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WORKSHOP DE CARTOMANCIA TRADICIONAL MÉTODO ‘ZOTT’

Antes dos naipes ganharem forma nos jogos lúdicos árabes; os povos nômades já se
utilizavam de símbolos que representavam aspectos pessoais e destino de cada clã. O
conceito é de que, só as mulheres zott tinham o dom de ler as cartas, assim como a
quiromancia se dá em parte a estes conceitos.
O sangue - fluído corporal sempre foi importantíssimo dentro da cultura nômade, e
toda orientação mágica oracular se dava por meio oral, passado de mãe para filha. No
princípio só interessava saber o destino de cada família específica e isso se dava
através da leitura nada incomum do número de gotejamentos de sangue da ‘Shuvani’
(Cigana mais antiga) em folhas de plantas específicas. Nesta época não existiam as
cartas de corte (Reis, Damas e Valetes), e apenas dois 'naipes' - se podemos dizer
assim, eram tidos como base oracular dentro dos clãs: o naipe de copas - representado
pela quantidade de sangue em folhas (de 1 a 13) e os naipes de paus - representados
por riscos em carvão nas folhas, também em números de 1 a 13.
Este oráculo, basicamente herbário era usados dentro das famílias com conceitos
próprios e específicos à necessidade do clã. Portanto, podemos dizer que
originalmente só existiam dois 'naipes’: o de copas (pelo sangue - representando a
família como um todo e seus descendentes); e o 'naipe' de paus (representando os
perigos e alertas do que já foi destruído, pelo uso de carvões restantes de ritos
fúnebres de passagem entre os zott); o uso era delicado e só manuseado por mulheres
preparadas para tal, haja vista o povo nômade cigano original ter aversão aos que já se
foram chamados de "Mulos" (espíritos maléficos).
Bem, com o passar do tempo e a miscigenação das famílias zott, talvez as mulheres
ficassem escassas, só nascendo homens; e de uma forma bem sábia e para manter seu
estilo oracular, mais dois elementos ou 'naipes' tiverem que ser incorporados a
cultura. Entretanto o domínio da riqueza (moedas e ouro) e dos trabalhos braçais/lutas
(punhal e facas) era dos homens. E como a cultura deveria ser mantida, essas mulheres
mais velhas foram obrigadas a ensinar os segredos do sangue e cinza aos homens
incorporando as estruturas materiais e de subsistência. Assim as folhas agora
passaram a serem numerados por sangue, pó carvão, ouro e cortes - dos punhais e
facas. Aí surge de fato o conjunto 'naipiano' utilizado também pelos homens, filhos
geralmente mais novos (caçulas) e que eram preparados exclusivamente para
substituir as filhas não vindas nos partos. Quanto à quiromancia (leitura das mãos)
continuaram restritas as mulheres até hoje (antropologicamente falando), pois vemos
muitos homens estudando e praticando o Drajì. Assim como a cleromancia (uso dos
dados) eram exclusivos aos homens, e hoje vemos algumas mulheres usando-os.
Quando esses povos nômades começaram a se tornar popular em suas andanças e
apresentações circenses, tiveram muito contato com as Côrtes Imperiais, e para
agradar as "madames" transformaram o 11º, 12º e 13º em personagens da nobreza.
Anos se passaram e as cartas impressas começaram a serem mais práticas para o uso
comum dos nômades, e logo substituídas pelas folhas.
Hoje, os ciganos mais tradicionais se utilizam o 'baralho comum' por representarem
basicamente a mesma coisa e por sua durabilidade; mas não perdendo seus conceitos
básicos.
É bom ressaltar que a contagem numérica de interpretação da cartomancia tradicional
difere em muito o conceito dos arcanos menores do tarô. E é isso que pretendo passar

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para os estudantes. A leitura do baralho comum é linda e de uma singularidade única,
totalmente embasada nos conceitos e cultura zott.

A ESTRUTURA NAIPIANA

Vamos entender primeiro o conceito simbólico dos elementos que formam a estrutura
dos naipes.
A palavra naipe tem sua etimologia catalã: Naib, que significa ‘família’( ‫)عائلة‬. Já no
árabe é ‘Najib’; esta influência se deu no século VIII durante a invasão árabe a
Catalunha.
Najib significa: esperto, inteligente. E se tratando de uma estrutura oracular, podemos
entender bem o termo para o conjunto de símbolos utilizados por estes povos como
instrumento oracular.
A origem definitiva do baralho como conhecemos hoje ainda é desconhecida
historicamente. Os rastros indicam que seu uso lúdico se principiou na Europa durante
o século XIV por cartas impressas, mas sua origem oracular antecede o lúdico nos
países do Oriente Médio.
Vamos também ressaltar que a composição dos naipes na estrutura oracular
tradicional árabe foge dos conceitos numero lógicos pitagóricos usados na Idade
Média pelas Ordens Ocultistas e Herméticas.
Como citado anteriormente, o oráculo Najib foi criado e desenvolvido para uso
‘interno’ nas famílias ciganas orientais, e sua estrutura não teve nenhuma influencia
didática sobre História. Toda composição se dava à base das necessidades únicas e
familiares dos clãs praticantes.
Atualmente é comum percebermos uma influencia muito grande dos conceitos
contemporâneos na estrutura da leitura cartomântica na atualidade.
Este curso propõe um resgate a origem da cartomancia como utilizada pelo povo zott,
e com isso vamos nos ater a sua estrutura primordial. Isso não quer dizer que não
caiba comparativos; mas a minha intenção é fazer com que tenham uma noção de
como o ‘povo do deserto’ via e lia seu instrumento oracular sinalizados em folhas –
futuramente, impresso em papel, com símbolos semelhantes.

DOS NAIPES

Por se tratar de um instrumento oracular muito familiar, o que primeiramente era


considerado importante foi uma estrutura interna; que correspondia a observar o
desenvolvimento de: ancestrais, família e descendentes na estrutura do clã. Com isso a
elaboração dos primeiros símbolos naipiano: Tûmân (copas) e Jawkân (paus).
O tûmân era recipientes semelhantes a taças utilizadas para recolher o primeiro
sangue menstrual, e com isso pintar o quantitativo nas folhas a servirem de oráculo.
O jawkân era bengalas utilizadas pelos mais velhos do clã, e quando estes faleciam,
estas bengalas eram queimadas e suas cinzas utilizadas para a pintura do quantitativo
nas folhas para leitura.
O manuseio destes dois naipes, assim como seus significados, abordaremos mais
adiante.
Com o passar dos tempos e a necessidade de que outros campos fossem abordados
pelo oráculo, surgem então mais duas composições naipianas: o Darâhim (moeda

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árabe) e o Suyûf (Cimitarras/espadas árabes), associadas a ouros e espadas. A partir
deste momento o masculino passa a utilizar a composição oracular como manuseio. É
neste momento que as necessidades dos clãs saem de suas mais pessoais intimidades
e começam a buscar sobrevivência a partir do mundo externo através do comércio e
guerras (conquistas e conflitos).
Daí então passou a ter uma composição de quatro elementos no oráculo e seu uso
ultrapassa os limites das tendas e partem à comunidade como um todo.
Como contexto básico, podemos dizer que os naipes de copas, paus e ouro são
benéficos e o de espadas é conflitante.

DOS NUMERÁRIOS

O número 13 sempre teve uma importância dentro da comunidade nômade zott. 13ª
dia (associados aos prazeres – festas e celebrações), 13º lunação (correspondia a um
ano solar), 13º ano (maior idade entre o masculino)... E não poderia ser diferente
dentro da mística que envolvia as leituras oraculares.
A cartomancia zott sempre foi composta de 13 peças com correspondências numéricas
a elas e a combinação desta estrutura é que trazia uma interpretação relacionada ao
futuro consultado.
Ao meu ponto de vista, isso deve ter uma relação direta com as constelações mais
próximas da terra, num total de 13. Já que os povos do deserto se baseavam muito nos
astros quando se tratava de misticismo. Lembrando que se baseavam em estrelas e
não planetas.
Em algumas famílias o 13ª filho tinha papéis espirituais a serem cumpridos, como
orientadores e guias nas tradições; ambos permaneciam virgens e se dedicavam
exclusivamente aos estudos e permanência dos conceitos espirituais do clã.
As mulheres, que geralmente menstruavam a 13ª lunação, eram ensinadas a ler e
compreender as Leis naturais terrenas: ervas animais, e cozinha. E os homens eram
ensinados a ler e compreender as Leis celestes: estrelas, contagens lunares,
climatologia.
Em nossa atualidade não encontramos mais estes conceitos. Com o passar dos anos e
com outras prioridades sendo apresentada ao povo nômade, muita de suas tradições
foram deixadas para trás e adotados novos conceitos. Essa breve explanação é para
que entendam como funcionava o ‘principio’ do alvo de nosso estudo.
Hoje dispomos dos naipes impressos e no total de 13 cartas, mas com outra
adaptação: as 11ª, 12ª e 13ª ‘cartas numeradas’ foram substituídas por personagens
importantes no desenrolar da História pelo povo nômade: as figuras Imperiais ou os
representantes das Côrtes monárquicas da Europa.
A invasão árabe na Europa, por volta do século VIII, em pleno período de incubação da
língua catalã levaram alguns dos povos nômades a migrarem. Isso não ocasionou uma
substituição do idioma catalão, pois a influência da língua árabe manteve-se somente
em alguns topônimos e nomes de terras do Ebro, O País Valenciano e as Baleares.
Esses territórios suportaram mais longamente a dominação muçulmana, apesar de que
os árabes permaneceram 400 anos na Catalunha Nova e quase não houve contatos
com a Catalunha Velha (Essas duas denominações correspondem aos limites marcados

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pelas duas grandes fases da Reconquista no Principado: antes e depois do século XII e
de Ramón Berenguer IV).
Entretanto, se falando dos povos nômades, houve uma necessidade de adaptação e
sobrevivência. Como era um povo extremamente visto como místicos, em suas
andanças para agradar os reinos por onde passavam, começaram a fazer algumas
substituições dos numerários citados pelos principais personagens da monarquia: Reis,
Rainhas e Príncipes/ e ou Valetes. A composição numérica permaneceu a mesma,
apenas alterando seu significado. As chamadas cartas de Côrte passaram a incorporar
o conceito do naipe a elas atribuído.
As Côrtes de reis e rainhas amorosos e extremamente familiares, aos naipes de copas.
As Côrtes de reis e rainhas adorados pelo povo, aos naipes de paus.
As Côrtes de reis e rainhas guerreiros e conquistadores, aos naipes de espadas.
As Côrtes de reis e rainhas prósperos e generosos, aos naipes de ouros.
Com essa composição, se tornava muito mais fácil descobrir e determinar, até mesmo
orientar como estes personagens se colocavam diante do ‘seu’ futuro, e como o povo
nômade deveria se comportar diante deles.
Este resquício permanece até hoje em alguns métodos de leituras; quando olhamos
estas cartas como terceiras na questão, até mesmo como pessoas influentes na vida
do consulente.

SIGNIFICADO BÁSICO DAS CARTAS

Antes de começar, é bom salientar que a cada carta em si carrega um significado


especifico; e com o conjunto dessas cartas é que temos uma leitura interpretativa da
mensagem.
Como acontece atualmente, existiam métodos para a composição destas leituras; mas
isso não exclui a possibilidade de que se desenvolvam outras estruturas a partir de
uma ótica pessoal.
Um aspecto a ser observado é o principio de Unidade, atribuído à carta do Ás, que é a
de maior valor; após a incorporação das figuras de Côrte, passou a ocupar a posição
final da composição dos naipes. Isso se deu por um principio oculto e velado pelo povo
zott de que a primeira carta, o 1 era a carta do chefe do clã, e como tal, de maneira
oculta, esta sempre poderia estar acima de qualquer Rei. Para disfarçar essa conotação
pessoal de prioridade ao clã, foi necessário a substituição do 1 pela letra A, e com isso
dar mobilidade a esta carta fazendo com que ela se colocasse tanto como primeira
(antes do duque), quanto a final (acima do Rei). Este mecanismo também influencia
bastante na interpretação desta carta, simbolizando tanto os princípios quanto os
finais – nascimento e morte.
Para facilitar o entendimento oracular, posso dizer que a princípio os naipes de copas e
ouros (cor vermelha) são geralmente positivos; o naipe de paus vai nos remeter a
situações importantes, geralmente benéficas ou aconselhamentos e regras a serem
seguidas; o naipe de espadas nos remetem a situações conflitantes, geralmente
negativas.
Existe um método de resposta exata – sim ou não (com 3 cartas), no qual o naipe
determinante para a negativa é o de espadas.

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Outro conceito muito utilizado na cartomancia zott é o posicionamento das cartas em
relação a esquerda e direita do intérprete. Particularmente gosto muito de utiliza-lo,
isso favorece ter uma noção clara se a carta está extremamente positiva ou deficiente.
Na disposição das cartas e métodos utilizados, que geralmente são em números
ímpares, as cartas que se posicionarem a direita está favorável – mesmo sendo cartas
‘negativas’; e as cartas que se posicionarem a esquerda estão deficientes – mesmo
sendo positivas.
O conceito de ‘bem’ e ‘mau’ são irrelevantes na leitura; pois a polaridade sempre foi
vista como parte complementar nas estruturas familiares e na sociedade zott. Portanto
não aplicada na leitura oracular. Tratamos o suposto ‘negativo/mau’ como deficiência;
portanto devendo ser trabalhada com seu lado ‘positivo/bom’ para que haja um
equilíbrio.
Quando lidamos com o naipe de espadas como ‘negativo’, não quer dizer que ele seja
‘mau’; queremos dizer que ele é conflitante, e, portanto, toda cautela é fundamental
no seu manuseio, assim como o Suyûf.

COPAS – atributo familiar e polaridade passiva/feminina.

2- Casamento. Promessa de matrimonio.


3- Filhos. Gestação.
4- Casas (constituição familiar). Independência. Família.
5- Alegrias. Celebrações.
6- Reuniões familiares e/ou fraternais.
7- Amor. Paixão. Namoros.
8- Saudade. Solidão.
9- Retorno de relacionamentos. Compensação. Nostalgia.
10- Felicidade.
J – Descendente prometido.
Q – A mulher importante (mãe, tia, irmã mais velha...). Amorosa e piedosa.
R – O homem importante (Pai, tio, irmão mais velho) Amoroso e carinhoso.
A – A avó (a mulher mais velha do clã), a conselheira.

PAUS – atributo familiar e polaridade ativa/masculina.

2- Conselho. Conversas amigáveis.


3- Leis. Ordens. Contratos.
4- julgamento. Avaliação.
5- Obediência. Cumprimento.
6- Comunicação oral/escrita.
7- Acordos. Negociações. Parcerias.
8- Conflitos verbais. Desobediência. Traição.
9- Inteligência. Sabedoria.
10- Responsabilidades.
J – Descendente destinado a cumprir uma Lei ou propósito. (O mandado/enviado)
Q – Mulher sábia, curandeira.
R – Homem sábio, Juiz.
A – O avô. O mais velho de todos, ancestralidade.

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ESPADAS – atributo social (externo ao clã), polaridade agressiva

2- Lutas. Disputas.
3- Fraqueza. Desvantagem.
4- Saque. Roubo.
5- Dor. Ferimento.
6- Tréguas (momentânea)
7- Estratégia bélica. Vantagem.
8- Perda. Inimigos. Traição.
9- Conquista à base de lutas/ força bruta.
10- Luto
J – Descendente ousado, agressivo, valente.
Q – Mulher banida, independente, à pária do clã.
R – Homem severo, frio, conquistador.
A – O guerreiro mais velho. Astuto. O armeiro.

OUROS – atributo social e polaridade neutra

2- Troca. Escambo.
3- Lucro. Ganhos.
4- Materialização de bens. Construção.
5- Investimento material.
6- Tranquilidades materiais (subsistência).
7- Gastos prazerosos.
8- Perda financeira ou patrimonial.
9- Riqueza. Prosperidade.
10- Herança. Bens acumulados.
J – Descendente trabalhador. Arrimo de família.
Q – Mulher rica, independente, vaidosa.
R – Homem próspero. Negociante. Comerciante.
A – O Ourives. Generoso.

Antes da leitura é importante observar a mesa de maneira geral e refletir alguns


aspectos. Isso facilitará uma leitura mais detalhada dos naipes à disposição.

1- Posicionamento das cartas – à direita X esquerda.


2- Posicionamento do consulente – sempre a sua frente.
3- O importante é o presente e futuro.
4- Os naipes de espadas – que devem ser cruzados por novas cartas.
5- Contagem dos naipes – dará uma noção do propósito.

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OS MÉTODOS DE DISPOSIÇÃO DAS CARTAS

Cada clã/família/tribo beduína tinha sua metodologia de disposição das folhas/cartas


para uma leitura oracular. Com o passar do tempo muitas mudanças e adaptações
foram sendo feitas em suas andanças. Talvez por motivos de tempo, cultura e
entendimento. Entretanto, algumas formas permanecem até hoje e de fácil
assimilação.
Nós, zotti, temos por hábito levar em conta quase de imediato e inconsciente as
polaridades: acima e abaixo, esquerda e direita, escuro e claro etc. e estas regras se
aplicam também na leitura oracular dos naipes.
Aqui, ensinarei a Mesa Beduína – uma disposição de 13 cartas, para uma visão geral da
situação. Um método de 5 cartas chamado de “O camelo em descanso” e a disposição
de 3 cartas para perguntas que exigem uma resposta básica de sim ou não.
Independente dos métodos estabelecidos neste workshop, o intérprete pode criar ou
desenvolver seu próprio método, o que eu aconselho e recomendo muito, pois leva-se
em consideração a intimidade criada entre as cartas e o oraculista.

Outra questão muito abordada pelos consulentes é o tempo em que as previsões irão
se cumprir. Sabemos que nosso tempo não é o mesmo do Universo, e que cada ação
provoca uma reação. Portanto, mesmo que os naipes determinem algum tempo, o que
vamos ver, deve esclarecer ao consulente que tudo é passível de mudança.

Muitas vezes orientamos a seguir um determinado caminho e o consulente segue


outro; consequentemente ele irá de encontro a previsão e acarretará em um atraso ou
antecedência de qualquer evento. Isso deve ficar bem claro!

Os naipes em si, independente de sua numeração, podem nos apontar uma época
(tempo) como base para a nossa interpretação.

A partir do método que esteja utilizando, no momento que o consulente perguntar


sobre a questão do ‘tempo’, deve fazer uma contagem dos naipes predominantes na
mesa. E com esses dados são apresentados épocas sazonais:

Naipes de Copas e Ouros – Parte clara do ano ( Primavera e Verão)


Naipes de Paus e Espadas – Parte escura do ano ( Outono e inverno)

Se utilizando desse mecanismo, o tempo deve ser dado com base nos equinócios e
solstícios mais próximos.

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MESA BEDUÍNA

Tanto a disposição quanto a interpretação se dá da direita para esquerda, movimento


do Sol, sentido leste X oeste.

Cabeça: Se refere ao pensamento, muitas vezes inconsciente, do consulente. O que o


levou até a mesa de consulta.
Coração: Se refere a vontade do consulente. Nesta coluna podemos observar o que lhe
reserva o futuro a partir de sua mais profunda vontade. Os prós e contras (direita X
esquerda).
Emocional: Se refere às relações mais íntimas do consulente. Não necessariamente
íntimo-afetiva (namorado (a), esposo (a)). Os prós e contras (direita X esquerda).
Espiritual: Se refere a Fé do consulente (independente de sua religião). Podem-se
observar nesta coluna as energias que estão a favor e contra o consulente (direita X
esquerda).
Caminho: É a casa do Valete, o aprendizado. Como o consulente deve conduzir sua
jornada no momento para atingir o objetivo que sua vontade almeja.

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O CAMELO EM DESCANSO

Um método simples dispondo de cinco cartas para questões rápidas e básicas. Neste
método são deitadas duas cartas a direita em coluna vertical, duas cartas a esquerda
em coluna vertical e uma carta central que se move para cima e para baixo juntando-
se as colunas laterais formando uma coluna de interpretação no sentido horizontal.
O nome deste método se dá ao posicionamento do camelo em descanso com as
quatro patas inertes e a corcova se movendo com sua respiração.

A carta cinco nos dará a resposta à questão de maneira sintetizada. Quando colocamo-
la em movimento teremos a ação do consulente pela coluna 3/5/4 e o apoio que o
mesmo terá através da coluna 1/5/2. Lembrando que sempre nos deparamos com as
polaridades em ação e isso deve ser observada pelas cartas à direita e esquerda da
leitura no momento.

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Através dos naipes também teremos respostas rápidas no que diz respeito a simples:
‘sim’ ou ‘não’. Para obter este resultado teremos que observar a presença do naipe de
espada na disposição de três cartas horizontalmente dispostas da direita para
esquerda.
Por o naipe de espadas ter uma conotação nefasta na cartomancia zott, é ele que
determina a negativa (o Não) dentro da questão. Entretanto, sabendo que algumas
situações são sujeitas as mudanças, o posicionamento da carta de espada nos
orientará neste quesito.
Segue um gráfico para entendimento do método:

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