Doenças.
1745
Figura 1. Taxas de mortalidade padronizada (100.000 óbitos) das principais causas de morte, level 3, GBD 2015.
Brasil, 1990 e 2015.
Fonte: Estudo Carga Global de Doenças. https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/
agregam novas informações sobre a saúde da po- de uma população em uma determinada idade27.
pulação e acrescentam novos olhares para gesto- Este indicador inclui a dimensão da qualidade de
res e profissionais de saúde24. vida3, desde quando uma vida longa pode não se
De 1990 a 2015, a taxa de mortalidade geral traduzir em uma vida saudável27.
do Brasil caiu, enquanto a expectativa de vida ao Szwarcwald et al.27, analisando dados da Pes-
nascimento aumentou. O aumento observado na quisa Nacional de Saúde, encontraram expressi-
expectativa de vida ao nascer resulta de políticas vas diferenças de EVS segundo a Unidade da Fe-
socioeconômicas de distribuição de renda, pro- deração, chegando a ser até sete anos maior em
gramas como bolsa família, o aumento de empre- um estado do que em outro, além de diferenças
gos na última década, e outras políticas que redu- de três e quatro anos segundo o nível socioeco-
ziram a desigualdade no país15, além dos avanços nômico. O estudo atual encontrou importante
na cobertura e acesso aos serviços de saúde25, a aumento da EVS em 2015, comparada com 1990,
rápida mudança na estrutura etária26. O aumento além de destacar diferenças segundo a UF. O Dis-
da expectativa de vida no Brasil, foi maior do que trito Federal, seguido de Santa Catarina, apresen-
em outros países latino-americanos (LA) como taram maiores EVS, embora dentro do II.
Argentina, Chile, Colômbia e México17. O estudo aponta um importante declínio da
O envelhecimento bem-sucedido, ou o au- mortalidade na infância em todas as unidades
mento da expectativa de vida saudável (EVS), federativas entre 1990 e 2015, e uma tendência
tem sido um indicador muito utilizado para ava- a maior homogeneização das taxas, reduzindo
liar a qualidade de vida27. A EVS estima o número os diferenciais de mortalidade entre os estados.
esperado de “anos saudáveis” para os indivíduos A redução da mortalidade foi mais expressiva
1746
Souza MFM et al.
A)
1990 2015
1 - Dieta inadequada 1 - Dieta inadequada
2 - Tabagismo 2 - Pressão sistólica elevada
3 - Pressão sistólica elevada 3 - Uso de álcool e drogas
4 - Desnutrição materno-infantil 4 - Tabagismo
5 - Uso de álcool e drogas 5 - Índice de massa corporal elevado
6 - Poluição do ar 6 - Glicemia de jejum elevada
7 - Glicemia de jejum elevada 7 - Colesterol total elevado
8 - Índice de massa corporal elevado 8 - Riscos ocupacionais
9 - Colesterol total elevado 9 - Taxa de filtração glomerular baixa
10 - Água, esgoto e lavagem de mãos inseguros 10 - Poluição do ar
11 - Riscos ocupacionais 11 - Desnutrição materno-infantil
12 - Taxa de filtração glomerular baixa 12 - Atividade física insuficiente
13 - Atividade física insuficiente 13 - Sexo inseguro
14 - Sexo inseguro 14 - Água, esgoto e lavagem de mãos inseguros
15 - Outros riscos ambientais 15 - Densidade mineral óssea baixa
16 - Densidade mineral óssea baixa 16 - Outros riscos ambientais
17 - Abuso sexual e violência 17 - Abuso sexual e violência
B)
A) 1990 B) 2015
1 - Dieta inadequada 1 - Dieta inadequada
2 - Desnutrição materno-infantil 2 - Pressão sistólica elevada
3 - Pressão sistólica elevada 3 - Índice de massa corporal elevado
4 - Tabagismo 4 - Glicemia de jejum elevada
5 - Índice de massa corporal elevado 5 - Tabagismo
6 - Glicemia de jejum elevada 6 - Desnutrição materno-infantil
7 - Água, esgoto e lavagem de mãos inseguros 7 - Colesterol total elevado
8 - Poluição do ar 8 - Taxa de filtração glomerular baixa
9 - Colesterol total elevado 9 - Atividade física insuficiente
10 - Taxa de filtração glomerular baixa 10 - Riscos ocupacionais
11 - Atividade física insuficiente 11 - Poluição do ar
12 - Sexo inseguro 12 - Sexo inseguro
13 - Riscos ocupacionais 13 - Uso de álcool e drogas
14 - Uso de álcool e drogas 14 - Água, esgoto e lavagem de mãos inseguros
15 - Abuso sexual e violência 15 - Abuso sexual e violência
16 - Outros riscos ambientais 16 - Densidade mineral óssea baixa
17 - Densidade mineral óssea baixa 17 - Outros riscos ambientais
Figura 2. 17 principais fatores de risco, do nível 2, para todas as causas de DALYS, para (A) homens e (B)
mulheres, em 1990 e 2015. GBD Brasil, 2015.
nos estados da região Nordeste23,28. O Relatório do Sistema Único de Saúde (SUS), como a inter-
da Organização das Nações Unidas (ONU)29 de venção assistencial no pré-natal, no parto, no pri-
2013 destacou o declínio da mortalidade infantil meiro ano de vida. A Estratégia Saúde da Família
no Brasil, em particular as ações intersetoriais e apresentou impacto positivo na redução da mor-
1747
Colaboradores
1. Escorel S. O Programa de Saúde da Família e a cons- 15. Barreto ML, Teixeira MG, Bastos FI, Ximenes RAA,
trução de um novo modelo para a atenção básica no Barata RA, Rodrigues LC, Successes and failures in
Brasil. Rev Panam Salud Publica 2007; 21(2-3):164-176. the control of infectious diseases in Brazil: social and
2. Paim JS. The Citizen Constitution and the 25th anni- environmental context, policies, interventions, and re-
versary of the Brazilian Unified National Health System search needs. Lancet 2011; 377(9780):1877-1889.
(SUS). Cad Saude Publica 2013; 29(10):1927-1936. 16. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prev-
3. Malta DC, Santos MAS, Stopa SR, Vieira JEB, Melo EA, alence Collaborators. Global, regional, and national
Reis Ademar AC. A Cobertura da Estratégia de Saúde incidence, prevalence, and years lived with disability
da Família (ESF) no Brasil, segundo a Pesquisa Nacio- for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic
nal de Saúde, 2013. Cien Saude Colet 2016; 21(2):327- analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.
338. Lancet 2016; 388(10053):1545-1602.
4. Victora C, Aquino EML, Leal MC, Monteiro VA, Barros 17. GBD 2015 DALYs and HALE Collaborators. Global,
FC, Szwarcwald CL. Maternal and child health in Brazil: regional, and national disability-adjusted life-years
progress and challenges. Lancet 2011; 377(9780):1863- (DALYs) for 315 diseases and injuries and healthy life
1876. expectancy (HALE), 1990-2015: a systematic analysis
5. Brasil. Portaria no 3.916, de 10 de novembro de 1998. for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet
Diário Oficial da União 1990; 10 nov. 2016; 388(10053):1603-1658.
6. Malta DC, Morais Neto OL, Silva Junior JB. Apresenta- 18. GBD 2015 Risk Factors Collaborators. Global, region-
ção do plano de ações estratégicas para o enfrentamen- al, and national comparative risk assessment of 79 be-
to das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, havioural, environmental and occupational, and meta-
2011 a 2022. Epidemiol. Serv. Saúde 2011; 20(4):425- bolic risks or clusters of risks, 1990-2015: a systematic
438. analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.
7. Malta DC, Oliveira TP, Andrade SSCA, Silva MMA, Lancet 2016; 388(10053):1659-1724.
Santos MAS. Avanços do Plano de Ações Estratégi- 19. GBD 2015 Mortality and Causes of Death Collabo-
cas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não rators. Global, regional, and national life expectancy,
Transmissíveis no Brasil, 2011-2015. Epidemiol Serv all-cause mortality, and cause-specific mortality for
Saúde 2016; 25(2):373-390. 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis
8. Carneiro-Proiettti AB, Sabino EC, Sampaio D, Proietti for the Global Burden Disease Study 2015. Lancet 2016;
FA, Gonçalez TT, Oliveira CD, Ferreira JE, Liu J, Custer 388(10053):1459-1544.
B, Schreiber GB, Murphy EL, Busch MP. Demograph- 20. Estudo de carga global de doença 2015: resumo dos
ic profile of blood donors in Brazil: Results from the métodos utilizados. Rev. bras. epidemiol. 2017; 20(Supl.
International REDS II Study, 2007-2008. Transfusion 1):4-20.
2010; 50(4):918-925. 21. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Sistema de Informa-
9. Galvão J. Access to antiretroviral drugs in Brazil. Lancet ções sobre Mortalidade (SIM) – 2014. Brasília: MS; 2015.
2002; 360(9348):1862-1865. 22. Malta DC, Felisbino-Mendes MS, Machado ÍE, Passos
10. Brasil. Portaria n.º 2.446, de 11 de novembro de 2014. VMA, Abreu DMX, Ishitani LH, Velásquez-Meléndez
Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde G, Carneiro M, Mooney M, Naghavi M. Fatores de ris-
(PNPS). Diário Oficial da União 2014; 12 nov. co relacionados à carga global de doença do Brasil e
11. Giovino GA, Mirza SA, Samet JM, Gupta PC, Jarvis MJ, Unidades Federadas, 2015. Rev. bras. epidemiol. 2017;
Bhala N, Peto R, Zatonski W, Hsia J, Morton J, Palipudi 20(Supl. 1):217-232.
KM, Asma S; GATS Collaborative Group. Represen- 23. França EB, Lansky S, Rego MAS, Malta DC, França JS,
tative cross-sectional household surveys. Lancet 2012; Teixeira R, Porto P, Almeida MF, Souza MFM, Szwar-
380(9842):668-679. cwald CL, Mooney M, Naghavi M, Vasconcelos AMN.
12. Malta DC, Vieira ML, Szwarcwald CL, Caixeta R, Brito Principais causas da mortalidade na infância no Brasil,
SMF, Reis AAC. Tendência de fumantes na população em 1990 e 2015: estimativas do estudo de Carga Global
Brasileira segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de de Doença. Rev. bras. epidemiol. 2017; 20(Supl. 1):46-
Domicílios 2008 e a Pesquisa Nacional de Saúde 2013. 60.
Rev Bras Epidemiol 2015; 18(Supl. 2):45-56. 24. Souza MFM, Barboza FE, Cavalcante A. Carga da doen-
13. Barreto SM, Pinheiro ARO, Sichieri R, Monteiro CA, ça e análise da situação de saúde: resultados da rede de
Batista Filho M, Schimidt MI, Lotufo P, Assis AM, Gui- trabalho do Global Burden of Disease (GBD) Brasil.
marães V, Recine EGIG, Victora CG, Coitinho D, Passos Rev. bras. epidemiol. 2017; 20(Supl. 1):1-3.
VMA. Análise da estratégia global para alimentação, 25. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
atividade física e saúde, da Organização Mundial da Pesquisa Nacional de Saúde 2013: percepção do esta-
Saúde. Epidemiol. Serv. Saúde 2005; 14(1):41-68. do de saúde, estilos de vida e doenças crônicas: Bra-
14. Brasil. Portaria nº 2.657, de 16 de dezembro de 2004. sil, Grandes Regiões e Unidades da Federação [Inter-
Estabelece as atribuições das centrais de regulação mé- net]. Rio de Janeiro: IBGE; 2014. [acessado 2017 Out
dica de urgências e o dimensionamento técnico para a 24]. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/
estruturação e operacionalização das Centrais SAMU- pns2013.pdf
192. Diário Oficial da União 2004; 16 dez.
1750
Souza MFM et al.
26. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). tion plan for the prevention and control of noncom-
Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE; 2015. municable disease 2013-2020. Geneva: WHO; 2013.
27. Szwarcwald CL, Montilla DER, Marques AP, Damacena [acessado 2014 Fev 20]. Disponível em: http://www.
GN, Almeida WS, Malta DC. Desigualdades na espe- who.int/nmh/events/ncd_action_plan/en/
rança de vida saudável por Unidades da Federação. Rev 40. Malta DC, Iser BPM, Sá NNB, Yokota RTC, Moura L,
Saude Publica 2017; 51(Supl. 1):7s. Claro RM, Luz MG, Bernal RI. Trends in tobacco con-
28. Victora CG. Mortalidade por diarreia: o que o mundo sumption from 2006 to 2011 in Brazilian capitals ac-
pode aprender com o Brasil? J Pediatr 2009; 85(1):3-5. cording to the Vigitel survey. Cad Saude Publica 2013;
29. United Nations Children’s Fund. Levels & trends in 29(4):812-822.
child mortality: report 2015 estimates developed by the 41. Malta DC, Morais Neto OL, Silva MMA, Rocha D,
UN Inter-agency Group for Child Mortality Estimation. Castro AM, Reis AAC, Akerman M. Política Nacional
2015. [acessado 2014 Ago 25]. Disponível em: http:// de Promoção da Saúde (PNPS):capítulos de uma ca-
www.childmortality.org/files_v20/download/igme%20 minhada ainda em construção. Cien Saude Colet 2016;
report%202015%20child%20mortality%20final.pdf 21(6):1683-1694.
30. Macinko J, Marinho de Souza MF, Guanais FC, Simões 42. Brasil, 2016. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de
CCS. Going to scale with community-based prima- dezembro de 2016. Altera o Ato das Disposições Cons-
ry care: An analysis of the family health program and titucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime
infant mortality in Brazil, 1999-2004. Soc Science Med Fiscal, e dá outras providências. Diário Oficial da União
2007; 65(10):2070-2080. 2016; 15 dez.
31. Barros FC, Matijasevich A, Requejo JH, Giugliani E, 43. Stuckler D, Basu S. A Economia Desumana: Por-
Maranhao AG, Monteiro CA, Barros AJ, Bustreo F, que Mata A Austeridade. Cad Saude Publica [pe-
Merialdi M, Victora CG. Recent trends in maternal, riódico na Internet]. 2016 Dez [acessado 2017 Dez
newborn, and child health in Brazil: progress toward 01]; 32(11):e00151116. Disponível em: http://www.
Millennium Development Goals 4 and 5. Am J Public scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S-
Health 2010; 100(10):1877-1889. 0102-311X2016001108001
32. Malta DC, França E, Abreu DMX, Perillo RD, Salmen 44. Rasella D, Aquino R, Santos CAT, Paes-Sousa R, Barreto
MC, Teixeira RA, Passos V, Souza MFM, Mooney M, ML. Effect of a conditional cash transfer program on
Naghavi M. Mortalidade por doenças não transmis- childhood mortality: a nationwide analysis of Brazilian
síveis no Brasil, 1990 a 2015, segundo estimativas do municipalities. Lancet 2013; 382(9886):57-64.
estudo de Carga Global de Doenças. Sao Paulo Med J 45. Victora CG, Barreto ML, Leal MC, Monteiro CA, Sc-
2017; 135(3):213-221. midt MI, Paim J, Bastos FI, Almeida C, Bahia L, Travas-
33. Rasella D, Harhay MO, Pamponet ML, Aquino R, Bar- sos C, Reichenheim M, Barros FC and the Lancet
reto ML. Impact of Primary Health Care on Mortality Brazil Series Working Group. Health conditions and
from Heart and Cerebrovascular Diseases in Brazil: a health-policy innovations in Brazil: the way forward.
Nationwide Analysis of Longitudinal Data. BMJ 2014; Lancet 2011; 377 (9782):2042-2053.
349:g4014.
34. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Guia Alimentar para
a População Brasileira. Brasília: MS; 2014.
35. Malta DC , Silva Júnior J.B. Policies to promote physical
activity in Brazil. The Lancet, 2012; 380(9838):195-196.
36. Bonita R, Magnusso R, Bovet P, Zhao D, Mal-
ta DC, McKee M, Beaglehole R, on behalf of The
Lancet NCD Action Group. Contrie Action
Country actions to meet UN commitments on
non-communicable diseases: a stepwise approach
Lancet 2013; (381)575-584
37. Ribeiro AL, Duncan BB, Brant LC, Lotufo PA, Mill JG,
Barreto SM. Cardiovascular Health in Brazil: Trends
and Perspectives. Circulation 2016; 133(4):422-433.
38. Malta DC, Iser BPM, Chueiri PS, Stopa SR, Szwarcwald
CL, Schmidt MI, Duncan BB. Cuidados em saúde entre
portadores de diabetes mellitus autorreferido no Bra- Artigo apresentado em 12/01/2018
sil, Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Rev. bras. epide- Aprovado em 30/01/2018
miol. 2015; 18(Supl. 2):17-32. Versão final apresentada em 27/02/2018
39. World Health Organization (WHO). WHO Global ac-
CC BY Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons