Culto No Trono de Satanas - Livro - Traduzido - PDF 2

NO
NO
Realmente importa em que cremos?
Worship at Satans Throne Portuguese Text.indd 1p

Traduzido e Revisado por Renato Soares Balestra
João Ferreira de Almeida Atualizada - versão usada na tradução
Derechos Reservados
Impreso en Estados Unidos
Prohibida la reproducción total o parcial por cualquier medio electrónico o impreso, sin el
permiso escrito de los editores.
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A menos que se indique o contrario, todas as citacoes das Sagradas Escrituras
sao da versao Reina-Valera, revisao de 1960.
Editado por: Miguel Valdivia
Diseno de Capa: Jennifer Arruda
Diseno de texto: Greg Solie • AltamontGraphics.com
BS2825.52.B6418 2011 230’.6732--dc23
Library of Congress Cataloging-in-Publication Data

Bohr, Stephen, 1950-
[Worship at Satan’s throne. Spanish]
Culto no trono de Satanás : Importa realmente o que cremos e como adoramos? / Stephen Bohr.
pages cm
Includes bibliographical references.
ISBN 978-1-933291-94-9 (alk. paper)
1. Bible. N.T. Revelation--Criticism, interpretation, etc. 2. Eschatology--Biblical teaching. 3.
Seventh-Day Adventists--Doctrines. I. Bohr, Stephen, 1950-
Worship at Satan’s throne. Translation of: II. Title. 2011049640

— ÍNDICE —
Prefácio…………………………………………………………………………………………...5
1. Mensagem a Igreja de Filadélfia……………………………………………………………..8
2. Ellen G. White e a Mensagem a Filadélfia………………………………………………….39
3. Acontecimentos Preocupantes na Igreja….……...………………………………………....70
4. O Clamor da Meia Noite e o Alto Clamor…..…..………………………………………...104
5. Um Fundamento Seguro………..…………………………………………………………..134
Epílogo..…………………………………………………………………………………..……142
Apêndices………………………………………………………………………………………147

— PREFÁCIO —
N
ão há na igreja adventista de hoje um assunto que cause tantos conflitos e divisões
como o da forma apropriada de prestar culto a Deus. Semanalmente recebo correios
eletrônicos, cartas e chamadas de membros em todo o mundo que expressam desgosto
e desespero porque suas igrejas locais têm substituido um estilo de culto tradicional por um
contemporâneo. Um sem número de membros se queixam porque já não podem encontrar uma
igreja local onde possam adorar a Deus com reverência e escutar um bom sermão doutrinal.
Muitos daqueles que têm se comunicado comigo se queixam porque, segundo eles, alguns
membros influentes em suas igrejas locais já não querem ouvir sermões doutrinais e/ou
proféticos, nem desejam que se usem os escritos de Ellen G. White quando ocupam o púlpito.
Além disto, dizem que os cultos têm se tornado irreverentes e em alguns casos revoltosos. Não
obstante, muita da discussão sobre este tema gira torno de assuntos periféricos e abunda em
perguntas tais como:
• Por que não á aceitavel usar instrumentos de percussão no culto?

• Por que é incorreto usar música cristã contemporânea?
• O que tem de mal em empregar no culto métodos tais como encenações, pantomimas,
marionetes, palhaços, magos e baile para compartilhar a mensagem do evangelho?
• Por que é indevido usar música de adoracão de cantores cristãos de outras igrejas em vez de
usar os hinos tradicionais que se encontram no Hinário Adventista?
• Acaso não é a letra o que importa e não a música em si?
Muitos dos que me têm escrito advertem que se está realizando uma mudança lenta, porém
segura no estilo de culto da Igreja Adventista; eles não gostam, no entanto não têm sido capazes
de explicar o porque desta mudança. Para a maioria das pessoas o emprego ou a recusa destes
métodos é só um assunto de gosto. Neste livro decidi não focar-me em assuntos periféricos,
antes, pelo contrário tenho proposto ir ao coração do problema que nos angústia, quer dizer, ir a
base teológica de nossas dificuldades presentes, sem rodeios e com franqueza. Alguns que o
lerão exclamarão: “Amém!” e outros clamarão a plenos pulmões: “queimem-no na fogueira!”

Culto no Trono de Satanás
Há uma coisa que quero que fique absolutamente clara desde o princípio. Este livro não deve ser
usado contra a Igreja Adventista do Sétimo Dia por aqueles que creem que esta tem se
apostatado da fé. Eu nasci na Igreja Adventista. Sou adventista de terceira geração, e meu pai foi
pastor por mais de 41 anos. Cursei meus estudos primários, secundários, universitários e de pós
graduação em instituições educativas da igreja adventista. Tenho servido a minha querida igreja
como pastor, professor, evangelista e diretor de jovens por mais de 35 anos. Eu amo esta igreja e
estou disposto a defendê-la com todas as energias que o Senhor me há concedido. Portanto,
havendo dito isto, não creio que seja sinal de deslealdade que ofereça uma crítica construtiva do
que está ocorrendo em minha igreja. A auto análise e a introspecção sempre são positivos, pois
sem eles nunca se corregiriam erros e tão pouco haveria crescimento cristão. Não há nada de mal
que nossa igreja olhe-se no espelho de vez em quando para corrigir o que não anda bem. Tenho
empreendido este projeto com um profundo sentido de amor e lealdade para com minha igreja e
para com a verdade contida na Biblia e no Espírito de Profecía. Em poucas palavras, espero que
este livro estimule uma discussão conscienciosa sobre este tema tão importante. É meu anelo e
oração que minha igreja se apegue a mensagem distintiva que Deus lhe há dado e cumpra
cabalmente a missão para a qual Deus a tem chamado. Anelo que cada adventista possa ler este
livro com mente aberta e coração sincero, e que o Espírito Santo anule qualquer ideia
preconcebida ou obstáculo a fim de que a mensagem se faça ouvir, e mais importante, viver. Fiz
todo o possivel para encontrar as citacões do Espírito de Profecía nos livros publicados em
espanhol, porém quando não as pude encontrar, fiz minha própria tradução. De vez em quando
também tenho tomado a liberdade de fazer minha própria tradução de citacões que já se
encontravam traduzidas, e em algumas ocasiões tenho corrigido palavras e expressões que se
encontram na tradução autorizada. Isto tenho eu feito porque as vezes a tradução autorizada não
reflete em sua plenitude o sentido ou a força da expressão do original. Todas as cursivas ou
negritos nas citacões são minhas e as referências bíblicas são da versão Reina Valera de 1960,
exceto se indicado o contrário.

O leitor se verá tentado a passar por alto as notas ao pé da página, porém te rogo que não o faça,
pois estas contém uma mina de ouro de informacões e seria um erro ignorá-las. O leitor também
se verá tentado a passar por alto os dois primeiros capítulos desta obra por parecer um tanto
complexos. Por favor não o faça, pois estes capítulos contém o fundamento teológico de todo o
livro. Faça todo o possível para estudar e compreender estes capítulos. Finalmente quero que
fique bem claro que este livro foi escrito primordialmente para adventistas do sétimo dia. É
absolutamente necessário ressaltar que todas as demais igrejas e denominacões religiosas têm em
seu seio indivíduos que são verdadeiros discípulos de Cristo. Amam ao Senhor Jesus de coração
e O servem com todas suas forças segundo o conhecimento que têm da Verdade. Porém estas
igrejas, como organizações, têm caido e se têm convertido no que a Biblia chama “Babilônia” ou
a “Sinagoga de Satanás”. Com o transcurso do tempo há muitos indivíduos que têm aceitado a
Verdade Presente e têm saido destas igrejas para unirem-se à igreja remanescente. Porém, até
agora nenhuna denominação ou organização religiosa que eu conheça há mudado sua teología
para aceitar as Verdades distintivas que prega a igreja Adventista do Sétimo Día. E as profecias
indicam clara e tragicamente que isto nunca ocorrerá. Esta obra foi preparada com muita reflexão
e oração. É meu maior anelo que seja útil para restaurar em nossa querida igreja um culto que
seja agradável ao Senhor.

— Capítulo 1 —
Mensagem a Igreja de Filadélfia
As sete igrejas do Apocalipse
A
maioria dos eruditos de matiz conservadora concordam que as sete igrejas do
Apocalipse simbolizam sete períodos consecutivos da história da igreja universal
começando nos dias apostólicos e terminando ao final dos tempos1. Hal Lindsey, o
reconhecido autor dispensacionalista, teve razão quando afirmou: “Igualmente a muitos eruditos
creio que estas sete cartas não foram escritas tão somente às sete igrejas literais que tinham
problemas reais, senão que também carregam uma aplicação profética a história da igreja. Eu
creio que estas sete igrejas foram escolhidas e postas em sua ordem por nosso onisciente Senhor
porque tinham problemas e características que profetizariam sobre sete etapas da história pelas
quais haveria de passar a igreja universal”2.
Ainda que Ellen White discordou com quase tudo o que ensinava Lindsey sobre as profecías, ela
concordou com ele na aplicação histórica das sete igrejas: “Os nomes destas [sete igrejas] são um
símbolo da igreja em distintos períodos da era cristã. O número sete indica algo completo, e
significa que as mensagens se extendem até o fim do tempo, enquanto que os símbolos usados
revelam a condição da igreja em diferentes períodos da história”3. Ao ler estas citações podemos
formular três conclusões:
______________________________________________________________________________
1 Este livro aceita a interpretação tradicional das sete igrejas. Ainda que alguns eruditos da igreja
adventista no presente estão questionando a ideia de que estas representam sete épocas da história
da igreja universal, eu creio que tanto a evidência interna do livro de Apocalipse como a
evidência externa da história demonstran conclusivamente que as sete igrejas, além de serem
igrejas literais na Asia Menor, descrevem simbolicamente sete periodos consecutivos da história
da igreja universal.
2 Hal Lindsey, Vanished Into Thin Air, p. 276

Primeiro: As sete igrejas representam sete períodos consecutivos da história da igreja desde os
tempos apostólicos ate a segunda vinda de Cristo.
Segundo: Devido a que a igreja de Filadéfia é a sexta na série, deve representar um período em
direção ao final da história da igreja universal.
Terceiro: A sétima igreja se chama “Laodiceia”, nome que significa, “o juizo do povo” ou “o
povo justo”. Sendo este o caso, concluimos que o Juízo do povo de Deus deve começar em
algum momento posterior ao período da igreja de Filadélfia.
A sequência histórica das igrejas

Em termos gerais, os eruditos adventistas têm interpretado da seguinte maneira a sequência
histórica das sete igrejas4:
• Éfeso: A igreja apostólica do primeiro seculo.

• Esmirna: A igreja perseguida pelos imperadores romanos durante os séculos segundo e
terceiro.
• Pérgamo: A corrupção da igreja desde os dias de Constantino o Grande a princípios do quarto
século e continuando até o surgimento do papado na primeira metade do sexto século.
• Tiatira: O periodo de domínio papal durante a Idade Media.
• Sardis: A igreja da Reforma Protestante.
______________________________________________________________________________
3 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 585
4 É digno de nota que alguns eruditos protestantes da atualidade também discerrnem nas primeiras
cinco igrejas uma descrição da igreja apostólica, a igreja perseguida pelos imperadores romanos,
a igreja que transigiu nos dias de Constantino o Grande, a igreja papal durante a Idade Média, e a
igreja na época da Reforma Protestante. Porém, estes mesmos eruditos tornam-se incertos e
confusos quanto ao significado dos periodos representados pelas últimas duas igrejas: Filadélfia
e Laodiceia.

• Filadélfia: O grande despertar religioso que surgiu a princípios do século XIX

principalmente no leste dos Estados Unidos.
• Laodiceia: A igreja que existe durante o transcurso do Juízo imediatamente antes de fechar-se a
Porta da Graça em direção ao final da história.
O marco histórico da igreja de Filadélfia

A passagem central que analizaremos neste livro e Apocalipse 3:7-12, onde se encontra a
mensagem de Jesus à igreja de Filadélfia. Como já temos ressaltado, é de crucial importância
levar em conta o marco histórico desta igreja. Filadélfia é a sexta da série e surge depois dos
períodos de dominio papal e da Reforma Protestante. Isto significa que a igreja de Filadélfia
deve surgir por volta do ano 1798 quando o governo francês inflingiu a ferida mortal ao papado.
Também deve levanter-se imediatamente antes de começar o Juizo pois o nome da sétima
igreja—Laodiceia—significa “o Juízo do povo”. Em outras palavras, a igreja de Filadélfia deve
haver se levantado em algum momento entre 1798, quando o papado recebeu sua ferida mortal e
1844, quando começou o Juízo Investigativo no Céu em cumprimento da profecía de Daniel
8:14.
Perguntas importantes
Iniciemos nosso estudo formulando algumas perguntas referentes a Apocalipse 3:7-9.
Comecemos com o versículo 7: “Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: “Assim declara Aquele
que é santo e verdadeiro, que possui a chave de Davi. O que Ele abre ninguém consegue fechar,
e o que Ele fecha ninguém pode abrir”
Três perguntas nos veem a mente ao ler este versículo:

• Quem é este personagem que tem a chave de Davi?
• Que é a chave?
• Que se abre e fecha com ela?
Já responderemos estas perguntas, porém por agora continuemos ainda com o versículo 8:

“Conheço as tuas obras. Eis que tenho colocado diante de ti uma porta aberta que ninguém
consegue fechar; tens pouca força, mas obedeceste à minha Palavra e não negaste o meu Nome.”
• Este versículo responde uma de nossas incógnitas. A chave abre uma porta. Porém, ainda fica a
pergunta: Qual porta?
Continuemos com o versículo 9:
“Farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus e não são, mas mentem; sim, farei
que venham adorar prostrados aos teus pés e saibam que Eu te amo!” Ao ler este versículo
surgem pelo menos três perguntas:
• O que é a Sinagoga de Satanás?
• Quem são os que se fazem passar por judeus sem ser na verdade?
• Em que momento histórico se prostrarão os membros da Sinagoga de Satanás ante os pés dos
fiéis que se encontram na igreja de Filadélfia?
Vejamos agora os versículos 11 e 12:

“Porque deste atenção à minha exortação quanto a suportar os sofrimentos com paciência5, Eu,
igualmente, te livrarei da hora da tribulação que virá sobre o mundo todo, para pôr à prova os
que habitam sobre a terra. Eis que venho sem demora! Conserva o que tens, para que ninguém
tome a tua coroa.” Surgem várias perguntas quando lemos estes versículos:
• Por que aparece a palavra “paciência” em conexão com os fiéis que vivem durante esta época
da história eclesiástica?
• Quais circunstâncias históricas exigiriam tal paciência perseverante?
• Quando ocorrerá “a hora de prova que há de vir sobre o mundo inteiro”?
______________________________________________________________________________
5 A palavra “paciência” é a mesma que se usa em Apocalipse 13:10 e 14:12 para descrever a
atitude que terão os fiéis de Cristo quando estejam a ponto de passar pela grande tribulação final.
A palavra jupomone se podería traduzir melhor por “paciência perseverante”.

• Terá este “tempo de prova” algo a ver com a grande tribulação final que se conhece também
como o “Tempo de Angústia de Jacó”?
• Estarão vivos todos os membros desta igreja para presenciar a segunda vinda de Cristo?
Concluamos nossas perguntas lendo o versículo 12:
“Ao que vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e nunca mais sairá dalí; e escreverei
sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, a qual desce
do céu, da parte do meu Deus, e meu novo nome”.¹³
Ao ler estes versículos surge uma grande pergunta:
• Por que promete Jesus aos membros da igreja de Filadélfia resultados praticamente similares
aos que caracterizam os 144.000 mais adiante no livro de Apocalipse?6 Já que temos lido a
passagem e formulado estas perguntas, procedamos agora a respondê-las. Comecemos com as
perguntas que nós formulamos quanto aos versículos 7 e 8.
Ênfase no rei
A fim de compreender o que significa a chave e a porta que esta abre e necessário regressar ao
livro de Isaías, onde se encontra o pano de fundo de Apocalipse 3:7, 8. Em Isaías 22:20-23
encontramos uma profecía extraordinaria concernente a Eliaquim filho de Ilquías. Ponhamos em
letra cursiva as palavras que devemos estudar mais detidamente. “Naquele dia chamarei a meu
servo Eliaquim filho de Ilquias. Lhe porei sua túnica, lhe colocarei seu cinto, e lhe darei sua
autoridade [hebraico memshalaj]. Será como um pai para os habitantes de Jerusalém e para a
tribo de Judá. Sobre seus hombros porei a chave da casa de Davi; o que ele abre, ninguém
poderá fechar; e o que ele fecha, ninguém poderá abrir. Como uma estaca o cravarei em um lugar
firme e será como um trono de honra para a dinastia de seu pai.”7
Esta passage está carregada de terminologia importante. Comecemos com o significado das
palavras “túnica” e “cinto”.
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6 Semelhantememte aos de Filadélfia, os 144.000 no livro de Apocalipse servem no templo dia e
noite, têm o nome de Deus em suas frontes, e se identificam especialmente com a Nova
Jerusalém.

No Antigo Testamento a palavra hebraica “túnica” [hebraico kethoneth] se usa para descrever a
vestimenta das pessoas comuns e também a dos sacerdotes. Entretanto o vocábulo se usa também
para descrever o manto de linho com que se vestia o sumo sacerdote.8 Por outra lado, a palavra
hebraica “cinto” (hebraico ‘abnet) se usa unicamente para o cinturão que usavam os sacerdotes
comuns e o sumo sacerdote.9 Porém é importante salientar que quando aparecem estas duas
palavras juntas no Antigo Testamento, se referem exclusivamente a vestimenta do sumo
sacerdote. Isto é significativo pois indica, segundo veremos, que Eliaquím é um personagem que
não somente exerce funções reais mas também sumo sacerdotais.10 Ainda quando Eliaquim se
descreve em Isaías 22:20-23 em termos sacerdotais e reais claramente a ênfase recai sobre sua
função real. Agora examinemos o significado da palavra “potestade”. A palavra hebraica
memshalaj está conectada com a realeza. No Antigo Testamento a palavra se vincula com a ideia
de um rei que governa. Assim se poderia traduzir como “reino”, “governo”, “domínio” ou
“senhorio”.11 Isto é, a Eliaquim se lhe iria dar a faculdade de governar ou reinar. O texto deixa
claro que este reino não seria efêmero e transitório, mas permanente e seguro. A absoluta
estabilidade do domínio de Eliaquim se descreve com a expressão: “o fincarei como estaca em
lugar firme”. Resumamos o que temos estudado até agora:
______________________________________________________________________________
7. Nova Versão Internacional.
8. Ver Êxodo 28:4; Levítico 8:7.
9. Ver Êxodo 28:4; Levítico 8:7.
10. Há dois personagens na Biblia que reunem a dupla função de rei e sacerdote. O primeiro é
Melquisede e o segundo é Cristo, a quem se descreve como “sacerdote para sempre segundo
a ordem de Melquisedeque” (ver, Gênesis 14:18-20; Salmos 110:1-4; Hebreus 7).
11. Por exemplo, a palavra se usa em Genesis 1:16, onde se diz que Deus criou o sol para que
governar o dia e a lua para que governar a noite. Em I Reis 9:19 a palavra se usa para descrever a
esfera de domínio do rei Salomão e no Salmos 145:13 a expressão “teu reino é reino eterno” se
coloca em paralelismo sinônimo com “teu governo [hebraico memshalaj] em todas as gerações”.

• A ideia central de Isaías 22:20-23 parece ser a de que se iria dar a Eliaquim a faculdade de
“reinar” ou “governar”. Isto se deixa ver pelo uso de palavras e expressões tais como:
“autoridade”, “chave da casa de Davi”, “trono de honra”, e “dinastia de seu pai”.
• Esta passagem nos dizem que Deus vestiria Eliaquim com uma “túnica” e um “cinto”, palavras
que quando usadas juntas descrevem a vestimenta sumo sacerdotal. Quer dizer, Eliaquim reuniria
duas funções, a de sumo sacerdote e a de rei.
• A autoridade de Eliaquim para governar seria absolutamente segura e estável.
• Eliaquim chegaria a ser pai dos habitantes de Jerusalém e particularmente da casa de Judá, a
tribo de onde procediam os reis.
A chave de Davi
O versículo 22 nos informa que a chave da casa de Davi seria colocada sobre o ombro de
Eliaquim e o que ele abrisse com essa chave ninguém poderia fechar, e o que ele fechasse,
ninguém poderia abrir. É patente que a chave da casa de Davi tem uma relação estreita com a
ideia de reinar ou governar pois os reis de Israel eram da linhagem da casa de Davi. E a
declaração de que Eliaquim chegaria a ser um trono de honra para a dinastia de seu pai põe uma
pincelada adicional a ideia de que Eliaquim é um personagem com qualidades reais.
É de crucial importância ressaltar que a profecia de Isaías 22:20-23 é messiânica. Isto é, a
menção de Eliaquim nesta profecia não é primária senão funcional. Dito de outra maneira,
Eliaquim é um tipo do Messias. O personagem que tem a chave de Davi em Apocalipse 3:7, 8
não é ninguém mais que Cristo Jesus. O leitor perceptivo se dará conta que a chave de Davi se
coloca sobre o ombro do Messias. Certamente este é um lugar muito estranho para colocar uma
chave. Hoje colocamos chaves num chaveiro, no bolso ou talvez em um cordão ao redor do
pescoço. Que poderia significar esta expressão tão enigmática? Isaías 9:6, 7, outra profecia
messiânica, tem a resposta: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado
está [hebraico mizraj]12 sobre seu ombro; e seu nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe de Paz”.
_____________________________________________________________________________________
12 A palavra hebraica mizraj e sinônima de memshalaj e significa “reinado”, “domínio” ou “governo”.

O leitor notará que enquanto a profecia de Isaías 22:20 coloca a chave da casa de Davi sobre o
ombro do Messias, Isaías 9:6 explica que o domínio ou governo seria colocado sobre Seu ombro.
Fica claro que a chave que se coloca sobre o ombro e que abre a porta tem algo a ver com
governar ou reinar. Este vínculo entre a chave e a ideia de reinar se deixa ver claramente no
seguinte versículo: “O extensão de seu reino [hebreo mizraj] e a paz não terão limite, sobre o
trono de Davi e sobre seu reino, dispondo [hebraico kum] e confirmando [hebraico ca‘ad] em
juizo e em justiça desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos exércitos fará isto”. Nos é
mister dizer várias coisas quanto a este versículo. Em primeiro lugar, notamos que há um vínculo
temático entre Isaías 22:22 e Isaías 9:6, 7. Ambos mencionam o trono, o ombro, o domínio, a
segurança e estabilidade do reino e a ideia de que o Messias seria pai sobre seu povo. A
expressão “dispondo-o e confirmando-o” é muito interessante. A palavra hebraica kum que se
traduz “dispondo-o”, significa “colocar sobre um fundamento seguro, fazer firme, fixar,
ancorar”. Deus empregou a mesma palavra em 2 Samuel 7:13-16 quando assegurou a Davi que
seu trono e seu reino permaneceriam firmemente estabelecidos para sempre: “Ele edificará
casa ao meu nome, e eu firmarei [hebreo kum] para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei
por pai, e ele me será por filho. E se ele fizer algum mal, eu o castigarei com vara de homens, e
com açoites de filhos de homens; porém minha misericórdia não se apartará dele como a apartei
de Saul, ao qual tirei de diante de ti. E será firmada sua casa e seu reino para sempre diante de
teu rosto, e teu trono será estavel eternamente”. Adicionalmente, a palavra “confirmando”
[hebreo ca‘ad] que se usa neste versículo significa “sustentar, apoiar, firmar”. Fica claro que
quando o Messias estabelecesse Seu reino, este seria absolutamente firme e estável.13
_____________________________________________________________________________________
13 A palavra ca‘ad se usa em Provérbios 20:28 da seguinte maneira: “Misericórdia e verdade
guardam ao rei, e com clemência se sustenta (hebreu ca‘ad) seu trono”.

Mensagem à Igreja de Filadélfia
O reino e o juízo
Surge uma pergunta: Como haveria de firmar-se e estabelecer-se para sempre o reino e o trono
do Messias? Será que se estabeleceria por meio do poderio militar ou pela diplomacia? A
resposta é negativa. O texto nos diz explicitamente que o reino se estabeleceria com juízo e
justiça. Analizemos o significado destas duas palavras. Comecemos com a palavra “juízo”. A
palavra hebraica que se traduz “Juízo” em Isaías 9:7 é mishpat. O reconhecido Léxico Hebraico
de Brown, Driver e Briggs nos diz que esta palavra significa “juízo, ato de decidir um caso, um
lugar de juízo, um tribunal de juízo, um trono de juízo, um processo judicial, um procedimento
judicial, litígio (ante juizes), um caso, uma causa (que se apresenta para ser julgada), uma
sentença, uma decisão (de um tribunal), execução (de um juízo), tempo (do juízo)”. No Antigo
Testamento a palavra mishpat se usa para descrever um processo judicial por meio do qual Deus
vindica os pobres e desamparados e castiga a seus opressores. É notável que a palavra se use
também para descrever a peça que cobria o peito do sumo sacerdote e tinha por nome “peitoral
do juízo”.14 Conquanto seja a palavra mishpat usada no Antigo Testamento para descrever a
execucão da sentença que se dita ao concluir um juízo, também se a emprega para denotar o
processo judicial de investigar ou revisar um caso antes que se proclame o veredito e se execute
a sentença. Um exemplo marcante deste último significado de mishpat o achamos em Eclesiastes
12:14, onde o sábio Salomão nos admoesta a temer a Deus e a guardar Seus mandamentos
“porque Deus trará a juizo toda obra [hebreo mishpat], juntamente com toda coisa encoberta,
seja boa ou seja má”.15 Isaías 9:7 nos informa também que o trono e o reino do Messias se
estabeleceriam com justiça. A palavra hebraica “justiça” [hebraico tsedaqah]16 é a mesma que se
traduz “purificado” em Daniel 8:14:16 “E Ele disse: até duas mil e trezentas tardes e manhãs;
logo o santuário será purificado”.
_____________________________________________________________________________________
14 Ver Êxodo 28:15, 29, 30.
15 Ver também o uso de mishpat em Números 35:12; Deuteronômio 1:17 e 16:18, 19; 2 Samuel
15:2, 6; I Reis 3:28 e o Salmos 9:7, 8 onde se descreve o conceito de um juízo investigador.
16 Em Daniel 8:14 a palavra está no nifal ou voz passiva.

É notável que enquanto Daniel 7:13, 14 afirma que o filho do homem entra a presença do Ancião
de Dias para receber o reino, a profecia paralela de Daniel 8:14 apresenta o mesmo personagem
como sumo sacerdote (o Príncipe das hostes de Jeová) que entra no Lugar Santíssimo para
purificar o Santuario mediante uma obra de Juízo.17 Não há dúvida que o personagem real e
sacerdotal que se descreve nas profecías de Daniel 7 e 8 é o mesmo que se encontra em Isaías
2:20-23, Cristo Jesus. Por vezes no Antigo Testamento as palabras “juízo” e “justiça” se
vinculam com a ideia de governar ou reinar. Por exemplo, em 2 Samuel 8:15 lemos: “E reinou
Davi sobre todo Israel; e Davi administrava justiça [hebraico mishpat] e equidade [hebraico
tsadaqah] a todo seu povo”.18 Jeremías 23:5, 6 contém uma profecia que é claramente
messiânica onde se entrelaçam as ideias de reinar, juízo e justiça: “Eis que vem dias, diz Jeová,
em que levantarei a Davi um renovo justo, e reinará como Rei, o qual será sábio, e fará juízo
[hebraico mishpat] e justiça [hebraico tsedaqah] na terra. Em Seus dias Judá será salvo, e Israel
habitará seguro; e este será o nome com que o nomearão: o Senhor, justiça nossa”. Vários
conceitos que se acham em Isaías 9:7 se encontram também na majestosa cena de Daniel 7:26,
27.19 “Porém se assentará o juiz, e lhe tirarão [do chifre pequeno opressor] seu domínio para que
seja destruido e arruinado até o fim, e o reino, e o domínio e a majestade dos reinos debaixo de
todo o Céu, seja dado ao povo dos santos do Altíssimo, cujo reino é reino eterno, e todos seus
domínios o servirão e obedecerão.”
_____________________________________________________________________________________
17 Enquanto em Daniel 7 se vê a Cristo que entra à presença de Seu Pai com o fim de receber o
reino (Daniel 7:13, 14), em Daniel 8 Cristo é visto entrando ao mesmo lugar para purificar o
Santuário (Daniel 8:14). Isto é, há uma relação estreita entre a purificação do Santuário e a
tomada do reino por parte de Jesus. Ao juntar as duas descrições descobrimos que Jesus purifica
o Santuário com o fim de adquirir o reino. Ao purificar o Santuário dos registros dos pecados que
seu povo há confessado e vencido, Jesus revela quem serão os súditos de seu reino.
18 Ver também 2 Samuel 15:2, 6; 1 Reis 3:11, 28
19 Em ambas passagens o Messias estabelece um reino eterno de extensão universal por meio de
um juízo justo.

As três portas do Santuário

Havendo demostrado que tanto Isaías 22:20-23 como Isaías 9:6, 7 descrevem um reino que se
establecerá e se firmará com juízo e com justiça, estamos prontros para descobrir qual porta abriu
Jesus e qual fechou com a chave de Davi ao iniciar-se o período da igreja de Filadélfia. O
Santuário hebreu tinha três portas:
• A porta entre o acampamento de Israel e o Átrio.
• A porta entre o Átrio e o Lugar Santo.
• A porta entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo.
A pergunta que devemos responder é esta: Qual foi a porta que abriu Jesus quando começava o
período da igreja de Filadélfia?
A primera porta é a encarnação.

A primeira porta do Santuário se abriu quando Jesus veio do Céu a Terra para morrer por nossos
pecados. A porta do Átrio se achava virada para o oriente e em sua encarnação Jesus veio do
oriente.20 No Átrio do Santuário se encontrava o altar do sacrificio, móvel que representava a
morte de Jesus. Foi na Terra onde Jesus se apresentou como Cordeiro de Deus para morrer por
nossos pecados21. Esta porta não se menciona explicitamente no livro de Apocalipse e portanto
não falaremos sobre ela.22 Obviamente que esta não pode ser a porta que se abriu durante o
período da igreja de Filadélfia. O leitor se perguntará: Por que não? A resposta é óbvia: A igreja
de Filadélfia, por ser a sexta igreja na série, representa um período em relação ao final da
história da igreja universal, e Jesus morreu por nossos pecados no princípio da era cristã durante
o período da primeira igreja.
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20 Lucas 1:78, 79.
21 João 1:29; I Pedro 1:18-20; Apocalipse 1:5, 6.
22 O livro de Apocalipse trata de eventos que ocorrem depois da ascenção de Jesus. Apocalipse
11:2 menciona o Átrio do Templo; mas não há menção alguma da porta que conduz ao Átrio.

A segunda porta e a ascenção

Estudaremos agora a segunda porta. Em Apocalipse 4:1, 2 se menciona uma porta que João viu
aberta no Céu. Nos perguntamos: Para onde conduzia esta porta? Vejamos. “Depois disto olhei, e
eis aqui uma porta aberta no céu; e a primeira voz que ouví, como de trombeta, falando comigo,
disse: Sobe aqui, e eu te mostrarei as coisas que sucederão depois destas. E eu fui arrebatado em
espírito; e eis aqui, um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono”. Nos é dito
explicitamente aqui que João viu um trono no Céu que se achava atrás de uma porta aberta. A
curiosidade nos leva a perguntar: Que lugar específico no Céu se encontrava atrás desta porta? A
resposta e inequívoca: O Lugar Santo do Santuário celestial. E como sabemos disto?
Simplesmente pelos móveis que João viu ali. O discípulo amado viu ali as sete lâmpadas de fogo
que se encontravam no Lugar Santo: “E do trono saíam relâmpagos e trovões e vozes; e diante
do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, que são os sete espíritos de Deus”.23 Outro móvel que se
encontrava no Lugar Santo era o altar de incenso: “E quando tomei o livro, os quatro seres
viventes e os vinte e quatro anciãos se postraram diante do Cordeiro; todos tinham harpas, e
salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos”.24 Em Apocalipse 4:1, 2 João
viu a Deus o Pai sentado sozinho em um trono. Não há nenhuma evidência no texto que indique
que o Pai havia Se movido para ali vindo de outra parte; simplesmente Se encontrava ali.
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23 Apocalipse 4:5. Ellen G. White afirma explicitamente: “Aqui se lhe permitiu ao profeta
contemplar o primeiro compartimento do Santuário celestial, onde viu as ‘sete lâmpadas de fogo’
e o ‘áureo altar de incenso’, representados pelo candelabro de ouro e o altar de incenso no
Santuário terrestre”. Conflito dos Séculos, p. 566, 467
24 Apocalipse 5:8. Ver também Apocalipse 8:3, 4; Lucas 1:8-10.

Em meio do trono onde estava sentado o Pai se achavam quarto seres viventes que se identificam
em Isaías 6:1-3 como serafins.25 Ao redor do trono estavam os vinte e quatro anciãos que são
membros do grande concílio celestial, isto é, os representantes dos mundos que nunca pecaram.26
Porém alguém faltava na cena de Apocalipse 4. O Pai estava ali sentado sobre o trono, e o
Espírito Santo estava diante do trono.27 Os serafins e os representantes dos mundos estavam ali,
porém Jesus estava ausente. Deduzimos como óbvio que se a cena de Apocalipse 4 estivesse
ocorrendo despois da ascenção de Jesus, tanto o Pai como o Filho haveriam estado sentados no
trono, pois o Novo Testamento nos diz, em repetidas ocasiões que Jesus Se sentou a destra do
Pai quando ascendeu.28 No contexto imediato de Apocalipse 4 se acha um versículo que explica
para onde Se dirigiu Jesus quando ascendeu: “Ao que vencer eu lhe darei que se sente comigo no
meu trono, assim como eu venci e me sentei com meu Pai em seu trono”.29 A hoste angélica
também estava ausente nesta ocasião. Os querubins e serafins se encontravam ali, contudo a
hoste angélica não aparece. Isto nos leva a perguntar: Onde se encontrava a hoste angélica
quando João viu esta cena? Além disto, neste capítulo não aparece nem uma só menção da
redenção. O hino que entoaram os seres viventes e os anciãos louvava a Deus o Pai porque todas
as coisas foram criadas por Sua vontade:30
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25 Os serafins e os quatro seres viventes têm ambos seis asas e cantam “Santo, Santo, Santo”.
26 O espaço não permite um estudo minuncioso dos vinte e quatro anciãos neste livro, os que estão
interessados podem achar uma exposição sobre este tema na página da internet em
www.secretsunsealed.org.us
27 O Espírito Santo os descreve simbolicamente como “os sete espíritos que estão diante do trono”.
28 Ver Lucas 20:42; Atos 2:33, 34; Romanos 8:34; Colossenses 3:1; Hebreus 1:3; 8:1; 10:12; 12:2; I
Pedro 3:22; Apocalipse 12:5.
29 Apocalipse 3:21.
30 A Bíblia afirma claramente que todas as coisas foram criadas pela vontade do Pai por intermédio
de Cristo Jesus (ver Colossenses 1:16; Hebreus 1:1, 2). Podemos dizer que o Pai foi o arquiteto da
criação e Jesus o executor.

“Senhor, digno és de receber a gloria e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por
tua vontade existem e foram criadas”.31 Onde se encontravam Jesus e a hoste angélica na cena
que João viu em Apocalipse 4? Por que não há nenhuna alusão a redenção nesta passagem? A
resposta a estas perguntas é que Jesus e a hoste angélica se encontravam no caminho da Terra
para o Céu por ocasião de Sua ascenção, evento que se descreve em Atos 1:9-11. No capítulo 5
Jesus, “o Cordeiro imolado”32 e a hoste angélica33 finalmente chegaram da Terra ao Céu, se
uniram ao Pai, ao Espírito Santo, aos seres viventes e aos anciãos no Lugar Santo. Logo se
entoou um hino que magnificou ao Redentor que acabara de chegar do campo de batalha com as
feridas recentes em Seu corpo.34 A conclusão e óbvia. A porta que se menciona Apocalipse 4:1,
2 se abriu imediatamente antes que Jesus ascendesse da Terra ao Céu para começar Sua obra
intercessora no Lugar Santo ante a presença do Pai. Este é o mesmo evento que descreveu Pedro
em seu sermão no dia de Pentecostes.35 Em Apocalipse 4:5 achamos um detalhe muito
interessante relativo ao Espírito Santo. Nos é dito ali que antes de chegar Jesus ao Céu, as sete
lâmpadas estavam ardendo diante do trono no Lugar Santo36 porém no seguinte capítulo37
quando Jesus chegou da Terra ao Céu nos é informado que os sete espíritos foram enviados a
Terra. Indubitavelmente esta mudança se deve ao fato de que no dia de Pentecostes o Espírito
Santo foi derramado sobre os apóstolos na Terra. No Desejado de todas as Nações, Ellen
G.White confirma a interpretação que temos estado traçando. Segundo ela os capítulos 4 e 5 de
Apocalipse se cumpriram quando Jesus ascendeu ao Céu para interceder ante Seu Pai no Lugar
Santo. Depois de descrever a procissão angélica
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31 Apocalipse 4:11.
32 Apocalipse 5:5, 6.
33 Apocalipse 5:11.
34 Esta é a cena que se descreve em Apocalipse 5:5, 6, 9-11.
35 Ver Atos 2:25-36.
36 As sete lâmpadas cheias de azeite se usam como símbolo do Espírito Santo. O Espírito Santo é
uma só pessoa (I Corintios 12:13; Efésios 2:18; 4:4), porém, se usa o número sete para indicar
Sua plenitude.
37 Apocalipse 5:6.

triunfal que escoltou Jesus da Terra para o Céu, Ellen White descreve Sua chegada diante do
Pai:38 “Ali está o trono, e ao redor o arco-iris da promessa [Apocalipse 4:1, e2]. Alí estão os
querubins e os serafins [os quatro seres viventes]. Os comandantes das hostes angélicas, os filhos
de Deus, os representantes dos mundos que nunca cairam [os 24 anciãos], estão todos
congregados. O concílio celestial diante do qual Lúcifer havia acusado Deus e a Seu Filho, os
representantes daqueles reinos sem pecado, sobre os quais Satanás pensava estabelecer seu
domínio, todos estão alí para dar as boas-vindas ao Redentor. Sentem impaciência para celebrar
Seu triunfo e glorificar seu Rei”.39 Entretanto, neste momento de expectativa Jesus detém
abruptamente a celebração: “Ele contudo levanta Seu braço, e os detém. Ainda não; não pode
agora receber a coroa de glória e o manto real. Entra [Apocalipse 5:7] à presença de Seu Pai [o
que estava sentado no trono]. Assinala Sua cabeça ferida, Sua costa transpassada, Seus pés
dilacerados; alça Suas mãos que levam os sinais dos cr avos [Se apresenta como o Cordeiro que
foi imolado]. Apresenta os troféus de Seu triunfo; oferece a Deus o molho das primícias, aqueles
que ressucitaram com Ele [Mateus 27:51-53] como representantes da grande multidão que sairá
da tumba por ocasião de Sua segunda vinda [I Tessalonicenses 4:15-17]. Se acerca ao Pai, diante
de Quem há regozijo por um só pecador que se arrepende. Desde antes de serem lançados os
fundamentos da Terra, o Pai e o Filho se haviam unido em um
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38 Incluí minhas próprias notas explicativas entre colchetes para que fique clara a conexão que
existe entre Apocalipse 4 e 5 e a passagem de O Desejado de todas as nações, pp. 772, 773. O
leitor notará que o livro de Apocalipse emprega uma linguagem simbólica como por exemplo: “o
que estava sentado no trono, “quatro seres viventes”, “vinte e quatro anciãos”, “cordeiro como
imolado”. Por outro lado, Ellen White interpreta esta terminologia simbólica aplicando-a a Deus
o Pai, aos querubins e serafins, aos representantes dos mundos que nunca pecaram e a Cristo.
Ainda que Apocalipse 4 e 5 nunca identifica por nome o personagem que estava sentado no trono,
Ellen White diz explicitamente que era Deus o Pai.
39 Ellen G. White, O Desejado de todas as nações, p. 772, 773

pacto para redimir o homem em caso de que fosse vencido por Satanás. Haviam unido Suas mãos
em um solene compromisso de que Cristo seria fiador da espécie humana. Cristo havia cumprido
este compromisso. Quando sobre a cruz exclamou: ‘Consumado está’, Se dirigiu ao Pai. O pacto
havia sido levado plenamente a cabo. Agora Ele declara: Pai, consumado está. Tenho feito Tua
vontade, Deus meu. Tenho completado a obra da redenção. Se Tua justiça está satisfeita,
‘aqueles que Me tens dado, quero que onde Eu estou, eles estejam também comigo [começa Sua
obra intercessora]’. “Se ouve então a voz de Deus que proclama que a justiça está satisfeita.
Satanás está vencido. Os filhos de Cristo, que trabalham e lutam nesta Terra, são ‘aceitos no
Amado’. Diante dos anjos celestiais e dos representantes dos mundos que não cairam, são
declarados justificados. Onde Ele está, ali estará Sua igreja. ‘A misericórdia e a verdade se
encontraram: a justiça e a paz se beijaram’. Os braços do Pai rodeiam a Seu Filho, e se dá a
ordem: ‘Adorem-nO todos os anjos de Deus’”.40 Agora devemos perguntar-nos: Foi a porta do
Lugar Santo a que abriu Jesus com a chave da casa de Davi? Há três razões contundentes pelas
quais esta não pode ser a porta que abriu Jesus quando ascendeu da Terra ao Céu:
• Em primeiro lugar, a porta já estava aberta antes de Jesus ascender ao Céu. Não há nenhuna
evidência no texto que indique que Jesus usou a chave de Davi para abrí-la. A porta
simplesmente estava aberta. Fica claro que Jesus não pode haver aberto a porta antes de haver
chegado a presença de Seu Pai!
• Em segundo lugar, quando Jesus ascendeu, não entrou no Lugar Santo para desempenhar uma
obra de Juízo, antes entrou Ele para iniciar Sua obra intercessora aplicando os benefícios de Sua
expiação.41 No Santuário hebreu o Juízo não transcorria no Lugar Santo no Dia do Pentecostes
ao principio do ano religioso, senão no Lugar Santíssimo no grande Dia da Expiação ao final do
ano.
• Mais importante ainda é o fato de que a igreja de Filadélfia é a sexta na série e sendo este o
caso, deve representar uma das etapas finais da história eclesiástica. É claro que Jesus ascendeu
durante o periodo da primera igreja, Éfeso. Por estas razôes a porta que se abriu com a chave de
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40 Ellen G. White, O Desejado de todas as nações, p. 772, 773
41 Hebreus 7:25; 1 João 2:1; Romanos 8:34

Davi ante a igreja de Filadélfia não pode ser a do Lugar Santo, pois esta porta já estava aberta na
ocasião da ascensão de Jesus.
A terceira porta do Santuário
Menciona o livro de Apocalipse outra porta que se abriu em algum momento posterior à
ascensão de Cristo? Definitivamente sim! Apocalipse 11:19 descreve uma porta que se abriu no
Céu dentro do período final da história eclesiástica durante o período da sexta trombeta.42 “E o
templo [grego naos] de Deus foi aberto no céu, e a arca do testemunho se via no templo
[grego naos]. E houve relâmpagos, vozes, trovões, um forte terremoto e grande saraiva”.
Em contraste com a porta de Apocalipse 4:1, 2, que já estava aberta quando João a viu, a porta
de Apocalipse 11:19 foi aberta em um momento particular no período final da história
eclesiástica (entre a sexta e sétima trombetas). A implicação clara é que esta porta tem que haver
estado fechada até este momento. A abertura desta porta nos faz recordar a que foi aberta com a
chave de Davi ante a igreja de Filadélfia, que é a sexta igreja.
O templo do tabernáculo
O idioma grego emprega duas palavras distintas que se traduzem para o Português como
“templo”. Uma é jieron e a outra é naos. A palavra jieron não se encontra no livro de
Apocalipse, porém naos aparece 16 vezes e em todas parece ser um vocábulo técnico que se
refere ao Lugar Santíssimo do Santuário celestial.43 Outra razão pela qual é irrefutável que em
Apocalipse 11:19 a palavra naos se refere ao Lugar Santíssimo do Santuário celestial é que
quando se abriu a porta se viu a Arca do Testemunho, um móvel que se encontrava no Lugar
Santíssimo.
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42 O leitor meticuloso notará que na ordem textual de Apocalipse 11, a abertura do templo no
versículo 19 parece vir cronologicamente depois da sétima trombeta que se menciona nos
versículos 15-18. Contudo é importante recordar que o livro de Apocalipse não foi escrito em
ordem cronológica. Na realidade, um estudo cuidadoso de Apocalipse 11:19 revela que este
versículo começa um novo ciclo no livro de Apocalipse. Em vez de ser a conclusão do capítulo
11 este versículo constitui na verdade a introdução dos capítulos 12-14. Ellen White assim o
entendeu, pois cada vez que se refere a este versículo o aplica a abertura do Lugar Santíssimo em
22 de outubro de 1844.

A menção em Apocalipse 11:19 de relâmpagos, trovões, fogo, vozes e um terremoto quando se

viu a Arca do Testemunho no templo nos traz à mente o momento em que Deus proclamou Sua
Lei no Monte Sinai em meio de fenômenos similares.44 A Arca do Testemunho e a Lei no Lugar
Santíssimo eram o centro das atenções no grande Dia da Expiação no outono ao final do ano
religioso judeu. Nesta festa se aspergia o sangue do bode do Senhor sobre o propiciatório para
purificar o Santuário dos pecados de Israel que haviam entrado durante todo o transcurso do
ano. O grande Yom Kippur era o Dia do Juízo para Israel! Os que afligiam suas almas eram
aceitados pelo Senhor e seus pecados eram apagados do Santuário.45 Em contraste, os que não se
afligiam eram cortados do meio do povo. De modo que a purificação do Santuário e a obra de
julgar constituem duas maneiras de descrever a mesma realidade. Como temos notado, o Dia da
Expiação se realizava no outono ao final do ano religioso judeu enquanto que a Páscoa,46 a festa
dos Pães Asmos,47 a Festa das Primícias,48 e o Pentecostes,49 se celebravam na primavera, no
começo do ano religioso judeu. As festas primaverís tínham como enfoque central o Átrio e o
Lugar Santo do Santuário. As festas outonais tinham como enfoque central o Lugar Santíssimo.
A porta que se abriu em Apocalipse 4 e 5 não pode ser a mesma que se abriu em Apocalipse
11:19 porque quando se abriu aquela se viram o Candelabro e o Altar de Incenso no Lugar Santo
enquanto que quando se abriu esta se viu a Arca do Testemunho no Lugar Santíssimo.
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43 Por exemplo, Apocalipse 15:5 descreve a abertura do “templo [Grego naos] do Tabernáculo do
Testemunho” no Céu. Enquanto que o “Tabernáculo do Testemunho” se refere ao Santuário
celestial em sua totalidade, o templo do tabernáculo se refere ao Lugar Santíssimo deste
tabernáculo. Por assim dizer, o Lugar Santíssimo é o Templo do Templo.
44 Êxodo 19:16-19
45 Levítico 23:29.
46 A festa da Páscoa representava a morte de Cristo na cruz (1 Coríntios 5:7, 8).
47 A festa dos Pães sem fermento simbolizava o fato de que o corpo de Jesus no sepúlcro não viu
corrupção (Atos 2:27-31; Êxodo 16) porque não havia Ele conhecido pecado.
48 A festa das Primícias representava a ressurreição de Jesus (1 Coríntios 15:20).
49 A festa do Pentecostes apontava para a entronização de Jesus diante de Seu Pai no Lugar Santo
quando ascendeu ao Céu (Atos 2:33-36)

Em poucas palavras, Apocalipse 4-5 descreve a ascenção de Jesus ao Céu no ano 31 quando a
história da igreja começava, no dia de Pentecostes. Porém Apocalipse 11:19 descreve um evento
que ia ocorrer no final da história da última das sete igrejas no Dia da Expiacao. Insistimos que a
porta que se abriu diante da igreja de Filadélfia50 e o abrir da porta do Lugar Santíssimo em
Apocalipse 11:1951 descrevem o mesmo evento no mesmo momento histórico. A porta se abriu
diante da igreja de Filadélfia durante o período da sexta igreja depois dos 1.260 anos de domínio
papal e a porta do Lugar Santíssimo se abriu durante o período da sexta trombeta quando se
começou a medir o templo celestial.52
Daniel e a abertura da terceira porta
Daniel 7 nos provê o momento cronológico preciso quando se abriu a porta do Lugar Santíssimo
com a chave de Davi para começar o juízo. Neste capítulo se acha a sucessão de reinos que tem
governado desde os dias de Daniel até que Cristo estabeleça Seu reino eterno ao final da história.
Resumamos a sequência histórica dos reinos:
• Leão (Babilônia) 605-539 a. C. (Daniel 7:4)
• Urso (Medos e Persas) 539-331 a. C. (Daniel 7:5)
• Leopardo (Grecia) 331-168 a. C. (Daniel 7:6)
• Dragão (Império Romano) 168 a. C. - 476 d. C. (Daniel 7:7)
• Dez Chifres (Império Romano dividido) 476 d. C. - 538 d. C. (Daniel 7:7, 23)
• Chifre Pequeno (Roma Papal durante os 1.260 anos) 538 d. C. - 1798 d. C. (Daniel 7:8, 24, 25)
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50 Apocalipse 3:7-12.
51 Apocalipse 11:19.
52 Ver Apocalipse 11:1, 2

• O Juízo Divino (o Filho do Homem vem a Seu Pai para receber o reino depois que se faça um
juízo justo) 1844 d. C. (Daniel 7:9, 10, 13, 14)
• Depois do juízo o Pai dará a Jesus um reino universal e eterno (Daniel 7:14, 22, 26, 27) Como
podemos ver, depois de concluir o período de domínio papal em 1798 d. C., o Ancião de Dias se
dirigiu ao tribunal do juízo seguido pouco depois por Jesus.53 O critério que se usa no juízo são
os Dez Mandamentos54 e estes se encontravam no Lugar Santíssimo. Isto significa que o juízo
iria realizer-se no Lugar Santíssimo em algum momento posterior ao ano 1798 d. C. porém antes
da segunda vinda de Jesus. Há várias ideias relacionadas entre Daniel 7, Apocalipse 3:7, 8 e
conceitualmente com Isaías 22:20-23; 9:6, 7. Primeiro, como já temos visto, Daniel 7 e
Apocalipse 3:7, 8 ocorrem dentro do mesmo marco histórico. A cena do juízo em Daniel 7
ocorre depois que o papado governou por 1.260 anos, isto é, depois de 1798. Igualmente, a
descrição da sexta igreja em Apocalipse 3:7, 8 vem depois do período de Tiatira, quer dizer,
depois dos 1.260 anos de domínio papal. Segundo, ambos contextos assinalam o fato de que o
Messias estabeleceria um reino universal e eterno por meio de um juízo justo dentro da porta
aberta que leva ao Lugar Santíssimo. Analizemos mais detidamente o momento em que o Ancião
de Dias deixou o Lugar Santo e foi para o Lugar Santíssimo: “Estive olhando até que foram
postos tronos, e se sentou um Ancião de Dias, cujo vestido era branco como a neve, e o cabelo
de sua cabeca como a branca lã; Seu trono chama de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um rio
de fogo procedia e saía de diante dele; milhares de milhares O serviam, e milhões de milhões
estavam diante dEle; o Juiz Se assentou, e os livros foram abertos”.55
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53 Ver Daniel 7:9, 10, 13. Não há dúvida que o Pai se encontrava no Lugar Santo com Jesus até este
momento, pois quando Jesus ascendeu ambos estavam sentados em um mesmo trono (Apocalipse
3:21).
54 São Tiago 2:12 diz que seremos julgados pela perfeita lei da libertade.
55 Daniel 7:9, 10.

É imprescindível fazer alguns comentários sobre esta passagem. É razoável concluir que os
tronos onde estavam assentados os 24 anciãos, no Lugar Santo, quando Jesus ascendeu, foram
trasladados ao Lugar Santíssimo para o início do Juízo em 1844. O fato de que os tronos foram
colocados no Lugar Santíssimo indica que não estavam ali antes. O fato de que o Ancião de
Dias56 Se assentou indica que não estava sentado anteriormente. E a menção das rodas que tinha
o trono denota claramente que este trono se moveu do Lugar Santo ao Santíssimo. A expressão
“milhares de milhares e milhões de milhões” é similar à de Apocalipse 5:11 e se refere à mesma
hoste angélica de Apocalipse 5:11 que se dirigiu também do Lugar Santo ao Santíssimo. Quando
Daniel 7:10 afirma que o Juiz Se sentou e os livros se abriram, isto indica que o Juízo se
desenrolaria no Lugar Santíssimo, pois o apóstolo São Tiago nos diz que todos seremos julgados
pela perfeita Lei da libertade e esta Lei se achava no Lugar Santíssimo. Fica claro que a cena de
Daniel 7 não pode ser a mesma de Apocalipse 4 e 5 pois enquanto que em Apocalipse 4 e 5 se
viu tão somente um livro e estava selado, em Daniel 7 se mencionam vários livros que foram
abertos. Mesmo uma leitura superficial de Daniel 7:21, 22 indica sem dúvida alguma que o Pai
estava em outro lugar antes de vir ao lugar onde se iniciou o Juízo: “E vi eu que o chifre pequeno
fazia guerra contra os santos, e os vencia, até que veio o Ancião de Dias, e se iniciou o Juízo a [a
favor de] os santos do Altíssimo; e chegou o tempo, e os santos receberam o reino”. Depois de
descrever o movimento do Ancião de Dias do Lugar Santo ao Santíssimo, Daniel 7:13, 14 afirma
que Jesus o seguiu ao mesmo lugar com o fim de receber o reino por meio de uma obra de
Justiça e Juízo: “Olhava eu nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um
como o Filho do Homem, que veio até o Ancião de Dias, e O fizeram chegar diante dEle. E lhE
foi dado domínio, glória e reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem; Seu
domínio é domínio eterno, que nunca passará, e Seu reino não será jamais destruido”.
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56 O personagem que em Apocalipse 4:2 estava sentado no trono.

Em resumo, Apocalipse 5 descreve a Jesus no momento quando foi levado da Terra ao Céu por
uma nuvem de anjos em Sua ascenção.57 Quando chegou ao Céu veio até Seu Pai58 no Lugar
Santo para iniciar Seu ministério como intercessor. Porém em Daniel 7:13, 14 os anjos levaram
Jesus do Lugar Santo ao Santíssimo dentro do período final da história da igreja com o fim de
começar uma obra de Juízo depois da qual se lhE daria um reino universal e eterno. Seria
impossivel enfatizar demasiado a razão pela qual Jesus abriu a porta e veio a Seu Pai no Lugar
Santíssimo. Daniel 7 deixa muito claro que veio para tomar posse de Seu reino por meio de um
Juizo justo e que ao concluir este Juízo Seu reino seria universal e eterno. Isto liga claramente
Daniel 7:13, 14, 27, 28 com Isaías 9:6, 7 e com Isaías 22:22. Daniel 7:26, 27 resalta o fato de que
quando termine o Juízo Jesus receberá o reino tal como se menciona em Isaías 9:6, 7. “Porém se
assentará o Juiz, e lhe tirarão seu domínio para que seja destruido e arrasado até o fim, e que o
reino, e o domínio e a majestade dos reinos debaixo de todo o Céu, seja dado ao povo dos santos
do Altíssimo, cujo reino é reino eterno, e todos os domínios O servirão e obedecerão”.
A Sinagoga de Satanás
Agora examinemos a expressão “Sinagoga de Satanás” que se encontra em Apocalipse 3:9. Esta
designação parece indicar que na igreja de Filadélfia coexistiriam crentes genuinos e falsos: “Eis
aqui, Eu entrego da Sinagoga de Satanás aos que se dizem ser judeus e não o são, antes mentem;
eis aqui, Eu farei que venham e se prostrem a teus pés, e reconheçam que Eu te tenho amado”.
Que significa esta expressão tão enigmática? Devemos tomar em conta vários fatores no
processo de decifrar seu significado. Em primeiro lugar é importante recordar que na descrição
de várias das sete igrejas se emprega uma terminología judaica. Por exemplo, na igreja de
Pérgamo se menciona o falso profeta Balaão e na igreja de Tiatira se faz referência à Jezabel. E
em relação com as igrejas de Esmirna e Filadélfia se menciona a Sinagoga de Satanás.
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57 Ver Atos 1:9-11.
58 Ver Apocalipse 5:7.

Inclusive o teólogo dispensacionalista Hal Lindsey se via obrigado a admitir que esta
terminologia judaica não pode ser aplicada ao Israel literal pois as sete igrejas descrevem a
história da igreja universal e não a história do Israel literal. Por isso, esta terminologia judaica se
deve entender simbolicamente. Isto é, a expressão ‘Sinagoga de Satanás’ deve ser aplicada a
falsos cristãos mais apropriadamente que a judeus literais. A fim de decifrar o significado da
expressão “Sinagoga de Satanás”, é imprescindível responder a seguinte pergunta: Depois do
Dia de Pentecostes, qual é o verdadeiro Israel de Deus? Vários textos do Novo Testamento
indicam que um israelita ou judeu genuino é aquele que em verdade há aceitado a Jesus como
Salvador pessoal. Vejamos alguns exemplos. Em uma terminologia simples e clara o apóstolo
Paulo explicou que há judeus literais que não são judeus num sentido espiritual: “Pois não é
judeu aquele que o é exteriormente, nem circuncisão a que se faz exteriormente na carne; antes é
judeu aquele que o é no interior, e circuncisão a do coração, no espírito, não em letra; cujo
louvor não vem dos homens, mas de Deus”.59 Neste texto fica claro que no modo de pensar do
apóstolo Paulo um judeu genuíno é aquele cujo coração há sido circuncidado pelo Espírito
Santo. Isto é, os judeus segundo a carne que recusaram aceitar a Cristo não são considerados por
Deus como verdadeiros judeus. Em Romanos 9:6-8 o apóstolo Paulo novamente destaca o fato
de que há israelitas genuinos e também falsos. Por um lado define os judeus genuinos como
aqueles que aceitaram a promessa do Messias vindouro através de Isaque. Por outro lado define
um judeu falso como aquele que e um mero descendente físico de Abraao. “Não que a Palavra de
Deus haja falhado; porque nem todos os que descendem de Israel são israelitas, nem por ser
descendentes de Abraão, são todos filhos; senão: Em Isaque será chamada a tua descendência.
Isto é: Não são filhos de Deus os que são segundo a carne, antes são filhos os que são segundo a
promessa que são contados como descendentes”.60
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59 Romanos 2:28, 29
60 Romanos 9:6-8.

Em Gálatas 3:29 o apóstolo novamente identifica o verdadeiro Israel. Em linguagem categórica

afirma que aqueles que têm sido batizados em Cristo são os verdadeiros filhos de Abraão: “Já
não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há varão nem mulher; porque todos vós
sois um em Cristo Jesus. E se vós sois de Cristo, certamente linhagem de Abraão sois, e
herdeiros segundo a promessa”. Muito antes que o apóstolo Paulo aceitasse ao Messias no
caminho a Damasco e chegasse assim a ser um judeu genuino, Jesus havía marcado
enfaticamente a distinção entre os meros judeus físicos e os judeus espirituais. Achamos uma
história interessante em João 1:47-49. Nos é dito ali que quando Jesus viu a Natanael embaixo de
uma figueira61 o identificou como um israelita verdadeiro. E por que o identificou assim?
Simplesmente porque Natanael confessou que Jesus era o Messias, o Rei de Israel: “Quando
Jesus viu a Natanael que se aproximava, disse: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há
engano [do grego pseudos, “falsidade”]. Lhe disse Natanael: De onde me conheces? Respondeu
Jesus e lhe disse: Antes que Felipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, te vi.
Respondeu Natanael e lhe disse: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel”. Em João 8 se
encontra registrada uma conversa entre Cristo e um grupo de judeus de nascimento. Estes se
jactavam de ser filhos de Abraão porém Jesus rechaçou essas pretensões. De fato, Jesus disse que
em vez de serem filhos de Abraão eram filhos de seu pai o diabo. Escutemos um pouco da
conversa como se acha registrada no versículo 37: “Sei que sois descendentes de Abraão [eram
descendentes literais de Abraão mas não no sentido espiritual]; porém procurais matar-mE,
porque Minha Palavra não está em vós... Vós sois de vosso pai o diabo, e os desejos de vosso pai
quereis fazer. Ele é homicida desde o princípio, e não permaneceu na Verdade, porque não há
verdade nele. Quando fala mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da
mentira”.62
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61 A figueira era simbolo do povo de Israel.
62 João 8:37, 44.

Vemos, pois, que havia judeus de nascimento e espirituais nos dias da teocracia judia. Assim
também irão existir na igreja de Filadélfia, no final da história cristãos genuínos e falsos. Em
linguagem gráfica Jesus descreveu como no tempo do fim existirão pessoas que professarão
serem cristãs sem serem de verdade: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino
dos céus, mas o que faz a vontade do meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome, e em teu nome lançamos fora demônios, e
em teu nome não fizemos muitos milagres? E então lhes declararei: Nunca vos conhecí; apartai-
vos de Mim, obradores de maldade”.63 É particularmente importante recordar (para futura
referência) que estes crentes falsos irão reclamar o nome de Jesus dizendo, “Senhor, Senhor”
mas em vez de fazer Sua vontade seriam obradores de maldade. A palavra “maldade” aqui é
anomias que se traduz em 1 João 3:4 “transgressao da Lei”. Quer dizer, estes falsos crentes
reclamariam o nome de Jesus ao mesmo tempo em que transgrediriam impunimente a Lei de
Deus!64 Jesus também Se referiu a estes falsos crentes na parábola das dez vírgens. Todas as
vírgens professavam estar esperando a chegada de Jesus as bodas. Todas tinham lâmpadas que
representam a Palavra de Deus.65 Entretanto cinco delas tinham uma relação superficial só de
boca com Jesus e quando chegou o momento do casamento a porta se fechou e as vírgens loucas
ficaram de fora.66 Quando voltaram mais tarde e exclamaram “Senhor, abre-nos a porta”, Jesus
pronunciou as terríveis palavras, “não os conheço”.67 Ellen White traçou um paralelo entre os
graves pecados dos falsos judeus nos dias de Jesus e os que cometerão os falsos cristãos no
tempo do fim:
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63 Mateus 7:21-23.
64 De que haveria crentes genuinos e falsos na igreja se deixa ver também na parábola da pesca
(Mateus 13:47-50), a parábola do grande banquete (Mateus 22:1-14), e na parábola do trigo e o
joio (Mateus 13:37-40).
65 Salmos 119:105.
66 O matrimônio não se refere a segunda vinda de Cristo mas ao momento em que Jesus fecha a
porta da graça depois de definir no Juizo quem são Seus verdadeiros discípulos e quem não é.
Sobre estes em particular, ver a parábola de Mateus 22:1-14.
67 Note a similaridade entre Mateus 25:10 e 7:23.

“O grande pecado dos judeus consistiu em não aceitarem a Cristo. O grande pecado do mundo
cristão consiste em não reconhecerem a Lei de Deus que é o fundamento de Seu governo no Céu
e na Terra”.68 À primeira vista o pecado dos judeus nos dias de Cristo e o dos cristãos ao final da
história parecem ser muito diferentes. Contudo um escrutinio mais cuidadoso indica que ambos
são culpados do mesmo pecado. Como é isto? Ellen White esclarece que a Lei de Deus se achava
encarnada em Jesus e portanto é uma representaçao exata de Seu caráter. Dito de outra maneira,
a Lei é uma descrição escrita do que é Jesus em Sua pessoa: “Ele era a encarnação da Lei de
Deus, a qual é uma representação exata [uma transcricao] de Seu caráter”.69 Ellen White repete
o mesmo conceito: “A glória de Cristo se revela na Lei, que é uma transcrição de Seu caráter.”70
Reflitamos sobre este assunto por um momento. Como pode um cristão professar amar a Jesus e
ao mesmo tempo odiar a Lei que é uma cópia fiel de Seu caráter? Não pode. Ainda assim, muitos
cristãos professos de hoje dizem que amam a Jesus ao mesmo tempo querem cravar a Lei (que é
um reflexo de Seu formoso caráter) na cruz. Dizer que a Lei foi cravada na cruz equivale a
cravar a Jesus na cruz pois a Lei é um reflexo de Sua pessoa! Ellen White explicou sem titubear
o que Deus dirá àqueles cristãos falsos no dia do Juízo: “No Juízo Deus lhes perguntará aos que
professaram ser cristãos: “Por que professasteis crer em Meu Filho e continuasteis transgredindo
minha Lei? Quem requereu isto de vossas mãos: pisar Minhas regras de justiça?”71
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68 Ellen G. White, O conflito dos Séculos, p. 25.
69 Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, v. 5, p. 1105
70 Ellen G. White, Mensagens Seletas, v. 1, p. 283.
71 Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, v. 7-A, p. 294

A sinagoga de Satanás em 1844

Pouco depois que o papado recebeu sua ferida mortal em 1798 se levantou no leste dos Estados
Unidos um movimento composto de pessoas procedentes de todas as denominações protestantes.
Os que pertenciam a este movimento anunciaram que Jesus voltaria para purificar o mundo com
fogo no ano 1843. Ao passar o ano 1843, a data foi marcada primeiramente para a primavera de
1844 e logo depois ao outono do mesmo ano. Quando os Mileritas proclamaram esta mensagem,
as igrejas protestantes da época os desprezaram. A maioria dos cristãos que professavam amar a
Jesus e que diziam anelar Sua vinda, se mofaram da mensagem e desprezaram os mensageiros.
De fato, a maioria dos que proclamaram a mensagem foram expulsos de suas igrejas, inclusive a
familia Harmon. Os cristãos nominais que pertenciam a estas igrejas professavam amar a Jesus
porém ultrajaram aos fiéis de Deus que proclamavam a hora do Juízo divino. Isto fez com que os
mensageiros proclamassem a mensagem do segundo anjo e convocassem aos fiéis de Deus a
sairem de Babilônia, quer dizer, das igrejas apóstatas. Os crentes falsos que rechaçaram a
mensagem da hora do Juízo e escarneceram dos mensageiros eram a Sinagoga de Satanás da
época. Professavam amar a Jesus porém rechaçaram a mensagem de Sua vinda. Se diziam
cristãos, mas mentiam. E como veremos mais adiante neste estudo, quando Jesus entrou em 1844
no Lugar Santíssimo pela porta que Ele havia aberto com a chave para iniciar o Juízo, estes
cristãos de aparência se negaram a entrar com Ele e como resultado rechaçaram a Lei e o Sábado
(igualmente outras doutrinas distintivas da igreja Adventista), e ultrajaram aos que haviam
entrado.
A perspectiva de Apocalipse 12 e 13
Os livros de Daniel e Apocalipse estão estritamente relacionados. Um é uma profecia e o outro
uma revelação. Em Apocalipse 13 achamos a mesma sequência de potências e eventos que vimos
em nosso estudo de Daniel 7. Leiamos Apocalipse 13:2: “E a besta que vi era semelhante a um
leopardo, e seus pés como de urso, e sua boca como boca de leão. E o dragão72 deu a besta seu
poder e seu trono, e grande autoridade”.
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72 Segundo Apocalipse 13:2 este dragão tinha dez chifres igual ao descrito em Daniel 7.

Neste versículo se descreve uma besta que herdou as características de todas as anteriores. Tinha
boca de leão, pés de urso, corpo de leopardo e recebeu seu poder do dragão. Logo no versículo 5
nos é dito que esta besta governou pelo mesmo período que o chifre pequeno: “Também lhe foi
dada boca que falava grandes coisas e blasfêmias; e se lhe deu autoridade para agir por quarenta
e dois meses”.73 Depois de governar por 42 meses esta besta recebeu uma ferida mortal: “Se
alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém mata à espada, à espada deve ser morto.
Aqui está a paciência a fé dos santos”.74 A sequência de governos em Apocalipse 13 se pode
ilustrar assim:
• Leão (Babilônia)
• Urso (Medo-Pérsia)
• Leopardo (Grécia)
• Dragão (Império Romano)
• Dez chifres (Império Romano dividido)
• Besta (o papado desde o ano 538 até 1798 d. C.)
Como já vimos em nosso estudo de Daniel 7, depois que estes Reinos houvessem governado,
Deus convocou o Juízo no Lugar Santíssimo do Santuário celestial. Desta forma, depois de o
livro de Apocalipse mencionar estes mesmos reinos, fala também da chegada da hora do Juízo
divino:
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73 O chifre pequeno governou por três tempos e meio e a besta governou por quarenta e dois meses.
O ano profético tem 360 dias desta forma três anos e meio multiplicado por 360 da 1.260 dias. E
quarenta e dois meses multiplicados por 30 da também 1.260 dias. Nas profecías os dias
representam anos assim que são 1.260 anos.
74 Apocalipse 13:9, 10

“Vi voar pelo meio do Céu outro anjo, que tinha o Evangelho Eterno para proclamar aos
moradores da Terra, a toda nação, tribo, lingua e povo, dizendo em grande vóz: Temei a Deus, e
dai-lhE glória, porque a hora de Seu Juízo chegou; e adorai Àquele que fez o céu, a Terra, o mar
e as fontes das águas”.75 Nota-se que enquanto o Evangelho Eterno se proclama na Terra, o Juízo
está transcorrendo no Céu. Isto indica claramente que a porta da graça não está fechada enquanto
se dá o Juízo no Céu e que o Juízo ocorre antes da segunda vinda de Jesus. Contudo, assim que
as três mensagens angélicas forem dadas ao mundo e finalizado o Juízo no Céu Jesus voltara a
Terra em uma nuvem de anjos e com uma coroa em Sua cabeça para tomar posse de todos os
reinos da Terra.76
Completemos agora o quadro que começamos acima:
• Leão (Babilônia) (Apocalipse 13:2)
• Urso (Medo-Pérsia) (Apocalipse 13:2)
• Leopardo (Grécia) (Apocalipse 13:2)
• Dragão (Império Romano) (Apocalipse 13:2)
• Dez chifres (Império Romano dividido) (Apocalipse 13:1, 2 e 12:3)
• Besta (Chifre pequeno: Papado) (Apocalipse 13:5)
• A hora do Juízo divino (Apocalipse 14:6, 7)
• Jesus Se apossa dos reinos do mundo (Apocalipse 14:14)
É possível que alguns critiquem este livro por centrar-se mais na Lei E no Juízo que no
Evangelho do amor. Se perguntarão: acaso não prega o primeiro anjo o Evangelho da salvação a
toda nação, tribo, língua e povo? Acaso não ensina o Evangelho Eterno as boas novas de que
Cristo viveu e morreu por nós? A resposta a estas perguntas é um retumbante sim! Porém
aqueles que têm um conceito desequilibrado e superficial da salvação frequentemente ignoram
que o primeiro anjo não só anuncia os privilégios que confere
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75 Apocalipse 14:6, 7
76 Segundo o explica Apocalipse 14:14

o Evangelho, mas que também proclama os deveres que este exige.77 Como veremos, focar-se
nos privilégios é esquecer-se dos deveres não só é perigoso como mortal! Em uma série de
imperativos o Evangelho Eterno nos manda categoricamente:
• Temer a Deus78
• Dar-lhEglória79
• Proclamar que estamos agora mesmo na hora do Juízo80
• Adorar a Deus por ser Ele o Criador81
Depois que o primeiro anjo anuncia a chegada da hora do Juízo, o segundo proclama que
Babilônia caiu por recusar esta mensagem: “Outro anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia,
a grande cidade, que a todas as nações tem dado a beber do vinho da ira de sua prostituição”.82
A sequência das mensagens do primeiro e segundo anjo de Apocalipse 14:6-8 é exatamente
paralela a sequência de eventos em Apocalipse 3:7, 8. O primeiro anjo anuncia a hora do Juízo
divino e o segundo proclama a queda de Babilônia.
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77 Concernente aqueles cristãos que exaltam a Graça às custas da Lei, Ellen White afirma: “Do
costume de ter em pouco caso a Lei e a justiça divinas, o alcance e demérito da desobediência
humana, os homens contraem facilmente o costume de não apreciar a Graça que proveu expiação
pelo pecado”. Assim, perde o Evangelho seu valor e importância no conceito dos homens, que
não tardam em deixar de lado a própria Biblia”. O Conflito dos Séculos, p. 519
78 A expressão “temei a Deus” é um chamado a obedecer a Lei pois o temor de Deus na Biblia
sempre se vincula com uma obediência reverente a Sua vontade (ver por exemplo Eclesiastes
12:13, 14)
79 Que é um chamado para revelar o caráter de Deus em nossas vidas e cuidar do corpo que
pertenece a Ele (ver Mateus 5:14-16; I Corintios 6:19, 20; I Corintios 3:16, 17).
80 Que começou em 1844 no Lugar Santíssimo do Santuário celestial
81 O sinal visível de adoração ao Deus verdadeiro é a observãncia do Sétimo Dia, o Sábado como
dia de repouso.
82 Apocalipse 14:8

A mensagem a igreja de Filadélfia apresenta a porta aberta no Lugar Santíssimo para o início do
Juízo seguido pela menção da Sinagoga de Satanás. Assim, a “Babilônia” que se menciona em
Apocalipse 14:8 é exatamente equivalente à Sinagoga de Satanás em Apocalipse 3:7, 8. A
sequência cronológica de Daniel 7 e Apocalipse 13 e 14 e sua relação com Apocalipse 3:7, 8 se
pode ilustrar da seguinte maneira:
Daniel 7 Apocalipse 13-14 Apocalipse 3:7, 8

Leão Leão Período do Antigo Testamento
(nenhuma igreja)
Urso Urso Período do Antigo Testamento
(nenhuma igreja)
Leopardo Leopardo Período do Antigo Testamento
(nenhuma igreja)
Dragão Dragão Éfeso, Esmirna (Império Romano)
Dez Chifres Dez Chifres Pérgamo (igreja se corrompe internamente)
Chifre Pequeno Besta do mar Tiatira, Sardis (papado e protestantismo)
Juizo Juizo Filadélfia (se abre a porta do Santíssimo para o
Juízo)
Queda de Babilônia Sinagoga de Satanás
Reino Eterno Reino Eterno Reino Eterno depois do Juízo

— Capítulo 2 —
Ellen G. White
e a Mensagem a Filadélfia
Ellen White explica a profecia de Daniel 7

Em Fevereiro de 1845 Ellen G. Harmon83 recebeu uma visão que se entitulava O fim dos 2.300
Dias. Esta visão se acha registrada em sua totalidade em Primeiros Escritos, p. 54-56. Depois de
receber a visão a senhorita Harmon a escreveu e a enviou a Enoch Jacobs, que publicava um
pequeno periódico que se chamaba Day-Star (A Estrela da Manhã). Ela nunca pensou que o
senhor Jacobs iria publicar a visão porém para sua surpresa, ele a publicou. Quando a senhorita
Harmon se deu conta que o senhor Jacobs havia publicado a visão, ela lhe escreveu a seguinte
carta de Falmouth, Massachusetts, em 14 de fevereiro de 1846: “Irmão Jacobs: Minha visão que
o senhor publicou no Day-Star,84 eu a escrevi com um profundo senso de dever sem crer que o
senhor a publicaria. Se houvesse pensado que iria compartilhá-la com seus muitos leitores
haveria preocupado-me em dizer algumas coisas que deixei fora. Sendo que os leitores do Day-
Star têm lido uma parte do que Deus me revelou e como a parte que não escrevi é de crucial
importância para os santos, humildemente lhe peço que publique isto também em seu periódico”.
Ellen Harmon então enviou ao senhor Jacobs a visão original que havia recebido em fevereiro de
1845 porém com os detalhes adicionais que considerava ser de “crucial importância para os
santos”. Esta ampliação foi publicada no periódico Day-Star de 14 de marco de 1846. Para a
conveniência do leitor, pus em relevo algumas das partes que Ellen Harmon adicionou a visão
original que aparece em Primeiros Escritos, p. 54-56 e também inclui algumas notas explicativas
nas notas ao pé da página.85
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83 Ellen Gold Harmon logo que casou-se veio a ser Ellen G. White.
84 Tal como aparece em Primeiros Escritos, p. 54-56.
85 Esta visão ampliada se acha em um pequeno panfleto entitulado, A Word to the Little Flock
Scattered Abroad [Uma palvbra ao pequeno rebanho] que se publicou em 6 de abril de 1846.
Não destaquei todas as pequenas variações entre os dois registros da visão, mas só aquelas que
considerei substanciais e importantes.

Ellen G. White e a Mensagem a Filadélfia
É de vital importância realçar que Ellen Harmon especificou com grande precisão o evento
histórico que marcou o começo do cumprimento da visão: “Em fevereiro de 1845 tive uma visão
dos eventos que começaram com o Clamor da Meia Noite”.86 Originalmente os que proclamaram
que havia chegada a hora do Juízo ensinavam que Jesus viria por volta do ano 1843. Mais tarde a
data foi marcada para a primavera de 1844. Quando Jesus não veio como esperavam na
primavera de 1844 o povo se desalentou e adormeceu; entretanto em julho de 1844 se
despertaram de sua letargia e começaram a proclamar o que se conhece como o Clamor da Meia
Noite.87 O Movimento do Sétimo Mês (o Clamor da Meia Noite) tomou fôlego no começo de
agosto de 1844 em uma reunião campestre que se celebrou em Exeter, New Hampshire. Aqueles
fiéis que haviam anunciado que Jesus viria por volta do ano 1843 ou na primavera de 1844 se
deram conta que haviam cometido um erro nos cálculos proféticos. Em uma série de pregações
Samuel Snow demostrou que o Dia da Expiação, o dia em que eles criam que Jesus voltaria para
purificar a Terra com fogo, caia no outono e não na primavera. Esta foi a primera vez que se
fixou o 22 de outubro de 1844 como a data exata para a segunda vinda de Cristo. Ellen White
descreveu o impacto deste descobrimento: “Como um maremoto, o movimento se extendeu pelo
país. Foi de cidade em cidade, de povo em povo e até lugares remotos do campo, e consiguiu
despertar o povo de Deus que estava esperando”.88 Depois de identificar o evento que marcou o
começo da visão,89 Ellen Harmon escreve novamente a visão porém com os detalhes adicionais
que considerava “de crucial importância para os santos”. “Vi um trono, sobre ele Se sentavam o
Pai e o Filho.90 Olhei o rosto de Jesus e admirei Sua formosa pessoa. Não pude contemplar a
pessoa do Pai, pois O cobria uma nuvem de gloriosa luz. Perguntei a Jesus se Seu Pai tinha
forma como a dEle. Disse que sim, porém não poderia contemplá-la porque “Se chegasses a
contemplar a glória de Sua pessoa, deixaria de existir”.Diante do trono vi o povo adventista (a
iglesia e o mundo)91. Vi dois grupos, um prostrado ante o trono, profundamente interessado,
enquanto o outro não manifestava interesse e permanecia de pé. indiferente.92
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86 A Word to the Little Flock Scattered Abroad, 6 de abril, 1846.
87 Movimento conhecido como o Movimento do Sétimo Mês porque começou em julho de 1844.
88 O Conflito dos Séculos, p. 451, 452.

Os que estavam prostrados diante do trono elevavam suas orações a Deus e olhavam a Jesus;
Jesus então olhava a Seu Pai, e parecia interceder com Ele. Uma luz se transmitia do Pai ao Filho
e deste ao grupo em oração93 Então vi que uma luz excessivamente brilhante94 procedia do Pai
para o Filho, e dEste refletia sobre o povo que estava diante do trono.95 Porém poucos recebiam
esta grande luz. Muitos saiam de debaixo dela e a resistiam imediatamente96; outros eram
descuidados97 não apreciavam a luz, e esta se afastava deles. Alguns98 a apreciavam, e se
juntavam ao pequeno grupo que orava.99 Este grupo recebia a luz e se regozijava nela, e seus
rostos brilhavam com sua glória.100 Até aqui Ellen Harmon relata eventos que ocorreram entre a
primavera e o outono de 1844. Logo descreve ela com riqueza de detalhes a ida do Pai e do Filho
ao Lugar Santíssimo em 22 de outubro de 1844 para iniciar o
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89 Quer dizer, o Clamor da Meia Noite que se anunciou a partir de julho de 1844.
90 Este trono estava no Lugar Santo do Santuário celestial onde Jesus foi quando ascendeu ao Céu
(ver Apocalipse 3:21; 12:5).
91 Na visão original que se acha registrada em Primeiros Escritos, p. 54-56 Ellen Harmon diz
explicitamente que o povo adventista se compunha de dois grupos: (1) a igreja, e (2) o mundo.
Diz ela: “Vi dois grupos, um prostrado ante o trono, profundamente interessado enquanto que o
outro não manifestava interesse e permanecia de pé, indiferente”.
92 O grupo que “não manifestava interesse e permanecia de pé, indiferente” não se compunha de
incrédulos senão de cristãos que só o eram de nome. Concernente a estes diz Ellen Harmon em
outro lugar: “Os descuidados e indiferentes que não se uniram com os que apreciavam a vitória e
a salvação o suficiente para perseverar orando fervorosamente por elas, não as obtiveram, e foram
deixados envoltos em trevas, e seus lugares foram ocupados em seguida por outros, que se
uniam às filas dos que havianm aceitado a Verdade” (Primeiros Escritos, p. 271).
93 Esta luz que menciona Ellen Harmon se refere a pregação das mensagens do primeiro e segundo
anjos: “Todos os que vieram para a luz das mensagens do primeiro e segundo anjos e depois
recusaram a luz, foram deixados em trevas. E os que a aceitaram e receberam o Espírito Santo
que acompanhou a proclamação da mensagem celestial, e que depois renunciaram sua fé e
declararam que sua experiência havia sido um engano, deste modo refutaram ao Espírito de Deu e
Este não intercedeu mais por eles. Os que não viram a Luz, não forma culpados de recusá-la.

Ellen G. White e a Mensagem à Filadélfia
Juízo Investigativo, evento detalhado em Daniel 7:8-14: “Então vi o Pai levanter-Se do trono,101
e em um carro de chamas entrou no Lugar Santíssimo, no interior do véu, e Se sentou.102 Ali vi
tronos que não havia visto antes103. Então Jesus se levantou do trono, e a maioria dos que
estavam prostrados se levantaram com Ele.104 Não vi um só raio de luz passar de Jesus à
multidão indiferente depois que Ele Se levantou, e essa multidão foi deixada em perfeitas
trevas.105
_____________________________________________________________________________________
Os únicos aos quais o Espírito de Deus não podia alcançar eram os que haviam desprezado a Luz
Celestial. E nesta classe estavam incluidos, como tenho dito, tanto os que recusaram aceitar a
mensagem quando lhes foi apresentada, como os que, havendo recebido, depois renunciaram a
sua fé. Estes poderiam ter uma forma de piedade e professar ser seguidores de Cristo. Porém
não tendo uma relacionamento real com Deus, eram levados cativos pelos enganos de Satanás.
Se apresentam essas duas classes na visão: os que declararam que era um engano a Luz que
haviam seguido, e os ímpios do mundo que, havendo desprezado a Luz, haviam sido recusados
por Deus. Não se faz referência aos que não haviam visto a Luz e, portanto, não eram culpados de
recusá-La”.
94 A “Luz excessivamente brilhante” se refere ao Clamor da Meia Noite que foi proclamado pelo
Movimento do Sétimo Mês.
95 A expressão “o povo que estava diante do trono”, se refere tanto aos que estavam ajoelhados
diante do trono como aos que permaneciam descuidados e indiferentes.
96 Muitos dos que estavam ajoelhados diante do trono abandonaram o movimento que havia
proclamado as primeiras duas mensagens angélicas.
97 Os “descuidados” que se mencionam aqui se refere aqueles que permaneciam parados ante o
trono. Se notará que Ellen Harmon usou esta palavra para descrever ao principio da visão àqueles
que permaneceram diante do trono “descuidados e indiferentes”.
98 Alguns dos que estavam parados ante o trono aceitaram o Clamor da Meia Noite e se uniram
com os que estavam prostrados ante o trono.
99 Com aqueles que haviam aceitado as duas primeiras mensagens angélicas e o Clamor da Meia
Noite.
100 Recorde a expressão “seus rostos brilhavam com Sua glória” pois voltaremos a considerá-la
quando falemos do Alto Clamor do terceiro anjo.

Os que se levantaram quando Jesus Se levantou, tinham seus olhos fixos nEle enquanto Se
afastava do trono e os conduziu por um trecho. Alçou então Seu braço direito, e ouvimos Sua
maravilhosa vóz dizer: ‘Aguardai aqui; Vou a Meu Pai para receber o reino106; mantende vossas
vestiduras imaculadas, e dentro em pouco voltarei das bodas107 e os receberei para Mim
mesmo.108 Até este momento tanto o Pai como o Filho Se encontravam no Lugar Santo do
Santuário celestial. “Depois disto, um carro de nuvens, cujas rodas eram como chamas de fogo,
chegou rodeado de anjos, aonde estava Jesus. Ele entrou no carro e foi levado ao Lugar
Santíssimo, onde o Pai estava sentado. Ali contemplei a Jesus o grande Sumo Sacerdote, em pé
diante do Pai. Na orla de Seu vestido havia uma campainha e uma romã; logo outra campainha e
outra romã. Então Jesus me mostrou a diferença entre os que se baseiam na fé e os que
dependem de seus sentimentos.109
_____________________________________________________________________________________
102 O evento que descreve Ellen Harmon se acha em Daniel 7:9, 10.
103 Como vimos em nosso breve estudo de Apocalipse 4, os 24 anciãos ocupavam estes tronos
quando Jesus ascendeu ao Céu. Daniel 7:9, 10 descreve o momento quando estes tronos se
transferiram ao Lugar Santíssimo antes de iniciar-se o Juízo.
104 Este grupo se compõe dos que aceitaram as duas primeiras mensagens angélicas e o Clamor da
Meia Noite.
105 Até este momento a multidão descuidada e indiferente estava composta dos que escutaram porém
rechaçaram as primeiras duas mensagens angélicas e também daqueles que se levantaram e
rechaçaram o Clamor da Meia Noite e se uniram à multidão descuidada e indiferente.
Concernente a este grupo diz Ellen Harmon em Primeiros Escritos, p. 250, 251: “Quando Jesus
concluiu Seu ministério no Lugar Santo e fechou a porta deste compartimento, densas trevas
envolveram aos que haviam ouvido e desprezado a mensagem de Sua vinda e assim O perderam
de vista”.
106 Este é o tema central da profecia messiânica de Isaías 22:20-23; 9:6, 7, onde se anuncia que a
chave da casa de Davi abriu a porta para que por meio do Juízo e da Justiça Jesus pudesse obter
um reino de extensão global e de duração eterna.
107 Ellen Harmon faz alusão aqui a Lucas 12:35, 36.

Os que se levantaram com Jesus110 elevavam sua fé111 para Ele no Lugar Santíssimo, e
rogavam:‘Pai, dá-nos Teu Espírito’. Então Jesus soprava sobre eles o Espírito Santo.112 Nesse
sopro havia luz, poder e muito amor, gozo e paz. “Dei a volta para ver o grupo que seguia
prostrado diante do trono113 e não sabia que Jesus o havia deixado.114 Satanás parecia estar ao
lado do trono, procurando levar adiante a obra de Deus.
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108 Evento que se descreve em Daniel 7:13, 14.
109 Ellen Harmon adicionou esta oração a visão original que ela enviou ao senhor Jacobs. Em inglês
a oração diz: “Then Jesus showed me the difference between faith and feeling”. Por que adicionou
ela esta oração quando relatou a visão completa? A oração parece ser um parêntese ou
explicação. O contexto indica claramente que a palavra “fé” aqui se refere a atitude que deve ter o
povo de Deus ao entrar pela fé, com Jesus ao Lugar Santíssimo para seguí-lO em Sua grande obra
expiatória final. Ela se refere a esta fé em outros lugares com a expressão “a fé de Israel”. “Então
Jesus Se levantou, fechou a porta do Lugar Santo, abriu a que dá ao Santíssimo e passou para trás
do segundo véu, onde está agora ao lado da Arca e onde chega a fé de Israel agora”. Primeiros
Escritos, p. 42. Em outro lugar afirma: “Vi que não se pode separar os Mandamentos de Deus e a
porta fechada. Vi que os Mandamentos de Deus deviam resplandecer ante Seu povo quando se
abriu a porta do segundo compartimento do Santuário celestial em 1844. Então Se levantou Jesus
e fechou a porta do primeiro compartimento e abriu a porta do segundo e entrou ao Lugar
Santíssimo até onde chega hoje a fé de Israel dentro do segundo véu onde está parado Jesus
diante da Arca. Vi que Jesus havia aberto a porta do Lugar Santíssimo e ninguém a pode fechar; e
que desde o momento em que Jesus entrou, os Mandamentos tem estado resplandecendo sobre
Seu povo e Ele os está provando concernente a observância do Sábado”. Em contraste com os
que entram pela fé com Jesus no Lugar Santíssimo se acham aqueles que baseiam sua experiência
religiosa nas emoções, nos sentimentos passageiros. Como veremos em breve, os que vem para a
luz das três mensagens angélicas e contudo recusam entrar com Jesus no Lugar Santíssimo
fundamentam sua experiência religiosa sobre emoções e sentimentos efêmeros. Estas pessoas não
tem uma âncora que os segure e portanto caem vítimas de diversos enganos de Satanás. Diz Ellen
White quanto a importância das três mensagens angélicas: “Estas mensagens me foram
apresentadas como uma âncora para o povo de Deus. Quem as compreendam e aceitem ficam
livres de verem-se arrastados pelos muitos enganos de Satanás” (Primeros Escritos, p. 256).

Vi o grupo levanter os olho para o trono, e orar: ‘Pai, dá-nos Teu Espírito’. Satanás soprava
então sobre eles uma influência ímpia115; nela havia luz116 e muito poder117, mas nada de doce
amor, gozo nem paz.
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110 Se notará que os fiéis que entraram pela fé com Jesus no Lugar Santíssimo deram três passos
sucessivos: Em primeiro lugar, aceitaram as primeiras duas mensagens angélicas, logo aceitaram
a mensagem do Clamor da Meia Noite e finalmente estavam preparados para compreender e
receber a terceira mensagem angélica ao entrarem com Jesus no Lugar Santíssimo depois de 22
de outubro de 1844. É interessante que os que recusaram dar os primeiros dois passos tão pouco
deram o terceiro passo. Estes são os que permaneceram inclinados diante do trono depois que
Jesus o deixou. Ellen Harmon explicou estes três passos detalhadamente no capítulo entitulado
“Uma Firme Plataforma” em Primeiros Escritos, p. 258-261. Neste capítulo Ellen Harmon traça
um paralelo impactante entre o que aconteceu nos tempos de Jesus e o que ocorreu em 1844.
Explica, ela ali que os que rechaçaram a mensagem de João Batista não foram beneficiados pela
mensagem de Jesus e havendo recusado a mensagem de Jesus não estavam preparados para entrar
com Ele no Lugar Santo do Santuario celestial no dia do Pentecostes. Afirma, ela que os judeus
permaneceram em trevas totais e continuaram confiando em seus sacrifícios e ofertas inúteis. De
igual maneira os que recusaram a primeira mensagem angélica compartilhada por Guillerme
Miller não estavam preparados para receber a segundo e por conseguinte não poderiam ser
beneficiados quando Jesus entrou no Lugar Santíssimo em 22 de outubro de 1844. Concernente a
estes diz ela: “Como os judeus, que ofereceram seus sacrificios inúteis, dirigem eles suas orações
inúteis ao compartimento que Jesus abandonou; e Satanás, a quem agrada o engano, assume um
caráter religioso e atrai para si a atenção desses cristãos professos, obrando com seu poder, seus
sinais e prodigios mentirosos, para prendê-los em seu laço. Alguns ele os engana de uma maneira;
e a outros, de outra. Tem diferentes seduções preparadas para afetar diferentes mentalidades.
Alguns consideram com horror un engano, enquanto recebem outro com facilidade. Satanás
seduz a alguns com o espiritismo. Também vem como anjo de luz e difunde sua influência sobre
a Terra por meio de falsas reformas. As igrejas se alegram, e consideram que Deus está obrando
em seu favor de uma maneira maravilhosa, quando se trata, na verdade de outro espírito. A
excitação passará e deixará o mundo e a igreja em pior condição que antes”.
111 Sua fé, não suas emoções!

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112 Jesus soprou Seu Espírito Santo sobre aqueles que haviam dado os três passos consecutivos.
113 São aqueles que aceitaram as primeiras duas mensagens angélicas e o Clamor da Meia Noite
contudo não seguiram a Jesus no Lugar Santíssimo. Estes se converteram, junto com as igrejas
apóstatas, em Babilônia ou a sinagoga de Satanás.
114 É importante recordar que Ellen Harmon define aos adventistas nominais como aqueles que
aceitaram as duas primeiras mensagens angélicas, se uniram ao movimento adventista e
proclamaram o Clamor da Meia Noite porém, assim que houve o desapontamento em 1844
refutaram a terceira mensagem angélica que dirigia sua atenção ao Lugar Santíssimo do Santuário
celestial. Ela os descreve como “adventistas do primeiro dia” (Primeiros Escritos, p. 299),
“adventistas que rechaçam a Verdade Presente” (Primeiros Escritos, p. 69) e “diferentes grupos
que professam serem crentes adventistas” (Primeiros Escritos, p. 124). Concernente a estes disse:
“O povo de Deus está chegando a unidade da fé. Os que observam o Dia de Repouso da Biblia
estão unidos em suas opiniões relativas à Verdade bíblica. Entretanto, os que se opõem ao Sábado
entre o povo adventista estão desunidos e extranhamente divididos”. Quando Ellen Harmon
menciona as igrejas caidas se refere as denominações protestantes de onde sairam os adventistas
nominais que se uniram ao movimento que anunciou as primeiras duas mensagens angélicas e
Clamor da Meia Noite. Alguns destes adventistas nominais regressaram às igrejas caídas depois
do Grande Desapontamento de 1844. Outros abandonaram completamente a fé e ainda outros se
uniram a diversos movimentos fanáticos. Vale dizer que as igrejas caídas que não deram nenhum
dos três passos também foram deixadas em perfeitas trevas e cairam sob o controle de Satanás.
Assim chegaram a ser Babilônia e a sinagoga de Satanás.
115 Em inglês a expressão e “an unholy influence” que significa “uma influência que não é santa”.
Esta influência ímpia se refere primordialmente à diversas manifestações espíritas que entraram
nas igrejas que recusaram as mensagens angélicas e o Clamor da Meia Noite. Ellen Harmon, que
viveu durante essa época, diz que em muitas destas igrejas posteriormente a 1844 se produziram
reavivamentos onde havia sinais, prodigios, milagres e muita religião emotiva e sentimental
porém a obra não era de Deus senão de outro espírito.
116 Obviamente era uma falsificação da Luz, pois Satanás é capaz de disfarçar-se como anjo de luz;
ver 2 Corintios 11:14, 15.
117 Estes são aqueles que baseam sua experiência religiosa em sinais, prodígios,

O objetivo de Satanás era mantê-la enganada, arrastá-la para trás e seduzir os filhos de
Deus”.118 Porém, a visão não termina aqui. Na ampliação que deu da visão, Ellen Harmon
adicionou um parágrafo muito importante. Em palabras escalofriantes escreveu ela: “Vi um após
outro dos que oravam a Jesus no Santíssimo abandonar o grupo e ir e unir-se com aqueles que
estavam diante do trono (no lugar santo) e imediatamente receberam a influência ímpia119 de
Satanás”. Existem muitos paralelos entre a visão do trono e a primeira visão que teve Ellen G.
White em dezembro de 1844. Em sua primeira visão viu ao povo de Deus que viajava para o Céu
por um caminho estreito e íngreme: “O povo adventista viajava por este caminho, em direção à
Cidade que se via em seu extremo oposto. No começo do caminho, atrás dos que já andavam,
havia uma brilhante Luz, que, segundo me disse um anjo, era o ‘Clamor da Meia Noite’. Esta
Luz brilhava por todo o caminho e iluminava os pés dos viajantes para que não tropeçassem.
Adiante deles ia Jesus guiando-os para a Cidade, e se não desviassem os olhos dEle, estariam
seguros. Porém, não tardaram alguns em cansarem-se, dizendo que a Cidade estava ainda muito
longe e que contavam chegar mais rápido a ela. Então Jesus os alentava levantando Seu glorioso
braço direito, Do qual emanava uma Luz que ondeava sobre a hoste adventista, e exclamavam:
‘Aleluia!’ Outros negaram temerariamente a Luz que brilhava atrás deles, dizendo que não era
Deus quem os havia guiado até ali. Então se extinguiu para eles a Luz que estava
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milagres, emoções e sentimentos.
118 Note que Satanás tem um duplo objetivo aqui: Primeiro quer manter diante do trono do Lugar
Santo aos que estão adorando ali. Logra isto convencendo-os que sua experiência religiosa é
genuína quando em realidade é falsa. Segundo, quer enganar aos que entraram no Lugar
Santíssimo convencendo-os que deem um passo atrás e se unam com aqueles que adoram no
Lugar Santo.
119 Não há dúvida que os que abandonaram o Lugar Santíssimo e regressaram ao Lugar Santo eram
Adventistas do Sétimo Dia que deram os três passos porém logo abandonaram a fé adventista e se
uniram para adorar com Babilônia ou a sinagoga de Satanás, quer dizer, com os adventistas
nominais e as Igrejas apóstatas. Note que não foram poucos, pois Ellen White diz “um após
outro”.

Ellen G. White e a Mensagem a Filadelfia
atrás e deixou seus pés em perfeitas trevas, de modo que tropeçaram e, perdendo de vista a Luz e
a Jesus, cairam fora do Caminho no abismo, no mundo sombrio e perverso”.120
Ellen White e a sinagoga de Satanás
No modo de pensar de Ellen White, Babilônia e a Sinagoga de Satanás são termos sinônimos.
Não é mera coincidência que a Sinagoga de Satanás se mencione em conexão com a igreja de
Filadélfia e que Babilônia se encontre no marco das primeiras duas mensagens angélicas, pois
tanto a Sinagoga de Satanás como Babilônia acham seu cumprimento no mesmo momento
histórico. Ellen White teve muito que dizer quanto a Sinagoga de Satanás. Em repetidas ocasiões
diz ela que há duas coisas principais que a caracterizam:
• A Sinagoga de Satanás está procurando constantemente por de lado a Lei de Deus,
especialmente o Sábado.
• A Sinagoga de Satanás emprega o espiritismo como seu método predileto de engano.
Concernente ao desejo que tem o mundo cristão de descartar a Lei divina diz Ellen White:
“Satanás tem uma grande confederação, sua igreja. Cristo a chama a Sinagoga de Satanás,
porque seus membros são os filhos do pecado. Os membros da igreja de Satanás têm estado
constantemente trabalhando para descartar a Lei divina,121 e confundir a distinção entre o bem e
o mal. Satanás está trabalhando com grande poder nos filhos da desobediência e por meio deles
para exaltar a traição e a apostasia como verdade e lealdade. E neste tempo o poder de sua
inspiração satânica se move em instrumentos viventes para levar a efeito a grande rebelião que
começou no Céu contra Deus”.122
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120 Ellen Harmon, Primeiros Escritos, p. 14, 15. Dentro dos limites deste livro não é possível
demostrar como outras visões anteriores de Ellen White explicam e ampliam a visão do trono.
Portanto, recomendo ao leitor que estude Primeiros Escritos, p. 232-285.
121 Recordem esta expressão, pois mais adiante voltaremos a ela.
122 Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, p. 16.

“Cristo diz que a igreja sobre a qual Satanás preside é a Sinagoga de Satanás. Seus membros são
os filhos da desobediência. São os que preferem pecar, que trabalham para anular a santa Lei de
Deus. A obra de Satanás é misturar o mal com o bem123 e eliminar a distinção entre um e outro.
Cristo deseja ter uma igreja que trabalhe para separar o mal do bem, cujos membros não tolerem
voluntariamente a maldade, senão que a eliminam do coração e da vida”.124 A Sinagoga de
Satanás também procura por de lado o monumento comemorativo de Deus: “Nos concílios da
Sinagoga de Satanás se decidiu que era necessário apagar o sinal de lealdade para com Deus no
mundo. O Anticristo, o homem do pecado, se exaltou como supremo na Terra e por meio dele,
Satanás tem obrado de forma magistral para fomentar a rebelião contra a Lei de Deus e contra o
memorial de Suas obras criadas. Nao é isto pecado e iniquidade? Que maior insulto se poderia
lançar contra o Senhor Deus, Criador do Céu e Terra, que o de ignorar o Sábado que Ele
instituiu, santificou e bendisse para que fora para sempre o memorial de Seu poder como
Criador? Como se atrevem os homens a alterar e profanar o Dia que Deus tem santificado?
Como se atreve o mundo cristão a aceitar este sábado espúrio que é filho do papado? O mundo
cristão tem alimentado e acariciado este sábado espúrio como se fosse de origem divino quando
na realidade teve sua origem com o pai da mentira, e foi introduzido no mundo por seu agente
humano, o homem do pecado”.125 “As forças das trevas se uniram com os seres humanos que se
entregaram ao domínio de Satanás, e serão revividas as mesmas cenas que se viram durante
julgamento, recusa e a crucifixão de Cristo. Os homens serão transformados em demônios ao
entregarem-se as influências satânicas; e os que foram criados a imagem de Deus, que foram
feitos para honrar e glorificar a seu
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123 A única forma de eliminar a distinção entre o bem e o mal e anulando a Lei, pois ela é a que nos
provê o critério para distinguir entre o bem e o mal.
124 Ellen G. White, The Review and Herald, 4 de dezembro, 1900
125 Ellen G. White, Signs of the Times, 12 de marco, 1894

Criador, se converterão em habitação de dragões, e Satanás verá em uma raça apóstata sua obra
mestra do mal: homens que refletem a imagem do diabo”.126 Outra doutrina que ensina a
Sinagoga de Satanás é a imortalidade da alma: “A doutrina da perduração da vida consciente
depois da morte, dos espíritos dos mortos em comunicação com os vivos, não tem fundamento
nas Escrituras, e contudo estas teorías são afirmadas como verdade. Mediante esta doutrina falsa
tem-se aberto o caminho para que os espíritos de demônios enganem as pessoas ao apresentarem-
se como se fossem os mortos. Os instrumentos satânicos personificam aos mortos e nesta forma
levam cativas a almas. Satanás tem uma religião, tem uma sinagoga e adoradores devotos. Para
encher as filas com seus devotos, utiliza toda classe de enganos”. 127
Doutrinas distintivas do Lugar Santíssimo
Agora devemos formular algumas das perguntas mais importantes deste estudo: Quais são as
doutrinas que se acham especialmente reveladas no Lugar Santíssimo do Santuário celestial?
Serão estas as Verdades que o mundo cristão tem recusado crer especialmente depois de 1844? A
resposta a estas perguntas é impactante. Quando as igrejas apóstatas128 recusaram entrar pela fé
no Lugar Santíssimo com Jesus em 1844 descartaram como resultado todas as Verdades
distintivas que sustenta e ensina a igreja Adventista do Sétimo Dia. Ellen White explica o motivo
pelo qual o mundo cristão aborreceu no despertar de 1844 aos que entraram com Jesus no Lugar
Santíssimo: “Se fez quanto se pode para movê-los de sua fé. Ninguém podia deixar de ver que se
o Santuário terrenal era uma figura ou modelo do celestial, a Lei depositada na Arca na Terra era
exata transcrição da Lei encerrada na Arca do Céu; e que aceitar a Verdade relative ao Santuário
celestial envolvia o reconhecimento das exigências da Lei de Deus e a obrigação de guardar o
Sábado do quarto mandamento.
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126 Ellen G. White, The Review and Herald, 14 de abril, 1896
127 Ellen G. White, Evangelismo, p. 438
128 Este grupo inclui os que ficaram parados diante do trono no Lugar Santo, os que permaneceram
prostrados ali depois que Jesus o abandonou e os que regressaram do Lugar Santíssimo ao Lugar
Santo.

Nisto estava o segredo da oposição violenta e resoluta que se fez a exposição harmoniosa das
Escrituras que revelavam o serviço desempenhado por Cristo no Santuário celestial. Os homens
trataram de fechar a porta que Deus havia aberto e de abrir a que Ele havia fechado. Porém, ‘O
que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre’, havia declarado: ‘Eis aqui, tenho posto
diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém poderá fechar’. (Apocalipse 3: 7, 8, V.M.) Cristo
havia aberto a porta, ou ministério, do Lugar Santíssimo, a Luz brilhava desde a porta aberta do
Santuário celestial, e se viu que o quarto Mandamento estava incluido na Lei ali encerrada; o
que Deus havia estabelecido, ninguém poderia derribar”.129 Diz também em outro lugar: “Os que
receberam a luz relativa ao Santuário e a imutabilidade da Lei de Deus, se encheram de alegria e
admiração ao ver a beleza e harmonía do conjunto de Verdades que foi revelado à suas mentes.
Desejavam que essa luz que tão preciosa lhes parecia fosse comunicada a todos os cristãos, e não
podiam crer que a aceitariam com alvoroço. Porém, as Verdades que não podiam senão pô-los
em desavença com o mundo não foram bem vindas para muitos que professavam ser discípulos
de Cristo. A obediência ao quarto Mandamento exigia um sacrifício ante o qual a maioria
retrocedia”.130 Quando os pioneiros da igreja Adventista do Sétimo Dia seguiram a Jesus do
Lugar Santo ao Lugar Santíssimo em 1844 começaram metodicamente a descobrir as doutrinas
distintivas que se revelavam ali. Ainda que seja verdade que algumas destas doutrinas foram
descobertas pelos pioneiros independentemente do Santuário e das mensagens dos três anjos,
também é certo que com o passar do tempo chegaram a compreender melhor, a luz do Lugar
Santíssimo, como cada uma destas doutrinas constitui um elo em uma cadeia perfeita da
Verdade.
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129 Ellen G. White, O Conflito dos Séculos, p. 488
130 Ellen G. White, O Conflito dos Séculos, p. 506, 507

Ellen G. White e a Mensaje à Filadélfia
Por exemplo, sabemos que a doutrina do Sábado veio para a igreja Adventista por meio da
influência de Tomas Preble, Federico Wheeler e Raquel Oakes Preston. Também sabemos que
ainda que a verdade do Sábado foi aceita de imediato por José Bates, Tiago e Ellen White se
mostraram relutantes em aceitá-la pois não compreendiam sua importância. Contudo, com o
transcurso do tempo Tiago e Ellen White não só chegaram a entender a importância do Sábado
senão que viram também a relação estreita que existe entre o Sábado, o Lugar Santíssimo e a
mensagem do terceiro anjo. Ellen White explicou como chegou ela a entender a relação entre o
Sábado e a terceira mensagem angélica: “Eu cria na Verdade quanto ao assunto do Sábado antes
que houvesse visto em visão algo concernente a ele. Observei o Sábado por muitos meses antes
que compreendesse sua importância e seu lugar em relação com a mensagem do terceiro
anjo”.131 Depois de mencionar a um ministro em Wisconsin que pregava o Sábado como o
faziam os Batistas do Sétimo Dia,132 Ellen White destacou a importância de vincular o Sábado
com as três mensagens angélicas: “No que se refere ao Sábado, ele sustenta a mesma crença que
os Batistas do Sétimo Dia. Se separamos o Sábado das mensagens [dos três anjos], esta perde seu
poder; porém quando a vinculamos com a mensagem do terceiro anjo, um poder a acompanha
que traz convicção aos incrédulos e infiéis e os impulsiona a sair fortalecidos para manterem-se
firmes e para viver, crescer e florescer no Senhor”.133 Outra doutrina que se descobriu no
começo, independentemente do Santuário foi a do estado dos mortos. É muito provável que
Jorge Storrs compartilhou esta doutrina com Tiago White e José Bates, que a incorporaram como
parte das crenças dos adventistas que guardavam o Sábado. Entretanto, a relação que existe entre
esta doutrina e o Santuário não se compreendeu até um tempo posterior.
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131 Ellen G. White, Manuscript Releases, vol. 8, p. 238.
132 Os Batistas do Sétimo Dia guardam o Sábado porém não o vinculam com o Santuário e as três
mensagens angélicas
133 Ellen G. White, Testimonies for the Church, vol. 1, p. 337.

Por meio de um estudo disciplinado das Escrituras os pioneiros adotaram as doutrinas distintivas
que caracterizariam mais adiante a Igreja Adventista do Sétimo Dia. No princípio não
compreendiam plenamente como se relacionavam estas doutrinas com o Lugar Santíssimo do
Santuário celestial e com as mensagens dos três anjos. Porém, com o passar do tempo chegaram
a entender que estas doutrinas não eram independentes uma da outra senão que eram elos de uma
cadeia da Verdade, ligadas pela mensagem do Lugar Santíssimo do Santuário celestial. “Muitos
perceberam a perfeita cadeia de verdades nas mensagens angélicas, e aceitando-as alegremente
em sua ordem, seguiram a Jesus pela fé no Santuário celeste”.134 E quais foram os elos da
Verdade que acharam os pioneiros no Lugar Santíssimo? Em primeiro lugar, descobriram que
Lei de Deus está ainda vigente para o cristão. Raciocinaram que se a Arca da Aliança no Lugar
Santíssimo do Santuário terrenal continha uma cópia das Tábuas da Lei, então no Santuário
celestial deveriam estar as Tábuas originais.135 Assim, se deram conta que a Lei não poderia
haver sido cravada na cruz como ensinava a maioria das igrejas da época. Concernente a isto
disse Ellen White: “A Lei de Deus que se encontra no Santuário celestial é o grande original dos
quais os preceitos gravados nas Tábuas de pedra e registrados por Moisés no Pentateuco eram
cópia exata. Os que chegaram a compreender este ponto importante foram induzidos a
reconhecer o caráter sagrado e invariável da Lei divina”.136 Em segundo lugar, descobriram que
a observância do Sábado está ainda vigente para os cristãos. Se deram conta que não só se
achava o Sábado no coração do Decálogo senão que Deus deu realce a esta grande Verdade ao
colocar uma vasilha com maná dentro da Arca.137 Com o passar do tempo os pioneiros
descobriram que o maná não ensinava somente a Israel que o Sábado era santo. Se deram conta
que Deus também deu o Sábado como uma prova138 para ver se Seu povo andaria em Sua Lei.
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134 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 256.
135 Ver Hebreus 8:1, 2; 9:1-5.
136 Ellen G. White, O Conflito dos Séculos, p. 486, 487
137 Ver Hebreus 9:3. Talvez por isto Ellen White viu um brilho de glória que circundava o quarto
Mandamento.

Assim viram que a prova sabática para o Israel literal prefigurava a prova final para o Israel
espiritual. Concernente a isto disse Ellen White: “O Sábado constitui a prova para esta geração.
Ao obedecer o quarto Mandamento em espírito e em verdade, os homens obedecerão todos os
preceitos do Decálogo. Para cumprir com este Mandamento devemos amar a Deus sobre todas as
coisas e exercer amor para com todas as criaturas que Ele criou”.139 E outra vez: “O Sábado será
a grande prova de lealdade; pois é o ponto especialmente controvertido. Quando esta prova final
for aplicada aos homens, então se traçará a linha de demarcação entre os que servem a Deus e os
que não O servem”.140 Em terceiro lugar, descobriram que o Juízo Investigativo que se
desenvolve no Céu antes da segunda vinda é o cumprimento do que simbolizaba o Dia da
Expiação em Israel. Chegaram a compreender que o verdadeiro arrependimento, a confissão do
pecado e a vitória sobre ele, são muito importantes, pois só os pecados que entravam no
Santuário pelo sangue de Cristo eram apagados. Compreenderam que para manterem-se firmes
no Dia Final o povo de Deus não só necessitava receber o perdão do pecado senão também
ganhar vitória sobre ele, pois só os pecados que haviam sido apagados da vida sobre a Terra
podiam ser apagados dos registros celestiais. Concernente a absoluta necessidade de vencer o
pecado, Ellen White explicou um tempo depois: “Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote
está fazendo propiciação por nós, devemos tornar-nos perfeitos em Cristo. Nosso Salvador não
pode ser induzido a ceder a tentação nem sequer por um pensamento. Satanás encontra nos
corações humanos algum ponto em que pode obter apoio; talvez algum desejo pecaminoso
acariciado, por meio do qual ele assegura sua força. Porém, Cristo declarou de Si mesmo: “Já
não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo, e ele nada tem em Mim;” (João
14:30).
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138 Ver Êxodo 16:4.
139 Ellen G. White, A Fé pela Qual Vivo, p. 293
140 Ellen G. White, O Conflito dos Séculos, p. 663

Satanás não pode encontrar nada no Filho de Deus que o habilitasse alcançar vitória. Cristo
guardou os Mandamentos de Seu Pai e não houve nEle nenhum pecado que Satanás pudesse tirar
vantagem. Esta é a condição em que devem encontrar-se os que hão de subsistir no tempo de
angústia”.141 Em quarto lugar vieram a compreender claramente como se relaciona a doutrina do
estado inconsciente dos mortos com o Santuário e o Juízo. Raciocinaram que se o Juízo dos
justos mortos começou em um momento específico, 22 de outubro de 1844 então nenhum deles
poderia haver ido ao Céu no momento da morte antes de serem julgados.142 Ellen White diz o
seguinte quanto a isto: “Os que no Juízo serão tidos por dignos’, terão parte na ressurreição dos
justos. Jesus disse: “mas os que são julgados dignos de alcançar o mundo vindouro, e a
ressurreição dentre os mortos, nem se casam nem se dão em casamento; porque já não podem
mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.” (Luc.
20: 35, 36). E além disto declara que “os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da
Vida,”(João 5: 29). Os justos já mortos não serão ressucitados senão depois do Juízo no qual
serão julgados dignos da ‘ressurreição’. Não estarão, pois presentes em pessoa no tribunal
quando seus registros forem examinados e seu caso decidido”.143 Os pioneiros também
descobriram a doutrina da imortalidade só por meio de Cristo na vara de Aarão que floresceu
milagrosamente.144 Tal como a vara morta floresceu da noite para o dia porum milagre de Deus,
assim também Cristo, nosso Sumo Sacerdote, ainda que esteve morto, ressucitou para não morrer
nunca mais.145
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141 Ellen G. White, O Conflito dos Séculos, p. 680, 681.
142 O conceito de que os mortos nada sabem fecha as portas da igreja ao espiritismo.
143 Ellen G. White, O Conflito dos Séculos, p. 536.
144 Segundo Hebreus 9:3 a vara de Aarão e o recipiente de mana foram colocados na Arca da Aliança
no Lugar Santíssimo do Tabernáculo. Porém, nos diz em 1 Reies 8:9 que no templo de Salomão
só estavam as Tábuas da Lei. Não há dúvida que quando o templo de Salomão foi terminado, já o
pote de mana e a vara de Aarão haviam sido transladados ao Santuário celestial. Assim o
confirma Ellen White. Referente ao Lugar Santíssimo no Santuário celestial diz ela: “Dentro da
Arca achava o áureo recipiente de mana, a vara de Aarão que floresceu e as Tábuas de pedra que
estavam dobradas como um livro. Primeiros Escritos p. 32

Com o transcurso do tempo os pioneiros, guiados pelo Espírito de Profecia, descobriram também
uma estreita relação que existe entre hábitos de vida saudáveis e a formação de um caráter
idôneo para o Céu. Perceberam que o maná que Deus havia mandado do Céu não só ensinava a
importância de observar o Sábado senão que também as virtudes de uma dieta vegetariana.146
Relativamente a isto, Ellen White escreveu: “O maná com que os alimentava no deserto era de
tal natureza que aumentava sua força física, mental e moral”.147 “De fato o Senhor não proveu
alimento cárneo para Seu povo no deserto, porque sabia que o uso deste regime criaria
enfermidade e insubordinação. A fim de modificar a disposição, e com o propósito de por em
ativo exercício as faculdades mais elevadas da mente, tirou deles a carne dos animais mortos.
Deu-lhes, em troca, alimento dos anjos, maná do Céu”.148
As três mensagens angélicas
Significativamente, enquanto que o Lugar Santíssimo do Santuário celestial ensinava estas
Verdades distintivas, a proclamação das três mensagens angélicas na Terra também as ensinava.
Em outras palavras, a proclamação das três mensagens angélicas na Terra é um eco da
mensagem do Lugar Santíssimo no Santuário celestial. Notemos a mensagem do primeiro anjo
em Apocalipse 14:6, 7: “Vi voar pelo meio do céu outro anjo, que tinha o Evangelho Eterno para
proclamar aos moradores da Terra, a toda nação, tribo, lingua e povo, dizendo em grande vóz:
Temei a Deus, e dai-lhE glória, porque é vinda a hora de Seu Juízo; e adorai Aquele que fez o
céu, a Terra, o mar e as fontes das águas”. O mandado de temer a Deus na primeira mensagem
angélica se vincula repetidamente na Biblia com a ideia de um profundo respeito para com Deus
que se manifesta na obediência a Seus Mandamentos.149 E a Terceira mensagem angélica conclui
com uma descrição do remanescente fiel que guarda os Mandamentos de Deus.150 O segundo
imperativo nos insta a dar glória a Deus. Damos-lhE glória ao revelar Seu caráter em nossas
vidas151 e ao cuidar de nossos corpos e mentes.152
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145 Ver Apocalipse 1:17, 18.
146 Ver a história que começa em Números 11:4, onde se realça esta Verdade.
147 Ellen G. White, Educação, p. 38.
148 Ellen G. White, Conselhos sobre Regime Alimentar, p. 448.

A Hora do Juízo traz à mente os eventos do Grande Dia da Expiação judaico. Ao final de cada
ano o Santuário era purificado dos pecados que haviam entrado ali por meio do sangue dos
sacrificios oferecidos durante o transcurso do ano. Porém, o que acontecia fora do Santuário era
tão importante como o que ocorria dentro. Enquanto o sumo sacerdote purificava o Santuário dos
pecados do povo, eles afligiam suas almas, jejuavam e purificavam o pecado de suas vidas. A
Lei de Deus estava envolvida no processo, pois a Biblia ensina que seremos julgados pela
perfeita Lei da liberdade.153 A doutrina da imortalidade condicional se acha implicita na
mensagem do primeiro anjo e na conclusão da mensagem do terceiro anjo. Fica claro que se o
Juízo começou em uma data específica (22 de outubro de 1844) então, os justos que morreram
em Cristo antes disto não podem haver ido ao Céu no momento da morte pois é absurdo crer que
foram ao Céu antes de serem julgados!
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149 Eclesiastes 12:13, 14; Gênesis 20:11; 22:12; Romanos 3:18; Deuteronômio 6:12, 13; Jó 1:8, 9;
Provérbios 8:13; Hebreus 11:7; Salmos103:17, 18; Hebreus 12:28, 29; 2 Coríntios 7:1.
151 Êxodo 33:18, 19; 34:6, 7, 29-34 a luz de 2 Coríntios 3:18; João 1:14 a luz de João 14:6-9. Ellen
White afirma corretamente (por alguma razão inexplicável, os tradutores desta publicação não
incluiram esta citação na tradução para o espanhol assim então eu fiz a tradução): “Ao contemplar
Jesus, ao falar dEle, ao meditar sobre a formosura de Seu caráter, somos transformados.
Transformados de glória em glória. O que é esta glória? O caráter, somos transformados de
caráter em caráter. Assim nos damos conta que há uma obra de purificação que ocorre enquanto
contemplamos a Jesus” (Sons and Daughters of God, p. 337). Fica claro que nós não temos
nenhuna glória inerente para oferecer a Deus. É a glória que nos vem de Deus a que lhE
devolvemos. Por exemplo, a lua recebe sua glória do sol e logo a reflete para a Terra. Ao ver a
glória da lua estamos na verdade contemplando a glória do sol que se reflete na lua. O propósito
da luz menor e glorificar a luz maior de onde recebeu sua luz desde o principio. Ver Mateus 5:14-
16.
152 Ver 1 Corintios 6:19, 20; 10:31; 2 Corintios 3:16-18.
153 Sao Tiago 2:12.

Vemos, pois, que a mensagem do primeiro anjo ensina que os mortos não sabem nada até que
recebam sua recompensa no momento da primeira ressurreição.154 Imediatamente depois da
terceira mensagem angélica se ouve uma vóz do Céu que diz: “Escreve: Bem-aventurados os
mortos que morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem de seus trabalhos, E suas
obras os siguam”.155 Este texto diz explicitamente que os mortos repousam durante o período da
morte. O único que sobrevive até o momento da ressurreição é o fruto de suas vidas. O
imperativo de adorar a Deus na mensagem do primeiro anjo é um eco da linguagem do quarto
Mandamento156 onde Deus manda guardar o Sábado como sinal da relação existente entre o
Criador e Suas criaturas. E a terceira mensagem angélica admoesta ao mundo a rechaçar a marca
da besta157 e receber sêlo de Deus.158 Não é surpreendente que na atualidade as grandes igrejas
protestantes, bem como as igrejas pentecostais e evangélicas, rechacem todas as Verdades
distintivas da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Isto é de se esperar, pois se não entram com Jesus
no Lugar Santíssimo, tão pouco podem discernir a Verdade Presente para este tempo. Estas
igrejas, em vez de dedicar seu tempo e esforço para pregar a Verdade Presente, dedicam suas
energias a agradar a sua membresia oferecendo serviços de adoração contemporânea, curas,
prodigios, milagres, programas sociais, evangelho da prosperidade, desjejuns coletivos,
programas de auto-ajuda psicológica e ativismo político. E segundo veremos em breve, inclusive
em algumas igrejas adventistas do sétimo dia no presente, têm desviado os olhos de Jesus do
Lugar Santíssimo e têm negado que Deus dirigiu o Clamor da Meia Noite em 1844. Têm lançado
a um lado a Verdade Presente para este tempo e que têm caracterizado como o povo
remanescente de Deus com uma mensagem especial para este tempo.
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154 Ver Apocalipse 20:12; Mateus 16:27.
156 Êxodo 20:8-11.
157 A marca da besta é o ato de homenagear a besta pela observância do domingo. Ver Apocalipse
14:9-11.
158 O sêlo de Deus se exibe quando guardamos o Sábado como dia de repouso.

É digno de nota que Deus, por meio do Espírito de Profecia, nos há assegurado que aqueles que
aceitem as três mensagens angélicas serão protegidos dos muitos enganos de Satanás nos últimos
dias. Sabemos que estes enganos que lançará Satanás tem a ver especialmente com as doutrinas
distintivas da igreja Adventista do Sétimo Dia, a Lei, o Sábado, o estado dos mortos, o Juizo
Investigativo, a vitória sobre o pecado e uma vida saudável. Ellen G. White se refere a estas
mensagens como uma âncora segura e firme: “Muitos perceberam o perfeito encadeamento de
verdades nas mensagens angélicas, e aceitando-as gozosamente um após o outro, seguiram ao
Senhor pela fé no Santuário celeste. Estas mensagens me foram apresentadas como um âncora
para o povo de Deus. Quem as compreendam e aceitem ficarão livres de verem-se arrastados
pelos muitos enganos de Satanás”.159 O autor do livro aos Hebreus já havia destacado que os que
entram com Jesus dentro do véu têm uma âncora segura e firme para suas almas. Nos dias de
Paulo a âncora se achava no Lugar Santo (porque Jesus estava ali) porém agora se encontra no
Lugar Santíssimo: “A qual temos como âncora da alma, segura e firme e que penetra até dentro
do véu, onde Jesus entrou por nós como precurssor, feito sumo sacerdote para sempre segundo a
ordem de Melquisedeque”.160
Manifestações espiritas
Um dos grandes enganos que tem seduzido o mundo cristão de hoje é o espiritismo. Sabemos
que a doutrina que forma a base do espiritismo é a imortalidade da alma. Alguns adventistas da
atualidade creem que é mais importante em quem cremos que o que cremos. Estes adventistas
ignoram que uma verdadeira relação com Cristo não é uma experiencia subjetiva e mística senão
um crença na Verdade, tanto intelectual como espiritualmente de tal maneira que não possamos
ser movidos.161
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160 Hebreus 6:19, 20.

Ellen G. White, que participou pessoalmente no Movimento de 1844, explicou que o mundo
religioso em 1844 (ainda alguns dos que aceitaram as primeiras duas mensagens angélicas e o
Clamor da Meia Noite) não quiseram entrar com Jesus no Lugar Santíssimo e portanto
rechaçaram as Verdades distintivas que se revelam ali. Quando o mundo religioso daquele tempo
recusou entrar com Jesus se converteu na Sinagoga de Satanás ou Babilônia e Satanás soprou
sobre ela uma influência ímpia que criam ser a influência do Espírito Santo. O Espírito de
Profecía explica sem rodeios o significado da porta aberta que se colocou diante da igreja de
Filadélfia e por que os inimigos da Verdade Presente queriam fechá-la: “Esta porta [do Lugar
Santíssimo] não se abriu até que terminou a mediação de Jesus no Lugar Santo do Santuário em
1844. Então Jesus se levantou, fechou a porta do Lugar Santo, abriu a que dá para o Santíssimo
e passou para trás do segundo véu, onde está agora ao lado da Arca e onde chega a fé de Israel
agora… “Vi que Jesus havia fechado a porta do Lugar Santo, e ninguém podia abrí-la; e que
havia aberto a porta que dá acesso ao Lugar Santíssimo, e ninguém pode fechá-la. (Apocalipse
3: 7, 8) ; que desde que Jesus abriu a porta que dá para o Lugar Santíssimo, que contém a Arca,
os Mandamentos têm estado brilhando para os filhos de Deus, e estes são provados acerca da
questão do Sábado…
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161 Ellen G. White, Eventos Finais, p. 223. Ellen White tem realçado a importância vital de conhecer
profundamente a doutrina bíblica do estado dos mortos: “Vi que os santos devem obter uma
compreensão cabal da verdade presente, que deverão sustentar pelas Escrituras. Necessitam
compreender o assunto sobre a condição dos mortos; porque ainda aparecerão espíritos de
demônios que se farão passar por seus seres queridos e parentes, e os ensinarão que o Dia de
Repouso foi mudado, e outras doutrinas alheias a Biblia. Farão quanto esteja em seu poder para
despertar simpatia e realizarão milagres diante deles para confirmar o que declaram. O povo de
Deus deve estar preparado para resistir a estes espíritos com a verdade bíblica de que os mortos
nada sabem, e que os que têm aparecido são espíritos de demônios. Nossa disposição não deve
ser dirigida pelas coisas que nos rodeiam, mas ocupar-nos com a Verdade Presente e a
preparação que necesitamos para dar razão de nossa esperança com mansidão e temor”
(Primeiros Escritos, p. 87).

“Os inimigos da verdade presente têm estado tratando de abrir a porta do Lugar Santo, que
Jesus fechou, e de fechar a porta do Lugar Santíssimo, que Ele abriu em 1844, onde está a Arca
que contém as duas Tábuas de pedra nas quais foram escritos, pelo dedo de Jeová, os Dez
Mandamentos”.162 Lamentavelmente, alguns eruditos entre nós têm passado por alto a explicação
simples e clara de Ellen White quanto a porta aberta e fechada e têm oferecido explicações
menos convincentes. Por exemplo, um notável erudito adventista que escreveu um comentário
extenso sobre o livro de Apocalípse diminuiu o significado da porta aberta dizendo que
representa a “porta aberta da oportunidade”.163
Ampliação de Primeiros Escritos
No livro Conflito dos Séculos (que se publicou em 1888 e 1911) Ellen White ampliou
notavelmente a visão do trono que lhe foi dada em 1845.164
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162 Ellen G. White, Primeiros Escritos, pp. 42, 43. É notável que imediatamente depois de escrever
aos inimigos da Verdade Presente que queriam fechar a porta do Lugar Santíssimo, Ellen White
descreve toda classe de fenômenos sobrenaturais que se manifestaram entre eles.
163 Ranko Stefanovic escreveu um comentário volumoso sobre o livro de Apocalipse que em muitos
sentidos é louvável. Porém, em sua análise das sete igrejas se mostra muito cauteloso e incerto
em aceitar a interpretação historicista de Ellen White sobre as sete igrejas. Emprega expressões,
tais como “aqueles que procuram aplicar”, “alguém poderia ver”, “alguns sugerem”, “alguém
poderia discernir”, “alguns compreendem”. Ellen White nunca foi cautelosa nem incerta quanto a
aplicação historicista das sete igrejas. Diz categoricamente que as igrejas representam “a igreja
em diferentes períodos da era crista” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 585).
164 Várias das primeiras visoes de Ellen White contem ideias relacionadas e o mesmo tema central.
Porem, em cada uma delas Deus compartilhou a mensagem usando diferentes símbolos. Em
publicações subsequentes ela não só ampliou a visão do trono como também as outras
visões que se acham em Primeiros Escritos, algumas das quais se encontram nos
apêndices ao final deste livro.

Enquanto que a visão que aparece em Primeiros Escritos consiste tão só de umas duas páginas
(pp. 54-56), sua ampliação no Conflito dos Séculos contém cento e cinquenta e três páginas.165
Analizemos um por um os capítulos que aparecem entre estas páginas:
• Páginas 461-475: O Templo de Deus166
• Este capítulo introduz os serviços do Santuário com o fim de preparar o leitor para entender o
ministério de Jesus no Lugar Santíssimo.
• Páginas 476-485: Jesus Cristo nosso Advogado167
• Ellen White explica o movimento de Jesus do Lugar Santo ao Lugar Santíssimo em 1844 tal
como se descreve em Daniel 8:14 e Daniel 7:13, 14.
• Páginas 486-503: Os Estados Unidos na Profecia168
Neste capítulo Ellen White explica que quando se abriu a porta do Lugar Santíssimo os fiéis de
Deus viram a Lei e o Sábado dentro da Arca Do Testemunho. No começo do capítulo (p. 486)
ela cita Apocalipse 11:19 e logo na página 488 cita Apocalipse 3:7, 8. No resto do capítulo ela
descreve o papel que desempenhou o papado na mudanca do Sábado e como finalmente as
igrejas protestantes apóstatas nos Estados Unidos (Babilônia, a sinagoga de Satanás) seguirão o
exemplo de sua mãe ao pisar este monumento comemorativo do Criador.
• Páginas 504-513: Uma Obra de Reforma
O capítulo na íntegra tem a ver com a perpetuidade do Sábado, os argumentos que usam os
protestantes contra e a responsabilidade que tem a Igreja Adventista do Sétimo Dia de restaurá-lo
a seu legítimo lugar.
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165 Páginas 461-618.
166 O título do capítulo em inglês é “O que é o Santuário?”
167 É lamentável que os tradutores tenham posto este título. Em inglês se intitula: “No Lugar
Santíssimo”.
168 Novamente temos uma tradução infeliz do título deste capítulo. Em inglês o título é “A Lei
imutável de Deus”. O tema central deste capítulo não é os Estados Unidos em si, mas o ataque
que lançarão os protestantes dos Estados Unidos contra a Lei de Deus.

• Páginas 514-532: a verdadeira conversão é essencial169 O curto parágrafo ao final da visão do

trono em Primeiros Escritos, p. 56,170 agora ocupa todo um capítulo. Neste capítulo Ellen White
explica o que sucede quando as igrejas recusam entrar ao Lugar Santíssimo com Jesus. O
resultado e que rechaçam a pregacao da Lei e a vida santificada e põem em seu lugar toda classe
de experiências subjetivas, tais como as emoções, os sentimentos, os sinais, os milagres, o amor
ao lucro e as diversões. Notavelmente, Ellen White dedica vários parágrafos a importância da
temperança na obra de santificação, que é parte integral da mensagem do primeiro anjo. Estes
reavivamentos modernos não dão proeminência a Lei, o verdadero arrependimento, a confissão e
a necesidade de ganhar a vitória sobre o pecado. “Os reavivamentos populares são provocados
prioritariamente por chamados a imaginação, que excitam as emoções e satisfazem a inclinação
pelo novo e extraordinário. Os conversos ganhos deste modo manifestam pouco desejo de
escutar a Verdade Bíblica, e pouco interesse no testemunho dos profetas e apóstolos. O serviço
religioso que não se revista de um caráter sensacionalista não tem atrativo para eles. Uma
mensagem que apele a fria razão não desperta eco algum neles. Não têm em conta as claras
admoestações da Palabra de Deus que se referem diretamente a seus interesses eternos”.171 Por
isto Ellen White adicionou a visão original que ela enviou ao senhor Jacobs as palavras: “Então
Jesus me mostrou a diferença entre a fé172 e os sentimentos”.173
_____________________________________________________________________________________
169 O título deste capítulo é outra tradução lamentável. O título em inglês e “Reavivamentos
Modernos”. Neste capítulo Ellen White descreve os reavivamentos que caracterizam a sinagoga
de Satanás ou Babilônia.
170 Onde Ellen White escreveu que Satanás ocupou um lugar ao lado do trono no Lugar Santo e
soprou uma influência ímpia sobre os que adoravam ali.
171 Ellen G. White, Conflito dos Séculos, p. 516.
172 Se refere aos que entram pela fé com Cristo no Lugar Santíssimo do Santuário celestial.
173 Se refere a religião superficial que tinham os que permaneceram diante do trono no lugar santo.

• Páginas 533-545: O Juizo Investigativo

Neste capítulo Ellen White descreve em detalhe o processo do juizo investigativo que começou
em 1844. Assinala os livros que se usam no Juízo e expõe como a Lei é o critério que se aplica a
vida de cada pessoa. Destaca a vital necessidade de ganhar a vitória sobre o pecado pois só serão
apagados no Céu os pecados que tenham sido vencidos aqui na Terra. Também demonstra
claramente que os mortos serão julgados, não em pessoa, mas através de seus registros.
• Páginas 546-558: A origem do mal e da dor
A partir deste capítulo Ellen White começa o processo de armar o marco dentro do qual esbocará
o tema do estado dos mortos e o espiritismo. Neste capítulo, em particular, ela escreve sobre a
origem do mal no Céu e os argumentos artificiosos que usou Lucifer para derribar a Lei de Deus
das mentes dos seres celestiais. Ao final do capítulo demonstra como Satanás usa, hoje os
mesmos métodos para socavar a Lei de Deus de entre os habitantes da Terra.
• Páginas 505-510: O pior inimigo do homem174
Ellen White descreve a queda do homem em pecado, o ódio que tem Satanás pela raça humana
os métodos que empregou e emprega ainda para enganá-la.
• Páginas 511-517: Quem são os anjos?175
Ellen White descreve a identidade, os métodos e a missão dos anjos maus com o fim de preparar
terreno para escrever sobre o espiritismo.
• Páginas 518-530: As artimanhas do inimigo
Ellen White descreve em detalhes os múltiplos e diversos métodos que emprega Satanás para
impedir que o mundo cristão aceite a Verdade Presente. Por vezes seguidas, neste capítulo, Ellen
White destaca a grande importância da Biblia e da sã doutrina. Entre as gemas que se encontram
neste capítulo estão as seguintes:
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174 O título en inglês é “A Inimizade entre o Homem e Satanás”.
175 O título em inglês é “A Agência dos Espíritos Malignos”.

“A teoria segundo a qual não importa o que os homens creiam é um dos enganos que mais êxito
dá a Satanás. Bem sabe ele que quando a Verdade é recebida com amor, esta santifica a alma do
que a recebe. Por isto está constantemente procurando substituir a Verdade por falsas teorias,
com fábulas e mesmo com outro evangelho”.176 “Aqueles que não estam dispostos a aceitar as
verdades claras e cortantes da Biblia estão continuamente buscando fábulas prazenteiras que
acalmem suas consciências. Quanto menos espirituais, abnegadas e humilhantes sejam as
doutrinas, com mais favor as recebem eles. Estas pessoas degradam suas faculdades intelectuais
a fim de servir a seus desejos carnais”.177 “Toda espécie de erro será aceito por aqueles que
voluntariamente rechaçam a Verdade”.178 “Se os homens tão somente estudassem o Livro de
Deus com oração fervorosa a fim de comprendê-la, não permaneceriam em trevas para receber
falsas doutrinas. Contudo, como recusam a Verdade, caem presos diante do engano”.179
“Inumeráveis são as doutrinas erroneas e as ideias fantásticas que estão invadindo as igrejas da
cristiandade. É impossivel estimar os maus resultados que vêm ao tirar um só ponto que haja
sido fixado pela Palavra de Deus”.180
• Páginas 586-606: O mistério da imortalidade181
Ellen White explica em detalhes a primeira mentira que emitiu Satanás no jardim do Édem “Não
morrereis”. Descreve como Satanás proliferou a falsa ideia de que os ímpios vão para um inferno
eterno no momento da morte enquanto que os justos vão para o Céu.
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177 Ellen G. White, Ibidem, p. 577.
178 Ellen G. White, Ibidem p. 578.
181 O título em inglês e “O primeiro Grande Engano”.

Ellen G. White e a Mensagem de Filadelfia
• Páginas 607-618: Podem os mortos falar?

Edificando sobre o capítulo anterior, Ellen White demonstra como a crença na imortalidade da
alma abre as portas da igreja de par em par ao espiritismo.
Pontos da Verdade Presente
Alguns anos depois do Grande Desapontamento de 1844, Ellen White identificou quais são os
pontos da Verdade Presente que Deus tem confiado a Igreja Adventista do Sétimo Dia: “O correr
do tempo em 1844 foi um periodo de grandes eventos, que abriu ante nossos olhos atônitos a
purificação do Santuário que ocorria no Céu e a relação decidida que tinha com o povo de Deus
sobre a Terra; [também] as mensagens do primeiro e segundo anjos com o terceiro, que
desenrolaram o estandarte no qual estava inscrito: “Os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”.
Um dos pontos desta mensagem foi o templo de Deus, visto no Céu por Seu povo amante da
Verdade, e a Arca que contínha a Lei de Deus. a luz do Sábado do quarto mandamento
resplandeceu com seus fortes raios no camino dos transgressores da Lei divina. A não
imortalidade dos maus é um antigo ponto”.182
Fenômenos sobrenaturais
Depois de passado 22 de outubro de 1844 se proliferaram entre os adventistas apóstatas e as
igrejas caidas (isto é, a sinagoga de Satanás ou Babilônia) alguns fenômenos extranhos.
Apareceram toda sorte de movimentos fanáticos que se especializavam em experiîncias
subjetivas, tais como sinais e milagres, emoções, sentimentos, mesmerismo, gritaria, falar em
línguas, rir no espírito, etc. Todas estas práticas foram adotadas pelos cristãos apóstatas no lugar
da Verdade Presente. Havendo recusado entrar no Lugar Santíssimo com Jesus, rechaçaram a
Verdade Presente e se converteram na sinagoga de Satanás ou Babilônia e assim não tinham
nenhuna proteção contra os enganos de Satanás. Já temos visto, como descreveu Ellen White, o
momento em que Jesus passou do Lugar Santo para o Santíssimo em 22 de outubro de 1844.183
Ao seguir a Jesus ali, os pioneiros entenderam claramente a Verdade quanto a Lei e o Sábado.
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182 Ellen G. White, Eventos Finais, p. 45.
183 Ver Primeiros Escritos, p. 42, 43.

Porém não foi assim com os inimigos da Verdade Presente que intentaram fechar a porta do
Lugar Santíssimo e reabrir a do Lugar Santo. Logo ela assinala como Satanás faz todo o possível
para desviar o povo de Deus da Verdade Presente: “Neste tempo de selamento Satanás está
valendo-se de todo artificio para desviar da verdade presente o pensamento do povo de Deus e
para fazê-lo vacilar. Vi uma coberta que Deus extendia sobre seu povo para protegê-lo em tempo
de aflição; e toda alma que se decidisse pela verdade [presente] e fosse de coração puro havia de
ser abrigada pela coberta do Todo-Poderoso”.184 E como atua Satanás para desviar o povo de
Deus da Verdade Presente? A resposta nos dá Ellen White: O faz realizando sinais e milagres:185
“Satanás sabia isto [que aqueles que se apegam tenazmente a verdade presente e tem corações
puros serão protegidos pelo Todo Poderoso] e obrava com grande poder para manter vacilantes e
perturbados acerca da verdade a tantos quantos fosse possível. Vi que os golpes misteriosos em
Nova York e outros lugares provinham do poder satânico, e que tais coisas se tornariam cada
vez mais comuns e se revestiriam de um manto religioso, com o fim de induzir aos enganados a
sentirem-se seguros, e para atrair, se fosse possivel, a atenção do povo de Deus para elas e fazê-
los duvidar dos ensinamentos e do poder do Espírito Santo”.186 “Vi que Satanás obrava de
diferentes maneiras mediante seus agentes. Atuava por intermédio de ministros que haviam
desprezado a verdade [presente] e cedido a graves enganos para crerem na mentira e serem
condenados. Enquanto pregavam e oravam, alguns caiam prostrados e desvalidos, mas não pelo
poder do Espírito Santo, senao pelo sopro187 de Satanás infundido nestes agentes, e por seu
intermedio as pessoas.
_____________________________________________________________________________________
185 Em Primeiros Escritos, páginas 54-56 e 43-45, Ellen White descreve o movimento de Jesus do
Lugar Santo para o Lugar Santíssimo e imediatamente descreve os sinais e prodigios que Satanás
obrou entre os que recusaram entrar com Jesus ali.
186 Como se deixou ver na pregação das primeiras duas mensagens angélicas e no Clamor da Meia
Noite.

Enquanto pregavam, oravam e conversavam, alguns adventistas professos que haviam rechaçado
a verdade presente se valiam do mesmerismo para ganhar adeptos, e as pessoas se regozijavam
nesta influência porque pensavam que era do Espírito Santo.188 Até houve alguns que
empregaram o mesmerismo e estavam tão imersos nas trevas e engano do diabo que criam
exercer um poder que Deus lhes havia dado. Tanto haviam igualado Deus consigo mesmos que
consideravam seu poder como coisa sem valor. “Alguns destes agentes de Satanás afetavam os
corpos de alguns dos santos a quem não podiam enganar nem apartar da verdade [presente]
mediante sua influência satânica. Oxalá todos pudessem ver isto como Deus me revelou, a fim
de que conheçam melhor as astúcias de Satanás e se mantenham em guarda! Vi que Satanás
obrava assim para separar, enganar e desviar os filhos de Deus precisamente agora no tempo do
selamento. Vi alguns que não se erguiam decididamente pela verdade presente. Os joelhos deles
tremiam, e seus pés resvalavam porque não estavam firmemente assentados na verdade
[presente]; e enquanto estavam assim vacilantes a coberta do Deus Onipotente não podia
extender-se sobre eles. . . Vi que os sinais, os prodigios e as falsas reformas aumentariam e se
extenderiam. As reformas que me foram mostradas não eram de erros quanto a verdade. Meu
anjo acompanhante me convidou a buscar pelo trabalho da alma que costumava manifestar-se em
favor dos pecadores. O busquei, mas não pude encontrar; porque ja passou o tempo da salvação
deles”.189 Há pessoas que têm usado a última porção desta citação para semear dúvidas quanto ao
dom profético que Deus deu a Ellen White. Afirmam que ela cria que a porta da graça se fechou
para todo o mundo em 1844. Ainda que ela mesma admita que creu assim por um curto tempo
depois do Grande Desapontamento, também escreveu esta nota esclarecedora em 1854 onde
explicou o que significa a expressão “porque já passou o tempo da salvação deles”:
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187 Esta é a mesma palavra que usa Ellen White na visão do trono em Primeiros Escritos, p. 56.
188 O mesmo que diz Ellen White na visão do trono em Primeiros Escritos, p. 56.
189 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 43-45.

“As ‘falsas reformas’ mencionadas aqui hão de serem vistas ainda com maior plenitude. A visão
se refere mais particularmente aos que têm ouvido e recusado a luz da doutrina do advento. Têm
cedido a fortes enganos. Os tais não terão ‘aflição de alma em favor dos pecadores’ como
anteriormente. Havendo rechaçado o advento e cedido aos enganos de Satanás, ‘já passou o
tempo da salvação deles’. Isto no entanto não se aplica aos que não têm ouvido nem recusado a
doutrina da Segunda Vinda”.190
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190 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 45

— Capítulo 3 —
Acontecimentos Preocupantes na Igreja
Q
uando se menciona a palavra “espiritismo” desperta na mente das pessoas imagens de
anjos malignos que aparecem aos vivos disfarçados como familiares e amigos que já
morreram. Entretanto o caráter do espiritismo é muito mais profundo e amplo. Se
queremos comprender definitivamente o que é, necessitamos regressar ao lugar onde se originou:
o Jardim do Édem. Em Gênesis 2:16-17 há um mandado direto de Deus a Adão e Eva: “E
mandou Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim poderás comer; mas da árvore da
ciência do bem e do mal não comerás; porque no dia que dela comeres, certamente morrerás”.
Estes dois versículos nos ensinam várias verdades de crucial importância. Em primeiro lugar,
notamos que Deus é uma pessoa que é superior e externa ao homem. Como nosso Criador, Deus
é Quem define o que é bom e o que é mal. Em uma linguagem clara e transparente Deus disse a
Adão e Eva que comer de todos as árvores do jardim era bom, porém comer da árvore da ciência
do bem e do mau era mal. O critério para distinguir entre o bem e o mau não se encontrava
dentro do homem senão fora dele, em Deus. Isto é, a norma que distinguia o bem do mau era
objetiva, não subjetiva. A única segurança para Adão e Eva era renderem obediência explicita ao
mandado objetivo de Deus. Em segundo lugar vemos que Deus explicou a nossos primeiros pais
quais seríam as consequências se comessem da árvore proibida. Disse-lhes sem ambiguidades
que no mesmo dia que comessem da árvore certamente morreriam. Assim vemos que a prova
original para Adão e Eva foi clara e simples. Enquanto a obediência implícita ao mandado
objetivo de Deus garantia a vida, a desobediência acarretava a morte. Seria bom recordar que
neste mandado único se achavam encerrados, em principio, todos os Dez Mandamentos. Quer
dizer, quando Eva transgrediu este mandado, em realidade quebrantou cada um dos Dez
Mandamentos.

Entre outras coisas, quiz fazer-se de Deus, desonrou Seu Pai celestial, afrontou Seu Criador,
trouxe a morte ao mundo ao tentar Adão, escolheu outro senhor em lugar de Deus, roubou o que
não lhe pertencia, mentiu ao exagerar as palavras de Deus e cobiçou o que não lhe pertencia.
Satanás comunicou a Eva duas grandes mentiras. Todos conhecemos a primeira. Disse que se
desobedecesse o mandado de Deus não iria morrer.191 Contudo houve uma segunda mentira tão
perigosa como a primeira. Notemos o que diz Genesis 3:5: “Então a serpente disse a mulher: Não
morrereis; pois Deus sabe que no dia que comeres do fruto, serão abertos vossos olhos, e sereis
como Deus, sabendo o bem e o mau”. Satanás estava dizendo a Eva que se comesse da árvore
iria ser como Deus, não em um sentido geral, senão em um sentido muito particular. Argumentou
que ao comer da árvore e fazer-se como Deus, ela iria ser capaz de distinguir entre o bem e o
mau por sua própria conta, sem necesidade de Deus. De fato, Satanás estava dizendo a Eva:
“Deus te disse que se desobedecesses Seu mandado objetivo, morrerás. Porém isto é uma
mentira. Pelo contrário, ao comer da árvore vais a desenvolver tua própria capacidade de
distinguir entre o bem e o mau sem que Deus te diga. Já não terás que depender de Deus para que
te diga que é bom e o que é mal; tú terás por tua própria conta essa capacidade, sem necessidade
de Deus”. Esto é o mesmo argumento que havia empregado anteriormente Satanás no Céu para
enganar os anjos.192 A lógica que empregou o inimigo foi sugestiva e blasfema! Satanás estava
insinuando a Eva que em algum momento do passado Deus havia comido da árvore e que ao
fazê-lo, Ele havia adquirido a imortalidade e a capacidade de distinguir entre o bem e o mau.
Entretanto havendo adquirido tal capacidade, Deus não quería que ninguém mais a tivesse.
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191 Gênesis 3:4
192 “Reiterou sua assertiva de que os anjos não necessitavam nenhum controle, mas que se devia
deixá-los seguir sua própria vontade, que os dirigiria sempre bem. Denunciou os estatutos
divinos como restrições de sua liberdade e declarou que o objetivo que ele perseguia era
assegurar a abolição da Lei para que, livres desta trava, as hostes do Céu pudessem alcançar um
grau de existência mais elevado e glorioso” (Conflito dos Séculos, p. 553, 554).

Assim que daí em diante Deus havia procurado impedir que outros comessem intimidando-os
com a ideia de que se comessem morreriam. Assim vemos que a primeira tentação estava
estreitamente relacionada com a Lei de Deus e com a doutrina do estado dos mortos. A essência
do espiritismo é o desprezo da Lei objetiva de Deus como critério absoluto para distinguir entre
o bem e o mau. O espiritismo diz ao homem: “Desobedece a Lei de Deus e dependa de teu
próprio critério interno para tomar tuas decisões éticas e de qualquer maneira viverás para
sempre”. Assim é que Satanás artificiosamente procura substituir a palavra infalível de Deus
como árbitro absoluto entre o bem e o mau e em seu lugar insta com o homem a seguir as
inclinações subjetivas de seu próprio coração.193 O espaço não nos permitirá alongar-nos nos
cinco métodos que usou Satanás para sacudir a fé de Eva na palavra objetiva de Deus contudo
uma menção breve está em sequência. Satanás fez um milagre mentiroso ao aparentar que a
serpente falava, adulterou a Palabra de Deus ao citá-lA mau, levou Eva a depender de sua
intuição e lógica, persuadiu Eva a dar atenção ao que diziam seus sentidos, e empregou Eva para
tentar Adão. Estes são os mesmos métodos que usa Satanás para enganar o mundo cristão de
hoje. O espiritismo esconde a necessidade de obedecer a Lei de Deus e menospreza a seriedade
do pecado. Enfatiza desmedidamente o amor de Deus e cria um conflito imaginário entre o amor
e a Lei. Enfatiza a Misericordia de Deus e deprecia Sua justica. Elogia a ideia de que Deus nos
aceita incondicionalmente e que não haverá Juízo nem castigo pelo pecado que a Biblia define
como “a transgressão da Lei”.194 Concernente a isto, Ellen White faz o siguente poderoso
comentário: “O espiritismo assegura que os homens são semi deuses não caidos; que ‘cada mente
julgará a si mesma’; que o ‘verdadeiro conhecimento coloca os homens acima de toda lei’; que
‘todos os pecados que se cometem são inocentes’, que ‘tudo o que existe é correto’, e que ‘Deus
não condena’.
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193 Hoje em dia, o existencialismo, o pós modernismo, a igreja emergente e as ideias filosóficas da
nova era têm o mesmo fundamento.
194 1 João 3:4

Pretende que estão no Céu, exaltados, os seres humanos mais vís. Declara a todos os homens:
“Não importa o que façais; vivam como os compraza; o Céu é vosso lar”. Multidões chegam
assim a crer que o desejo constitui a lei suprema, que o descontrole é liberdade, e que o homem
só tem que prestar contas a si mesmo”.195 Claramente as ideias que propõem o pós modernismo
e a igreja emergente não são inovações recentes. Estas ideias têm suas raízes no começo da
História. O espiritismo é antropocentrico pois enfatiza que a fonte de nossas decisões éticas não
se acha na Lei objetiva de um Deus pessoal que esta fora de nós, mas em normas internas tais
como nossas emoções, sentimentos, intuições, razão, necessidades sentidas e o “amor”.
A norma do espiritismo
Frequentemente concebemos o “espiritismo” nos termos mais rudimentares. Imaginamos um
quarto escuro onde se reunem um grupo de pessoas ao redor de uma mesa para que um médium
procure contatar os espíritos de amigos e familiares que morreram. Porém, como vimos, a
palavra “espiritismo” abarca muito mais que isto. Ellen White comprendeu o que é a essência do
espiritismo: “É certo que o espiritismo está mudando atualmente sua aparência e lançando um
véu sobre alguns de seus traços mais abjetáveis revestindo-se de um disfarce cristão. Entretanto,
suas declarações feitas desde a tribuna e na imprensa têm sido conhecidas pelo público faz
muitos anos, e revelam seu verdadeiro caráter. Estes ensinos não podem ser negados nem
encobertos. “Mesmo em sua forma atual, mas longe de ser mais tolerável, o espiritismo é em
realidade mais perigoso que anteriormente, devido a maior sutileza de seu engano. Conquanto
em anos atrás atacava a Cristo e a Biblia, declara agora que aceita a ambos. Porém sua
interpretação da Biblia está calculada para agradar ao coração não regenerado, ao passo que
anula o efeito de suas verdades solenes e vitais. Os espiritistas fazem referência ao amor como
se fosse o atributo principal de Deus, porém o rebaixam até convertê-lO em mero
sentimentalismo enfermiço e fazem pouca distinção entre o bem e o mau.
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195 Ellen G. White, Educação, p. 228.

A justiça de Deus, Sua reprovação do pecado, as exigências de Sua santa Lei, tudo isto é
mantido fora da vista.196 Ensinam ao povo a olhar o Decálogo como se fosse letra morta.
Fábulas agradáveis e encantadoras cativam os sentidos e induzem os homens a desprezarem a
Biblia como fundamento de sua fé. Se nega a Cristo tão descaradamente como antes; porém
Satanás tem cegado tanto o povo que não discernen o engano”.197 Em outro lugar a mesma
escritora explicou o que Satanás deseja estabelecer em lugar da Palavra de Deus: “Satanás faz o
mundo crer que a Biblia não é mais que uma ficção, ou quando muito um livro apropriado para a
infância da raça, do qual se deve fazer pouco caso agora, ou pô-lo de lado por ser antiquado. E
para substituir a Palavra de Deus esse mesmo Satanás oferece suas manifestações espirituais.
Estas estão inteiramente sob seu controle e mediante elas pode fazer o mundo crer o que
queira”.198 Assim é que Satanás oferece ao mundo cristão toda classe de critérios internos e
experiências subjetivas a fim de distraí-los do que é realmente importante: A Palavra de Deus e
especialmente a Verdade Presente!
Mudanças no estilo de culto
Há três modelos de culto que hoje competem no mundo cristão. O primeiro se caracteriza pelo
altar. Na igreja Católica, o sacrificio da missa no altar é o elemento central do culto. O segundo
modelo se centra no cenário. O cenário desperta imagens de entretenimento— dramas, música,
marionetes, filmes, baile, etc. Este é o modelo que tem adotado muitas igrejas protestantes e
algumas igrejas adventistas da atualidade. O terceiro modelo se caracteriza pelo púlpito, onde a
pregacao da Palavra e central.
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196 Satanás emprega diversas artimanhas para ocultar a Lei de Deus da vista das pessoas. Com todas
suas forças procura impedir que as pessoas entrem com Jesus no Lugar Santíssimo, pois quando
entram, imediatamente vêm dentro da Arca do Testemunho a Lei e o Sábado e se dão conta que a
Lei não foi cravada na cruz e que a observância do Sábado esta ainda vigente.
197 Ellen G. White, Conflito dos Séculos, p. 614, 615.

Houve um tempo em que o terceiro modelo imperava na igreja adventista. Porém, hoje as coisas
estão mudando rapidamente. Há igrejas adventistas que nem siquer têm um púlpito!
Lamentavelmente algumas igrejas adventistas da atualidade têm transformado a hora do culto de
adoração do Sábado em uma sessão de entretenimento. Em vez de reconhecer que a razão do
culto é adorar a Deus, inclinar-se diante dEle e escutar Sua vontade para nossas vidas, temos
chegado a pensar que Seu propósito é atrair e encher a igreja de gente secular que não assiste
regularmente a igreja.199 Quer dizer, temos transformado o culto de adoração em uma campanha
evangelistica cujo fim é atrair os que têm pouco interesse na religião formal, mas que estão
buscando uma experiência religiosa que não têm.200 Esta mudança de propósito para o culto de
adoração tem feito que nos tornemos antropocêntricos antes que teocêntricos em nosso estilo de
adorar a Deus. A maior preocupação em muitas igrejas adventistas da atualidade parece ser que
as pessoas do mundo sintam-se confortáveis no culto. Contudo para que se sintam comodas não
se pode dizer nem fazer nada que os possa ofender. Por isto são animados a vestirem-se como o
fazem de costume, canta-se o mesmo estilo de música a qual estão acostumados no mundo, e são
entretidos em forma similar a do mundo. Por temor em ofender as visitas alguns pastores
inclusive se abstêm de mencionar o nome de Ellen G. White como a profetisa do remanescente e
evitam a apresentacao de Verdades distintivas que poderiam desgostar aos que assistem. Porém
esta mudança de enfoque nos tem distraído de nossa mensagem peculiar e de nossa missão
distintiva. Ellen White tem destacado inúmeras vezes que o que necessitamos pregar na igreja
adventista de hoje é a Verdade Presente. E o que é a Verdade Presente? Já temos visto que a
pregação da Verdade Presente significa que proclamemos aquelas Verdades que se acham
centradas no Lugar Santíssimo, onde Jesus está ministrando agora.
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199 Não há uma tradução adequada para a palavra “unchurched” em inglês. Esta palavra se refere
preponderantemente a pessoas de mentalidade secular que tem pouco interesse na religião
organizada e que não assiste regularmente a nenhuna igreja.
200 Em inglês este grupo se descreve com a palavra “seekers” que significa “os que estão buscando”
uma experiência religiosa que não tem.

Se você quer pregar a Verdade Presente hoje, simplesmente descubra onde está Jesus agora, o
que está Ele fazendo e logo pregue isto. Tristemente, em um bom número de igrejas adventistas
da atualidade estão pregando Verdades que se acham centradas no Átrio e no Lugar Santo201
porém não se está pregando a Verdade Presente do Lugar Santíssimo onde se encontra Jesus.
Ellen White escreveu: “São muitas as preciosas Verdades que contém a Palabra de Deus,
entretanto é a Verdade Presente o que o rebanho necessita agora. Tenho visto o perigo que existe
de que os mensageiros se desviem dos pontos importantes da Verdade Presente para
demorarem-se em temas que não tendem a unir o rebanho nem santificar a alma. Nisto, Satanás
aproveitará toda vantagem possivel para prejudicar a causa. “Contudo, temas tais como o
Santuário, em relação com os 2.300 dias, os Mandamentos de Deus e a Fé de Jesus, são
perfeitamente adequados para explicar o movimento adventista passado, mostrar-nos qual é
nossa posição atual, estabelecer a fé dos que duvidam, e dar-nos certeza de um glorioso futuro.
Tenho visto com frequência que estes eram os temas principais nos quais devem demorar-se os
mensageiros”.202 Um número notável de congregações adventistas da atualidade substituiram
nossa mensagem da Verdade Presente por toda espécie de substitutos que têm como propósito
principal entreter a congregação. Samuel Koranteng-Pipim descreveu muito bem o ambiente de
alguns cultos adventistas da atualidade: “Temos o evangelho do rock e bailes de louvor em
nossos cultos, o evangelho das marionetes, o evangelho dos palhaços, o evangelho dos discos
cafés e dramas teatrais, tudo isto com o fim de evangelizer nossos jovens, jovens adultos e os que
não assistem a igreja. Agora, segundo parece, queremos ter também o evangelho dos magos para
nossos cultos e semanas de oração. Ao recorrer a estes artificios estamos em perigo de desviar-
nos da locura da pregação para a pregação de locuras”.203
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201 A mensagem do acampamento e átrio é que Jesus viveu uma vida perfeita e morreu uma morte
vicária em lugar de todos os seres humanos. A mensagem do Lugar Santo é que Jesus aplica os
benefícios de Sua vida perfeita e Sua morte aos individuos que pelo arrependimento, a confissão
e a fé o reclamam como Seu Salvador pessoal.

Ellen White concordou com o Dr. Koranteng-Pipim e agrega que os pastores jovens são os que
estão em maior perigo de inventar novos estilos de adoração para tomar o lugar da Palavra de
Deus: “Estamos em perigo de cometer erros em nosso esforço missionário. Corremos o perigo de
ignorar quão essencial e a obra do Espírito Santo sobre o coração. Tem entrado uma nova
metodología no ministério. Há um desejo de copiar o que fazem as demais igrejas e se
desconhece quase por completo a simplicidade a humildade. Os ministros jovens que desejam
ser inventivos introduzem novas ideias e novos planos de trabalho. Celebram reuniões de
reavivamento e se une grande número a igreja. Porém, quando passa a excitação onde estão os
conversos? Não se vê o arrependimento pelo pecado. O pecador é convidado a crer em Cristo e a
aceitá-lO sem que considere sua vida passada de pecado e rebelião e como resultado o coração
não é quebrantado. Não há contrição de alma. Estes conversos professos não têm caído sobre a
rocha, Cristo Jesus”.204 O que me deixa perplexo é isto: O que nos motiva como adventistas a
adotar o estilo de adoração e os métodos de crescimento eclesiástico daquelas igrejas que a
Biblia descreve com o nome de “Babilônia” ou “sinagoga de Satanás”? Por que quereriamos ir a
Crystal Cathedral, a Willow Creek, a Fuller ou Saddleback205 para aprender como semear mega
igrejas e giga igrejas206 quando estas igrejas depreciam a mensagem da Verdade Presente? Por
que quereríamos retroceder do Lugar Santíssimo ao Lugar Santo? E mais, Por que quereríamos
adotar sua música? Por que quereríamos adotar suas práticas de aplaudir, dançar e entreter? Por
que quereríamos adotar sua ênfase sobre a graça barata que exclui a Lei de Deus?
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203 Samuel Koranteng-Pipim, Here I Stand, p. 38.
204 Ellen G. White, Signs of the Times, 27 de dezembro, 1899.
205 Estas são mega e giga igrejas protestantes nos Estados Unidos que tem dezenas de milhares de
membros.
206 Uma mega igreja e aquela que tem pelo menos dos mil membros e uma giga igreja tem pelo
menos dez mil.

Por que quereríamos celebrar o domingo da ressurreição ao amanhecer como eles ou ainda com
eles? Por que quereríamos eliminar de nossos cultos qualquer menção de Ellen White como a
mensageira do Senhor por temor a ofendê-los? Por que quereríamos vestir-nos para o culto como
eles? Por que quereríamos servir na igreja no Sábado pela manhã um desjejum para atraí-los?
Acaso têm eles a Verdade Presente? Acaso estão eles pregando a mensagem e cumprindo missão
que Deus nos tem confiado como povo?
Visita a Saddleback
Alguns de nossos ministros jovens têm sido enviados por alguns de nossos administradores a
Willow Creek, a Crystal Cathedral, a Saddleback e a Fuller com o fim de aprender como adorar,
como fazer evangelismo e como semear grandes igrejas.207 Entretanto a irmã White nos tem dito
que devemos receber nossa luz do Céu e não destas igrejas: “Se Deus tem alguma nova luz para
comunicar, permitirá que seus escolhidos e amados a compreendam, sem necessidade de que sua
mente seja iluminada ouvindo aqueles que estão em trevas e erro”.208 Ela nos tem advertido que
não devemos assistir desnecessariamente as reuniões destas igrejas onde se ensina o erro: “Me
foram mostrados aqueles que creem possuir a última mensagem de misericórdia e a necessidade
que têm de estar separados dos que estão bebendo diariamente novos erros. Vi que nem os jovens
nem os anciãos deviam assistir a suas reuniões; porque e mal estimulá-los assim enquanto
ensinam o erro que é veneno mortal para a alma, e apresentan como doutrinas mandamentos de
homens.
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207 Os cultos de muitas destas igrejas focam mais nos desejos do adorador que nAquele que é digno
de ser adorado. A adoração celestial é teocêntrica, isto é, seu centro de enfoque se acha
exclusivamente nAquele que está sentado no trono. A verdadeira adoração nao se centra nas
necessidades sentidas dos que adoram senão na dignidade dAquele a quem adoram. O propósito
do culto nao é entreter, nem divertir, nem fazer com que o adorador sinta-se confortável. Não tem
como finalidade dar uma injeção de adrenalina espiritual ao que adora. O propósito é tributar a
Deus a honra e a Gloria que Ele merece como Criador. Não há nenhuna evidência que Deus sirva
café, rosquinhas, e suco de laranja para que os adoradores cheguem em tempo ao culto. A
adoração ao Todo Poderoso é suficiente incentivo.

A influência de tais reuniões não é boa. Se Deus nos tem livrado de tais trevas e erros, devemos
mantermo-nos firmemente na liberdade com que nos libertou e regozijar-nos na Verdade. Deus
sente desagrado conosco quando vamos escutar o erro, sem estarmmos obrigados a ir; porque a
menos que nos mande àquelas reuniões onde se inculca o erro as pessoas por nossa vontade, não
nos guardará. Os anjos deixam de exercer seu cuidado vigilante sobre nós; e ficamos expostos
aos golpes do inimigo, para ser entenebrecidos e debilitados por ele e pelo poder de seus anjos
mal, e a luz que nos rodeia se contamina com as trevas”.209 Será que como adventistas estamos
repitindo o mesmo erro que cometeu o Israel antigo? Deus nunca sugeriu ao povo de Israel que
adotasse o estilo de culto das nações ao redor a fim de poder alcancá-las na situação em que se
encontravam.210 Antes, nos dias do profeta Jeremias, Deus repreendeu dois males dos quais Seu
povo era culpado: “Porque dois males tem feito meu povo: a Mim Me dixaram, Fonte de água
viva, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas que retêm água”.211 Há certas expressões e
frases que estão sendo usandas nas igrejas da cristiandade que deveriam preocupar-nos. Algumas
destas são: “Devemos ser inclusivos”, “devemos apelar ao que as pessoas gostam”, “devemos
dar as pessoas o que elas sentem que necessitam”,212 “devemos ser pluralistas”, “nao devemos
julgar a ninguem” “devemos amar e aceitar as pessoas incondicionalmente”, “o que importa e o
amor”.213
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209 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 124, 125
210 Isto foi o que fez o povo de Israel na planice de Moabe próximos da terra prometida com
resultados catastróficos (ver Números 22-24).
211 Jeremias 2:13.
212 Alguns usam a seguinte citação da irmã White para defender a ideia de que devemos dar as
pessoas aquilo ao qual estão culturalmente acostumados: “Só o método de Cristo será o que dará
êxito para chegar as pessoas. O Salvador tratava com os homens como quem desejava fazer-lhes
bem. Lhes mostrava simpatia, atendia suas necessidades e ganhava sua confiança. Então lhes
dizia: ‘Segue-me’” (Ministério de Cura, p. 102). O problema é que na maioria dos casos
esquecemos de instar com as pessoas a tomar o último passo: “segue-me”.

Mesmo não sendo Jorge Barna adventista do sétimo dia, entendeu, ele muito bem a importância
da Verdade objetiva no mundo relativista do pós-modernismo: “Sem uma Verdade moral
absoluta não pode existir o bem nem o mal. Se não existem o bem e o mal, então não pode haver
tal coisa como o pecado. Sem o pecado não pode haver algo assim como um Juízo e se não há
um Juízo não pode haver condenação. E se não há condenação então não se necessita um
Salvador”.214
Obsessão com os números
Na igreja adventista do presente se dá grande ênfase sobre os números. Segundo parece, estamos
muito impressionados com as mega e giga igrejas e queremos imitar seus métodos porque
pensamos que quanto mais grande seja a igreja, melhor. Contudo, nos faria bem recordar que
neste mundo de pecado a maioría nunca tem estado do lado de Deus. É o remanescente pequeno,
perseguido e ultrajado, o que tem estado ao lado de Deus. Entre estes se encontraram gente como
Enoque, Noé, Elias, Jeremias, Daniel, os apóstolos, os santos da Idade Média e também os
Mileritas. O problema fundamental com o afã por crescer numericamente é que para atrair as
multidões temos que rebaixar nossas normas, ocultar nossas doutrinas distintivas, e abandonar
nosso estilo de culto reverente a fim de que os cristãos de outras igrejas e as pessoas seculares
possam sentir-se cômodas entre nós. Assim, estamos diluindo nossa mensagem e enchendo a
igreja com qantidade e não qualidade. Deus não nos insta a encher a igreja usando os últimos
métodos do mercado. Nos insta a enchê-la com a “locura da pregação” da Verdade Presente.
Muitos adventistas se perguntam: Por que não enchem nosssas igrejas adventistas aos Sábados
como se enchem as igrejas protestantes aos domingos? Por que temos tão poucas igrejas com
milhares de membros?
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213 Há certo grau de verdade em todas estas expressões, porém levadas ao extremo são perigosas.
Em inglês algumas das expressões favoritas são: Seeker-sensitive, user-friendly, reaching the
unchurched, inclusiveness, nonjudgmental, pluralism, unconditional love and acceptance,
meeting felt needs.
214 George Barna, The Second Coming of the Church, p. 62

Talvez a razão seja que nós temos uma mensagem impopular que não apela para o egoísmo da
multidão. E estamos em boa compania pois quando Jesus pregou verdades impopulares, o
populacho O abandonou e Jesus teve que perguntar a Seus discípulos se eles iam deixá-lO
também!215 Como regra geral as pessoas não gostam de ouvir a Verdade quando esta dói. Alguns
de nossos ministros dizem: “Se queremos reter nossos jovens na igreja temos que dar a eles
aquelas coisas que estão acostumados a ver e ouvir no mundo”.216 Porém isto é uma falácia. O
simples fato é que a igreja não pode competir com as diversões e os passa-tempo que oferece e
mundo; o mundo tem demasiado brilho e lustre para oferecer. Porém, a igreja pode oferecer aos
jovens aquilo que o mundo nunca poderia: a pura Palavra de Deus. Talvez uma ilustração nos
ajude a compreender o perigo de atrair a juventude com métodos questionáveis e com uma
mensagem equivocada.217
Uma ilustração
Por muitos anos tenho sido membro da comissão que organiza os membros que vêm a reunião
campal da Associação Central da Califórnia.218 Um de nossos trabalhos em preparação para este
evento é o de por armadilhas para as moscas pois ha anos em que abundam muito.
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215 Ver por exemplo João 6:66
216 Ler um exemplo deste modo de pensar no apêndice 1
217 Havendo sido diretor dos coros celestiais, Satanás sabe muito bem como usar a música como
armadilha para extraviar os jovens. Deus, por meio da irmã White, nos indica que Satanás sabe
muito bem que alguns gêneros de música estimulam certos órgãos do corpo de tal maneira que os
jovens não desejem a Cristo: “Me sinto alarmada ao notar por todo lado a frivolidade de homens
e mulheres jovens que professan crer na Verdade. Não parecem pensar em Deus. Sua mente
transborda de insensatez, e sua conversação é de assuntos vazios e fúteis. Seu ouvido é agudo
para perceber a música e Satanás sabe que órgãos pode excitar para animar, embargar e
enfeitiçar a mente de modo que não deseje a Cristo. A alma não sente anelos espirituais por
conhecimento divino e crescimento na graça.” Ellen G. White, Lar Cristão, capitulo 67. Creio
que a luz desta citação devemos avaliar muito cuidadosamente a música que usamos em nossos
cultos juvenis.
218 A reunião campal se celebra por um período de dez dias uma vez ao ano.

Por razões óbvias, ninguém gosta particularmente desta tarefa. O que fazemos é encher um saco
plástico com água e então abrimos uma pequena caixa que tem uma substância que atrai as
vespas e as lançamos na água por um furo na parte superior do saco. O faz com que este trabalho
seja particularmente difícil é que o odor da substância é tão forte e atrativo para as moscas que
no instante em que se abre a caixa, estas vêm voando as centenas dos quarto cantos. Vêm com a
expectativa de beber um néctar delicioso. Porém, ao entrarem na bolsa ficam presas e de
imediato se afogam. A lição é simples: Nem tudo o que atrai as pessoas é benéfico. Como diz o
refrão, “nem tudo o que brilha é ouro”. É possivel que atraiamos a muitos jovens a igreja dando-
lhes o que eles creem necessitar. Porém, a pergunta chave é esta: Estamos dando algo que
promove a vida espiritual ou estamos ministrando algo que conduz a morte? Como disse uma vez
o sábio Salomão: “Há caminhos que ao homem parece direito, mas seu fim é caminho de morte”.
Batizando aos inconversos
Alguns de nossos ministros temem dar a trombeta um sonido certo porque pensam que se fazem
isto suas igrejas se esvaziarão. Este temor os leva a rebaixarem as normas e a ocultar a Verdade
Presente. Sejamos realistas: Se apresentassemos a Verdade, a pura Verdade e nada mais que a
Verdade, teríamos o mesmo número de batismos? Ellen White nos adverte em repetidas ocasiões
quanto ao perigo de batizar pessoas que não tem aceitado e não vivem a Verdade Presente para
este tempo. “Porém quando uma pessoa se apresenta como candidato para ser membro da igreja,
temos que examinar o fruto de sua vida, e deixar a responsabilidade de seus motivos com ela
mesma. Mas deve exercer-se grande cuidado em aceitar membros na igreja; pois Satanás tem
suas artimanhas enganosas por meio das quais se propõe encher a igreja de falsos irmãos por
cujo meio possa obrar com maior êxito para debilitar a causa de Deus”.219 A estas reuniões vêm
milhares de membros de todas as partes da Associação para disfrutar de boa música, instrução e
pregação. Os obreiros da Associação se dividem em comissões e chegam uns dias antes de
começarem as reuniões com o fim de preparar o lugar para a chegada dos membros.
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219 Ellen G. White, Evangelismo, p. 231.

Faz uns anos conversava com um bom amigo que nesse tempo era presidente de uma Associação
grande em um país da América Latina. Lhe preguntei: —Qual critério emprega a União para
avaliar a efetividade do teu trabalho?” Prontamente me respondeu: —Há cinco coisas que se
tomam em conta para avaliar meu trabalho: O número de batismos, a porcentagem de aumento
nos dizmos, a porcentagem de capital operativo, a quantidade que se recolhe na campanha da
recolta e o número de assinaturas da revista missionária. Olhei para ele e repliquei: “Há uma
pauta de avaliação que falta na lista”. Me perguntou: “Qual? —lhe respondi—: O número de
apostasias”. Me deu uma olhada desconcertante e disse: —Eu sei que isto deveria ser incluido na
lista de avaliação mas aqui não se permite tocar neste assunto. Eu viajo com muita frequência
representando o ministério “Segredos Revelados” e me consta que há lugares do mundo onde a
porcentagem de apostasias excede em cinquenta por cento a de batismos. Minha observação me
diz que a razão principal da fuga de tantos membros é que não se lhes está compartilhando a
mensagem adventista em sua totalidade. Isto é, estamos batizando multidões que tem muito
pouco conhecimento de nossas raizes e da mensagem peculiar que nos distingue como povo. Os
evangelistas experientes sabem que o evangelismo de êxito consta de cinco etapas consecutivas:
Preparação, concepção, gestação, nascimento e crecimento.220 Minha observação me diz que o
evangelismo adventista do presente é débil especialmente em duas destas etapas, a gestação e o
crescimento.221 Estamos batizando multidões de pessoas que não têm passado por um periodo
normal de gestação (o estudo de nossa mensagem) e portanto nascem prematuros.
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220 A preparação inclui ol desenvolvimento de uma estratégia evangelística para alcançar as almas, a
concepção é o momento em que fazemos o primeiro contato com os inconversos, a gestação é o
periodo durante o qual damos os estudos bíblicos, o nascimento é quando o candidato se batiza, e
a etapa do crescimento é quando alimentamos e cuidamos dos infantes espirituais recem nascidos.
221 Às vezes esquecemos que há um período de nove meses de gestação antes do nascimento. A
concepção e o nascimento não ocorrem no mesmo dia. Os bebês espirituais que passam pelo
período de gestação completo no ventre da igreja tem uma melhor probabilidade de sobreviver e
de ser membros saudáveis. Não obstante isto, muitas vezes induzimos os batismos antes que os
candidatos estejam prontos para nascer. Alguns destes

Para complicar as coisas, depois de induzí-los a nascerem antes de completar seu período de
gestação, não os alimentamos e cuidamos e portanto atrofiam e morrem. Ellen White nos tem
advertido repetidas vezes que devemos ter muito cuidado ao aceitar novos membros na igreja
pelo batismo: “A prova do discipulado não se aplica tão estritamente como deveria ser aplicada
aos que se apresentam para o batismo. Devemos saber se estão simplesmente tomando o nome de
adventistas do sétimo dia, ou se estão tomando posição ao lado do Senhor, para sairem do mundo
e separarem-se dele e não tocar o imundo. Antes do batismo, deve examinar-se definitivamente a
experiência dos candidatos”.222 A serva do Senhor conhecia muito bem o perigo de enfatizar a
quantidade de batismos sem a correspondente qualidade. Conhecia mais que bem que muitas
igrejas e pastores se veriam tentados a aumentar o número dos membros sem um aumento
correspondente de sua espiritualidade. Note o seguinte comentário sobre a necessidade de
preparar muito bem os candidatos para o batismo: “A entrada de membros que não tem sido
renovados em seu coração e reformados em sua vida, é uma fonte de debilidade para a igreja.
Frequentemente se ignora isto. Alguns pastores e igrejas estão tão desejosos de assegurar um
aumento dos números que não apresentam um testemunho fiel contra hábitos e práticas que não
são cristãos. Aos que aceitam a Verdade não se lhes ensina que não podem com seguranca ser
cristãos de nome enquanto são mundanos em sua conduta. Até aqui têm sido súditos de Satanás
e de agora em diante devem ser súditos de Cristo. A vida deve testificar que têm trocado de lider.
A opinião pública favorece uma profissão do cristianismo. Se requer pouca abnegação e
sacrificio próprio a fim de dar uma aparência de piedade e ter o nome anotado nos livros da
igreja. Assim, é que muitos se unem a igreja sem primeiro unirem-se a Cristo. Nisto Satanás
triunfa.
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infantes prematuros sobreviverão se os pusermos em uma incubadora espiritual em cuidado
intensivo. Porém, não seria melhor esperar até que se complete o período de gestação?

Tais conversos são seus agentes mais eficazes. Servem como armadilha para outras almas. São
luzes falsas que arrastam os desprevenidos a perdição. É em vão que os homens procuram fazer
o caminho do cristão amplo e agradável para os mundanos. Deus não há alisado nem alargado o
caminho íngreme e pedregoso. Se temos de entrar na vida, devemos seguir a mesma senda que
Jesus e Seus discípulos percorreram: a senda da humildade, da abnegação e do sacrificio”.223
Ainda que na citação que segue Ellen White se refere a nossas instituições educativas, o
princípio se aplica igualmente a nossas igrejas: “Se rebaixais a norma para obter popularidade e
aumentar o número de alunos, e logo vos alegrais por este aumento, manifestais grande cegueira.
Se o número fosse evidência de êxito, Satanás teria direito a preeminência; porque neste mundo,
seus seguidores são a esmagadora maioria. O grau de força moral que prevalece no colégio e a
prova de sua prosperidade. É a virtude, inteligência e piedade dos irmãos que compõem nossas
igrejas, não seu número, o que há de constituir uma fonte de gozo e agradecimento”.224
Mudando os nomes de nossas igrejas
A fim de atrair multidões, algumas igrejas adventistas têm crido que é necessário mudar de
nome. Na América do Norte é comum encontrar nomes, como “Igreja Adventista da
Comunidade” ou “Comunhão Adventista”.225 Algumas igrejas até têm eliminado a palavra
“adventista” de sua nomenclatura. Muitas igrejas protestantes dos Estados Unidos tem usado os
meios de comunicação de massa para dizer que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma “seita”
e por isto alguns pastores adventistas procuram ocultar nosso nome com o fim de não criar
prejuizos. Que diria Ellen White quanto a intenção de ocultar nossa identidade?
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224 Ellen G. White, Conselhos para os Ministros, (edição de 1948), p. 75.
225 Em inglês os nomes mais comuns são: “Adventist Fellowship” e “Adventist Community Church”.
Inclusive, há uma igreja adventista em minha cidade que se chama “A Igreja das Sete Palmeiras”.
Que mensagem distintiva transmite tal nome?

“Somos adventistas do sétimo dia. Estamos envergonhados de nosso nome? Respondemos: Não,
não! Não estamos. É o nome que o Senhor nos há dado. Assinala a Verdade que há de provar as
igrejas”.226 Ellen White descreveu uma vez um grupo de líderes adventistas que queria arriar a
bandeira de nossa identidade: “Os homens empregaram todos os meios possiveis para fazer
menos proeminente a diferença entre os adventistas do sétimo dia e os que observam o primeiro
dia da semana. Me foi apresentado um grupo de pessoas sob o nome de adventistas do sétimo
dia, que aconselhavam que o estandarte ou o sinal que nos faz um povo singular não fosse
apresentado de forma tão destacada; como razão disto sustentavam que não era a melhor
política para assegurar o êxito de nossas instituições. Porém, não é este o tempo para arriar
nossa bandeira e envergonhar-nos de nossa fé. Este estandarte distintivo, inscrito com as palavras
‘Aqui está a paciência dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus’ há
de ser levado a todo o mundo até o fim do tempo de graça. Enquanto devemos nos esforçar por
extender nossa obra a diferentes lugares, não temos de ocultar nossa fé com o fim de ganhar
apoio. A Verdade deve chegar as almas que perecem e se a ocultamos no mais mínimo detalhe,
Deus será desonrado e o sangue das almas estará sobre nossas roupas”.227 A serva do Senhor nos
diz que aqueles que estão envergonhados de nosso nome nunca deveriam haverem-se unido a
igreja: “É possivel que professemos ser adventistas do sétimo dia e que não reconheçamos quão
elevada é a norma que devemos alcançar para merecer este nome. Alguns estão envergonhados
de que sejam conhecidos como adventistas do sétimo dia. Aqueles que se envegonham deste
nome nunca deveriam unirem-se com aqueles que consideram uma honra levá-lo”.228
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226 Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 442.
228 Ellen G. White, Carta 6, 1903 (ao Dr. E. R. Caro, Janeiro 4, 1902) se encontra em Manuscript
Releases, vol. 5, p. 455

Comichão no ouvido
Em sua segunda epístola a Timóteo o apóstolo Paulo descreve um grupo de cristãos que viverão
nos Últimos Dias e que quererão render culto a Deus a sua maneira sem uma mudança
correspondente na vida: “Porque virá um tempo quando não sofrerão a sã doutrina, senão que
tendo comichão nos ouvidos, amontoarão mestres conforme a suas próprias concupiscências, e
apartarão da verdade o ouvido e se voltarão para as fábulas”.229 A metáfora que usa o apóstolo é
interessante. Segundo ele, estas pessoas vão ter ardor nos ouvidos e amontoarão, para si mesmos,
mestres que estejam dispostos a rasgar-lhes as orelhas. Isto é, vão contratar mestres que lhes
ensinem o que querem ouvir. Desejarão viver conforme seus desejos carnais e buscarão mestres
que os ensinem que está bem viver assim. No versículo 2 o apóstolo instou com Timóteo a
pregar a Palavra para contrafazer o modo errado de pensar destas pessoas. “Que pregues a
palavra; que instes a tempo e fora de tempo; redargas, repreende, exorta com toda paciência e
doutrina”.230 Alguém poderia pensar que o apóstolo se refere aqui a gente irreligiosa ou secular,
contudo não é assim. Comentando sobre estes versículos, Ellen White afirma: “O apóstolo não se
refere aqui aos que são declaradamente irreligiosos mas aos cristãos professos que têm chegado
a ser escravos do eu por haverem feito de suas tendências seu guia. Os tais estão dispostos a
escutar tão somente doutrinas que não redarguem seus pecados nem condenem seu amor pelo
prazer. As palavras claras dos fiéis servos de Cristo os ofendem e escolhem mestres que os
louvem e bajulem. E entre os professos ministros há aqueles que pregam as opiniões dos homens
em lugar da Palavra de Deus. Infiéis a sua incumbência, extraviam aqueles que vêm a eles
buscando orientação espiritual”.231
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229 2 Timóteo 4:3, 4.
230 2 Timóteo 4:2.
231 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 402.

O Espírito de Profecia descreve com requinte de detalhes como trabalharam os apóstolos. Em

nenhum lugar os vemos apelando aos desejos carnais e as necessidades sentidas de seus ouvintes
para comprazê-los. Os apóstolos sabiam muito bem que o que as pessoas acreditavam necessitar
não era sempre o que em verdade necessitavam: “Os apóstolos “não haviam moldado sua fé e
ensinos para acomodá-las aos desejos de seus ouvintes, nem calado as Verdades essenciais para
a salvação a fim de tornar mais atrativo seus ensinos. Haviam apresentado a Verdade com
simplicidade e clareza, orando pela convicção e conversão das almas. E se haviam esforçado por
viver de acordo com seus ensinos, para que a Verdade que apresentavam fosse aceitável a
consciência de todo homem”.232 A serva do Senhor advertiu que nos últimos dias se levantariam
muitos que reclamariam o nome de Jesus, mas sem renunciar a suas vidas pecaminosas. A
seguinte citação de Ellen White nos traz a mente o catálogo de pecados que menciona o apóstolo
Paulo em 2 Timóteo 3:1-5. Vale notar que os que estão cometendo estes pecados nos Últimos
Dias professam ser cristãos pois têm “a aparência de piedade” porém carecem do poder dela. “Vi
um numeroso grupo que professava o nome de Cristo, contudo Deus não o reconhecia como seu.
Não Se comprazia neles. Satanás assumia caráter religioso e estava disposto a que as pessoas
cressem-se cristãs; e até estava também ansioso para que acreditassem em Jesus, em Sua
crucifixão e ressurreição. Satanás e seus anjos creem eles mesmo em tudo isto e até tremem.
Poreém, se a fé do cristão não o move a boas obras nem induzir aqueles a que a professam a
imitar a abnegação de Cristo, Satanás não se preocupa, porque como então os cristãos o são
apenas de nome e seus corações continuam sendo carnais, ele pode empregá-los em seu serviço
muito melhor que se não professassem ser cristãos. Ocultando sua deformidade sob o nome de
cristãos, passam pela vida com seus profanos temperamentos e suas indômitas paixões. Isto dá
motivo a que os incrédulos atribuam a Cristo as imperfeiçoes dos chamados cristãos, e
desacreditem aos de pura e imaculada religião. “Os ministros ajustam seus sermões ao gosto dos
cristãos carnais. Não se atrevem a pregar a Jesus nem as penetrantes Verdades da Biblia, porque
se o fizessem, estes cristãos carnais não permaneceriam nas igrejas.
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232 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 265.

Entretanto, como a maior parte deles são gente rica, os ministros procuram retê-los, ainda que
não sejam mais merecedores de estar na igreja que Satanás e seus anjos. Isto é precisamente o
que Satanás quer. Faz parecer a religião de Jesus popular e honrosa aos olhos dos mundanos. Diz
as pessoas que aqueles professam a religião receberão mais honras do mundo. Estes ensinos
diferem notavelmente dos de Cristo. A doutrina dEle e o mundo não podem conviver em paz.
Aqueles que seguem a Cristo hão de renunciar ao mundo. Os ensinamentos que satisfazem o
orgulho e vaidade proveem de Satanás e seus anjos. Eles traçaram o plano, e cristãos nominais o
levaram a cabo. Ensinaram fábulas agradáveis que as pessoas creram facilmente, e se agregaram
a igreja pecadores hipócritas e descarados. Se a Verdade houvesse sido pregada em sua pureza,
rapidamente haveria eliminado esta classe. Porém, não houve diferença entre os que professavam
servir a Cristo e os mundanos. Vi que se a falsa coberta houvesse sido arrancada de sobre os
membros das igrejas, haveria revelado tanta iniquidade, vileza e corrupção que o mais tímido
filho de Deus não haveria vacilado em chamar a estes professos cristãos por seu verdadeiro
nome: filhos de seu pai, o diabo, cujas obras faziam. Jesus e toda a hoste celestial olhou com
desagrado a cena; contudo Deus tinha para a igreja uma mensagem que era sagrada e importante.
Se a recebessem, produziria uma reforma completa na igreja, fazendo reviver o testemunho vivo
que eliminaria os hipócritas e pecadores e devolveria a igreja o favor de Deus”.233
O conflito sobre a música
Não há dúvidas que Satanás tem posto o olho na igreja adventista. Ele sabe que Deus há
confiado a este povo a mensagem final para o mundo: uma mensagem de vida ou morte! Ele sabe
que esta mensagem desmascarará seus muitos enganos e preparará um povo para a crise que se
avezinha. Por isto, não deve surpreender-nos que Satanás procure anular a mensagem e
amordaçar os mensageiros. Um dos temas mais discutidos e controversos na Igreja Adventista da
atualidade é o da música. Não há um assunto que cause mais divisões que este. Muitas igrejas
têm dois cultos: um tradicional para os da “velha guarda” e outro contemporâneo para os jovens.
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233 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 227, 228

Enquanto o culto contemporâneo se compõe majoritariamente de corinhos de louvor que têm um

componente pentecostal e evangélico, o culto tradicional se caracteriza por usar os hinos antigos
que tem como base a reforma protestante. A pergunta chave é: Qual dos dois cultos concorda
melhor com a mensagem e a missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia? Faz um tempo me
convidaram para pregar em um congresso de jovens organizado por uma de nossas Divisões
mundiais. “O último Sábado à noite do congresso houve um concerto na Praça de Touros da
cidade. Ainda que o concerto não foi organizado nem patrocinado pela Divisão, muitos dos que
assistiram ao congresso assistiram também ao concerto. No concerto cantaram um solista e um
grupo, ambos adventistas. Eu não assisti ao concerto pois já sabia o estilo de música que iriam
utilizar, mas dois sobrinhos de minha esposa assistiram. Ainda que os sobrinhos de minha esposa
são muito mais liberais em seus gostos musicais que eu, eles se surpreenderam com o que
ocorreu. Me contaram que havia moças com trajes de ginástica que deixavam muito pouco a
imaginação. Também me contaram que o volume foi ensurdecedor, as pessoas dançavam na
plataforma, os assistentes assoviavam, aplaudiam, e subiam nas cadeiras para gritar. O estilo de
música foi uma mistura de “rock” combinado com “jazz” e “pop” porém com letra cristã. Me
pergunto: É aceitável este estilo de adoração diante da presença de um Deus santo? Faz pouco
tempo atrás recebi um convite para pregar em um congresso de jovens que foi organizado por
duas associações adventistas. Me haviam designado uma série de temas sobre mensagens
proféticas da Biblia. Com esmero preparei um temário especial para o congresso e fiz a viagem
de nove horas em um avião esperando receber uma grande benção. O congresso se realizou
durante um fim de semana em um ginásio de esportes. Sexta-feira à noite assisti com grandes
expectativas. Os jovens foram chegando pouco a pouco em grupos e rapidamente o ginásio se
encheu com cerca de mil jovens. Segundo parecia, este iria ser um congresso de grande benefício
espiritual para todos. Porém, rapidamente minhas expectativas se frustaram e meu entusiasmo se
foi. No começo do programa um grupo de cantores dirigia os corinhos de louvor. Na plataforma
havia um sintetizador e guitarras elétricas. Com um volume ensurdecedor a banda começou a
tocar seus instrumentos e a cantar corinhos de louvor a todo volume. A música sincopada e
repetitiva do sintetizador estava acompanhada de luzes de diferentes cores que se projetavam no
teto e sobre o público. Na plataforma havia uma máquina que produzia fumaça que enchia toda

a plataforma como uma neblina. Os jovens dançavam, assoviavan, aplaudiam e se mexiam.

Muitos dos jovens nem siquer prestavam atenção, mas falavam, riam e se mexiam. Ainda
conservo uma gravação em video deste serviço. O culto de louvor durou mais de uma hora.234
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234 Os ânimos dos jovens estavam excitados e se mostravam pouco inclinados a estudar a Palavra de
Deus. Finalmente, cerca das nove da noite, me disseram que era minha vez de pregar porém que
dispunha de pouco tempo pois já era tarde. Me perguntava: Como posso pregar em um ambiente
onde o ânimo dos jovens está tão alterado? Era patente que seus corações não estavam preparados
para receber a semente da Verdade, assim que decidi mudar o tema e preguei um sermão de uns
20 minutos. Pregar em um ambiente tal foi difícil pois não havia um espírito de interesse nem de
reverência. Durante todo o fim de semana não escutei nem um só sermão que apresentasse a
mensagem distintiva da Igreja Adventista. O congresso poderia haver sido organizado pelos
pentecostais, os batistas ou qualquer outra denominação protestante. O que mais me preocupou é
que os pastores jovens que estavam presentes não só permitiam este tipo de culto, senão que
participaram animaram aos jovens em um programa que me trouxe a mente a experiência do
bezerro de ouro no monte Sinai. 234 Tem se tornado costume em muitas igrejas adventistas o
dedicar a maior parte do tempo do culto a comentários e louvor deixando assim muito pouco
tempo para a pregação da Palavra de Deus. Concernente a esta tendência a serva do Senhor
afirmou: “Não sigam vossos esforços os métodos do mundo mas os de Cristo. A ostentação não
poderá realizar a obra que Senhor deseja que se faça para despertar as classes mais altas a
convicção de que tem escutado a Verdade. Não despojeis a Verdade de sua dignidade e de sua
capacidade para impressionar realizando atos introdutórios que estejam mais de acordo com os
costumes do mundo que com as do Céu. Compreendam vossos ouvintes que não levais a cabo as
reuniões do domingo à noite para entretê-los com música e outras coisas, senão para pregar-lhes
a Verdade em toda sua solenidade, para que seja uma advertência para eles e os desperte de seu
sono mortal de complacência de si mesmos. É a Verdade nua a que, como uma espada afiada,
corta nos dois lados.” Ellen G. White, Evangelismo, p. 112.

Ao regressar ao meu hotel depois do culto, me perguntava: Será este o tipo de culto que agrada a
Deus? Será assim que adoram os anjos? Estava Ellen White equivocada quando disse que a
música do Céu é harmoniosa e melodiosa e que se parece aos hinos que entoam os pássaros?
Será este o tipo de música que deve acompanhar nossa preciosa mensagem da Verdade Presente?
Contudo, houve um aspecto positivo no congresso. Um pastor jovem que havia ensinado aos
jovens de sua igreja como adorar com reverência, se levantou com todos seus jovens e se retirou
do local. Me fez pensar no que fizeram os levitas ao pé do monte Sinai quando se puseram de
parte do Senhor! Este serviço de adoração também me trouxe a memória um evento que ocorreu
em uma campal adventista que se celebrou em Muncie, Indiana de 13 a 23 de setembro do ano
1900. Segundo parece, por algum tempo antes de começar a campal, os líderes e a maioria dos
ministros da Associação de Indiana estavam ensinando uma doutrina que se conhece como “a
carne santificada”. Não é indispensável para a tese deste livro descrever a natureza deste ensino
herético.235 O que sim nos interessa é analizar a música e o estilo de culto que acompanhou esta
reunião campal. Alguns têm minimizado o que passou na campal afirmando que os comentários
negativos que fez Ellen White quanto as reuniões se devia a falsa teologia que se estava
ensinando e não a música ou ao estilo de culto em si. Porém, isto não tem nada de certo. Seus
comentários revelam com absoluta clareza que ela não só se opôs a falsa teologia da carne
santificada como teve muito que dizer quanto a música e o estilo de culto que a acompanhou. Os
comentários de Ellen White sobre esta campal se encontram no vol. 2 de Testemunhos Seletos.
Ao ler as citações que seguem, várias coisas são patentes: • Satanás usou este estilo de culto para
desviar o povo da Verdade Presente e para lograr que a mensagem do terceiro anjo perdesse sua
força e influência.236
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235 Ainda que seja bom ressaltar que por volta do ano 1.900 Satanás procurou introduzir na igreja
Adventista uma série de heresias cujo propósito oculto era socavar a Lei e a santificação. Entre
estas heresias estava o panteísmo do Dr. John Harvey Kellogg, a doutrina da carne santificada na
Associação de Indiana e as teorías errôneas do pastor Albion S. Ballenger sobre o Santuário.
236 A grande preocupação de Ellen White era que a música no movimento

• O Espírito Santo nunca se manifesta neste estilo de culto.

• Este estilo de culto não é necessário para converter as almas.
• Este estilo de culto seria visto de novo nas reuniões de reavivamento da Igreja Adventista
justamente antes de fechar a Porta da Graca.
• Não se deveria estimular este tipo de culto.
• A crítica de Ellen White tinha a ver com o tipo de música que não era dirigida devidamente e
com a maneira em que se usaram os instrumentos musicais. Escreveu ela: “O Espírito Santo
nunca se manifesta nesta forma, mediante este ruido desconcertante.237 Isto constitui uma
invenção de Satanás para ocultar seus engenhosos métodos destinados a tornar ineficaz a pura,
sincera, elevadora, enobrecedora e santificadora Verdade para este tempo. É melhor não
misturar nunca o culto de Deus com música, que utilizar instrumentos musicais para realizar a
obra que em janeiro passado se me mostrou que teria lugar em nossas reuniões de reavivamento.
A Verdade para este tempo não necessita nada disto para converter as almas. O ruido
desconcertante aturde os sentidos e desnaturaliza aquilo que, se se conduzisse na forma devida
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do ano 1.900 apelava primordialmente aos sentidos e as emoções e assim distraia o povo da
mensagem solene para este tempo. Quer dizer, ela se preocupava com a maneira em que o estilo
musical impactava a mensagem da Verdade Presente. Ela sabia muito bem que o estilo musical
ofuscava marcadamente o interesse das pessoas na mensagem. A serva do Senhor estava bem
consciente que a música nesta campal cativava os sentidos e apelava para as emoções e aos
sentimentos do povo, porém não despertava nenhum interesse nas Verdades que se acham
encerradas nas três mensagens angélicas.
237 “Quando os seres humanos cantam com o espírito e entendimento, os músicos celestiais tomam
os acordes e se unem no canto de ação de gracas. Aquele que nos tem outorgado todos os dons
que nos habilitam para sermos obreiros juntamente com Deus espera que Seus servos cultivem
suas vozes para que possam falar e cantar de maneira que todos entendam. Não é necessário
cantar forte, senão com entonação clara, e pronúncia e dicção corretas . Dediquem todos tempo
ao cultivo da voz para que louvor a Deus possa ser cantado em tons suaves, claros, e não com um
tom estridente ou rude que ofenda o ouvido. A habilidade para cantar e dom de Deus; usemos
para sua glória.” Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 292

constituiría uma benção. A influência dos instrumentos satânicos238 se une com o estrépito e
vozerio, do qual resulta um carnaval, e a isto se denomina a obra do Espírito Santo”.239 “Não
deveria estimular-se esta classe de culto”. “Não resumirei toda a história, porque é demasiado
penosa. Porém em janeiro passado o Senhor me mostrou que em nossas reuniões de
reavivamento se introduziriam teorias e métodos errôneos, e que se repetiria a história passada.
Me senti angustiada. Fui instruida para que dizesse que nestas demostrações estavam presentes
demônios em forma humana que trabalhavam com todo o engenho que Satanás pode empregar
para fazer que a Verdade resulte odiosa para as pessoas sensiveis; deveria dizer, além disso, que
o inimigo estava tratando de dispor as coisas de tal modo que as reuniões de reavivamento, que
têm sido o meio de apresentar a Verdade do terceiro anjo diante das multidões, cheguem a
perder sua força e sua influência”. “O Espírito Santo não tem nada a ver com esta desordem
perturbadora e esta balburdia que me foram mostradas em janeiro passado. Satanás trabalha por
meio do estrondo e da confusão produzida por este tipo de música, a qual, se fosse dirigida
devidamente, serviria para louvar e glorificar a Deus. O diabo faz que tenha o mesmo efeito que
a mordedura peçonhenta da serpente”. “As coisas que têm ocorrido no passado também
acontecerão no futuro. Satanás converterá a música em uma armadilha devido a forma como é
dirigida”. “Estas mesmas coisas que haveis explicado que ocorreram em Indiana, o Senhor me
mostrou que voltariam a ocorrer justamente antes do término do tempo de graça. Se manifestará
todo tipo de coisas extranhas. Haverá vozerio acompanhado de tambores, música e dança.240 O
juizo de alguns seres racionais ficará confundido de tal maneira que não poderão confiar nele
para realizar decisões corretas. E a isto consideram como a atuação do Espírito Santo”.241
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238 A tradução “instrumentos satânicos” é pobre pois deixa a impressão que os instrumentos eram
satânicos. Porém, o original diz: “Os poderes dos agentes satânicos se unem com o estrépito e o
vozerio, do qual resulta um carnaval, e a isto se denomina a obra do Espírito Santo.”
239 Ainda que o culto de adoração celestial seja entusiasmado e emocionante, apela a razão e não aos
meros sentimentos e emoções. No Céu não se aplaude, nem se dança, nem se fala em linguas,
nem se ri no Espírito, nem se sapateia e grita. Os seres celestiais adoram com o entendimento e
não só com o Espírito.

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240 A Associação Geral enviou a campal os pastores A. J. Breed y Stephen Haskell para certificar-se
do que ocorria e para redigir um informe aos dirigentes da igreja. O pastor Haskell assim que
assistiu redigiu um relatório quanto aos instrumentos que se usaram: “Havia um tambor grande,
dois tamboris, uma viola, dois violinos, uma flauta e duas trombetas que se uniram a um órgao e
umas poucas vozes. Usam o hinário Garden of Spices [um hinário não Adventista] e tocam peças
bailáveis com letra sagrada.” Ella Robinson, S. N. Haskell Man of Action, p. 168 É importante
recordar que neste tempo já a igreja Adventista havia publicado dois hinários e havia um terceiro
que estava para ser publicado. Em 1.869 se havia publicado Hymns and Tunes for Those Who
Keep the Commandments of God and the Faith of Jesus y en 1.886 se havia publicado The
Seventh-day Adventist Hymn and Tune Book. Em 1.900, Frank Belden, o notável hinólogo
adventista estava para publicar o reconhecido e muito usado Christ in Song. Talvez os dirigentes
da Associação de Indiana considerassem que os hinos que se encontravam nos hinários antigos
estavam fora de moda ou eram muito chatos para o tipo de culto que queriam implementar. O
pastor Haskell adicionou o seguinte comentário em uma carta que escreveu a Ellen White (datada
de Setembro 25, 1900) informando o que havia acontecido: “De fato, sua reunião de
reavivamento é simplesmente uma cópia exata do método que emprega o Exército da Salvação e
quando entoam as notas mais elevadas não se pode escutar nem uma só palavra que entoa a
congregação, e mais, não se pode escutar absolutamente nada exceto os ruidos aqueles que estão
fora de si. Não creio que esteja exagerando tudo o que vi.” É muito significativo que o pastor
Haskell haja mencionado que o estilo de adoração era uma cópia exata do que usava o Exército
da Salvação em suas reuniões de reavivamento. Isto nos leva a perguntar: Qual era o estilo
musical que usava o Exército? A resposta se acha na página web do Exército: “A tradição
musical do Exército é a de usar a música popular do dia para alcançar as pessoas para Cristo.”
Vários conjuntos que têm saido do Exército da Salvação através dos anos têm promulgado este
estilo musical entre os quais estao os Joy Strings, os Insyderz, os Lads, os Electralyte os
Saytunes. Porém, o estilo musical que usava o Exército não era o mais preocupante. O que muitos
desconhecem é que o fundador do Exército da Salvação, o pastor William Booth (que por um
tempo foi pastor da igreja Metodista) estava profundamente mergulhado no espiritismo. Em
mais de uma ocasião disse que apareciam regularmente os espíritos dos mortos para
falar com ele.

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Segundo o pastor Booth, o espírito que com mais frequência falava era o de sua esposa. (The Present
Truth, Novembro 25, 1897). Deve surpreender-nos que a irmã White haja afirmado que nas reuniões
campais de Indiana estavam presentes “agentes Satânicos” e que nessas demostrações estavam presentes
demônios em forma humana que trabalhavam com todo o engenho que Satanás pode empregar para fazer
que Verdade se torne odiosa para as pessoas sensiveis?” Também é importante enfatizar que o Exército
da Salvação segundo Ellen White se guiava por impressões e pisava a santa Lei de Deus: “Seguem suas
próprias impressões e afirmam que o Espírito Santo os ensina. E como os fanáticos que inquietavam
Lutero, colocam suas impressões por cima da Palavra de Deus escrita enquanto pisoteiam a Lei divina
porque seus corações não estão em harmonia com Seus preceitos.” Ellen G.White, Signs of the Times,
fevereiro 26, 1885 Além disto, o Exército da Salvação usava métodos questionáveis para atrair o povo a
suas reuniões entre as quais estava o uso de palhaços para apresentar o Evangelho. Concernente a isto
disse a serva do Senhor: “Devemos estudar métodos por meio dos quais possamos pregar o Evangelho
aos pobres e desamparados da humanidade. Porém, não pense ninguém que Deus aprova um método onde
se requer que um homem faça as vezes de palhaço ou que aja como alguém que perdeu seu são juízo. Tais
métodos são completamente desnecessários e inapropiados.” Ellen White continua: “Entre os que
trabalham no Exército da Salvação há aqueles que tem empregado estes métodos; porém é mais
necessário que estudem e preguem a Palavra de Deus que agir de uma forma sensacionalista a fim de
atrair a atenção do povo. É a Palavra de Deus como cadeia áurea e forte que vincula os hombres com
Deus e os coloca onde podem aprender do grande Mestre. É a Palavra de Deus a que prova o caráter.
Deus tem almas preciosas e conscientes que se tem unido ao Exército da Salvação porém eles necessitam
progredir e receber outras Verdades mais elevadas [tais como a Lei e o Sábado] da Palabra de Deus.”
Ellen G. White, Signs of the Times, Marco 19, 1894 Em outro lugar a irmã White descreve o cristianismo
superficial do Exército: “Ali vemos o Exército da Salvação com sua Banda da Santidade [como se
chamava seu conjunto musical] e seu cristianismo barato que compraz o povo porque não tem que lutar
[contra o pecado]. Apresentam um cristianismo suave.” Ellen G.White, Manuscript Releases, v.21, p.309

Se notará nestas citações que a irmã White repetidamente enfatiza a importância da Verdade
Presente para este tempo. A música que se usa em nossos cultos deve transmitir a mensagem
peculiar e a missão especial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Não podemos meramente cantar
os corinhos repetitivos e insípidos de louvor que têm sido compostos por autores evangélicos e
pentecostais, pois eles estão inconscientes do que está fazendo Jesus agora mesmo no Lugar
Santíssimo do Santuário celestial. Eles estão adorando no átrio e no Lugar Santo enqanto que
Jesus se encontra no Lugar Santíssimo.
Hinos para a ocasião
O livro de Apocalipse descreve vívidamente várias cenas de culto no Céu e estas ilustram
claramente como e que a Verdade Presente deve ditar e determinar o conteúdo dos hinos que
entoamos em nossos cultos.242 Apocalipse 4 descreve a ocasião em que se preparava o Céu no
Lugar Santo para receber Jesus no momento de Sua ascensão. O capítulo começa com uma
descrição de Deus o Pai sentado em um trono. A música que cantaram os 24 anciãos era
apropriada para a ocasião pois louvava ao Pai por ser o arquiteto da criação. “Senhor, digno eres
de receber a glória e a honra e o poder; porque tú criaste todas as coisas, e por tua vontade
existem e foram criadas”.243 Quando Jesus morreu, a hoste celestial entoou um hino de adoração
cujo tema central tinha a ver com a vitória de Cristo sobre Satanás na cruz: “Então ouví uma
grande vóz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, o poder, e o reino de nosso Deus, e a
autoridade de seu Cristo; porque há sido lançado fora o acusador de nossos irmãos, aquele que
os acusava diante do nosso Dios dia e noite. E eles o venceram por meio do sangue do Cordeiro
e da palavra do testemunho deles, e não amaram suas vidas até a morte.
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241 Citações de Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 2, pp. 35-45.
242 No culto celestial não se canta nada apenas por cantar. Os hinos que se entoam nos cultos
celestiais tem cada um um tema central cuja letra se baseia no evento histórico que se está
comemorando no momento. Podemos dizer que o evento histórico é o sermão do culto e a música
é o apoio do sermão. Isto é, a mensagem da música no culto depende do evento histórico que se
está comemorando.

Pelo que alegrai, céus, e os que nele moram. Ai dos moradores da terra e do mar! porque o diabo
desceu até vós com grande ira, sabendo que tem pouco tempo”.244 Quando Jesus chegou ao
Lugar Santo no momento de Sua ascensão, o tema central da música coral mudou do Pai como
Criador a Cristo como Redentor. Os quatro seres viventes, os vinte quatro anciãos e a hoste
angélica cantaram um hino novo apropriado para a ocasião: “E cantavam um cântico novo,
dizendo: Digno es de tomar o livro e abrir seus selos; porque fostes morto, e com teu sangue
remistes para seu Deus e pai, homens de toda tribo, lingua, povo e nação; e nos fez reis e
sacerdotes e reinaremos sobre a terra. E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e
dos seres viventes, e dos anciãos; seu número era milhões de milhões, e diziam em grande voz:
Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a fortaleza, a honra,
a glória e o louvor”.245 Quando soe a sétima trombeta e Jesus tome posse de todos os reinos do
mundo, o hino que cantarão os seres celestiais focará neste grande evento: “O sétimo anjo tocou
a trombeta, e houve grandes vozes no céu, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de
nosso Senhor e de seu Cristo; e ele reinará pelos séculos dos séculos. E os vinte quatro anciãos
que estavam sentados diante de Deus em seus tronos, se postraram sobre seus rostos, e adoraram
a Deus, dizendo: Te damos graças, Senhor Deus Todo Poderoso, que era e que é e que há de vir,
porque tomaste teu grande poder, e hás reinado. E se iraram as nações, e veio o tempo de sua ira,
e o tempo de julgar os mortos, e de dar o galardão a teus servos os profetas, aos santos, e aos que
temem teu nome, aos pequenos e aos grandes, e de destruir aos que destroem a terra”.246
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245 Apocalipse 5:9-12

Quando o povo de Deus ganhe finalmente a vitória sobre a besta, sua imagem e sua marca, se
cantará um hino com este enfoque central: “E cantam o cântico de Moisés servo de Deus, e o
cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são tuas obras, Senhor Deus Todo
Poderoso; justos e verdadeiros são teus caminhos, Rei das nações. Quem não te temerá, oh
Senhor, e glorificará teu nome? Pois só tú es santo; pelo que todas as nações virão e te adorarão,
porque teus juízos se tem manifestado”.247 Quando Deus julgue ao final do tempo de angústia a
grande meretriz que há derramado o sangre dos santos, o céu cantará um hino que refletirá o
significado da ocasião: “Depois disto ouví a voz de grande multidão no céu, que dizia: !Aleluia!
Salvação e honra e glória e poder são do Senhor nosso Deus; porque justos e verdadeiros são
seus juizos; pois há julgado a grande meretriz que a todas as nações tem dado a beber do vinho
da ira de sua prostituição e hás vingado o sangue de seus servos da mão dela”.248 Finalmente,
quando os redimidos estejam com Jesus dentro da Santa Cidade depois do milênio e Deus crie
novos céus e nova Terra, toda a hoste celestial cantará um hino que descreve qual será a
qualidade de vida na Eternidade: “E ouví uma grande voz do céu que dizia: “Eis aqui o
tabernáculo de Deus com os homens, e ele morará com eles; eles serão seu povo, e Deus mesmo
estará com eles como seu Deus. E Deus mesmo lhes enxugará toda lágrima; e já não haverá
morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque as primeiras coisas passaram”.249
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O ponto que quero ressaltar é este: A música de nosso culto adventista do sétimo dia deve refletir
nossa mensagem peculiar e nossa missão única. A mensagem da Verdade Presente para hoje é
que Jesus Se encontra no Lugar Santíssimo e está a ponto de começar o Juízo dos vivos. Não
deve nosso culto refletir este fato? Não deve nossa teologia ditar e determinar nossa doxología?
Si adoramos meramente como o fazem os evangélicos e pentecostais, então, que razão temos
para existir? Melhor unirmo-nos a eles! Como podemos dizer que nosso culto e adventista
quando raras vezes cantamos o pregamos sobre o que está fazendo Jesus no Céu e o que
devemos fazer paralelamente na Terra?
Regressando do Santíssimo ao Santo
No capítulo dois deste livro, quando analizamos a visão do trono que teve Ellen White, nos
demos conta que quando Jesus passou do Lugar Santo ao Santíssimo, houve um grupo de
pessoas que permaneceram adorando no Lugar Santo. Notemos uma vez mais o que aconteceu
com eles:250 “Virei-me para olhar o grupo que estava postrado diante do trono e não sabia que
Jesus o havia deixado. Satanás parecia estar ao lado do trono, procurando levar adiante a obra de
Deus. Vi o grupo levantar os olhos e olhar para o trono, e orar: ‘Pai, dá-nos teu Espírito’.
Satanás soprava então sobre eles uma influência ímpia; nela havia luz e muito poder, porém
nada de doce amor, gozo nem paz. O objetivo de Satanás era mantê-los enganados, arrastá-los
para trás e seduzir os filhos de Deus”.251 Aqui descreve Ellen White a queda espiritual do mundo
cristão quando desprezou a mensagem do Lugar Santíssimo em 1844. As igrejas da época
continuaram dirigindo suas orações ao compartimento que Jesus havia abandonado e Satanás
lhes infundiu um poder que criam eles vir de Deus.252
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250 Ellen G. White, Primeiros Escritos, pp. 54-56.
252 É necessário fazer um esclarecimento aqui. Quando dizemos que o mundo cristão caiu estamos
falando de organizações eclesiásticas e não de todos os individuos que pertencem a estas
organizações. Dentro delas há milhares de pessoas que não conhecem a Verdade Presente,
pessoas sinceras que amam a Deus com todo seu coração. Quando estas pessoas escutem a
mensagem da Verdade Presente a aceitarão e sairão de Babilonia/sinagoga de Satanás e se unirão

Entretanto, a porção mais intrigante da visão se acha na ampliação da visão que Ellen White
enviou ao irmão Jacobs. Ali ela explicou que um após outro dos que haviam entrado com Jesus
no Lugar Santíssimo logo retrocederam e regressaram ao Lugar Santo para adorar como o faziam
os cristãos apóstatas: “Vi um após outro dos que oravam a Jesus no Santíssimo abandonar o
grupo e ir unir-se com aqueles que estavam ante o trono e imediatamente receberam a influência
ímpia de Satanás”.253 Não há dúvidas que Ellen White está falando aqui da apostasia de muitos
que uma vez aceitaram a mensagem do Lugar Santíssimo com todo o que isto envolve. Está
descrevendo aqueles adventistas do sétimo dia que deram as costas a mensagem do Lugar
Santíssimo e em troca adotaram a teologia e o estilo de culto das igrejas que se identificam com
o nome de “Babilônia” e “Sinagoga de Satanás”. Acaso não está descrevendo a serva do Senhor
nesta citação um grupo crescente de pessoas nas igrejas adventistas que em lugar de pregar a
Verdade Presente no culto preferem dramas, pantomimas, marionetes, música cristã
contemporânea, baile religioso, palhaços, exibições de magia e outros tipos de entretenimento?
Acaso não previu Ellen White o momento em que muitos na igreja remanescente iriam preferir o
evangelho superficial e leviano de Willow Creek, Saddleback e Crystal Cathedral? Acaso não
viu profeticamente o tempo em que muitos iriam preferir a leitura de livros, tais como A vida
com propósito e A iglesia com propósito antes que O Conflito dos Séculos?254 Acaso não viu
antecipadamente o momento em que a pregação doutrinal
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ao povo remanescente. A mesma Ellen White reconheceu este fato, segundo se pode ver, por
exemplo, no Conflito dos Séculos, p. 517.
253 Ellen G. White, The Day Star, 14 de marco, 1846.
254 Estes dois livros foram escritos por Rick Warren, que é o fundador da Igreja de Saddleback no sul
da Califórnia. Ambos livros são “best sellers” que têm vendido milhões. Ainda que os livros
contenham muito material que é bom, a ênfase recai sobre a necessidade de dar as pessoas o que
querem em vez de dar-lhes o que em verdade necessitam. Ainda que os livros não contenham
nem um ponto da Verdade Presente, um bom número de pastores adventistas os estão usando
para organizar o estilo de culto e o plano missionário de suas igrejas.

da Verdade Presente e o uso dos escritos do Espírito de Profecia iriam diminuir e em algumas
igrejas mesmo desaparecer?255 Ellen White nos diz sem titubear qual será a estratégia final de
Satanás para anular o impacto do Espírito de Profecia: “O último engano de Satanás consistirá
em anular o efeito do testemunho do Espírito de Deus. “Sem profecia o povo se corrompe”
(Prov. 29: 18). Satanás trabalhará engenhosamente, com métodos distintos e instrumentos
diferentes, para sacudir a confiança do povo remanescente de Deus no testemunho verdadeiro.
Introduzirá visões espúrias para desecaminhar e misturar o falso com o verdadeiro, e com isto
desgostará de tal modo as pessoas que estas chamarão de fanático todo aquele que mencione e
defenda as visões; porém as almas sinceras, ao estabelecer um contraste entre o falso e o
verdadeiro, estarão capacitadas para distinguir entre o genuino e o espúrio.”256 O Espírito de
Profecia nos diz que iria se levantar, perto do final da história um ódio satânico contra os
testemunhos e logo explicou a razão: “Se acenderá um ódio satânico contra os testemunhos. A
obra de Satanás será perturbar a fé das igrejas nos testemunhos por esta razão: Satanás não pode
dispor de uma senda tão clara para introduzir seus enganos e atar as almas com seus erros se
obedecem as admoestações e reprovações do Espírito de Deus”.257 Também nos advertiu em
repetidas ocasiões que as igrejas da cristiandade no final da história se unirão em uma grande
apostasia final: “A linha de separação entre os que professam ser cristãos e os ímpios é
atualmente apenas perceptivel. Os membros das igrejas amam ao que o mundo ama e estão
prontos para unirem-se com eles; Há uma igreja adventista na cidade onde vivo que proibe os
pregadores de mencionar o nome de Ellen G. White do púlpito. E tristemente algo semelhante
está ocorrendo em muitas partes do mundo como se deixa ver pelas muitas cartas e chamadas
que recebo regularmente.
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256 Ellen G. White, Maranata, p. 156
257 Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol 1, p. 55

Satanás tem decidido uni-los em um só corpo e deste modo fortalecer sua causa atraindo-os a
todos para as fileiras do espiritismo. Os papistas, que se jactam de seus milagres como sinal
certo de que sua igreja é a verdadeira, serão facilmente enganados por este poder que opera
maravilhas, e os protestantes, que têm lançado de sí o escudo da Verdade, serão igualmente
seduzidos. Os papistas, os protestantes e os mundanos aceitarão igualmente uma forma de
piedade sem poder, e verão nesta união um grande movimento para a conversão do mundo e o
começo do milênio tão longamente esperado”.258 Me preocupam muito algumas coisas que estão
acontecendo em minha querida igreja nas últimas décadas. Entre outras coisas, deram medalha
de ouro ao papa Paulo VI, se incluiu a bandeira da Santa Sé na plataforma na reunião do
Congresso Mundial da Associação Geral em San Luis, foram convidados sacerdotes católicos
para que dessem aulas de evangelismo no Seminário de Andrews, tem sido levado adiante um
diálogo prolongado entre teólogos adventistas, teólogos luteranos e católicos, tem-se participado
ativamente em várias comissões do Concilio Mundial de Igrejas, tem-se mudado nossa
compreensão tradicional do significado do número 666 têm-se levantado professores
universitários que dizem que temos que construir pontes de compreensão entre a Igreja Católica
e a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Onde quer que eu pregue sobre as profecias, sinto uma
desconforto cada vez maior entre certo tipo de pastores e membros adventistas que se incomodm
quando identifico a Igreja Católica Romana como o anticristo e o protestantismo apóstata como
o falso profeta. O que mais teme esta gente é ofender a nossos amigos católicos e protestantes. A
pergunta chave é: Não devemos muito mais temer ofender a Deus por não proclamar a
mensagem e cumprir a missão que Ele tem confiado a Igreja Adventista do Sétimo Dia?259 Em
vez de brincar com fogo, não seria melhor dar a trombeta um soar claro e distinto? Não seria
melhor advertir as pessoas quais são os pontos de divergência no conflito que se avezinha?
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258 Ellen G. White, Conflito dos Séculos, p. 646
259 Ellen White explicou que a compreensão das três mensagens angélicas era assunto de vida ou
morte: “A verdadeira compreensão destas mensagens é de importância vital. O destino das almas
depende da maneira em que são recebidas” (Primeiros Escritos, p. 259).

— Capítulo 4 —
O Clamor da Meia Noite e o Forte Clamor
Até este momento o foco de nosso estudo tem recaido sobre o Clamor da Meia Noite que se
proclamou no verão de 1844. Temos mencionado também alguns acontecimentos alarmantes que
estão ocorrendo na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Porém, agora queremos focar no futuro.
Neste capítulo nos daremo conta que os eventos que ocorreram imediatamente antes e depois de
1844 se repetirão quando se proclame ao mundo o forte clamor do quarto anjo.260
O movimento do clamor da Meia Noite
Recordemos por alguns momentos a experiência religiosa dos que proclamaram a mensagem da
Hora do Juízo imediatamente antes de 22 de outubro de 1844. Ellen White, que participou
ativamente neste movimento, descreveu a experiência religiosa dos que o integraram: “Entre
todos os grandes movimentos religiosos havidos desde os dias apostólicos, nenhum resultou mais
livre de imperfeições humanas e enganos de Satanás que o do outono de 1844. Ainda agora,
depois do transcurso de muitos anos, todos os que tomaram parte naquele movimento e têm
permanecido firmes na Verdade, sentem ainda a santa influência de tão bendita obra e dão
testemunho de que ela era de Deus”.261 A serva do Senhor não está compartilhando informação
que adquiriu de segunda mão. Isto é, não está compartilhando informação que lhe contou uma
terceira pessoa. Ela pertenceu a este grupo de crentes e compartilhou pessoalmente sua
experiência. Foi testemuha ocular.
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260 O Alto Clamor se descreve em Apocalipse 18:1-5. Esta mensagem é uma ampliação e
intensificação das três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12.

E como foi a experiência religiosa deste grupo? A reposta é que foi muito similar a da igreja
primitiva tal qual se descreve nos primeiros capítulos do livro bíblico de Atos. Muitos dos que
proclamaram a mensagem da Hora do Juízo na ante-sala de 1844 venderam tudo o que tinham a
fim de terem fundos para imprimir a mensagem e também para ajudar outros irmãos a pagar suas
dividas. Celebravam sessões de oração que com frequência duravam a noite toda. Estudavam
suas Biblias com esmero buscando conhecer qual era a vontade de Deus para suas vidas.
Possuiam um profundo amor pelas almas e ansiavam ver sua salvação. Confessavam seus
pecados uns aos outros e reparavam os desacordos que imperavam entre eles. Seu anelo mais
profundo era estar limpos quando Jesus voltasse. Apesar de terem esta experiência religiosa tão
profunda, a mais perfeita desde os tempos apostólicos, os que proclamaram a mensagem do Juízo
não estavam preparados para encontrarem-se com Seu Senhor. Você se perguntará: Como é
possivel que gente tão consagrada não estava preparada para encontrar-se com Seu Senhor?
Ellen White responde a esta pergunta: “Contudo o povo não estava ainda preparado para
encontrar-se com seu Senhor. Ainda faltava uma obra de preparação que se necessitava cumprir
a favor deles. Devia ser comunicada a eles uma luz que dirigiria suas mentes para o Templo de
Deus no Céu; e enquanto seguissem ali pela fé a seu Sumo Sacerdote no desempenho de Seu
ministério se lhes revelariam novos deveres. Outra mensagem de advertência e instrução deveria
ser dada a igreja”.262 Se notará que o povo não estava preparado porque necessitava
compreender a obra que Cristo iria desempenhar no Lugar Santíssimo do Santuário celestial. E
ao compreender a obra que Jesus realizava ali novos deberes lhes seriam revelados.
Necessitavam receber outra mensagem de advertência e instrução. E qual era a essência desta
mensagem que ainda lhes faltava receber? Ellen White continua: “O profeta diz: ‘Porém, quem é
capaz de suportar o Dia de Sua vinda? E quem poderá estar em pé quando Ele aparecer? Porque
será como o fogo do ourives, e como o sabão dos lavandeiros; pois Se assentará como fundidor e
purificador de prata; e purificará aos filhos de Levi, e os afiará como o ouro e a prata, para que
apresentem ao Senhor oferta de justiça’ (Malaquías 3: 2, 3, V.M.).
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O Clamor da Meia Noite e o Alto Clamor
Os que vivam na Terra quando cesse a intercessão de Cristo no Santuário celestial deverão estar
em pé na presença de um Deus santo sem mediador. Suas vestiduras deverão estar sem mácula;
seus caráteres, purificados de todo pecado pelo sangue da aspersão. Pela graça de Deus e seus
próprios e diligentes esforços deverão ser vencedores na luta contra o mal. Enquanto prossiga o
Juízo Investigativo no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos são tirados do
Santuário, deve levar-se a cabo uma obra especial de purificação, a eliminação do pecado, entre
o povo de Deus na Terra. Esta obra está apresentada com maior clareza nas mensagens do
capítulo 14 de Apocalipse”.263 Ellen White logo explica que quando se complete esta obra, o
povo estará pronto para se encontrar com Seu Senhor: “Quando esta obra haja sido consumada,
os discípulos de Cristo estarão preparados para Sua vinda”.264 A serva do Senhor comenta que
os que proclamaram a mensagem do Juízo de 1844 necessitavam despojarem-se dos erros que
habviam herdado dos pagãos e papistas. Necessitavam guardar todos os Mandamentos de Deus,
inclusive o Sábado. “Não estavam isentos de erros. E vi a misericórdia e bondade que Deus
manifestava ao mandar aos habitantes da Terra uma admoestação e repetidas mensagens, para
induzí-los a esquadrinhar diligentemente seus corações e a estudar as Escrituras, a fim de
poderem despojarem-se dos erros que lhes haviam transmitido os pagãos e os papistas. Mediante
estas mensagens Deus tem estado guiando Seu povo para onde possa Ele obrar em seu favor com
maior poder, e onde possam eles guardar todos Seus Mandamentos”.265 Ao entrar com Cristo no
Lugar Santíssimo, os fiéis iriam divisar ali novos deveres. Aqueles que proclamaram a
mensagem da Hora do Juizo necessitavam compreender a perpetuidade da Lei de Deus, a
santidade do Sábado e a necessidade vital de vencer totalmente o pecado antes de fechar-se a
porta da graça. Entre outras coisas, necessitavam conhecer também a grande Verdade de que os
mortos não voltam a viver até a ressurreição e que devemos cuidar de nosso corpo por ser templo
do Espírito Santo.
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265 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 249. Ver também p. 243.

O juizo dos vivos

A mensagem do primeiro anjo e o Clamor da Meia Noite de 1844 anunciaram que Jesus estava a
ponto de iniciar o Juízo dos mortos no Lugar Santíssimo, evento que começou em 22 de outubro
de 1844. Porém, para o final da história temos de esperar outra mensagem compartilhada por
Deus através de Seu povo. Esta mensagem anunciará que está começando o Juízo dos vivos.
Ellen White, em 1911, delineou estas duas etapas do Juízo Investigativo, a dos mortos e a dos
vivos: “O Juízo está ocorrendo agora no Santuário celestial. Esta obra vem sendo realizada faz já
muitos anos. Rapidamente, ninguém sabe quando passará ao caso dos vivos. Na augusta presença
de Deus nossas vidas devem ser passadas em revista”.266 No Conflito dos Séculos ela descreveu
claramente as duas etapas do Juízo Investigativo que ocorrem antes da segunda vinda: “A
medida que os livros de memoria vão sendo abertos no Juizo, as vidas de todos os que hajam
crído em Jesus passam diante de Deus para ser examinadas por Ele. Começando com os que
viveram primeramente na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada geração sucessiva,
e termina com os vivos”.267
O Alto Clamor
Quando estiver começando o Juízo dos vivos, novamente se proclamarão as Três Mensagens
Angélicas em sua ordem como ocorreu no movimento de 1844. Contudo, o poder que as
acompanhará será maior e cobrirá o mundo todo. As Três Mensagens Angélicas serão
fortalecidas pela mensagem de um quarto anjo que está descrito em Apocalipse 18:1-5. Igual ao
que ocorreu em 1844, a atenção dos seres humanos será dirigida novamente ao Lugar Santíssimo
e as Verdades distintivas que se revelam ali. Ao entrar pela fé no Lugar Santíssimo, o mundo
despertará e compreenderá que a Lei de Deus está ainda vigente e que o Sábado é o dia santo do
Senhor. Compreenderá o vínculo inseparável que existe entre o Sábado e a mensagem do terceiro
anjo, e verá claramente que aqueles que guardam o Sábado receberão o selo de Deus e os que
guardam o domingo receberão a marca da besta. Assim, é que o Sábado será pregado
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mais plenamente, não só como um dos Dez Mandamentos senão como a grande prova final para
a humanidade.268 O mundo também compreenderá definitivamente outras doutrinas que se
acham reveladas no Lugar Santíssimo. Entenderá a importância da doutrina do estado dos
mortos, especialmente porque o espiritismo haverá penetrado em forma alarmante nas igrejas
apóstatas. Além disto, a medida que transcorre o Juízo dos vivos, compreenderá a importância de
ganhar a vitória completa sobre o pecado, pois Cristo não apagará nada dos registros celestiais
que não haja sido apagado da vida na Terra. Surge uma pergunta muito importante: Quem
proclamará esta potente mensagem global que chama as pessoas a sairem de Babilônia? A
resposta é que inicialmente será proclamada por um grupo de pessoas que não se encontra em
Babilônia. Vale dizer que se os que vão proclamar esta mensagem vão admoestar as pessoas a
sairem de Babilônia não podem estar elas também em Babilônia, pois em tal caso diriam
“saiamos dela, povo meu”. A missão de pregar esta mensagem será cumprida pela igreja
remanescente fiel que guarda os Mandamentos de Deus e a Fé de Jesus. A sacudidura haverá
tirado da Igreja aqueles que são adventistas de nome porém evangélicos em suas crenças e estilo
de vida.
Consagração sem limites
Deus terá de novo um povo como o de 1844 que porá tudo sobre o altar de sacrificio. Serão
como os mileritas, só que com uma consagração maior! Receberão o poder ilimitado da chuva
Serôdia para proclamar a mensagem. Venderão suas posses a fim de imprimir e transmitir as
boas novas das Três Mensagens Angélicas. Haverão sessões de oração intercessora que durarão
a noite toda. Estudarão suas Biblias com a firme determinação de descobrir qual é a Vontade de
Deus para suas vidas. Terão um profundo amor pelas almas e desejarão com um anelo
consumidor vê-las virem aos pés de Jesus. Confessarão os pecados uns a outros e repararao as
desinteligencias que houve entre eles e seus irmaos e irmas. Seu desejo mais intenso será o de
estarem limpos quando Jesus voltar.
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268 “Vi que Deus tinha filhos que não reconhecem nem guardam o Sábado. Não têm recusado a luz
referente a ele. E ao começar o tempo de angustia [prévio], fomos cheios do Espírito Santo,
quando saimos a proclamar mais plenamente o Sábado” (Primerios Escritos, p. 33

Poder sem limites

A mensagem de Apocalipse 14:8 que foi anunciada por primeira vez pouco antes de 1844 se
repetirá novamente porém com muito mais poder e em uma extensão global. Os pecados de
Babilônia ou a Sinagoga de Satanás serão desmascarados como sucedeu nas vésperas de 1844.
Esta mensagem de advertência se acha em Apocalipse 18:1-5, onde se descreve a presença de
Satanás e seus demônios em Babilônia ou Sinagoga de Satanás: “Depois disto vi outro anjo
descer do Céu com grande poder; e a Terra foi iluminada com sua glória. E clamou com voz
potente, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios e guarida de
todo espírito imundo, e abrigo de toda ave imunda e aborrecível. Porque todas as nações
beberam do vinho do furor de sua fornicação; e os reis da Terra têm fornicado com ela, e os
mercadores da Terra têm se enriquecido com seus prazeres”. Depois de anunciar a condição
deplorável das igrejas e organizações religiosas que têm desprezado a mensagem do Lugar
Santíssimo, Deus fará um convite a Seus fiéis para que saiam delas. Assim como aconteceu em
1844, multidões de ministros e laicos sairão das organizações apóstatas para unirem-se ao povo
remanescente de Deus: “E ouví outra voz do Céu, que dizia: Sai dela, povo Meu, para que não
sejais participantes em seus pecados, nem recebais parte de suas pragas; porque seus pecados
tem chegado até o Céu, e Deus se lembrou de suas maldades”.269 Assim é que igualmente em
1844, quando as multidões escutem a mensagem do primeiro anjo, abandonarão as igrejas
apóstatas e se unirão ao remanescente que guarda os Mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Ellen
White vincula a mensagem do segundo anjo que se proclamou pela primeira vez nas vésperas de
1844 com o Alto Clamor que se anunciará no futuro.“Aqui [em Apocalipse 18:1-5] se repete a
mensagem da queda de Babilônia, tal como foi anunciado pelo segundo anjo com a menção
adicional das corrupções que estão entrando nas igrejas desde 1844. A obra deste anjo começa a
tempo para unir-se a última grande obra da mensagem do terceiro anjo quando esta se intensifica
até ser um Alto Clamor.
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Clamor de Meia Noite e o Alto Clamor

Assim se prepara o povo de Deus para enfrentar a hora da tentação que muito em breve há de
assaltá-lo. Vi que sobre os fiéis repousava uma luz muito grande, e sobre os que se uniam para
proclamar sem temor a mensagem do terceiro anjo”.270 É importante considerar o contexto desta
advertência de Apocalipse 18:1-5. Apocalipse 17:1-17 e 18:6-24 descrevem o mesmo evento: o
momento em que Babilônia cai e é desmascarada. Entre estas duas descrições da queda física e
literal de Babilônia se encontra o chamado de Deus para que Seu povo saia antes que o sistema
apóstata se desintegre. Apocalipse 18:1-5 será o anúncio terrenal de que o Juízo que começou
com os mortos em 1844 está a ponto de concluir com os casos dos vivos. Esta mensagem
poderosa chamará a todo o mundo a receber o sêlo de Deus e rechaçar a marca da besta. A
mensagem dará poder a mensagem do terceiro anjo assim como o Clamor da Meia Noite
fortaleceu a mensagem do segundo anjo. O Clamor da Meia Noite (que anunciou o começo do
Juízo dos mortos) será eclipssado pela intensidade do Alto Clamor (o anúncio do início do Juízo
dos vivos). Elena White, em palavras claras e simples, conectou o Clamor da Meia Noite com o
Alto Clamor do terceiro anjo:
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270 Ellen G. White, Primerios Escritos, p. 277. Ellen White descreve vívidamente a condição destas
igrejas: “Vi que desde que Jesus deixou o Lugar Santo do Santuário celestial e entrou dentro de
segundo véu, as igrejas têm estado enchendo-se de toda ave imunda e aborrecível. Vi grande
iniquidade e vileza nas igrejas; entretanto seus membros professam ser cristãos. A profissão que
fazem, suas orações e suas exortações são abominação a vista de Deus…Uma hoste inumerável
de anjos maus está dispersa por toda a Terra e enche as igrejas. Estes agentes de Satanás
consideram com regozijo os agrupamentos religiosos, porque o manto da religião cobre os
maiores crímes e iniquidades”. Primeiros Escritos, p. 274. Soa isto como o lugar onde a Igreja
Adventista do Sétimo Dia deve adquirir seus métodos de adoração e suas ferramentas
evangelizadoras?

“Esta mensagem [Apocalipse 18:1-5] parecia ser adição a terceira mensagem, pois se unia a ela
como o Clamor da Meia Noite se somou, em 1844, a mensagem do segundo anjo. A glória de
Deus repousava sobre os santos que esperavam com paciência, aqueles que sem temor deram a
última solene advertência, proclamando a queda de Babilônia e exortando ao povo de Deus a
que dela saisse para escapar a sua terrivel condenação”.271 Em outro lugar a serva do Senhor
explica ainda com mais detalhes a relação entre o Clamor da Meia Noite que se deu em 1844 e o
Alto Clamor final que se menciona em Apocalipse 18:1-5: “Estes versículos [Apocalipse 18:1-5]
assinalam um tempo no futuro quando o anúncio da queda de Babilônia, tal qual foi feito pelo
segundo anjo de Apocalipse 14:8, se repetirá com a menção adicional das corrupções que têm se
introduzido nas diversas organizações religiosas que constituem Babilônia [ou a sinagoga de
Satanás], desde que esta mensagem foi proclamada pela primeira vez, durante o verão de 1844 [o
Clamor da Meia Noite]. Se descreve aqui a terrivel condição em que se encontra o mundo
religioso. Cada vez que as pessoas rechaçam a Verdade, suas mentes ficam em profundas trevas
e seus corações mais endurecidos, até que se unem em temeraria incredulidade. Em seu desafío
as admoestações de Deus, seguiram pisando um dos preceitos do Decálogo até que foram
induzidos a perseguir aos que o consideram sagrado. Se desonra a Cristo quando se manifiesta
desdém para com Sua Palavra e para com Seu povo. Conforme vão sendo aceitos os ensinos do
espiritismo nas igrejas, irão desaparecendo os limites impostos ao coração carnal, e uma
profissão religiosa se converterá em um manto para cobrir as mais vis iniquidades. A crença nas
manifestações espiritistas abre o campo aos espíritos enganadores e as doutrinas de demônios, e
deste modo se farão sentir nas igrejas as influências dos anjos maus”.272 O anjo que traz a
mensagem de Apocalipse 18:1-5 clama com grande voz. O mundo inteiro será cheio da glória
celestial. Ellen White explicou que o poder que acompanha o Alto Clamor sobrepujará em muito
o poder que acompanhou Clamor da Meia Noite: “Vi que esta mensagem terminaria com força
e vigor muito superiores ao Clamor da Meia Noite.
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271 Ellen G. White, Primeiros Escritos, pp. 277, 278.

Os servos de Deus, dotados com o poder do Céu, com seus semblantes iluminados e refulgindo
de santa consagração,273 sairam a proclamar a mensagem celestial. Muitas almas disseminadas
entre as congregações religiosas responderam ao chamado e sairam apressadas das sentenciadas
igrejas, como apressadamente saiu Ló de Sodoma antes da destrução desta cidade. Se fortaleceu
o povo de Deus com a excelsa glória que sobre ele repousava em copiosa abundância,274
ajudando-os a suportar a hora da tentação.275 Ouvi uma multidão de vozes que por todas as partes
exclamavam: ‘Aquí está a paciência dos santos, os que guardan os mandamentos de Deus e a fé
de Jesus’”.276 Concernente a este reavivamento e os frutos que produzirá, o Espírito de Profecía
afirma: “Apesar do declinio geral da fé e da piedade, há nestas igrejas verdadeiros discípulos de
Cristo. Antes que os Juízos de Deus caiam finalmente sobre a Terra, haverá entre o povo do
Senhor um reavivamento da primitiva piedade, como há muito não se tem visto desde os tempos
apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos. Então muitos se
separarão destas igrejas nas quais o amor deste mundo tem suplantado o amor a Deus e em Sua
Palavra. Muitos, tanto ministros como laicos, aceitarão alegremente aquelas grandes Verdades
que Deus tem feito proclamar neste tempo a fim de preparar um povo para a segunda vinda do
Senhor.”277
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273 Se recordará que os rostos dos que proclamaram o Clamor da Meia Noite também brilharam com
santa consagração.
274 Esta é uma referência ao poder do Espírito Santo que será derramado na Chuva Serôdía.
275 Esta hora da tentação é a mesma que se menciona em conexão com a mensagem a igreja de
Filadélfia.
276 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 278, 279.

A medida que transcorre o Juízo dos vivos no Céu, se proclamarão novamente as Verdades
distintivas da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Verdades que se acham explicadas no Lugar
Santíssimo. A Lei de Deus, o Sábado (como sêlo de Deus), o estado dos mortos (para contrafazer
ao espiritismo), o Espírito de Profecía (para consolar e corrigir o povo de Deus), a necessidade
de cuidar do templo de nosso corpo (com o fim de dar-nos força física e espiritual para passar
vitoriosamente pelo tempo de angústia), o Juizo dos vivos e a necessidade de formar um caráter
idôneo para o Céu. Todas estas Verdades serão proclamadas com poder ilimitado em todo o
mundo. Estas Verdades serão uma âncora para o povo de Deus em meio do mar agitado dos
eventos finais. Ellen White nos tem assegurado que todos aqueles que recebem as Três
Mensagens Angélicas serão protegidos dos enganos finais de Satanás. Por outro lado, os que têm
baseado sua experiência religiosa no que é superficial (as emoções) serão levados pelo vento
como a palha no verão. Surge a pergunta: Sabe Satanás que este reavivamento ocorrerá entre o
povo de Deus pouco antes de fechar a Porta da Graça? E se sabe, tem alguma estratégia
planejada para contrafazer? A resposta é um estrondante sim! Explica Ellen White: “O inimigo
das almas deseja impedir esta obra, e antes que chegue o tempo para que se produza tal
movimento, tratará de evitá-lo introduzindo uma falsa imitação. Fará parecer que a benção
especial de Deus e derramada sobre as igrejas que possa colocar sob seu poder sedutor; ali se
manifestará o que se considerará como um grande interesse religioso. Multidões se alegrarão de
que Deus esteja obrando maravilhosamente em seu favor, quando, na realidade, a obra é de outro
espírito. Sob um disfarce religioso, Satanás tratará de extender sua influência sobre o mundo
cristão”.278
Uma acirrada oposição
Se repetirá o que sucedeu em 1844. Assim como os ministros das igrejas apóstatas fizeram todo
o possivel para silenciar a proclamação das primeiras duas mensagens angélicas no Clamor da
Meia Noite, os ministros apostatas durante o Alto Clamor procurarão fazer o mesmo: “Satanás se
porá alerta ao ver que a controversia se extende a novos campos e que a atenção do povo é
dirigida a pisoteada Lei de Deus.
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O poder que acompanha a proclamação da mensagem só desesperará aos que se opõem a ela. O
clero fará esforços quase sobre humanos para sufocar a luz por temor de que ilumine seus
rebanhos. Por todos os meios a seu alcance os ministros tentarão evitar toda discussão sobre
estas questões vitais.”279 Durante este período de oposição acirrada será fundamental que o povo
de Deus manifeste paciência perseverante. A palavra “paciência” aparece em dois lugares
estratégicos na segunda parte do libro de Apocalipse e em ambos casos se encontram no contexto
da mensagem do terceiro anjo.280 Concernente aos fiéis na igreja de Filadélfia, diz Apocalipse
3:10: “Porquanto tens guardado a palabra da minha paciência, eu também te guardarei da hora da
tentação que há de vir sobre o mundo inteiro, para provar aos que habitam sobre a terra”.
Abandonando a fé
Ellen White descreve como muitos apostatarão da fé durante esta crise. E mais, diz que neste
tempo de crise a maioria dos adventistas do sétimo dia abandonarão a fé que uma vez
professaram e se unirão as fileiras do inimigo: “Quando a religião de Cristo for mais desprezada,
quando Sua Lei for mais pisada, então deverá ser mais ardente nosso zelo, e nosso valor e
firmeza mais inquebrantáveis. Permanecer de pé em defesa da Verdade e da Justiça quando a
maioria nos abandonar, lutar as batalhas do Senhor quando os campeões forem poucos, esta será
nossa prova. Neste tempo, devemos obter calor da frieza dos demais, valor de sua covardia, e
lealdade de sua traição.”281 O Espírito de Profecia nos diz que aqueles adventistas que têm
cedido passo a passo as exigências mundanas e têm se conformado aos costumes do mundo,
abandonarão a fé e se unirão as fileiras da oposição: “Se procurará impor a marca da besta. Os
que têm cedido passo a passo as exigências mundanas e se tem conformado aos costumes do
mundo, facilmente cederão as autoridades, antes que submeterem-se ao ridículo, aos insultos, as
ameaças de prisão e a morte.
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280 Apocalipse 13:10; 14:12.
281 Ellen G. White, Eventos Finas, p. 184

A contenda será entre os Mandamentos de Deus os dos homens. Neste tempo, o ouro será
separado da escória na igreja. A verdadeira piedade se distinguirá claramente da mera profissão
de fé. Muitas estrelas que temos admirado por seu brilho, se apagarão em densas trevas. Como
uma nuvem, a palha será levada pelo vento, mesmo em lugares onde vemos apenas abundante
trigo. Todos os que levam os utensilhos do Santuário, porém não estão vestidos da justiça de
Cristo, aparecerão na vergonha de sua nudez.”282 Haverá membros que professaram ter fé na
mensagem do terceiro anjo que abandonarão a mensagem do Lugar Santíssimo e se unirão
finalmente as fileiras do inimigo das almas. Quer dizer, abandonarão o Lugar Santíssimo e
retornarão a adorar no Lugar Santo onde se acham adorando as igrejas cristãs apóstatas:
“Conforme nos aproximamos da tempestade, muitos que professaram crer na mensagem do
terceiro anjo, porém não foram santificados pela obediência a Verdade, abandonarão sua fé, e
irão engrossar as fileiras da oposição.283 Unindo-se ao mundo e participando de seu espírito,
chegaram a ver as coisas quase sob o mesmo aspecto;
assim, quando chegue a hora de prova estarão preparados para posicionarem-se do lado mais
fácil e de maior popularidade. Homens de talento e de eloquência, que se regozijaram um dia na
Verdade, empregarão suas faculdades para seduzir e desencaminhar almas. Se converterão nos
piores inimigos de seus antigos irmãos”.284 Contudo, enquanto um grande número dos
adventistas estão regressando do Lugar Santíssimo ao Lugar Santo, o Alto Clamor tirará de
Babilônia multidões que são verdadeiros filhos de Deus: “Vi que Deus tem filhos sinceros entre
os adventistas nominais e as igrejas caidas, e antes que sejam derramadas as pragas, os ministros
e as pessoas serão convidados a sair destas igrejas e receberão alegremente a Verdade.”285
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282 Ellen G. White, Maranata: O Senhor logo vem, p. 198
283 Estes são os que abandonarão o Lugar Santíssimo e regresarão a adorar no Lugar Santo com
Babilônia ou a Sinagoga de Satanás.

Os adventistas superficiais
Tragicamente, muitos adventistas do sétimo dia que têm baseado sua experiência em coisas
efêmeras e superficiais, tais como sinais, milagres, emoções, sentimentos, serviços religiosos
contemporâneos com ênfase em necessidades sentidas, e que dizem que não é possivel ganhar a
vitória sobre o pecado, cairão vítimas dos múltiplos enganos de Satanás e se encontrarão em
meio ao tempo de angústia sem rumo e sem âncora. Ellen White diz que durante o tempo de
prova confessarão seus pecados com uma angústia consumidora porém Deus não escutará suas
súplicas: “Os cristãos professos que chegaram sem preparo ao último e terrivel conflito,
confessarão seus pecados com palavras de angústia consumidora, enquanto os impios se rirão
dessa angústia. Essas confissões são do mesmo caráter que as de Esaú ou de Judas. Os que as
fazem lamentam antes os resultados da transgressão, não sua culpa. Não sentem verdadeira
contrição nem horror ao mal.”286 Segunda a serva do Senhor a parábola das dez vírgens terá seu
cumprimento final durante este periodo. Os que não se têm preparado para a crise clamarão:
“Senhor, Senhor, abra-nos a porta”. Terrivel será a resposta do que fechou finalmente a porta do
Lugar Santíssimo: “Não vos conheço.”287 O profeta Amós descreveu em palavras impactantes
este período: “Eis que vêm dias, diz Jeová o Senhor, nos quais enviarei fome sobre a terra, não
fome de pão, nem sede de água, senão de ouvir a palavra do Senhor. E irão errantes de mar a
mar; desde o norte ate o oriente buscando pela palavra do Senhor, e não a acharão.”288
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287 Estude o último capítulo do livro Palavras de Vida do Grande Mestre.

Reavivamentos verdadeiros e falsos

Satanás e um ávido leitor da Biblia e do Espírito de Profecia e portanto sabe muito bem que este
grande reavivamento virá. Como já temos visto, ele deseja produzir uma contrafação portanto
realizará em Babilônia ou Sinagoga de Satanás um reavivamento falso pouco antes que ocorra
genuino. Ellen White, no capítulo entitulado “Reavivamentos Modernos”, explica com detalhes
como Satanás usará este reavivamento falso para reter as almas que estão adorando no Lugar
Santo: “Satanás o sabe; e antes que se dê o forte clamor do terceiro anjo, desperta excitação
naquelas organizações religiosas, a fim de que os que rechaçaram a Verdade pensem que Deus
os acompanha. Satanás espera enganar aos sinceros e induzí-los a crerem que Deus segue
obrando em favor das igrejas. Entretanto, a luz resplandecerá, e todos os que tenham coração
sincero deixarão as igrejas caidas, e se decidirão pelo Remanescente”.289 Ellen White explicou
claramente as características destes reavivamentos falsos que ocorrerão antes do verdadeiro. Por
favor preste cuidadosa atenção ao que ela diz quanto a estes reavivamentos falsos e então
pergunte a si mesmo com toda sinceridade: Não são estes os “reavivamentos” que estão
ocorrendo em muitas igrejas adventistas do sétimo dia na atualidade? “Porém, muitos dos
reavivamentos dos tempos modernos têm apresentado um notável contraste com aquelas
manifestações da graça divina, que em épocas anteriores acompanhavan os trabalhos dos servos
de Deus. É verdade que despertam grande interesse; que muitos professam estar convertidos e
aumenta em grandemente o número dos membros das igrejas; não obstante os resultados não são
de molde que nos autorizem crer que tenha havido um aumento correspondente da verdadeira
vida espiritual. A chama que ilumina por um momento se apaga rapidamente e deixa uma
escuridão mais densa que antes.
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288 Amós 8:11, 12.

“Os reavivamentos populares são provocados frequentemente por apelos a imaginação, que
excitam as emoções e satisfazem a inclinação pelo que é novo e fora do comum. Conversos
ganhos deste modo manifestan pouco desejo de escutar a Verdade bíblica, e pouco interesse no
testemunho dos profetas e apóstolos. O serviço religioso que não se revista de um caráter um
tanto sensacional não tem atrativo para eles. Uma mensagem que apele a fria razão não desperta
eco algum neles. Não tomam em conta as claras admoestações da Palavra de Deus que se
referem diretamente a seus interesses eternos. “Para toda alma verdadeiramente convertida a
relação com Deus e com as coisas eternas será o grande tema da vida. Porém, onde se nota, nas
igrejas populares de nossos dias, o espírito de consagração a Deus? Os conversos não renunciam
a seu orgulho nem ao amor do mundo. Não estão mais dispostos a negarem-se a si mesmos a
tomar sua cruz e seguir ao manso e humilde Jesus, que antes de sua conversão. A religião tem se
tornado objeto de gracejo dos infiéis e céticos, devido ao fato de que muitos dos que a professam
ignoram seus principios. O poder da piedade tem desaparecido quase inteiramente de muitas das
igrejas. Os retiros espirituais, as representações teatrais nas igrejas, os bazares, as casas
elegantes e a ostentação pessoal têm distanciado de Deus os pensamentos das pessoas. Terras e
bens e ocupações mundanas enchem a mente, enquanto que as coisas de interesse eterno se
consideram apenas dignas de alguma atenção.”290 O panorama está claro. Nos últimos dias, os
cultos religiosos da cristandade serão muito emocionantes. O mundo religioso professará seguir a
Jesus e em seu meio se verão toda sorte de sinais e milagres e toda espécie de experiências
subjetivas. Contudo, recusará entrar no Lugar Santíssimo e portanto recusará as Verdades
distintivas que se revelam ali, Verdades que os haveriam preparados para passar vitoriosamente
pelo Tempo de Angústia. Assim, receberão gosozamente os muitos enganos de Satanás quanto a
Lei, o Sábado, o estado dos mortos, o Espírito de Profecia e a necessidade de formar um caráter
santo para o Céu.
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Características do reavivamento genuino

No mesmo capítulo Ellen White expõe as características de um reavivamento genuino:291
• Se prega sobre a Lei espiritual de Deus, o que leva as pessoas a discernirem sua
pecaminosidade em contraste com a santidade de Deus.
• O pecador tem uma nova visão do Calvário e isto o ajuda a entender quanto sofrimento e
agonía causaram seus pecados a Jesus.
• O pecador agora sente uma aversão tão grande contra o pecado que se arrepende, confessa e
confía nos méritos da vida e da morte de Cristo e está disposto a apartar-se do pecado.
• Ao ver a santidade Deus, o pecador sente fome e sede de refletir essa santidade em sua vida.
Como resultado, o pecador nasce de novo e seu coração é transformado.
• Por amor a Jesus o pecador agora leva uma vida de santa obediência a Lei de Deus e de serviço
ao proximo pelo poder do Espírito Santo.
• Passa a ter uma vida de gozo e paz em Cristo.
A serva do Senhor nos deu uma descrição simples e clara de como distinguir entre um
reavivamento falso e um verdadeiro: “Em muitos dos despertamentos religiosos que se tem
produzido durante o último meio seculo, se tem deixado sentir, em maior ou menor grau, as
mesmas influências que se exercerão nos movimentos futuros mais extensos. Há uma excitação
emotiva, mistura do verdadeiro com o falso, muito apropriada para extraviar. Não obstante,
ninguém necessita ser enganado. A luz da Palavra de Deus não é difícil determinar a natureza
destes movimentos. Onde quer que os homens desconsiderem o testemunho da Biblia e se
afastem das Verdades claras que servem para provar a alma e que requerem abnegação e
renúncia ao mundo, podemos estar seguros de que Deus não dispensa ali Suas bençãos. E ao
aplicar a regra que Cristo mesmo deu: “Por seus frutos os conhecereis” (S. Mateus 7: 16), fica
evidente que estes movimentos não são obra do Espírito de Deus.”292
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291 Se sugere que cada pessoa leia cuidadosamente este capítulo. É assunto de vida ou morte!

Adorando aos pés dos santos

Apocalipse 3:9 nos informa que a Sinagoga de Satanás virá algum dia adorar aos pés dos santos
e confessarão que Deus os amou. A pergunta chave é: Se cumpriu esta promessa com os que
proclamaram as Três Mensagens Angélicas e o Clamor da Meia Noite em 1844? Claro que não!
Aqueles que zombaram dos mensageiros de Deus e os expulsaram das igrejas nunca
reconheceram nem confessaram que Deus em verdade amava aos que proclamaram as
mensagens angélicas. E mais, os inimigos daqueles que proclamaram a Hora do Juízo morreram
crendo que eles estavam corretos e que os mileritas estavam completamente equivocados. Uma
coisa me havía deixado perplexo por muitos anos ao ler os comentários de Ellen White sobre a
igreja de Filadélfia. Por que aplica Ellen White a mensagem de Filadélfia aos que proclamaram o
Clamor da Meia Noite em 1844 e também aqueles que passarão pelo Tempo de Angústia final
depois de fechar-se a Porta da Graça? Depois de muita reflexão e oração, creio que encontrei a
resposta a esta pergunta. Como já vimos, o que ocorreu em 1844 quando começou o Juízo dos
mortos tornará a repetir-se numa escala muito maior quando comece o Juízo dos vivos. Ambos
movimentos dirigem a atenção do povo de Deus ao Lugar Santíssimo o primeiro para anunciar o
inicio do Juizo dos mortos e o segundo para anunciar o começo do Juizo dos vivos. Portanto, há
dois grupos em filadélfia, um no passado e outro no futuro. O primeiro grupo consta dos
adventistas fiéis que entraram com Cristo no Lugar Santíssimo e morreram na fé da mensagem
do terceiro anjo a partir de 1844. O segundo grupo se comporá dos 144.000 que estarão vivos
quando Cristo voltar. No mesmo momento em que os 144.000 vivos sejam livrados das mãos de
seus inimigos pela voz de Deus, os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo
ressucitarão no que se conhece como a ressurreição especial ou parcial. Os dois grupos estarão
vivos lado a lado para presenciar a segunda vinda de Cristo.293 Ellen White explicou que quando
os santos que estão vivos forem livrados do decreto de morte que será emitido por Babilônia
contra eles,
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293 Ver Apocalipse 14:13; Daniel 12:2, 12.

todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo a partir de 1844 resucitarão: “Todos
os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo [aqueles que entraram no Lugar
Santíssimo com Jesus], saem glorificados da tumba, para ouvir o pacto de paz que Deus faz com
os que guardaram Sua Lei. ‘Os que O traspassaram’ (Apocalipse 1: 7), os que se mofaram e
riram da agonía de Cristo e os inimigos mais acérrimos de Sua Verdade e de Seu povo [a
Sinagoga de Satanás ou Babilônia], são ressucitados para vê-lO em Sua glória e para ver a honra
com que serão recompensados os que têm sido leais e obedientes.”294 Aqueles fiéis que foram
ultrajados e perseguidos por proclamar a mensagem da Hora do Juízo em 1843 e 1844 e que
foram escarnecidos quando pregaram a mensagem do Lugar Santíssimo, ressucitarão. Os que se
opuseram a eles e os ultrajaram se levantarão ao mesmo tempo. Por outro lado, os 144.000 que
sofreram durante o Tempo de Angístia e os que os perseguiram também estarão vivos. Neste
momento monumental, a Sinagoga de Satanás (os que se opuseram a mensagem do Lugar
Santíssimo em 1844 e os que se oporão a mesma mensagem no final da história) cairão aos pés
dos fiéis de Deus (os que ressucitaram na ressurreição especial e os 144.000 vivos) e terão que
confessar publicamente que Deus os amou a estes. Concernente a esta cena escreve Ellen White:
“Vi que os sacerdotes que conduziam seus rebanhos a morte serão rapidamente detidos em sua
mortal carreira. Vem o tempo para as pragas de Deus, porém não bastará que os falsos pastores
sejam atormentados por uma ou duas destas pragas. Naquele tempo a mao de Deus será
extendida com ira e justiça e não se retirará até que Seus propósitos sejam cumpridos
plenamente, até que os sacerdotes assalariados sejam induzidos a adorar aos pés dos santos, a
reconhecer que Deus os amou porque se apegaram a Verdade e guardaram os Mandamentos de
Deus, até que todos os injustos sejam destruidos da Terra.”295
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295 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 124. Note que Ellen White diz que os da Sinagoga de
Satanás inclinarão ante os pés dos santos e se verão obrigados a confessar que Deus em verdade
amou ao Seu povo.

Em outro lugar Ellen White descreve o que ocorrerá com os santos vivos que serão livrados do
decreto de morte: “Os 144.000 estavam todos selados e perfeitamente unidos. Em suas frontes
levavam escritas estas palavras: ‘Deus, nova Jerusalém’, e uma brilhante estrela com o novo
nome de Jesus. Os impios se enfureceram ao ver-nos naquele santo e feliz estado, e queríam
apoderarem-se de nós para encarcerar-nos, quando extendemos a mão no nome do Senhor e
cairam prostrados no solo. Então conheceu a Sinagoga de Satanás que Deus nos havia amado, a
nos que lavávamos os pés uns aos outros e nos saudávamos fraternalmente com ósculo santo, e
eles adoraram aos nossos pés.”296
Outra porta
A mensagem de Jesus a igreja de Laodicea em Apocalipse 3:20 menciona outra porta. Porém,
esta porta não está no Céu, mas na Terra; é a porta do coração. E Jesus está a porta batendo para
que O deixemos entrar: “Eis que estou a porta e bato; se alguém ouve minha vóz e abre a porta,
entrarei, cearei com ele, ele comigo.”297 Enquanto Jesus purifica o templo celestial dos pecados
de Seu povo, eles devem permitir que Jesus purifique os pecados do templo da alma na Terra por
meio da obra do Espírito Santo. Jesus abriu a porta do Lugar Santíssimo no Céu com a chave de
Davi porém a porta do coração só se pode abrir por dentro. Isto é, a chave está em nossas mãos.
Antes que Jesus possa purificar o registro de nossos pecados no Santuário Celestial, deve entrar
em nossos corações e purificar-nos aqui. Jesus nunca purificará nosso registro de pecado no Céu
durante o Juizo dos vivos a menos que haja purificado nosso coração na Terra. Concernente a
condição de muitos corações, a serva do Senhor diz:“Vi que muitos tem tanta escória acumulada
ante a porta do coração que não podem abri-la. Alguns têm que eliminar as dificuldades que têm
com seus irmãos. Outros tem que eliminar o mal gênio ou a cobiça antes que possam abrir a
porta. Outros colocam o mundo diante da porta de seus corações, e assim a fecham. Toda esta
escória tem que ser tirada. Então poderão abrir a porta e dar boas vindas ao Salvador.”298
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297 Mesmo quando este versículo se aplica a igreja de Laodicea como entidade física, se aplica mais
específicamente aos indivíduos que se encontram nela. Isto se deixa ver pelo uso dos pronomes
pessoais no singular, “ao que” e “o”.

“O amor ao mundo tem substituido o amor a Cristo. Quando se tiram as escórias da porta do
coração, e esta se abre amplamente em resposta ao convite de Cristo, Ele entra e toma posse do
templo da alma.”299 Em um capítulo anterior vimos que os mileritas, apesar de sua grande
consagração a Deus, não estavam prontos para encontrarem-se com Seu Senhor. Suas mentes
deviam ser dirigidas ao Lugar Santíssimo onde se lhes revelariam novos deveres. Necessitavam
outra mensagem de advertência e instrução. E em que consistía esta mensagem? Ellen White cita
Malaquías 3:2, 3 e logo explica o que significam estes versículos: “E quem poderá suportar o
tempo da sua vinda? Ou quem poderá estar em pé quando ele se manifeste? Porque ele e como
fogo purificador, e como sabão dos lavadores. E se assentará para afinar e limpar a prata; porque
limpará aos filhos de Levi, os afinará como ouro e como prata, e trarão ao Senhor ofertas de
justiça”. “Os que vivam na Terra quando cesse a intercessão de Cristo no Santuário celestial
deverão estar em pé na presença do Deus santo sem mediador. Suas vestiduras deverão estar
sem mácula; seus caracteres, purificados de todo pecado pelo sangue da aspersão. Pela graça
de Deus e seus próprios e diligentes esforços deverão ser vencedores na luta contra o mal.
Enquanto prossegue o Juízo Investigativo no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos
são tirados do Santuário, deve levar-se a cabo uma obra especial de purificação, de libertação do
pecado, entre o povo de Deus na Terra. Esta obra está apresentada com mais clareza nas
mensagens do capítulo 14 del Apocalipse.”300 Logo o Espírito de Profecia nos explica que
quando tenha sido concluida esta obra, o povo de Deus estará apto para a vinda de Jesus:
“Quando esta obra esteja consumada, os discípulos de Cristo estarão aptos para Sua vinda.”301 O
leitor perceptivo se dará conta que Malaquías 3:2 começa com uma pergunta: “E quem poderá
suportar o tempo da sua vinda?”
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298 Ellen G. White, Joyas de los Testimonios, vol. 1, p. 43.
299 Ellen G. White, Conselhos sobre Mordomia Cristã, p. 251.

Este não é o único texto bíblico onde aparece uma pergunta como esta. Notemos outros: “Porque
o grande dia de sua ira chegou; e quem poderá subsistir?”302 “Porque grande e o dia do Senhor, é
mui terrivel; quem poderá suportá-lo?”303
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302 Apocalipse 6:17. A resposta a esta pergunta se encontra no capítulo 7. Os 144.000 poderão
manterem-se firmes no grande Dia da Ira de Deus e do Cordeiro. Em Apocalipse 14:1-5 é
descrito o caráter reluzente deste grupo.
303 Joel 2:1-10 descreve com um simbolismo vívido a segunda vinda de Jesus. O exército de Deus
vem como um fogo abrasador que consome a terra e a converte em um deserto árido e inóspito
(versículo 3). O exército tem a aparência de cavalos e carros de guerra (versículo 4, 5) e marcha
em perfeita ordem e nenhum soldado cai vítima das armas do inimigo (versículos 6-8). As tropas
entram pelas janelas das casas como ladroes (versículo 9). A cena culmina com fenômenos
cataclísmicos no ´Céu e na Terra: “Diante dele a terra se agitara, se estremecerão os céus; o sol e
a lua se escurecerão, e as estrelas não darão seu brilho. E Jeová dará sua ordem diante de seu
exército; porque muito grande é seu acampamento; forte é o que executa sua ordem” (versículos
10, 11) E logo se ouve a pergunta: “Porque grande é o dia do Senhor, e muito terrivel; quem
poderá suportá-lo?” (versículo 11) Imediatamente depois de formular esta pergunta, o profeta
descreve a preparação que será necessária para suportar esse dia. Essa preparação é descrita com
terminología do grande Dia da Expiação. O som da trombeta, a reunião do povo, o jejum e a
aflição de alma com pranto e clamor nos recorda o que passava no Dia da Expiação (Joel 2:11-
17; Levítico 23:26-32; Isaías 58).

“Quem de nós morará com o fogo consumidor? Quem de nós habitará com as chamas
eternas?”304 “Senhor, quem habitará em teu tabernáculo? Quem morará em teu santo monte?”305
“Quem subirá ao monte do Senhor? E quem entrará em seu Lugar Santo?”306 Um estudo
cuidadoso desta e outras pasagens indica que cada vez que se responde a pergunta, se enfatiza o
caráter reluzente que deverá possuir o povo de Deus afim de permanecer firme quando Cristo
venha. Tomemos outro exemplo que se acha em Isaías 33:14, 15. Primeiro o profeta formula
duas perguntas: “Quem de nós morará com o fogo eterno? Quem de nós habitará com as chamas
eternas?” Logo dá a resposta inequívoca as perguntas no versículo 15: “O que caminha em
justiça e fala retamente; o que aborrece o ganho fraudulento, o que sacode suas mãos para nao
receber suborno, o que tapa seus ouvídos para não ouvír propostas sanguinárias; o que fecha seus
olhos para não ver o mal”.
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304 Isaías 33:14.
305 Depois da pergunta, o Salmo 15 descreve o caráter que deverão ter os que habitarão em Seu
tabernáculo e morarão em Seu Santo Monte de Sião: “O que anda em integridade e pratica a
justiça, e fala verazmente em seu coração. O que não calunia com sua lingua, nem faz mal ao seu
próximo, nem admite afronta contra seu vizinho. Aquele a cujos olhos tem por desprezivel o
perverso, mas honra aos que temem ao Senhor. O que jura mesmo com dano seu, e não muda;
aquele que não empresta seu dinheiro com usura, nem recebe suborno contra o inocente”. Logo
diz: “O que faz estas coisas, não será jamais abalado”. O livro de Apocalipse nos assegura que
são os 144.000 os que morarão no Monte de Sião e permanecerão firmes (Apocalipse 14:1; 6:17).
306 Salmo 24:1 dá uma resposta imediata a pergunta: “O limpo de mãos e puro de coração; o que
não entrega sua alma a vaidade, nem jura enganosamente”.

Alguém poderia dizer que todas estas passagens vêm do Antigo Testamento. A pergunta chave é:
Esperava Deus mais de Seu povo no Antigo Testamento que agora? Acaso não temos nós mais
conhecimento que eles?307 E mais, o Novo Testamento concorda com o Antigo no que respeita a
preparação especial que será necessária para manter-se firme quando Cristo voltar: Jesus
afirmou: “Bem aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.”308 O livro de
Hebreus nos informa que sem santidade ninguém verá o Senhor.309 Também nos diz que
devemos servir a Deus “obedecendo-o com temor e reverência; porque nosso Deus é fogo
consumidor.”310 João, o discípulo amado, explicou que qualquer um que espere ver Jesus “se
purifica a si mesmo, assim como ele é puro”311 O apóstolo Paulo nos dá seu testemunho
assegurando-nos que Jesus Se deu a Si mesmo para que pudesse purificar a Sua igreja e
apresentá-la para si uma igreja gloriosa que não tivesse “mancha, nem ruga, nem coisa
semelhante.”312 E em palavras claras e simples o grande apóstolo nos assegura: “Porque a graça
de Deus se manifestou para salvação de todos os homens, ensinando-nos que, renunciando a
impiedade e aos desejos mundanos, vivamos neste século sóbria, justa e piedosamente,
aguardando a bem aventurada esperança e a manifestação gloriosa de nosso grande Deus e
Salvador Jesus Cristo, que a sí mesmo se deu por nós para redimir-nos de toda iniquidade e
purificar para sí um povo próprio, zeloso de boas obras.”313 Ellen White explicou o que devemos
estar fazendo na Terra enquanto transcorre o grande Dia da Expiação no Céu: “Estamos vivendo
agora no grande Dia da Expiação. Quando no serviço simbólico o sumo sacerdote fazia
propiciação por Israel, todos devíam afligir suas almas arrependendo-se de seus pecados e se
humilhando diante do Senhor, se não queriam verem-se separados do povo.
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307 Hebreus 2:2, 3 indica que Deus espera algo melhor de nós pois temos mais luz que eles.
308 Mateus 5:8.
309 Hebreus 12:14.
310 Hebreus 12:28, 29.
311 I João 3:3.
312 Efésios 5:25-27.
313 Tito 2:11-14.

Da mesma maneira, todos os que desejam que seus nomes sejam conservados no Livro da Vida,
devem agora, nos poucos dias que nos restam deste tempo de graça, afligir suas almas diante de
Deus com verdadeiro arrependimento e tristeza por seus pecados. Temos que esquadrinhar
fundo e sinceramente nosso coração. Temos que depor o espírito leviano e frívolo a que tantos
cristãos professos têm se entregado. Empenhada luta espera a todos aqueles que queiram
subjugar as más inclinações que tentam dominar-nos. A obra de preparação é obra individual.
Não somos salvos em grupos. A pureza e a devoção de um não suprirá a falta destas qualidades
em outro. Se bem que todas as nações devem passar em Juizo diante de Deus, Ele examinará o
caso de cada indivíduo de um modo tão rígido e minucioso como se não houvesse outro ser na
Terra. Cada qual tem que ser provado e encontrado sem mancha, nem ruga, nem coisa
semelhante.”314
A purificação do Santuário
Em Atos 3:19-21 o apóstolo Pedro apresenta uma sequência clara de eventos que a igreja
remanescente deve recordar: “Assim pois, arrependei-vos [imperativo ativo] e convertei-vos
[imperativo ativo, para que sejam apagados [infinitivo passivo] vossos pecados; para que
venham [subjuntivo ativo] os tempos de refrigério pela presença do Senhor, e ele envie
[subjuntivo ativo] a Jesus Cristo, que vos foi antes anunciado; a quem e necessário que o céu
retenha até o tempo da restauração de todas as coisas, e de quem falou Deus por boca de seus
santos profetas os quais têm sido desde os tempos antigos.”315 Se mencionam pelo menos quatro
eventos sequênciais nestes versículos:
• Arrependimento e conversão • O ato de apagar os pecados
• Os tempos de refrigério • A segunda vinda de Cristo
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315 Atos 3:19-21.

É importante recordar que Atos 3:19-21 está repleto de terminología relacionada com o
Santuário. Os judeus que estavam escutando Pedro imediatamente conectaram o ato de apagar os
pecados com o Dia da Expiação que se descreve em Levítico 16. Todo judeu sabia que os
pecados não eram apagados dos registros no serviço diário. Conheciam muito bem que os
pecados eram transferidos do pecador para a vítima e por meio do sangue da vítima se
transferiam ao Santuário. Sabiam muito bem que no serviço diário o pecado era perdoado, mas
não apagado. Era no final do ano religioso no Dia da Expiação que os pecados eram finalmente
apagados dos registros do Santuário. Alguns têm concluido erroneamente que quando Atos 3:19
se refere ao ato de apagar os pecados, isto significa o mesmo que perdoados. O apóstolo Pedro
como bom judeu conhecia a diferença entre o perdao dos pecados e o ato de apagá-los. Em Atos
2:38 Pedro aconselhou aos conversos do Dia de Pentecostes “Pedro lhes disse: “Arrependei-vos,
e batizem-se cada um de vós em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados; e recebereis o
dom do Espírito Santo.”316 E alguns dias depois, o apóstolo Pedro explicou a obra que Jesus foi
desempenhar no Lugar Santo do Santuário celestial: “A este, Deus o exaltou com sua destra a
Príncipe e Salvador, para dar a Israel arrependimento e perdão [grego afesis] dos pecados”.
Devemos ressaltar uma vez mais que esta terminología está conectada com o Santuário. A partir
do Dia de Pentecostes os pecados do povo de Deus têm sido colocados no Santuário no serviço
diário e o pecador tem sido perdoado pelo sangue de Cristo. Porém no Dia da Expiação, o qual
estamos vivendo hoje, os pecados perdoados que entraram no Santuário por meio do sangue de
Cristo serão apagados dos registros celestiais. Se tem dado muita ênfase ao que Jesus está
fazendo agora no Santuário celestial en Sua função de apagar os registros de Seus santos que têm
sido perdoados. Porém não se há dado suficiente importância ao que deve fazer Seu povo na
Terra enquanto Jesus apaga os pecados dos registros celestiais. No Dia da Expiação, enquanto o
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316 Há uma distinção clara no idioma grego entre a palavra afesis que significa “perdoar” ou
“redimir” e a palavra jexaleipo que significa “apagar ou abolir”. (Ver Colossenses 2:14;
Apocalipse 3:5; Apocalipse 21:4) onde se usa a mesma palavra. Nos serviços do Santuário hebreu
havia também uma distinção clara entre o perdão do pecado no serviço diário e a purificação do
mesmo no Dia da Expiação (Ver Levítico 4:20, 26, 31, 35; 5:10, 13, 16, 18; Levítico 16:30).

sumo sacerdote apagava o registro dos pecados no Santuário, o povo se reunia fora e afligia suas
almas,317 jejuava,318 e repousava do trabalho rotineiro.319 Levítico 23 nos informa que qualquer
pessoa que não afligisse sua alma seria cortada ou banida do meio da congregação (Levítico
23:28-30). Hoje estamos no grande Dia antitípico da Expiação. Não é tempo de celebrar senão de
afligir a alma e ganhar a vitória sobre o pecado. Haverá muito tempo para celebrar no futuro
quando se cumpra a festa dos tabernáculos!320 O problema é que a cristandade de hoje tem um
conceito extremamente superficial da salvação. Seu ponto de vista se deixa ver pela frase que vi
escrita em um parachoques de um carro com as palavras: “Não sou perfeito, apenas perdoado”.
Ou outro que vi também: “Se amas a Jesus, sorria”. Outro, por não deixar-se ganhar, diz: “Se
amas a Jesus, dizima, porque qualquer um pode sorrir”. Jesus exige muito mais do que exigem
estas frases baratas. Ele disse: “Se me amais, guardareis meus mandamentos” (Juan 14:15). O
livro de Apocalipse, em palavras tão claras como o sol do meio dia diz que o verdadeiro povo de
Deus guardará Seus Mandamentos, e Satanás os odiará por isto (Apocalipse 12:17; 14:12;
22:14). Os fiéis de Deus no Tempo do Fim terão entrado no Lugar Santíssimo com Jesus e suas
vidas estarão em harmonia com a Lei de Deus. Guardarão o Sábado e rechaçarão a marca da
besta ainda com risco de suas próprias vidas. Em contraste, o mundo
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317 Levítico 16:29, 30; 23:27.
318 Isaías 58; Joel 2:11.
319 Levítico 16:29, 30; 23:28 e Joel 2:11-17 apresentam uma descrição vívida do que devia ser a
atitude do povo durante este Dia.
320 Apocalipse 7:9, 10 descreve esta jubilosa celebração quando os redimidos cheguem ao Céu:
“Depois disto olhei, e eis aqui uma grande multidão, a qual ninguém podía contar, de todas
nações e tribos e povos e linguas, que estavam diante do trono e na presença do Cordeiro,
vestidos de roupas brancas, e com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: A
salvação pertence a nosso Deus que está sentado no trono, e ao Cordeiro”.

cristão que tem desprezado a Lei, pisando Seu Sábado, receberá a marca da besta e farão um
decreto de morte contra os que são fiéis a Deus. Em seu excelente livro, Hidden Heresy, Thomas
Mostert,321 que por muitos anos foi presidente da União do Pacífico na Califórnia tem
demostrado que as grandes congregações protestantes e evangélicas da atualidade (de milhares e
dezenas de milhares de membros) falam muito pouco quanto a Lei, o arrependimento, a
confissão, a santidade e a vitória sobre o pecado em suas declarações de crenças fundamentais.
Simplesmente dizem as pessoas: “Aceita a Cristo e serás salvo.” Nem é preciso dizer que não
dizem absolutamente nada quanto ao Sábado, o estado dos mortos, a reforma de saúde, o Juízo
Investigativo ou alguma das outras doutrinas distintivas da igreja Adventista do Sétimo Dia.
Antes criticam assiduamente a Igreja Adventista por ensinar estas doutrinas! A mensagem que se
escuta nestas igrejas é que a Lei foi cravada na cruz, que não estamos sob a Lei mas sob a graça,
que não estamos sob a letra porém sob o Espírito, que somos salvos pela fé e não pelas obras
(muito certo se compreendido corretamente!), que guardar o Sábado é legalismo, que o Sábado
era para os judeus, que o Sábado era parte da antiga Aliança, que ninguém pode vencer
completamente o pecado antes da segunda vinda de Cristo, que uma vez que temos sido salvos
não podemos nos perder, que Jesus guardou a Lei por nós e portanto não se requer que nós a
guardemos.322 O fato é que a mensagem do primeiro anjo repreende todo conceito superficial da
salvação. Não só nos garante o Evangelho Eterno os benefícios objetivos da expiação senão, que
nos manda temer a Deus, a dar glória e a adorá-lO como Criador.
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321 A União do Pacifico é a que mais membros tem na Divisão Norte Americana. O título de seu
livro traduzido para o espanhol sería Heresia oculta.
322 Contraditoria e incompreensivelmente, muitas destas mesmas igrejas deploram a degeneração
moral que existe na sociedade dos Estados Unidos e apelam ao governo civil para que imponham
por lei a observância dos Dez Mandamentos. Alguns líderes destas igrejas também têm
manifestado o desejo de que o governo garanta o domingo como dia de descanso para a sociedade
a fim de que as pessoas possam assistir a igreja e reconectar com suas raízes espirituais.

Também nos manda sair de Babilônia e a recusar a marca da besta! Agora voltemos por um
momento a Atos 3:19-21. Esta passagem nos explica em poucas palavras por que Jesus não
regressou ainda. Ele não está esperando que se cumpram mais sinais para poder vir. O que está
esperando é que Seu povo manifeste verdadeira tristeza pelo pecado e que esteja disposto a
abandoná-lo. Está esperando que Sua igreja se converta de verdade. Está esperando que Seu
povo ganhe a vitória total sobre o pecado para que seus pecados possam ser apagados e assim
possa receber a chuva Serôdia. Então o Pai enviará a Jesus para buscar Seu povo. Deus, por meio
de Ellen White nos tem assegurado: “A chuva Serôdia tem de cair sobre o povo de Deus.
Descerá do Céu um poderoso anjo e a Terra se encherá de sua glória. Estamos prontos para
participar na obra gloriosa do terceiro anjo? Estão nossas vasilhas prontas para receber água
celestial? Temos manchas e pecado no coração? Se é assim, purifiquemos o templo da alma e
preparemo-nos para os aguaceiros da chuvia Serôdia. O refrigério nunca virá da presença do
Senhor enquanto nossos corações estejam cheios de impurezas. Que Deus nos ajude a morrer
para o eu e viver para que Cristo, a esperança de glória, possa morar em nosso interior.”323 Em
outro diz a serva do Senhor: “Nenhum de nós receberá jamais o sêlo de Deus enquanto nosso
caráter tenha uma nódoa ou mancha. Nos incumbe a nós mesmos remediar os defeitos de nosso
caráter e purificar o templo da alma de toda impureza. Então cairá sobre nós a chuva Serôdia
como caiu a chuva Temporã sobre os apóstolos no Dia de Pentecostes.”324 Satanás tem posto em
sua mira a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Com todas suas forças está procurando que o
remanscente dê as costas a mensagem do Lugar Santíssimo e retorne a adorar no Lugar Santo
com as igrejas caidas. A pergunta crucial é: Permitiremos que isto aconteça? Neste tempo de
crise, guardaremos silêncio como a maioría ou clamaremos a plena vóz como o fez o profeta
Elias? Como adventistas conhecemos muito bem a história de Elias. Cremos que a crise histórica
de Israel no Antigo Testamento voltará a repetir-se globalmente no Tempo do Fim. Primeiro
Reis capítulos 16-18 descreve como o povo se achava envolto em uma apostasia sem
precedentes.
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323 Ellen G. White, Ye Shall Receive Power, p. 295
324 Ellen G. White, Christian Experience and Teaching of Mrs. Ellen G. White, p. 189

No Monte Carmelo ocorreu a confrontação final entre o verdadeiro profeta de Deus e os falsos
profetas de Jezabel. Com vóz como trombeta, Elias clamou ao povo: “Até quando cocheareis
entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, seguí-o; e se e Baal, ide após ele.”325 Alguém
haveria esperado que o povo respondesse imediatamente com entusiasmo: “Só o Senhor é Deus e
a ele seguiremos”. Porém, não foi assim. O povo fez um silêncio sepulcral. O triste registro nos
diz: “E o povo não respondeu uma palavra.”326 Ao comentar sobre a resposta criminosa do povo
ao forte clamor de Elias, Ellen White afirmou: “Se há um pecado que Deus aborrece mais que
todos outros do qual seu povo é culpado é o de não fazer nada em caso de uma emergência. A
indiferença e neutralidade em uma crise religiosa é considerada por Deus como um grave crime
igual a pior classe de hostilidade contra Deus.”327 Guardaremos silêncio neste tempo de crise que
afronta nossa querida igreja ou nos poremos decididamente do lado do Senhor? A decisão é de
cada um individualmente! Ellen White explicou a razão da existência da igreja Adventista do
Sétimo Dia. Se não cumprimos com nossa missão, que será de nós?
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325 1 Reis 18:17.
326 1 Reis 18:18.

“Em um sentido especial, os Adventistas do Sétimo Dia têm sido colocados no mundo como
sentinelas e transmissores de luz. A eles têm sido confiada a tarefa de proclamar a última
admoestação a um mundo que perece. A Palavra de Deus projeta sobre eles uma luz
maravilhosa. Sobre eles pesa uma obra de grande importância, a de proclamar as mensagens do
primeiro, segundo e terceiro anjos. Não há nenhuna obra tão importante como esta. Nada deve
desviar sua atenção dela.”328
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328 Eventos Finais, p. 46, 47.

— Capítulo 5 —
Um Fundamento Seguro
A
o meditar sobre como concluir este livro, uma passagem da Escritura constantemente
surgia em minha mente: a parábola do sábio que edificou sua casa sobre a rocha e o
néscio que edificou sobre a areia. A parábola reza assim: “Qualquer, pois, que ouve
estas palavras, e as obedece, será comparado a um homem prudente, que edificou sua casa sobre
a rocha. Desceu a chuva, e vieram os rios, e sopraram os ventos, e golpearam contra aquela casa;
e nao caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Porém, qualquer que ouve estas palavras e não
as obedece, será comparado a um homem insensato, que edificou sua casa sobre a areia; e
desceu a chuva, e vieram os rios, e sopraram os ventos, e deram com ímpeto contra aquela casa;
e caiu, e foi grande sua queda. E quando terminou Jesus de dizer estas palavras, as pessoas se
admiravam de sua dotrina; porque ensinava como quem tem autoridade, e não como os
escriba.”329 Esta parábola contém vários símbolos que tenho transcrito em itálico. Interpretemos
cada um destes símbolos e logo os agrupemos para ver que quiz ensinar Jesus quando a contou.
Edificando sobre a Rocha
Que representa a rocha nesta parábola? O apóstolo Pedro responde a pergunta: “Pelo que
também diz a Escritura: Eis aqui, tenho posto em Sião a principal pedra de esquina, escolhida,
preciosa; E o que nela crer, não será jamais envergonhado.”330 Claramente, edificar sobre a
rocha significa edificar sobre Cristo. Contudo, note que esta não é uma rocha comum. Esta rocha
está viva! De modo que ao edificar sobre esta rocha, a vida de Jesus se nos infunde e chegamos a
ser um com Ele.
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329 Mateus 7:24-29.
330 1 Pedro 2:6.

“Cristo, o verdadeiro fundamento, é uma pedra viva, sua vida se infunde a todos os que são
edificados sobre ele… As pedras se fundem com o fundamento, porque em todos mora uma vida
comum, e nenhuna tempestade pode destruir esse edificio.”331 Entretanto, que significa edificar
sobre a Rocha, Cristo Jesus? Acaso significa ter uma relação misteriosa e mística a nivel
emocional e sentimental com Ele? Claro que não! A parábola explica que construir sobre a
Rocha significa ouvir as palavras de Jesus e obedecê-las: “Qualquer, pois, que ouve estas
palabras, e as pratica, será comparardo a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a
rocha”. Ellen White amplia este pensamento: “Os grandes princípios da Lei, que são o caráter
de Deus, estão entretecidos nas palavras que Cristo pronunciou sobre o monte. Quem queira que
edifique sobre estes princípios edifica sobre Cristo, a Rocha da Eternidade. Ao receber a
Palavra, recebemos a Cristo, e unicamente os que recebem assim Suas palabras edificam sobre
ele.”332
O ato de edificar
Que significa a ação de edificar a casa? As seguintes citações indicam que o ato de construir a
casa ilustra a obra de edificar o caráter: “Em elevado grau, cada um é o arquiteto de seu próprio
caráter. Cada dia a estrutura se acerca mais a sua finalização. A Palavra de Deus nos admoesta a
prestar atenção a como edificamos, a cuidar de que nosso edificio esteja fundamentado sobre a
Rocha Eterna. Se aproxima o momento em que nossa obra será revelada tal qual é. Agora é o
momento em que todos têm de cultivar as faculdades que Deus lhes têm dado e formar um
caráter que os faça úteis aqui e alcançar a Vida Superior no futuro.”333
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331 Ellen G. White, Palavras de Vida del Gran Maestro, p. 126.
332 Ellen G. White, Palabras de Vida del Gran Maestro, p. 125.
333 Ellen G. White, Educação, p. 150, 151.

“Na edificação de nosso caráter, devemos construir sobre Cristo. Ele é nosso seguro fundamento
que é inamovível. A tempestade da tentação e as provas não podem mover o edificio que está
fundado na Rocha Eterna.”334
Edificando sobre a areia
Que significa edificar sobre a areia? A mesma parábola nos dá a resposta: “Porém, qualquer que
ouve estas minhas palavras e não as pratica, será comparado a um homem insensato, que
edificou sua casa sobre a areia” Isaías 28:16-18 contrasta o ato de construir sobre um
fundamento seguro de pedra e a futilidade de construir sobre o refúgio da mentira: “Portanto,
Jeová o Senhor diz: Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu assentei em Sião uma pedra,
uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer
não se apresse. E regrarei o juízo pela linha e a justiça, pelo prumo, e a saraiva varrerá o refúgio
da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo. E o vosso concerto com a morte se anulará; e a
vossa aliança com o inferno não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, então, sereis
oprimidos por ele.”335 Ellen White nos adverte quanto ao perigo de edificar nosso caráter sobre a
areia: “Aquele que, a semelhança dos judeus do tempo de Cristo, edifica sobre o fundamento de
ideias e opiniões humanas, de formalidades e ceremônias inventadas pelos homens ou sobre
quaisquer obras que se possam fazer independentemente da graça de Cristo, erige a estrutura de
seu caráter sobre areia movediça. As tempestades violentas da tentação varrerão o fundamento
de areia e deixarão sua casa reduzida a escombros sobre as margens do tempo.”336 O contraste
entre construir sobre a rocha e construir sobre a areia é visto no último versículo da parábola.
Nos diz ali que Jesus ensinava com autoridade em contraste com os escribas e teólogos. Os
eruditos dos días de Jesus ensinavam numerosas opinioes e tradicoes humanas enquanto Jesus
ensinava a pura palavra de Deus.
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334 Ellen G. White, Conducción del niño, p. 152.
335 Isaías 28:16-18.
336 Ellena G. White, Palabras de Vida del Gran Maestro, p. 126.

Os ventos
O apóstolo Paulo explicou que os ventos representam falsas doutrinas que estão em contraste
com a Verdade: “Para que já não sejam como meninos, levados por de um lado a outro por todo
vento de doutrina, por estratagemas de homens que para enganar empregam com astúcia as
artimanhas do erro, antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, isto é, Cristo.”337 São Tiago também explicou que o que duvida é como o que é movido
de um lado para outro pelas ondas e o vento: “não duvidando; porque o que duvida é semelhante
à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem
que receberá do Senhor alguma coisa.”338 O que Deus nos tem dado para dissipar toda dúvida? A
Palavra de Deus é o que dissipa toda dúvida, pois “a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de
Deus.”339 Porém, os ventos e a tormenta devem ser compreendidos também dentro de um marco
escatológico. Em Apocalipse 7:1 achamos uma descrição de quatro anjos que estão retendo os
quatro ventos para que não soprem e destruam a Terra: “Depois disto vi quatro anjos em pé sobre
os quatro pontos da terra, que detinham os quatro ventos da terra, para que não soprasse vento
algum sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre arvore alguma.”340 Quando estes ventos forem
soltos, haverá um cenário de tribulação que pena alguma pode descrever: “Os homens não
podem discernir os anjos que como sentinelas retêm os quatro ventos para que não soprem até
que estejam selados os servos de Deus; porém quando Deus ordene a Seus anjos que soltem os
ventos, haverá uma cena de contenda que pena alguma pode descrever.”341
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337 Efésios 4:14, 15.
338 São Tiago 1:6.
339 Romanos 10:17.
340 Apocalipse 7:1.

“Quando os anjos de Deus deixem de conter os ferozes ventos das paixões humanas, todos os
elementos de contenda se desencadearão. O mundo inteiro será envolto em uma ruina mais
terrível que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade.”342
Os rios
Apocalipse 12:15 descreve a perseguição do povo de Deus durante os 1.260 anos de supremacia
papal. Este periodo de acirrada perseguição é descrito simbolicamente como um dragão que
lançou água de sua boca como um dilúvio para afogar a mulher: “E a serpente arrojou de sua
boca, atrás da mulher, água como um rio para que fosse arrastada pelo rio”. No livro de Isaías a
invasão do rei Senaqueribe na terra de Judá se descreve sob o símbolo de um dilúvio devastador
que inundou até que a água chegou ao pescoço: “Eis aqui, portanto, que o Senhor faz subir sobre
eles águas de rios, impetuosas e muitas, isto é, o rei da Assíria com todo seu poder; o qual subirá
sobre todos seus rios, e passará sobre todos seus ribeiros; e passando até Judá, inundará e
passará adiante, e chegará até a garganta; e extendendo suas asas, encherá a largura de tua terra,
oh Emanuel.”343
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341 Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 66.
343 Isaías 8:7, 8.

A queda da casa
No livro de Apocalipse, Babilônia e apresentada como um sistema mundial que rechaça a
Palavra de Deus e em seu lugar coloca as tradições humanas e procura obrigar a todos a que
aceitem suas opiniões e tradições. O primeiro anjo de Apocalipse 14:6, 7 manda a todos os
habitantes da Terra temerem a Deus, a dar-lhE glória e adorá-lO por ser o Criador. Logo o
segundo anjo voa velozmente pelo céu anunciando com potente vóz que Babilônia caiu porque
tem dado a todas as nações o vinho do furor de sua fornicação. Se notará que Babilônia caiu por
dar as nações seu vinho fermentado. Na Biblia o vinho representa falsas doutrinas. A razão pela
qual Babilônia caiu é que recusou aceitar as Verdades que se revelam na mensagem do primeiro
anjo. Como vimos, esta mensagem de Apocalipse 14:8 que foi proclamada pela primeira vez em
1844 será proclamada de novo com maior intensidade e poder durante o Alto Clamor de
Apocalipse 18:1-5: “Depois disto vi outro anjo descer do céu com grande poder; e a terra foi
iluminada com sua glória. E clamou com voz potente, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e
foi feita morada de demônios e refúgio de todo espírito imundo, e abrigo de toda ave imunda e
aborrecível. Porque todas as nações têm bebido do vinho do furor de sua fornicação; e os reis da
terra têm fornicado com ela, e os mercadores da terra têm enriquecido da abundância de seus
deleites. E ouví outra voz do céu, que dizía: Saí dela, povo meu, para que não sejais partícipes de
seus pecados, nem recebais parte de suas pragas; porque seus pecados têm chegado ate o céu, e
Deus se lembrou de suas maldades”. O ponto chave aqui é que Babilônia está edificada sobre a
areia das tradições e opiniões humanas. Ela tem recusado aceitar as grandes Verdades que se
revelam nas três mensagens angélicas e no Lugar Santíssimo do Santuário celestial. Por isto
Babilônia cairá com grande estrondo e todo aquele que escolha permanecer dentro deste sistema
cairá com ele. O sistema inteiro de política, economia, religião, artes, ciências que se assenta na
sabedoria humana virá abaixo precipitadamente. Só aqueles que têm edificado seu caráter sobre
a rocha da Palavra de Deus permanecerão em pé: “Os que põem suas esperanças em si mesmos
estão edificando sobre a areia. Porém, ainda não é demasiado tarde para escapar da ruina
iminente. Fujamos em busca do fundamento seguro antes que se desate a tempestade.”344

Termino este livro trazendo uma citação onde Ellen White nos insta a fortalecer nossas mentes
com as Verdades da Biblia para assim poder manter-nos em pé na tormenta cataclísmica do
Tempo do Fim: “Só os que têm fortalecido suas mentes com as Verdades da Biblia poderão
resistir no último grande conflito. Toda alma terá de passar pela prova decisiva: Obedecer a Deus
ou aos homens? A hora crítica se aproxima. Temos assentado nossos pés na rocha da imutável
Palavra de Deus? Estamos preparados para defender firmemente os Mandamentos de Deus e a fé
de Jesus?”345
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344 Ellen G. White, El discurso maestro de Jesucristo, p. 127.

Foi o filósofo Santayana quem disse uma vez que os que não aprendem dos erros da História
estão condenados a repetí-los. Quero concluir este livro com uma passagem de Ellen White onde
ilustra, com absoluta clareza, a verdade desta declaração. Na citação que segue, a irmã White
compara as mensagens de João, Cristo e Pedro com eventos que ocorreram por volta do ano
1844. Em primeiro lugar a irmã White escreve sobre o ministério de João Batista, enviado por
Deus para preparar o caminho para que os judeus aceitassem Jesus: “Me recordou a proclamação
do primeiro advento de Cristo. João foi enviado no espírito e poder de Elias afim de que
preparasse o caminho para Jesus”. Ao recusarem a mensagem de João Batista os judeus se
colocaram em uma situação tal, que não estavam dispostos a receber a mensagem de Jesus.
“Aqueles que recusaram o testemunho de João não foram beneficiados pelos ensinos de Jesus.
Sua oposição a mensagem que havia predito a vinda de Jesus os colocou onde não lhes era fácil
receber as evidências mais categóricas de que era o Messias. Satanás induziu aqueles que haviam
rechaçado a mensagem de João a que fossem ainda mais longe, a saber, que rechacassem e
crucificassem a Cristo”. Porém, o povo judeu deu um terceiro passo. Havendo rechaçado a
mensagem de João e a de Jesus, as denominações apóstatas do judaísmo rechaçaram também a
mensagem de Pedro no Dia de Pentecostes que anunciava que Jesus havia entrado no Lugar
Santo do Santuário celestial para derramar sobre Seus discípulos os benefícios de Sua obra
expiatória. Imediatamente depois de descrever o derramamento do Espírito Santo, Atos 3-5
descreve a oposição de parte do Sinédrio. Concernente a este terceiro passo diz Ellen White: “Ao
agirem assim, se situaram onde não puderam receber a benção do Pentecostes, que lhes havería
ensinado o caminho ao Santuário celestial. O rasgamento do véu no templo demostrou que os
sacrificios e os ritos judaicos não seríam mais aceitos. O grande sacrificio havia sido oferecido e
aceito, e o Espírito Santo que desceu no Dia de Pentecostes dirigiu a atenção dos discípulos do
Santuário terrestre ao celestial, onde Jesus havia entrado com Seu próprio sangue, para derramar
sobre Seus discípulos os beneficios de sua expiação”. O desprezo a estas três mensagens
finalmente deixou os judeus em trevas totais: “Contudo, os judeus foram deixados em trevas
totais. Perderam toda luz que puderam haver tido acerca do plano da salvação, e seguiram
confiando em seus sacrificios e ofertas inúteis. O Santuário celestial havia ocupado o lugar do
terrestre, porém eles não tinham noção da mudança. Portanto não podiam receber os benefícios
da mediação de Cristo no Lugar Santo”.

— Epílogo —
A
inda quando a igreja judaica apóstata da época recusou entrar com Cristo no Lugar
Santo do Santuário celestial houve um pequeno remanescente fiel que estudou as
profecias do Antigo Testamento e seguiu Cristo ao Lugar Santo se beneficiando com a
obra que Ele desempenhava ali. Estes receberam o poder do Espírito Santo no Dia de
Pentecostes e proclamaram poderosamente a judeus e gentios a obra que havia feito e estava
fazendo Cristo no Lugar Santo do Santuário celestial. Depois de traçar os três passos que
levaram os judeus a apostasia nos dias de Jesus, Ellen White faz um paralelo com o que ocorreu
com o mundo cristão em 1844. Concernente a recusa da mensagem do primeiro anjo por parte do
mundo cristão, diz a serva do Senhor: “Muitos olham com horror a conduta seguida pelos judeus
ao recuzarem a Cristo e crucificá-lO; e quando leem a história do trato vergonhoso que recebeu,
pensam que O amam, e que não lhE haveriam negado como o negou Pedro, nem lhE haveriam
crucificado como o fizeram os judeus. Porém, Deus, que lê o coração de todos, provou aquele
amor para com Jesus que eles [os que se opuseram a mensagem dos Mileritas] professavam ter.
Todo o Céu observou com o mais profundo interesse a recepção a mensagem do primeiro anjo.
Entretanto, muitos que professavam amar Jesus, e que derramavam lágrimas ao ler a história da
cruz, se burlaram das boas novas de Sua vinda. Em vez de receber a mensagem com alegria,
declararam que era um engano. Aborreceram aqueles que amavam sua aparição e os expulsaram
das igrejas”. Havendo desprezado a mensagem do primeiro anjo, as igrejas apóstatas de 1844 se
colocaram onde não podíam beneficiarem-se com as mensagens do segundo e terceiro anjos: “Os
que recusaram a mensagem do primeiro anjo não puderam receber os beneficios do segundo; tão
pouco puderam beneficiá-los o Clamor da Meia Noite, que havia de prepará-los para entrarem
com Jesus pela fé no Lugar Santíssimo do Santuário celestial. E por haverem rechaçado as duas
mensagens anteriores, entenebreceram de tal maneira seu entendimento que não podíam ver luz
alguma na mensagem do terceiro anjo, que mostra o caminho que leva ao Lugar Santíssimo”.
Logo Ellen White conclui o paralelo: “Vi que assim como os judeus crucificaram a Jesus, as
igrejas nominais têm crucificado estas mensagens e portanto não têm conhecimento do caminho
que leva ao Santíssimo, nem podem ser beneficiadas pela intercessão que Jesus realiza ali.

Como os judeus, que ofereceram seus sacrificios inúteis, dirigem elas suas orações inúteis ao
compartimento que Jesus abandonou;346 e Satanás, a quem agrada o engano, assume um caráter
religioso e atrai para sí a atenção destes cristãos professos,347 obrando com seu poder, seus sinais
e prodigios mentirosos, para sujeitá-los em seu laço.348 A alguns os engana de uma maneira; e a
outros, de outra. Tem diferentes seduções preparadas para afetar diferentes mentalidades. Alguns
consideram com horror um engano, enquanto recebem outro com facilidade. Satanás seduz
alguns com o espiritismo. Também vem como anjo de luz e difunde sua influência sobre a Terra
por meio de falsas reformas. As Igrejas se alegram, e consideram que Deus está obrando em seu
favor de uma maneira maravilhosa, quando se trata dos efeitos de outro espírito. A excitação
passará e deixará o mundo e a igreja em pior condição que antes.”349 Quando Jesus entrou no
Lugar Santíssimo em 1844 somente um pequeno remanescente O seguiu. O mundo cristão caiu e
permaneceu em perfeitas trevas por haver recusado a Verdade Presente.
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346 Na visao do trono, estes foram os que permaneceram adorando diante do trono que estava no
Lugar Santo.
347 Recordamos que na visao do trono, Satanás tomou o lugar que Jesus havia deixado vago.
348 Este e o mesmo que fez Satanás na visao do trono.
349 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 259-261

Epílogo
As igrejas protestantes continuaram ensinando que os mortos não estão mortos, que a Lei foi
cravada na cruz, que a obra de Cristo terminou na cruz e que mandamento do Sábado foi
mudado para o domingo. Por isto Deus instruiu o remanescente que saisse e pregasse a Verdade
Presente. Tem aceitado alguma destas igrejas protestantes as mensagens dos três anjos e a
Verdade quanto ao Santuário? Não. Continuamente têm recusado a Verdade Presente e se têm
endurecido cada vez mais contra ela. Com cada recusa da Verdade Presente as igrejas se
endurecem mais até que finalmente cairão no que Ellen White chama “temerária incredulidade”.
A luz da Verdade Presente tem aberto os olhos, contudo tem sido recusada tantas vezes que a luz
se converteu em perfeitas trevas (Mateus 6:22, 23). Apocalipse 18 descreve qual será o resultado
final da sistemática recusa da Verdade Presente. Estas igrejas se encherão de demônios e se
converterão em Babilônia e a Sinagoga de Satanás no sentido mais amplo da palavra. E os
ministros serão os principais culpados desta deplorável condição. Esta deplorável condição das
igrejas que recusaram a mensagem de 1844 se descreve em Apocalipse 18:2: “E clamou com voz
potente, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios e abrigo de
todo espírito imundo, e refúgio de toda ave imunda e aborrecível”. Ellen White amplia o
significado destes versículos: “Estes versículos assinalam um tempo no porvir quando o anúncio
da queda de Babilônia, tal qual foi feito pelo segundo anjo de Apocalipse 14:8, se repetirá com a
menção adicional das corrupções que têm estado introduzindo-se nas diversas organizações
religiosas que constituem Babilônia, desde que esta mensagem foi proclamada pela primeira
vez, durante o verão de 1844.

Se descreve aqui a terrivel condição em que se encontra o mundo religioso. Cada vez que as
pessoas não aceitem a Verdade, haverá maiores trevas em suas mentes e mais dureza em seus
corações, até que se afundem em temerária incredulidade. Em seu desafio as admoestações de
Deus, seguirão pisando um dos preceitos do Decálogo até que sejam induzidos a perseguirem aos
que o consideram sagrado. Se deprecia a Cristo quando se manifiesta desdém para com Sua
Palavra e para com Seu povo. Conforme vão sendo aceitos os ensinos do espiritismo nas igrejas,
irão desaparecendo as barreiras impostas ao coração carnal, e a religião se converterá em um
manto para cobrir as mais baixas iniquidades. A crença nas manifestações espiritas abre campo
aos espíritos enganadores e as doutrinas de demônios, e deste modo se farão sentir nas igrejas as
influências dos anjos mau.”350 Pergunto com toda seriedade: Soa isto como um lugar onde
devemos adquirir nossa música, nossos métodos de adoração e nossos métodos evangelisticos?
Creio que a resposta e obvia! Temos nestas igrejas almas sinceras que amam a Jesus. Antes que
Deus castigue Babilônia ou a Sinagoga de Satanás por sua iniquidade e necessário chamar esta
gente a sair dela. Por isto e que no versículo 4 Deus faz um chamado final: Sai dela, povo meu,
para que não sejais participantes de seus pecados, nem recebais parte de suas pragas”. Para esta
obra Deus chamou ao remanescente. Aceitaremos a encomenda do Senhor? Em uma de nossas
revistas juvenis apareceu um artígo que explicava os motivos pelos quais nossos jovens estão
abandonando a igreja. Esta é minha resposta aos argumentos dos autores do artigo. Meus
queridos amigos: Faz um tempo apareceu em uma de nossas publicacoes eclesiaticas um artigo
titulado “Não é a mensagem”. A tese central do artigo é que a igreja é culpada pela saida dos
jovens dela. Neste comunicado gostaria de responder, com amor cristão, as premissas básicas
que oferecem os dois autores do artigo. Os autores expõem várias razões pelas quais creem que
nossos jovens estão saindo da igreja e lamentavelmente lançam a maior parte da culpa sobre a
igreja. Me entristece ver como os autores imputam a igreja a culpa pelo êxodo de nossos jovens.
Ainda que seja certo que a igreja tenha parte da culpa é igualmente certo que há outros fatores
involvidos. Lamentavelmente os autores do artigo estão influenciados por uma série de mitos
quanto as razões da apostasia de nossos jovens.
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350 Ellen G. White, Conflito dos Séculos, p. 661, 662

Apêndice
Apêndice 1: “Não é a mensagem”
Mito 1. Dizem os autores: “A igreja tem a culpa do êxodo de nossos jovens”

Creio que o êxodo de nossos jovens das filas da igreja é algo muito mais complexo que o que
indicam os autores do artigo. Os autores sugerem que a igreja devería assumir a culpa por não
reter os jovens em seu meio. Porém, é justa esta afirmação? A jovens vão a igreja numa media de
cinco a oito horas na semana enquanto que a escola, os pais e os meios de comunicação os têm
por mais de cem horas (não incluindo 8 horas de repouso por dia). Não devemos também por a
culpa nos pais, nos professores e nos meios de comunicação? Por que não lançar a culpa na
cultura mundana de nossos tempos que faz que seja tão difícil a igreja competir? Além do mais,
não têm os mesmos jovens parte da culpa? Afinal de contas, Deus lhes tem dado livre arbítrio. Se
os jovens usam mal este dom, não é culpa deles mesmos? Poderão eles dizerem a Jesus no Dia
do Juízo: “Senhor, a igreja não supriu minhas necessidades e por isto sai dela”? Mito 2. Dizem
os autores: “Nossos jovens conhecem nossa mensagem e estão cansados de ouví-la”.
Este mito está muito longe de ser realidade. Os autores assumem que nossos jovens de 17 e 18
anos conhecem nossa mensagem integralmente. Com todo respeito que merecem os autores,
pergunto: Em que planeta vivem? Eu tenho sido pastor da Igreja Central de Fresno, Califórnia
por cerca de 16 anos e sei por experiência própria que a teoría dos autores não encaixa com a
realidade. Apenas peça a um de nossos jovens que dê um só versículo da Biblia sobre alguma
doutrina e verá o que acontece. Obviamente há exceções a regra, porém as exceções o que fazem
é confirmar a regra. A triste realidade é que nossos jovens não estão escutando nossa mensagem
distintiva no culto familiar, nem nas classes biblicas em nossas escolas nem nos púlpitos de
nossas igrejas. Há fome entre nossos jovens pela Palavra de Deus!
Mito 3. Os autores dizem: “Nossa mensagem não transforma as pessoas; o Espírito Santo é
quem as transforma”.
Este eslogam tem um timbre um tanto atrativo porém apenas se trata de uma verdade parcial. A
Biblia deixa muito claro que o Espírito Santo transforma as pessoas por meio das mensagens
biblicas. Isto é, o Espírito Santo e a mensagem biblica são inseparáveis. O Espírito Santo não

obra independentemente da Palavra, antes faz uso dela, para transformar os corações e as vidas
das pessoas (ver Romanos 10:17; Efésios 5:26; Salmos 119:9-11; Efésios 6:17). A missão única
da Igreja Adventista do Sétimo Dia é levar a mensagem dos três anjos ao mundo por meio do
poder do Espírito Santo.
Mito 4. Os autores dizem: “Se fôssemos verdadeiramente cristãos não diriamos as pessoas
que mudem sua conduta antes que possam chegar a ser membros de nossa igreja”.
Esta afirmação ignora por completo o conselho claro do Espírito de Profecia. Note o que diz a
serva do Senhor em Testimonies for the Church, vol. 5, p. 172: “O acesso de membros cujos
corações não têm sido renovados e cujas vidas não têm sido reformadas é uma fonte de
debilidade para a igreja. Frequentemente se ignora este fato. Alguns ministros e Igrejas estão tão
desejosos de assegurar um aumento dos números que não apresentam um testemunho fiel contra
hábitos e práticas que não são crists. Não é ensinado aos que aceitam a Verdade que não podem
com segurança ser cristãos no nome enquanto são mundanos em sua conduta. Até aqui têm sido
súditos de Satanás e desde agora devem estar sujeitos a Cristo. A vida deve dar testemunho da
mudança de líderes. A opinião pública favorece uma profissão de cristianismo. Se requer pouca
abnegação e sacrificio afim de dar uma aparência de piedade e ter o nome anotado nos livros da
igreja. Assim, é que muitos se unem a igreja sem primeiro unirem-se a Cristo. Nisto Satanás
triunfa. Tais conversos são seus agentes mais eficazes. Servem de tropeço para outras almas. São
luzes falsas que arrastam os desprevenidos a perdição”. Na igreja em que sou pastor tratamos as
visitas com amor e respeito e os aceitamos como são. Fazemos o possivel (apesar de nossas
debilidades humanas) para fazê-las sentirem-se confortáveis em nosso meio. Porém, significa
isto que devemos batizá-las e recebê-las como membros da igreja enquanto ainda conservam
seus hábitos e práticas pecaminosas? De maneira alguma. Deus recebe as pessoas tal como são
contudo nunca as deixa como são; sempre as conduz a uma norma mais elevada. Devemos amar
e receber fraternalmente as visitas, porém isto não significa que devemos batizá-las e uní-las a
igreja enquanto ainda têm uma conduta que viola os claros principios da Biblia.
Mito 5. Os autores dizem: “A comunidade não deve identificar os Adventistas do Sétimo
Dia como aqueles que não fumam, nem bebem, nem dançam e são vegetarianos. Ao
contrário a comunidade deve identificarnos como as pessoas mais amáveis da cidade”.

Apêndice
Acaso não sería melhor que nos identificassem como os não fumantes, não beberrões, não
boêmios e vegetarianos mais amáveis da cidade? Não se trata de ser uma coisa ou outra, mas de
ser ambas.
Mito 6. Os autores dizem: “Nosso maior problema é que cremos que a mensagem da igreja
(ou o conhecimento da igreja), que por certo é verdadeiro e fidedigno, é o que transforma”.
Os autores criam um problema imaginário que não existe. Eu nunca acreditei o que os autores
afirmam. Ainda que seja certo que a informação religiosa por si só não transforma, ela tem
poder transformador quando esta vinculada com a obra do Espírito Santo. Se você não crê que a
informação tem poder para mudar a conduta de nossos jovens, considere a influência que exerce
sobre eles a música mundana, os jogos de video, a televisão e os filmes que veem.
Mito 7. Os autores dizem: “O mandamento mais importante é amar a Deus e a nossos
semelhantes”.
Não há duvidas que esta declaração é correta, sempre e quando definamos o amor como o faz o
apóstolo Paulo em Romanos 13:10, “o amor é o cumprimento da lei”, ou como o define Jesus:
“Se me amais guardareis meus mandamentos”. Tristemente nossos autores parecem criar uma
dicotomía entre o amor e os Mandamentos. Quando dizem que a Verdade é ineficaz sem amor,
devem equilibrar a declaração dizendo que o amor sem a Verdade é mero sentimentalismo. O
apóstolo Paulo proveu o equilibrio perfeito entre a Verdade e o amor quando declarou que
devemos “falar a verdade com amor”. Se seguimos os conselhos dos dois autores do artigo, a
igreja está em problemas. Nos mais de 150 anos de sua história, a Igreja Adventista tem se
mantido unida graças a obra do Espírito Santo, que tem preservado a integridade de nossa
mensagem, nossa missão e nosso estilo de vida. Não houvesse sido por isto, a igreja haveria se
desbaratado há muito tempo. Creio que a razão pela qual há tantas divisões e perplexidades na
igreja da América do Norte é porque nos temos esquecido da “fé que uma vez foi dada aos
santos”.

Apêndice 2
O testemunho de Ellen G. White quanto a campal da Associação de Indiana no ano 1900.
(Testemunhos Seletos, vol 2, p. 35-45.) Se repetirão as primeiras manifestações de
fanatismo
Tenho recibido instruções concernentes as últimas experiências dos irmãos de Indiana e os
ensinamentos que eles têm dado as igrejas. O inimigo tem estado obrando através destas práticas
e ensinos para desencaminhar as almas. É errôneo o ensinamento referente ao que se chama
“carne santificada”. Todos podem obter agora corações santificados, porém é incorreto pretender
que nesta vida se pode ter carne santificada. O apóstolo Paulo declara: “Eu sei que em mim, isto
é, em minha carne, não habita bem algum” (Romanos 7: 18). Aos que têm se esforçado tanto por
alcançar pela fé a assim chamada carne santificada, quero dizer: Não podeis obtê-la. Nenhum de
vós possui carne santificada. Nenhum ser humano na Terra tem carne santificada. É uma
impossibilidade. Se os que falam com tanta facilidade acerca da perfeição na carne, pudessem
ver as coisas em sua verdadeira luz, rechaçaríam horrorizados suas ideas presunçosas. Ao expor
a falsidade de suas suposições concernentes a carne santificada, o Senhor procura impedir que os
homens e as mulheres atribuam a Suas palavras significados que conduzem a contaminação do
corpo, alma e espírito. Permita-se que esta doutrina avance um pouco mais, e levará a pretensão
de que seus defensores não podem pecar posto que têm carne santificada, todos seus atos são
santos. Que porta se abriría deste modo a tentação! As Escrituras nos ensinam que devemos
procurar santificar para Deus o corpo, a alma e o espírito. Neste desafio devemos trabalhar
conjuntamente com Deus. É possivel fazer muito para restaurar a imagen moral de Deus no
homem, e para melhorar as capacidades físicas, mentais e morais. Podem realizar-se mudanças
notáveis no organismo físico obedecendo as Leis de Deus e não introduzindo no corpo nada que
o contamine. E se é certo que não podemos reclamar a perfeição da carne, podemos ter a
perfeição cristã da alma. Mediante o sacrificio que foi feito por nós, os pecados podem ser
perfeitamente perdoados. Não dependemos do que o homem pode fazer, mas do que Deus pode
fazer pelo homem mediante Cristo. Quando nos entregamos enteiramente a Deus, e cremos
plenamente, o sangue de Cristo nos limpa de todo pecado. A consciência pode ser liberta da
condenação. Mediante a fé em Seu sangue, todos podem encontrar a perfeição em Cristo Jesus.
Graças a Deus porque não estamos tratando com impossibilidades. Podemos pedir a santificação.
Podemos disfrutar do favor de Deus. Não devemos inquietar-nos pelo que Cristo e o Pai pensam

Apêndice
sobre nós, mas sim o que Deus pensa de Cristo, nosso Substituto. Somos aceitos no Amado.
Deus mostra a pessoa arrependida e crente, que Cristo aceita a entrega da alma para moldá-la
segundo Sua própria semelhança. Em Sua vida terrena, Cristo podia haver realizado revelações
que eclipsariam e relegariam ao esquecimento todos os descobrimentos humanos. Podia haver
aberto uma porta atrás da outra para as coisas misteriosas, e seu resultado haveria sido muitas
revelações das realidades eternas. Podia haver pronunciado palavras que fossem como chaves
para revelar mistérios que haveríam cativado as mentes de gerações até o fim do tempo.
Contudo, Cristo não abriu as numerosas portas diante das quais a curiosidade humana tem estado
clamando para obter entrada. Não extende diante dos homens um banquete que sería prejudicial
para seus interesses mais elevados. Veio para plantar para o homem, não a árvore do
conhecimento, mas a árvore da Vida....Tem me sido encomendado que diga as pessoas de
Indiana que advogam por doutrinas extranhas, que estão colocando um molde equivocado na
preciosa e importante obra de Deus. Mantende-vos dentro dos limites da Biblia. Tomai as lições
de Cristo e repeti-as uma vez atrás da outra. Recordai que “a sabedoría que vem do alto é
primeiramente pura, depois pacífica, amável, benigna, cheia de misericórdia e de bons frutos,
sem incertezas nem hipocrisía. E o fruto da justiça se semeia em paz para aqueles que fazem a
paz” (São Tiago 3: 17, 18). Quando os seres humanos recebam a carne santificada, não
permanecerão na Terra, mas serão levados para o Céu. Conquanto seja certo que o pecado é
perdoado nesta vida, seus resultados não são agora suprimidos por completo. É por ocasião de
Sua vinda quando Cristo “transformará o corpo mortal, para ser semelhante ao corpo de Sua
glória” (Filipenses 3: 21)… Têm surgido movimentos fanáticos vez tras outra ao longo do
progresso de nossa obra, e quando me tem sido apresentado este assunto, tenho tido que dar uma
mensagem similar a que estou dando agora a meus irmãos de Indiana. O Senhor me tem indicado
que este movimento de Indiana é do mesmo caráter dos movimentos de anos passados. Em
vossas reuniões religiosas têm havido contorsionismos físicos similares aos que tenho
presenciado em movimentos semelhantes no passado. No período do desapontamento, depois do
cumprimento do tempo em 1844, surgiram diversas formas de fanatismo. Alguns sustentavam
que já havía ocorrido a ressurreição dos mortos. Fui enviada a dar uma especifica mensagem
aqueles que críam nisto, tal como a que estou dando agora a vós.

Declaravam eles que haviam sido tornado perfeitos e seu corpo, alma e espírito eram santos.
Realizavam demonstrações semelhantes as que fazei vós, e confundíam suas próprias mentes e as
mentes de outros com suas suposições maravilhosas Entretanto, essas pessoas eram nossos
irmãos amados, e anelavamos ajudá-los. Fui a suas reuniões. Havía muita excitação, com ruidos
e confusão. Não era possivel captar claramente o que estava ocorrendo. Alguns pareciam estar
em visão e caiam no chão. Outros saltavam, dançavam e gritavam. Declaravam que como tínham
a carne purificada, estavam prontos para a transladação. Repetíam isto vez tras outra. Dei meu
testemunho em nome do Senhor, e apresentei sua reprovação contra estas manifestações. Alguns
participantes destes movimentos tomaram consciência do que ocorría, e compreenderam seu
engano. Alguns havíam sido pessoas excelentes e honradas, porém, pensavam que a carne
santificada não podía pecar e assim havíam caído na armadilha de Satanás. Havíam ido tão longe
com suas ideias extremistas, que havíam se convertido em um escárnio para a preciosa causa de
Deus. Se arrependeram profundamente, e alguns deles chegaram a figurar mais tarde entre
nossos homens e mulheres mais dignos de confiança. Contudo, houve outros que dalí em diante
andaram em aflição. Não nos foi possivel fazer-lhes sentir que eram dignos de trabalhar para o
Mestre, cuja causa preciosa havíam desonrado tanto. Como resultado de tais movimentos
fanáticos como os que descrevi, pessoas que não tínham nenhuma responsabilidade neles, têm
perdido a razão em alguns casos. Não puderam harmonizar as cenas de excitação e tumulto com
sua preciosa experiência passada; foram pressionados desmedidamente para que aceitassem a
mensagem de erro; se lhes fizeram crer que a menos que o fizessem, se perderiam; e como
resultado de tudo isto, sua mente se desequilibrou, e alguns chegaram a ficar dementes. Estas
coisas lançam descredito sobre a causa da Verdade e estorvam a proclamação da mensagem final
de misericórdia para o mundo.
A gritaria não é evidência de santificação
A forma como se tem celebrado as reuniões em Indiana, com ruido e confusão, não as
recomendo as mentes conscientes e inteligentes. Estas demostrações não contém nada capaz de
convencer o mundo de que possuimos a Verdade. O ruido e as gritarias em sí mesmos não
constituem qualquer evidência em favor da santificação, ou da unção do Espírito Santo. Vossas
demostrações extravagantes criam unicamente desgosto nas mentes dos não crentes.

Apêndice
Quanto menos haja desta classe de demostrações, tanto melhor será para os participantes e para o
povo. O fanatismo, uma vez que começado e se tenha deixado sem controle, é tão difícil de
apagar como fogo em um edificio. Os que têm tido conduta extemista e têm sustentado este
fanatismo, haveriam feito muitíssimo melhor se se dedicassem a trabalhos seculares, porque
mediante sua conduta inconsequente estão desonrando ao Senhor e pondo em perigo a Seu povo.
Surgirão muitos movimentos semelhantes neste tempo quando a obra do Senhor deveria estar em
uma condição elevada e pura, e não adulterada com superstições e fábulas. Devemos estar em
guarda afim de manter uma estreita comunhão com Cristo e para não ser enganados pelas
artimanhas de Satanás. O Senhor quer que Seus serviços se caracterizem pela ordem e a
disciplina, e não pela excitação e a confusão. Nao estamos agora em condições de descrever com
exatidão as cenas que ocorrerão em nosso mundo no futuro, porém, sabemos que este é um
tempo quando devemos velar e orar, porque o grande Dia do Senhor está perto. Satanás está
reunindo suas forças. Necessitamos ser precavidos e permanecer sóbrios, e contemplar as
Verdades da Revelação. A excitação não favorece o crescimento na graça que conduz a
verdadeira pureza e santificação do espírito. Deus quer que nos relacionemos com a Verdade
Sagrada. Somente isto convencerá aos contradizentes. Temos que realizar um trabalho sereno e
sensato para convencer as almas da condição em que se encontram, para mostrar-lhes qual é a
formação de caráter que devem efetuar se querem erigir uma formosa estrutura para o Senhor. As
mentes que são despertadas para o conhecimento da Verdade devem ser instruidas com paciência
para que compreendam corretamente e apreciem devidamente as Verdades da Palabra. Deus
exorta Seu povo a que ande com sobriedade e com santa compatibilidade com Seus principios.
Deveriamos ter muito cuidado de não desfigurar nem desonrar as santas doutrinas da Verdade
mediante comportamentos extranhos, confusão e tumulto. Quando ocorrem estas manifestações,
os não crentes são levados a crer que os Adventistas do Sétimo Día não constituem um conjunto
de fanáticos. Assim, se cria uma situacao de prejuizo que impede que as almas recebam a
mensagem para este tempo. Quando os crentes proclamam a Verdade como está exemplificada
em Jesus, manifiestam uma calma santa e serena, e não uma tempestade de confusão (General
Conference Bulletin [Boletím da Associação Geral], abril 23 de 1901).

Culto com ruido desconcertante

É impossível estimar em demasia a obra que o Senhor quer levar a cabo mediante os que se
consideram vasos ou instrumentos Seus, para por em ação Seus pensamentos e propósitos. Essas
mesmas coisas que haveis explicado que ocorreram em Indiana, o Senhor tem me mostrado que
voltariam a ocorrer justamente antes do termino do Tempo de Graça. Se manifestará toda classe
de coisas extranhas. Haverá gritaria acompanhada de tambores, música e dança. O juizo de
alguns seres racionais ficará confundido de tal maneira que não poderão confiar nele para tomar
decisões corretas. E a isto consideram como a atuação do Espírito Santo. O Espírito Santo nunca
se manifiesta nesta forma, mediante este ruido desconcertante. Isto constitui um invento de
Satanás para ocultar seus ingenhosos métodos destinados a tornar ineficaz a pura, sincera,
elevadora, enobrecedora e santificadora Verdade para este tempo. É melhor não misturar nunca
o culto a Deus com música, que utilizar instrumentos musicais para realizar a obra que em
janeiro passado me foi mostrado que teria lugar em nossas reuniões de reavivamento. A
Verdade para este tempo não necessita nada disto para converter as almas. O ruido
desconcertante aturde os sentidos e desnaturaliza aquilo que, se se conduzisse na forma devida,
constituiría uma benção. O poder de agentes satânicos se entremescla com o estrépito e o ruido,
do qual resulta um carnaval, e a isto se denomina a obra do Espírito Santo. Quando termina a
série de reuniões de reavivamento, o bem que devería haver sido feito e que poderia haver sido
efetivo mediante a apresentação da Verdade Sagrada, não chega a ser verificado. Os que
participam no suposto reavivamento recebem impressões que os deixam a deriva. São incapazes
de dizer o que criam anteriormente concernente aos principios bíblicos. Não deveria estimular-
se esta classe de culto. Este é o mesmo gênero de influência advindo depois de cumprida a data
de 1844. Ocorreram as mesmas representações. Os homens se emocionaram e foram estimulados
por um poder que pensavam era o poder de Deus...
Se repetirá a história do passado
Não resumirei toda a história, porque é demasiado penosa. Porém em janeiro passado o Senhor
me mostrou que em nossas reuniões de reavivamento se introduziriam teorias e métodos
errôneos, e que se repetiria a história passada. Me sentí muito angustiada. Fui instruida para que

Apêndice
dissesse que nessas demostrações estavam presentes demônios em forma humana que
trabalhavam com todo o engenho que Satanás pode empregar para fazer que a Verdade se torne
odiosa para as pessoas sensíveis; deveria dizer, também, que o inimigo estava tratando de dispor
as coisas de tal modo que as reuniões de reavivamento, que têm sido o meio de apresentar a
Verdade do terceiro anjo diante das multidões, chegue a perder sua força e sua influência. A
mensagem do terceiro anjo deve ser dada de forma direta. Deve manter-se livre até da mais
mínima parte das invenções vulgares e miseráveis representadas pelas teorias dos homens,
preparadas pelo pai de toda mentira, e disfarçadas como estava a serpente de brilhantes cores
utilizada por Satanás como meio de enganar nossos primeiros pais. Assim é como Satanás
procura colocar sua impressão sobre a obra que Deus deseja que permaneça com toda pureza. O
Espírito Santo não tem nada a ver com esta desordem perturbadora e esta baubúrdia que me
foram mostradas em janeiro passado. Satanás trabalha em meio do estrondo e da confusão
produzida por esta classe de música, a qual, se fosse dirigida devidamente, serviría para louvar e
glorificar a Deus. O diabo faz que tenha o mesmo efeito que a mordida peçonhenta da serpente.
As coisas que têm ocorrido no passado também acontecerão no futuro. Satanás converterá a
música em uma armadilha devido a forma como é dirigida. Deus exorta Seu povo, que tem a luz
da Palavra e dos Testemunhos, a que leia e considere, e logo obedeça. Têm sido dadas instruções
claras e definidas afim de que todos compreendam. Contudo a inquietação que experimentam
certas pessoas para gerar alguma coisa nova, determina o surgimento de doutrinas extranhas, e
destroi em grande medida a influência daqueles que poderiam ser um poder para realizar o bem,
se mantivessem firme sua confiança na Verdade que o Senhor nos tem dado. “Portanto, é
necessário que com mais diligência atendamos as coisas que temos ouvído, não seja que nos
deslizemos. Porque se a palavra dita por meio dos anjos foi firme, e toda transgressão e
desobediencia recebeu justa retribuição, como escaparemos nós, se descuidarmos de uma tão
grande salvação? A qual, havendo sido anunciada primeramente pelo Senhor, nos foi confirmada
pelos que ouviram” (Hebreus 2: 1-3). 44 “Atentai, irmãos, que não haja em nenhum de vós um
coração mau de incredulidade para apartarem-se do Deus vivo; antes exortai-vos uns aos aos
outros cada dia, durante o tempo que se chama: Hoje; para que nenhum de vós se endureça pelo

engano do pecado. Porque somos feitos participantes de Cristo, conquanto retenhamos firme até
o fim nossa confiança” (Hebreus 3: 12-14). Irmão. Haskell, devemos colocar todas as peças da
armadura, e depois de haver feito nossa parte, devemos permanecer firmes. Fomos designados
como defensores do Evangelho, e devemos formar parte do grande exército que Deus tem
formado para a luta. Os fiéis embaixadores do Senhor devem apresentar a Verdade em uma
forma bem definida. Grande parte do que hoje é chamado Verdades probatórias constituem nada
mais que disparates que produzem resistência ao Espírito Santo...
Uma apresentação defeituosa do Espírito Santo
Se está falando muito acerca do derramamento do Espírito Santo, e algumas pessoas têm
interpretado isto em uma forma tal que tem resultado perjudicial para a igreja. A Vida Eterna
consiste em receber os vivos principios das Sagradas Escrituras e em fazer a vontade de Deus.
Isto é, comer a carne e beber o sangue do Filho de Deus. Aos que fazem isto são-lhes reveladas a
vida e a imortalidade mediante o Evangelho, porque a Palavra é Verdade, Espírito e Vida. Todos
os que creem em Jesus Cristo como seu Salvador pessoal têm o privilegio de alimentar-se da
Palavra de Deus. A influência do Espírito Santo converte esta Palavra, a Biblia, em uma Verdade
imortal, que proporciona fibra e músculo espirituais a quem investiga com espírito de oração.
Cristo declarou: “Estudais as Escrituras; porque vós julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que
dão testemunho de mim” (Joao 5: 39). Os que cavam debaixo da superficie encontram as gemas
da Verdade que estão ocultas. O Espírito Santo acompanha o investigador fervoroso. Sua
inspiração fulgura sobre a Palavra, estampa a Verdade sobre a mente e lhe dá uma importância
renovada e atual. O investigador se sente invadido por uma sensação de paz e de gozo que nunca
havía experimentado. Compreende como nunca antes o imenso valor da Verdade. Uma nova luz
celestial brilha sobre a Palavra, e a ilumina como se cada letra estevesse laminada com ouro.
Deus mesmo tem falado a mente e ao coração, e tem feito com que a Palavra seja Espírito e
Vida. Cada verdadeiro investigador da Palavra eleva a Deus seu coração e implora a ajuda do
Espírito. E rapidamente descobre aquilo que o põe acima de todas as declarações ficticias de
quem se considera mestre, cujas teorías débeis e vacilantes não estão respaldadas pela Palavra do
Deus vivo. Estas teorías foram inventadas por homens que não haviam aprendido a grande licão:
que o Espírito de Deus e a Vida estão em Sua Palavra.

Apêndice 3:
“Visões subsequentes (Primeiros Escritos, p. 32-35)
Se houvessem recebido de coração os principios eternos contidos na Palavra de Deus, veriam

quão insustentáveis e inexpressivos são todos os esforços realizados para obter algo novo afim
de criar sensações. Necessitam aprender os primeiros rudimentos da Palavra de Deus; depois
disto poderão transmitir a Palavra de Vida para o povo, que prontamente distinguirá a palha do
trigo, porque assim o prometeu Jesus a Seus discípulos” (Carta 132, 1900). O Senhor me deu em
1847 a visão que segue, enquanto os irmãos estavam reunidos num sábado, em Topsham, Maine.
Sentimos um extraordinário espírito de oração, e enquanto oravamos o Espírito Santo desceu
sobre nós. Estávamos muito felizes. Rapidamente perdí o contato com as coisas terrenas e fiquei
tomada em visão da glória de Deus. Vi um anjo que com velozmente voava para mim. Me levou
rapidamente da Terra a Santa Cidade, onde vi um templo no qual entrei. Antes de chegar ao
primeiro véu, passei por uma porta. O véu estava levantado, e entrei no Lugar Santo, onde vi o
Altar de Incenso, o Candelabro com as sete lâmpadas e a mesa com os Pães da Preposição.
Depois de contemplar a glória do Lugar Santo, Jesus levantou o segundo véu e passei ao Lugar
Santíssimo. No Santíssimo vi uma Arca, cuja cobertura e lados estavam recobertos de ouro
puríssimo. Em cada extremo da Arca havia um formoso querubím com as asas extendidas sobre
a Arca. Seus rostos estavam de frente um para o outro, porém olhavam para baixo. Entre os dois
anjos havia um Incensário de ouro, e sobre a Arca, onde estavam os anjos, uma glória
extremamente esplendorosa que se assemelhava a glória do trono de Deus. Junto a Arca estava
parado Jesus, e quando as orações dos santos chegavam a Ele, queimava o incenso do Incensário,
e Jesus oferecia a Seu Pai aquelas orações com o fumo do incenso. Dentro da Arca estava o vaso
de ouro com a maná, a vara de Aarão que floresceu e as Tábuas de pedra que estavam dobradas
como a capa de um livro. Jesus as abriu, e vi nelas os Dez Mandamentos escritos pelo dedo de
Deus. Em uma Tábua havia quatro, na outra seis. Os quatro da primeira brilhavam mais que os
outros seis. Contudo o quarto, o mandamento do Sábado, brilhava mais que todos, porque o
Sábado foi posto aparte para que ser guardado em honra do santo nome de Deus. O santo Sábado
resplandecía, e estava rodeado de um brilho de glória. Vi que o mandamento do Sábado não foi
cravado na cruz, pois se fosse este o caso,também teriam sido os outros nove, e teríamos
liberdade para violar todos assim como o quarto.

Apêndice
Vi que por ser Deus imutável, não havia mudado o Dia de Descanso; porém o papa o havía
mudado do Sétimo para o primeiro dia da semana, pois iria mudar os tempos e a Lei. Também vi
que se Deus houvesse mudado o Dia de Repouso do Sétimo para o primeiro día, da mesma
forma haveria mudado o texto do mandamento do Sábado escrito nas Tábuas de pedra que estão
na Arca no Lugar Santíssimo do templo celestial, e diria assim: O primeiro dia é o Sábado do
Senhor teu Deus. Porém, vi que ainda estaria dizendo o mesmo de quando o dedo de Deus o
escreveu nas Tábuas de pedra, antes de entregá-las a Moisés no Sinaí: “Mas o sétimo día é o
sábado do Senhor teu Deus”. Vi que o santo Sábado é, e será, o muro de separação entre o
verdadeiro Israel de Deus e os incrédulos, e que será o assunto de grande importância que unirá
os corações dos queridos e esperançados santos de Deus. Vi que Deus tínha filhos que não
entendem nem guardam o Sábado. Não têm recusado a luz referente a ele. E ao começar o
Tempo de Angústia, fomos cheios do Espírito Santo, e saimos a proclamar mais plenamente o
Sábado. Isto enfureceu as outras igrejas e aos adventistas nominais, pois não podíam refutar a
Verdade sabática. Ao mesmo tempo todos os escolhidos de Deus compreenderam claramente que
possuiamos a Verdade e sairam [de Babilonia] e sofreram a perseguição conosco. Vi guerra,
fome, pestilência e grandíssima confusão na Terra. Os ímpios pensavam que nós éramos os
causadores dos castigos que caíam sobre eles, e se reuniram em conselho para extirpar-nos da
Terra, crendo que assim cesariam os males. No Tempo de Angústia, fujimos todos das cidades e
vilas porém os ímpios nos perseguiam e entravam violentamente nas casas dos santos; contudo,
ao levantarem a espada para nos matarem esta se quebrava e caia tão inútil como palha. Então
clamamos dia e noite por liberatação e o clamor chegou a Deus. Saiu o sol e a lua não se pôs.
Cessaram de fluir as correntes de águas. Apareceram negras e densas nuvens que se chocavam
umas com as outras. Porém havia um espaço de glória, da qual como estrondo de muitas águas,
vinha a voz de Deus que estremecía Céus e Terra. O firmamento se abria e fechava em profunda
comoção. As montanhas tremiam como canas agitadas pelo vento e lançavam rochas em
derredor. O mar fervia como uma caldeira e lançava pedras sobre a terra. Ao anunciar Deus o dia

e a hora da vinda de Jesus e ao entregar o pacto eterno a Seu povo, pronunciava uma frase e se
calava enquanto as palavras da frase repercutiam por toda a Terra. O Israel de Deus permanecia
com os olhos no alto escutando as palavras e a medida que saiam dos lábios de Jeová
retumbavam pela Terra como o fragor do trovão mais potente. O espectáculo era pavorosamente
solene, e ao terminar cada frase, os santos exclamavam: “Glória! Aleluia!” Seus rostos estavam
iluminados com a glória de Deus, e resplandeciam como o de Moisés quando desceu do Sinai.
Por causa desta glória, os ímpios não podiam olhar para eles. E quando a benção eterna foi pro-
nunciada sobre qaueles que haviam honrado a Deus santificando Seu Sábado, ressoou um
potente grito pela vitória alcançada sobre a besta e sua imagem. Então começou o jubileu,
durante o qual a Terra devia descansar. Vi o piedoso escravo levantar-se em triunfal vitória, e
desligar-se das cadeias que o atavam, enquanto seu maldoso senhor estava confuso sem saber o
que fazer; porque os ímpios não podiam compreender as palavras pronunciandas por Deus.
Repentinamente apareceu uma grande nuvem branca. Me pareceu muito mais bela que antes.
Nela estava sentado o Filho do homem. Ao princípio não distinguimos a Jesus na nuvem; porém,
ao aproximar-se mais da Terra, podiamos contemplar Sua belíssima pessoa. Esta nuvem era o
sinal do Filho do homem. A vóz do Filho de Deus despertou os santos que dormiam e surgiram
revestidos de gloriosa imortalidade. Os santos vivos foram transformados num instante e
arrebatados com aqueles num carro de nuvens. Este resplandecia muitissimo enquanto seguia
para as alturas. O carro tinha asas em ambos lados, e embaixo, rodas. Quando o carro ascendia,
as rodas exclamavam. “Santo!” e as asas, ao baterem, gritavam: “Santo!” e a comitiva de santos
anjos que rodeava a nuvem exclamava: “Santo, Santo, Santo, Senhor Deus Todo Poderoso!” E os
santos na nuvem cantavam: “Glória! Aleluia!” O carro subiu a Santa Cidade. Jesus abriu as
portas da Cidade de Ouro e nos conduziu para dentro. Ali nos deu boas vindas pois haviamos
guardado “Os Mandamentos de Deus” e tinhamos direito “a Árvore da Vida”.

Apêndice 4: “A porta aberta e porta fechada”
(Primeiros Escritos, p. 42-45)
No Sábado 24 de março de 1849 tivemos com os irmãos de Topsham, Maine, uma reunião muito
afável e interessante. O Espírito Santo foi derramado sobre nós e fui arrebatada em Espírito a
Cidade de Deus. Logo se me mostrou que os Mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus
acerca da porta fechada não podem separar-se, e que o tempo em que os Mandamentos de Deus
havíam de resplandecer em toda sua importância é quando o povo de Deus havía de ser provado
acerca da verdade do Sábado era quando se abrisse a porta no Lugar Santíssimo do Santuário
celestial, onde está a Arca que contém os Dez Mandamentos. Esta porta não se abriu até que
terminou a mediação de Jesus no Lugar Santo do Santuário em 1844. Então Jesus Se levantou,
fechou a porta do Lugar Santo, abriu a que dá para o Santíssimo e passou para dentro do segundo
véu, onde está agora lado da Arca e onde chega a fé de Israel. Vi que Jesus havía fechado a
porta do Lugar Santo, e ninguém podia abrí-la; e que havía aberto a porta que dá acesso ao
Lugar Santíssimo, e ninguém pode fechá-la. (Apocalipse 3: 7, 8) 1; e que desde que Jesus abriu a
porta que dá para o Lugar Santíssimo, que contém a Arca, os Mandamentos têm estado brilhando
para os filhos de Deus, e estes são provados acerca da questão do Sábado. Vi que a prova atual
acerca do Sábado não podía ser produzida antes que terminasse a mediação de Cristo no Lugar
Santo e Ele houvesse passado para o interior do segundo véu. Portanto, os cristãos que durmiram
antes que se abrisse a porta de acesso ao Santíssimo quando terminou o Clamor da Meia Noite,
no sétimo mês, em 1844, sem haver guardado o verdadeiro dia de repouso, descansam agora na
esperança; porque não tiveram a luz nem a prova acerca do Sábado que temos agora desde que a
porta se abriu. Vi que Satanás estava tentando a alguns dos filhos de Deus neste ponto. Devido a
que tantos bons cristãos durmiram nos triunfos da fé sem haver guardado o verdadeiro dia de
repouso, duvidavam de que este fosse uma prova para nós agora. Os inimigos da Verdade
Presente têm estado tratando de abrir a porta do Lugar Santo, que Jesus fechou, e de fechar a
porta do Lugar Santíssimo, que Ele abriu em 1844, onde está a Arca que contém as duas tábuas
de pedra nas quais foram escritos pelo dedo de Jeová os Dez Mandamentos. Neste tempo de
selamento Satanás está valendo-se de todo artificio para desviar da Verdade Presente o
pensamento do povo de Deus e para fazê-lo vacilar. Vi uma coberta que Deus extendia sobre Seu
povo para protegê-lo no tempo de angústia e toda alma que se houvesse decidido pela Verdade e

Apêndice
fosse de coração puro havía de ser protegida pela coberta do Todo Poderoso. Satanás sabia isto e
obrava com grande poder para manter vacilantes e confusos acerca da Verdade a tantos quantos
fosse possivel. Vi que os golpes misteriosos em Nova York e outros lugares provinham do poder
satânico, e que tais coisas se tornariam cada vez mais comuns e se revestiriam de un manto
religioso, com o fim de induzir os enganados a sentirem-se seguros, e para desviar, se fosse
posivel, a atenção do povo de Deus delas e fazê-lo duvidar dos ensinos e do poder do Espírito
Santo. Vi que Satanás obrava de toda maneira mediante seus agentes. Atuava por intermedio de
ministros que haviam rechaçado a Verdade e cedido a graves enganos para crerem na mentira e
serem condenados. Enquanto pregavam e oravam, alguns caiam prostrados e desfalecidos, não
pelo poder do Espírito Santo, senão pelo de Satanás infundido nestes agentes, e por seu
intermedio nas pessoas. Enquanto pregavam, oravam e conversavam, alguns adventistas
professos que haviam rechaçado a Verdade Presente se valiam do mesmerismo para ganhar
adeptos, e as pessoas se regozijavam nesta influência porque pensavam que era do Espírito
Santo. Até houve alguns que empregavam o mesmerismo e estavam tão envolvidos nas trevas e
engano do diabo que críam exercer um poder que Deus lhes havía dado. Tanto haviam igualado
Deus consigo mesmos que consideravam o poder dEle como coisa sem valor. Alguns destes
agentes de Satanás afetavam os corpos de alguns dos santos a quem não podíam enganar nem
apartar da Verdade mediante uma influência satânica. Oxalá que todos pudessem ver isto como
Deus me revelou, afim de conhecerem melhor as astúcias de Satanás e se manterem em guarda!
Vi que Satanás obrava assim para afastar, enganar e desviar os filhos de Deus precisamente
agora no tempo de Selamento. Vi alguns que não se erguiam decididamente pela Verdade
Presente. Os joelhos deles tremiam, e seus pés resvalavam porque não estavam firmemente
assentados na Verdade; e enquanto estavam assim tremendo a cobertura do Deus Onipotente não
podía ser extendida sobre eles. Satanás provava cada um de seus artificios para mantê-los onde
estavam até que houvesse passado o Selamento, até que a cobertura houvesse sido posta sobre o
povo de Deus, e eles houvessem ficado sem refúgio que os protegesse da ardente ira de Deus nas
sete últimas pragas. Deus tem começado por esta cobertura sobre Seu povo, e ela será extendida
sobre todos os que terão refúgio no Dia da Matança. Deus obrará com poder em favor de Seu
povo e a Satanás também será permitido obrar.

Apêndice 5:
“O movimento adventista ilustrado”
Vi que os sinais, os prodigios e as falsas reformas aumentariam e se extenderiam. As reformas

que me foram mostradas não eram do erro a Verdade. Meu anjo acompanhante me convidou a
buscar o trabalho da alma que manifestava-se em favor dos pecadores. O busquei, porém não
pude vê-lo; porque já passou o tempo da salvação deles.Vi um certo número de pessoas que
pareciam unidas como fios trançados. Nestes grupos muitos estavam em trevas totais; seus olhos
se dirigiam para baixo, para a Terra, e não parecia haver relação entre eles e Jesus. Porém,
dispersas entre esses diferentes grupos havia pessoas cujos rostos pareciam iluminados, e cujos
olhos se elevavam ao Céu. De Jesus eram-lhes comunicados raios de luz como raios do sol. Um
anjo me convidou a olhar com cuidado, e vi um anjo que velava sobre cada um daqueles que
tinham um raio de luz, enquanto que anjos maus rodeavam aqueles que estavam em trevas. Ouví
a voz de um anjo clamar “Temei a Deus, e dai-lhe glória, porque e vinda a hora de seu juízo”.
Uma gloriosa luz repousou então sobre esses grupos, para iluminar a todos os que quisessem
recebê-la. Alguns dos que estavam em trevas receberam a luz e se regozijaram. Outros
resistiram a luz do Céu, dizendo que havia sido enviada para extraviá-los. A luz se afastou
deles, e foram deixados em trevas. Os que haviam recebido a luz de Jesus apreciavam
gozosamente o aumento da preciosa luz que era derramada sobre eles. Seus rostos resplandeciam
de santo gozo, enquanto que seu olhar se dirigía com intenso interesse para cima, para Jesus, e
suas vozes se ouviam em harmonia com a vóz do anjo: “Temei a Deus, e dai-lhe glória, porque
vinda e a hora de seu juízo”. Quando elevaram este clamor, vi que aqueles que estavam em
trevas os empurravam com as costas e com o ombro. Então muitos deles que apreciavam a luz
sagrada, romperam as cordas que os prendiam e em forma destacada se separaram daqueles
grupos. Enquanto se separavam, homens que pertenciam aos diferentes grupos e eram
reverenciados por eles, passavam pelos grupos, alguns com palavras amáveis, e outros com
olhares irados e ameaçadores, e prendiam as cordas que se estavam rompendo. Estes homens
diziam constantemente: “Deus está conosco. Estamos na luz. Temos a Verdade”. Perguntei quem
eram, e meu anjo disse que eram ministros e dirigentes que haviam rechaçado a luz eles mesmos,

Apêndice
não estavam dispostos a que outros a recebessem. Vi que os que apreciavam a luz olhavam para
cima com anelo, esperando que Jesus viesse e os levasse consigo. Rapidamente uma nuvem pas-
sou sobre eles, e seus rostos denotaram tristeza. Perguntei qual era a causa dessa nuvem, e se me
mostrou que era o desapontamento sofrido por eles. Havia passado o tempo em que eles
esperavam o Salvador, e Jesus não havia vindo. A medida que o desânimo repousava sobre os
que aguardavam, os ministros e dirigentes os quais eu havia notado antes, se regozijavam, e
todos aqueles que haviam rechaçado a luz davam grandes sinais de triunfo, enquanto Satanás e
seus anjos maus também se regozijavam. Logo ouvi a vóz de outro anjo dizer: “Caiu, caiu
Babilônia!” Uma luz resplandeceu sobre os abatidos, e com ardente desejo de ver Sua aparição,
voltaram a fixar seus olhos em Jesus. Vi alguns anjos conversarem com aquele que havia
clamado: “Caiu, Babilônia”, e uniram-se a ele para anunciar “Eis aqui vem o esposo; sai a
recebê-lo!” As vozes musicais daqueles anjos parecíam chegar a toda parte. Uma luz
excessivamente brilhante e gloriosa resplandecia [o Clamor da Meia Noite] ao redor daqueles
que haviam apreciado a luz que lhes havia sido comunicada. Seus rostos resplandeciam com
excelsa glória, e exclamavam com os anjos: “Eis que vem o esposo!” Enquanto elevavam
harmoniosamente o clamor entre os diferentes grupos, os que rechaçavam a luz os empurravam
e com olhares irados os escarneciam e ridiculizavam. Porém, os anjos de Deus agitavam as asas
sobre os perseguidos, enquanto Satanás e seus anjos procuravam rodeá-los com suas trevas para
induzi-los a rechazarem a luz do Céu. Logo ouví uma voz que dízia aos que eram empurrados e
ridicularizados: “Sai do meio deles. . . e não toqueis o imundo”. Em obediência a esta vóz,
grande número de pessoas romperam as cordas que os prendiam, e abandonando os grupos que
estavam em trevas, se juntaram aos que já haviam obtido sua liberdade, e alegremente uniram
suas vozes as deles. Ouvi em fervente e agonizante oração a vóz de uns poucos que permaneciam
todavia com os grupos imersos em trevas. Os ministros e dirigentes circulavam entre estes
diferentes grupos, amarrando mais firmemente as cordas; porém, eu seguía ouvindo a vóz de
fervente oração. Então vi que aqueles que haviam estado orando extendiam as mãos em pedido
de ajuda ao grupo unido e livre que se regozijava em Deus. A resposta que se lhes deu, enquanto
olhavam com fervor ao Céu, e apontavam para cima foi: “Sai do meio deles, e apartai-vos”. Vi

pessoas que lutavam para obterem liberdade, e finalmente romperam as cordas que as prendiam.
Persistiam os esforcos que se faziam para atar as cordas com mais firmeza e recusavam escutar
os apelos repetidos: “Deus está conosco”. “Temos a Verdade conosco”. Continuamente haviam
pessoas que abandonavam os grupos imersos em trevas e se uníam ao grupo livre, que parecia
estar em um campo aberto elevado por sobre a Terra. Seus olhares se dirigíam para cima, e a
glória de Dios repousava sobre seus membros, que alegremente expressavam em alta vóz seus
louvores Estavam estreitamente unidos e parecíam rodeados pela luz do Céu. Ao redor deste
grupo havia quem sentia a influência da luz, porém não estavam particularmente unidos com o
grupo. Todos os que apreciavam a luz derramada sobre si dirigiam os olhos para cima com
intenso interesse, e Jesus os olhava com terna aprovação. Eles esperavam que Ele viesse e
anelavam Seu aparicimento. Nem um so olhar se detinha na Terra. Contudo, novamente uma
nuvem repousou sobre os que aguardavam, e os vi dirigir para baixo seus olhos cansados.
Perguntei qual era a causa dessa mudança disse meu anjo acompanhante: “Têm ficado
novamente desapontados em sua expectativa. Jesus não pode vir ainda a Terra. Eles têm que
suportar maiores provas por Ele. Devem renunciar as tradições e erros recebidos dos homens e
voltarem-se por completo a Deus e Sua Palavra. Devem ser purificados, embranquecidos e
provados. Os que suportem essa amarga prova obterão a vitória eterna”. Jesus não veio a Terra,
como O esperava o grupo que O aguardava alegremente, para purificar o Santuário, purificando
a Terra pelo fogo. Vi que era correto seu cálculo dos períodos proféticos; o tempo profético
havia terminado em 1844, e Jesus entrou no Lugar Santíssimo para purificar o Santuário ao final
dos días. O equívoco deles consistiu em não compreenderem o que era o Santuário nem a
natureza de sua purificação. Quando olhei de novo o grupo que aguardava, este parecia triste.
Examinou cuidadosamente as evidências de sua fé, seguiu até sua conclusão o cálculo dos
períodos proféticos, porém não pode descobrir erro algum. O tempo se havia cumprido, porém
onde estava seu Salvador? Eles O haviam perdido. Me foi mostrado o desapontamento que
sofreram os discípulos quando foram ao sepulcro e não encontraram o corpo de Jesus. Maria
disse: “Levaram meu Senhor, e não sei onde O puseram”. Os anjos disseram aos discípulos
entristecidos que seu Senhor havia ressucitado, e ia adiante deles para a Galileia.

Apêndice
Da mesma forma, vi que Jesus considerava com a mais profunda compaixão os que se haviam
desapontado depois de haverem aguardado Sua vinda; e enviou Seus anjos para que dirigiessem
seus pensamentos de modo que pudessem segui-lO onde estava. Foi-lhes mostado que esta Terra
não é o Santuário, senão que Ele deveria entrar no Lugar Santissimo do Santuário celestial para
fazer expiação por Seu povo e para receber o reino da parte de Seu Pai, e que depois voltaría a
Terra e os levaría para morarem com Ele para sempre. A decepção dos primeros discípulos
representa bem a daqueles que esperavam seu Senhor em 1844. Fui transportada ao tempo
quando Cristo entrou triunfalmente em Jerusalém. Os alegres discípulos criam que Ele ia tomar
então o reino e reinar como Príncipe temporal. Seguiram seu Rei com grandes esperanças,
cortando formosas palmas, tirando suas roupas exteriores e extendendo-as com zêlo entusiasta
pelo caminho. Alguns iam a frente e outros O seguiam, clamando: “Hosana ao Filho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” A excitação perturbou os fariseus,
e desejaram que Jesus repreendesse Seus discípulos. Porém, Ele lhes disse: “Se estes se calarem,
as pedras clamarão”. A profecía de Zacarías 9:9 devia cumprir-se; entretanto os discípulos
estavam condenados a sofrerem um amargo desapontamento. Poucos dias depois seguiram Jesus
ao Calvário, e O viram sangrando e dilacerado na cruz cruel. Presenciaram Sua agonía morte e O
depositaram na tumba. O pesar inundava seus corações; nem o menor detalhe do que esperavam
se havia cumprido, e suas esperanças morreram com Jesus. Porém, quando ressucitou dos mortos
e apareceu a Seus discípulos entristecidos, as esperanças deles reviveram. O haviam encontrado
de novo. Vi que a decepção daqueles que criam na vinda do Senhor em 1844 não se igualava ao
que sufreram os primeros discípulos. A profecia se cumpriu nas mensagens do primeiro e
segundo anjos. Estas foram dadas em seu devido tempo e cumpriram a obra que Deus queria
fazer por meio deles.

Apêndice 6: Outra ilustração
Foi-memostrado todo o interesse que o Céu tem na obra que se está realizando na Terra. Jesus
comissionou em anjo poderoso para que descesse e admoestasse os habitantes da Terra a
prepararem-se para Sua segunda vinda. Quando o anjo deixou a presença de Jesus no Céu, ia
adiante dele uma luz excessivamente brilhante e gloriosa. Foi-me dito que sua missão era
iluminar a Terra com sua glória e avisar o homem da ira vindoura de Deus. Multidões receberam
a luz. Alguns pareciam estar muito sérios enquanto outros se sentiam tomados de gozo. Todos os
que recebiam a luz voltavam o rosto para o Céu e glorificavam a Deus. Ainda que essa luz se
derramasse sobre todos, alguns simplesmente caiam sob sua influência, porém não a recebiam
cordialmente. Muitos estavam cheios de grande ira. Ministros e povo se uniam com os vis e
resistiam tenazmente a luz derramada pelo poderoso anjo. Contudo, todos os que a recebiam se
retiravam do mundo e estavam estritamente unidos entre si. Satanás e seus anjos se achavam
atarefados tratando de separar a tantos quantos pudessem da luz. O grupo que a rechaçava foi
deixada em trevas. Vi que os anjos de Deus observavam com o mais profundo interesse aos que
profesavam ser Seu povo, para tomar nota do caráter que desenvolviam conforme lhes era
apresentada a mensagem de origem celestial. E a medida que muitíssimos dos que professavam
amar Jesus se apartavam da mensagem celestial com escárnio e ódio um anjo que levava um
pergaminho na mão anotava as vergonhosas ações. Todo o Céu se enchia de indignação de que
Jesus fosse assim desprezado pelos que professavam segui-lO. Vi a decepção sofrida pelos que
haviam estado confiando quando não viram a Seu Senhor no tempo em que O esperavam. Tinha
sido propósito de Deus ocultar o futuro e levar Seu povo a um ponto de decisão. Se não se
houvesse pregado um tempo definido para a vinda de Cristo, não se haveria feito a obra que
Deus queria ver cumprida. Satanás estava induzindo a muitíssimos a olharem para longe no
futuro a espera dos grandes acontecimentos relacionados com o Juízo e o fim do Tempo de
Graça. Era necessário que o povo fosse induzido a procurar fervorosamente uma preparação
imediata. Quando o tempo passou, os que não haviam recebido plenamente a luz do anjo se
uniram com aqueles que haviam desprezado a mensagem, e ridícularizaram os que estavam
desapontados. Os anjos tomaram nota da situação dos que professavam seguir a Cristo. O trans-
curso do tempo definido os havia provado, e muitos foram pesados na balança e achados em falta

Apêndice
Em alta vóz asseveravam ser cristãos, e no entanto não havia quase detalhe algum em que
seguissem a Cristo. Satanás se regozijava pela condição dos que professavam seguir Jesus. Ele
os tinha sujeitados em sua armadilha. Havia induzido a maioria a deixar a senda direita, e
estavam intentando ascender ao Céu por outro caminho. Os anjos viam os santos e puros
misturados com os pecadores de Sião e com os hipócritas que amavam o mundo. Haviam velado
sobre os verdadeiros discípulos de Jesus; porém os corruptos estavam afetando os santos.
Aqueles cujos corações ardiam de intenso desejo de ver Jesus eram proibidos por seus professos
irmãos que de falarem de Sua vinda. Os anjos viam a cena e simpatizavam com o remanescente
que amava a vinda de Seu Senhor. Outro poderoso anjo foi comissionado para que descesse a
Terra. Jesus pôs em sua mão algo escrito, e quando chegou a Terra, clamou: “Caiu, caiu,
Babilônia!” Então vi aos que haviam sido desapontados levantar novamente os olhos ao Céu,
olhando com fé e esperança em busca do aparecimento de Seu Senhor. Contudo, muitos
pareciam permanecer em um estado de torpor, como se dormissem, no entanto eu podía ver os
traços de profunda tristeza em seus rostos. Os desapontados viram pelas Escrituras que estavam
no tempo de demora, e que deviam aguardar com paciência o cumprimento da visão. A mesma
evidência que os havía induzido a esperar Seu Senhor em 1843, os induzía a esperá-lO em 1844.
Entretanto, vi que a maioria não possuia aquela energia que havia distinguido sua fé em 1843. O
desapontamento que haviam sofrido havia debilitado sua fé. A medida que o povo de Deus se
unia no clamor do segundo anjo, a hoste celestial manifestava o mais profundo interesse no
efeito da mensagem. Víam muitos que levavam o nome de cristãos [cristãos nominais] voltarem-
se com escárnio e ridículo para com os que haviam sido decepcionados. Ao vir de lábios
escarnecedores as palavras: “Não subistes na verdade!” um anjo as escrevia. Disse o anjo:
“Escarnecem de Deus”. Foi-me relembrado um pecado similar que foi cometido em tempos
antigos. Elias havia sido transladado ao Céu, e seu manto havia caido sobre Eliseu. Alguns
jovens ímpios, que haviam aprendido de seus pais a desprezar o homem de Deus, seguiram
Eliseu, gritando em som de escárnio: “Sobe, calvo! sobe, calvo!” Ao insultar assim a Seu servo,
haviam insultado a Deus e receberam imediatamente seu castigo. Igualmente os que haviam
zombado da idea de que os santos ascendessem, serao visitados pela ira de Deus, e se lhes fará
sentir que nao e coisa leviana zombar de seu Criador.

Jesus comissionou outros anjos para que voassem rapidamente a reviver e fortalecer a fé em
decadência de Seu povo e a prepará-lo para compreender a mensagem do segundo anjo e o
passo importante que logo se havería de dar no Céu. Vi estes anjos receberem grande poder e luz
de Jesus e voarem rapidamente para a Terra a cumprir Seu mandado de ajudar o segundo anjo
em sua obra. Uma grande luz resplandeceu sobre o povo de Deus quando os anjos clamaram:
“Eis que vem o esposo; sai a recebê-lo!” Então vi aqueles que haviam sido desapontados
levantarem-se e em harmonia com o segundo anjo proclamar: “Eis que vem o esposo; sai a
recebê-lo!” [O Clamor da Meia Noite] A luz dos anjos penetrava as trevas em todos os lugares.
Satanás e seus anjos procuravam impedir que esta luz se difundisse e tivesse o efeito que devia
ter. Contendiam, eles com os anjos do Céu, dizendo-lhes que Deus havia enganado o povo, e que
com toda Sua luz e poder não podiam fazer o mundo crer que Cristo iria voltar. Porém, apesar de
que Satanás tenha se esforçado para estorvar e desviar da luz a atenção das pessoas, os anjos de
Deus continuaram Sua obra. Os que recebiam a luz pareciam muito felizes. Olhavam
constantemente para o Céu e ansiavam pela volta de Jesus. Alguns choravam e oravam com
grande angústia. Pareciam fixar seus olhos em si mesmos, e não se atreviam a olhar para cima.
Uma luz do Céu apartou deles as trevas, e seus olhos, que haviam estado fixos em si mesmos
com desespero, se dirigiram para cima e em todos seus traços expresavam a gratidão e o santo
gozo. Jesus e toda a hoste angélica olhavam com aprovação os fiéis que aguardavam. Os que
haviam rechaçado a luz da mensagem do primeiro anjo, e se haviam oposto a ela, perderam a luz
do segundo, e não puderam ser beneficiados pelo poder e a glória que acompanhou a mensagem:
“Eis que vem o esposo!” Jesus se apartou deles contrariado porque O haviam desprezado e
rechaçado. Os que receberam a mensagem foram envoltos por uma nuvem de glória. Temiam
muitíssimo ofender a Deus, e enquanto aguardavam, velavam e oravam para conhecer Sua
vontade. Vi que Satanás e seus anjos procuravam separar o povo de Deus desta luz divina;
porém, enquanto os que aguardavam apreciavam a luz e mantinham os olhos levantados da Terra
a Jesus, Satanás não podia privá-los de seus preciosos raios. A mensagem dada desde o Céu
enfurecia Satanás e seus anjos, e induzia aqueles que profesavam amar a Jesus, porém
desprezavam Sua vinda, a escarnecer dos fiéis que manifestavam confiança. Porém, um anjo
anotava todo insulto, todo desprezo, todo dano que os filhos de Deus recebiam de seus professos

Apêndice
irmãos. Muitíssimos alçaram a vóz para clamar “Eis que vem o esposo!” e abandonaram seus
irmãos que não amavam a volta de Jesus nem queriam permití-los falar de Sua segunda vinda. Vi
a Jesus apartar o rosto daqueles que rechaçavam e desprezavam Sua vinda, e logo ordenou aos
anjos que tirassem Seu povo de entre os impuros, para que não fossem contaminados. Os que
eram obedientes a mensagem se destacavam, livres e unidos. Uma luz santa resplandecia sobre
eles. Renunciavam ao mundo, sacrificavam seus interesses e tesouros terrenos e, dirigiam olhares
ansiosos para o Céu, a espera de ver Seu amado Libertador. Uma santa luz brilhava sobre seus
rostos, denotando a paz e o gozo que reinavam em seu interior. Jesus pediu aos anjos que fossem
e os fortalecessem, porque se aproximava a hora de sua prova. Vi que estes que aguardavam não
haviam sido todavia provados como deviam ser. Não estavam isentos de erros. Vi a misericórdia
e bondade que Deus manifestava ao mandar aos habitantes da Terra uma admoestação e
repetidas mensagens, para induzí-los a esquadrinhar diligentemente seu coração e a estudar as
Escrituras, afim de que pudessem despojarem-se dos erros que os haviam transmitido os pagãos
e os papistas. Mediante estas mensagens Deus tem estado tirando Seu povo onde possa Ele obrar
em seu favor com maior poder, e onde possam eles guardar todos Seus Mandamentos.

Apêndice 7: A mensagem do terceiro anjo
“Quando cessou o ministério de Jesus no Lugar Santo e passou Ele ao Santíssimo para estar em
pé diante da Arca que contém a Lei de Deus, enviou Jesus outro poderoso anjo com uma terceira
mensagem para o mundo. Um pergaminho foi posto na mão do anjo, e enquanto descia a Terra
com poder e majestade, proclamava uma terrível admoestação, acompanhada das mais tremendas
ameaças que jamais se dirigiram contra o homem. Tínha por objetivo aquela mensagem por em
guarda os filhos de Deus revelando a hora da tentação e angústia que os aguardava. Disse o anjo:
“Terão que combater tenazmente contra a besta e sua imagem. Sua única esperança de vida
eterna consiste em permanecer firmes. Ainda que se vejam em perigo de morte, devem sustentar
firmemente a Verdade”. O terceiro anjo conclui assim sua mensagem: “Aquí está a paciência dos
santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”. Ao repetir o anjo estas
palavras, apontava ao Santuário celestial. A atenção de quantos aceitam esta mensagem se
dirige para o Lugar Santíssimo, onde Jesus está em pé diante da Arca, realizando Sua intercessão
final por todos aqueles para quem há ainda misericórdia, e pelos que hajam violado
ignorantemente a Lei de Deus. Esta expiação é feita tanto para os justos mortos como para os
justos vivos. Inclui a todos os que morreram confiando em Cristo, ainda que não tenham recebido
luz acerca dos Mandamentos de Deus pecaram ignorantemente ao transgredir Seus preceitos.
Depois que Jesus abriu a porta do Lugar Santíssimo, se viu a luz do Sábado, e o povo de Deus
foi provado, como antigamente o foram os filhos de Israel, para ver se guardariam a Lei de Deus.
Vi que o terceiro anjo apontava para o alto, indicando aos que haviam sido desapontados o
caminho ao Lugar Santíssimo do Santuario celestial. Os que pela fé entravam no Lugar no
Santíssimo, encontravam Jesus, e ressurgia neles a esperança e o júbilo. Vi que olhavam atrás,
recapitulando o passado, desde a proclamação do Segundo Advento de Jesus até a experiência
sofrida ao transcorrer a data de 1844. Viram a explicação de seu desapontamento, e de novo os
alentou uma gloriosa certeza. O terceiro anjo havia esclarecido o passado, o presente e o futuro,
e eles sabiam que de fato Deus os havia guiado com Sua misteriosa providência. Se me mostrou
que o remanescente seguiu pela fé a Jesus no Lugar Santíssimo, e ao contemplar a Arca e o
propiciatório, foi cativado por seu explendor. Jesus levantou então a cobertura da Arca e eis aqui
foram vistas as tábuas de pedra com os Dez Mandamentos gravados nelas.

O remanescente leu aqueles vívidos oráculos, porém retrocedeu temeroso ao ver que o quarto
mandamento estava rodeado de uma auréola de glória e brilhava nele uma luz muito mais viva
que nos outros nove. Nenhum indício se encontrou ali de que o descanso sabático houvesse sido
abolido ou transposto sobre o primeiro dia da semana. O Mandamento está escrito tal como o
ditou a voz de Deus em solene e imponente majestade sobre o monte, entre o fulgor dos
relâmpagos e o estampido dos trovões. Era o mesmo mandamento que com Seu próprio dedo
escreveu nas tábuas de pedra: “Seis dias trabalharás, e farás toda tua obra; mas o sétimo dia é o
sabado do Senhor teu Deus”. Os fiéis se admiraram do cuidado com que estavam protegidos os
Dez Mandamentos, postos junto ao Senhor cobertos e protegidos por Sua santidade. Viram que
haviam estado pisando o quarto mandamento do Decálogo, observando um dia transmitido pelos
pagãos e papistas em vez do dia santificado por Jeová. Se humilharam diante de Deus, e
lamentaram suas passadas transgressões. Vi a fumaça do incenso no incensário quando Jesus
oferecia a Seu Pai as confissões e orações dos fiéis. Ao subir o incenso, uma luz refulgente
repousava sobre Jesus e o propiciatório; e os fervorosos e suplicantes membros do remanescente,
que estavam atribulados por haverem descoberto que eram transgressores da Lei, receberam a
benção e seus semblantes brilharam de esperança e júbilo. Se uniram a obra do terceiro anjo e
levantaram suas vozes para proclamarem a solene admoestação. Ainda que ao princípio eram
poucos os que a recebiam, os fiéis continuaram proclamando energicamente a mensagem. Vi
então que muitos abraçavam a mensagem do terceiro anjo e uniam suas vozes com a daqueles
que haviam dado primeiramente a admoestação, e honraram a Deus guardando Seu dia de
repouso santificado. Muitos dos que aceitavam a terceira mensagem não haviam tido experiência
nas anteriores. Satanás compreendeu isto, e fixou neles seu olho maligno para vencê-los; porém
o terceiro anjo dirigía a atencao deles para o Lugar Santíssimo, e os que haviam tido experiencia
nas mensagens anteriores lhes indicavam o caminho do Santuario celestial. Muitos perceberam
o perfeito encadeamento de verdades nas mensagens angélicas, e aceitando-as alegremente um
apos outro, seguiram ao Senhor pela fe ate o Santuario celestial. Estas mensagens me foram
apresentadas como uma ancora para o povo de Deus. Quem as compreendam e aceitem ficarão
livres deverem-se arrastados pelos muitos enganos de Satanás. Depois do grande
desapontamento de 1844, Satanás e seus anjos estiveram muito atarefados pondo ciladas para

Apêndice
perturbar a fé do corpo de crentes. Afetou a mente de pessoas que haviam tido experiência nas
mensagens, e que aparentavam humildade. Alguns assinalavam como no futuro o cumprimento
das mensagens do primeiro e do segundo anjos, enquanto que outros assinalavam um tempo
distante no passado, e declaravam que já haviam sido cumpridas. Estes adquiriram influência
sobre a mente dos inexperientes e perturbaram sua fé. Alguns esquadrinhavam a Biblia para
fortalecer sua fé de forma independente do corpo de crentes. Satanás se regozijava de tudo isto
porque sabia que a aqueles que se separassem da âncora poderia afetá-los mediante diferentes
erros e conseguir que diversos ventos de doutrina os levassem de um lugar a outro. Muitos dos
que haviam dirigido a proclamação da primeira e da segunda mensagens as negavam agora, e em
todo o corpo de crentes havia divisão e confusão. Minha atenção foi então dirigida a Guilherme
Miller. Parecía perplexo e prostrado pela ansiedade e a angústia que sentia por seu povo. O
grupo que havia estado unido e cheio de amor em 1844 estava perdendo seu afeto, opondo-se
seus membros uns aos outros, e caindo em uma condição de frieza e apostasia. Quando ele via
isto, o pesar roia suas forças. Vi que certos dirigentes o vigiavam, temerosos de que recebesse a
mensagem do terceiro anjo e os Mandamentos de Deus. E quando ele se inclinava para a luz do
Céu, estes homens maquinavam algum plano para desviar sua atenção. Uma influência humana
era exercida para mantê-lo nas trevas e conservar sua influência entre os que se opunham a
Verdade. Por fim, Guilherme Miller levantou a voz contra a luz do Céu. Fracassou ao não
receber a mensagem que haveria explicado mais plenamente seu despontamento, lançando luz e
glória sobre o passado, reavivado suas energias esgotadas, despertado sua esperança e o haveria
induzido a glorificar a Deus. Se apoiou na sabedoria humana em vez da divina, contudo, como
estava quebrantado pela idade e árduos labores na causa do Mestre, não foi tão responsável como
os que o induziram.

Culto noTrono de Satanás
Eles são os responsáveis; o pecado recai sobre eles. Se Guilherme Miller houvesse podido ver a
luz da terceira mensagem, haveriam ficado explicadas para ele muitas coisas que lhe pareceram
obscuras e misteriosas. Porém, seus irmãos demonstraram tanto interesse e um amor tão
profundo, que pareceu-lhe que não poderia apartar-se deles. Seu coração se inclinava para a
Verdade, e logo olhava seus irmãos e estes se opunham a ela. Poderia separar-se daqueles que
haviam estado a seu lado enquanto proclamava a volta de Jesus? Considerou que de maneira
nenhuma queriam eles extraviá-lo. Deus permitiu que caisse sob o poder de Satanás, ou seja sob
o domínio da morte, e o ocultou na sepultura para resguardá-lo daqueles que procuravam
constantemente apartá-lo da Verdade. Moisés errou quando estava para entrar na terra prometida.
Asaim também, vi que Guilherme Miller errou quando estava para entrar na Canaã celestial, ao
permitir que sua influência se opusesse a Verdade. Outros o induziram a isto; outros terão que
dar conta disto. Entretanto, anjos velam sobre o precioso corpo deste servo de Deus, e ressucitará
quando for tocada a última trombeta.

Apêndice 8: “Uma firme plataforma”
Vi que um grupo se mantinha de pé bem guardado e firme, negando seu apoio aqueles que
queriam trastornar a fé estabelecida do corpo de crentes. Deus olhava com aprovação a este
grupo. Foram-me mostrados três degraus: as mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos.
Disse meu anjo acompanhante. “Ai daquele que mova um bloco ou ponto destas mensagens! A
verdadeira compreensão destas mensagens é de importência vital. O destino das almas depende
da maneira como são recebidas”. Novamente se me fez repassar estas mensagens, e vi a quão
alto preço havia obtido sua experiência o povo de Deus. A obteve por muito padecimento e
severo conflito. Deus o havia conduzido passo a passo, até pô-lo sobre uma plataforma sólida e
inamovível. Vi certas pessoas acercarem-se da plataforma e examinar seu fundamento. Alguns
subiram imediatamente nela com regozijo. Outros començaram a encontrar defeitos no
fundamento. Queriam que se fizessem melhorias. Então a plataforma seria mais perfeita, as
pessoas muito mais felizes. Alguns desceram da plataforma para examiná-la, e declaravam que
estava mal colocada. Porém, vi que quase todos permaneciam firmes sobre a plataforma e
exortavam aos que haviam descido dela a que cesassem suas queixas; porque Deus era o Artífice
Mestre, e eles estavam combatendo contra Ele. Relatavam a obra maravilhosa feita por Deus,
que os havia conduzido a plataforma firme, e em uníssono alçavam os olhos ao Céu e com voz
forte glorificavam a Deus. Isto afetava alguns dos que haviam se queixado e deixado a
plataforma, e estes, com humildade, voltavam a subir nela. Foi-me recordada a proclamação do
advento de Cristo. João foi enviado no espírito e poder de Elias afim de que preparasse o
caminho para Jesus. Os que rechaçaram o testemunho de João não receberam os benefícios dos
ensinamentos de Jesus. Sua oposição a mensagem que havia predito a vinda dEle os colocou
onde não lhes era fácil receber as evidências mais categóricas de que era o Messias. Satanás
induziu aqueles que haviam recusado a mensagem de João a que fossem ainda mais longe, a
saber, que recusassem e crucificassem a Cristo. Ao obrar assim, se situaram onde não puderam
receber a benção do Pentecostes, que os haveria ensinado o caminho ao Santuário celestial. O
rasgamento do véu do templo demostrou que os sacrifícios e os ritos judaicos não seriam mais
recebidos. O grande sacrificio havia sido oferecido e aceito, e o Espírito Santo que desceu no dia
de Pentecostes dirigiu a atenção dos discípulos do Santuário terrenal ao celestial, onde Jesus

havia entrado com Seu próprio sangue, para derramar sobre Seus discípulos os benefícios de Sua
expiação. Porém, os judeus foram deixados em trevas totais. Perderam toda luz que poderiam
haver tido acerca do Plano da Salvação, e seguiram confiando em seus sacrifícios e ofertas
inúteis. O Santuário celestial havia substituido o terrenal, no entanto, eles não tinham noção da
mudança. Portanto não podiam receber os benefícios da mediação de Cristo no Lugar Santo.
Muitos olham com horror a conduta seguida pelos judeus ao rechaçarem a Cristo e crucificá-lO;
e quando leem a história do trato vergonhoso que recebeu, pensam que O amam, e que não O
haveriam negado como O negou Pedro, nem O haveriam crucificado como o fizeram os judeus.
Contudo Deus, que lê o coração de todos, provou aquele amor para com Jesus que eles
professavam ter. Todo o Céu observou com o mais profundo interesse a recepção outorgada a
mensagem do primeiro anjo. Muitos que professavam amar a Jesus, e que derramavam lágrimas
ao ler a História da Cruz, zombaram das boas novas de Sua vinda. Em vez de receber a
mensagem com alegría, declararam que era um engano. Aborreceram aqueles que amavam Sua
aparição e os expulsaram das igrejas. Os que rechaçaram a primeira mensagem não puderam
receber os benefícios do segundo; tampoco puderam beneficiá-los o Clamor da Meia Noite, que
haveria de prepará-los para entrar com Jesus pela fé no Lugar Santíssimo do Santuário celestial.
E por haverem rechaçado as duas mensagens anteriores, entenebreceram de tal maneira seu
entendimento que não poduram ver luz alguma na mensagem do terceiro anjo, que mostra o
caminho que leva ao Lugar Santissimo. Vi que assim como os judeus crucificaram a Jesus, as
igrejas nominais têm crucificado estas mensagens e portanto não têm conhecimento do caminho
que leva ao Santíssimo, nem podem ser beneficiados pela intercessão que Jesus realiza ali. Como
os judeus, que ofereceram seus sacrificios inúteis, oferecem eles suas orações inúteis ao
compartimento que Jesus abandonou; e Satanás a quem agrada o engano, assume um caráter
religioso e atrai para si a atenção destes cristãos professos, obrando com seu poder, seus sinais e
prodigios mentirosos, para sujeitá-los em seu laço. A alguns os engana de uma maneira; e a
outros, de outra. Tem diferentes seduções preparadas para afetar diferentes mentalidades. Alguns
consideram com horror um engano, enquanto recebem outro com facilidade. Satanás seduz
alguns com o espiritismo. Também vem como anjo de luz e difunde sua influência sobre a Terra
por meio de falsas reformas.

Apêndice
As igrejas se alegram, e consideram que Deus está obrando em seu favor de uma maneira
maravilhosa, quando se trata da obra de outro espírito. A excitação se apagará e deixará o mundo
e a igreja em pior condição que antes. Vi que Deus tem filhos sinceros entre os adventistas
nominais e as igrejas caidas, e antes que sejam derramadas as pragas, os ministros e o povo
serão convidados a sairem destas igrejas e receberão gozosamente a Verdade. Satanás o sabe; e
antes que se de o Alto Clamor do terceiro anjo, desperta excitação naquelas organizações
religiosas, afim de que os que rechaçaram a Verdade pensem que Deus está com eles. Satanás
espera enganar os sinceros e induzi-los a crerem que Deus segue obrando em favor das igrejas.
Porém, a luz resplandecerá, e todos os que tenham coração sincero deixarão as igrejas caídas, e
se decidirão pelo remanescente.

Apêndice 9: “O espiritismo”
Apresentou-se-me o engano dos golpes dos médiuns espíritas e vi que Satanás pode por diante de
nós a aparência de formas que simulem ser nossos parentes ou amigos que dormem em Jesus. Se
fará parecer como se estes mortos estivessem presentes em realidade. Falarão as palavras que
pronunciavam quando estavam aqui, com as quais nos temos familiarizado, e ressoará em nosso
ouvido seu mesmo timbre de voz. Todo isto é para enganar o mundo e enredá-lo na crença deste
engano. Vi que os santos devem ter cabal compreensão da Verdade Presente que serão obrigados
a sustentar pelas Escrituras. Devem compreender o estado em que se acham os mortos pois
espiritos diabólicos aparecerão a eles afirmando serem queridos parentes ou amigos e declararão
doutrinas contrárias a Escritura. Farão quanto puderem para conquistar sua simpatía e realizarão
milagres, diante dos santos para confirmar suas declarações. O povo de Deus deve estar
preparado para refutar estes espíritos com a Verdade bíblica de que os mortos nada sabem e que
os aparecidos são espíritos de demônios. Devemos examinar cuidadosamente o fundamento de
nossa esperança, porque das Escrituras teremos de tirar a razão para esta esperança. Este engano
espírita se difundirá, e teremos que lutar com ele cara a cara, e se não estamos preparados para
isso, ficaremos enganados e vencidos. Entretanto se por nossa parte fazemos quanto possamos
afim de preparar-nos para enfrentar o conflito que se avizinha, Deus fará Sua parte e nos
protegerá com Seu braço onipotente. Enviará todos os anjos da glória para levantar uma vala ao
redor das almas fiéis antes que consentir que as enganem e extraviem os mentirosos prodigios de
Satanás. Vi a rapidez com que se difundía o engano espirita. Se me mostrou um trem de vagões
que marchavam com a velocidade do raio. O anjo me mandou que observar cuidadosamente.
Fixei a vista no trem. Parecia que nele ia o mundo inteiro. Depois o anjo me mostrou o chefe do
trem, um formoso e imponente personagem a quem todos os passageiros admiravam, e
reverenciavam. Fiquei perplexa e perguntei ao meu anjo acompanhante quem era aquele chefe.
Me respondeu: “É Satanás disfraçado de anjo de luz. Tem ele cativado o mundo. Este tem sido
entregue a formidáveis enganos para crer a mentira afim de que se condene. Seu agente, o que o
segue em categoría, é o maquinista, e outros agentes seu estão empregados em diversos cargos,
segundo os vai necessitando, e todos marcham com relampejante velocidade para a perdição”.
Perguntei ao anjo se não havia ficado ninguém sem subir no trem, e ele me mandou que olhasse

na direção oposta, onde vi um pequeno grupo que caminhava por uma trilha estreita. Todos
parecíam firmemente unidos pela Verdade. Aquele pequeno grupo dava mostras de fatiga, como
se houvesse passado por muitas provas e conflitos. Parecia como se o sol acabara de levantar-se
detrás de uma nuvem e brilhara sobre seus rostos, dando-lhes ar de triunfo, como se estivessem
próximos de ganhar a vitória. Vi que o Senhor tem dado ao mundo ocasião de descobrir o
engano. Se não houvesse outra prova, bastaria para o cristão a de que os espíritas não fazem
distinção entre o precioso e o vil. Satanás representa como muito exaltado no Céu a Tomás
Paine, cujo corpo está já convertido em pó e terá de ser chamado a despertar no fim dos mil anos,
na segunda ressurreição, para receber sua recompensa e sofrer a segunda morte. Satanas se
serviu de Tomás Paine na Terra tanto como pode, e agora prossegue com a mesma obra
assegurando que é muito honrado e exaltado no Céu. E tal como ensinou Paine aqui, finge
Satanás que Paine continua ensinando ali. E alguns que costumam considerar com horror sua
vida na Terra, sua morte e seus corruptores ensinos, se submetem agora a serem ensinados por
ele, que foi um dos homens mais vis e corruptos, alguém que desprezou Deus e Sua Lei. O pai da
mentira cega e engana o mundo enviando seus anjos para que falem como se fossem os
apóstolos, e estes anjos disfarçados de apóstolos contradizem o que escreveram na Terra por
inspiração do Espírito Santo. Os anjos mentirosos fazem parecer aos apóstolos corrompendo
seus proprios ensinos e declarando-os adulterados. Deste modo se compraz Satanás em
submergir os que se chamam cristãos, e a toda classe de gente, em incertezas com respeito a
Palavra de Deus. Este Santo Livro se interpõe diretamente em seu caminho para desbaratar seus
planos; portanto, ele induz os homens a que duvidem da origem divina da Biblia. Logo enxalta o
incrédulo Tomás Paine, como se ao morrer houvesse entrado no Céu e unido agora aos santos
apóstolos a quem odiou na Terra, se dedicasse a ensinar o mundo. Satanás assinala a cada um de
seus anjos o papel que têm de representar. Encarrega a todos que sejam expertos e astutos
maquinadores. A uns os manda que desempenhem o papel de apóstolos e falem por eles,
enquanto que a outros os assigna a função de incrédulos e ímpios que morreram mal dizendo a
Deus, porém, agora parecem muito religiosos. Não faz distinção entre os mais santos e os mais
vis incrédulos. A todos os apresenta como ensinando o mesmo. Não importa a Satanás quem faça
falar, contanto que alcance seu objetivo. Esteve intimamente relacionado com Paine aqui na Ter-

Apêndice
ra, ajudando-o em sua obra, e portanto, e muito fácil para Satanás conhecer as palavras e a
mesma escritura de quem o serviu tão fielmente e tão bem cumpriu seu propósito. Satanás ditou
muito dos escritos de Paine, assim é coisa fácil para ele expressar agora, por meio de seus anjos,
sentimentos que pareçam provir de Paine. Esta é a obra mestra de Satanás. Todos os ensinos que
se dão como provenientes dos apóstolos, dos santos e dos ímpios já mortos, procedem na
realidade diretamente de sua majestade satânica. O fato de que Satanás assevere que um ser a
quem ele tanto amou e que tão cabalmente odiou a Deus esteja agora na glória com os santos
apóstolos e com os anjos, deveria bastar para tirar o véu de todas as mentes e revelar as
misteriosas e negras obras de Satanás, que em suma diz ao mundo e aos incrédulos: “Por mais
impiamente que vivais, creais ou não em Deus e na Biblia, obrai como melhor lhes pareça, o Céu
é vossa morada, pois todos sabem que se Tomás Paine está tão exaltado no Céu, todos entrarão
seguramente ali”. Isto é tão notório que todos podem ver se o querem. Satanás está agora
fazendo, por meio de pessoas como Tomás Paine, o que sempre tratou de fazer desde sua queda.
Por meio de seu poder e de seus prodigios mentirosos, está abalando os fundamentos da
esperança cristã e eclipsando o sol que há de iluminar o estreito caminho que conduz ao Céu.
Está fazendo o mundo crer que a Biblia não é inspirada nem melhor que um livro de contos,
enquanto trata de suplantá-la com as manifestações espiritas. Estas são uma agência inteiramente
sua sujeita a seu governo, pode fazer o mundo crer quanto lhe de prazer. Coloca na sombra, que
é onde lhe convém colocá-lo, o livro que há de julgar a ele e a seus seguidores. Diz que o
Salvador do mundo foi um homem como outro qualquer; e assim como os guardas romanos que
vigiavam o sepulcro de Jesus propalaram o mentiroso informe que os anciãos e os príncipes dos
sacerdotes puseram em suas bocas, os pobres e iludidos adeptos das pretendidas manifestações
espíritas, repetirão e tratarão de dar a entender que nada houve de milagroso no nascimento de
nosso Salvador nem em Sua morte e ressurreição. Depois de relegar Jesus a último plano,
chamarão a atenção das pessoas para si mesmos, seus milagres e prodigios mentirosos, que
segundo eles dizem, superam as obras de Cristo. Assim caem as pessoas em seu laço,
adormecidas em um sentimento de segurança que não lhes permitirá serem advertidos do horrivel
engano antes que se derramem as sete últimas pragas. Satanás ri ao ver quão bem vai indo seu
plano, e que o mundo inteiro vai caindo em suas redes.

Apêndice 10. “Os pecados de Babilônia”
“Vi que desde que o segundo anjo proclamou a queda das igrejas, estas têm estado se tornando
cada vez mais corruptas. Tem o nome de seguidoras de Cristo; contudo, é impossível distingui-
las do mundo. Os ministros tiram seus textos da Palavra de Deus, porém, pregam coisas
agradáveis. Contra isto o coração natural não tem objeção. O que resulta odioso para o coração
carnal é tão somente o espírito e o poder da Verdade, assim como a salvação por Cristo. Não há
no ministério popular coisa alguma que desperte a ira de Satanás, faça temer o pecador, ou traga
a mente e a consciência as temiveis realidades de um Juízo que rapidamente se realizará. Em
geral os impios encontram agradável uma forma de piedade carente de eficácia, e ajudarão a
sustentar uma religião tal. Disse o anjo: “Nada que seja menos que toda a armadura de justiça
pode habilitar o homem a vencer as potestades das trevas e manter vitória sobre elas. Satanás tem
tomado plena possessão das igrejas como um todo. Se põem em destaque os ditos e as obras dos
homens em vez das claras e cortantes verdades da Palavra de Deus. O espírito e a amizade do
mundo são inimizade contra Deus. Quando a Verdade em sua simplicidade e força, tal qual é em
Jesus, se levanta frente ao espírito do mundo, desperta em seguida o espírito de perseguição.
Muitíssimos que professam ser cristãos não têm conhecido a Deus. O coração natural não tem
sido mudado, e o ânimo carnal permanece em inimizade contra Deus. Estes são servos fiéis de
Satanás, apesar de haverem assumido outro nome”. Vi que desde que Jesus deixou o Lugar Santo
do Santuário celestial e entrou dentro do segundo véu, as igrejas têm estado enchendo-se de toda
ave imunda e aborrecível. Vi grande iniquidade e vileza nas igrejas; no entanto seus membros
professam ser cristãos. A profissão que fazem sua orações e suas exortações, são abominação a
vista de Deus. Disse o anjo: “Deus não Se agrada de suas assembleias. Praticam o egoísmo, a
fraude e o engano sem repreensão de sua consciência. Sobre todos estes maus traços lançam o
manto da religião”. Foi-me mostrado o orgulho das igrejas nominais. Deus não cabe em seus
pensamentos; seus ânimos carnais se desevolvem em si mesmos; adornam seus pobres corpos
mortais, e logo se olham com satisfação e prazer. Jesus e os anjos os olham com desaprovação.
Disse o anjo: “Seus pecados e seu orgulho têm subido até o Céu. Sua porção está preparada. A
Justiça e o Juízo têm esperado longo tempo, porém, logo despertarão. A vingança é minha, Eu pa
garei, diz o.” As terríveis ameaças do terceiro anjo vão ser realizadas, e todos os ímpios terão de

beber da ira de Deus. Uma hoste inumerável de anjos maus está dispersando-se por toda a Terra
e enchem as igrejas. Estes agentes de Satanás consideram com regozijo os ajuntamentos
religiosos, porque o manto da religião cobre os maiores crímes e iniquidades. Todo o Céu
contempla com indignação os seres humanos, obra das mãos de Deus reduzidos por seus
semelhantes as maiores baixezas da degradação e postos ao nível dos brutos. Pessoas que
professam seguir ao amado Salvador, cuja compaixão se despertou sempre, que vira a desgraça
humana, participam ativamente nesse enorme e agravoso pecado: traficam com escravos e com
as almas dos homens. A agonia humana é transportada de lugar a outro para ser comprada e
vendida. Os anjos têm tomado nota de tudo isto e têm escrito no livro. As lágrimas dos piedosos
escravos e escravas, de pais, mães, filhos, irmãos e irmãs, tudo isto está registrado no Céu. Deus
reterá Sua ira tão somente um pouco mais. Essa ira arde contra esta nação e especialmente contra
as organizações religiosas que têm sancionado este terrivel tráfico e têm participado elas mesmas
nele. Tal injustiça, tal opressão, tais sofrimentos, são considerados com cruel indiferença por
muitos dos que professam seguir ao manso e humilde Jesus. Muitos deles podem infligir eles
mesmos, com odiosa satisfação, toda esta indescritível agonía; e contudo se atrevem a adorar a
Deus. É uma afronta sangrenta; Satanás se regozija por isto e lança opróbio sobre Jesus e Seus
anjos como a causa de tais inconsequências, e diz com prazer infernal: “Estes são os que seguem
a Cristo!” Estes professos cristãos leem sobre os sofrimentos dos mártires, e lhes correm
lágrimas dos olhos. Se admiram de que os homens pudessem endurecerem-se ao ponto de
praticar tais crueldades para com seus semelhante. No entanto, os que pensam e falam assim
seguem ao mesmo tempo mantendo seres humanos na escravidão. E não apenas isto fazem, mas
destroem os vínculos naturais e oprimem cruelmente a seus semelhantes. Podem infligir as
torturas mais desumanas com a mesma implacável crueldade que manifestaram os papistas e os
pagãos contra os que seguiam a Cristo. Disse o anjo: “No dia e que se execute o Juízo de Deus, a
sorte dos pagãos e dos papistas será mais branda que a destes homens”. Os clamores dos
oprimidos têm chegado até o Céu, e os anjos ficaram assombrados frente aos indizíveis e
agonizantes sofrimentos que o homem, formado a imagen de seu Criador, inflige a seus
semelhantes. Disse o anjo: “Os nomes dos opressores estao escritos com sangue, cruzados por
acoites e inundados pelas ardentes lágrimas de agonía que tem derramado os doentes.

Apêndice
A ira de Deus não cessará antes de haver feito beber a esta Terra de luz as fezes do copo de Sua
ira, antes de que haja recompensado Babilônia em dobro. Dai a ela como ela tem dado, e pagai-
lhe em dobro segundo suas obras; no cálice em que ela preparou bebida, preparai-lhe a ela em
dobro”. Vi que o que e dono de um escravo terá que responder pela alma desse escravo a quem
manteve na ignorância; os pecados do escravo serão castigados em seu senhor. Deus não pode
levar ao Céu o escravo que foi mantido na ignorância e degradação, sem saber nada de Deus nem
da Biblia, temendo tão só o chicote de seu dono, e ocupando um posto inferior ao dos brutos.
Porém, faz com ele o melhor que pode fazer um Deus compassivo. Permite-lhe ser como se
nunca houvera sido, enquanto que seu dono deve suportar as sete últimas pragas e logo levantar-
se na segunda ressurreição para sofrer a segunda morte, a mais espantosa. Então a justiça de
Deus estará satisfeita.

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Realmente importa em que cremos?

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João Ferreira de Almeida Atualizada - versão usada na tradução

Impreso en Estados Unidos

Library of Congress Cataloging-in-Publication Data

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1. Mensagem a Igreja de Filadélfia……………………………………………………………..8

2. Ellen G. White e a Mensagem a Filadélfia………………………………………………….39

3. Acontecimentos Preocupantes na Igreja….……...………………………………………....70

4. O Clamor da Meia Noite e o Alto Clamor…..…..………………………………………...104

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• Por que não á aceitavel usar instrumentos de percussão no culto?

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As sete igrejas do Apocalipse

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A sequência histórica das igrejas

• Éfeso: A igreja apostólica do primeiro seculo.

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• Filadélfia: O grande despertar religioso que surgiu a princípios do século XIX

O marco histórico da igreja de Filadélfia

Três perguntas nos veem a mente ao ler este versículo:

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Vejamos agora os versículos 11 e 12:

Mensagem a Igreja de Filadélfia

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As três portas do Santuário

A primera porta é a encarnação.

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A segunda porta e a ascenção

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A menção em Apocalipse 11:19 de relâmpagos, trovões, fogo, vozes e um terremoto quando se

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Em Gálatas 3:29 o apóstolo novamente identifica o verdadeiro Israel. Em linguagem categórica

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A sinagoga de Satanás em 1844

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Daniel 7 Apocalipse 13-14 Apocalipse 3:7, 8

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Ellen White explica a profecia de Daniel 7