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Bruno Domingues de Oliveira R.A.

: 21000415
Bianca de Souza Ramos R.A.: 11201721985
Henrique Bonacelli Rodrigues R.A.: 21039115
Lucas Xavier R.A.: 21069415

I - Discuta o Modo de Produção Feudal e a sua transição para o Modo de Produção Capitalista.

O modo de produção feudal, historicamente contextualizado na idade média, baseava-se na relação


entre senhores proprietários de terras e servos, onde a produção excedente realizada pelo servo ia ao seu
suserano (como era chamado o senhor proprietário de terra), quer sob a forma de trabalho direto ou renda
em espécie ou dinheiro. A produção da época, predominantemente agrícola, é para atender as necessidades
imediatas da família ou da comunidade, e não para um mercado mais amplo. Tratava-se de um sistema de
produção para uso, dessa forma, entende-se que a maioria dos mercados eram locais e o comércio a longa
distância não tinha papel essencial no modo de produção.
A autoridade política era fragmentada, descentralizada, pois cada feudo (grande propriedade de terra)
tinha suas “funções judiciais” e a relação entre servo e suserano era da dependência/serventia do primeiro
para com o segundo, que sedia uma parte da terra em troca de algum tipo de serviço para si.
Quanto à sua transição ao capitalismo, no livro “A transição do feudalismo para o capitalismo, 2004”
tem-se que:
Qualquer economia que não seja a mais primitiva requer certo grau de comercialização. Assim, os mercados
aldeões locais e os bufarinheiros da Idade Média na Europa serviram antes de esteios que de empecilhos à
ordem feudal: satisfizeram necessidades básicas sem que, pelo montante, pudessem afetar a estrutura das
relações econômicas. Quando o comércio começou a expandir-se no século x (ou talvez mesmo antes), foi
na esfera das trocas a longa distância, ao contrário das puramente locais, de bens relativamente caros, que se
puderam compensar os custos de transporte, então muito elevados. Enquanto essa expansão do comércio se
restringiu às formas do que se poderia chamar de vendas ambulantes, seus efeitos permaneceram
necessariamente insignificantes. Quando, porém, ultrapassou esse estágio e começou a implicar o
estabelecimento de centros de comércio e entrepostos locais um fator qualitativamente novo surgiu, pois
esses centros, ainda que baseados no comércio a longa distância, tornaram-se inevitavelmente geradores de
produção de mercadorias, por si próprios. Tinham de ser abastecidos a partir das regiões rurais
circunvizinhas; e seu artesanato, que era a concretização de uma forma de especialização e de divisão de
trabalho superior ao que a economia senhorial jamais conhecera, não apenas fornecia os bens de que
necessitava a própria população urbana,
como ainda fornecia os que a população rural podia comprar com o produto das vendas no mercado da
cidade. À medida que se expandia esse processo, as transações dos comerciantes a longa distância — que
tinham constituído a semente de que se originaram os centros comerciais — perderam sua importância
singular e provavelmente na maioria dos casos passaram a ocupar um lugar secundário nas economias
urbanas. Vemos, assim, como a troca a longa distância pôde ser uma força criativa, suscitando um sistema
de produção para troca paralelo ao antigo sistema feudal de produção para uso.

II - Discuta a assim chamada Acumulação Primitiva. Procure dar especial atenção aos seguintes
processos: expropriação do produtor direto, legislação sanguinária e formação dos capitalistas
industriais.

A acumulação primitiva trata-se de um conceito colocado por Marx sobre o processo de gênese do
modo de produção capitalista, onde, nesse processo, o produtor é separado de seu meio de produção e se vê
obrigado a vender sua força de trabalho para sobreviver.
O início desse processo se deu entre o final do século XV e início do século XVI quando uma parte
dos senhores feudais resolve desapropriar de suas terras um grande número de vassalos. As terras em que
antes estes cultivavam foram transformadas a força em pastos, dessa forma apenas poucos pastores
precisariam ficar encarregados de muitos acres.
Ao longo do tempo, a legislação da época começou também a fomentar a expropriação da terra. As
Bills for Inclosures of Commons garantiam que proprietários fundiários pudessem presentar a si mesmos
com terras ocupadas pelo povo e, como consequência, enviar ainda mais mão de obra para a indústria.
De toda essa população rural que foi forçada a deixar suas terras, nem todos eram absorvidos pela
indústria crescente. A proporção de pessoas que integravam a classe proletariado era muito maior que o
número de vagas disponíveis. Dessa maneira, parte dessa população acaba se tornando mendigos, assaltantes
e vagabundos e essa decadência do povo acaba levando a uma decadência das cidades. A fim de remediar
isso o governo reage a essas mudanças impondo uma legislação sanguinária que previa prisões, açoite,
tortura e morte àqueles que não se empregassem brevemente. Além de tudo isso, com essa crescente oferta
de mão de obra, o estatuto trabalhista da época contava com um valor máximo de salário, mas não um valor
mínimo. Posto desta forma, o trabalhador deveria se humilhar cada vez mais para obter salários cada vez
menores, pois não estar empregado lhe renderia uma pena física maior que viver com uma renda miserável.
Já na outra ponta dessa equação, o capitalista industrial surge com o crescimento de pequenos
capitalistas, mas principalmente com a conversão de todo capital monetário da época em capital industrial.
Essa nova manufatura se instala nos portos marítimos exportadores que, com o extermínio e escravização da
população Africana, exploração das Américas e Índias Orientais, acaba se tornando o principal local de
escoamento dos tesouros espoliados dessas regiões exteriores. Além disso, o capital industrial ainda contava
com o capital usurário garantido pelo estado com o sistema de crédito público

III - Por que a revolução industrial originária ocorreu na Inglaterra e no final do século XVIII? Para
tanto, utilize os argumentos que aparecem no livro Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo
(HOBSBAWM).
Antes mesmo de responder por que a Grã-Bretanha se transformou na “primeira oficina mecânica do
mundo”, Hobsbawm passa a refutar argumentos comumente utilizados para explicar essa questão. Dentre
eles, estão explicações baseadas no clima (boas colheitas), geografia (abundância de carvão), religião
(protestantismo e o espírito capitalista) e mudança biológica na população, motivos que o autor destrincha
comparando regiões que apresentavam semelhanças à Grã-Bretanha em cada quesito e que, contudo, não as
levaram a serem pioneiras na Revolução Industrial. Hobsbawm crê que esses fatores são importantes, porém
não atuam sozinhos, somente fazem parte de um quadro socioeconômico mais amplo que extrapola
geografia e política.
Dito isso, o autor evidencia que na Inglaterra havia um excedente de mão de obra com o mínimo de
instrução para operação de maquinário, passível de adaptação diante de inovação tecnológica, ao mesmo
tempo em que o desenvolvimento industrial era viável a pequenos empresários e artesãos. O segredo residia
na relação intrínseca e necessária entre obtenção de lucro e financiamento de invenções técnicas e na rapidez
com que o primeiro patrocinava o segundo em um ciclo virtuoso de adições sucessivas, visando sempre ao
acúmulo de lucro. Vale notar que não era uma realidade exclusiva da Inglaterra, mas sua capacidade de
superação diante de obstáculos obteve maior êxito. O movimento foi denominado como “revolução” dada a
capacidade de expansão desses mercados - determinantes do que seria produzido - e o barateamento da
produção, que permitiu sua escala em massa.
No que toca à época em que se deu, no final do século XVIII, alguns fatores se fazem presentes para
explicá-la. Um deles é o crescimento do mercado interno, em virtude da relação da economia com a
demografia britânica, que se dá na medida em que o recém proletariado, forçado a vender a sua força de
trabalho com a remoção de seu meio de subsistência, aumenta relativamente a condição de vida (logo, seu
consumo médio) e por consequência a prole, levando ao aumento populacional. Concomitantemente, as
manufaturas se sofisticaram de tal forma, comparado a formas rudimentares, que o preço dos bens diminuiu,
junto aos salários. O mercado interno teve a sua importância pela contribuição ao acúmulo de capital que
controlava a flutuação de exportações devido a guerras externas.
Em paralelo, o mercado externo desempenhou um papel crucial e muito mais intenso na explosão da
Revolução, na medida em que modulava o ritmo de crescimento de exportações assegurado pelas colônias (e
dentro desse contexto, o tráfico de escravos, financiado e cujo lucro era colhido por capitalistas britânicos),
consolidando a Inglaterra como maior potência mundial, bem como a detentora do monopólio dos mares.
Somados aos mercados interno e externo, Hobsbawm levanta outro motivador influente na época em que a
Revolução aconteceu: a influência política britânica. O governo inglês se fez disposto a empreender guerra e
colonização em benefício do capitalismo, em busca de novos mercados e mercadorias das quais explorar.
Vale dizer que a Grã-Bretanha não foi o único Estado a patrocinar essa estratégia, mas indubitavelmente foi
o que mais se beneficiou dela.
V - Discuta as causas e consequências da crise de 1929.

A mais grave do sistema capitalista de produção, também foi conhecida como a grande depressão,
que teve origem nos USA e contaminou todos os países capitalistas ao longo da década de 30, menos a
URSS por apresentar um modo de produção socialista. Os efeitos disso duraram ao menos por uma década,
o que gerou desdobramentos sociais e políticos, quando é abordado o assunto da crise de 1929, é passível de
observar que, essa catástrofe financeira, está interligada com a falta de regulamentação da economia com as
ofertas de créditos baratos. Enquanto a capacidade da produção industrial estava seguindo um ritmo
consideravelmente acelerado através do grande impacto ocasionado pela indústria e a forma de produção,
mas a capacidade de consumo da população não acompanhava esse crescimento, o que gerava um grande
estoque de mercadorias, a fim de esperar um melhor momento para colocar no mercado, com um melhor
preço. A Europa, que tinha se recuperado da destruição da Primeira Guerra, não precisava mais dos créditos
e produtos americanos. Com os juros baixos, os investidores passaram a colocar seu dinheiro na Bolsa de
Valores e não nos setores produtivos. Ao perceber a diminuição do consumo, o setor produtivo passou a
investir e produzir menos, compensando seus déficits com a demissão de funcionários.
Na década 20 houve um incremento do comércio, por meio do desenvolvimento tecnológico, além da
navegação, da comunicação, o que promoveu uma maior integração entre as economias capitalistas, nesse
tempo houve uma forte concentração de empresas, como cartéis, e trustes. A década de 20 também foi
marcada por uma prosperidade norte-americana. Durante o período da primeira guerra mundial, os EUA se
mantiveram como um grande exportador, e manteve a sua economia, enquanto na Europa houve diversos
confrontos ocasionados pela primeira guerra mundial. Após esse período, com um cenário de juros baixos e
investimentos na bolsa de valores, houve um grau alto de especulação, onde as ações começaram a se
desvalorizar, que contribuiu para o “Crash” na bolsa de Nova York, especificamente no dia 24 de outubro de
1929, conhecido como a “Quinta-feira negra”. Uma consequência clara nesse processo, foi um aumento
generalizado do desemprego, levando muitas famílias a pobreza, gerando um confronto social imensurável,
e com a falta de renda, o consumo foi caindo, e isso forçou uma diminuição nos preços, como uma tentativa
de aquecer o mercado.
Com esse cenário, esse crash destrutivo na bolsa de valores de Nova York, repercutiu para todos,
empresários faliram nesse cenário, o que aumentou ainda mais o desemprego. Bancos que emprestaram seu
recurso, também faliram nesse intervalo de tempo, o que diminuiu a oferta de crédito no mercado. Os países
mais atingidos por esse acontecimento, foram os países considerados como economias capitalistas mais
desenvolvidas e alguns países o efeito dessa crise, propiciou um cenário de regime totalitários. O plano
econômico New Deal, foi o principal responsável pela recuperação econômica dos EUA, sendo adotado por
outras economias em crise. Esse programa permitiu a intervenção do estado na economia, controlando a
produção industrial e agrícola. Nesse contexto, houve um maior incentivo do governo em projetos federais
de obras públicas que foram realizados, gerando empregos para a população.

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