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Eduardo
Pim, Pam, Pum Teixeira:
do Séc. XXI "O papel
colaborante e
distinto do
Senhor Dom
Duarte, deveria
ter outra
relevância."
Real
Gazeta NESTA EDIÇÃO
do Alto
•Monárquico e por isso, avesso a nepotismos, clientelismos e
corrupções - Pág. 5
•O Re Cândido Acto - Pág. 11
•A ignorância da 2ª figura de estado da Rep. Portuguesa - Pág. 12
•Eleições Presidenciais 2021 - Pág. 15
Minho
•Monarquia ou República - Pág. 17
•O que fazer nas Presidenciais ? - Pág. 19
•Pim, Pam, Pum cada bola mata um - Pág. 20
•Entrevista ao Ex. Sr. Deputado, Dr. Eduardo Teixeira - Pág. 22
•Causa Maior - Pág. 27
•Cuidados de saúde em Portugal. E depois da Pandemia? - Pág. 28
•A treta do sufrágio - Pág. 31
•A epidemia Presidencial - Pág. 33
•Eleições Presidenciais: anacronismos da República - Pág. 35
DIRECTOR •A propósito da ideologia monárquica e da Republicana - Pág. 37
JOSÉ ANÍBAL MARINHO GOMES •Votar ou não votar nas Presidenciais - Pág. 40
•Cultura histórica e civismo: o “fecho de abóbada” - Pág. 43
REDACTOR
PORFÍRIO SILVA
DEZEMBRO 2020
EDITORIAL
PORFÍRIO PEREIRA DA SILVA
Cento e dez anos depois do golpe sanguinário burgueses contra o clero e a nobreza.
que efectivou um regime, a coberto do slogan Cento e dez anos depois, mesmo pensando
da liberdade, da igualdade e da fraternidade, que o regime republicano tenta a todo o custo
conceitos tão complexos que será sempre esquivar-se à análise do que na realidade foi a
difícil caracterizar com clareza, pela sua primeira república, o ataque feroz ao
natureza tantas vezes vaga, aliado ao facto da sidonismo, e as consequências que daí
origem deste fenómeno ideológico advieram, continuam a desvalorizar o papel da
republicano esquivar-se à análise, na medida monarquia constitucional, rotulando-a, através
como se apresenta, enquanto reflexo, à época, de demagogias fundamentalistas, de regime
de uma aspiração contraditória de uma classe decrépito, medíocre, obstaculizador do
burguesa, por forma, e tão só, a superar o progresso, inoperante, ultrapassado,
compromisso institucionalizado pela saudosista, déspota e nepotista, sendo que,
monarquia constitucional (1820-1910). Para o como um dia escreveu Pedro Jordão, em
republicanismo, superar o compromisso artigo de opinião no jornal Público (2016.12.09)
institucionalizado pela monarquia que, apesar de se assumir como republicano,
constitucional, forçou de forma agressiva o “é também verdade que o início da República
parecer muito próprio de que tal foi sequestrado por políticos que adoravam a
institucionalização corrompia as virtudes narcisista vaidade de discursos pomposos,
liberais, assentes na liberdade, na igualdade e enquanto disputavam entre eles o poder e as
na fraternidade, quando na verdade o único respectivas benesses […] A população era
propósito era a institucionalização da largamente analfabeta e os analfabetos foram
liberdade burguesa republicana, acabando proibidos pela República de votar, assim se
por não promover a igualdade real dos restringindo a participação política a uma
cidadãos, o POVO. escassa minoria dirigista. Escandalosamente,
Cento e dez anos depois, a sombra da as mulheres foram proibidas de votar
monarquia constitucional continua a ser (curiosamente, seria o Estado Novo que lhes
motivo de preocupação para o daria esse direito). Essa República pouco teve
republicanismo utópico, com origem num de democrático e foi essencialmente uma
plano crematístico, apenas com o intuito de oligarquia controlada por uma minoria”, com
transferir o poder económico para os Afonso Costa à cabeça, diremos nós.
revolucionários burgueses da época. A coberto Cento e dez anos depois, quando ouvimos o
da trivialidade (liberdade, igualdade e actual Presidente da República afirmar-se
fraternidade), e por força do seu ímpeto, a
republicano por causa do nepotismo na
República deixava de ser uma instituição
monarquia é, por certo, tentar tapar o sol com
particular e circunscrita, para, segundo eles, se
uma peneira. A nível global, sem excluirmos
tornar [in]compreensivelmente numa
no nosso regime, os maiores tiranetes do
substância social e o símbolo visível da dita
nepotismo encontram-se nos regimes
revolução. O propósito revolucionário do
republicanismo ao apresentar-se como um republicanos. Daí, a nossa indignação para tão
projecto democratizante, ou seja, almejando ousada dissimulação de “ética republicana”,
um governo do povo pelo povo, quando na tanto em voga principalmente quando se
verdade dissimulava o único e/ou escabroso aproximam as eleições para o mais alto cargo
objectivo de abrir uma guerra aberta dos da Nação!
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reis de Portugal
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Pai D. José I
Mãe D. Mariana Vitória de Bourbon
D. Maria em pessoa
«O principal traço do seu caracter era formado
por um pronunciadíssimo espírito de
superstição. Diz-se que ela tinha sido
profundamente impressionada com a
catástrofe do duque de Aveiro e dos seus
associados, dos quais se crê que lamentou a
sorte não merecida. Geralmente, foi atribuída às
suas reflexões sobre essas terríveis catástrofes,
fortalecidas pelas advertências e severidades do
seu confessor, a alienação do seu espírito. Era
mais alta e mais delgada que suas irmãs, pálida
de rosto, delicada, e parecendo propensa à
melancolia. Não tinham graça feminina as suas
pronunciadas feições. Na vida privada, a sua
conduta era exemplar. Casada com seu tio,
irmão único do rei, ambos foram modelos de
felicidade conjugal.» (Wraxall, p. 804)
«Entre os cabelos castanhos escuros, passa
discreto, um fio de enormes pérolas. A testa é
ampla, bela, como a representam os seus
retratistas; olhos pequenos mas de expressão
suave; nariz grande; a boca pouco bonita, talvez
dos Habsburgos, de quem, por três lados, era
neta […]. O pescoço muito alto, belo o seio, finos
os braços e as mãos.» (Beirão, pp. 53—56).
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Abstract Résumé
In Monarchies there is no nepotism. Of the 10 Dans les monarchies, il n'y a pas de népotisme. Sur
least corrupt countries in the world, 8 are les 10 pays les moins corrompus au monde, 8 sont
Monarchies: on the podium in 1st place are ‘Ex des monarchies: sur le podium à la 1ère place se
aequo’ Denmark and New Zealand. Sweden, trouvent le Danemark et la Nouvelle-Zélande «Ex
Norway, the Netherlands, Canada, Luxembourg aequo». La Suède, la Norvège, les Pays-Bas, le
Canada, le Luxembourg et le Royaume-Uni sont
and the United Kingdom are still in the Top 10.
toujours dans le Top 10. Au contraire, toutes les
On the contrary, all the most corrupt are
républiques les plus corrompues sont et avec
republics and with a lot of nepotism by the way. beaucoup de népotisme d'ailleurs.
Furthermore, the Royal Families are much De plus, les familles royales sont bien moins
cheaper than the Presidents: the budget of the chères que les présidents: le budget de la reine
Queen of England is 42 million euros, that of the d'Angleterre est de 42 millions d'euros, celui du
President of the Italian Republic is 228 million président de la République italienne de 228
euros. In 2020, the Presidency of the Portuguese millions d'euros. En 2020, la présidence de la
Republic had a budget allocation of République portugaise disposait d'une dotation
16,767,240.00 euros. The Belgian Monarchy costs budgétaire de 16 767 240,00 euros. La monarchie
13.7 million euros. Both the Monarchies of the belge coûte 13,7 millions d'euros. Les monarchies
du Royaume de Danemark et du Royaume de
Kingdom of Denmark and the Kingdom of
Suède ont chacune le même coût annuel de 12
Sweden each have the same annual cost of 12
millions d'euros et au Luxembourg la famille
million euros and in Luxembourg the Grand- grand-ducale coûte 8,7 millions d'euros. La Casa
Ducal Family is at the cost of 8.7 M €. Casa d’el d’el Rey en Espagne dispose d’un budget de 7,9 M
Rey in Spain has a budget of 7.9 M €, while the €, tandis que le Président de la République
President of the French Republic has an française dispose d’un budget de fonctionnement
operating budget of 103 million Euros. The de 103 millions d’euros. Le prince de Liechtenstein
Prince of Liechstenstein does not receive n'est pas rémunéré pour ses fonctions de chef de
payment for his duties as Head of State. l'Etat.
Key words: Monarchies; No Nepotism; Least Mots clés: Monarchies; Pas de Népotisme; Moins
Corrupt Corrompus
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Sua Excelência O Senhor Presidente da República (Ago. – Nov.); Lopo Vaz de Sampayo e Mello, Ministro
Portuguesa Professor Doutor Marcelo Rebelo de e secretário de Estado dos Negócios da Fazenda;
Sousa, numa pastelaria em Belém, durante a General Caetano Pereira Sanches de Castro, Ministro
apresentação da sua recandidatura a Presidente da e secretário de Estado dos Negócios da Guerra; Júlio
República afirmou categoricamente: de Vilhena, Ministro e secretário de Estado dos
‘Sou assumidamente republicano e, por isso, avesso Negócios da Marinha e Ultramar; Miguel Dantas,
a nepotismos, clientelismos e corrupções.’ Ministro e secretário de Estado interino e não
Cada um é como cada qual, e assume-se como empossado dos Negócios Estrangeiros (Mar. – Abr.);
quiser, mas cabe-nos desfazer diversas imprecisões e Ernesto Hintze Ribeiro, Ministro e secretário de
do recandidato – e enquanto recandidato sujeito a Estado dos Negócios das Obras Públicas, Comércio
contraditório- quanto ao resto, talvez mal- e Indústria e Ministro e secretário de Estado interino
entendidos, mas que num caso ou noutro não são dos Negócios Estrangeiros (Abr. – Nov.).
oratórios indiscutíveis, porque inverosímeis.
Em primeiro lugar, não consta que no Reino da
Noruega, da Suécia, da Dinamarca ou mesmo no
Reino Unido existam quaisquer relações de
parentesco entre membros dos respetivos governos,
talvez por serem cada um o governo de Sua
Majestade e não o governo do Zé ou do António.
Mas fazendo um exercício de memória e pegando
apenas em dois (para não se tornar exaustivo)
governos dos bons tempos da Monarquia
Constitucional Portuguesa podemos constatar que
entre os seus membros inexistia parentela. Assim o
38.º Governo da Monarquia Constitucional
governava o Reino de Portugal e as Províncias
Ultramarinas, ou seja “Aqui e Além-Mar” com
apenas um Presidente do Conselho auxiliado por
um restrito número de apenas 6 Ministros-
secretários de Estado (Negócios Eclesiásticos e de
Justiça, Negócios da Fazenda, Negócios da Guerra,
Negócios da Marinha e Ultramar, Negócios
Estrangeiros e Negócios das Obras Públicas,
Comércio e Indústria e Ministro), ou seja muito
trabalho para pouca gente. O 38.º Governo da
Monarquia Constitucional, também, conhecido
como a primeira fase do 4.º governo do Rotativismo,
38.º Governo da Monarquia Constitucional
do 3.º governo do Fontismo e do 17.º desde a
Regeneração, foi nomeado a 25 de Março de 1881, O 55.º Governo da Monarquia Constitucional e 27.º
em resultado das eleições no qual o partido governo desde a Regeneração, Ministério presidido
Regenerador venceu com 89% dos votos, e por João Franco, foi nomeado por Sua Majestade
exonerado a 14 de Novembro do mesmo ano, e foi Fidelíssima El-Rei Dom Carlos I, em consequência da
presidido por António Rodrigues Sampaio. Neste vitória eleitoral do Partido Regenerador Liberal, a 19
governo, onde não existia qualquer relação familiar de Maio de 1906 e exonerado a 4 de Fevereiro de
entre os seus membros, a sua constituição era a 1908 (em consequência do Regicídio de 1908) por El-
seguinte: António Rodrigues Sampaio, Presidente Rei Dom Manuel II. A sua constituição era a seguinte:
do Conselho de Ministros e Ministro e secretário de Luís de Magalhães, Ministro e secretário de Estado
Estado dos Negócios do Reino; António José de dos Negócios Estrangeiros (Mai. 1906 – Mai. 1907);
Barros e Sá, Ministro e secretário de Estado dos José Malheiro Reimão, Ministro e secretário de
Negócios Eclesiásticos e de Justiça e ministro e Estado dos Negócios das Obras Públicas, Comércio
secretário de Estado interino da Fazenda e Indústria; António Carlos Coelho de Villas-Boas
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realista, que sem prevaricação nem nepotismos, A pesquisa de 2003 abrangeu 133 países, a pesquisa
premeia o mérito e prepara os meios e sistemas de 2019, 180. A maior pontuação significa menos
necessários para realizar uma distribuição (percepção de) corrupção. Os resultados mostram
proporcional e equitativa dos rendimentos segundo que sete de cada dez países (e nove de cada dez
funções, capacidade e desempenho de cada um, países em desenvolvimento) possuem um índice de
atribuindo assim a cada participante da menos de 5 pontos em 10.
comunidade nacional, a parcela atribuível de acordo Mais, o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) da
com sua função ou posição social de titular, de Transparência Internacional coloca 8 Monarquias
técnico, profissional, trabalhador, indigente, dentro dos 10 países Com Menos Corrupção: no
deficiente, idoso e para que esta parcela seja para pódio no 1° lugar estão ‘Ex aequo’ a Dinamarca e a
cada família não inferior ao médio de vida Nova Zelândia. Suécia, Noruega, Países Baixos,
necessário. Canadá, Luxemburgo e Reino Unido fazem ainda
Depois que dos 10 países menos corruptos do parte do Top 10. A contrário todos os mais corruptos
Mundo, 8 são Monarquias! são repúblicas e com muito nepotismo por sinal.
Desde 1995, a “Transparência Internacional” publica Assinale-se, ainda, que das 135 repúblicas existentes
o relatório anual “Índice de Percepção de Corrupção no Mundo, apenas 53 são Democracias, isto é,
(IPC)” que ordena os países do mundo de acordo apenas 39,2%; e que das 44 Monarquias actuais, 68%
com "o grau em que a corrupção é percebida a são Democracias – sim pasme-se: república não é
existir entre os funcionários públicos e políticos". A sinónimo de democracia.
organização define a corrupção como "o abuso do
poder confiado para fins privados".
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Em 2013, a verba destinada para o Orçamento da A Presidência da República propôs ao Governo uma
PRP foi de 15,13 milhões de Euros, que, tem 500 dotação orçamental de 16.767.240,00 euros para
funcionários ao serviço, mais 200 que a Coroa 2021 - o exato valor que foi inscrito há um ano no
Espanhola e que a Casa Real Britânica. Orçamento do Estado para 2020, que por sua vez já
Em 2015, o Orçamento de Funcionamento da Casa era semelhante ao de 2019.
do Rei de Espanha foi congelado no mesmo valor do O território português tem uma área territorial de
deste ano de 7,6 milhões de euros. Em 2014 o 92.090 km2 com uma população de 10.487.289 de
orçamento da Casa Real de Espanha foi de 7,78 habitantes. Já o Reino de Espanha tem uma área de
milhões de euros – menos 2% relativamente ao 504.030 km2 e possui uma população de 47.265.321
exercício orçamental de 2013 e o montante mais habitantes. Mensurando essas variáveis e fazendo a
baixo desde 2007. Com a Abdicação do Rei Don acareação do custo da Casa Real Espanhola com a
Juan Carlos I e a Proclamação de S.M. El Rey Don Presidência da República Portuguesa, conclui-se: a
Filipe VI, mantiveram-se os cortes salariais e os novos presidência da república Portuguesa terá em 2020 e
monarcas passaram a auferir a verba destinada aos 2021 um custo por cada Português de 1,59 euros,
anteriores reis: 220 mil euros/ano o Rei e 130 mil enquanto a Casa Real espanhola teve uma
(45%/salário Rei) a Rainha Doña Letizia; a Princesa incidência sobre cada Espanhol de 0,17 euros. Assim,
Doña Leonor, Princesa das Astúrias só auferirá o PR custa ao erário público português o dobro que
salário a partir dos 18 anos. Em 2016, o Monarca a Família Real espanhola custa ao tesouro espanhol.
espanhol diminuiu em 20% o Seu salário e o Se mesmo assim se quiser acarear esse custo da
Orçamento de Funcionamento da Casa Real presidência da república portuguesa com o da Casa
Espanhola foi de 7, 7 milhões de euros. Real Britânica, é fazer as contas: o Reino Unido
Por cá, o Orçamento de Funcionamento da possui uma população de 63.181.775 habitantes para
Presidência da República Portuguesa para 2015 foi um Orçamento real de 42,5 milhões de euros, pelo
de 14,7 milhões de euros, subindo ligeiramente dos que a Monarquia Inglesa tem um custo para cada
anteriores 14.683.500,00 de 2014. E, como se súbdito de Sua Majestade de apenas 0,67 euros, ou
descreveu acima, em 2016 o Orçamento de seja, menos 0,72 € que o PRP.
Funcionamento da Presidência da república Além disso, é inaceitável que os ex-presidentes da
portuguesa foi de 16.355.000,00 de euros subindo república Portuguesa custem ao Erário Público
1.671.500,00 de euros. cerca de 1 milhão de euros por ano.
O Orçamento de Funcionamento da Presidência da Conclui-se portanto, que, o argumento financeiro é
República Portuguesa em 2017 foi de 15.982.000 de também um forte argumento pró Monarquia uma
euros (inclui: despesas representação, museu, vez que nas Monarquias há uma maior poupança,
gestão administrativa e encargos com ex- pois que o Rei procura dar o exemplo.
presidentes). Em 2017, o Orçamento de Assim, por isso e muito mais é que não tenho
Funcionamento da Casa do Rei de Espanha foi problemas declarar: Sou assumidamente
congelado no mesmo valor dos anos de 2016, 2015 e Monárquico e, por isso, avesso a nepotismos,
2014: 7,78 milhões de euros. Depois, 7,9 milhões de clientelismos e corrupções.
euros.
Acareação Orçamentos
Funcionamento Rei de Espanha e
PRP
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O re cândido acto
LAMAS PACHECO
The candidate for President of the Republic, still “Dom Quixote de La Mancha de Sousa, montado no
President of the Republic, admitted that in seu Rocinante institucional resolveu investir de lança
Portugal there is nepotism. He stressed that what
em punho[1] contra moinhos de vento.
moved him mainly to re-run was the fight he
wants to do. Whoever represents the country at Assarapantado, o seu fiel Sancho Pança Costa
the highest level of the nation, must have a tentou dissuadi-lo chamando à atenção que não
position above the policies of party interest, be a eram moinhos de vento, mas ministros e secretários
symbol of the nation, but President of the de estado acabados de serem nomeados. Dom
Republic is only a mere temporary representation.
Quixote de La Mancha de Sousa afirmou conhecer
Key words: Republic; Nepotism; Symbol; bem aqueles moinhos, ao que Sancho Pança Sousa,
Representation. no seu jumento,[2] enquanto iam a caminho de
uma tomada de posse, lhe garantiu que os conhecia
porque eram da área do governo; pais, filhos, genros,
Résumé
cunhados, etc.
Le candidat à la présidence de la République, Dom Quixote de La Mancha de Sousa ficou muito
toujours président de la République, a admis qu'au indignado, mas ambos abrigados debaixo do
Portugal il y a du népotisme. Il a souligné que ce mesmo guarda-chuva lá continuaram a colaborar.”
qui l'a principalement poussé à recommencer était Afinal se não houver nepotismo, como é que pode
le combat qu'il voulait mener. Quiconque ser combatido?
représente le pays au plus haut niveau de la nation,
doit avoir une position au-dessus des politiques Eis, senão quando surge, alegadamente, um igrejo
d'intérêt du parti, être un symbole de la nation, avô, admirado com tanta ética republicana. Isto já
mais le président de la République n'est qu'une não foi o passarinho, foi-me dito, por uma fonte. Era
simple représentation temporaire. o Luís Vaz, que com um só olho viu a apagada e vil
tristeza em que o país está, mais que outros,
Mots clés: République; Népotisme; Symbole;
politicamente corretos, com os dois olhos abertos.
Représentation.
Lendo, Luís Vaz, a segunda obra mais importante
Sua Excelência, o senhor Presidente da República, que afeta a vida dos portugueses, a primeira é a sua
enquanto candidato às próximas eleições que nos representa, assim disse:
- “Portugueses, ‘rápido e em força para…’ o
presidenciais, no discurso de anúncio da sua
Parlamento a pedir democracia”. E ao que a minha
recandidatura, salientou que o que o moveu
alegada fonte me disse explicou: “Porque os
principalmente foi o combate ao nepotismo, porque
símbolos nacionais não devem ser eleitos. Quem
é republicano. Ou seja, o candidato à Presidência da
representa o país ao mais alto nível da nação, deve
República, ainda Presidente da República, assim ter um cargo acima das políticas de interesse
uma espécie de ainda é e já vai ser, admitiu que em partidário, real e não verbalmente, de jure, e isso só é
Portugal há nepotismo. A República é nepotista. possível com um chefe de estado aceite, como
Como sou optimista, a exemplo de altos dignitários outros símbolos nacionais, já que Presidente da
de outras repúblicas, tive um passarinho que me República apenas representa”.
contou uma história que a ser verdadeira é E candidamente Luís Vaz retirou-se já sem
fantástica e que vou tentar reproduzir: optimismo.[3]
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Abstract Résumé
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Num artigo intitulado “Implantação da República: 1910 - e a Constituição de 1911, a Constituição de 1933
de súbditos a cidadãos” (1), publicado esta segunda- e a Constituição de 1976.
feira (dia 5/10/2020), no site oficial do PS, o Dr. Ferro Na página oficial da Assembleia da República (2)
Rodrigues - Presidente da Assembleia da República regista-se que “Na Constituição de 1822 ficaram
e, portanto, 2.ª figura de Estado da República consagrados os princípios ligados aos ideais liberais
Portuguesa –, imbuído de um republicanismo da época: princípios democrático, representativo,
primário e à boa maneira jacobina, escreve muitas da separação de poderes e da igualdade jurídica e
inverdades. respeito pelos direitos pessoais”.
Se é de admirar que um deputado português – Igualmente nessa página oficial da Assembleia da
principalmente um que ocupa o lugar cimeiro do República se pode ler que a CONSTITUIÇÃO DE 1822
Parlamento nacional – desconheça a História de estabelece que a soberania reside na Nação e não
Portugal e o constitucionalismo português, mais pode ser exercitada “senão pelos seus
surpreendente é que ele se atreva a escrever sobre o representantes legalmente eleitos” ou seja, pelos
que não sabe e, muito pior, que ignore o que está deputados das Cortes, a quem cabe
publicado no site oficial do órgão de soberania a exclusivamente fazer a Constituição, sem
que preside!!!. dependência de sanção do Rei”.
No referido artigo o Dr. Ferro Rodrigues, - escreve A CONSTITUIÇÃO DE 1822 determinava ainda, no
que a partir do dia 5 de Outubro de 1910, “…cada art.º 27.º, que a Nação “é livre e independente e não
português deixou de ser um mero súbdito e se pode ser património de ninguém” e no art.º 21.º que
assumiu como cidadão do seu País, tomando nas “Todos os Portugueses são cidadãos, e gozam
suas mãos o destino da coisa pública…” e que “A desta qualidade”.
instituição de um regime republicano é, antes de Também se assinala, na página oficial da Assembleia
mais, o ato de emancipação de um povo. A da República que, na CONSTITUIÇÃO DE 1822, “Os
República não se compreende sem liberdade, sem três poderes políticos - legislativo, executivo e
democracia e sem respeito pelos direitos judicial - são rigorosamente independentes e o
humanos”, - e conclui da seguinte forma: “Se poder legislativo é atribuído às Cortes em exclusivo,
Portugal é, hoje, um Estado de direito democrático, embora sujeito à “sanção Real”, instituto
baseado na soberania popular, no pluralismo de semelhante ao da promulgação das leis”, que está
expressão e organização política democráticas, no previsto na actual Constituição de 1976.
respeito e na garantia de efetivação dos direitos e E o art.º 30.º da CONSTITUIÇÃO DE 1822, estatui que
liberdades fundamentais e na separação e “Cada um destes poderes é de tal maneira
interdependência de poderes, deve-o às sementes independente, que um não poderá arrogar a si as
lançadas na Revolução de 1910”. atribuições do outro”.
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- a liberdade, que, segundo o art.º 2º, consiste em Diz assim Maria Antonieta Cruz (3):
os cidadãos “não serem obrigados a fazer o que a «Os eleitores portugueses foram, a partir de então
lei não manda, nem a deixar de fazer o que ela [da república], obrigados a comprovar a sua
não proíbe”; aptidão para a leitura e a escrita, e esta exigência
- o princípio da universalidade pois, nos termos do acarretou uma considerável diminuição
art.º 104.º, “A lei obriga os cidadãos sem quantitativa do eleitorado.
dependência da sua aceitação”; Preocupados em concederem direito de voto
- o princípio da igualdade, determinando, no art.º exclusivamente aos portugueses que eles
9º, que “A lei é igual para todos. Não se devem, consideravam esclarecidos e independentes, os
portanto, tolerar privilégios de foro nas causas republicanos reduziram a participação política a
cíveis ou crimes nem comissões especiais”; níveis incompatíveis com o ideário da revolução e
- a liberdade de expressão, estabelecendo, no art.º cavaram profundas arritmias entre o país urbano
7.º que “A livre comunicação dos pensamentos é (...) e o mundo rural...».
um dos mais preciosos direitos do homem. Todo o Extraordinárias sementes lançadas na Revolução
Português pode conseguintemente, sem de 1910!!!!
dependência de censura prévia, manifestar as
suas opiniões em qualquer matéria, contanto que
haja de responder pelo abuso desta liberdade nos
casos, e pela forma que a lei determinar”;
- a inviolabilidade do domicílio e da
correspondência prevendo, no art.º 5.º que “A casa
de todo o Português é para ele um asilo. Nenhum
oficial público poderá entrar nela sem ordem
escrita de competente Autoridade, salvo nos
casos, e pelo modo que a lei ordenar” e, no art.º
18.º, que “o segredo das Cartas é inviolável. A
Administração do Correio fica rigorosamente
responsável por qualquer infracção deste artigo”;
- a liberdade de acesso à função pública,
estatuindo, o art.º 12.º, que “Todos os Portugueses
podem ser admitidos aos cargos públicos, sem
outra distinção que não seja a dos seus talentos e
das suas virtudes”;
- o direito de petição, preceituando, no art.º 16.º, O rei D. Manuel II lendo o discurso da Coroa na
que “Todo o Português poderá apresentar por cerimónia de abertura das Cortes, na I Legislatura do
seu reinado em 1908
escrito às Cortes, ou ao poder executivo
reclamações, queixas ou petições, que deverão ser
examinadas”.
Esqueceu-se o Dr. Ferro Rodrigues que o mais
antigo e primeiro texto constitucional português é
uma das constituições tecnicamente mais bem
elaboradas e um esteio fundamental para a
história da democracia em Portugal.
A concluir, cito Maria Antonieta Cruz, da
Faculdade de Letras da Universidade do Porto, (1) https://ps.pt/index.php/2020/10/05/implantacao-da-republica-de-subditos-
a-cidadaos-mensagem-de-ferro-rodrigues/
(2) https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/monarquia.aspx,
que num artigo publicado, “Eleições da consultado a 6 de Outubro de 2020.
(3) CRUZ, Maria Antonieta, org. – “Eleições e sistemas eleitorais: perspectivas
Regeneração à República” (3), refere que a históricas e políticas”. Porto: Universidade do Porto, 2009. P. 92-93.
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Abstract
* este artigo de opinião tem por base a minha declaração de voto no Conselho Nacional do CDS-PP a 12 de Dezembro deste ano. O tema em análise era a
discussão e votação da posição do CDS-PP face às eleições Presidenciais de 2021. Tendo a direcção do partido apresentado uma proposta em relação a este
ponto, onde manifesta a sua intenção de apoiar a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à presidência da república, o meu sentido de voto foi contra.
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como Portugal é.
Esta afirmação de republicanismo básico realizada
pelo candidato e actual ocupante do cargo é muito
grave. Se juntarmos a esta situação, o facto de este
candidato ser um constitucionalista, a situação
torna-se muito pior.
A insinuação que fica implícita em tal afirmação, de
opção de modelo de chefia de estado, é a de que os
não-republicanos são tendencialmente mais
propensos a nepotismos, clientelismos e corrupções,
e isto é muito grave e manifestamente mentirosa
como todas as insinuações de natureza semelhante.
Acrescento que ainda tenho na memória, o seu
discurso no dia 05 de Outubro deste ano, quando
fala em ética republicana, como se só os
republicanos fossem providos dela e todos os outros
não.
Como dizia um senhor pelo qual tenho uma grande
estima e consideração, “ética é ética, não
adjectivem.”, ou a temos ou a não temos, e a ética
não exclusiva de uma ideologia.
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REAL GAZETA DO ALTO MINHO |17
MONARQUIA OU REPÚBLICA?
CARLOS AGUIAR GOMES
Abstract
The author, a defender of the Monarchy, despite Não, em república nunca se escolhe o melhor Chefe
the imperfections of mankind, believes that it will de Estado possível. Escolhe-se o que se “vendeu”
be better than the republic, a cheaper system and
melhor, o que se publicitou e deixou publicitar
where the risks of finding a poorly prepared
character are greater than in a Monarchy. melhor. Escolheu-se, como disse, aquele que
investiu mais no “marketing”. Aquele se preparou,
Key words: Presidential elections; Auction; com antecedência para ser “vendido” melhor, não o
Marketing.
que se preparou melhor para exercer a chefia do
Résumé Estado.
Portanto, em república, contrária e como
L`auteur, défenseur de la Monarchie, malgré les mentirosamente nos dizem, quando escolhemos o
imperfections de l`humanité, croit que celle-ci sera
Chefe de Estado, não se escolhe o melhor cidadão,
mieux que la république, système moins cher et où
les risques de trouver un personnage mal préparé mas, frequentemente (de forma mais ou menos
est plus grand qu`en Monarchie. velada) o que os partidos políticos nos “impingem”
como a “obra-prima” para a chefia o Estado.
Mots clés: Élections présidentielles; Enchères;
E em Monarquia, o Chefe de Estado, é o melhor,
Marketing.
mais prudente, isento, justo, equilibrado, perfeito ou
sábio? Não! O Rei também não é um “escrínio” de
2021. todas as virtudes. Às vezes, até, deixa muito a desejar.
Século XXI. Mas é o que tem a probabilidade de ser menos mau.
Está em curso o leilão para Chefe de Estado em Foi preparado durante décadas (e com o aumento
Portugal. da esperança de vida, cada vez mais décadas!) para
Quem dá mais ao povo? Quem promete o que um exercício isento, prudente, justo, equilibrado…
poderá ou não fazer? Quem dá mais? Quem dá
mais?...
Não há homens (homens e mulheres, obviamente,
pois a nossa língua é inclusiva!) perfeitos. A
imperfeição é humana.
Também nunca foi garantido que a república, ou
em república, se escolhe o melhor, o mais perfeito,
sábio, prudente, justo, equilibrado, isento… Quem
disser o contrário está a mentir e a manipular o povo
ingénuo e o sábio indiferente. Em todas as
repúblicas vigentes temos visto que o eleito (para as
“almas” sensíveis, quero afirmar que o português é
uma língua inclusiva!) nunca é o melhor, o mais
prudente, sábio, perfeito, justo, isento, equilibrado e
etc. (etc. são todas as virtudes que não estão aqui
incluídas para não me alongar).
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da chefia do Estado. E se violar os atributos-funções Pátria são os mesmos: bandeira, hino e o Chefe de
que lhe estão atribuídos pela Constituição, também Estado. Este, porém, é o que representa a
esta prevê os mecanismos para o substituir, de perenidade da Pátria, no seu passado, no seu
forma ágil e barata. Não é preciso por a leilão o cargo presente e no seu futuro. Mais: o Rei é o elemento
de Chefe de Estado. representativo da Pátria com a sua família e esta,
Pessoalmente entendo que também, se se fizerem como todos sabemos, é a sociedade em que
bem as contas (e há muitos economistas que já o assentam as pátrias, terra dos nossos “pais” e é
fizeram, até porque são muito elementares) o Rei sai também a terra “mater”, a que nos deu origem
muito mais barato ao erário público. comum. Tinha razão António Sardinha ao afirmar
Além do que referi, o “produto do leilão” republicano, que “O Rei é a Pátria em figura humana”.
o presidente da república, não representa toda a Para terminar: entre república e Monarquia, escolho
Pátria. Representa os que nele “licitaram” e esta, apesar de tudo, sabendo que nunca será
ganharam, mas nunca os cidadãos que nos perfeita pois a humanidade está ferida desde
precederam ou vão suceder e nele nunca votaram. sempre pela imperfeição. E escolho a Monarquia
O leiloado representa um sector da Pátria: os que como forma menos má de chefia de Estado e
nele votaram, ainda que diga o contrário. (Aliás, se o NUNCA de Governo de um Estado, pois entendo
leiloado ganhador não for da minha coloração que essa função, a de governar, tal a sua labilidade,
política, não me sinto por ele representado). deve caber aos partidos políticos que se
Em república e em Monarquia há três símbolos que “despacham” mais ou menos quando queremos.
representam a Pátria: o hino Nacional, a bandeira e o … Daí a importância da formação integral do
Chefe de Estado. Em república, o mais frágil e herdeiro do trono que nunca, mas mesmo nunca,
mutante (irrelevante, por isso) é o Chefe de Estado. A pode ser deixada ao acaso ou à boa vontade de uns
bandeira permanece. O hino mantém-se. O Chefe quantos nefelibatas cuja preocupação maior é o
de Estado é descartável ao fim de algum tempo. A passado, que nunca regressa, construído, tantas
república centra-se no indivíduo e não numa família vezes, em sonhos e na imaginação própria de quem
(por isso não faz sentido nenhum falarmos em paira nas nuvens!
“primeira dama” ou “primeiro cavalheiro” !!!!). Estamos em 2021.
Na Monarquia os três símbolos que representam a No século XXI.
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Abstract
D. Duarte
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REAL GAZETA DO ALTO MINHO |21
E perante as eleições para uma chefia de estado Num destes últimos debates, o actual chefe de
republicana, estamos perante candidatos que estado lembrou-me, na sua decadente
apenas representam os partidos que os apoiam e peroração, as conversas em Família de
pouco mais. Talvez o Tino de Rans ainda seja o mais Marcelo Caetano, que revelavam claramente o
independente, escudado pela sua simplicidade e fim do regime, apesar de ter manifestações de
extrema inocência. Os Outros são testas de ferro de apoio com praças cheias, mas com a mesma
compromissos políticos e económicos. Cada gente que, passado um mês, batia palmas à
intenção de voto esbarra sempre e invariavelmente revolução do 25 A.
com um pino representativo de um grupo que quer Enfim, perguntam-me então que fazer? A
empalmar, à sua maneira, os interesses da pouca vergonha tem sido tanta que receio que
colectividade. Desse modo, nenhum dos candidatos qualquer dia, sem me pedirem autorização,
pode representar todos os portugueses, como seria haja mesmo uma revolução. Devo dizer que,
desejável. E se raciocinarmos, como no velho Jogo apesar de monárquico convicto, espero que o
do “Pim Pam Pum” da nossa Juventude, e Regime vá mudar democraticamente, pela
derrubarmos todos os pinos que dependem de vontade popular.
interesses partidários e económicos, nenhum ficará E agora que fazer? Bem, perante o panorama
em pé. Enfim, teremos insofismável e das actuais eleições, vou votar contra todos os
irremediavelmente chefes de estado vendidos, candidatos, ou melhor, vou actuar
sejam ou não sérios…! Aliás, os debates são sempre estrategicamente, procurando que o meu voto
elucidativos, procurando-se tapar a luz com uma contribua para melhorar dentro do possível, a
peneira para não se descobrir o que está no fim do actual situação.
túnel eleitoral.
E na sua vida política, os candidatos adoptam
um comportamento defensivo, com medo de
tudo e de todos, procurando não criar
problemas, passando ao largo de situações
consideradas melindrosas para o seu perfil. O
actual Presidente das República, apesar de
saber que a maioria esmagadora da
colectividade “é frontalmente contra o
famigerado” Acordo Ortográfico, que
ditatorialmente nos impuseram, que fez para
lhe por termo? Nada, Continuamos a gramar
essa excrescência cultural que tapa
certamente, tenho legitimidade de assim
pensar, proveitos ilegítimos de alguns, atitudes
de corrupção favorecendo um ou mais grupos
privados. Por outro lado, logo invocam a
urbanidade dos debates que deve prevalecer
em sociedade para se desculparem por não
terem tomado atitudes publicas contra
conhecidos que gravemente prejudicaram a
grei, o mesmo se passando com a aceitação
oficial de colaboradores, ilibados de acusações
graves de que foram alvo, mas que todos D. Duarte
sabem como as coisas se passaram …!
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RGAM.- Traz Viana do Castelo no coração, pois associações, entre as quais a Real Associação de
destaca-se sempre na promoção e difusão das Viana do Castelo que faz bem a sua missão.
qualidades e tradições da Cidade Princesa do Lima.
Face ao centralismo que há mais de 150 anos RGAM.- Teve, portanto, oportunidade de privar em
“vigora” no País, quão difícil é, enquanto deputado diversas ocasiões com o Senhor Dom Duarte de
e, como tal, mandatário do povo vianense no Bragança. O que acha do papel e infatigável
Parlamento, essa representação? trabalho que o Senhor Dom Duarte tem
desenvolvido ao longo das últimas décadas junto
ET.- É enorme gosto, poder ter a possibilidade de dos portugueses e das comunidades portuguesas
representar em novo mandato, o Alto Minho e Viana na diáspora?
do Castelo, e faço com brio, chieira, dedicação,
proximidade e responsabilidade. O Alto Minho e ET.- Sim, aprecio muito a personalidade do Senhor
Viana do Castelo, tem um património cultural Dom Duarte e reconheço o enorme papel e trabalho
notável, e tradições que nos orgulham, e pela minha que tem efetuado junto das pessoas e um notável
mão, já tive a oportunidade de trazer ao Parlamento papel na diáspora, junto das comunidades
os Bordados e a Louça e Cerâmica de Viana, os Portuguesas espalhadas pelo mundo.
Vinhos de Ponte de Lima e Ponte da Barca, o
fumeiro de Melgaço ou os produtos gastronómicos RGAM.- A Monarquia hereditária sempre foi
do Cordeiro e da Lampreia, entre outros. O Alto símbolo da identidade nacional. Em Repúblicas
Minho não tem só problemas que temos de como a Roménia, a Bulgária, a Geórgia e até a
acompanhar e tentar resolver, tem também Rússia os representantes das Famílias Reais são
enormes potencialidades e oportunidades que nos chamados a incarnar uma vez mais esse papel. Já
dias que estou em Lisboa, tento potenciar e divulgar. em Portugal parece que as instituições
republicanas limitam-se a quase só convidar os
RGAM.- Sendo V. Exa. presença habitual em Duques de Bragança para os banquetes que o
eventos Monárquicos, designadamente os Estado oferece a Monarcas estrangeiros, em visita.
organizados pela Real Associação de Viana do Por que é assim?
Castelo, podemos concluir que não só é
Monárquico como que não tem qualquer problema ET.- Pois, de alguma forma incompreensível, o papel
em assumi-lo? colaborante e distinto do Senhor Dom Duarte,
deveria de facto ter outra relevância.
ET.- Simpatizo com a causa monárquica e
acompanho de perto o trabalho de várias
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RGAM. – O partido republicano português teve ET.- É uma perspectiva de análise da actual
como seu zénite eleitoral uns meros 9%, e isto, na realidade, tendo presente que na política como em
46ª e última eleição geral do Reino de Portugal, que tudo na vida há bons e maus exemplos. Sabendo
se realizou a 28 de Agosto de 1910. Ora se a que os maus são bem mais amplificados, carece no
Implantação da República Portuguesa não resultou momento que todos os bons sejam realçados.
de uma emanação popular, nem das urnas, como é
possível o regime tratar a república como um RGAM.- Como se pode reforçar a
oratório indiscutível? representatividade democrática e a transparência
das nossas instituições políticas?
ET.- Resulta também da nossa Constituição da
Republica Portuguesa, que é nesta matéria ET.- Muito trabalho há neste campo a fazer a nível
impeditiva, mas de qualquer forma, neste seculo já Nacional. Portugal precisa de melhor e mais serviço
por diversas vezes se falou sobre esta questão que público com transparência. Há demasiadas falhas de
reconheço não ser de fácil resolução. Estado, e é necessário efectuar reformas profundas
na justiça, no sistema eleitoral para revigorar a
RGAM.- Em Democracia democracia em crise.
não se pode limitar o
direito à escolha. Ora, a RGAM. – Por conta da
Constituição da Pandemia que o Mundo
República Portuguesa atravessa parece que direitos
ao consagrar na alínea que outrora se consideravam
b) do Artigo 288. º que lídimos e fundamentais estão
“as leis de revisão hoje a ser, muitas vezes sem
constitucional terão qualquer respaldo
de respeitar a forma constitucional, respeitados.
republicana de governo”, Será que mesmo depois da
com esta cláusula, erradicação do Coronavírus
digamos, Pétrea, impede da Síndrome Respiratória
os portugueses de optar, Aguda Grave 2 haverá um
através da realização de retorno ao genuíno Estado
um referendo nacional, sobre se desejam continuar de Direito ou há coisas que se perderam para
numa República ou regressar à Monarquia. sempre?
Enquanto Deputado, qual a sua posição sobre este
assunto? ET.- Claro que no pós-pandemia, e quando
conseguirmos sair desta crise sanitária, o papel do
ET.- É como referi, um travão a essa vossa Estado tem de ser muito mais actuante e proactivo,
revindicação e de alguma forma necessitando de corrigindo as desigualdades, prevalecendo os
qualquer revisão de uma maioria qualificada de 2/3 valores do Estado de Direito, num trabalho em que o
dos Deputados, ou seja mais de 155 Deputados, não Socialismo de Esquerda se esgotará e será (é
é de possível resolução pelo que se conhece do histórico) um trabalho que caberá ao centro direita
panorama político-partidário nacional. efectuar.
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REAL GAZETA DO ALTO MINHO|25
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REAL GAZETA DO ALTO MINHO
NOTA INFORMATIVA
A Direcção da Real Associação de Viana do Castelo, com mandato para o triénio
2020-2023, cumprimenta V. Exas, desejando desde já a continuação de um bom
ano de 2020.
A Real Associação de Viana do Castelo tem um plano de actividades e orçamento
para 2020, aprovado em Assembleia Geral, que inclui diversas iniciativas, que vão
desde a organização de conferências à publicação da Real Gazeta do Alto Minho,
órgão oficial de comunicação da Real Associação de Viana do Castelo, do qual
muito nos orgulhamos, e que se pretende sejam executadas com a participação
de todos os associados, simpatizantes e entidades que entendam colaborar, com
o intuito de contribuir e ajudar a dinamizar o ideal Monárquico que todos nós
abraçamos convictamente. Atendendo à necessidade imperiosa que temos em
angariar recursos financeiros necessários ao normal funcionamento da Real
Associação, e tendo em conta que uma das competências da Direcção é a
cobrança de quotas, eu, em nome da Direcção e na qualidade de Vice-Presidente,
venho por este meio solicitar a V. Exas. a regularização da QUOTA DE ASSOCIADO
REFERENTE ao ano de 2020, no valor de 20,00 € (vinte euros), preferencialmente
por transferência bancária, para:
Filipe Amorim
Tesoureiro da RAVC
FICHA TÉCNICA
TÍTULO: REAL GAZETA DO ALTO MINHO
PROPRIEDADE: REAL ASSOCIAÇÃO DE VIANA DO CASTELO
PERIODICIDADE: TRIMESTRAL
DIRECTOR: JOSÉ ANÍBAL MARINHO GOMES
REDACTOR: PORFÍRIO SILVA
WEB: WWW.REALVCASTELO.PT
EMAIL: REAL.ASSOCIACAO.VIANA@GMAIL.COM
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causa maior
TERESA CÔRTE-REAL
Abstract
Résumé
D. Duarte
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Abstract
Résumé
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REAL GAZETA DO ALTO MINHO|29
vista pelos titulares de outras pastas dos Governos uma dotação adequada e bem distribuída em
como algo necessário mas que dá muita despesa. A Cuidados Intensivos.
crise pandémica trouxe como vantagem a O Professor Paulo Santos iniciou a sua intervenção
sensibilização global para a necessidade de ter dizendo que os Cuidados de Saúde Primários são a
dispositivos de saúde pública bem organizados e porta de entrada no sistema de saúde, satisfazendo
sistemas de prestação de saúde mais eficientes. 90% das necessidades dos utentes. Apresentando os
Considera também que no futuro se irão abrir novas últimos dados disponíveis, de Julho de 2020,
oportunidades. Vai haver um impulso grande à mostrou que nesse mês o número total de consultas
transformação digital na Saúde e a Ciência estará foi superior ao período homólogo do ano anterior,
mais próxima das pessoas. Salientou que a Europa mas que foram feitas, sobretudo, à base de
está a trazer a saúde para a decisão política actividade não presencial e à custa de uma
cooperativa, com impacto na economia, permitindo diminuição muito significativa das consultas no
que futuramente haja mais autonomia em cenários Centro de Saúde e no domicílio. Para além de esta
semelhantes. Terminou a intervenção manifestando mudança ir contra as expectativas dos doentes,
que só tem receio de que a memória seja fugaz e salientou a importância de rever as indicações para o
que não aprendamos o que devemos com esta uso da telemedicina, uma vez que esta não resolve a
pandemia. totalidade dos problemas dos utentes. Referiu que
são precisos melhores suportes digitais, e que o uso
de equipamentos de protecção e fardas passará a
ser uma realidade nos Cuidados de Saúde Primários.
Já o Professor José Artur Paiva começou por dizer Reforçou a importância de haver uma hierarquia
que a Pandemia veio mostrar ao cidadão comum o administrativa e clínica, de trabalhar em rede, e de
que é a Medicina Intensiva e a importância que tem. libertar os médicos e enfermeiros de tarefas de
Depois, apresentou alguns diapositivos com estudos natureza administrativa.
que demonstram que um bom índice de
acessibilidade a Medicina Intensiva determina uma
mais baixa taxa de mortalidade. Salientou ainda
como determinante da mortalidade por COVID-19, o A Professora Maria Aurora Pereira falou sobre o
balanço entre carga de trabalho e força de trabalho, ensino em saúde pós-pandemia. O confinamento
dado que, a partir de uma determinada carga de de Março levou ao encerramento das instituições de
trabalho, a qualidade diminui e a mortalidade ensino, obrigando a uma rápida transição do ensino
aumenta. As decisões políticas têm de ter estes dois presencial para o ensino à distância. Os cursos de
factores em conta. São precisas camas e saúde viram-se confrontados com o problema do
profissionais aptos para esta tarefa, sabendo que ensino prático, uma vez que este não pode ser
formar Intensivistas e Enfermeiros de Cuidados totalmente substituído pelo ensino não presencial.
intensivos demora tempo. No caso dos alunos de Enfermagem da Escola
Outra novidade que a Pandemia trouxe teve a ver Superior de Saúde do IPVC foram ensaiadas outras
com os mecanismos de gestão, usando o trabalho metodologias, como a discussão de casos clínicos e
em rede na gestão do doente crítico, e levando as a apresentação de projectos. O uso de ferramentas
lideranças a absorver ideias que imanam do dia-a- digitais permitiu facilitar a acessibilidade ao ensino.
dia. No entanto, o ensino em saúde, e em particular em
Terminou relatando que começámos a pandemia enfermagem, não pode ser substituído pelo ensino à
com um número baixo de camas de Medicina distância. É necessário formar novos profissionais de
Intensiva e com um número baixo de Intensivistas. saúde mas é preciso manter a qualidade do ensino.
O objectivo seria conseguir redesenhar e organizar O ideal seria conjugar o melhor destes dois mundos,
os serviços entre as duas ondas, trabalho este que foi o virtual e o real. É fundamental maior investimento
iniciado mas ficou incompleto. No entanto, constitui nas aulas práticas em laboratório, com recurso a
uma alavancagem para que Portugal passe a ter simuladores, o que permitirá adquirir competências
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A Treta do Sufrágio
ANTÓNIO DE SOUZA-CARDOSO
Abstract
The suffrage for the choice of the Head of State in Mas será mesmo assim? Será que a nossa escolha é
the Republic is a fallacy because we hand over the livre e não condicionada por o que quer que seja?
decision to nominate the President to the
combination, or the lack of it, that the two largest
Será que a democracia precisa para se qualificar que
parties arranged between themselves. Populisms o Chefe de Estado seja periodicamente eleito pelos
aside, the candidates will always say “The cidadãos?
President of all the portuguese”, and look away Na verdade, a maioria das coisas que caracterizam a
when it comes to their party past, in a clear
attempt to imitate the exempt and referential nossa identidade como pessoas – a Pátria, a Raça, a
figure of the King. Língua, a Família, não são escolhidas por nós. Mas
não deixam de estar no centro da nossa
Key words: President; King; Suffrage; Election; Party
idiossincrasia. E mesmo no que ao sistema político
system.
diz respeito, não podemos escolher múltiplas
Résumé funções do Estado e da governação que, essas sim,
não deviam escapar à nossa directa decisão. Assim
le suffrage pour le choix du chef de l'Etat dans la acontece com o Primeiro Ministro, que o diga Pedro
République est une erreur car nous remettons la
décision de nommer le président à la combinaison, Passos Coelho que apesar de ter sido o indigitado
ou non, que les deux grands partis opèrent entre pelos portugueses, viu António Costa e a geringonça
eux. Les candidats, bien sûr, populismes à part, fintarem a decisão do sufrágio que só nestas alturas
auront toujours tendance à dire «de tous les
parece não ser sacrossanta. Mas quem fala na falta
Portugais» et à siffler en l'air en ce qui concerne leur
passé de parti, dans une tentative claire d'imiter la de sufrágio no Primeiro Ministro fala de todo o
figure exempte et référentielle du roi. Governo no seu conjunto, do Presidente da
Assembleia da República, dos Presidentes dos
Mots clés: Président; Roi; Suffrage; Élection;
diferentes Tribunais, da Administração Central e
Système de parti.
Regional, etc., etc.
Sim, tudo isso será verdade, mas não tira, dirão, que
a República tem a superioridade de colocar na
As eleições Presidenciais só nos vão fazer gastar decisão do Povo a mais alta Chefia da Nação.
tempo e dinheiro. Dois bens escassos num País que Muito bem, esmiucemos como diria Ricardo Araujo
está mergulhado numa pandemia de efeitos Pereira.
devastadores. Quem e como escolhemos? Fazemo-lo de entre
Há muito que ouço este definitivo argumento da todos? Fazemo-lo em qualquer cidadão?
inevitabilidade de um democrata ter de ser Na verdade, o nosso sistema político está refém de
republicano. Como se as mais qualificadas um sistema partidário em profunda crise de valores.
democracias do mundo não fossem monarquias. E E um mero pensamento holístico desta realidade
as mais indizíveis ditaduras não fossem repúblicas. leva-nos a perceber que apenas podemos escolher
Ou a memória dos portugueses já tivesse esquecido entre dois dos nossos cerca de dez milhões de
a única ditadura que muitos de nós ainda vivemos. concidadãos. Os dois que, por acção ou omissão,
A do Estado Novo. Em República, claro! forem indicados pelos 2 maiores partidos. Para não
Mas a verdade é que o argumento persiste e faz dizer que não há escolha nenhuma quando estes
caminho. Ancorado no “sex-appeal” do sufrágio dois partidos decidem entre si apoiar, por acção ou
directo e universal na escolha do Chefe de Estado. omissão, o mesmo candidato.
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REAL GAZETA DO ALTO MINHO|33
A EPIDEMIA PRESIDÊNCIAL
JOÃO AFONSO MACHADO
Abstract
The head of state chosen by electoral means will Vingou, todavia, a tese contrária, e a 24 de Janeiro
never be consensual. There will always be winners haverá feriado num possível confinamento. Todos
and losers, supporters and opponents, pleased
poderemos vir à rua, alegremente, votar e respirar
and eternally displeased.
Immune to the electoral virus, our Kings lived - um pouco de ar puro ou encharcar os pés na chuva
within the framework of the habits and customs e até, quem sabe?, à noite festejar nas ruas a vitória
and social values of the time of each one - for their
nas urnas do candidato da nossa preferência.
people.
The next elections are a useless paradigm. Or, Votos, candidatos, festejos... Para quê, de quê,
paradoxically, the illustration of what the porquê?
republican game is.
Os votos vão distribuidos por um considerável leque
Key words: Presidential elections; Candidates; de pessoas que entenderam querer e poder chegar
Winners; Losers. à chefia do Estado. Os festejos são a ruidosa
manifestação de quem os apoia e acredita neles,
Résumé
geralmente orientando-se apenas por puros
Le chef de l'Etat choisi par voie électorale ne sera critérios ideológicos e partidários. E tudo isto com a
jamais consensuel. Il y aura toujours des gagnants curta validade de cinco anos – se não houver
et des perdants, des partisans et des opposants,
heureux et éternellement mécontents. novidades... – após o que a rambóia recomeça. Com
Immunisés contre le virus électoral, nos Rois mais do mesmo...
vivaient - dans le cadre des us et coutumes et des Digo assim porque, na generalidade dos casos, os
valeurs sociales de l'époque de chacun - pour leur
peuple. candidatos sabem, à partida não possuirem
Les prochaines élections sont un paradigme inutile. quaisquer hipóteses de um seu triunfo eleitoral. A
Ou, paradoxalement, l'illustration de ce qu'est le jeu sua apresentação, a sua campanha, – todo esse
républicain.
aparato visa apenas vender um produto ideológico
Mots clés: Élections présidentielles; Candidats; ou torpedear a venda dos produtos ideológicos dos
Vainqueurs; Vaincus. seus adversários. Aconteceu já, à descarada,
candidatos desistirem da corrida à “boca das urnas”.
Tinham beneficiado do seu tempo de antena,
Foi, inclusivamente, tema aceso de discussão entre
tinham proclamado o que lhes ia na cabeça, -
os constitucionalistas da República: se a actual
missão cumprida, pois...
situação trágico-sanitária que o Mundo vive não
Em suma, a chefia do Estado escolhida nestes
seria, em Portugal, razão bastante para adiar as
moldes jamais poderá ser consensual. Haverá
eleições presidênciais. Bacelar de Vasconcelos, um
sempre vencedores e vencidos, apoiantes e
homem e um jurista da Esquerda decente, lembrou
que se fossemos vítimas de um novo terramoto, oponentes, agradados e eternos desagradados. Esta
como o 1755, ou de um tsunami, ou de uma invasão é a História única da República portuguesa, aliás do
estrangeira, este traste chamado Constituição – a espaço-Nação onde se apoderou do mando que
adjectivação é minha, não é de Bacelar de nunca deixou de exercer arbitrariamente.
Vasconcelos – que ficasse lá na sua redoma, porque A Monarquia, sabêmo-lo é a antítese do exposto.
o dia das eleições seria o dia de tratar dos feridos e Imunes ao vírus eleitoral, viviam os nossos Reis – no
enterrar os mortos. quadro dos usos e costumes e dos valores sociais da
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34| REAL GAZETA DO ALTO MINHO
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REAL GAZETA DO ALTO MINHO|35
Eleições Presidenciais:
anacronismos da república
ANTÓNIO BROCHADO PEDRAS
Abstract
Election after election, in an open and systematic supostamente deveriam servir para esclarecer os
way, political parties choose their own candidate os cidadãos, ajudando-os a formar um juízo claro e
or give formal guarantees of support to a
informado para o exercício cívico do direito de
candidate in their ideological area.
Of the 7 candidates in confrontation, five were escolha do titular do órgão de cúpula da República.
nominated by the parties in which they militate E entendo que devo insistir no tema, não tanto por
and another (re-candidate) had the support of his acreditar que a minha prosa tenha a veleidade de
party and the party that is ideologically closest to
him. It was important to promote a broad contribuir para mudar, a curto ou médio prazo, o
reflection and discussion on a constitutional regime eleitoral da chefia de Estado em Portugal,
revision that would allow the republican form of mas porque, enquanto cidadão preocupado com a
government to be removed from the material polis, sinto a obrigação de dar o meu contributo para
limits of the revision, in order to give citizens the
option of a monarchical head of state. a melhoria ou mudança do sistema político do meu
país.
Key words: Presidential elections; Political parties; Segundo a cartilha republicana vazada na
Election campaign; Monarchy. Constituição, a apresentação de candidaturas
Résumé presidenciais é feita directamente por cidadãos
independentes – e não por partidos –, com o intuito
Élection après élection, de manière ouverte et de conduzir a um entendimento popular que
systématique, les partis politiques choisissent leur privilegie a dimensão do poder moderador, arbitral e
propre candidat ou donnent des garanties
formelles de soutien à un candidat dans leur zone fiscalizador da função presidencial, garantindo-lhe a
idéologique. imprescindível independência.
Sur les 7 candidats à l'affrontement, cinq ont été Todavia, eleição após eleição, a realidade teima em
nommés par les partis dans lesquels ils militent et
esvaziar de sentido um dos traços mais significativos
un autre (re-candidat) avait le soutien de son parti
et du parti idéologiquement le plus proche de lui. da concepção constitucional do Presidente da
Il était important de promouvoir une large réflexion República (PR), já que, de uma forma aberta e
et discussion sur une révision constitutionnelle qui sistemática, os partidos representados na
permettrait de soustraire la forme républicaine de
Assembleia da República escolhem o seu próprio
gouvernement aux limites matérielles de la révision,
afin de donner aux citoyens le choix d'un chef candidato ou dão formais garantias de apoio a um
d'État monarchique. candidato da sua área ideológica.
Foi o que voltou a suceder nas eleições presidenciais
Mots clés: Élections présidentielles; Partis
que vão realizar-se no próximo dia 24: dos 7
politiques; Campagne électorale; Monarchie.
candidatos em confronto, cinco foram indicados
pelos partidos em que militam e em que exercem
Não é a primeira vez e não será certamente a última
cargos de relevo, outro (recandidato) teve o apoio do
que abordo nesta coluna as questões da
seu partido e do partido que ideologicamente lhe é
partidarização das candidaturas às eleições mais próximo e só uma outra candidatura não é
presidenciais e da fartura, inutilidade e nível dos oriunda da hoste a que pertence, embora tenha
debates que, de forma lenta mas inexorável, merecido o apoio duma facção dela e de duas
vêm inquinando as campanhas eleitorais que formações partidárias da sua área ideológica.
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Assim, é por demais evidente que o propósito mudança do sistema político, as mais importantes
daquelas cinco candidaturas é tão só o de defender reformas estruturais de que o país carece, a defesa e
e alargar o seu espaço político-eleitoral e, no caso da a expansão da língua e cultura portuguesas, enfim,
última candidata, marcar terreno para a sua os grandes desafios de Portugal.
afirmação pessoal em futuras contendas políticas. Pelo que venho de dizer, julgo que seria muito útil
Estas influência e dependência partidárias para a democracia e para o aperfeiçoamento do
estendem-se, naturalmente, à organização e Estado de Direito, promover uma ampla reflexão e
financiamento das respectivas campanhas, à discussão sobre as questões que abordei e outras
composição das comissões políticas de apoio e à que lhes são conexas, com vista a uma revisão
elaboração de verdadeiros programas de acção constitucional que permita ultrapassar os problemas
governativa, o que inquina insanavelmente o elencados e alterar o estatuto eleitoral e funcional do
sistema de poder, pois é susceptível de PR e suprimir dos limites materiais da revisão a
comprometer no futuro a imagem do exercício forma republicana do governo, de modo a facultar
duma chefia de Estado que se pretende isenta, aos cidadãos a opção por uma chefia de Estado
independente e imparcial. monárquica.
Por outro lado, a baixa categoria de alguns
candidatos, a manifesta falta de perfil de outros e até
o carácter ridículo ou jocoso de uma delas, põe a nu
uma falha da nossa democracia – a inexistência de
um mecanismo de selecção dos melhores
candidatos.
Não se pretende com isto significar que se exijam
candidatos carismáticos, bem falantes, pomposos,
altivos ou com porte majestático. Mas homens ou
mulheres de carácter, pessoas de bem, com as
qualidades necessárias para o exercício de um
poder virtuoso e prudente, ao serviço do interesse
público da comunidade.
Com todo o respeito, não posso admitir que
candidatos à mais alta magistratura da nação
recorram à calúnia, à difamação e à recriminação
infamante nas pugnas com os seus adversários. Não
consigo tolerar que, com o maior descaramento,
assumam que, se vencessem as eleições – e
felizmente não as irão vencer –, não seriam
representantes de todos os seus concidadãos. Como
não posso aceitar que defendam a proibição de
partidos que foram admitidos pelo Tribunal
Constitucional ou que pretendam o silenciamento
de candidatos seus concorrentes. Também não
compreendo que, no debate de ideias e de
programas, se deixem de fora temas centrais que
hão-de ser objecto da agenda política do PR, tais
como a descentralização do Estado, a corrupção, os
fundos europeus, as crescentes desigualdades e a
pobreza, o envelhecimento e crescimento negativo
da população, a desertificação do interior do país, a
definição do conceito estratégico nacional, a D. Duarte
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A Propósito da ideologia
Monárquica e da Republicana
ANTÓNIO PIMENTA DE CASTRO
Abstract
Finals of the Monarchy, the position of Trindade Também queremos recordar aqui o 5 de Outubro
Coelho and Guerra Junqueiro. The evolution of the de 1143 em que na cidade de Zamora ocorreu a tão
Republic and the various Portuguese Republics.
esquecida “Conferência de Zamora”, ou seja o
The current Monarchical Thought.
tratado de paz celebrado entre D. Afonso Henriques
Key words: Monarchy; Trindade Coelho; e D. Afonso VII de Leão, na presença do legado papal
Mogadouro; Guerra Junqueiro. Guido de Vico, depois do qual é reconhecido ao
infante português o título de Rei.
Résumé
Por vezes a História está mal contada, ou um pouco
Finales de la monarchie, la position de Trindade distorcida e, como diz o povo, “quem conta um
Coelho et Guerra Junqueiro. L'évolution de la conto, acrescenta um ponto”. É verdade que muitos
République et des différentes républiques
homens, conotados com os princípios republicanos,
portugaises. La pensée monarchique actuelle.
defenderam estas ideias, mas temos de ver a sua
Mots clés: Monarchie; Trindade Coelho; realidade, no seu tempo e analisar,
Mogadouro; Guerra Junqueiro. desinteressadamente o seu pensamento. A primeira
dessas figuras é Trindade Coelho que o rotularam de
É com muito gosto que hoje, em época de eleições quase radical republicano. Nos conturbados finais da
para a Presidência da República Portuguesa, vamos monarquia, quiseram fazer dele “candidato” por
refletir sobre os princípios dos homens da Rotunda Mogadouro (a sua terra natal) por um partido
(comparando-os, obviamente, com os valores dos republicano. Surpreendido, escreveu um livro
que defendiam a Monarquia Constitucional), não intitulado “A Minha Candidatura por Mogadouro”,
pelo seu partidarismo, mas antes pelos valores que em que ele esclarece a sua posição e desmente essa
diziam defender, isto é bem que se note! É a ética mentira de que o acusaram, por maldade, e dedica
que nos interessa acima de tudo. Esses valores em essa sua brochura…”A SUA MAGESTADE EL-REI”! No
favor da Coisa Pública ou Rés-Pública (como diriam prefácio que ele fez, afirma:
os nossos pais do Latio), são ainda hoje, se calhar “Na minha terra – Mogadouro, distrito de Bragança – eu não
mais do que nunca, válidos e atuais no triste tempo conheci, nunca um único republicano. É coisa, para dizer ao leitor
de pandemia e de crise, a todos os níveis, que os pontos da verdade, que por lá não há, - e nem me consta que
tenha havido; e se por lá se fala também em «república», porque
desgraçadamente vivemos.
enfim a palavra é portuguesa de lei, da mesma forma, todavia,
Como monárquico e professor de História, vou que o vocábulo designava na «gyria» de Coimbra do meu tempo,
dividir este meu artigo em duas partes: uma e ainda hoje designa, a «comunidade doméstica, sem chefe, de
primeira, em que trato de algumas figuras históricas dois ou mais estudantes», - na minha terra (e creio que em toda a
Província de Trás-os-Montes) ela designa apenas, «barulho» ou
e/ou literárias e uma segunda parte em que falo do «desordem», instituição ou família «sem Rei nem Roque», -
período das três Repúblicas, que o nosso triste país podendo esta significação, que afirmo e garanto que é
teve e tem. verdadeira, ser recolhida, por muito nossa e muito trivial, do
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dicionário da língua. (…) A partir desse instante, eu ficava, não direi dedicando-se a ela um grupo de homens de
à contre coer, mas ao menos…inopinadamente, na «cena política»
vontade, fortes pela inteligência e pelo carácter e
da minha terra; - e o avisar-me alguém, em certa altura, de que
uma «conspiração» estava feita para me atribuírem, e aos meus visionava em Oliveira Martins o chefe perfeito, o
amigos, a votação que havia de sufragear em Mogadouro o homem de estado superior. A ilusão foi dupla[3] ”.
candidato republicano – isso veio explicar-me a «candidatura Cada vez mais desiludido com os políticos e com os
republicana» pela minha terra, que tanto me surpreendera, - e
partidos, Guerra Junqueiro, sempre irónico, tem esta
revelar-me, ao mesmo tempo, intenções de outrem…(…) Mas a
mim me quer parecer em todo o caso –a mim que tendo o frase extraordinária e bem atual…: “- Os partidos
critério jurídico da minha profissão, vejo, entre as provas cabem todos dentro das mesmas ideias: onde não
admitidas em direito, tanto civil como criminal, a presunção e os cabem é dentro da mesma casa de jantar…[4]”.
simples indícios, - a mim me quer parecer, digo, que seria muita
Quanto implantada a República, Guerra Junqueiro,
«importância junta» dos políticos da minha terra, inventarem,
anunciarem, propalarem, com foros de «coisa oficial» uma apresentou assim a sua proposta para a bandeira da
candidatura republicana por Mogadouro, contando só, de mais a República:
mais… - com os votos dos meus[1]!”
[1] - Coelho, Trindade, “A Minha «A CANDITATURA» POR MOGADOURO – (Costumes Políticos em Portugal). Opúsculo editado pela Câmara
Municipal de Mogadouro. Trindade Coelho suicidou-se em Lisboa, em 1908.
[2] - António Cândido Franco, “O essencial sobre GUERRA JUNQUEIRO”, página 4, Imprensa Nacional- -Casa da Moeda, Lisboa, Março de 2001.
[3] - Guerra Junqueiro: “Horas de Luta”, página 137, Livraria Lello, Limitada Editores, Porto.
[4] - António Cabral, “O Talento e os desvarios de Guerra Junqueiro”, página 101, Editora Portugália, Lisboa, 1842.
[5] - Guerra Junqueiro, “Horas de Luta”, Livraria Lello, Porto
[6] - Quando se dá o 5 de Outubro de 1910, estava Guerra Junqueiro em Salamanca, com o seu amigo Miguel de Unamuno.
[7] - Lopes D’Oliveira, “Guerra Junqueiro – a sua vida e a sua obra”, Volume 2, página 373, Edições Excelsior e SOPCUL
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[8] - Castro, António Pimenta de, “Cadernos Vianenses””, Tomo 54, 228, Viana do Castelo, 2020.
[9] - António de Oliveira Salazar, governa de 1926 até 1968 e Marcello Caetano de 1968 até abril de 1974.
[10] Paulo Ferreira da Cunha na revista “Grémio Lusitano” n.º 16, 2º semestre de 2010.
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Abstract Résumé
The guarantor of freedoms and freedom are not Les garants des libertés et de la liberté ne sont pas
oligarchic republics, but monarchies, impartial, des républiques oligarchiques, mais des
non-bribable, indifferent to the interests of the monarchies, impartiales, non soudoyables,
moment and faithful interpreters of the collective indifférentes aux intérêts du moment et fidèles
interest, the interest of the State and national interprètes de l'intérêt collectif, de l'intérêt de l'Etat
unity. et de l'unité nationale.
We, monarchists, will only vote in the third round Nous, monarchistes, ne voterons qu'au troisième
of elections; that is, in those elections in which we tour des élections; c'est-à-dire dans ces élections
can freely choose between the republican and dans lesquelles nous pouvons librement choisir
monarchical forms of regime. entre les formes républicaine et monarchique de
régime.
Key words: Monarchies; King; Symbol of the nation;
Republic; Presidential elections. Mots clés: Monarchie; Roi; Symbole de la nation;
Républic; Élections présidentielles.
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Pedem a mudança na república, mas tudo o que que passaram e das gerações que virão e reafirma o
defendem já foi experimentado e falhou: falhou no pacto da vontade popular e da identidade nacional
republicanismo parlamentar primo-republicano, que fizeram o Estado Português.
com uma chefia de Estado simbólica, falhou com o Os candidatos que se candidatem, os presidentes
cesarismo plebiscitário de Sidónio, falhou com a que presidam, mas que o façam sabendo que há
presidência submetida ao “presidencialismo do portugueses, muitos portugueses que neles não
Presidente do Conselho”, falhou com o semi- vêem o árbitro equidistante, o servidor da causa
presidencialismo de voto directo universal que ainda pública, o órgão de soberania independente. Votar é
temos. No fundo, a república é o passado e desse caucionar, colaborar, transigir com um sofisma, com
passado não se consegue libertar. Está, arrasta-se, uma impostura e com um insulto aos portugueses.
finge consenso. Não sendo detestada é, no mínimo, Eu, não voto e como não voto, não sei quantas caras,
desprezada. Viraram-lhe as costas, por ela não se caretas, carantonhas e gárgulas se apresentam a
interessam, não mobiliza corações nem sufrágio. Ficar em casa, abrir um bom livro, ouvir
inteligências. Refém das lutas partidárias, a chefia de música, estar com a família vale mil chapeladas da
Estado republicana passou a ser encarada como lotaria dita republicana. Como acreditamos na
pré-aposentamento para os locatários de Belém. República ̶ ou seja, na Política ̶ e como só há
Vai-se descendo em intervenção, subindo na Política quando a totalidade da Cidade se revê nas
hierarquia do Estado. O presidente é, hoje, um roi instituições, recusamos participar numa fraude.
fainéant, um falso rei constitucional, sem o prestígio Nós, monárquicos, só votaremos na terceira volta
de um monarca hereditário, sem a influência fáctica das eleições; ou seja, naquelas eleições em que
de que gozam os reis e com a tremenda e livremente pudermos escolher entre a forma
irreparável suspeita de continuar, por mais que o republicana e monárquica de regime.
negue, a depender do(s) partido(s) que o colocaram
na chefia do Estado. Os candidatos a presidente têm
esgotado o argumento “presidente de todos os
portugueses”. As repúblicas pressentem a
fragilidade de uma chefia de Estado a prazo,
macaqueando a permanência que quer dizer
monarquia, numa chefia de Estado dinástica,
hereditária e não submetida às flutuações
emocionais e irracionais, aos interesses económicos
e ao apetite de poder das elites [divididas] que entre
si se guerreiam.
Sabemos que o garante das liberdades e da
liberdade não são as repúblicas oligárquicas, mas as
monarquias, imparciais, não subornáveis,
indiferentes aos interesses do momento e fiéis
intérpretes do interesse colectivo, do interesse do
Estado e da unidade nacional, pelo que se pede
dieta rigorosa, desintoxicação radical, absoluta
privação de contacto visual e auditivo com os
candidatos ao sólio presidencial. Não ceder à
tentação de participar, não conceder a dúvida do
mal menor, não comparar nem tomar partido por
nenhum dos artistas em palco. O melhor voto é o
não voto. O melhor presidente da República é o Rei,
a melhor votação para a chefia do Estado aquela
que prescinde de eleições, de máquinas partidárias,
de confetis e outdoor's, mas aquela que se realiza
geração a geração, com o concurso das gerações
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Nós, monárquicos, não fazemos favores nem mais rematada contradição. Os 700 ou 800 mil
amparamos ambições usurpadoras de uma chefia monárquicos de verdade [e não só de palavras] às
de Estado imparcial, independente, acima de urnas só acudirão empurrados pela falácia do mal
partidos e ideologias, longe de clientelas e adversa, menor. O mal menor é sempre mal, pelo que a
por instinto e natureza, às vaidades tolas e aos única maneira de não sujar as mãos e a consciência
carreirismos chupistas. colaborando algo que nos repugna ̶ que é mau
Nós, monárquicos, somos monárquicos porque não para Portugal ̶ é ficar em casa, não participar na
queremos esta república, pelo que votar naqueles encenação e não falar sobre, não comentar, não
que alimentam a ilusão republicana constituiu a exprimir a mais leve e inocente opinião sobre esta
eleição.
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Abstract
In constitutional monarchies, sovereignty resides No seu quadro constitucional vigente, Portugal vai
in the Nation, which is the group of citizens under ter, dentro de pouco tempo, novas eleições
the same law and in legal equality, with all public,
social, economic, cultural and civic freedoms that
presidenciais. Não vale a pena qualquer
are the prerogative of Western pluralist consideração extra sobre a “farandulagem” política a
democracies. The legitimate hereditary head of que uma campanha deste tipo dá necessariamente
state is the expression of exclusive national lugar. Convenhamos apenas que parece ser a
sovereignty and a symbol of the unity of the state
and the community of nationals, his compatriots. Padroeira do Reino a permitir que, em conjunturas
Europe's most successful democracies are muito difíceis deste tipo, por muita poeira e dor
monarchies, and it is in the name of a greater estultamente levantadas, seja ainda, em certa
good that the citizens of these countries reserve
medida, o proverbial bom senso do Povo Português
the head of state for a living person and family,
whose hereditary succession is intertwined with a funcionar, distinguindo e escolhendo aquele que,
the country's history and its permanent interests. no cardápio eleitoral vigente, está conjunturalmente
melhor preparado para a titularidade da chefia do
Key words: King; Constitutional monarchy,
estado posta em disputa, e cujo desempenho
Sovereignty; Nation.
político conhecido, mais o aproxima de um perfil
Résumé monárquico de atuação…
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CONCURSOS ESCOLARES
A IMPORTÂNCIA DO RECONTRO DE VALDEVEZ
PARA A FORMAÇÃO DE PORTUGAL
Prémios:
1.º Prémio, conta poupança no valor de 300,00€; 2.º
Prémio, conta poupança no valor de 200,00€; 3.º Para consultar o regulamento e os prémios dos
Prémio, conta poupança jovem no valor de 100,00€ concursos basta clicar em cima da imagem do
e Diploma de Participação. mesmo.
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