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CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

Relativamente à celebração do casamento, está ocorrerá no dia, hora e lugar


previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante
petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão de habilitação
(art. 1.533 do CC).
A ​autoridade para presidir o casamento​, nos termos do Texto Maior, é o
juiz de paz.
OBS.: JUIZ DE PAZ: O art. 98, II, da CF/1988, determina que a União, no Distrito
Federal e nos Territórios, e os Estados criarão “justiça de paz, remunerada,
composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de
quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de
ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na
legislação”.
Porém, muitas unidades da federação ainda não regulamentaram a justiça de
paz.
O ato solene relativo ao casamento ​será realizado na sede do cartório​,
com ​toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas
testemunhas​, parentes ou não dos contraentes.
Se as partes quiserem, e consentindo a autoridade celebrante, o casamento
poderá ser ​celebrado em outro edifício, público ou particular ​(art. 1.534 do CC).
No último caso, ficará o edifício particular de portas abertas durante o ato (art.
1.534, § 1.º, do CC). ​O número de testemunhas aumenta para quatro​, o que
igualmente se aplica ​se algum dos contraentes não souber ou não puder
escrever ​(art. 1.534, § 2.º, do CC).
Estando presentes os contraentes, pessoalmente ou por procurador especial
(no caso de casamento por procuração), juntamente com as testemunhas e o oficial
do registro, o presidente do ato, após ouvir dos nubentes a afirmação de que
pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento,
nos seguintes termos:
“De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de
vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados” (art.
1.535 do CC).

Após a celebração do casamento, será lavrado o assento no livro de


registro ​(art. 1.536 do CC).
No ​assento​, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, pelas
testemunhas e pelo oficial do registro, constarão:
● Os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio
e residência atual dos cônjuges;
● Os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte,
domicílio e residência atual dos pais;
● O prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da
dissolução do casamento anterior;
● A data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;
● A relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;
● O prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das
testemunhas;
● O regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em
cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não
for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido.
Nos casos de ​autorização para casar ​(menores), o seu instrumento será
transcrito integralmente na escritura antenupcial (art. 1.537 do CC).

Em relação ao ​momento de aperfeiçoamento do ato, enuncia o art. 1.514


do CC que o casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher
manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o
juiz os declara casados.
Como se pode notar, existem ​dois atos continuados que somados geram
o aperfeiçoamento do negócio, no sentido de sua ​validade: manifestação dos
nubentes + declaração do juiz.
O registro do ato está no plano da eficácia do casamento​.
Nos termos do art. 1.538 do CC, a ​celebração do casamento será
imediatamente suspensa​ se algum dos contraentes:
a) recusar a solene afirmação da sua vontade;
b) declarar que esta não é livre e espontânea;
c) manifestar​se arrependido.
O nubente que der causa à suspensão do ato não poderá retratar​se no
mesmo dia (art. 1.538, parágrafo único, do CC). Essa regra será aplicada ​mesmo
se a manifestação tiver sido ​feita em tom jocoso (animus jocandi) ou de
brincadeira.

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