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Revista Academia Portus Cale II PDF
Revista Academia Portus Cale II PDF
EDITORIAL
Comissão Editorial
Abreu Freire
Carlos Mota
Helena Peixoto
Jacinto Alves
Joaquim Paulo
Miguel Tato
Pedro Jorge Pereira
Neste Número:
- Figuras Portuenses
António Nobre
J.B
- EMPREENDEDORISMO SOCIAL:
ARRISCAR NUMA ÉPOCA DE
DESCONFIANÇA
Helena Peixoto
- Letras e Poemas
Joaquim Paulo
Helena Peixoto
REVISTA Portus Cale Nº 2 – ANO II Junho 2014
vida diplomática.
Fará da Rue de Écoles, o seu novo
“Condado”, como em Leça da Palmeira, Poeta só, simbolo de uma época, em que os
aonde produzirá as restantes poesias do Deuses Amam aqueles que morrem cedo,
“SÓ”, altura em que publica o seu primeiro de tísica é certo.
livro.
Doença, fome surge de braço dado e a
Tuberculose terá um influencia
fundamental na evolução da sua poesia.
Regressa a Portugal, mas começa aí o seu
“Mal de Anto”, que se confunde com
Destino e Saudade, na procura
sebastianistica de uma cura para a doença.
“Ao mundo vim, mas enganado.
Sinto-me farto de viver: “ À beira mar em sonhos eu dormia,
Vi o que ele era, estou massado, Alta ia a lua, no cerúleo trono.
Vi o que ella era, estou massado. O mar cuspindo vagalhões, tossia
Não batas mais! Vamos morrer...”. Como tossem os tísicos no Outono.”
exploravam, ainda que com outras nuances – local). E estamos a falar de um comércio
do que certamente à segunda – os que eram principalmente especializado numa determinada
“explorados”.). área, num determinado sector.
Estamos a falar sobretudo de um comércio Obviamente que as transformações mais
essencialmente de bens de primeira acentuadas deste género de estrutura de
necessidade (alimentos – pão, frutos, legumes, comércio aconteceram nos ditos países
etc. – madeiras, etc.) mas também de bens industrializados sobretudo após a II Grande
produzidos pelos diferentes ofícios existentes Guerra Mundial. Em Portugal aconteceu
então (ferreiros, sapateiros, pelames, etc.). sobretudo a partir da década de 80, muito em
Pode-se afirmar que era um comércio particular com a adesão (com tudo o que isso
predominantemente “directo”, em que o implicou a vários níveis) à Comunidade
produtor, ou artífice, vendia directamente ao Económica Europeia – C.E.E.
“consumidor”. Era portanto uma realidade em
O comércio - e num período de tempo que
que a existência de intermediários, ou o que
podemos considerar, do ponto de vista histórico,
hoje chamaríamos de retalhistas, era ainda algo
bastante curto - deixou de ser de uma matriz
marginal. As coisas foram-se modificando ao
essencialmente local, familiar e de
longo da história, nomeadamente com o
relativamente “pequena escala” para passar a
surgimento da já mencionada classe
ser de uma matriz essencialmente globalizada,
mercadora, a “burguesia”, mas começaram a
corporativa e de grande escala (o que não
modificar-se ainda mais acentuadamente na
significa que, muitas vezes, apesar de nos
Revolução Industrial. Ainda assim, e recorrendo
estarmos a referir a grupos de retalho
à própria história da cidade do Porto, podemos
gigantescos, a maior parte do capital gerado
afirmar que a produção “em massa" ou “em
não acabe por reverter para um grupo muito
série” – que acabou em muitos casos por ser o
restrito de indivíduos bilionários).
princípio do fim de vários desses ofícios
tradicionais e artesanais – não alterou Existem portanto diversos aspectos que
radicalmente, contudo, o modelo de permitem efectuar uma clara distinção entre um
produção/consumo. Ou seja, houve um modelo de comércio (tradicional e/ou de
incremento da actividade comercial em termos pequena escala) e o outro (grandes superficies
do aparecimento de novos modelos de e grande retalho).
comercialização, começaram a surgir mais lojas De entre esses vários aspectos aquele que
um pouco em contraponto ao modelo tradicional merece desde logo especial destaque prende-
de produção e venda directamente nas próprias se com o factor económico, sobretudo pela
“oficinas”, ou através de feiras e mercados mais forma leviana e até falaciosa como ele é
ou menos “oficiais”, mas essas lojas mantinham geralmente abordado.
um carácter essencialmente local (não obstante É rara a “notícia” (como quem diz … chamar
algumas delas efectuaram vendas um pouco notícia a textos que de rigor e reflexão
para todo o país e por vezes até para outros jornalística pouco ou nada têm …) que não
países), familiar e algo que se poderá hoje em destaca o número de postos de trabalho
dia classificar de … tradicional. Ou seja, gerados e o investimento efectuado pelo grupo
estamos a falar de estabelecimentos que, regra económico promotor do empreendimento em
geral, eram propriedade de uma única pessoa, causa (seja ele “shopping”, “hiper”, “super de
ou de uma família. E que comercializavam cadeia”, etc.).
essencialmente no local, “sobretudo na cidade” Ora bem, sendo que a criação desses postos de
onde estavam, sendo minoritárias as situações trabalho é um facto, a questão que urge colocar
de estabelecimentos com sucursais e é: Foi/é em alguma dessas circunstâncias
delegações a nível nacional ou sequer regional efectuado qualquer espécie de estudo que
(o que significa que estamos a falar de um permita avaliar o impacto da abertura e
comércio com um forte vínculo à comunidade concorrência directa desse investimento de
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necessidades, desde logo, de forma frequente visão entre diferentes unidades de pequeno
artificialmente criadas e ampliadas até à comércio, apesar de muitas vezes se
exaustão pela poderosa indústria publicitária e localizarem, por exemplo, em áreas geográficas
departamentos de marketing das principais bastante próximas.
corporações multinacionais – são o pretexto De certa forma esse facto compreende-se pelo
ideal para reproduzir e disseminar o consumo envelhecimento e pela ausência de
enquanto instituição teológica (na medida em perspectivas futuras que caracteriza em larga
que funciona quase como se de uma religião se medida o sector. Não justificando isso por si só
tratasse), dogma cultural e mecanismo prático tudo.
de alienação colectiva, mas por via de um Isto sem prejuízo de haver também diversas
crescente processo de feroz competição e situações de comerciantes tradicionais que
estratificação individual materialista. simplesmente estarão na profissão “errada”,
Ou ainda, segundo Baudrillard: “O consumo considerando a atitude muitas vezes pouco
surge como conduta activa e colectiva, como amistosa, prepotente e em jeito de “estar a fazer
coacção e moral, como instituição. Compõe um favor ao cliente ao servi-lo” que adoptam.
todo um sistema de valores, com tudo o que No entanto o potencial, o valor das suas
este termo implica enquanto função de especificidades e características
integração do grupo e de controlo social.” [3] diferenciadoras, está todo lá …simplesmente
E isto equivale a dizer que todo este processo, não tem sido devidamente reconhecido,
e as próprias dinâmicas de comércio e consumo potenciado e, sobretudo, comunicado.
instituídas, não surgem “do nada” ou “por mero E chegamos pois à responsabilidade que têm
acaso”. Inscrevem-se evidentemente num as diversas entidades competentes, ou será
quadro mais amplo de disseminação de um tantas e tantas vezes incompetentes?
modelo ideológico neoliberal à escala global. E, A verdade é que quando falamos em
face à dimensão e poder dos mecanismos de “reconhecimento”, ou na ausência de
reprodução desse sistema que se tem vindo a reconhecimento pelo valor e valores do
tornar hegemónico, podemos facilmente ficar Comércio Familiar e de Pequena/Média Escala
com a sensação de que não há muito que Comércio Familiar – CFPME, essa ausência
possa ser feito … parte, vezes sem conta, das próprias entidades
No entanto importa referir que “a que mais deveriam fazer por ele. Na verdade
responsabilidade” é também dos próprios são as primeiras a apoiar projectos de grande
comerciantes. É evidente que a pressão e escala que frequentemente constituem a “pedra
impacto de todo o contexto económico e cultural lapidar” do que ainda subsiste de comércio de
é extremamente elevado, é evidente que é raíz tradicional.
quase impossível competir com o grande A responsabilidade também é, e bastante, de
comércio face a todos os instrumentos e cada um de nós. As nossas escolhas enquanto
mecanismos que este dispõem … Mas coloca- cidadãos, enquanto consumidores, são
se a questão: O que é que já foi feito, ou é feito, determinantes no sentido de definir se o nosso
pelos próprios comerciantes no sentido de dinheiro irá ser investido, por princípio, na
afirmarem as suas próprias mais-valias ou economia local, ao apoiarmos pequenas
comunicarem os seus próprios pontos fortes e unidades de comércio tradicional e/ou familiar
pontos diferenciadores? Diria que pouco … Há ou se, pelo contrário, estaremos a contribuir
algumas excepções, vários exemplos de ainda mais para o poder económico de uma
sucesso de estabelecimentos de pequeno grande corporação multinacional e a contribuir
comércio que têm sido capazes de se afirmar, e ainda mais para a economia capitalista global.
até com elevado sucesso nalguns casos, num Por isso diria que o factor essencial de toda
contexto de acentuada regressão do sector. esta “questão”, ou questões, é precisamente
Mas a verdade é que não tenho conhecimento esse enorme potencial que existe de podermos
de muitos casos que evidenciem uma fazer a diferença e podermos inverter rumos
significativa capacidade de cooperação, acção e que nos parecem irreversíveis e fatais.
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(2) Idem
desatualizado porque a sua meta é uma busca de a empresa social como uma das formas eficazes
constantes transformações sonhando com a de criação daquilo que todos sonhamos: um
perfeição. No entanto, tem consciência que a mundo sem pobreza.
perfeição é uma espécie de mito do eterno Quando conhecemos, com algum detalhe,
retorno e nunca está terminada. Mas não desiste esta revolução que o microcrédito vem
na sua busca incessante. É este o seu néctar, o concretizando, seja no país berço de Yunus, o
seu alimento, que o faz ressurgir das cinzas a Bangladesh, seja um pouco por todo o mundo,
cada insucesso. começamos a olhar duma forma diferente e
Então, se todos sabemos que nos tomamos consciência de que vivemos num
empreendedores está o segredo do motor de uma mundo norteado por um capitalismo selvagem e
civilização, porque lhe damos (Estado e total ausência de valores. Há que fazer diferente.
Sociedade) tão pouco apoio? Porque os E como? Devemos assumir-nos, enquanto
incentivamos tão pouco? sociedade, como incapazes de liderar este
Positividade, organização, criatividade e processo de mudança?
inovação são qualidades que não faltam ao povo Cada vez mais acredito que não… A
português. Mas será que temos a disposição mudança passa pela sociedade civil. Pela forma
necessária para assumir os riscos? O como esta reage às crises e acorda para as
empreendedor é aquele que tem esta capacidade necessidades daqueles que nos rodeiam. O
de os assumir e de os conseguir vencer. segredo está no empreendedorismo social.
O Prémio Nobel da Paz Muhammad Neste contexto, o empreendedor tem
Yunus, que conheci pessoalmente durante uma como objetivo a maximização deste capital
visita que fez a Portuga, foi o incitador de social (o poder da capacidade humana)
enormes mudanças da minha perspetiva pessoal desenvolvendo programas, iniciativas e ações
face ao mundo empresarial (conceitos como para que a sua comunidade, região ou país se
crédito sem garantias, crédito sobretudo a desenvolvam de forma sustentável. A mais eficaz
mulheres num contexto muçulmano, crédito num é fomentando a participação no “espaço público”
espírito de grupo e entreajuda e tudo isto com a todos, mesmo aos que se encontram em
taxas de recuperação de capital próximas de situação de exclusão ou de risco.
100%). Assumindo a incapacidade da O empreendedor social utiliza técnicas de
participação do estado no fomento do gestão, inovações produtivas, utilização
empreendedorismo, Muhammad Yunus defende sustentável de recursos naturais e muita, muita
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O conceito de fraternidade começa-se a desenvolver a A influência exercida pelo Faraó Akhenaton foi tão grande
partir do reinado do Faraó Akhenaton, é pois a partir deste que se veio a estender aos Essénios e aos Cristãos
Faraó egípcio que se começa a vislumbrar o sentido da primitivos e finalmente aos Templários que na realidade
fraternidade, nomeadamente no seio das confrarias de foram o ramo administrativo e militar de uma Ordem
pedreiros e artífices que sustinham e desenvolviam todo o Secreta que por detrás dos Cavaleiros do Templo agiam
tipo de construções que então existiam na sociedade sob nomes diferentes, mas mais frequentemente sob a
egípcia. sigla do Ministério do Sinai, os filhos da Luz!
As regras a seguir estão aí e todos os dias as temos de
cumprir tendo uma boa prática moral no sentido de
Akhenaton, é o primeiro a fundar e a desenvolver o trabalharmos a “pedra bruta” que são precisamente as
conceito do deus único, representado pelo disco solar nossas fraqueza e defeitos, estudando e raciocinando
através de uma nova religião onde a dignidade humana sobre as questões sérias da vida e sobre a origem da
começava a dar os seus primeiros passos e com ela o nossa própria existência e a razão por que cá estamos?!
florescer dos princípios da igualdade humana, da
solidariedade e sobretudo o cultivo da espiritualidade. Na verdade devemos tentar compreender o significado
simbólico da Circulatura do Quadrado ao invés
As diferentes correntes filosóficas então geradas a partir da Quadratura do Círculo, sendo este precisamente o
da religião monoteísta de Akhenaton, nomeadamente as domínio da matéria sobre o espírito quando a primeira
três religiões – Judaísmo; Cristianismo e Islamismo, premissa é o domínio do espírito sobre a matéria!
sempre condenaram e combateram os maus sentimentos
dos seres humanos, ameaçando-os através dos tempos Há uma forma de pensamento que nos conduz
com a condenação das suas almas com as penas do efetivamente à evidência das realidades da VIDA
Inferno e outras condenações terríveis. O medo tem sido a existentes neste mundo material que se chama planeta
melhor instrumento das religiões para controlarem as Terra! Estamos de facto subordinados às leis da Natura e
imensas massas dos seus seguidores e fiéis. por essa razão a Ciência tem uma ação determinante na
nossa forma de viver! É conhecendo o mecanismo das leis
A falta de espiritualidade, a ignorância e a imposição do naturais que nós vamos compreender; respeitar e agir em
império do medo foram sempre o principal meio com que completa harmonia com a vida do espírito e com as
as classes sociais dominantes utilizaram para melhor realidades do Universo.
dominarem e controlarem as multidões animalizadas,
ignaras e inconscientes, originando nos seres humanos Há uma Ciência consubstanciada na educação científica
mais evoluídos grandes sofrimentos e aqui destaca-se a da vontade que nasceu em 1910, na Europa em que os
ação desenvolvida pelos iniciados que portadores de uma respetivos fundadores se foram inspirar nos ensinamentos
maior consciência de si mesmos e do mundo cruel que a Sabedoria do Antigo Egipto lhes transmitiu quando
envolvente e através do seu trabalho manual, intelectual e souberam traduzir os hieróglifos descobertos por si! Essa
artístico, procuraram na base da união protetora dos mesma Ciência nada tem a ver com qualquer tipo de
princípios da fraternidade, solidariedade, gerados por uma religião ou misticismo, pairando muito acima das coisas
espiritualidade mais avançada deram origem às confrarias comuns do mundo e essa mesma ciência está contida no
de trabalhadores, tais como as organizações de “Conhecimento Perdido! “
construtores de catedrais que ocorreram na Idade Média.
A Espiritualidade é um atributo próprio do espírito humano,
A Terra, no contexto geral dos diferentes mundos que pois a religião sendo uma criação gerada pela imaginação
rolam o espaço infinito sideral é um dos muitos mundos do Homem, enquanto a Espiritualidade faz parte do próprio
físicos classificados como uma escola onde as primeiras desenvolvimento intelectual, emocional e espiritual que
classes de espíritos ou almas humanas, partículas da caracterizam o crescimento natural do ser humano.
Inteligência Universal (Deus) iniciam a sua aprendizagem,
difícil, dura, inconsciente e lenta, apenas dependente
numa fase primária da sua capacidade instintiva e O Povo Português com todos os seus defeitos e atrasos,
animalesca! comparativamente com outros povos dispõe de uma certa
" Singularidade" que o distingue e que o tem levado a
situações inéditas através da História da Humanidade! É a
"Singularidade" que nos distingue! A história mítica ligada
Para que surgisse o primeiro homo sapiens decorreu mais ao " Encoberto", o Rei D. Sebastião, o Desejado na
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realidade não é um "mito", mas sim algo determinante na racionalismo materialista procurando-se encontrar uma
vida e história dos Portugueses! O "Encoberto" existe e ele doutrina verdadeiramente humanista, universalista de base
está "adormecido" no inconsciente coletivo dos racional e científica demonstrando de que a Morte não
Portugueses. Fernando Pessoa, referia-se no seu Poema interrompe a Vida e a Vida existe fora da Matéria.
Mensagem – ". Falta cumprir-se, Portugal." O " Encoberto"
não será necessariamente uma pessoa, mas sim algo Naturalmente que na vertente política e na ideologia
consistente e objetivo, tal como o " Santo Graal" não é a doutrinária desenvolvida no livro a democracia
taça por onde Jesus, o Cristo bebeu o seu último vinho, representativa perde parte da sua importância a favor da
mas sim algo relacionado com a Espiritualidade, democracia participativa, onde o cidadão comum irá
sentimentos elevados e nobres onde paira ainda assumir maiores responsabilidades cívicas.
um "olhar" muito específico sobre um Conhecimento
Universal e Único! Finalmente quando nos referimos à vertente
sócio/económica, procuramos desenvolver uma inovadora
O " Encoberto " poderá ser uma doutrina espiritualista que ideologia que neutralize por completo a ação nociva do
explica e nos leva ao conhecimento dos grandes enigmas “lucro” estando aquela corporizada numa nova
da VIDA e nos diz finalmente – DONDE VIMOS? QUEM organização laboral onde o trabalho e os rendimentos
SOMOS? PORQUE EXISTIMOS? E QUAL O NOSSO sejam repartidos de modo a poder-se generalizar um
DESTINO FINAL? Uma vez chegados até aqui, dispomos verdadeiro rendimento mínimo de cidadania socialmente
finalmente dos elementos necessários que vão permitir a equitativo e extensivo a qualquer cidadão!
criação de uma ideologia a que achámos por bem
chamar – Doutrina da Cidadania Social,” que tem como Na verdade, o livro – “Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto
suportes quatro pilares que são: a Sobriedade; a Império – Uma Nova Perspetiva Social”, pretende abrir
Solidariedade; a Cooperação e a Espiritualidade. caminho para uma desejável solução para a atual crise
portuguesa, abrindo novas condições para que muitos
O tema central do nosso segundo livro –“Ensaio Sobre a milhares de portuguesas e portugueses, nomeadamente
Doutrina do Quinto Império – Uma Nova Perspetiva Social” os desempregados de longa duração venham a ter uma
uma vez que se trata de um ensaio sobre uma nova nova perspetiva para um futuro feliz e progressista!
ideologia doutrinária de inspiração lusófona e
fundamentada em quatro vertentes que passamos a Naturalmente que temos vindo a pensar sobre a melhor
enumerar: a vertente espiritualista; a vertente política; a forma de analisarmos a sociedade atual, nomeadamente
vertente social e a vertente económica. no que nos diz respeito e que está circunscrita à
civilização ocidental!
Infelizmente e observando-se o atual estado das
sociedades, tanto no Ocidente como no Oriente, observa- Os conceitos de cooperativismo e de cooperação, são
se a lastimável situação dessas mesmas sociedades, efetivamente distintos, mas na realidade complementam-
imperando em algumas, governos totalitários; noutras e se distribuindo-se noutros novos conceitos ligados ao
salvo honrosas exceções, vigora uma falsa democracia humanismo; universalismo; evolucionismo; municipalismo
dominada e dirigida por uma ideologia neoliberal, onde o e ecologismo; democracia representativa e participativa e
fator social vai sendo sistematicamente destruído e onde o nesta nova perspetiva os conceitos de universalismo;
trabalhador vê cada vez mais reduzidos os seus direitos humanismo e evolucionismo estão por sua vez
em favor dos especuladores financeiros, dos empresários relacionados com concepções associadas ao
gananciosos e exploradores ou ainda a ação perniciosa e espiritualismo e espiritualidade humanas, tendo como
tentacular das multinacionais que têm vindo a sugar a bases a defesa do princípio da Evolução fundamentada na
riqueza das nações. reencarnação ou nas vidas sucessivas, onde e nos planos
racional e científico fica provado de que a Morte Não
Neste segundo livro, pretendemos apresentar uma nova Interrompe a Vida e a Vida Existe Fora da Matéria!
ideologia doutrinária, onde é admitido de que efetivamente A Doutrina da Cidadania Social, vai-se inspirar
as gerações mais idosas vão ter uma importância decisiva efetivamente em todos aqueles esquemas ideológicos que
na formação das novas sociedades do futuro sempre em a própria Filosofia ao longo da História da Humanidade
função da sua espiritualidade, sensibilidade e experiência tem vindo a desenvolver. Aqui e objetivamente teremos de
de vida. Dentro da mesma orientação são traçadas novas juntar àqueles diferentes conceitos um fator de ordem
dinâmicas na consolidação das defesas das classes básica que é precisamente a Ciência representada por
trabalhadoras, dotando as suas todos os seus ramos científico e técnicos e à Ciência
organizações sindicais com novos instrumentos de deverá ser junta a própria História particularizando ou
combate contra as investidas do neoliberalismo do Século generalizando os diferentes e imensos eventos ocorridos
XXI. ao longo da vivência humana neste planeta, devendo ser
os mesmos estudados e comparados e daí extraírem-se
No nosso livro e na sua vertente espiritualista esta as devidas ilações para utilização e benefício da
fundamenta-se na tentativa de encontrar o ponto Humanidade!
equidistante, diremos geométrico que irá definir o
posicionamento entre o fundamentalismo religioso e o A forma institucional da Doutrina da Cidadania Social, irá
sempre ao encontro de propostas vindas tanto das
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esquerdas como das direitas do leque alargado do espetro Defensor do Quinto Império, sempre virado para a prática
político que visam fundamentalmente o bem-estar e o do bem comum e para o progresso da Humanidade no seu
desenvolvimento de uma dada comunidade regional, sentido mais lato!
nacional ou internacional. Na sua componente ideológica e
a par das diferentes propostas apresentadas aquela Assim o futuro militante do M.C.P.C. Terá de se submeter a
igualmente defenderá sempre a implementação e uma prévia preparação e formação para que possa vir a
desenvolvimento de todas as iniciativas e ser de facto um novo cidadão da nova ordem económica e
empreendimentos que visam a prática de uma doutrina social que está prestes a despontar!
cooperativista e cooperante ou seja: o cidadão poder
exercer democraticamente a sua ação de cidadania social
e onde o Voluntariado assume uma posição de relevância Com esta minha “Introdução ao Estudo da Doutrina da
social Cidadania Social" pretendendo retirar algumas ilações
interessantes sobre as potencialidades que oferece
o MCPC – Movimento Cívico Português para a
Fundamentados nestes mesmos princípios orientadores Cooperação, que inspirado nos princípios desenvolvidos
da Doutrina da Cidadania Social, teremos toda a vantagem na Doutrina da Cidadania Social, poderá gerar um novo
em corporizar a sua natureza e estrutura num “Movimento partido político denominado P.C.I.P. – Partido Cooperativo
Cívico”, no qual se poderão associar pessoas e Inovador Português, que teria como objetivo a
verdadeiramente interessadas em “cooperar” para a mobilização dos Portugueses para a realização de um
criação de uma nova ordem económica e social que possa Projeto Global que venha a contemplar uma Pátria
vir a ser a pedra basilar de uma sociedade Universal da Língua Portuguesa que na sua mais viva
verdadeiramente espiritualista, solidária e empenhada no expressão será a Lusofonia!
desenvolvimento de novos valores para o progresso
material e espiritual da Humanidade Jacinto Alves, escritor e investigador, autor dos livros
"Operação: Quinto Império - 2010 - Editora Ecopy/Porto;
Objetivamente a Doutrina da Cidadania Social "Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império - Uma Nova
materializada no MCPC - terá como colunas mestras o Perspectiva Social" - 2013 - Chiado Editora
estudo inspirador e norteador do Racionalismo Cristão; o
estudo e prática dos princípios contidos no Zoismo –
Educação Científica da Vontade e finalmente no estudo e
aprofundamento da doutrina cooperativista que António
Sérgio, tão ativamente defendeu! Outras disciplinas, tais
como: o municipalismo; a ecologia; as democracias
representativa e participativa, nomeadamente esta última
deverá ser objeto de um estudo, aprofundamento e
desenvolvimento importantes, pois, obviamente como uma
das componentes ideológicas principais do M.C.P.C. será
a implementação da “democracia participativa”!
Certamente que agora no Século XXI, não vamos
converter cada cidadão nacional num monge cavaleiro,
sujeito a duras regras de conduta moral e material, mas
esse mesmo novo cidadão terá que assumir uma nova
postura perante a nova sociedade que se avizinha e essa
mesma nova postura terá de passar por uma auto-
disciplina moral e material; pela defesa dos verdadeiros
valores assentes na espiritualidade humana; por uma
conduta sóbria quando relacionada com consumismos
desregrados; pelo desenvolvimento de um sentido de
solidariedade mais forte e sincero; no desenvolvimento do
espírito de empreendedorismo e abdicação das riquezas e
luxos fáceis que o capitalismo desumano de uma maneira
tão insensível e frenética tem vindo a provocar na
Humanidade!
LETRAS E POEMAS
Abandonam a Europa
nas suas margens
cada vez mais um gueto
eco de um outro mundo
de outros Deuses.
Joaquim Paulo