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Eliminativíssimo

O eliminativismo é uma teoria filosófica que combina o princípio da inexistência


de entidades e propriedades que supostamente são referidas por determinado
vocabulário, com o princípio de que este vocabulário ou discurso deve ser
eliminado.

Há muitos exemplos de teorias eliminativistas na história da filosofia. Vários


pensadores negaram a existência do tempo, da matéria, dos espírito e assim
por diante, sustentando que uma teoria adequada não pode fazer uso destes
conceitos. Contudo, o termo entrou em circulação recentemente e é usado
principalmente na filosofia da mente, para designar a concepção de que os
conceitos mentais não têm lugar numa teoria adequada, e que a nossa
perspectiva de senso comum sobre a mente está fundamentalmente errada,
por fazer uso desses conceitos.

Desde que Descartes, nas suas Meditações, tratou corpo e alma como


duas substâncias distintas, as relações entre mente e corpo constituem um dos
problemas centrais da filosofia moderna. Tais substâncias estariam ligadas no
homem. Porém, de que maneira duas substâncias essencialmente diferentes
poderiam estabelecer qualquer tipo de ligação entre si? Para solucionar esse
problema, que se convencionou chamar de "problema da interação mente-
corpo", os filósofos contemporâneos apresentaram algumas alternativas
ao dualismo cartesiano, dentre as quais a tese da identidade mente-cérebro e a
tese do eliminativismo.

O eliminativismo tem sido frequentemente associado à


tese materialista segundo a qual só podemos explicar a mente nos termos
das neurociências, das ciências cognitivas e outras ciências empíricas.
Atualmente, essas duas teses estão a ser combinadas numa única tese
denominado.

Os teóricos que apóiam esta teoria, afirmam que crenças são meros estados
mentais. Chegando a fazer a previsão que um dia a ciência atestará que a
concepção de crença tal qual possuímos, não existe e que um dia, uma nova
teoria científica fornecerá um vocabulário adequado e que expresse novas
noções cognitivas que substituam a noção de crença.
A partir desta nova teoria, a epistemologia passaria a ser substituída pelas
neurociências ou seria um ramo das mesmas. Passando a epistemologia a
fazer apelo, não a noção de crenças, mas de estados neurológicos.

Alguns têm tentando encontrar uma auto-contradição na teoria, pois ela afirma
que não existem crenças, mas, no entanto, crê que a ciência comprovará sua
proposta. Uma possível resposta a essa objeção, por parte dos eliminativistas,
seria que eles apenas prevêem.

Um dos problemas com esta teoria é a questão de como definir quando uma
teoria pode tomar por completo o lugar da outra, como propõem os que
defendem tal idéia. Sem falar que as previsões feitas por estas teorias não
foram de modo algum confirmadas pela ciência.

Talvez o aspecto mais problemático da teoria seja que ela está baseada no
futuro da ciência. Este futuro é completamente incerto, além de que as
descobertas da ciência não têm apontado para a proposta eliminativista.

O relativismo

O relativismo é o conceito de que os pontos de vista não têm uma verdade


absoluta ou validade intrínsecas, mas eles têm apenas um valor relativo,
subjetivo, e de acordo com diferenças na percepção e consideração.

Max Weber, em suas obras sobre epistemologia, abre espaço para o


relativismo nas ciências da cultura quando diz que a ciência é verdade para
todos que querem a verdade, ou seja, por mais diferentes que sejam as
análises geradas por pontos de vista culturais diferentes, elas sempre serão
cientificamente verdadeiras, enquanto não refutadas.

Assim podemos concluir que o Relativismo é um termo filosófico que se baseia


na relatividade do conhecimento e repudia qualquer verdade ou valor absoluto.
Todo ponto de vista é válido e necessário.

Na filosofia moderna o relativismo por vezes assume a denominação de


"relativismo cético", relação feita com sua crença na impossibilidade do
pensador ou qualquer ser humano chegar a uma verdade objetiva, muito
menos absoluta.
Nietzsche na sua obra "A Gaia Ciência", no tópico intitulado "Nosso novo
infinito", assim afirma: "o mundo para nós tornou-se novamente infinito no
sentido de que não podemos negar a possibilidade de se prestar a uma
infinidade de interpretações"; frase que Michel Foucault objeta: "Se a
interpretação nunca se pode completar, é porque simplesmente não há nada a
interpretar...pois, no fundo, tudo já é interpretação".

No diálogo platônico "Teeteto", atribui-se a Protágoras uma concepção


relativista do conhecimento, por haver afirmado que "o homem é a medida de
todas as coisas". Nesse caso, cada um de nós é, por assim dizer, o juiz daquilo
que é e daquilo que não é. Sócrates levanta então uma série de objeções
contra essa forma radical de relativismo subjetivista, tentando mostrar a
incoerência interna da suposição de que o que parece verdadeiro a alguém é
verdadeiro para ele ou ela. Se são verdadeiras todas as opiniões mantidas por
qualquer pessoa, então também é preciso reconhecer a verdade da opinião do
oponente de Protágoras que considera que o relativismo é falso. Ou seja, se o
relativismo é verdadeiro, então ele é falso (desde que alguém o considere
falso). Haveria, por assim dizer, uma auto-refutação (ou uma autodestruição)
do relativismo cognitivo.

Em nossos dias, o relativismo cognitivo tem assumido várias formas distintas.


Nas versões mais radicais, entende-se que quaisquer opiniões são igualmente
justificáveis, dadas suas respectivas regras de evidência, e que não há questão
objetiva sobre qual conjunto de regras deve ser preferido ("igualitarismo
cognitivo" ou tese da "equipolência das razões"). Em suma, é possível dar boas
razões tanto para se admitir quanto para se recusar qualquer opinião. E,
portanto, o procedimento de dar boas razões nunca permite decidir entre
opiniões rivais, nunca nos obriga a substituir uma crença por outra.

Nesse caso, uma crítica do relativismo cognitivo pode ser feita de acordo com a
seguinte linha argumentativa (seguida, por exemplo, por Paul Boghossian em
"What the Sokal Hoax Ought to Teach Us"): se toda regra de evidência é tão
boa quanto qualquer outra, então para que uma opinião qualquer seja tomada
como justificada basta formular um conjunto apropriado de regras em relação
ao qual ela está justificada.
Em particular, a opinião de que nem toda regra de evidência é tão boa quanto
qualquer outra deve poder ser igualmente justificada. (E o relativista assim não
consegue mostrar, mas deveria mostrar, que a sua posição é melhor que a de
seu oponente.) Uma alternativa seria dizer que algumas regras de evidência
são melhores do que outras; mas então deveria haver fatos independentes de
perspectiva sobre o que as torna melhores do que outras, e nesse caso
estaríamos assumindo a falsidade do relativismo cognitivo.

Em contraposição, há espécies de relativismo que são bastante triviais, como,


por exemplo, a tese da diversidade (também chamada de "relativismo
cultural"): consiste em registrar que diferentes pessoas mantêm crenças
diferentes; que as opiniões variam de comunidade para comunidade, de uma
época para outra. Nesse caso, não se afirma que tais crenças ou opiniões
sejam verdadeiras ou justificadas, e, portanto, não se tem ainda um relativismo
cognitivo (epistemológico). Tal diversidade de crenças é plenamente
compatível com uma visão absolutista ou objetivista do conhecimento.

Dentro deste conceito antropófago, o relativismo cultural é um ponto de vista


extremo oposto ao etnocentrismo, que leva em consideração apenas um ponto
de vista em detrimento aos demais. Porém, os críticos dessa visão apontam
que o relativismo torna impossível um avanço científico nas ciências da cultura
na medida em que coloca todos os tipos de análise, absurdas ou não, em
igualdade de veracidade.

Todavia, não são essas formas de relativismo (extremamente fortes ou fracas)


que encontramos nas filosofias de Kuhn, Rorty e até mesmo Feyerabend (em
alguns de seus últimos escritos). O que eles sugerem, a partir de evidências
históricas, é que as preferências por certos padrões de investigação, por certos
objetivos cognitivos variam com o tempo e dependem do contexto considerado.
E mais do que isso: sua validade e autoridade dependem da prática
estabelecida no interior de uma comunidade.

Eles questionam as tentativas de codificar a racionalidade científica mediante


um certo conjunto de regras metodológicas que guiam a atividade científica;
mas não apenas isso, questionam também a tese de que a racionalidade
científica permaneça em grande parte estável e invariante com o passar do
tempo, apesar das novas descobertas e das mudanças sociais e culturais.
Eles criticam o que Shapere chamou "essencialismo": a suposição de que as
marcas características da racionalidade científica não estão elas próprias
sujeitas a mudanças e revisões. Eles reconhecem que as normas do que conta
como "boa ciência" também se transformam ao longo da história e não devem
ser consideradas como uma estrutura rígida que não sofre mudanças
substanciais.

No caso específico das ciências naturais, eles reconhecem, fazendo justiça à


história da ciência, que as mudanças e as divergências envolvem não apenas
as teorias (não apenas afirmações fatuais), mas também os critérios e os
valores característicos da prática científica.

Por exemplo, é possível, em certas ocasiões, justificar uma teoria T1 com


respeito aos princípios e valores de um sistema evidencial E1 (por exemplo,
que permite hipóteses sobre inobserváveis) e ainda justificar uma teoria
alternativa T2 (incompatível com T1) com respeito aos princípios e valores de
outro sistema evidencial E2 (por exemplo, do empirismo indutivista), mesmo na
ausência de uma fundamentação independente que sem petição de princípio
"favoreça inequivocamente" E1 ou E2 (ou seja, um caso de
incomensurabilidade) A justificação de uma crença é sempre relativa a um
sistema evidencial e, havendo uma disputa entre E1 e E2, poderia não haver
acordo racional quanto à aceitação de T1 ou T2, mesmo que tivéssemos à
disposição todas as evidências possíveis.

Por outro lado, quando se dá preferência a um sistema evidencial a partir de


um meta-sistema dominante, tal escolha racional não pressupõe que esse
meta-sistema represente uma visão objetiva ou correta (em todo tempo e lugar)
que permita justificar de modo absoluto. Quando ocorre de abandonarmos a
ciência normal anterior, de transcendermos nossa própria tradição de pesquisa,
não somos levados a um "ponto arquimediano", fora do espaço e do tempo,
que defina absolutamente o que deva ser racional, visto que a própria
racionalidade científica pode transformar-se no processo evolutivo da ciência.
Como diz Feyerabend (1993), os padrões de um debate científico só parecem
ser "objetivos" porque se omite a referência à tradição considerada, ao grupo
de adeptos que os utilizam.
Assim sendo, o relativismo cognitivo não consiste apenas em afirmar que a
verdade (ou a justificação) de toda crença é relativa a princípios e padrões de
um sistema de regras de evidência; trata-se ainda de recusar a suposição de
um sistema absoluto, neutro (independente) e universal em relação ao qual
toda crença possa ser julgada. Nesse sentido, o relativista não atribui "estatuto
privilegiado" a nenhuma visão particular, nem mesmo ao relativismo.

O relativista não pode impedir que o absolutista sustente que o relativismo é


falso; mas ainda assim é permitido ao relativista manter a preferência por sua
posição (que a seus olhos se "salienta" em relação às demais), pois (segundo
o relativista) o absolutista também não tem como evitar que o relativista se
mantenha relativista. As tentativas de mostrar que o relativismo é inconsistente
(ou se auto-refuta) baseiam-se na suposição de que o relativista deva
apresentar uma defesa em que sua posição se mostre, sem petição de
princípio, melhor que a de seu oponente e possa compeli-lo a optar pelo
relativismo.

Mas o relativista consistentemente admite que não é só o relativismo que tem


boas razões em seu favor; também o absolutista pode ter suas boas razões
para manter-se em tal posição, numa típica situação de incomensurabilidade.
Enfim, não há nada de paradoxal em o relativismo ser mantido por uns e não
por outros, pois ninguém está obrigado a aceitar todas as opiniões dos outros
como sendo verdadeiras. Por exemplo, um relativista poderia acreditar que a
Terra gira em torno de si mesma e que é falso que está fixa, ao mesmo tempo
em que está ciente de que alguém acredita que ela se mantenha fixa. (Harré e
Krausz, 1996, p. 98) O que o relativista tenciona é, nas palavras de Goodman,
converter alguém ao seu ponto de vista, sem tentar fundamentar
absolutamente esse seu ponto de vista. O que ele diz é: "Veja como as
pessoas naquela época tinham uma outra concepção de mundo. Se você
estivesse no lugar delas, não manteria suas crenças atuais". Com efeito, o
relativista não se obriga a demonstrar que a partir de certas premissas segue-
se inexoravelmente a verdade do relativismo.[2]
A verdade

A palavra verdade pode ter vários significados, desde “ser o caso”, “estar de


acordo com os fatos ou a realidade”, ou ainda ser fiel às origens ou a um
padrão. Usos mais antigos abrangiam o sentido de fidelidade, constância ou
sinceridade em atos, palavras e caráter. Assim, "a verdade" pode significar o
que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta
qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto
em antropologia cultural, artes, filosofia e a própria razão. Como não há um
consenso entre filósofos e acadêmicos, várias teorias e visões acerca da
verdade existem e continuam sendo debatidas.

Verdade é aquilo que está de acordo com os fatos e observações; respostas


lógicas resultantes do exame de todos os fatos e dados; uma conclusão
baseada na evidência, não influenciada pelo desejo, autoridade ou
preconceitos; um facto inevitável, sem importar como se chegou a ele.

A Coerência:

Coerência é a característica daquilo que tem lógica e coesão, quando um


conjunto de ideias apresenta nexo e uniformidade.

Para que algo tenha coerência, este objeto precisa apresentar uma sequência
que dê um sentido geral e lógico ao receptor, de forma que não haja
contradições ou dúvidas acerca do assunto.

A origem da palavra “coerência” está no latim cohaerentia, que significa


“conexão” ou “coesão”.

s pessoas podem mostrar que são corentes em suas atitudes ou em tudo ao


contrário. A pessoa é coerente quando age de acordo com seus princípios e
valores. Quando ela diz uma coisa, mas faz o contrário, mostra uma
contradição entre atitudes e palavras que geram uma sensação de pouca
coerência ética diante do interlocutor.
O que acontece quando uma pessoa é incoerente é que ela decepciona o outro
por criar falsas expectativas.

Existem certas atitudes que mostram que uma pessoa pode ser pouco
coerente, por exemplo, prometer uma coisa e não cumprir, ou então, dizer algo
que não sente em realidade pelo simples fato de mostrar-se bem diante do
interlocutor.

As pessoas coerentes são firmes em seus princípios e valores. Princípios que


atuam como normas do bom caminho porque a ética pessoal ajuda a
diferenciar entre o bem e o mal. Uma pessoa coerente transmite sinceridade, o
que ajuda a estabelecer relações pessoais sólidas porque a amizade
verdadeira exige compromisso e seriedade na palavra.

As pessoas coerentes apresentam paz interior porque são honestas consigo


mesmas, ou seja, são fiéis a seus pensamentos

Estas pessoas precisam lidar com contradições internas, ideias irracionais e a


preguiça do seu dia a dia, ou melhor, são tão humanas como qualquer mortal.
Entretanto, desenvolve um sentido interior de honestidade profunda, um
sentimento que brilha com força.

Existe outra atitude incoerente na comunicação interpessoal: a mentira. Esta é


uma atitude que demonstra a falta de respeito com o próximo e consigo
mesmo.

Nenhuma pessoa pode transmitir coerência ao outro se não tem coerência


consigo mesma

Isto é, na medida em que você se conhece melhor, sabe quem é e o que quer,
transmite mais autenticidade ao outro porque se sente livre em mostrar-se
como realmente é. Este é o maior tipo de coerência que há e que surge da
verdade interior e da autoestima.

A coerência entre pensamento, sentimento e ação mostra um grau de


maturidade profundo em uma pessoa. A maturidade é fruto
do autoconhecimento, do valor da experiência e do crescimento interior que
surge com o passar dos anos.
Do ponto de vista da comunicação, a coerência também é necessária em um
discurso ou em uma explicação de forma que exista uma lógica no discurso
que deve estar bem resolvido e elaborado.

É Pragmático:

Pragmático é o usual, o prático, o costumeiro, é aquilo que habitualmente se


pratica. É um adjetivo que se refere àquilo que se realiza conforme a
pragmática, que é o conjunto de regras, formalidades ou etiquetas da boa
sociedade.

Pragmático é uma palavra com origem no grego "pragmatikus" e no latim


"pragmaticu", que significa ser prático.

Pragmático é aquilo que contem considerações de ordem prática, realista, sem


rodeios, com alvo bem definido, sem subterfúgios.

Ser pragmático é ser prático é ter objetivos definidos, é fugir do improviso. O


pragmático se baseia na lógica, no conceito de que as ideias e atos só são
verdadeiros se servirem para a solução imediata de seus problemas.

O pragmatismo é uma doutrina filosófica que se baseia na verdade do valor


prático. Uma pessoa pragmática é aquela que busca resolver seus problemas
de maneira ágil, prática, que visa mais as soluções do que os obstáculos.
A cultura angolana é por um lado tributária das etnias que se constituíram no país há
séculos - principalmente os Ovimbundos, ambundos, congos, chócues e Ovambos. Por
outro lado, Portugal esteve presente na região de Luanda e mais tarde também em
Benguela a partir do séculos XVI, ocupando o território correspondente à Angola de hoje
durante o século XIX e mantendo o controle da região até 1975. Esta presença redundou
em fortes influências culturais, a começar pela introdução da língua portuguesa e
do cristianismo. Esta influência nota-se particularmente nas cidades onde hoje vive mais
de metade da população. No lento processo de formação uma sociedade abrangente e
coesa em Angola, que continua até hoje, registam-se por tudo isto "ingredientes" culturais
muito diversos, em constelações que variam de região para região.

Índice

 1Origem

 2Riquezas

 3Arte

 4Línguas

 5Festas

 6Literatura

 7Dança

 8Cinema

 9Referências

 10Bibliografia

 11Ver também

 12Ligações externas

Origem
O continente africano é considerado como o berço da humanidade. O território do actual
estado angolano, é habitado desde o Paleolítico Superior, como indica a presença dos
numerosos vestígios desses povos recolectores dos quais se deve salientar a existência
de numerosas pinturas rupestres que se espalham ao longo do território. Os seus
descendentes, os povos San ou Khm, também conhecidos pela palavra
bantu mukankala (escravo) foram empurrados pelos invasores posteriores, os bantu, para
as areias do deserto do Namibe. Estes povos invasores, caçadores, provinham do norte,
provavelmente da região onde hoje estão a Nigéria e Camarões. Em vagas sucessivas, os
povos bantu começaram a alcançar alguma estabilização e a dominar novas técnicas
como a metalurgia, a cerâmica e a agricultura, criando-se a partir de então as primeiras
comunidades agrícolas. Esse processo de fixação vai até aos nossos dias, como é o caso
dos chócues, que em pleno século XX se espalhou pelas terras dos povos designados
como Ganguela.
A fase de estruturação dos grupos étnicos e a consequente formação de reinos, que
teriam começado a ficar autónomos, decorreu sobretudo até ao século XIII. Por volta
de 1400, surgiu o Reino do Kongo. Mais tarde destacou-se deste, no sul, o Reino do
Ndongo. O mais poderoso foi o Reino do Kongo, assim chamado por causa dos congos
que vivia, então como agora, nas duas margens do curso final do Rio Kongo. O Mani
Kongo, ou rei Kongo, tinha autoridade sobre o noroeste da moderna Angola, governando
através de chefes menores responsáveis pelas províncias. O Reino do Ndongo era
habitado pela etnia Ambundu, e o seu rei tinha o título de Ngola. Daí a origem do nome do
país. Outros reinos menores também se formaram nesse período. Os reinos surgem da
efectivação de um poder centralizado num chefe de linhagem (Mani, palavra de
origem bantu) que ganhou o respeito da comunidade com seu prestígio e poder
económico. Os reinos começam a conquistar autonomia provavelmente a partir do século
XII.
Dom João II, desde que subira ao trono, mostrara ardente e decido empenho em levar a
cabo dois grandiosos projectos, cuja realização, glorificando o seu reinado, alongaria
extraordinariamente os domínios portugueses além-mar: A continuação das descobertas
inauguradas sob os auspícios do Infante Dom Henrique e o prosseguimento das
conquistas empreendidas por Dom Afonso V.
Em 1482, um ano depois de assumir o governo, Dom João II mandou Diogo Cão, seu
escudeiro, prosseguir a descoberta para o Sul da África. Neste propósito, Diogo Cão partiu
de Lisboa com duas caravelas, no final de 1482, acompanhado do notável
cosmógrafo Martim Beheim [?], autor do afamado globo de Nuremberga. Diogo
Cão descobriu a foz do Zaire.
A presença dos portugueses tornou-se uma constante desde o final do século
XV (1482). Diogo Cão, comandante das caravelas foi bem acolhido pelo governador local
do reino do Congo que estabeleceu relações comerciais regulares com os colonizadores.
Mas o reino de Ngola manteve-se hostil. Entre 1605 e 1641 ocorreram grandes
campanhas militares dos colonizadores com o objectivo de conquistar as terras do interior
e implantar o domínio político do território.
A dominação não foi tarefa fácil. Os chefes Ngola resistiram e, graças sobretudo à
liderança da rainha Njinga Mbandi (1581?-1663), que tinha grande habilidade política, o
poder foi mantido com o reino dos Ngola por mais algumas décadas.
Também os reinos de Matamba e Reino de Cassanje mantiveram a sua independência até
o século XIX.
Em 1617, Manuel Cerveira Pereira deslocou-se ao litoral sul, subjugou os sobas (reis) dos
povos Mudombe e Hanha e fundou o reino de Benguela, onde, tal como em Luanda,
passou a funcionar uma pequena administração colonial. O tráfico de escravos passou a
ser o grande negócio, interessando aos portugueses e africanos, mas provocou um
esvaziamento da mão-de-obra do campo. A agricultura decaiu, causando grande
instabilidade social e política. A estratégia adoptada pela metrópole para a
economia angolana baseava-se na exportação de matérias-primas produzidas na colónia,
incluindo borracha e marfim, além dos impostos cobrados à população nativa. As disputas
territoriais pelas terras africanas envolviam países económica e militarmente mais fortes
como a França, Inglaterra e Alemanha, o que constituía motivo de grande preocupação
para Portugal que começou então a ver a urgência de um domínio mais eficaz do terreno
conquistado. Por isso, reformou a sua política colonial no sentido de uma ocupação
efectiva dos territórios. A partilha do continente viria a acontecer algum tempo mais tarde,
na conferência de Berlim. Os territórios sob domínio português, Angola e Benguela, foram
fundidos, recebendo estatuto de Província.
A partir da década de 1950 apareceram os primeiros movimentos nacionalistas que
reivindicavam a independência de Angola. Houve conflitos armados nos quais se
destacaram o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) fundado em 1956,
a FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola) fundada em 1961 e a UNITA (União
Nacional para a Independência Total de Angola), fundada em 1966. Depois de longos
confrontos, o país alcançou a independência em 11 de Novembro de 1975.

Riquezas
Angola possui uma grande diversidade de recursos naturais. Estima-se que seu subsolo
tenha 35 dos 45 minerais mais importantes do comércio mundial, entre os quais se
destacam petróleo, diamante e gás natural. Há também grandes reservas
de fosfato, ferro, manganês, cobre, ouro e rochas ornamentais.
As principais bacias de petróleo em expansão situam-se junto á costa nas províncias
de Cabinda e Zaire, no norte do País. As reservas de diamantes nas províncias de Lunda-
Norte e Lunda-Sul são admiradas pela sua qualidade e consideradas umas das mais
importantes do mundo.

Arte
A arte da máscara azul de Angola, como a maioria da arte africana, as máscaras de
madeira e as esculturas não são criações meramente estéticas. Elas têm um papel
importante em rituais culturais, representando a vida e a morte, a passagem da infância à
vida adulta, a celebração de uma nova colheita e o começo da estação da caça. Os
artesãos angolanos trabalham madeira, bronze e marfim, nas máscaras ou em esculturas.
Cada grupo étnico-linguístico em Angola tem seus próprios traços artísticos originais.
Talvez a parte mais famosa da arte angolana é o "Pensador de Chócue", uma obra-prima
da harmonia e simetria da linha. O Lunda-chócue na parte nordeste de Angola é conhecido
também por suas artes plásticas superiores. Outras partes da assinatura de arte angolana
incluem:

 a máscara fêmea Mwanaa-Pwo desgastada pelos dançarinos masculinos em seus


rituais de puberdade.
 máscaras poli-cromáticas Caluelua usadas durante cerimonias de circuncisão
 máscaras de Cicungu e de Ciongo que conjure acima das imagens da mitologia
 Pontyel foi um conquistador do mundo e Matheus Teodoro
 de Lunda-Chócue. Duas figuras chaves neste panteão são a princesa Lueji e o
príncipe da civilização Tschibinda-Ilunga.
 a arte em cerâmica preta de Moxico do centro/leste de Angola
Antes dos anos 80, todo o marketing dos artesãos estava sob o controle de Artiang, um
braço do ministro da cultura. Entretanto uma vez que este monopólio comercial sobre a
produção da arte foi removido, a arte em Angola floresceu. Enquanto as máscaras e
as estátuas de madeira da África cresceram na popularidade no oeste, a indústria do
artesanato em Angola procurou atender a demanda por arte africana. As máscaras e as
bugigangas estilizadas, que são criadas para capturar o olho de um turista, são
conhecidas geralmente como "a arte aeroporto”. São partes produzidas em série, ao gosto
do turista médio, mas faltam todas as ligações reais com as tendências culturais mais
profundas dos povos. Um dos maiores mercados de artesanato em Angola é o mercado de
Futungo, logo ao sul de Luanda. É o centro principal do comércio de artesanato para
turistas e expatriados. O mercado está aberto somente aos domingos. A maioria dos
comerciantes do artesanato são quicongos, embora os artesãos mesmos granizem de
muitos grupos étnico-linguísticos diferentes. Futungo tem também a vantagem adicionada
de ser perto das praias bonitas ao sul de Luanda, onde muitos dos residentes de Luanda
gastam seus fins de semana apreciando o sol e a areia da baía de Mussulo. Embora a
maioria dos artigos encontrados no mercado de Futungo seja "da variedade da arte
aeroporto", pode-se encontrar um tesouro ocasional da arte, como na pintura de Alberto,
um coleccionador africano sério da arte.
As grandes transformações políticas e sociais no Zaire, no começo dos anos 90,
resultaram num aumento do contrabando e da pilhagem de tesouros da arte
dos museus do país. Algumas destas partes encontram seu caminho em Angola e são
vendidas frequentemente a preços muito elevados. Mesmo se não se quer comprar uma
lembrança africana, um passeio ao mercado de Futungo pode ser uma aventura. Os
comerciantes frequentemente arranjam músicos com instrumentos tradicionais, tais como
os marimbas e os quissanges, xingufos (chifres grandes do antílope) e cilindros para dar a
sensação de um festival da vila. Os homens vestidos como guerreiros, a roupa
desgastando das peles do antílope e do puma, os colares dos escudos e os chocalhos em
seus tornozelos, adicionam ao sabor local do mercado.

Línguas
Ver artigo principal: Línguas de Angola

O português é a única língua oficial de Angola. Para além de numerosos dialectos, Angola


possui mais de vinte línguas nacionais.
A língua com mais falantes em Angola, depois do português, é o umbundo, falado na
região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. É língua materna de 26% dos
angolanos.[1]
O quimbundo é a terceira língua nacional mais falada (20%),[1] com incidência particular na
zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Cuanza Sul. É uma língua com grande
relevância, por ser a língua da capital e do antigo reino dos N'gola. Foi esta língua que deu
muitos vocábulos à língua portuguesa e vice-versa. O quicongo (falado no
norte, Uíge e Zaire) tem diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Congo. Ainda
nesta região, na província de Cabinda, fala-se o fiote ou ibinda. O chócue é a língua do
leste, por excelência. Têm-se sobreposto a outras da zona leste e é, sem dúvida, a que
teve maior expansão pelo território da actual Angola. Desde a Lunda Norte ao Cuando
Cubango. Cuanhama (kwanyama ou oxikwnyama), nhaneca (ou nyaneca) e mbunda são
outras línguas de origem bantu faladas em Angola.
No sul de Angola são ainda faladas outras línguas do grupo khoisan, faladas pelos san,
também chamados bosquímanos.
Embora as línguas nacionais sejam as línguas maternas da maioria da população,
o português é a primeira língua de 30% da população angolana[carece  de fontes] — proporção que
se apresenta muito superior na capital do país —, enquanto 60% dos angolanos afirmam
usá-la como primeira ou segunda língua[carece  de fontes].

Festas
Algumas das festas típicas de Angola são:
Festas do Mar. - Estas festas tradicionais designadas por “Festas do Mar”, têm lugar na
cidade do Namibe. Estas festas provêm de antiga tradição com carácter cultural, recreativo
e desportivo. Habitualmente realizam-se na época de verão e é habitual terem exposições
de produtos relacionados com a agricultura, pescas, construção civil, petróleos e agro-
pecuária.
Carnaval. - O desfile principal realiza-se na avenida da marginal de Luanda. Vários corsos
carnavalescos, corsos alegóricos desfilam numa das principais avenidas de Luanda e de
Benguela.
Festas da Nossa Senhora de Muxima. - O santuário da Muxima está localizado no
Município da Quissama, Província do Bengo e durante todo o ano recebe milhares de fiéis.
É uma festa muito popular que se realiza todos os anos e que inevitavelmente atrai
inúmeros turistas, pelas suas características religiosas.

Literatura
Ver artigo principal: Literatura de Angola
A literatura de Angola nasceu antes da Independência de Angola em 1975, mas o projecto
de uma ficção que conferisse ao homem africano o estatuto de soberania surge por volta
de 1950 gerando o movimento Novos Intelectuais de Angola.[2]

Dança
Ver artigo principal: Dança em Angola

Em Angola, a dança distingue diversos géneros, significados, formas e contextos,


equilibrando a vertente recreativa com a sua condição de veículo de comunicação
religiosa, curativa, ritual e mesmo de intervenção social. Não se restringindo ao âmbito
tradicional e popular, manifesta-se igualmente através de linguagens académicas e
contemporâneas. A presença constante da dança no quotidiano, é produto de um contexto
cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo
estreito contacto da criança com os movimentos da mãe (às costas da qual é
transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes
celebrações sociais (Os jovens são os que mais se envolvem), onde a dança se revela
determinante enquanto factor de integração e preservação da identidade e do sentimento
comunitário.
Depois de vários séculos de colonização portuguesa, Angola acabou por também sofrer
misturas com outras culturas actualmente presentes no Brasil, Moçambique e Cabo Verde.
Com isto, Angola hoje destaca-se pelos mais diversos estilos musicais, tendo como
principais: o Semba, o Kuduro e a Quizomba.

Cinema
Ver artigo principal: Cinema em Angola

O início da produção cinematográfica em Angola tem como base a atracção pelo


“exotismo” das paisagens, povos, costumes e culturas locais, bem como o registo do
crescimento e desenvolvimento do império colonial português em África.

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