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A Pirâmide das
Necessidades
Estéticas do
Sorriso

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Seixas MR A pirâmide das necessidades estéticas do sorriso

Há muitos anos, autores es-

tudam o sorriso e descre-
vem como devem se apre-
sentar suas mais importan-
tes características estéti-

Seixas
cas . Para isso, alguns arti-
5-8

Máyra Reis gos propõem pontos, linhas

1,2
e planos5,6; outros, listam os
itens e aspectos obrigatórios a
um belo sorriso8. A proposta des-
sas referências é auxiliar no proces-
so de percepção visual e na verificação de to-
das as nuances estéticas presentes ou não. Os tra-
balhos mais utilizados e conhecidos são voltados
para a avaliação de imagens gráficas e fotográficas.
(Fig. 1)5. Análises digitais, nas quais simulam-se po-
sicionamentos e proporções dentárias ideais, tam-
bém surgiram para que o olhar do profissional seja
treinado a planejar, esteticamente, cada caso a ser
iniciado9. Mais recentemente, softwares estão sen-
do desenvolvidos, também, com essa finalidade.

O PLANEJAMENTO ESTÉTICO
DO SORRISO

A construção ortodôntica de um sorriso pode

ser considerada um “projeto”. Se, pela definição,
“projeto é um esforço temporário empreendi-

C
onstruir sorrisos com resultados estéticos
excelentes é um dos principais objetivos
do ortodontista, especialmente porque
coincide com o maior e mais frequente
anseio dos pacientes que o procuram. Se a função,
a saúde e a estabilidade são metas imprescindíveis
do tratamento ortodôntico, a estética pode ser com-
preendida como o “plus essencial” a ser oferecido.
Sabe-se que sorrisos saudáveis e de aparência
agradável estão relacionados ao bem-estar e à
autoestima pessoal, podendo influenciar também
nas chances no mercado de trabalho1-4.
do para criar um produto, serviço ou resultado
exclusivo” (PMBOK®, Project Management Body
of Knowledge)10, é mais do que coerente pensar
que, para conferir forma a qualquer ideia de
sorriso esteticamente ideal, existem passos a se-
rem dados em direção a esse objetivo. Esses pas-
sos são as fases do projeto.
1. Mestre em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro/
RJ, Brasil).
2. Clínica particular (Salvador/BA, Brasil).

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Figura 1: As seis linhas do sorriso propostas por Câmara5: linha
do lábio superior, linha cervical, linha papilar, linha dos pontos
de contato, linha incisal e linha do lábio inferior.
Por oferecer resultados de médio e longo prazo, a
Ortodontia costuma planejar tratamentos dessa
maneira, em etapas predeterminadas (montagem
do aparelho, alinhamento e nivelamento, fecha-
mento de espaços, finalização e contenção). No en-
tanto, o ortodontista nem sempre organiza o seu
“projeto” de modo a estabelecer todas as necessi-
dades estéticas dos casos, principalmente quando
o seu objetivo final requer a participação de outras
especialidades para atingir o resultado ideal. Mui-
tas vezes, o planejamento sequer as inclui.
Estratificação significa a disposição em cama-
das do que se pretende avaliar ou estudar, tendo
como objetivo separar os dados de um problema
em grupos específicos, para facilitar a análise e
as tomadas de decisões. Já o termo “hierarquia”,
no sentido figurado, significa classificação ou
ordenação segundo uma escala de valor, gran-
deza ou importância. Com base nisso, o presente
artigo propõe a apresentação de um esquema
gráfico para a estratificação e a hierarquização
das necessidades estéticas do sorriso, visando
estruturar o planejamento ideal dos tratamen-
tos transdisciplinares.
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A pirâmide das necessidades estéticas do sorriso
A u to - R e a l i z ação
criatividade, talento, desenvolvimento pessoal
E st i m a
auto-estima, conÞança, status, reconhecimento, êxito
So ciais
família, amizades, amor, comunidade
S e g u r a nça
emprego, saúde, propriedade
F i s i o lóg i c a s
comida, água, abrigo, sono, sexo
Figura 2: Pirâmide de hierarquia das necessidades humanas
(Maslow)11.
A PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES
HUMANAS DE MASLOW
A pirâmide é uma figura geométrica formada
por triângulos, com a base mais larga do que
o topo. Quando dividida em faixas horizontais,
cada estágio representa um nível hierárquico.
Para criar uma forma de estratificar e hierar-
quizar as necessidades estéticas do sorriso, to-
mou-se como referência principal a pirâmide de
Maslow11, também chamada de “pirâmide de hie-
rarquia das necessidades humanas de Maslow”.
Esse foi um conceito criado na década de 50 pelo
psicólogo norte-americano  Abraham H.  Maslow,
e seu objetivo foi determinar o conjunto de condi-
ções necessárias para que um indivíduo alcance a
satisfação, seja ela pessoal ou profissional. O  dia-
grama em formato de pirâmide é usado para de-
monstrar a hierarquia dessas necessidades, ou seja,
descreve quais são as mais básicas (base da pirâ-
mide) e as mais elaboradas (topo). As necessidades
da base são aquelas consideradas essenciais para
a sobrevivência, enquanto as mais complexas são
importantes para alcançar a satisfação pessoal e
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Seixas MR
profissional.  Para Maslow, as necessidades do ser
humano precisam ser saciadas de maneira hierár-
quica, isto é, antes de começar a pensar nas suas
necessidades de segurança, um indivíduo precisa
contar com a satisfação de todas as necessidades
fisiológicas, agrupadas na seção anterior (Fig. 2) .
O intuito do presente artigo, obviamente, não
será explanar sobre os níveis da pirâmide de
Maslow11, mas apenas creditá-la como fonte ins-
piradora para a criação da Pirâmide das Neces-
sidades Estéticas do Sorriso (Fig. 3).
A PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES
ESTÉTICAS DO SORRISO
A escolha dessa figura geométrica intencio-
na deixar clara a ideia de que, à medida que
tratamos as necessidades estéticas existentes
Figura 3: Pirâmide das necessidades estéticas do sorriso estratificada em quatro níveis.
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A pirâmide das necessidades estéticas do sorriso
em cada um dos níveis hierárquicos — saindo
da base em direção ao topo —, mais próximos
estaremos de um resultado ideal. Ou seja, o
objetivo é alcançado de maneira escalonada.
A ordem ascendente dos níveis não determina
11
qual deles é mais ou menos importante; ela é
baseada na sequência mais adequada e mais
comumente utilizada pela imensa maioria das
abordagens estéticas transdisciplinares12,13,14.
Quanto mais níveis são avaliados e, se preciso,
incluídos no planejamento, maiores as chan-
ces de sucesso.
No planejamento inicial, nem sempre todas as
necessidades estéticas presentes são identifi-
cadas. É comum percebermos que, à proporção
que os problemas da base são resolvidos, de-
mandas pertencentes aos níveis superiores po-
dem ganhar maior percepção e importância.
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 Seixas MR A pirâmide das necessidades estéticas do sorriso

OS NÍVEIS HIERÁRQUICOS dos dentes, a localização dos pontos de contato, a

Nível 1 – a base da pirâmide
No primeiro nível, estão agrupados os problemas
relacionados com o posicionamento dentoesque-
lético. Para listá-los, devemos avaliar itens como o
alinhamento, nivelamento e as inclinações axiais
proporção dentária regressiva, a curva do sorri-
so, os corredores bucais e a exposição gengival5-8.
Diagnosticar a etiologia dos problemas listados e
compreender se são de origem puramente den-
toalveolar (Fig. 4) ou dentoesquelética (Fig. 5) de-
termina se o planejamento será de cunho orto-
dôntico ou ortodôntico-cirúrgico.

A B C

Figura 4: Exemplos de necessidades

estéticas do sorriso relacionadas ao
posicionamento dentoalveolar: A) api-
nhamento anterossuperior, B) diaste-
mas anterossuperiores, C) inversão da
curva do sorriso, D) corredores bucais
aumentados pela inclinação lingual dos
dentes posterossuperiores e E) protru-
são e expansão dos dentes superiores. D E

A B C

Figura 5: Exemplos de necessidades

estéticas do sorriso relacionadas ao
posicionamento dentoesquelético:
A) reduzida exposição dos dentes
superiores, em decorrência de defi-
ciência vertical maxilar, B) mordida
cruzada posterior provocada por
assimetria mandibular, C) sorriso
gengival causado por excesso vertical D E
maxilar, D) mordida cruzada anterior,
em decorrência de prognatismo mandibular e E) protrusão superior, mordida aberta e corredores bucais aumentados
pela deficiência transversa da maxila.

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Nível 2 amelocementária dos dentes e, consequentemente,

O segundo nível da pirâmide reúne as necessida-
des estéticas periodontais, mais precisamente fa-
lando, aquelas relacionadas à coloração, volume
e arquitetura gengival (Fig. 6, 7 e 8). Para identifi-
cá-las, deve-se observar a harmonia do contorno
gengival, a presença de aumentos e/ou recessões,
situações de erupção passiva alterada, o aspecto do
freio interincisivos e labial, assim como das papi-
las, a existência de espaços negros e as alterações
de cor da gengiva, por razões inflamatórias ou
pela presença de manchas melânicas. Em grande
parte dos casos, a movimentação dentária orto-
dôntica promove o correto nivelamento da junção
do contorno gengival15,16. No entanto, frente à pre-
sença de aumentos e recessões gengivais, a Perio-
dontia precisa contribuir em prol de um melhor re-
sultado, por meio de promoção de saúde bucal e/ou
de procedimentos da cirurgia plástica mucogengi-
val17,18,19. É importante salientar que as técnicas pe-
riodontais utilizadas para harmonizar o contorno
gengival, sejam elas de aumento de coroa (com ou
sem osteotomia) ou recobrimento gengival, podem
ser solicitadas antes, durante e após o tratamento
ortodôntico. Quando realizadas previamente à fase
de finalização, permitem ao ortodontista uma veri-
ficação mais confiável do posicionamento dentário
ideal antes da remoção do aparelho.

Figura 6: Exemplo de necessidade

estética do sorriso relacionada ao
aspecto periodontal: aumentos
decorrentes de um quadro de erupção
A B
passiva alterada.

Figura 7: Exemplos de necessidades

estéticas do sorriso relacionadas ao
aspecto periodontal: alterações do
A B
contorno gengival decorrentes da
presença de aumentos e recessões
gengivais (A), aumentos gengi-
vais (B) hipertrofia papilar de etio-
logia inflamatória, entre os incisivos
superiores (C), presença de aumen-
tos gengivais na região de incisivos,
pequeno lábio duplo superior e freio
labial com inserção baixa, limitando a
C D
movimentação do lábio superior (D).

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A B C

Figura 8: Exemplos de necessidades estéticas do sorriso relacionadas ao aspecto periodontal: alterações do contorno
gengival decorrentes da presença de recessões gengivais posteriores, mais aparentes nas unidades 13 e 23 (A), de reces-
sões gengivais posteriores associadas à presença de lesões cervicais não cariosas, recessão papilar anterior e presença de
“black space” entre os incisivos centrais (B) e de recessões gengivais na hemiarcada superior esquerda, mais evidentes
nas unidades 22 e 23 (C).

Nível 3
No terceiro nível da pirâmide, são listados os
problemas envolvendo as características dentá-
rias — forma, tamanho, volume, proporção e textu-
ra dentária —, as quais podem ser identificadas ao
se avaliar a anatomia, o contorno, a espessura, rela-
ção largura/altura e a topografia de superfície dos
dentes, o desenho da silhueta incisal, o tamanho e
contorno das ameias e a caracterização das bordas
incisais (Fig. 9, 10 e 11). A maior parte das necessi-
dades estéticas encontradas nesse nível da pirâmi-
de necessitará de intervenções das especialidades
restauradoras, como a dentística e a prótese20,21,22,24.
Em algumas situações e por razões diversas, res-
taurações provisórias podem ser necessárias antes
e durante o tratamento ortodôntico, mas a grande
maioria dos procedimentos restauradores definiti-
vos só deve ser realizada após resolução completa
dos problemas de posicionamento dentário (Nível 1)
e estéticos periodontais (Nível 2)22,24.

A B

Figura 9: Exemplos de necessidades

estéticas do sorriso relacionadas às
características dentárias: alteração na
coloração dos dentes por pigmen-
tação de origem extrínseca (A e B) e
presença de manchas brancas pro-
venientes de um quadro de fluorose
C D
dentária (C e D).

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Ainda nesse degrau hierárquico, são agrupadas
as alterações de coloração dentária, as quais po-
dem ser de aspecto generalizado ou localizado, de
etiologia histológica, traumática ou endodôntica,
e/ou decorrentes de pigmentações escurecidas de
origem extrínseca. O tratamento de grande parte
desses casos conta com recursos utilizados pela
Dentística, como a microabrasão e o clareamento
dentário. Em algumas situações, principalmente
envolvendo manchas escuras, profundas e difí-
ceis de clarear por meio de métodos mais conser-
vadores, a Endodontia e Prótese precisam par-
ticipar do tratamento, utilizando clareamentos
internos, laminados ou mesmo coroas protéticas
em porcelana20-24. Pensando na ordem cronoló-
gica ideal das intervenções existentes no Nível 3,
tem-se, primeiramente, o clareamento dentário,
seguido da restauração definitiva dos dentes.

A B

Figura 10: Exemplos de necessidades

estéticas do sorriso relacionadas às
características dentárias: alterações
na coloração dos dentes, localizadas
e de origem endodôntica, envolvendo
caninos superiores (A e B) e incisivos
C D
centrais superiores (C e D).

A B C

Figura 11: Exemplos de necessidades

estéticas do sorriso relacionadas às
características dentárias: desgastes
dentários alterando o contorno incisal
superior (A), presença de desgastes inci-
sais superiores e erosões nas unidades
D E
#11 e #21, alterando as dimensões e
textura da faces vestibulares dessas
unidades (B), presença de incisivos superiores com forma, dimensões e proporções desfavoráveis (C), microdontia de incisivos
laterais superiores (D), ausência congênita da unidade #12 e unidade #22 com formato conoide (E).

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 Seixas MR
Nível 4 – o topo da pirâmide
O quarto e último nível da pirâmide reúne as
necessidades estéticas relacionadas às caracte-
rísticas e ao comportamento dos tecidos moles
peribucais (Fig.  12). Os lábios emolduram o sor-
riso e seu volume tecidual parece influenciar na
magnitude e no desenho do chamado “descorti-
namento” labial5,25,26,27. Da mesma forma, o padrão
de contração de toda a musculatura peribucal,
assim como o comportamento das comissuras
A B C
Figura 12: Exemplos de necessida-
des estéticas do sorriso relacionadas
aos aspectos peribucais: espessura
reduzida e hipermobilidade do
lábio superior associadas ao sorriso
gengival (A e B), hipermobilidade
muscular e labial promovendo o D E
“descortinamento” excessivo de um
sorriso do tipo “complexo” 5,25,26,27 (C), e assimetria de sorrisos causada por padrões desiguais de contração labial
inferior entre os lados direito e esquerdo (D e E).
DISCUSSÃO
Assim como é difícil encontrar seres humanos
completamente plenos e satisfeitos com todas
as suas necessidades, é verdade que rarissima-
mente encontramos sorrisos considerados “ab-
solutamente perfeitos”. Dentes claros e apre-
sentando belas características morfoestrutu-
rais, corretamente posicionados entre si, com
os lábios e com a face, suportados e protegidos
[ 42 ]
A pirâmide das necessidades estéticas do sorriso
durante o sorriso, podem favorecer ou desfavore-
cer a sua beleza e harmonia25,26,27, ainda que todos
os aspectos descritos nos Níveis 1, 2 e 3 estejam
favoráveis. Sorrisos nos quais os lábios se con-
traem de modo assimétrico podem ter percepção
estética mais desfavorável. Excesso de contração
muscular e labial podem aumentar a exposição
gengival ao sorrir25,26,27. Esses  pacientes podem
ser beneficiados com alguns procedimentos ad-
vindos da harmonização orofacial, como a apli-
cação de toxina botulínica26,27,28.
por um periodonto saudável e emoldurados
equilibrada e simetricamente pelos tecidos pe-
ribucais dificilmente estão presentes, conjunta-
mente, em um indivíduo. 
Como a Ortodontia e a Cirurgia Bucomaxilofacial
estão relacionadas, específica e principalmente,
com a necessidade localizada na base da pirâmi-
de  — posicionamento dentoesquelético —, elas fi-
guram como as especialidades de maior prioridade
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hierárquica na construção de sorrisos, visto que o
conceito das abordagens estéticas atuais começa
de fora para dentro, da face para a dentição, do ma-
cro para o micro. A identificação e a listagem dos
itens a serem abordados nos degraus mais superio-
res da pirâmide possibilitam ao ortodontista e/ou
ao cirurgião bucomaxilofacial informar e sugerir
aos seus pacientes maior aprimoramento estético
do resultado obtido pelo tratamento ortodôntico ou
ortodôntico-cirúrgico, assim como encaminhá-los
para as respectivas especialidades afins.
Essa proposta de organização dos planejamentos
transdisciplinares pode ser muito valiosa para que
as especialidades relacionadas aos degraus supe-
riores da pirâmide, como a Periodontia, a Dentística,
a Prótese, a Endodontia e a harmonização orofacial,
compreendam suas posições hierárquicas ideais e
percebam que, sem um bom posicionamento den-
tário, suas abordagens podem ser esteticamente in-
suficientes ou exigir maior custo biológico em curto
e longo prazo (como o alinhamento dentário obtido
por meio de laminados, por exemplo).
Sorrisos esteticamente comprometidos nem
sempre possuem necessidade de tratamento em
todos os níveis da pirâmide. Aqueles que apre-
sentam exclusivamente más posições dentárias
precisam somente da Ortodontia. Mas há os que
exibem problemas nos quatro níveis descritos.
Para esses casos, a abordagem ideal requer uma
condução transdisciplinar e, quanto mais es-
pecialidades participarem do tratamento, mais
próximos estaremos da excelência estética. Es-
calar um, dois, três ou todos os níveis da pirâ-
mide significa optar por um resultado final bom,
ótimo ou excelente.
Normalmente, a listagem das necessidades es-
téticas do sorriso, suas possibilidades terapêu-
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A pirâmide das necessidades estéticas do sorriso
ticas e a definição da sequência ideal do fluxo
transdisciplinar são estipuladas e sugeridas
pelo ortodontista. Mas nem sempre as percep-
ções e desejos estéticos dos pacientes coinci-
dem com a busca dos profissionais, visto que
o conceito de “belo” tem enorme relação com a
subjetividade. Um incisivo escurecido pode pro-
vocar mais insatisfação estética do que dentes
desalinhados, por exemplo. Às vezes, manchas
claras de fluorose são prioridade de tratamen-
to para um indivíduo portador de uma Classe II
por deficiência mandibular, com apinhamento e
biprotrusão severa. Por essa razão, a orientação
científica e ética sobre a relação custo-benefí-
cio das abordagens estéticas transdisciplinares
deve ser sempre realizada para que as decisões
sejam pautadas em informação, e não apenas
em desejos e gostos pessoais de ambas as partes.
CONCLUSÕES
» O planejamento do tratamento ortodôntico e/ou
ortodôntico-cirúrgico deve organizar em etapas
não apenas o seu curso mecânico costumaz,
mas a resolução de todos os problemas esté-
ticos presentes no sorriso, de modo a progra-
mar a sequência ideal de uma possível abor-
dagem transdisciplinar.
» A estratificação e a hierarquização das necessi-
dades estéticas do sorriso podem facilitar a vi-
sualização do fluxo ideal do tratamento, assim
como a comunicação entre profissionais e pa-
cientes, e entre colegas de especialidades afins.
» Nem sempre o grau de importância atribuí-
do por profissionais da Odontologia às ne-
cessidades estéticas do sorriso coincide com
o dos pacientes. As preferências pessoais e a
subjetividade presentes nas escolhas indivi-
duais devem ser respeitadas em todas as de-
cisões a serem tomadas.
[ 43 ]
 Seixas MR A pirâmide das necessidades estéticas do sorriso

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Como citar: Seixas MR. A pirâmide das necessidades estéticas do sorriso.

Rev Clín Ortod Dental Press. 2019 Ago-Set;18(4):34-44.

Enviado em: 28/05/2019 - Revisado e aceito: 01/07/2019

DOI: https://doi.org/10.14436/1676-6849.18.4.034-044.est

Endereço para correspondência: Máyra Reis Seixas

E-mail: mayraorto@yahoo.com.br

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