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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO

ESCOLA DE CINEMA
CURSO DE DIREÇÃO CINEMATOGRÁFICA

HEIDE CABRAL RODRIGUES BRAZ

CINEMA NOVO BRASILEIRO

O Cinema Novo brasileiro se manifestou no Brasil por volta da década de 60.


Abordando críticas a realidade do Brasil, em seu início trazia suas questões ilustradas
pelo nacionalismo romântico, evoluindo para uma conscientização do
subdesenvolvimento da sociedade brasileira, que se distanciava historicamente do
mundo moderno e que deveria encontrar sua emancipação pelo cinema.

Enfrentando inúmeros problemas para a produção de filmes no país, os propulsores


desse estilo buscavam uma nova forma de fazer cinema influenciados na Nouvelle
Vague e rompendo com as referências dos anos 50: a busca por um cinema nacional
economicamente autônomo, popular, ancorado na realidade, de bom nível artístico e
dotado de uma linguagem moderna.

Sendo uma transição lenta e sofrendo retaliações devido ao golpe de estado da época,
o Cinema Novo possui 3 fases, sugerida por Fernão Ramos, em razão de seu discurso
ideológico e traços estruturais comum, que marcaram o seu proceder.

O primeiro momento mostra um Brasil marcado pelo conflito sócio-político. Era


comum uma narrativa que questionava o poder de percepção da realidade social da
população e sempre se representava um indivíduo capaz de ter uma consciência
política a instaurar uma nova ordem social. O manifesto “Estética da Fome”, de
Glauber Rocha, marca esse momento e apresenta uma narrativa muito mais focado
nos valores éticos, usando da denúncia social como um espetáculo.

Com o golpe de Estado, ocorre o enfraquecimento dos projetos nacionalistas. Um dos


filmes que mais representam essa “crise da história” é “Terra em Transe”, de Glauber
Rocha. Nesse momento, cineastas abandonaram o aspecto popular dos trabalhos e
voltaram-se a um cinema possível. O ideal de um cinema de autor conflitava com a
realidade econômica da produção.

Na busca por um modelo de produção industrial que não recusava a expressão do


autor e o compromisso ético com a verdade é que surge o terceiro momento do
Cinema Novo, no qual, a fim de não contradizer seus princípios ideológicos,
elaborou-se uma linguagem com base nas manifestações culturais populares. Surgem
então os filmes espetaculares e com usos de elementos alegóricos.

O Cinema Novo contribui muito ainda hoje no fazer cinema no Brasil. As produções e
diretores da época ainda possuem seus trabalhos estudados e influenciado o fazer
filme. Dentro seus maiores nomes e produções da época tempo, em 1961, Glauber
Rocha lançando “Barravento” e, anos depois, “Deus e o Diabo na Terra do Sol”,
ganhando notoriedade internaciona, Saraceni e seu primeiro longa," Porto das Caixas",
em 1963, Nelson Pereira dos Santos realizou "Vidas Secas", adaptação do romance de
Graciliano Ramos, Carlos Diegues e a ficção "Ganga Zumba", e Joaquim Pedro de
Andrade e o documentário de longa-metragem "Garrincha, Alegria do Povo", sem falar
do grande destaca da região nordeste nas produções, entre eles "Os Fuzis" de Ruy
Guerra.

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