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Energianuclearesustentabilidadeblucher PDF
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S é r i e S U S T E N TA B I L I D A D E
Energia Nuclear
e Sustentabilidade
S é r i e S U S T E N TA B I L I D A D E
José Goldemberg
Coordenador
Energia Nuclear
e Sustentabilidade
VOLUME 10
Energia Nuclear
© 2010 Leonam dos Santos Guimarães
João Roberto Loureiro de Mattos
Editora Edgard Blucher Ltda.
Ficha Catalográfica
Rua Pedroso Alvarenga, 1.245, 4-º andar Guimarães, Leonam dos Santos
04531-012 – São Paulo – SP – Brasil Energia nuclear e sustentabilidade / Leonam
Tel.: 55 (11) 3078-5366 dos Santos Guimarães; João Roberto Loureiro
editora@blucher.com.br de Mattos. -- São Paulo: Blucher, 2010. --
www.blucher.com.br (Série sustentabilidade; v. 10 / José
Goldemberg, coordenador)
ISBN 978-85-212-0571-5
Segundo Novo Acordo Ortográfico, conforme 5. ed.
do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, 1. Desenvolvimento sustentável 2. Energia
Academia Brasileira de Letras, março de 2009. nuclear 3. Física nuclear 4. Política nuclear
5. Poluição radioativa I. Mattos, João Roberto
Loureiro. II. Goldemberg, José. III. Título.
IV. Série.
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer
meios, sem autorização escrita da Editora. 10-12157 CDD-333.7924
Todos os direitos reservados pela Índices para catálogo sistemático:
Editora Edgard Blücher Ltda. 1. Energia nuclear e sustentabilidade:
Economia 333.7924
Apresentação
Prof. José Goldemberg
Coordenador
Referências bibliográficas
Matthews, Donella H. et al. The limits to growth. New York: Universe
Books, 1972.
WCED. Our common future. Report of the World Commission on Envi-
ronment and Development. Oxford: Oxford University Press, 1987.
Prefácio
Leonam dos Santos Guimarães
João Roberto Loureiro de Mattos
Conteúdo
Introdução, 13
9 Anexo, 143
Introdução
_
1
Agência Internacional de Energia (AIE). World Energy Outlook 2004. Paris. ca-
pítulo 10. pp. 329-355. Disponível em: <http://lysander.sourceoecd.org/vl=4592997/
cl=37/nw=1/rpsv/cgi-bin/fulltextew.pl?prpsv=/ij/oecdthemes/99980053/v2004n22/s1/
p1l.idx> Acesso em: 10 set. 2009.
_
2
Agência Internacional de Energia (AIE). International Energy Outlook 2009. Paris,
2009. 274p. Disponível em: <http://www.eia.doe.gov/oiaf/ieo/pdf/0484(2009).pdf>.
Acesso em: 05 jun. 2009.
3
A OCDE é uma organização internacional de países comprometidos com os princí-
pios da democracia representativa e a economia de livre mercado. Compõe-se de 30
membros: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca,
Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda,
Islândia, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos,
Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia.
4
Agência Internacional de Energia (AIE). World Energy Outlook 2004, Paris, capítu-
lo 10, p. 329-355. Disponível em: <http://lysander.sourceoecd.org/vl=4592997/cl=37/
nw=1/rpsv/cgi-bin/fulltextew.pl?prpsv=/ij/oecdthemes/99980053/v2004n22/s1/p1l.
idx>. Acesso em: 10 set. 2009.
5
Agência Internacional de Energia (AIE). World Energy Outlook 2004. Paris, capítu-
lo 10, p. 329-355. Disponível em: <http://lysander.sourceoecd.org/vl=4592997/cl=37/
nw=1/rpsv/cgi-bin/fulltextew.pl?prpsv=/ij/oecdthemes/99980053/v2004n22/s1/p1l.
idx>. Acesso em: 10 set. 2009.
6
Há dúvidas sobre a exatidão dos dados oficiais do PIB da China. Muitos estudos têm
concluído que as estatísticas oficiais exageram as taxas de crescimento de produtivida-
de e subestimam o PIB. Isso poderia explicar por que o crescimento da produtividade da
China é muito elevado em relação a outros países. (Fonte: WEO2004.)
China e
Ásia oriental
Oriente Sul 195,1 72,5
África do norte médio da Ásia
1,7 1,6
21,4 5,1 413,9 455,6
África
subsaariana
587,1 618,1
América
Latina
34,1 12,8
_
7
Agência Internacional de Energia (AIE). World Energy Outlook 2009 – Key Graphs.
Disponível em: <http://www.iea.org/country/graphs/weo_2009/fig2-10.jpg>. Acesso
em: 10 nov. 2009.
8
Agência Internacional de Energia (AIE). World Energy Outlook 2004. Paris, capítu-
lo 10, p. 329-355. Disponível em: <http://lysander.sourceoecd.org/vl=4592997/cl=37/
nw=1/rpsv/cgi-bin/fulltextew.pl?prpsv=/ij/oecdthemes/99980053/v2004n22/s1/p1l.
idx>. Acesso em: 10 set. 2009.
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
IHD
0,4
0,3
OCDE
0,2
Não OCDE
0,1
0,0
0 2 4 6 8 10 12 14
Demanda de energia primária per capita (tep/hab.)9
Nota: Os indicadores são médias ponderadas da população com base nos 64 países em desenvolvimento para os
quais existem dados disponíveis.
Fonte: Adaptado da análise da AIE relativa ao PNUD (2004).
_
12
Agência Internacional de Energia (AIE). World Energy Outlook 2002. Paris, ca-
pítulo 13, p. 368. Disponível em: <http://titania.sourceoecd.org/vl=2224027/cl=66/
nw=1/rpsv/cgi-bin/fulltextew.pl?prpsv=/ij/oecdthemes/99980053/v2002n16/s1/p1l.
idx>. Acesso em: 20 ago. 2009.
GLP e querosene: 4%
Petróleo, outros: 45%
Eletricidade: 7% Carvão: 12%
Gás: 4%
Eletricidade: 19%
GLP e querosene: 5%
Figura 1.3 – Consumo final de energia per capita por tipo de combustível e proporção de pessoas na pobreza nos países
em desenvolvimento, 2002.
Fonte: Adaptado da análise da AIE relativa ao PNUD (2004).
1,0
Austrália Estados Unidos Canadá Noruega
Argentina Polônia
0,9
México
Índice de desenvolvimento humano (IDH)
Japão Kuwait
0,8
França
Brasil Federação Russa
0,7 Holanda
China Arábia Saudita Itália
0,6 Índia África do Sul Reino Unido
Paquistão Alemanha
0,5 Israel
República da Coreia
0,4 Zâmbia
0,3 Níger
0,2
0,1
0,0
0 2.500 5.000 7.500 10.000 12.500 15.000 17.500 20.000 22.500 25.000 27.500
Consumo de eletricidade (kWh/pessoa × ano)
Figura 1.4 – Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o consumo per capita de eletricidade, 2003 – 2004.
Fonte: Adaptado da análise do PNUD (2006) pelo InterAcademy Council14.
Nota: A média mundial do IDH é igual a 0,741. O consumo médio de eletricidade no mundo é de 2.490 kWh por
pessoa/ano, que se traduz em cerca de 9 gigajoules (GJ)/pessoa/ano [10.000 quilowatts (kWh) = 36 GJ].
_
15
O consumo per capita de eletricidade em alguns países europeus, como Suécia e
Noruega, é maior do que nos Estados Unidos (IAC, 2008).
16
InterAcademy Council (IAC). Lighting the Way Toward Sustainable Energy Fu-
ture. Amsterdã, 2008, Capítulo 1, p. 14. Disponível em: <http://www.interacade-
mycouncil.net/Object.File/Master/12/060/1.%20The%20 Sustainable %20Energy%20
Challenge.pdf>. Acesso em: 14 set. 2009.
14
InterAcademy Council (IAC). Lighting the Way Toward Sustainable Energy Fu-
ture. Amsterdã, 2008, Capítulo 1, p. 14. Disponível em: <http://www.interacade-
mycouncil.net/Object.File/Master/12/060/1.%20The%20Sustainable %20Energy%20
Challenge.pdf>. Acesso em: 14 set. 2009.
Índice, 1990 = 1
3,00
Histórico Projeções
2,50
Geração líquida
2,00 de eletricidade
0,50
0,00
1990 2000 2006 2010 2020 2030
Figura 1.5 – Crescimento da geração de energia elétrica e do consumo total da energia mundial 1990-2030.
Fontes: IEO2009. Histórico: Energy Information Administration (EIA), International Energy Annual 2006
(jun.-dez. 2008). Disponível em: <www.eia.doe.gov/iea>.Acesso em: 6 out. 2009. Projeções: EIA, World Energy
Projections Plus (2009).
Tabela 1.3 – Geração líquida de energia elétrica por fonte na OCDE e fora da OCDE,
2006-2030 (Trilhões de kWh)
Mudança
Região 2010 2015 2020 2025 2030 percentual
2006 média
2006-2030
Líquidos 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 –0,4
Gás natural 2,0 2,2 2,4 2,7 3,0 3,1 1,8
Carvão 3,9 3,9 4,0 4,0 4,0 4,3 0,6
OCDE
35,00
Histórico Projeções
Total
30,00
25,00
20,00
Trilhões de kWh
DE
Não OC
15,00 OCDE
10,00
5,00
0,00
1980 1990 2000 2006 2010 2020 2030
_
17
Geração líquida: O valor da produção bruta menos a energia elétrica consumida na
estação geradora (s) na estação de serviço ou auxiliares. Obs.: A eletricidade ne-
cessária para o bombeamento nas plantas é considerada como a eletricidade para a
estação de serviço e é deduzida da geração bruta.
14,00
Histórico Projeções
12,00
Ásia não OCDE
10,00
Oriente Médio
África
Trilhões de kWh
8,00
Américas Central e do Sul
Europa e Eurásia não OCDE
6,00
4,00
2,00
0,00
1980 1990 2000 2006 2010 2020 2030
Figura 1.7 – Geração líquida de energia elétrica, por região, países não membros da OCDE 1980-2030.
Fontes: Histórico: Energy Information Administration (EIA), International Energy Annual 2006 (jun.-dez. 2008).
Disponível em: <www.eia.doe.gov/iea>. Acesso em: 6 out. 2009. Projeções: EIA, World Energy Projections Plus
(2009).
Carvão
No caso de referência do IEO2009, o carvão continua a responder
pela maior participação na produção mundial de energia elétrica, por
uma larga margem (Figura 1.8). Em 2006, a produção de carvão foi
responsável por 41% do fornecimento de eletricidade no mundo; em
2030, sua participação está projetada para ser de 43%. Sustentada pe-
los preços elevados do petróleo e do gás natural, a geração por carvão
torna-se economicamente cada vez mais interessante, em especial em
nações que possuem grandes reservas desse mineral, tais como a Chi-
na, a Índia e os Estados Unidos. A geração mundial líquida de eletrici-
dade a partir do carvão quase duplica ao longo do período de projeção,
passando de 7,4 trilhões de kWh em 2006 para 9,5 trilhões de kWh em
2015 e 13,6 trilhões de kWh em 2030.
As perspectivas para a geração a partir do carvão podem ser alte-
radas substancialmente por acordos internacionais para a redução de
emissões de gases de efeito estufa. O carvão é a fonte de energia mais
utilizada no mundo para geração de energia e também a fonte de ener-
gia mais intensiva na emissão de carbono. Caso os custos, implícitos ou
explícitos, sejam aplicados às emissões de dióxido de carbono, existem
várias alternativas tecnológicas não emissoras ou com baixas emissões
que são hoje comercialmente comprovadas, ou que estão em desenvol-
vimento e que poderiam ser usadas para substituir usinas de geração
Líquidos
Nuclear
Renováveis
Gás natural
Carvão
ões de kWh
Trilhões
Gás natural
Durante o período de projeção do IEO2009 – 2006 a 2030 –, a gera-
ção de energia elétrica por usinas que utilizam o gás natural aumenta
em 2,7% ao ano, tornando-a a fonte de mais rápido crescimento, depois
Energia nuclear
Para o caso de referência do IEO2009, a produção de eletricidade
a partir de energia nuclear está projetada para um aumento de cerca
de 2,7 trilhões de kWh, em 2006, para 3,8 trilhões de kWh em 2030,
tendo em vista a preocupação com os preços crescentes dos combus-
tíveis fósseis, a segurança energética e as emissões de gases de efeito
estufa. Os preços elevados dos combustíveis fósseis permitem que a
energia nuclear se torne economicamente competitiva com a geração a
partir do carvão, do gás natural e dos combustíveis líquidos, apesar dos
custos relativamente elevados de capital associados às nucleoelétricas.
_
18
Agência Internacional de Energia (AIE), International Energy Outlook 2009,
Paris, 2009, Capítulo 5, p. 63-84. Disponível em: <http://www.eia.doe.gov/oiaf/ieo/
pdf/0484(2009).pdf>. Acesso em: 5 jun. 2009.
Trilhões de kWh
Figura 1.9 – Geração mundial líquida de eletricidade de fonte nuclear por região, 2006-2030.
Fontes: Histórico: Energy Information Administration (EIA), International Energy Annual 2006 (jun.-dez.
2008). Disponível em: <www.eia.doe.gov/iea>. Acesso em: 6 out. 2009. Projeções: EIA, World Energy Projections
Plus (2009).
Geotérmica 35 45 54 57 59 62 2,4
Outras 212 263 354 438 487 513 3,7
Total OCDE 1.635 1.888 2.222 2.515 2.756 2.948 2,5
Hidrelétrica 1.723 2.060 2.491 2.911 3.098 3.242 2,7
Eólica 14 53 82 115 150 372 14,6
Fora da OCDE
Geotérmica 19 29 40 42 45 47 3,8
Outras 33 41 64 83 100 114 5,3
Total Fora da OCDE 1.790 2.184 2.676 3.151 3.393 3.776 3,2
Hidrelétrica 2.997 3.381 3.887 4.359 4.594 4.773 2,0
Eólica 127 312 500 687 864 1.214 9,9
Mundo
maioria dos países da OCDE deve vir de fontes não hidrelétricas, sobre-
tudo a eólica e a de biomassa. Muitos países da OCDE, sobretudo os da
Europa, têm políticas de governo que incluem incentivos fiscais para ta-
rifas de aquisição21 e de quotas de mercado que incentivem a construção
de novas instalações de geração de eletricidade por energia renovável.
Nos países não pertencentes à OCDE, é esperado que a energia hidre-
létrica seja a fonte predominante no crescimento da energia renovável.
O forte crescimento na geração hidrelétrica resultará principalmente de
usinas de médio e grande porte que serão construídas na China, na Ín-
dia, no Brasil e em algumas nações do Sudeste Asiático, como o Vietnã
e o Laos. Taxas elevadas de crescimento de geração elétrica por energia
eólica também são esperadas nos países não pertencentes à OCDE. Os
acréscimos mais importantes de fornecimento de eletricidade gerada a
partir de energia eólica devem ocorrer na China.
As projeções do IEO2009 para fontes renováveis de energia incluem
apenas energias renováveis comercializadas. Biocombustíveis não co-
merciais, a partir de recursos vegetais e animais, são, entretanto, uma
importante fonte de energia, notadamente nos países em desenvol-
vimento fora da OCDE. A AIE estimou que cerca de 2,5 bilhões de
pessoas nos países em desenvolvimento dependem da biomassa tra-
dicional como combustível principal para cozinhar22. Combustíveis e
energias renováveis distribuídos e não comercializados (energia renová-
vel consumida no local de produção, como a energia solar fora da rede,
obtida com painéis fotovoltaicos) não estão incluídos nas projeções, no
entanto, porque os dados globais sobre sua utilização não estão dispo-
níveis. Além disso, o impacto total da crise econômica global atual e da
crise de crédito sobre o potencial de crescimento no mercado das ener-
gias renováveis não é conhecido. O caso de referência pressupõe que
esses problemas podem atrasar alguns projetos no curto prazo, mas não
afetará o crescimento a longo prazo de eletricidade gerada a partir de
recursos renováveis.
_
21
O regime tarifário denominado feed-in é uma estrutura de incentivos para encorajar a
adoção de energias renováveis por meio de legislação do governo. No âmbito dessa es-
trutura tarifária, empresas de serviços públicos regionais ou nacionais são obrigadas a
comprar energia renovável a um ritmo superior ao crescimento do varejo, garantindo
ao gerador de fonte renovável um retorno positivo de seu investimento e permitindo
que as fontes renováveis de energia superem as desvantagens de preços.
22
International Energy Agency, World Energy Outlook 2008, Paris, nov. 2008, p. 117.
_
23
IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática) (2007), Mudança de Cli-
ma 2007: Sumário para Formuladores de Políticas, Contribuições dos Grupos
de Trabalho I, II e III ao IV Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental
sobre Mudança do Clima, editores R. K. Pachauri, e A. Reisinger, IPCC, Genebra,
tradução de Anexandra de Ávila Ribeiro. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/in-
dex.php/content/view/50401.html>. Acesso em: 2 nov. 2009.
24
Níveis de estabilização entre 445 e 490 ppm de CO2e (entre 350 e 400 ppm de CO2)
correspondem a aumentos de temperatura entre 2,0 °C e 2,4 °C. A 550 ppm de CO2e,
haveria uma probabilidade de 24% de um aumento de temperatura superior a 4 °C.
Essa ampla faixa reflete as incertezas associadas com os diferentes caminhos de
emissão e à sensibilidade do clima às emissões (IPCC, 2007).
_
25
Alguns estudos, como Hansen et al. (2008), sugeriram que mesmo se o limite de ele-
vação de 1 °C de temperatura fosse definido, o perigo de sua interferência no sistema
climático deveria ser evitado. Isso exigiria uma estabilização do CO2eq no nível de
400 ppm, o que seria bastante mais exigente que os cenários mais ambiciosos do IPCC
Fourth Assessment Report (IPCC, 2007).
600
Concentração (ppm CO2 equivalente)
500 600
550
400 500
450
300
280
0 °C 1 °C 2 °C 3 °C 4 °C 5 °C
Níveis pré-industriais Aumento da temperatura global média
acima dos níveis pré-industriais de equilíbrio
Riscos irreversíveis Aumento de risco de reações perigosas e mudanças abrutas no sistema climático
Figura 1.10 – Efeitos potenciais da estabilização das concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa em diferentes
níveis.
Fonte: Adaptado do WEO2008, p. 412, baseado no Quarto Relatório do IPCC (2007).
14
Petróleo
12 Gás
Carvão
10
8
Gt CO2
0
2006 2020 2030 2006 2020 2030
OCDE Não OCDE
Figura 1.11 – Emissões de CO2 de plantas de geração elétrica por combustível e região no cenário de referência.
Fonte: Adaptado do WEO2008, Capítulo 16, p. 392.
0,7 0,68
0,65
0,61
0,6 0,57 0,56
0,53
0,5 0,47
Toneladas de CO2 por MWh
0,44
0,40
0,4
0,3
0,2
0,1
0
2006 2020 2030
Mundo OCDE Não OCDE
Figura 1.12 – Intensidade de CO2 na geração elétrica por região no cenário de referência.
Fonte: Adaptado do WEO2008, Capítulo 16, p. 392.
Tabela 1.5 – Emissões de CO2 por setor no Brasil (em milhões de toneladas de CO2)
Cenário de baixo
Em 2008 Tendência para 2030
carbono para 2030
Energia 232 458 297
Transporte 149 245 174
Resíduos 62 99 18
Desmatamento 536 533 196
Pecuária 237 272 249
Agricultura 72 111 89
Emissões Brutas 1.288 1.718 1.023
Emissões Totais (menos sequestro de carbono) 1.259 1.697 810
Fonte: Banco Mundial apud Folha de São Paulo (24 nov. 2009)26.
_
26
Folha de S. Paulo, “Brasil inflou dados de CO2 para 2020, sugere estudo”, 24
nov. 2009. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/
ult10007u656701.shtml>. Acesso em: 24 nov. 2009.
27
Veja Seção 1.4.
Cenário de Cenário de
Em referência baixo carbono
2008 em 2030 em 2030
2% Resíduos (lixo)
31% Desmatamento
19% Desmatamento
42% Desmatamento
6% Pecuária
17% Transporte
5% Resíduos (lixo) 14% Transporte
11% Transporte
29% Energia
27% Energia
18% Agricultura
_
28
Folha de São Paulo, “Brasil inflou dados de CO2 para 2020, sugere estudo”,
24 nov. 2009. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/
ult10007u656701.shtml>. Acesso em: 24 nov. 2009.
O Cenário 450
O cenário 450 analisa medidas para forçar a redução das emissões
de CO2 relacionadas com a energia para uma trajetória que, combinada
com as emissões fora do setor da energia, seja coerente com uma esta-
bilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em
450 ppm. Nesse nível de concentração é esperado um aumento de 2 °C
na temperatura global.
Políticas e
Edificações Medidas
Nacionais
Políticas e
Edificações Medidas
Nacionais
45
Outros 40,2 Gt
40 Edificações
9%
Indústria 34,5 Gt
35 8%
Transporte 9% 30,7 Gt
30 Geração de 28,8 Gt 9% 15%
eletricidade 10% 26,4 Gt
10%
25 16% 9% 11%
10%
20,9 Gt 23%
Gt
17% 10%
20 10% 17%
22% 17%
14%
15 23% 23%
19%
29%
10 22% 44%
43%
41% 41%
5 36% 32%
0
1990 2007 Cenário de 2020 Cenário Cenário de 2030 Cenário
Referência 450 Referência 450
_
32
Agência Internacional de Energia (AIE), World Energy Outlook 2009 – Climate
Change Excerpt, Paris, 2009. Disponível em: <http://www.iea.org/weo/2009_excerpt.
asp>. Acesso em: 5 nov. 2009.
33
Todos os valores monetários estão expressos em dólares americanos de 2008.
_
36
OCDE International Energy Agency, World Energy Outlook 2008, OCDE, Paris (2008).
Carvão e Gás
com CAC
Nuclear
Hidro
Eólica 2007
2020
Outras renováveis 2030
_
34
Agência Internacional de Energia (AIE), World Energy Outlook 2009 – Climate
Change Excerpt, Paris, 2009. Disponível em: <http://www.iea.org/weo/2009_excerpt.
asp>. Acesso em: 5 nov. 2009.
35
CAC – Captura e Armazenamento de Carbono.
37
OCDE International Energy Agency, World Energy Outlook 2008, OCDE, Paris (2008).
42
40 Abatimento Investimento
Cenário de referência (Mt CO2) (US$ 2008 - bilhões)
38 2020 2030 2010-2020 2021-2030
36 Eficiência 2.517 7.880 1.999 5.586
34 Uso final 2.284 7.145 1.933 5.551
Gt
_
38
CAC – Captura e Armazenamento de Carbono.
39
Agência Internacional de Energia (AIE), World Energy Outlook 2009 – Climate
Change Excerpt, Paris, 2009. Disponível em: <http://www.iea.org/weo/2009_excerpt.
asp>. Acesso em: 5 nov. 2009.
40
Energy Information Administration, International Energy Outlook 2008. Us Depart-
ment of Energy, Washington, DC (2008).
180 100%
Crise de Energia em 2001
160 90%
70%
120
60%
% Armazenado
100 Armazenado
GW mês
50%
80
Produzido 40%
Apagão
60
30%
40 20%
20 10%
Afluência
0 0%
jan/99 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06
Capacidade de
NORTE armazenamento
11.901 MW/mês total do SIN
4,7% do SIN Belém São Luis
254.200 MW/mês
Tucuruí 2c Fortaleza NE
2c 50.203 MW/mês
2c
Imperatriz N/NE 19,7% do SIN
Sobradinho
P. Dutra 2c
Interligação 2c
Norte/Sul N/S
Interligação
SE/CO Norte/Nordeste
Concentra cerca de 65% 176.563 MW/mês
da capacidade de 69,5% do SIN
armazenamento do País Samambaia
Serra da Mesa 7,5% Grande
Três Marias 7,2% Rede básica do dependência
Ilha Solteira/Três Irmãos 2,2% Sudeste/Centro-Oeste de onde,
Bacia do Grade 21,7% Interligação
Bacia do Paranaíba 26,7% Sul/Sudeste quando e
quanto chove
Ibiúna
SUL Ivaiporã
15.533 MW/mês Tijuco Preto
Itaipu
6,1% do SIN Sistema de
transmissão
Interligação de Itaipu
Argentina • 3 circ. 750 kV CA
Garabi
• Elo CC ± 600 kV
Baleias-Ibiúna
14.000 16.000
ENA Norte ENA Nordeste
MWmed
Calculadas a partir das médias mensais de vazões de 1931 até 2001 multiplicadas
MWmed
12.000 14.000
Calculadas a partir das médias mensais de vazões de
1931 até 2001 multiplicadas pela produtibilidade
média dos reservatórios a 65% de armazenamento 12.000
10.000
Diferença entre 10.000 Diferença entre
Média anual
8.000 máx. e mín. 9,9/1 (MWmed) 7.811 máx. e mín. 4,8/1
Média anual 8.000
(MWmed) 6.043
6.000
6.000
63,1% da
4.000
afl. anual 4.000
57,1% da
2.000 2.000 afl. anual
8.357 11.193 13.137 13.062 8.503 4.134 2.407 1.690 1.323 1.480 2.440 4.784 13.559 14.381 14.290 11.295 6.882 4.713 3.881 3.328 2.960 3.305 5.374 9.762
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
10.000 60.000
ENA Sul ENA Sudeste
MWmed
MWmed
Calculadas a partir das médias mensais de vazões de 1931 até 2001 multiplicadas
pela produtibilidade média dos reservatórios a 65% de armazenamento Calculadas a partir das médias mensais de vazões de 1931 até 2001 multiplicadas
pela produtibilidade média dos reservatórios a 65% de armazenamento
9.000
50.000
8.000
Média anual
Diferença entre
7.000 máx. e mín. 2/1
(MWmed) 6.333 40.000
6.000 Média anual
Diferença entre
(MWmed) 30.287 máx. e mín. 3,3/1
5.000 30.000
4.000
afl. anual
2.000
10.000
50,9% da
1.000 afl. anual
5.000 5.804 4.991 4.607 5.822 6.957 7.563 6.832 7.906 9.061 6.376 5.080 48.779 51.669 48.385 36.038 26.558 22.622 18.695 15.592 15.830 19.022 24.117 36/142
jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.
60.000 250
Armazenamento em GW/mês
50.000
200
40.000
MW
150
30.000
100
20.000
10.000 50
0 0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 1950 1960 1970 1980 1990 2000
25
20
15
10
0
1070
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
70.000
60.000 Hidro
6,8% 11,3%
Termo 8,1%
50.000 7,6% 3.392 5.758
8,9% 3.823
45.000 7,9% 3.464
9,1% 3.929
40.000 3.302
3.606
35.000
MWmed
30.000
25.000 43.635 46.340 45.276
42.272 93,2%
20.000 38.464 40.066 92,4% 91,9% 88,7%
35.995 91,1%
90,9% 92,1%
15.000
10.000
5.000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Note-se que esse indicador tem uma nítida tendência de queda que
tende a se agravar com a ampliação dos aproveitamentos hidrelétricos
na Região Amazônica.
No ano de 2005, foram gerados 45.726 MWmédios (400 TWh) de
energia elétrica líquida no Sistema Interligado Brasileiro e 51.034 MW
médios (447 TWh) em 2008, correspondendo a uma taxa de crescimen-
to acima de 4% ao ano no período41, conforme Figura 1.23.
A fonte hídrica respondeu em média por 90% da geração líquida de
eletricidade no período. A complementação térmica, que tem variado
entre 7% e 12% da carga, é feita pelas fontes apresentadas na Figura
1.24, a seguir, com preponderância da geração nuclear e a gás natural,
mas com crescente contribuição da biomassa moderna.
A constância dessa demanda por complementação térmica é de-
monstrada pela Figura 1.25, que detalha a geração mês a mês. Este
gráfico mostra que a mínima geração térmica chegou a cerca de 2.200
MWmédios no período 2006-2008. Note-se que Angra 1 e Angra 2
têm uma potência instalada de 2.000 MW, o que corresponde a uma
geração líquida de cerca de 1.500 MW médios. Com a entrada em
_
41
Empresa de Pesquisa Energética (EPE/MME), Balanço Energético Nacional 2009 –
Ano Base 2008: resultados preliminares. Rio de Janeiro: EPE, 2009. 48p.
3.500
Nuclear
3.000 Gás
Carvão
2.500 Óleo
Biomassa
2.000
1.500
1.000
500
0
2002 20203 2004 2005 2006 2007 2008
54.000,00
Térmica nuclear
Mínima termo 2008
Térmica convencional 4.923 MW (novembro)
52.000,00
Hidráulica
Mínima termo 2007
2.217 MW (abril)
térmica no período
50.000,00
Mínima geração
(abril 2007)
2.217 MW
Mínima termo 2007
48.000,00 2.920 MW (janeiro)
46.000,00
44.000,00
42.000,00
40.000,00
jan.
fev.
mar.
abr.
mai.
jun.
jul.
ago.
set.
out.
nov.
dez.
jan.
fev.
mar.
abr.
mai.
jun.
jul.
ago.
set.
out.
nov.
dez.
jan.
fev.
mar.
abr.
mai.
jun.
jul.
ago.
set.
out.
nov.
dez.
Usina
Custo Energia
Receita Fixa
Tipo variável contratada
(R$/ano)
(R$/MWh) (MWmed)
Gás 685.498.186 113,16 1.391
Óleo combustível 6.817.081 608,30 19
Diesel 75.221.829 629,49 225
R$ 700,00 Biomassa 91.977.450 36,00 97
Carvão 616.790.252 67,20 546
Angra 3 1.392.945.120 18,00 1.260
R$ 600,00
R$ 500,00
Diesel
Óleo combustível
R$ 400,00
Custos (R$/MWh)
R$ 100,00
SIN (jan/2006) 75,6 8,1 1,6 2,0 0,1 1,4 2,9 91,6
250
Hidráulica Biomassa e resíduos
200 Gás natural Carvão
Eólica e outros Petróleo
150 Nuclear
MW instalados
100
50
0
SIN Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5
(jan. 2006)
Referência
Cenário 1 1.360 MW 1.000 MW 1.000 MW 2.000 MW 4.000 MW
Angra 3 NE 1 NE 2 SE 1 + SE 2
Cenário 2
Intermediário
Cenário 3 1.360 MW 1.000 MW 1.000 MW 2.000 MW 6.000 MW
Angra 3 NE 1 NE 1 + NE 2 SE 1 + SE 2 + NE 3
Cenário 5
_
43
Empresa de Pesquisa Energética (EPE/MME), Plano Nacional de Energia 2030. Rio
de Janeiro: EPE, 2007, 408 p. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/PNE/20080111_1.
pdf>. Acesso em: 5 set. 2009.