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AS FUNÇÕES PROCURA E

OFERTA AGREGADAS

(1ª VERSÃO)

1
A FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

No final deste texto o leitor deverá ser capaz de:

 Compreender o conceito de função de procura


agregada.

 Entender a curva de procura agregada, o seu


declive e os deslocamentos a que pode estar sujeita.

 Compreender a relação entre inflação esperada,


custos de produção e inflação verificada.

2
I. A FUNÇÃO PROCUR AGREGADA

 Neste ponto do programa, ultrapassaremos uma


limitação do modelo keynesiano básico.

 Passaremos a admitir que os preços variam.

 Utilizaremos o modelo procura agregada/oferta


agregada, numa exposição gráfica.

A função da procura agregada representa as


situações em que existe equilíbrio:

 No mercado real ou de bens e serviços


(Y = A = D)...

 ... e simultaneamente...

 ... no mercado monetário e de títulos


(M s = M d).

3
 Y representa o produto e π a taxa de inflação
(ambos para o período corrente).

.
( ) Representa variáveis exógenas que afectam a

relação.

 Como interpretá-la?

 A função da procura agregada evidencia a relação


de equilíbrio que tem de existir entre o produto e a
inflação.

 Como o produto (rendimento) de equilíbrio de curto


prazo é igual à despesa interna (ou procura agregada de
bens e serviços nacionais):

A curva da procura agregada é também uma


relação entre despesa interna de equilíbrio de curto
prazo e inflação.

4
 Para uma taxa de inflação superior: só haverá
equilíbrio simultâneo dos dois mercados  se o produto
for menor.

 Para uma taxa de inflação inferior: só haverá


equilíbrio simultâneo dos dois mercados  se o produto
for maior.

 Logo: a curva que representa a função de


procura agregada no espaço (Y, π) é
decrescente.

 Representação gráfica da função de procura


Agregada (AD)

5
 Porque é que a curva da procura agregada
é negativamente inclinada?

 Existem pelo menos três tipos de explicações


diferentes razões pelas quais as intenções de
despesa interna dependem da taxa de inflação.

 Para já: vamos admitir que as expectativas de


inflação para o próximo período (π e) são
dadas:

Ou seja, não se alteram com o produto ou


a inflação deste período.

Explicação 1:O Poder Aquisitivo da


Moeda.

 Compatível com a hipótese de controlo indirecto da


massa monetária (nomeadamente, utilização de
operações de mercado aberto “open market”).

6
 Uma mais elevada taxa de inflação (: a taxa

de crescimento de P) aumenta a procura de


moeda...

 ... Para uma oferta de moeda dada, o equilíbrio no


mercado monetário...

 ... Significa um aumento da taxa de juro nominal...

 ... E da taxa de juro real (π e dados).

 ...Logo: uma redução do investimento (e do


consumo)!

 A despesa interna (A = D) reduz-se e...

 ... Para haver equilíbrio no mercado de bens e


serviços...

 ... O produto de equilíbrio tem de ser mais


baixo.

7
Explicação 2: A Função de Reação do

Banco Central (BC)

 Compatível com a hipótese de alteração da taxa de

juro de referência/directora/básica do Banco Central.

. Uma mais alta taxa de inflação  faz com que o

BC aumente a taxa de juro nominal…

 …Fazendo subir a taxa de juro real…

…Logo: levando a uma redução do investimento

(e do consumo!).

 A despesa interna (A = D) reduz-se e…

 …Para haver equilíbrio no mercado de bens e

serviços…

 …O produto de equilíbrio tem de ser mais

baixo.

8
Explicação 3: A Competitividade (em

Economia Aberta).

 Uma mais alta taxa de inflação faz com que os


bens e serviços nacionais percam competitividade
(taxa de câmbio real “valoriza”) face as moedas
estrangeiras...

 ... Logo: levando a uma redução do saldo da

balança de bens e serviços (as exportações caem e


as importações sobem)!

 A despesa interna (A = D) reduz-se e...

 ... Para haver equilíbrio no mercado de bens e


serviços...

 ...O produto de equilíbrio tem de ser mais


baixo.

9
A curva AD (a representação gráfica da função

procura agregada) é válida:

 Quando todos os outros factores ( . )

permanecem constantes.

 Quando estes factores se alteram:

A curva AD desloca-se.

 Outros factores que podem alterar a posição da


curva AD:

. Variáveis exógenas (G, TR, t, etc.)


. Parâmetros do modelo (c, b, etc.)
. Alterações no comportamento do Banco Central (Δ M s).

10
A Procura Agregada Autónoma

 É aquela parte que não depende de Y ou de π, ou seja,

é determinada exteriormente ao modelo.

 Algumas das suas componentes são parâmetros de


comportamento dos agentes privados, como por
exemplo:

 Consumo autónomo ( )

 Exportações autónomas ( ).

 Outras são instrumentos de política económica, e.g.:

 Consumo público ( )

 Massa monetária (oferta de moeda) ( ).

11
Uma mudança no valor destas grandezas faz
deslocar a curva AD.

 Para melhor vermos o seu efeito, vamos ver como


terá de reagir o produto de equilíbrio.

 Para cada nível de taxa de inflação.

 Um acréscimo na componente “z”da procura


autónoma (Δ z> 0) conduzirá a um
deslocamento da curva AD para a:

 Direita: se “z” contribui para um aumento da

despesa interna (A = D).

Esquerda: se “z”contribui para uma redução da

despesa interna (A = D).

12
 Deslocamento da Curva de Procura
Agregada para a Direita:

 Deslocamento da Curva de Procura


Agregada para a Esquerda:

13
Uma situação idêntica se passa com outras
grandezas não fazem parte da procura autónoma
como:

 Propensão marginal a consumir (c);

 Propensão marginal a importar (m);

 Sensibilidade do investimento à taxa de juro real (b);

 Taxa (marginal) de imposto (t).

 Movimentos ao Longo da Curva AD

 O declive negativo da curva AD resulta da relação


negativa entre a inflação e a despesa interna.

 Estes movimentos referem-se a:

- Variações da inflação ou do produto;

- Variações da taxa de juro real.

14
 Deslocamentos da Curva AD

 Factores que alteram a procura agregada para um


dado nível de inflação (ou de produto).

 Estes movimentos referem-se a:

- Variações da procura agregada autónoma;

- Alterações do comportamento do banco central;

- Variações de outras grandezas.

15
II. A FUNÇÃO OFERTA AGREGADA

 Inércia da Inflação

 A inflação tende a alterar-se de forma


relativamente lenta.

- Enquanto a economia se encontrar muito perto do


pleno emprego.

- Não ocorrerem perturbações externas sobre o nível de


preços.

 Três Factores que afectam a taxa de


inflação:

- Desvio do produto.

- Perturbação (“choque”) da inflação.

- Perturbação do produto potencial.

16
. Expectativas de Inflação
 Compradores e vendedores tomam a sua expectativa
de inflação em consideração quando negoceiam os
seus contratos.

 Quanto maior for a taxa de inflação esperada mais


elevado será o preço real acordado entre as partes:

- Por exemplo, mais elevado será o salário nominal


acordado entre trabalhadores e empresas.

 Se os salários e outros custos


aumentarem:

 As empresas tenderão a aumentar os seus


preços para não perderem lucros.

17
Uma taxa de inflação esperada baixa (alta)
contribui para uma taxa de inflação verificada
igualmente baixa (alta):

18
PERTURBAÇÕES DA PROCURA E
DA OFERTA AGREGADAS

Objetivos:

 Compreender o conceito de função de oferta


agregada e a sua ligação com o mercado de
trabalho.

 Distinguir entre curvas de oferta de curto e longo


prazo.

 Entender os equilíbrios de curto e longo prazo no


modelo AS-AD.

 Compreender as modificações nesses equilíbrios em


resultado de choques de procura ou oferta.

 Dominar os efeitos da política económica nesse


modelo.

19
O desvio do produto (Y – Y p) é uma
variável essencial para saber o que acontece
à inflação a médio e longo prazo.

 No curto prazo, podemos ter:

Y = Y p Não há desvio cíclico.

Y >Y p Há desvio expansionist/inflacionista.

Y <Y p Há desvio contracionista/deflacionista.

 Desvio do produto nulo no período t:

(Y t = Y p, t):

 As vendas das empresas estão a crescer ao seu nível


normal (a taxa de crescimento de longo prazo).

20
 Cada empresa não tem nenhum incentivo para
alterar os seus preços em relação aos outros preços...

 ... Incluindo os dos seus factores de produção


(salários preços das matérias-primas, etc.).

 Neste caso a inflação tende a permanecer


constante.

 Isto quer dizer que a inflação não tende nem a subir


nem a descer no próximo período em relação à que se
verificou neste período.

 Desvio do produto expansionista no


período t : (Y t >Y p, t):

 As vendas das empresas estão a crescer a um nível


superior ao normal.

 Para responder a essa situação  as empresas utilizam os


recursos (incluindo o trabalho) a um ritmo acima do seu
normal.

21
 Cada empresa tem um incentivo para aumentar os
seus preços em relação aos seus custos.

 Mas a maior taxa de utilização dos recursos


(incluindo o trabalho) leva a uma maior subida dos
preços dos factores (incluindo os salários)...

 Neste caso a inflação tende a aumentar


(acelerar) enquanto permanecer o desvio
expansionista.

 Isto quer dizer que a inflação tende a subir no


próximo período em relação à que se verificou neste
período.

 Desvio do produto recessivo no período t

(Y t < Y p, t):

 As vendas das empresas estão a crescer a um nível

inferior ao normal.

22
 Para responder a essa situação, as empresas
utilizam os recursos (incluindo o trabalho) a um
ritmo abaixo do seu normal.

 Cada empresa tem um incentivo para não aumentar


muito os seus preços de forma a não perder muitas
vendas.

 Mas a menor taxa de utilização dos recursos


(incluindo o trabalho) leva a uma menor subida dos
preços dos factores (incluindo os salários)...

 Neste caso a inflação tende a diminuir


(desacelerar)enquanto permanecer o
desvio recessivo.

 Isto quer dizer que a inflação tende a descer no


próximo período em relação à que se verificou neste
período.

23
 Resumindo

 O que determina a taxa de inflação no


curto prazo?

 Resposta:

A inflação do período anterior (inércia)


e...o desvio cíclico do período anterior.

 Este comportamento pode ser representado


pela seguinte função:

π t = πt-1 + γ* (Y t-1 – Y p, t-1) γ > 0

24
Note-se que:

 Yt-1 = Y p, t-1  π t = πt-1 (a inflação manteve-se).

 Yt-1> Y p, t-1  π t > πt-1 (a inflação acelerou).

 Yt-1 <Y p, t-1  π t < πt-1 (a inflação desacelerou).

 Se: Y t diferente Y p, t  isso só terá efeito no


próximo período:

Ou seja: teremos π t+1 ≠ π t (a inflação acelerará ou


desacelerará).

A esta função chamamos: função de oferta

agregada de curto prazo:

25
 Referiremos como: SRAS (short-run
aggregate supply).

 Esta função de comportamento não tem a ver com o


equilíbrio:

- Nem do mercado de bens e serviços...

- Nem do mercado monetário.

 É determinado pelos (des) equilíbrios nos...

...mercados de factores (recursos) e em especial

no mercado de trabalho.

 Lembram-se da lei de Okun?

26
 Representação Gráfica da Função de
Oferta Agregada de Curto Prazo

 E o que determina a taxa de inflação no


longo prazo?

 No longo prazo: o produto não pode estar


sistematicamente acima ou abaixo do seu
potencial.

27
- Se estivesse sempre acima teríamos hiperinflação.

- Se estivesse sempre abaixo teríamos hiperdeflação.

Este comportamento pode ser representado pela


seguinte função:

Y=Yp

 A esta função chamamos: função de oferta

agregada de longo prazo.

- Denotaremos como LRAS (long-run aggregate

supply).

- Esta função de comportamento tem a ver com o


equilíbrio do mercado de trabalho no longo prazo.

- Lembram-se da taxa natural de desemprego?

28
 Representação Gráfica da Função de Oferta
Agregada de Longo Prazo

 Equilíbrio de Curto Prazo

 Consideramos aqui que o “curto prazo” se


refere ao período onde existe alguma inércia
da inflação.

- Este período mede-se em trimestres...

- ...não nas décadas do crescimento económico!

 A inflação é igual ao valor que resulta do


passado (desvio cíclico passado)...

29
 ...e o produto é igual ao produto de curto prazo
compatível com essa taxa de inflação.

 Graficamente: ocorre na intersecção da


Curva AD com a curva SRAS.

Representação gráfica do equilíbrio de


curto prazo para t = 1:

 E será este um equilíbrio de longo


prazo?

- Não. Porque: Y1 <Y p...

30
-... Ou seja: há um desvio recessivo.

 Como se processa o ajustamento, ou


seja, a passagem do curto ao longo
prazo?

- Perante um desvio recessivo  as empresas


estão a vender menos do que o normal.

- Os preços tenderão a subir a uma taxa menor...

-...ou seja: a inflação diminuirá no


próximo período.

31
 Representação gráfica do ajustamento do
equilíbrio de curto prazo (desvio recessivo)
a longo prazo.

E perante um equilíbrio de curto prazo com


desvio expansionista?

Perante um desvio expansionista:

 As empresas estão a vender mais do que o normal.

- Os preços tenderão a subir a uma taxa maior...

32
-...ou seja: a inflação aumentará no
próximo período.

 Representação gráfica do ajustamento do


equilíbrio de curto prazo (desvio
expansionista) a longo prazo:

. No equilíbrio de longo prazo:


- O produto observado iguala o produto potencial...

-...ou seja: Y = Y p...

33
-... e a taxa de inflação permanece estável...

-...ou seja: π = π*.

 Graficamente: as curvas AD, SRAS

(para t = ∞) e LRAS cruzam-se no

mesmo ponto.

 A economia tende a corrigir-se a si


própria.

- Com tempo suficiente: os desvios do produto


tendem a desaparecer sem alteração das políticas
monetária e orçamental.

34
 Isto não acontece no modelo keynesiano
básico.

- O modelo keynesiano básico é um modelo de


curto prazo em que os preços não se ajustam.

- Os ajustamentos de longo prazo não são


considerados.

 Se a auto-correção for lenta:

- A utilização ativa das políticas monetária e


orçamental pode ser importante para a
estabilização do produto.

 Se a auto-correção for rápida:

- As políticas de estabilização não se justificam tanto.

35
Perturbações da Procura e da Oferta
Agregadas.

 A economia está afastada do seu equilíbrio de

longo prazo quando a inflação varia.

 O aumento da inflação pode-se ficar a dever:

 A um “excesso” da procura agregada...

-...ou seja: “demasiada despesa para o volume


de bens e serviços produzidos normalmente”.

- Se esse “excesso” não foi motivado por uma


quebra do produto potencial...

-...este tipo de desequilíbrio (em relação ao


longo prazo) identifica-se como um choque ou
perturbação da procura agregada.

36
 Aumento da inflação devido a um
choque positivo (permanente) de
procura agregada.

 O aumento da inflação também se pode


ficar a dever a uma perturbação ou choque
da oferta agregada:

- Um choque da oferta desloca a curva da


oferta agregada de curto prazo (perturbação
da inflação).

37
- Neste caso: a curva AS de curto prazo é
temporariamente dada por:

 Aumento da inflação devido a um


choque positivo (temporário):

. O aumento da inflação pode ainda dever-se a


um outro tipo de perturbação ou choque da
oferta agregada.

38
- A curva da oferta agregada de longo prazo
pode se deslocar devido a uma perturbação
do produto potencial.

 Neste caso: a curva AS de longo prazo é


permanentemente deslocada para a esquerda:
devido a uma redução de Y p.

 Aumento da inflação devido a um


choque negativo (permanente) no
produto potencial:

39
 Que deve fazer um decisor político se
quiser reduzir a taxa de inflação?

- A inflação pode baixar se forem adoptadas


políticas de contracção da procura agregada.

- Existem custos de curto prazo da desinflação –


em produto perdido e em maior desemprego.

 Política de desinflação: de redução


(permanente)da inflação.

40
AS FUNÇÕES PROCURA E
OFERTA AGREGADAS

(2ª VERSÃO)
A FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

No final deste texto o leitor deverá ser capaz:

 De compreender o conceito de função de procura agregada.

 De entender a curva de procura agregada, o seu declive e os


deslocamentos a que pode estar sujeita.

- - 2
 FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

 DO MODELO IS-LM AO MODELO


AS/AD

 No modelo IS-LM: fizemos duas simplificações


drásticas:

1. Assumimos que o nível de preços era fixo.

2. As empresas produziam o volume necessário


para satisfazer a procura.

 Ou seja: assumimos que as empresas estariam


dispostas a oferecer qualquer quantidade de produto
ao nível de preços actual.

 Por maior que fosse a quantidade procurada, havia


sempre capacidade produtiva suficiente para a
satisfazer.

- - 3
. O modelo IS-LM é um modelo que analisa
essencialmente, o lado da procura da
economia, ignorando o lado da oferta.

 No modelo AS-AD (“aggregate supply” –


“aggregate demand”) já se considera a capacidade
produtiva da economia como um factor relevante.

 As empresas passam a decidir o volume de


produção com o objectivo de maximizar os seus
lucros.

 No modelo AS-AD: o nível de preços deixa de


ser um dado fixo, passando a ser uma variável
explicada pelo modelo.

- - 4
 De certa forma: no modelo AS-AD alargamos o
horizonte temporal da análise, dando tempo aos
preços para se ajustarem.

 Isso permite-nos estudar o impacto das diferentes


características da economia, e de choques exógenos
(incluindo a política monetária e orçamental) sobre o
nível de preços.

 No curto prazo: o equilíbrio macroeconómico


caracteriza-se por:

1) Equilíbrio no mercado de bens e serviços.

2) Equilíbrio no mercado monetário.

3) Empresas produzem o volume que maximiza o


lucro.

- - 5
 No longo prazo, exige-se, adicionalmente:

4) Equilíbrio no mercado de trabalho.

 No modelo AS-AD: além do equilíbrio no


mercado de bens e serviços (1) e no mercado
monetário (2), que determinam a procura (AD).

 Consideramos também a maximização do lucro por


parte das empresas (3) e o equilíbrio no mercado de
trabalho (4), que determinam a oferta (AS).

- - 6
 DEDUÇÃO GRÁFICA E ANALÍTICA
DA FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

 No modelo IS-LM: para um nível de preços


fixo, obtém-se um produto de equilíbrio.

 Como este produto é determinado apenas pela


procura (ignora-se a capacidade produtiva),
designa-se por quantidade procurada agregada.

 A curva da procura agregada (AD): relaciona


o nível de preços com a quantidade procurada
de produto agregado (de equilíbrio do modelo
IS-LM):

 Quando todas as outras variáveis são constantes.

- - 7
 Uma alteração do nível de preços: tem impacto no
modelo IS-LM porque modifica a oferta real de
moeda, e, portanto, as condições do mercado
monetário.

 Um aumento do nível geral de preços: faz


diminuir a oferta real de moeda:

 Tendo, portanto: um efeito semelhante ao


da política monetária restritiva: aumento da
taxa de juro e diminuição do produto.

- - 8
LM (P1)
i
LM (P0)
i1
• O equilíbrio no modelo IS-LM
i0 depende do nível de preços.

• Se os preços subirem, diminui a


IS oferta real de moeda, MS/P.

Y1 Y0 • O nível geral de preços e a


Y
quantidade procurada (produto de
equilíbrio do modelo IS-LM) estão
P inversamente relacionados.

• A curva AD é constituída pelas


combinações de produto e nível de
preços que são compatíveis com o
P1
equilíbrio conjunto no mercado de
bens e serviços e no mercado
P0 AD monetário.

Y1 Y0 Y

- - 9
 Significado dos pontos fora da curva AD

• Em qualquer ponto situado à direita da função


ou curva AD:

 Verifica-se um excesso de oferta de bens e serviços: para


qualquer P.

 Y deveria ser inferior para haver equilíbrio.

O que significa que há produção em excesso


face à procura de bens e serviços.

• Em qualquer ponto situado à esquerda da função


ou curva AD:

 Verifica-se um excesso de procura de bens e serviços:


para qualquer P.

 Y deveria ser superior para haver equilíbrio.

- - 10
O que significa que há produção insuficiente face
à procura de bens e serviços.

• Em qualquer ponto situado fora da função ou


curva AD:

 Verificam-se pressões para o ajustamento: por exemplo:

Num ponto à direita da curva AD: o excesso de


produção face à procura de bens e serviços conduz à
existência de investimento (em stocks) não planeado (I u>0):

Levando as empresas a reajustar:

1. Reduzindo, a sua produção.

2. OU: as empresas tentarão elevar as vendas,


baixando os seus preços.

- - 11
Política Monetária

LM0
i
LM1 • Uma política monetária expansionista
i0 (aumento da oferta de moeda) faz com que
aumente o produto e diminua a taxa de juro,
no contexto do modelo IS-LM (preços fixos).
i1
• P = P0  Y0 (Y1 -Y0) =  * M
IS
• Portanto, para o mesmo nível de
preços, P0, aumenta o produto de
Y0 Y1 Y equilíbrio (IS-LM), dado o
multiplicador monetário global “  ”.
P
• Ou seja, uma política monetária expansionista
faz deslocar a curva AD para a direita 
deslocamento horizontal da curva AD.

• Se Y = Y0  face ao aumento da oferta


P0
monetária “∆ M (+)”, o nível geral de preços
AD1 “P” deverá subir proporcionalmente a “∆ M
AD0 (+)” inicial  oferta real de moeda ( M / P )
mantém-se  deslocamento vertical da curva AD.
Y0 Y1 Y

- - 12
Política Orçamental

LM
i

i1

i0
• Uma política orçamental expansionista
IS1 (aumento da despesa pública) faz com
que aumente o produto e a taxa de
IS0 juro, no modelo IS-LM (preços fixos).
Y0 Y1 Y
• Para o mesmo nível de preços, P0,
aumenta o produto de equilíbrio
P (IS-LM)

• A curva AD desloca-se para a direita


(desloca-se menos do que a Δ IS,
devido ao efeito “crowding-out”
P0 parcial), dado o multiplicador global
da política orçamental “  ”.
AD1
AD0
Y0 Y1 Y

•P = P0  Y0 = Y1 -Y0 =  * G

Deslocamento Horizontal da Curva AD.

- - 13
• Se Y = Y0:

Face ao aumento das despesas públicas


 G (+):

 O nível geral de preços “P”: deverá subir numa medida


tal que redução da oferta real de moeda:

 Subida da taxa de juro suficiente:

I (-) =  G (+) inicial

 Deslocamento Vertical da Curva AD

(Efeito Deslocamento “Crowding-out”Total).

- - 14
SÍNTESE:

DEDUÇÃO ANALÍTICA DA FUNÇÃO


PROCURA AGREGADA (AD)

(1) Mercado Real ou de Bens e Serviços (IS)

Y = * A -  * b* i =  * ( A – b* i)

-1
(1) Função (IS)

i = [( A /b) – (1 / * b)* Y]

(2) Função (IS)

► = 1 / [1- c* (1 - t) + m] = multiplicador de

rendimento da procura agregada autónoma.

- - 15
(II) Mercado Monetário e de Títulos (LM)

Y = (1/k)* [( M / P ) - L ] + (h/k)* i

-1
(3) Função LM

 i = - (1/h)* [( M / P ) - L ] + (k/h)* Y

(4) Função LM

(III) Equilíbrio Global (IS=LM)

Y0 = (h*  /  * b* k + h) * A + (b*  /  * b* k + h) * [( M / P ) - L ]

β λ

i 0 = (k*  /  * b* k)* A - (1 /  * b* k + h)* [( M / P ) - L ]

β´ λ´

- - 16
(IV) Função Procura Agregada
(IS=LM com Preços Variáveis)

P = λ* M / (Y - β* A + λ* L )

- - 17
■ FUNÇÃO OFERTA AGREGADA

No final deste texto o leitor deverá ser capaz de:

 Compreender o conceito de função de oferta


agregada e a sua ligação com o mercado de trabalho.

 Distinguir entre curvas de oferta de curto e longo


prazo.

 Entender os equilíbrios de curto e longo prazo no


modelo AS/AD.

 Compreender as modificações nesses equilíbrios em


resultado de choques de procura ou oferta.

 Dominar os efeitos da política económica nesse


modelo.

- - 18
A FUNÇÃO OFERTA AGREGADA

A curva da oferta agregada  descreve a relação


entre a quantidade oferecida de produto e o nível de
preços (quando todas as outras variáveis estão
constantes).

 Como é necessário tempo para que os preços e


salários se ajustem ao nível de longo prazo:

A curva da oferta agregada difere entre o curto


e o longo prazo.

- - 19
A Curva da Oferta Agregada de Longo
Prazo (LRAS/ASLP)

 Quantidade de produto que uma economia pode produzir


no longo prazo é determinada pela quantidade de capital,
de oferta de trabalho (pleno emprego) e de tecnologia
disponível.

 No longo prazo, o nível de produto agregado é


produzido à taxa natural de desemprego “NAIRU”
(economia no longo prazo) e designado por produto
normal ou natural (Y n).

- - 20
A Curva da Oferta Agregada de
Curto Prazo (AS/ASCP)
 No curto prazo, uma vez que os preços e salários
são mais “rígidos”, então:

A curva da procura agregada terá declive


positivo.

 Sendo o objectivo das empresas maximizar os


lucros:

- A quantidade oferecida de produto será determinada


pelo lucro obtido em cada unidade de produto.

- Se os lucros aumentam, mais produto agregado será


produzido e portanto a quantidade oferecida de
produto irá aumentar.

- - 21
 O lucro obtido em cada unidade de produto é igual ao
preço menos o custo de produção.

- Como no curto prazo o custo é fixo  o lucro


depende apenas do preço.

Quanto maior for o preço, maior será o lucro.

- - 22
A Curva da Oferta Agregada de Curto
Prazo (AS/ASCP):

Deslocações da Curva AS

 A quantidade oferecida depende do lucro obtido


numa unidade de produto” :

- Um aumento do custo de produção leva a uma


diminuição do lucro por unidade de produto:

Logo, a quantidade oferecida de produto, a


cada nível de preço, diminui também.

- Um aumento dos custos de produção desloca a


curva AS para a esquerda.

- Uma diminuição dos custos de produção


desloca a curva AS para a direita.

- - 23
 Factores que deslocam a curva AS são os
mesmos que afectam os custos de produção.

. Mercado de Trabalho
Economia está a crescer rapidamente:

Y> Y n:

 Empregadores têm dificuldade em contratar novos


trabalhadores e mesmo em manter os actuais:

Procura de trabalho> Oferta de trabalho.

 Os salários vão aumentar  os custos de


produção vão aumentar  lucro por unidade de
produto a cada preço vai diminuir.

- - 24
EM SUMA:

“Quando o produto agregado está acima da taxa


natural, a curva AS curto prazo  desloca-se para
a esquerda”.

“Quando o produto agregado está abaixo da taxa natural


(recessão), a curva AS curto prazo  desloca-se

para a direita”.

• Nível de Preços Esperado


 Trabalhadores e empresas interessam-se pelos

salários reais (em termos dos bens e serviços que


podem comprar):

 Se os preços aumentam  o mesmo salário


nominal permite comprar menos bens e serviços.

- - 25
 Se um trabalhador espera uma subida de preços então
vai procurar salário nominal mais elevado para
manter o mesmo salário real.

 Os salários nominais vão aumentar


(se o aumento dos preços permite aos empregadores
pagar mais)

 Os custos de produção vão aumentar.

“Se é esperada uma subida dos preços a curva AS


curto prazo  desloca-se para a esquerda.

“Se é esperada uma descida dos preços então a AS curto

prazo  desloca-se para a direita.

- - 26
• Pressão dos trabalhadores para subida
dos salários

 Se os trabalhadores fazem greve e esta é bem


sucedida ao obterem salários mais elevados
haverá aumento dos custos de produção.

“Uma pressão para subida dos salários bem

sucedida desloca a curva AS curto prazo


 para a esquerda.

• Alteração dos custos de produção não


relacionada com os salários

 Uma diminuição da oferta de matérias-primas


(choque de oferta negativo):

- - 27
 Aumento do preço destes factores de produção

 Aumento dos custos de produção.

 Por outro lado, o desenvolvimento de uma nova


tecnologia

 Diminuição dos custos de produção.

“ Um choque de oferta negativo que leve a um


aumento dos custos de produção faz deslocar a
curva AS curto prazo  para a esquerda.

“ Um choque de oferta positivo que leve a uma


diminuição dos custos de produção faz deslocar
a curva AS curto prazo  para a direita.

- - 28
SÍNTESE:

- - 29
Equilíbrio no Modelo da
Procura e Oferta Agregadas

- - 30
 Equilíbrio no Curto Prazo

Equilíbrio no Longo Prazo (1)

 Mesmo que a quantidade de produto agregado


procurada iguale a quantidade de produto agregado
oferecida.

 Se Y ≠ Yn então forças irão operar fazendo com


que o equilíbrio se mova ao longo do tempo.

- - 31
 Porquê?

Alterações nos custos de produção levam a


deslocações da curva da oferta agregada
(AS curto prazo).

 Quando o produto agregado (Y) e a taxa de


desemprego (u) estão ao nível da sua taxa
natural:

Não há pressão no mercado de trabalho


para subida ou descida de salários.

- - 32
- - 33
Equilíbrio no Longo Prazo (2)

 Mecanismo de auto-correcção:

. Independentemente do nível de produto inicial.


. Este retorna ao nível da taxa natural.
 Para os decisores de política económica
interessa a rapidez com que isso acontece.

 Muitos economistas consideram que é um


processo:

. Que leva muito tempo e por isso o processo de


atingir o equilíbrio de longo prazo é lento.

- - 34
. Os salários são pouco flexíveis: o ajustamento dos
preços e salários é lento.

. A curva AS curto prazo move-se lentamente


para restabelecer o equilíbrio.

Equilíbrio no Longo Prazo (3)


 Mecanismo de autocorreção lento


(predominante):

- Salários não são flexíveis, especialmente para


descidas quando u é elevada.

- Necessidade de uma política ativa do governo.

- Keynesianos/Intervencionistas.

- - 35
 Mecanismo de autocorreção rápido:

- Salários e preços são flexíveis.

- Menor necessidade de intervenção governamental.

- Clássicos/Liberais/Monetaristas.

 Alterações do Equilíbrio causadas por


Choques na Procura Agregada

- - 36
 Apesar do efeito de curto prazo inicial (resultante
da deslocação da curva AD para a direita) ser o:

(1) Aumento do produto e (2) dos preços.

O último efeito e de longo prazo é apenas o


aumento dos preços.

 Alterações
do Equilíbrio causadas por
Choques na Oferta Agregada

- - 37
 Apesar da deslocação da curva AS curto prazo
para a esquerda levar (1) ao aumento dos preços
e (2) a diminuição do produto.

O último efeito e de longo prazo  leva a produto


e preços inalterados (mantendo curva AD
constante).

- - 38
Conclusões:

1.Deslocações da Curva AD
(e.g., política monetária, política orçamental ou

comércio internacional):

 Afectam o produto no curto prazo mas:

não causam qualquer efeito no longo prazo.

2. Deslocações da Curva AS

(e.g., inflação esperada, pressão exercida pelos

trabalhadores para subir os salários):

- - 39
 Afectam o produto e os preços apenas no

curto prazo não causando qualquer efeito no

longo prazo (curva AD constante).

3. A Economia tem um Mecanismo de


Autocorreção:

 Que a faz voltar aos níveis de desemprego


e produto agregado naturais ao longo do
tempo.

 Para os Keynesianos tal processo de


ajustamento gradual de preços e salários
pode ser mais ou menos longo.

- - 40
. Com custos económicos e sociais mais ou
menos elevados), que:

 Justifica a adopção de políticas ativas


de gestão sobre a procura agregada.

(e.g., monetária e/ou orçamental) visando a


sua acelerar o retorno da economia ao seu nível
normal ou natural.

Ou de pleno emprego ou à taxa natural de


desemprego

- - 41
AS FUNÇÕES PROCURA E
OFERTA AGREGADAS
(3ª VERSÃO)
No final deste TEXTO o LEITOR deverá ser capaz de:

 Compreender o conceito de função de procura


agregada.

 Entender a curva de procura agregada, o seu declive


e os deslocamentos a que pode estar sujeita.

- - 2
 FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

 DO MODELO IS-LM AO MODELO


AS/AD

 No modelo IS-LM: fizemos duas simplificações


drásticas:

1. Assumimos que o nível de preços era fixo.

2. As empresas produziam o volume necessário para


satisfazer a procura.

 Ou seja: assumimos que as empresas estariam


dispostas a oferecer qualquer quantidade de produto
ao nível de preços actual.

 Por maior que fosse a quantidade procurada, havia


sempre capacidade produtiva suficiente para a
satisfazer.

- - 3
 O modelo IS-LM é um modelo que analisa,
essencialmente, o lado da procura da economia,
ignorando o lado da oferta.

 No modelo AS-AD (“aggregate supply” –


“aggregate demand”) já se considera a capacidade
produtiva da economia como um factor relevante.

 As empresas passam a decidir o volume de


produção com o objectivo de maximizar os seus
lucros.

 No modelo AS-AD, o nível de preços deixa de


ser um dado fixo, passando a ser uma variável
explicada pelo modelo.

- - 4
 De certa forma, no modelo AS-AD alargamos o
horizonte temporal da análise, dando tempo aos
preços para se ajustarem.

 Isso permite-nos estudar o impacto das diferentes


características da economia, e de choques exógenos
(incluindo a política monetária e orçamental) sobre o
nível de preços.

 No curto prazo, o equilíbrio macroeconómico


caracteriza-se por:

1) Equilíbrio no mercado de bens e serviços.

2) Equilíbrio no mercado monetário.

3) Empresas produzem o volume que maximiza o


lucro.

- - 5
 No longo prazo, exige-se, adicionalmente:

4) Equilíbrio no mercado de trabalho.

 No modelo AS-AD, além do equilíbrio no mercado


de bens e serviços (1) e no mercado monetário (2),
que determinam a procura (AD).

 Consideramos também a maximização do lucro


por parte das empresas (3) e o equilíbrio no
mercado de trabalho (4), que determinam a

oferta (AS).

 DEDUÇÃO GRÁFICA E ANALÍTICA


DA FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

 No modelo IS-LM, para um nível de preços fixo,


obtém-se um produto de equilíbrio.

- - 6
 Como este produto é determinado apenas pela procura
(ignora-se a capacidade produtiva), designa-se por
quantidade procurada agregada.

 A curva da procura agregada (AD) relaciona o


nível de preços com a quantidade procurada de
produto agregado (de equilíbrio do modelo IS-
LM)

 Quando todas as outras variáveis são constantes.

 Uma alteração do nível de preços tem impacto no


modelo IS-LM porque modifica a oferta real de
moeda, e, portanto, as condições do mercado
monetário.

 Um aumento do nível geral de preços,

faz diminuir a oferta real de moeda:

- - 7
 Tendo, portanto, um efeito semelhante ao da
política monetária restritiva: aumento da taxa de
juro e diminuição do produto.

LM (P1)
i
LM (P0)
i1
• O equilíbrio no modelo IS-LM
i0 depende do nível de preços.

• Se os preços subirem, diminui a


IS oferta real de moeda, MS/P.

Y1 Y0 • O nível geral de preços e a


Y
quantidade procurada (produto de
equilíbrio do modelo IS-LM) estão
P inversamente relacionados.

• A curva AD é constituída pelas


combinações de produto e nível de
preços que são compatíveis com o
P1
equilíbrio conjunto no mercado de
bens e serviços e no mercado
P0 AD monetário.

Y1 Y0 Y

- - 8
 Significado dos Pontos Fora da Curva AD

• Em qualquer ponto situado à direita da curva AD:

 Verifica-se um excesso de oferta de bens e serviços: ~


para qualquer P  Y deveria ser inferior para haver
equilíbrio.

O que significa que há produção em excesso


face à procura de bens e serviços.

• Em qualquer ponto situado à esquerda da curva AD:

 Verifica-se um excesso de procura de bens e serviços:


para qualquer P  Y deveria ser superior para haver
equilíbrio:

O que significa que há produção insuficiente face


à procura de bens e serviços.

- - 9
• Em qualquer ponto situado fora da curva AD:

 Verificam-se pressões para o ajustamento. Por exemplo:

Num ponto à direita da curva AD: o excesso de


produção face à procura de bens e serviços conduz à
existência de investimento (em stocks) não planeado
(I u>0):

Levando as empresas a reajustar:

1. Reduzindo, a sua produção.

2. OU: as empresas tentarão elevar as vendas,


baixando os seus preços.

- - 10
Política Monetária

LM0
i
LM1 • Uma política monetária expansionista
i0 (aumento da oferta de moeda) faz com que
aumente o produto e diminua a taxa de juro,
no contexto do modelo IS-LM (preços fixos).
i1
• P = P0  Y0 (Y1 -Y0) =  * M
IS
• Portanto, para o mesmo nível de
preços, P0, aumenta o produto de
Y0 Y1 Y equilíbrio (IS-LM), dado o
multiplicador monetário global “  ”.
P
• Ou seja, uma política monetária expansionista
faz deslocar a curva AD para a direita 
deslocamento horizontal da curva AD.

• Se Y = Y0  face ao aumento da oferta


P0
monetária “∆ M (+)”, o nível geral de preços
AD1 “P” deverá subir proporcionalmente a “∆ M
AD0 (+)” inicial  oferta real de moeda ( M / P )
mantém-se  deslocamento vertical da
Y0 Y1 Y curva AD.

- - 11
Política Orçamental

LM
i

i1

i0
• Uma política orçamental expansionista
IS1 (aumento da despesa pública) faz com
que aumente o produto e a taxa de
IS0 juro, no modelo IS-LM (preços fixos).
Y0 Y1 Y
• Para o mesmo nível de preços, P0,
aumenta o produto de equilíbrio
P (IS-LM)

• A curva AD desloca-se para a direita


(desloca-se menos do que a Δ IS,
devido ao efeito “crowding-out”
P0 parcial), dado o multiplicador global
da política orçamental “  ”.
AD1
AD0
Y0 Y1 Y

•P = P0  Y0 = Y1 -Y0 =  * G

 Deslocamento Horizontal da Curva AD.

- - 12
• Se Y = Y0
Face ao Aumento das Despesas Públicas
 G (+):

 O nível geral de preços “P”: deverá subir numa medida


tal que redução da oferta real de moeda:

 Subida da taxa de juro suficiente:

I (-) =  G (+) inicial.

 Deslocamento Vertical da Curva AD

(Efeito Deslocamento “Crowding-out”Total).

- - 13
SÍNTESE:

DEDUÇÃO ANALÍTICA DA FUNÇÃO PROCURA


AGREGADA (AD)

(I) Mercado de Bens e Serviços – Modelo IS

 Y = * A -  * b* i =  * ( A – b* i)

(1) Função (IS) -1

 i = [( A /b) – (1 /  * b)* Y]

(2) Função (IS)

► = 1 / [1- c* (1 - t) + m] ► multiplicador de rendimento da

procura agregada autónoma.

- - 14
(II) Mercado Monetário e de Títulos – Modelo LM

 Y = (1/k)* [( M / P ) - L ] + (h/k)* i

(3) Função (LM) -1

 i = - (1/h)* [( M / P ) - L ] + (k/h)* Y

(4) Função LM

(III) Equilíbrio Global (IS=LM)

Y0 = (h*  /  * b* k + h) * A + (b*  /  * b* k + h) * [( M / P ) - L ]

β λ

i 0 = (k*  /  * b* k)* A - (1 /  * b* k + h)* [( M / P ) - L ]

β´ λ´

- - 15
(IV) Função Procura Agregada (IS=LM com

Preços Variáveis)

P = λ* M / (Y - β* A + λ* L )

- - 16
■ FUNÇÃO OFERTA AGREGADA

No final deste texto o leitor deverá ser capaz de:

 Compreender o conceito de função de oferta agregada e a


sua ligação com o mercado de trabalho.

 Distinguir entre curvas de oferta de curto e longo prazos.

 Entender os equilíbrios de curto e longo prazo no modelo


AS/AD.

 Compreender as modificações nesses equilíbrios em


resultado de choques de procura ou oferta.

 Dominar os efeitos da política económica nesse modelo.

- - 17
I. OFERTA AGREGADA

DE CURTO PRAZO (ASCP)

- - 18
 INTRODUÇÃO

 A relação entre o nível de preços e o volume de produção


pretendido (quantidade oferecida de produto) pelas
empresas (Oferta Agregada, AS)  é alvo de uma
profunda controvérsia.

 O modelo keynesiano simples (MKS) e o modelo


IS/LM: assumem que as empresas estão dispostas a
produzir qualquer quantidade ao nível de preços em vigor

produzir  Curva AS Horizontal.

 De acordo com a teoria clássica/liberal o volume de


produção oscila em torno do produto natural,

independentemente do nível de preços  Curva AS


Vertical.

No longo prazo, esta hipótese é aceitável.

- - 19
Como é necessário tempo para que os preços e salários se
ajustem ao nível de longo prazo:

 Modelos de Ajustamento Gradual de Preços e


Salários: Expectativas Adaptativas (Monetaristas)
e Informação Imperfeita (Ilusão Monetária): Nova
Economia Keynesiana).

 A curva da oferta agregada difere entre o


curto e o longo prazo.

 No curto prazo: é mais realista considerar que a

quantidade oferecida está positivamente relacionada com o

nível de preços  A curva AS tem inclinação


positiva.

 No curto prazo: uma vez que os preços e salários


são mais “rígidos”  a curva AS terá
declive positivo.

- - 20
 Sendo o objectivo das empresas maximizar os
lucros:

A quantidade oferecida de produto será determinada


pelo lucro obtido em cada unidade de produto.

 Se os lucros aumentam, mais produto agregado será


produzido e portanto a quantidade oferecida de
produto irá aumentar.

O lucro obtido em cada unidade de produto é igual ao


preço menos o custo de produção:

Como no curto prazo o custo é fixo  o lucro depende

apenas do preço: quanto maior for o preço,


maior será o lucro.

- - 21
 OFERTA AGREGADA DE CURTO
PRAZO

 Vamos estudar a curva AS de curto prazo


supondo que as empresas decidem o volume de produção
com o objectivo de maximizar o lucro, e que os salários
nominais são fixos.

 Sendo o salário nominal fixo: um aumento do


nível de preços “P”:

 Faz com que o salário real diminua.

- - 22
 Esta diminuição do custo de produção levará as
empresas a aumentar o volume de produção

 MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO

 PROCURA DE TRABALHO

 A procura agregada de trabalho: traduz a quantidade


de factor trabalho que as empresas pretendem utilizar para
cada nível salarial, com tudo o resto constante.

- - 23
 As empresas adquirem unidades adicionais de factor
trabalho enquanto o benefício da sua utilização for
superior ao seu custo.

- - 24
 OFERTA AGREGADA DE CURTO
PRAZO

 Deslocações da Curva AS

 Em geral: A quantidade oferecida de produto


depende do lucro obtido numa unidade de produto:

- - 25
 Um aumento do custo de produção leva a uma
diminuição do lucro por unidade de produto.

 Logo: a quantidade oferecida de produto, a cada


nível de preço, diminui também.

 Um aumento dos custos de produção  desloca a


curva AS para a esquerda.

 Uma diminuição dos custos de produção  desloca


a curva AS para a direita.

“Factores que deslocam a curva AS são os


mesmos que afetam os custos de produção”.

- - 26
 Deslocações da curva AS dependem, assim,
dos custos de produção:

 Mercado de Trabalho

 Economia está a crescer rapidamente [Y > Y*]:


empregadores têm dificuldade em contratar novos
trabalhadores (e mesmo em manter os actuais).

 Procura de trabalho> oferta de trabalho:


salários nominais (W) vão aumentar.

- - 27
 Custos de produção vão aumentar: lucro por unidade
de produto vai diminuir.

“Quando o produto agregado está acima da taxa


natural então a curva AS curto prazo desloca-se
para a esquerda.

“Quando o produto agregado está abaixo da taxa


natural (recessão) então a curva AS desloca-se para
a direita”.

 Nível de Preços Esperado

 Trabalhadores e empresas interessam-se pelos


salários reais (W/P), em termos dos bens e serviços
que podem comprar):

- - 28
 Se os preços aumentam: o mesmo salário nominal
permite comprar menos bens e serviços.

 Se um trabalhador espera uma subida de preços:


então vai procurar salário nominal mais elevado para
manter o mesmo salário real.

 Salários nominais (W) vão aumentar


(se o aumento dos preços permite aos empregadores pagar
mais): custos de produção vão aumentar.

“Se é esperada uma subida dos preços  A curva


AS desloca-se para a esquerda”.

“Se é esperada uma descida dos preços  A curva


AS desloca-se para a direita”.

 Pressão dos trabalhadores para subida dos


Salários

- - 29
 Se os trabalhadores fazem greve e esta é bem
sucedida.

 Ao obterem salários nominais mais elevados:


aumento dos custos de produção.

“Uma pressão para subida dos salários bem


sucedida desloca a curva AS curto prazo para a
esquerda”.

 Alteração dos Custos de Produção Não


Relacionada com os Salários

 Uma diminuição da oferta de matérias primas


(incluindo petróleo) choque de oferta negativo:

 Aumento do preço destes factores de produção:


aumento dos custos de produção.

- - 30
 Por outro lado: o desenvolvimento de uma nova
tecnologia (progresso técnico):

 Diminuição dos custos de produção.

“Um choque de oferta negativo que leve a um


aumento dos custos de produção  faz deslocar a curva
AS curto prazo para a esquerda.

Um choque de oferta positivo que leve a uma


diminuição dos custos de produção  faz deslocar a curva
AS curto prazo para a direita”.

- - 31
 EQUILÍBRIO “AS/AD” DE CURTO

PRAZO

 O equilíbrio de curto prazo do modelo AS/AD:


corresponde ao cruzamento das curvas AD e AS de
curto prazo.

- - 32
 O produto e o nível de preços são tais que:

 (AD): Tanto o mercado de bens e serviços como o


mercado monetário estão em equilíbrio.

 (ASc p): Dado que o salário nominal em vigor, as


empresas produzem a quantidade que
maximiza os seus lucros.

- - 33
II. OFERTA AGREGADA DE

LONGO PRAZO (ASLP)


_____________________

- - 34
 INTRODUÇÃO

 Para definir a oferta agregada de curto prazo


assumimos  salário nominais são fixos.

 No longo prazo, essa hipótese não é aceitável:

O salário é determinado no mercado de trabalho como


resultando do equilíbrio entre a oferta e a procura de
trabalho.

 Um equilíbrio de longo prazo verifica uma hipótese


adicional:

O mercado de trabalho está em equilíbrio.

Isto é: o salário real é tal que são iguais a quantidade


procurada e oferecida de trabalho.

 Já estudamos a função procura de trabalho: as


empresas procuram uma quantidade de trabalho tal que a
produtividade marginal coincida com o salário real.

- - 35
Precisamos agora de considerar também a função
oferta de trabalho.

 A oferta agregada de trabalho: relaciona o salário real


com a quantidade de trabalho que os agentes estão
dispostos a oferecer.

 A oferta de trabalho resulta da escolha dos agentes


entre trabalho e lazer:

Aumentando se aumentar a população activa ou se diminuir


o gosto pelo tempo de lazer.

 Observa-se que um maior salário real implica uma


maior quantidade oferecida de trabalho (declive positivo
da curva NS).

- - 36
 OFERTA AGREGADA DE LONGO
PRAZO

- - 37
 MERCADO DE TRABALHO

☺Um aumento da produtividade marginal do trabalho


faz aumentar a procura de trabalho:

 Fazendo aumentar o salário real de equilíbrio, o emprego


de equilíbrio e o produto natural.

 Se aumentasse a população activa, aumentaria a


oferta de trabalho, o que levaria à diminuição do salário
real de equilíbrio e ao aumento do emprego de equilíbrio e
do produto natural.

- - 38
 OFERTA AGREGADA DE LONGO
PRAZO

- - 39
CHOQUES NA PROCURA

AGREGADA: AS POLÍTICAS

MONETÁRIA E ORÇAMENTAL

___________________________________

- - 40
 EQUILÍBRIO DO MODELO AS/AD

 As condições de equilíbrio de curto prazo são:

1. Equilíbrio no mercado de bens e serviços (IS).

2. Equilíbrio no mercado monetário (LM)

3. Maximização do lucro das empresas (ASCP).

 Um equilíbrio de longo prazo verifica uma


condição adicional: equilíbrio no mercado de
trabalho, que implica que o produto seja igual ao
produto natural (ASLP).

- - 41
 Equilíbrio no Longo Prazo

 Mesmo que a quantidade de produto agregado


procurada iguale a quantidade de produto agregado
oferecida:

Se Y ≠ Y* então forças (de mercado) irão operar


fazendo com que o equilíbrio se mova ao longo do tempo.

- - 42
Porquê? Alterações nos custos de produção
(nomeadamente nos salários nominais, W)  levam a
deslocações da curva agregada (curva AS de
curto prazo).

Quando o produto agregado e a taxa de


desemprego (u) estão ao nível da sua taxa
normal ou natural:

 Não há pressão no mercado de trabalho para a


subida ou descida de salários.

- - 43
- - 44
 Equilíbrio no Longo Prazo:
Mecanismo de Autocorreção

 Mecanismo de auto-correcção: independente do


nível de produto inicial  este retorna ao nível da taxa
natural.

 Para os decisores de política económica  interessa a


rapidez com que isso acontece (devido aos custos
económicos e sociais).

 Muitos economistas consideram que é um processo


que leva muito tempo, e, por isso, o processo de
atingir o equilíbrio de longo prazo é lento.

- - 45
 Os salários são pouco flexíveis: ajustamento dos preços e
salários é lento.

 A curva AS curto prazo move-se lentamente para


restabelecer o equilíbrio de longo prazo.

 Mecanismo de Autocorreção Lento:

 Salários não são flexíveis, especialmente para


descidas quando “u” é elevada .

 Necessidade de uma política activa do


governo.

 Keynesianos (e a hipótese de informação


imperfeita, da existência de ilusão monetária por
parte dos trabalhadores).

- - 46
 Mecanismo de Autocorreção Rápido:

 Salários e preços são flexíveis (embora não


perfeitamente flexíveis).

 Menor necessidade de intervenção


governamental.

 Monetaristas (e a hipótese de existência de


expectativas adaptativas).

- - 47
 POLÍTICA MONETÁRIA

 Uma política monetária expansionista provoca


um aumento da procura agregada (recorde que a
procura agregada corresponde ao equilíbrio do
modelo IS-LM, para cada nível de preços).

 A curva AD desloca-se para a direita e para


cima, tanto mais quanto maiores forem os efeitos da
política monetária → (Deslocamento Horizontal da
Curva AD).

 O deslocamento da curva AD para cima é tal que:

Para cada valor do produto, os preços aumentam


proporcionalmente ao aumento da oferta nominal de
moeda: Deslocamento Vertical da Curva AD.

- - 48
 Na situação conhecida como “armadilha da
liquidez”: a curva AD é vertical e não se desloca
(tente perceber porquê).

 O resultado é um aumento temporário do


produto.

 No longo prazo todas as variáveis reais


regressam aos seus valores iniciais.

- - 49
 POLÍTICA MONETÁRIA (CURTO PRAZO)

 POLÍTICA MONETÁRIA (LONGO PRAZO)

 Outro efeito de curto prazo é a diminuição do


salário real (W/P):

O nível de preços aumenta enquanto que o salário


nominal (W) é fixo.

- - 50
 A renegociação salarial irá fazer aumentar o
salário nominal:

 Alterações nos custos de produção levam a


deslocações da curva da oferta agregada
(AS curto prazo).

 No caso: deslocando-se a curva ASCP para cima


(as empresas vão procurar menos trabalho para o mesmo
nível de preços).

 O novo equilíbrio de curto prazo é tal que o


produto diminui (em direcção ao produto normal ou
natural) e o nível de preços sobe novamente.

 Em resultado deste novo aumento de preços,


o salário real volta a estar aquém do seu valor de
equilíbrio.

- - 51
Uma nova renegociação levará a um novo aumento do
salário nominal, e, portanto, a um novo deslocamento da
curva ASCP para cima.

 Este processo continua até que o produto regresse


ao valor do produto normal ou natural:

 Aumento dos preços a longo prazo proporcional


ao aumento inicial da oferta monetária nominal.

 Cruzando-se as três curvas:

AD
ASCP
ASLP

- - 52
 POLÍTICA ORÇAMENTAL

 Uma política orçamental expansionista


provoca um aumento da procura agregada (recorde-se
que a procura agregada corresponde ao equilíbrio do
modelo IS-LM, para cada nível de preços).

- - 53
 A curva AD desloca-se para a direita, tanto mais
quanto maior for o efeito da política orçamental:

O deslocamento da curva AD é menor que o da IS, já


que incorpora o efeito de “crowding-out”
(Deslocamento Horizontal da Curva AD).

 Os efeitos são: um aumento temporário do produto


e um aumento permanente do nível de preços (tal
como no caso da política monetária), e também um
aumento da taxa de juro.

 A taxa de juro aumenta de forma permanente,


fazendo com que diminua o investimento e o
consumo.

O “crowding-out” é parcial no curto prazo


(sendo superior ao previsto pelo modelo IS-LM),

E, total no longo prazo.

- - 54
 POLÍTICA ORÇAMENTAL
(CURTO PRAZO)

 POLÍTICA ORÇAMENTAL
(LONGO PRAZO)

 Tal como no caso da política monetária


expansionista, outro efeito de curto prazo da política
orçamental expansionista é a diminuição do salário
real devido ao aumento do nível de preços.

- - 55
 A renegociação salarial leva ao aumento do
salário nominal (W):

Deslocando-se a curva ASCP para cima, o que implica


um novo equilíbrio de curto prazo: no qual o produto
é menor (mais próximo do produto natural) e o nível de
preços ainda maior.

 Em resultado do novo aumento de preços, o salário


real volta a estar abaixo do salário real de equilíbrio:

Sucessivas rondas renegociais levam a aumentos do


salário nominal, e, portanto, a deslocamentos da
curva ASCP para cima.

 No fim do processo de ajustamento a subida dos


preços (longo prazo) implica:

- - 56
Numa redução da oferta real de moeda  de forma a que
a subida da taxa de juro seja tal que:

 Reduza o investimento privado numa medida igual


ao aumento das despesas públicas (G) iniciais
(neutralização, a longo prazo).

 Estes ajustamentos diminuem gradualmente o


produto, até que este regresse ao valor do
produto natural.

- - 57
- - 58
☺ CHOQUES NA OFERTA AGREGADA

 Alterações do Equilíbrio Causadas por

Choques na Oferta Agregada.

Deslocações na curva AS, como vimos,

podem resultar de alterações nos custos de

produção:

Relacionadas com os Salários:

 Produção agregada acima/abaixo da produção de

pleno emprego (Y> Y*) e (Y< Y*), respetivamente.

 Inflação esperada.

 Pressão exercida pelos trabalhadores para subir os

salários (greves bem sucedidas).

- - 59
Não Relacionadas com os Salários:

 Redução da quantidade disponível (aumento dos

preços) das matérias primas, incluindo o petróleo:

choques petrolíferos de 1973 e 1979 ( Estagflação).

 Alterações na produtividade marginal do trabalho

(choques tecnológicos).

Exemplo de um Choque na Oferta

Agregada (Negativo)

- - 60
“ Apesar da deslocação da curva AS curto

prazo para a esquerda  aumento dos preços e

diminuição do produto:

“O último efeito e de longo prazo  produto e

preços inalterados (mantendo a curva AD

constante)”.

 Deslocações da Curva de Oferta

Agregada de Longo Prazo (ASLP)

. Crescimento Económico.
. Teoria dos Ciclos Económicos Reais
“Business Cycles” (de inspiração clássica):

- - 61
- Choques de oferta reais (nomeadamente,
choques na produtividade) conduzem a

flutuações de curto prazo na taxa de produto

normal ou natural (deslocações ASLP).

- Não há necessidade de intervenção do Estado.

. Histerese de Desemprego (modelo


incluídos “insiders” – excluídos

“outsiders” (de inspiração keynesiana):

 Procura explicar o elevado e persistente

desemprego na Europa (em confronto com o EUA).

 Longos períodos de alto desemprego aumenta a

taxa natural de desemprego (a taxa natural de

produto cai abaixo do pleno emprego inicial).

- - 62
- Devido, entre outros factores:

. Ação sindical (mercado de trabalho


pouco flexível):

E a defesa primordial do nível de vida dos

trabalhadores “incluídos” .

E, assim, passagem automática dos

desempregados devido a choques negativos à

condição de “excluídos”.

. Desemprego de longa duração:

- Desencorajados (e não se esforçar ao máximo

para encontrar um emprego).

- Trabalhadores que beneficiam de subsídios de

desemprego podem se acostumar a não trabalhar.

- - 63
- As empresas evitam contratar esses trabalhadores

devido a possibilidade de perda de energia e de

qualificações para trabalhar.

Política expansionista para deslocar a

procura agregada.

CONCLUSÕES:

. Deslocações da curva AD (política


monetária, política orçamental ou comércio

internacional) afetam o produto no curto prazo.

MAS não causam qualquer efeito no longo

prazo.

- - 64
. Deslocações da curva AS (inflação
esperada, pressão exercida pelos trabalhadores

para subir os salários) afetam o produto e os

preços no curto prazo.

MAS não causam qualquer efeito no longo

prazo (curva AD constante).

. A economia tem um mecanismo de


autocorreção: que a faz voltar aos níveis de
desemprego e produto agregado naturais ao

longo do tempo.

- - 65
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- - 70
ANEXO:

AS CURVAS DE PHILLIPS ORIGINAL E


AQUMENTADA DAS EXPECTATIVAS

- - 1
■ Em Macroeconomia, a Curva de Phillips é um
dilema/menu “trade-off” entre inflação e desemprego.

 Que permite analisar a relação entre ambas, no curto


prazo.

■ Esta curva mostra ► quanto mais alta a taxa de


desemprego menor a taxa de inflação (e vice-versa).

 Menos desemprego pode ser alcançado obtendo-se


mais inflação ou a inflação pode ser reduzida
permitindo-se mais desemprego.

■ Baseando-se em dados da economia do Reino Unido


no período de 1957 a 1961:

Willian Phillips ► economista neozelandês  mostrou


haver uma correlação negativa entre a inflação e o
desemprego  “trade-off” produto real /output e
inflação.

- - 2
 Poucos anos depois, outros dois cientistas americanos,
Paul Samuelson e Robert Solow  confirmaram a
descoberta ao utilizarem dados da economia dos EUA

 E resolveram chamar o modelo como curva de Phillips.

 Inflação versus desemprego nos Estados


Unidos, 1900-1960

 No período 1900-1960, nos Estados Unidos, uma taxa de


desemprego baixa estava tipicamente associada a uma alta
taxa de inflação.

- - 3
E, inversamente, o alto desemprego a uma inflação baixa ou
negativa.

 A curva de Phillips, baseada nos dados acima,


mostra uma relação negativa entre inflação e
desemprego.

■ A Equação Matemática

 A partir da relação existente entre o nível de preços,


o nível de preços esperado/antecipado e a taxa de
desemprego:

P = f (P e, u)

P = nível de preços

P e = nível de preços esperados/antecipados

u = taxa de desemprego

- - 4
■ Pode-se deduzir uma nova função relacionando: a taxa
de inflação, a taxa de inflação esperada/antecipada e
a taxa de desemprego, na forma:

π = f (πe, u)

 Assim: a taxa de inflação tenderá a variar


positivamente com a inflação esperada
e negativamente com a taxa de desemprego.

É válido lembrar que existem coeficientes que dão maior


ou menor peso a esses factores determinantes da taxa de
inflação.

 Expressão analítica da curva de Phillips


(de curto prazo):

π t = πe t – γ (u t – u* t)

- - 5
γ = Parâmetro que mede a sensibilidade da inflação
observada face a desvios entre a taxa de
desemprego observado e a taxa de desemprego
normal ou natural “NAIRU”.

■ Na curva de Phillips original ► embora não ocorra em


tempos actuais:

A inflação média nos períodos pesquisados por Phillips


e depois por Samuelson e Solow tendia para zero.

■ Com uma inflação média tendendo para zero em


períodos passados ► levantou-se a hipótese de que a
taxa de inflação esperada também seria zero.

■ De forma que a relação descrita anteriormente


passaria a ser:

π t = f (u)

- - 6
π t = - γ (u t – u* t)

 Taxa de inflação apenas em função da taxa de


desemprego.

■ Assim, nesta primeira versão da curva de Phillips:

► Inexistência de uma eventual espiral de salários e


preços, períodos em que elevações no salário nominal
provocam elevações no nível geral de preços e, vice versa.

 Gráfico: Curva de Phillips Original

  = Taxa de inflação (observada)


 = Taxa de desemprego (observado)
 * = Taxa natural de desemprego “NAIRU”
 e t = Taxa de inflação esperada = 0
 t =  e t - γ (  t -  n)
π t = - γ (u t – u * t)

0 *

- - 7
 A Taxa de Desemprego e a Curva de
Phillips

A relação negativa entre desemprego e inflação


perdurou ao longo da década de 1960, mas
desapareceu depois desse período, por duas razões:

Um aumento no preço do petróleo: os choques


na oferta agregada, choques petrolíferos de 1973 e
1979, a “estagflação”.

Uma mudança na forma como os fixadores de


salário formavam suas expectativas, devido a uma
mudança no comportamento da taxa de
inflação.

A taxa de inflação tornou-se consistentemente


positiva.

A inflação tornou-se mais persistente.

- - 8
 Inflação versus desemprego nos Estados
Unidos, 1948-1969

O declínio contínuo do desemprego nos Estados


Unidos durante a década de 1960 esteve associado
a um aumento também contínuo da inflação.

- - 9
 Inflação versus desemprego nos Estados
Unidos, 1970-2000

 A partir de 1970, a relação entre a taxa de desemprego


e a taxa de inflação desapareceu nos Estados Unidos.

- - 10
 Inflação versus desemprego nos Estados
Unidos, 1970-2000

 Desde a década de 1960, a inflação americana esteve


consistentemente positiva.

A inflação também tornou-se mais persistente: a


inflação alta de um ano provavelmente será alta no ano
seguinte.

- - 11
A Curva de Phillips Aumentada das
Expetativas (Adaptativas)

 Suponha que as expectativas sobre a inflação sejam


formadas de acordo com:
πet = θπt- 1

 O parâmetro θ captura o efeito da taxa de inflação do ano


passado, πt-1, sobre a taxa de inflação prevista para este
e
ano, π t.

 O valor de θ aumentou continuamente na década de


1970, de zero a um.

πt = πet – δ* (ut - u*t)

πet = θ* πt -1 (teoria das expectativas adaptativas)

πt - πt–1 = - δ* (ut - u*t) para : θ = 1

- - 12
 Quando θ = 1, a taxa de desemprego não afeta a
taxa de inflação, mas sim a variação da taxa de
inflação.

 A partir de 1970, surgiu uma relação negativa entre a


taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação
nos Estados Unidos.

 NOTA:

Para o período analisado por Phillips e Samuelson


e Solow (até a década de 60 do século passado):

θ = 0  π t = - δ* (u t – u t*)

- - 13
 Variação da Inflação versus desemprego
nos Estados Unidos, 1970-2000

 Desde 1970, há uma relação negativa entre a taxa de


desemprego e a variação da taxa de inflação nos
Estados Unidos.

- - 14
 A curva original de Phillips é:

πt = - δ (ut - u*t).

 A curva de Phillips modificada, ou curva de Phillips


aumentada pelas expectativas, também chamada de curva
de Phillips aceleracionista1, é:

πt - πt-1 = - δ (ut - u*t)

 Esta é uma relação importante porque proporciona outra


maneira de pensar sobre a curva de Phillips, em termos de
taxa de desemprego actual, da taxa natural de
desemprego e da variação da inflação.

 Friedman e Phelps questionaram a existência dessa


alternância/dilema/”trade-off” entre desemprego e inflação.

1
M. Friedman e E.S. Phelps.

- - 15
 Eles argumentaram que a taxa de desemprego não poderia
ser mantida abaixo de um determinado nível que
chamaram de "nível natural de desemprego".

 O nível natural de desemprego é a taxa de desemprego em


que a taxa inflação corrente é igual à taxa de inflação
esperada.

πt - πt-1 = - δ* (ut - u*t)

 A equação acima proporciona outra maneira de


pensar sobre a taxa natural de desemprego:

 A taxa de desemprego não-aceleradora da


inflação, (ou NAIRU), é a taxa de desemprego
necessária para manter a inflação constante.

- - 16
■ A Curva de Phillips de Curto e de Longo
Prazo:

A Curva de Phillips Modificada/Aumentada

das Expectativas /Aceleracionista

■ No curto prazo é possível para o PIB flutuar em torno a


sua tendência de crescimento de longo prazo.

E tais flutuações são acompanhadas por movimentos da


inflação em torno da inflação esperada.

 Tudo o resto igual:

O produto e a inflação deslocam-se


no mesmo sentido (dilema/menu ou “trade-off”
produto/inflação).

- - 17
■ A Curva de Philips e o Dilema/Menu “Trade-off”

inflação e Produto/Desemprego

(do curto para o longo prazo)

Curva de Philips
de longo prazo
(NAIRU)

1 A
E1

0 E0 (Nova Curva de Phillips de curto prazo)


 =  e1 - γ (  -  *)
(Inicial Curva de Phillips de curto prazo)
 =  e0 - γ (  -  *)
0 ´ * 

 O Mecanismo de Transmissão entre o Curto


e o Longo prazo.

 Para um dado nível de expectativas sobre a


inflação futura:

- - 18
 A expansão (com origem monetária ou orçamental) da
procura agregada.

 Estimula o aumento do produto, do emprego e da


inflação.

 À medida que os trabalhadores começam a ter uma


percepção mais correcta do valor efectivo da inflação
tendem a ajustar as suas expectativas.

 As negociações salariais levarão em consideração este


novo valor para a inflação no estabelecimento dos
salários nominais, W.

Porque o que interessa aos trabalhadores em


última instância é a evolução do salário real, W/P).

 Por isso, os salários ajustam-se de modo a


entrarem em consideração com o novo valor da inflação

esperada.

- - 19
 Porém, o aumento de preços e salários

de forma gradual recoloca a oferta agregada

ao seu nível tendencial de longo prazo.

■ Friedman e Phelps, anteciparam o


problema do dilema/menu entre
produto/desemprego e inflação.

. A tentativa de colocar o desemprego de forma


persistente abaixo da taxa natural de desemprego

“NAIRU” ► taxas de inflação cada vez maiores.

. A curva de Phillips de curto prazo  desloca-se


para cima ao longo do tempo.

. A curva de Phillips de longo prazo é vertical.

- - 20
■ A NAIRU é a taxa de desemprego à qual é associada

inflação estável.

u* = NAIRU

u = taxa de desemprego observada/actual/efectiva

. u < u *:
 As expectativas inflacionárias aumentam e a inflação

tende a acelerar.

 Tendência aceleracionista: pois a inflação se


acelera quanto mais distante da NAIRU for o
desemprego observado/corrente.

- - 21
. u > u *:
 As expectativas inflacionárias caem e a inflação
tende a se desacelerar.

. u = u*
A taxa de inflação tende a permanecer a mesma

(a não ser que ocorra algum choque exógeno).

- - 22
 REVISÃO E APLICAÇÕES PRÁTICAS

- - 23
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