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Jéssica Assunção
May 21 · 4 min read
Por isso, são feitos recortes amostrais da população, e a partir dessa amostra
encontramos nossos resultados de interesse. Por exemplo, o produto no qual estamos
querendo avaliar a duração seja uma lâmpada, a fim de saber se ela atende a um tempo
mínimo esperado de duração, e consequentemente ser aprovada para fabricação.
Assim, nosso objetivo será avaliar o tempo médio de duração de uma lâmpada.
Se tivéssemos estudado toda a população nossa confiança seria total: 100%. Mas qual a
confiança do resultado da amostra?
Esse valor de confiança NÃO está relacionado com a probabilidade de acertarmos esse
resultado. Interpretar o intervalo de confiança como uma probabilidade nos leva a uma
interpretação errada de todo o resultado gerado.
Por exemplo, um intervalo de 95% de confiança não afirma que com 95% de chance o
parâmetro populacional está dentro da faixa de valores encontrada.
No presente caso de uso, a determinação da média de horas de utilização das lâmpadas
investigadas, o intervalo de confiança de 95% pode resultar em uma média de 1000
horas de uso para cada lâmpada. Esse resultado NÃO pode ser utilizado para afirmar
que uma lâmpada tem 95% de probabilidade de queimar ao atingir 1000 horas de uso.
Em outras palavras, não podemos afirmar como muitos leigos raciocinam, que de cada
100 lâmpadas 95 queimarão com 1000 horas de utilização.
Como não estamos acostumados a pensar assim, isso gera dificuldade, então voltemos
ao caso das lâmpadas.
Para melhor entendimento, podemos ainda trazer à mente um exemplo que tem
aparecido diversas vezes no nosso dia: a previsão do número de novos casos de pessoas
infectadas com o Covid-19. O que temos visto são análises matemáticas e estatísticas
trabalhando junto a tomadas de decisões governamentais e médicas para evitar um
caos no sistema de saúde.
Então se realizarmos repetirmos 100 vezes uma pesquisa, onde utilizamos amostras
populacionais que estão sob uma mesma condição de contágio, em 99 dessas pesquisas
o intervalo de confiança conterá o verdadeiro valor previsto para novos números de
casos.
Devido a essa dificuldade de interpretação entre a estatística, é mais fácil para alguém
que está apresentando seus resultados deturpar o significado real do intervalo de
confiança para um maior entendimento das massas. Porém, interpretar como simples
probabilidade não tem sentido estatístico, portanto sem valor para análises. Além
disso, a interpretação errada leva o profissional, a mídia e a população a se
comprometer diante de um resultado sem embasamento científico.
Portanto, como bons profissionais de dados não podemos nunca esquecer o real
significado de um intervalo de confiança.
É somente isso?