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D.

Teresa e a Vila de Ponte


Alguns subsídios biográficos e históricos
4 de Março de 1125 – 4 de Março 2024
Por José Aníbal Marinho Gomes
Na Rua do Bonfim em Ponte de Lima, abri em 1993 um bar que baptizei com o nome
de D. Theresa e que hoje já não existe.
Em 2002, escrevi na revista “Anunciador das Feiras Novas - Ano XIX”, este trabalho
que posteriormente saiu em separata. Com o mesmo tentei prestar um tributo à
fundadora de Ponte de Lima, figura mal interpretada por alguns historiadores.
Como o título é actual e porque já não há separatas em circulação por estarem
esgotadas resolvi em 2009 voltar á liça com o tema, no Jornal “O Povo do Lima” *
não sem antes proceder aqui e ali a pequenas rectificações, sem alterar, no
entanto, a estrutura do mesmo.

D. Teresa, nasceu no ano de 1080, filha de Afonso VI de Leão e de D. Ximena Moniz,


tenente(1) de Ulver, filha de Munio Moniz, Conde de Biérzo e Astorga e de D.
Muniadona.
Afonso VI manteve esta união com D. Ximena Moniz – da qual teve ainda D. Elvira,
mais velha que D. Teresa, que casou com Raimundo V, Conde de Toulouse – até
casar com a Rainha D. Constança, de quem teve uma filha legítima e que foi sua
herdeira, D. Urraca.
Como recompensa por serviços prestados na reconquista cristã por D. Henrique de
Borgonha(2), sobrinho da Rainha D. Constança, D. Afonso VI deu-lhe a mão de D.
Teresa em casamento e, pelas núpcias, concedeu a ambos(3), entre outras honras,
o condado de Portucale e Coimbra, por direito hereditário(4). Os direitos
transmitidos pela concessão eram amplos: conceder forais – como o de Ponte de
Lima –, fazer doações, dar cartas de couto dispondo dos direitos reais, confirmar
actos, proferir sentenças, outorgar préstamos e convocar os senhores do Condado
para auxiliar ou aconselhar os condes na sua cúria, mas sobretudo vir, com as suas
hostes, prestar o serviço militar.

A Galiza e Portucale eram estados soberanos, incidentalmente ligados à Coroa: os


condes exerciam poderes que na origem eram delegados pelo rei de Leão, mas com
o tempo vão reivindicá-los como próprios, uma vez que eram hereditários,
passando por morte a seus filhos e netos, sem qualquer necessidade de
confirmação ou renovação por parte do suserano(5). Quando estes territórios
pertenciam a membros da família real podiam ser governados por um rei - rex.
Foi com este sentimento que D. Teresa, a partir de 1117, assumiu o título de rainha
– regina – reivindicando assim os direitos que lhe cabiam por ser filha de Afonso VI,
entre os quais, o de governar como soberana uma parte dos territórios herdados(6).
E por isso D. Afonso Henriques se chamou infante, isto é, filho de Rei ou Rainha,
com direito a ser Rei e também, no domingo de Pentecostes de 1125, se armou a si
próprio cavaleiro na catedral de Zamora, o que era privilégio real «sicut mos est
regibus facere» (como costumam fazer os reis).
Defendem alguns autores(7) que D. Teresa era ainda menor quando casou com o
conde D. Henrique e que foi criada por D. Gontrode Moniz, mulher de Soeiro
Mendes, chefe da linhagem da Maia, e irmã de D. Ximena Moniz, mãe de D. Teresa.
Apesar de este casamento satisfazer outros interesses, D. Henrique rapidamente
sucumbiu ao encanto da jovem infanta a quem amou profundamente, apelidando
D. Teresa, em documentos oficiais, de «formosíssima» e «dulcíssima». O foral de
Tentugal começa por «Ego comes Henricus una cum uxore mea formosissima
Tarasia» e termina com «Ego comes Henricus et ego supradicta dulcissima Tarasia»
(8)
. Mas o conde tinha também em grande apreço a opinião da sua esposa a quem
reconhecia, para além dos dotes físicos, grande inteligência, ambição e tenacidade
(9)
.

D. Henrique e D. Teresa. Pintura anónima do séc. XVII. Arquivo Distrital de Braga


Foto: Luís Machado e Arquivo Distrital de Braga

O Conde D. Henrique de Borgonha morre prematuramente em Astorga,


provavelmente a 14-IV-1112, outros autores dizem em 1-XI-1112(10) e a Rainha D.
Teresa passa a governar o condado durante a menoridade de seu filho D. Afonso
Henriques, continuando uma clara política de autonomia iniciada por seu marido
para se libertar dos deveres de vassalagem a Leão e prosseguindo, para sul, as
conquistas aos mouros.
Já viúva, manteve uma ligação sentimental com Fernão Peres de Trava(11) o qual, a
partir de 1121, passa a desempenhar importantes funções em Portugal fixando-se,
por necessidades militares de impedir as incursões almorávidas, junto da zona de
fronteira do Mondego, e tomando conta dos castelos mais avançados de Seia,
Soure e Santa Eulália de Montemor-o-Velho. Era filho segundo de Pedro Froilaz,
Conde de Trava e de Trastámara, aio do Imperador Afonso VII e praticamente senhor
de toda a Galiza e de D. Urraca Froilaz(12).

Conde Fernão Peres de Trava, imaginado por Alfredo Roque Gameiro

D. Teresa possivelmente terá casado com Fernão Peres de Trava em 1124(13) de


quem teve, pelo menos uma filha, sendo este matrimónio aceite, hoje em dia, por
alguns medievalistas portugueses e galegos(14), não obstante alguma controvérsia:
um documento do mosteiro galego de Montederramo fala num verdadeiro elo
conjugal (coniux, viro meo) mas a História Compostelana, quase contemporânea
dos acontecimentos, classifica aquela união como «adultério» e a Vida de S.
Teotónio, redigida em Santa Cruz de Coimbra, depois de meados do séc. XII, diz que
ela é «ilegítima». Segundo o prof. José Mattoso, «Trata-se, por certo de um caso
típico de concepções diferentes acerca das condições em que se podia realizar um
casamento reconhecido pela igreja. Com efeito, certos usos matrimoniais
praticados pelos leigos foram postos em causa pelo clero nos séc. XI e XII. As
divergências deram lugar a numerosas questões, antes de a concepção clerical
acabar por prevalecer. Assim para os leigos de uma época em que não se tinha
ainda generalizado o casamento solene com uma benção litúrgica a união de D.
Teresa e Fernão Peres não era uma questão religiosa, mas civil e podia, portanto,
considerar-se um verdadeiro casamento, mesmo que fosse ainda viva a sua
primeira mulher, como diz a vida do S. Teotónio. De facto, as separações conjugais
eram frequentes na época, sobretudo se as famílias dos conjugues chegavam a
acordo sobre essa decisão, mas as autoridades eclesiásticas não podiam benzer
esta união, quer em virtude do casamento anterior, excepto se decretavam
anteriormente a legitimidade da separação, quer sobretudo em virtude do seu
carácter gravemente incestuoso»(15).
O certo é que os documentos autênticos da época apresentam D. Teresa e Fernão
Peres de Trava frequentemente juntos, a realizarem os mesmos actos jurídicos,
sem mencionarem qualquer vínculo conjugal entre ambos, mantendo ela o título
de Rainha e ele o de fidelis da Rainha, o que implicava desde logo uma especial
relação de vassalagem, noutros «conde» com autoridade sobre Coimbra e Portugal,
ou seja em todo o território governado anteriormente pelo Conde D. Henrique. É
nesta qualidade, de «comes portucalensis» que confirma o foral de Ponte de Lima,
sendo que aquele título só lhe poderia ter sido atribuído por concessão expressa da
rainha D. Urraca - o que desconhecemos - ou pelo casamento com D. Teresa, uma
vez que outro título não se lhe conhece em Portugal ou na Galiza.
A velha nobreza de entre Douro e Minho passou a hostilizar D. Teresa por pensar,
atenta a mentalidade feudal da maioria dos barões, que ela usurpava os direitos do
jovem Príncipe e temer que pela sua união com Fernão Peres, um «estrangeiro»,
essa usurpação fosse definitiva e não por a rainha defender mal os interesses de
Portugal. Por isso estavam prontos a intervir para salvaguardar os direitos do seu
senhor, o infante D. Afonso Henriques, apesar de, para uma minoria, D. Teresa ter
toda a legitimidade, uma vez que havia sido por seu intermédio que o Conde D.
Henrique recebera, das mãos do Rei de Leão, o Condado Portucalense.
Entre 1120 e 1127 mãe e filho foram colaborando e os documentos de D. Teresa são
geralmente confirmados por D. Afonso Henriques, que assina antes de Fernão
Peres - como sucede no foral de Ponte de Lima. A partir deste período acentuam-se
as divergências entre mãe e filho(16) que os levou a dividir o Condado Portucalense
pelo Douro: ao norte com a capital em Guimarães, imperava D. Afonso Henriques;
ao sul a Rainha D. Teresa e Fernão Peres estabeleceram a sua Corte em Coimbra.
Ressurgiam assim os antigos condados de Portugal e de Coimbra, que estavam
unidos há mais de um século, e como D. Afonso Henriques aparecia à frente do de
Portugal, Afonso VII de Leão exigiu do novo Conde(17) acto de vassalagem, devido
pelo direito feudal, o que o nosso infante se demorou a fazer pelo que aquele veio,
à frente das suas hostes e passando por Ponte de Lima, exigi-lo a Guimarães.
Divisão do Condado Portucalense pelo Rio Douro entre
D. Afonso Henriques e sua mãe a Rainha D. Teresa

Regularizada esta situação, D. Afonso Henriques quis recuperar o “condado de


Coimbra”, satisfazendo assim os anseios dos barões que, por lhe serem dedicados
e o reconhecerem como legítimo herdeiro, iam sendo afastados por D. Teresa e não
porque o monarca estivesse contra os fidalgos galegos pois ele não só nunca
manifestou qualquer aversão àqueles - apenas a seu padrasto Fernão Peres – como
cobriu de mercês os que o serviram fielmente.
E D. Teresa, apesar de ter algumas terras galegas em seu benefício, como as
tenências de Astorga, Zamora, Orense, Límia, etc., nunca revelou o desejo de
unificação Galiza-Portugal, o que, aliás, equivaleria à sua submissão ao seu
sobrinho Afonso Raimundes, rei da Galiza, bem sabendo ela que com divisão do
condado acordada com seu filho – ficando a pertencer-lhe as terras a sul – perdia o
contacto com a Galiza e a possibilidade de um eventual auxílio das tropas galegas.
Salvo uma oposição de projectos políticos quanto às vias para a independência e
por força do complexo xadrez político medieval que exigia alianças efémeras entre
uns e outros – a rainha D. Urraca, o arcebispo de Santiago de Compostela Diego
Gelmirez, o Conde Pedro Froilaz, o arcebispo de Braga Paio Mendes da Maia – D.
Teresa e seu filho nunca se encontraram em conflito pessoal.
Com a batalha de S. Mamede, travada a 24 de Junho de 1128 entre as tropas de D.
Afonso Henriques e os partidários de D. Teresa, assiste-se ao golpe final no partido
da Rainha, e não numa pretensa hegemonia galega, como pensam alguns
historiógrafos imbuídos de um exacerbado espírito nacionalista.
D. Teresa retira-se para a sua tenência de Límia onde morre a 1-XI-1130, estando
sepultada ao lado do seu primeiro marido, o Conde D. Henrique, na Sé de Braga.

Túmulo de D. Teresa de Leão na Sé de Braga

Após a sua morte, Fernão Peres de Trava fixa-se na corte de Afonso VII e em 1131,
já reconciliado com D. Afonso Henriques, regressa a Portugal e vai a Coimbra
oferecer à Sé uma propriedade que possuía em S. Pedro do Sul, para assim sufragar
a alma da sua consorte(18). D. Teresa foi «...mãe de reis e avó de impérios... »(19)...e...
«de Ponte a bem dizer mãe e madrinha...» (20)
O nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao despontar da
nacionalidade(21).
Entre 1096 e 1187(22) surge o período áureo do municipalismo português que
principia com a outorga do foral de Guimarães e finda com a concessão do foral de
Bragança; pelo meio está o foral de Ponte de Lima.
Eram as necessidades públicas de povoamento, defesa, cultura da terra mas
também de administração do território, aproveitando as tendências associativas e
o espírito de autonomia local, que determinavam a outorga dos forais levando a
incluir neles certas isenções de deveres penosos a que o comum da plebe estava
sujeito, ou certas facilidades, favores ou liberdades que o vulgo não possuía – essas
isenções e prerrogativas, ligadas à fixidez das obrigações, constituíam o privilégio
da povoação detentora do foral(23). A povoação individualizava-se, ganhava
personalidade e, para garantia e defesa dos direitos comuns, carecia de órgãos
próprios: a assembleia dos vizinhos e os magistrados. De modo que o foral
arrastava consigo, mesmo que o não estabelecesse expressamente, a formação do
concelho.
O foral é uma das principais fontes de direito interno: é um documento escrito
(carta) outorgado unilateralmente pelo rei ou por entidade senhorial – nobre,
eclesiástico, etc. – que pudesse dispor de certa área de terra em benefício de um
grupo de pessoas; é considerado um pacto inviolável por qualquer das partes,
embora desse documento não constasse a aceitação dos destinatários; o seu
objecto principal é conceder a uma colectividade de indivíduos presentes e futuros
o domínio da área que eles irão povoar, cultivar e defender como homens livres,
sendo essa concessão da terra – normalmente em plena propriedade – efectuada
com encargos e a título perpétuo e hereditário.

Iluminura da concessão do Foral Teresiano

Nesta carta fixava-se o regime das relações dos membros da comunidade entre si
mas especialmente os encargos ou obrigações que a colectividade (e os seus
membros) tinha para com o concedente, evitando o arbítrio ou o abuso nas
exigências e garantiam-se igualmente direitos, em geral sob a forma de privilégios,
que tornavam atraente a fixação na povoação considerada. Tal regulamentação de
direitos e obrigações individualizava essa colectividade e dela resultava uma
comunhão de interesses, a necessidade de os membros da colectividade se
concertarem acerca do cumprimento das obrigações colectivas e da fruição e
defesa dos direitos e privilégios assim como levava à reunião da assembleia dos
interessados (concilium) e à criação através dela de magistrados encarregados de
reger a comunidade(24).
Todavia o foral não contém todo o Direito municipal pois parte dele era
consuetudinário (25).
E o foral da vila de Ponte?
Em 1121 D. Urraca concentra os seus exércitos em Tui e invade Portugal, tendo
necessariamente de passar pela ponte do Lima, que, na época, abria o território de
Portucale, seguindo a estrada para Braga e Guimarães.

Foral de Ponte de Lima

Estes acontecimentos vieram mostrar a D. Teresa quão necessário era a fortificação


do vale do Lima e importante manter o seu domínio tanto mais que em todo o curso
deste rio não existia então outra ponte. Por outro lado a criação de um município
nesta área permitiria, não apenas desequilibrar a influência religiosa compostelana
em território português - já que a freguesia da Correlhã (Villa Cornelliana) havia sido
doada à Igreja de Santiago em 915 e era, nesse tempo, o posto mais avançado da
política hegemónica do arcebispo de Santiago de Compostela – retirando-lhe parte
dos moradores, atraídos para a Vila de Ponte pelos privilégios concedidos mas
também levantar uma nova fortificação no Norte do Minho, inquietando e
devastando Leão e lutando contra o seu rei (26). A 4 de Março de 1125 é outorgado
foral originário a Ponte de Lima. E originário por ter sido o primeiro foral concedido
já que Ponte de Lima recebeu, no ano de 1217, do rei D. Afonso II um foral que veio
confirmar (e daí a designação de foral confirmativo) aquele – o outorgado por D.
Teresa: «Ego Alfonsus II Dei gratia Portugalensis rex una cum uxore mea Regina
domna Vrraca et fílíís nostris ínfantíbus domno Sancio et domno Alfonso et domna
Alionor concedo et confirmo fírmíter uniuersis populatoribus de Ponte istud forum
et istam cartam quam eis dedit auia mea regina domna Tharasia…» (Eu Afonso II,
por graça de Deus Rei de Portugal, juntamente com minha mulher, a Rainha D.
Urraca e nossos filhos Infantes D. Sancho e D. Afonso e D. Leonor, concedo e
confirmo firmemente a todos os povoadores de Ponte este foro e esta carta que lhe
deu a minha avó a Rainha D. Teresa...)(27). Mas D. Teresa não terá criado, ex novo, a
vila de Ponte de Lima. Já existiria, junto à ponte romana, uma povoação e a rainha
transferiu, para a outra margem do rio, a sede do concelho calculando que se fosse
aproveitada a linha de defesa natural que o Lima representava e levantada uma
muralha em redor da vila, defronte da ponte, suster-se-iam, com mais eficácia,
eventuais invasões de Leão e Castela.
Porque a principal razão do foral era a mudança da vila para nova povoação a
fazer(28), as disposições daquele diploma restringem-se, praticamente, ao
estabelecimento de imunidades perante a justiça; à concessão de alguns
privilégios, tendentes a promover a afluência ao local de moradores, que aqui, em
virtude do couto(29), ficam protegidos contra violências, quer dos oficiais da coroa
ou do fisco, quer da nobreza e bem assim de benefícios e isenções fiscais sobre os
seus prédios rústicos e urbanos(30), além de uma série de sanções penais para
quem violasse os privilégios concedidos(31). E porque o município era pré-existente
ao foral, nesta carta cita-se a feira como instituição em exercício (não fundada
agora) e nada se diz quanto aos encargos e privilégios privativos de cada classe
popular; aos impostos municipais e da coroa, sendo certo que existindo uma ponte
(a única sobre o Lima) e por ali passando uma via principal deveria ser cobrada
portagem e passagem; às obrigações inerentes ao exercício de certas profissões
(por exemplo os mesteres); aos logradouros ou terrenos municipais (maninhos,
condados, caça, pesca, cortes...) e ainda ao regime e organização de certos
aspectos da vida e da administração local, o que prova que tais regras eram
conhecidas e estavam em vigor(32).
Condado Portucalense com os principais centros associados

Não obstante o texto do foral ser omisso quanto à organização da vila de Ponte de
Lima(33) – que dependia, naturalmente, da sua situação geográfica, da sua
característica mais rural e também da missão que lhe era destinada (defesa militar
mas também comércio) – aqui existiria, possivelmente, a assembleia dos vizinhos
(concilium) ou concelho (34) propriamente dito, em que podiam tomar parte todos
os homens livres(35) que tivessem casa e morada habitual na povoação ou território
municipal(36) e que exercia importantes funções quanto à regulamentação da vida
colectiva - designadamente quanto aos problemas mais importantes de interesse
comum, à eleição de magistrados, ao testemunho de actos jurídicos, ao
julgamento de questões locais, etc.,-(37) mediante posturas(38) ou degredos e ainda
por funcionários, simples serviçais e soldados directamente dependentes do poder
central bem como magistrados, de eleição popular, denominados Juízes ou alvazis.
Seriam ainda concedidos aos habitantes do burgo – os burgueses – a igualdade de
direitos e deveres e a inviolabilidade do domicílio perante o meirinho, sendo-lhes
exigido, como sinal de submissão ao vínculo dominial, a entrega de um censo
anual, a prestação de serviços e o pagamento de outros direitos e de multas
judiciais ou coimas(39).
Tinha, pois, Ponte de Lima o estatuto de couto que se traduzia na autonomia
municipal, e, por conseguinte, na existência de órgãos de justiça e de
administração civil próprios e ainda num estatuto especial em relação às tarefas
militares. Mas o coutar como forma de combater a vindicta privada e estabelecer
uma paz especial para certo lugar significava também, por via de regra, a proibição
da perseguição e morte dos inimigos nos locais privilegiados e a punição mais
rigorosa dos crimes que aí se cometessem(40) e implicava, do mesmo modo, o direito
de asilo(41): os criminosos de outra terra que se refugiassem na vila de Ponte ficavam
protegidos pelo Direito local e aí não podiam ser perseguidos pelos seus
inimigos(42), sob pena de os perseguidores serem severamente punidos(43). O foral
da vila de Ponte delimitava ainda a zona até onde se estendia o couto(44) que era
mais vasta que a vila fortificada: «o município de Ponte de Lima... abrangia … o
território correspondente à actual freguesia de Santa Maria dos Anjos e . . . o da
freguesia de Arca », começando « na foz do Trovela» passando « entre a vila agrária
de Sendim (topónimo que hoje não se consegue identificar) e a Domez (Domez
situa-se na actual freguesia da Feitosa, a norte da Igreja paroquial, e abrangeria
também os actuais lugares da Igreja e de Santa Luzia da mesma paróquia; como
topónimo o seu uso está quase extinto, pois apenas designa um rego de água,
embora chegasse, noutros tempos, a ser o nome de toda a freguesia) isto é Feitosa.
Daí a demarcação levava até ao castro de Achaia, nome que subsistirá mudado no
de Gaia, que ainda hoje é um lugar da freguesia de Arca, no sopé do Monte das
Santas ou da Madalena. Do castro de Achaia descia à Portela de Arca: também há
no sopé da Madalena um lugar com este nome (Portela)...Prosseguia até
Mirancelhe, topónimo várias vezes referido em documentos antigos, como assento,
ainda não localizado, de um celeiro onde se recolhiam as contribuições em géneros
pagas à coroa. E terminava no rio Lima». Na «Toponímia de Ponte de Lima» de
António José Baptista, I-Levantamento Toponímico, Ed. do Arquivo de Ponte de
Lima, Ponte de Lima 2001, diz-se que a única referência encontrada a Sendim é na
freguesia da Seara, perto da Igreja (pág. 279) – o que nos parece demasiado distante
para poder integrar o concelho de Ponte de Lima no tempo de D. Teresa – e que
Mirancelhe na freguesia da Ribeira, talvez se trate do ribeiro de Alfanados, lugar de
Crasto (pág. 255). No foral de D. Teresa a zona de Ponte de Lima abrangida pelo
couto seria, em grande parte, delimitada por fronteiras naturais – a Norte o ribeiro
de Alfanados (Mirancelhe); a Sul a foz do Trovela; a Sudeste o curso de água na
Feitosa (Domez) e o sopé do Monte das Santas (o castro de Achaia) – além de outros
marcos – a Portela (que dá acesso ou passagem a) Arca e a Pedra Rodada (?)(45) .
Foi, portanto, de necessidades estratégicas, predominantemente de cariz militar,
que resultou a fundação da actual vila(46), surgida por graça da Rainha D. Teresa ao
pretender transformar o local numa praça fortificada(47) e estabelecer assim uma
povoação forte entre o noroeste do Condado Portucalense e a Galiza ocidental.
Mas Ponte de Lima era, de igual modo, um centro económico de certo relevo mercê
da ligação que estabelecia entre Santiago de Compostela, principal polo de
circulação monetária e mercantil da Hispânia Setentrional,(48) Braga e Porto,
facilitando não só a intensa actividade mercantil como a peregrinação jacobeia(49),
então um êxito(50). Por isso o foral de Ponte de Lima tem ainda outra importante
dimensão: ele atesta que a vila, para além de ser uma povoação de características
militares e agrícolas(51), tem igualmente um cariz comercial, sendo a sua feira a mais
antiga, documentada, em todo o território português(52).

Iluminura da Feira de Ponte de Lima

As feiras(53) são encontros periódicos, realizados no mesmo local, um dia por


semana, quinzenalmente ou uma vez por ano, podendo, neste caso, durar 1
semana ou mais. Elas permitiam suprir, principalmente, as necessidades das
explorações económicas dos meios rurais, cujas principais culturas eram, de
inverno, trigo, centeio, aveia e cevada e de verão o milho alvo e onde se colhia, além
do vinho, os legumes como feijão, favas, ervilhas, lentilhas, tremoços, os frutos
como maçãs, peras, ameixas, figos, pêssegos, nozes e avelãs e se cultivava o
castanheiro que povoava os soutos e fornecia o fruto que alimentava o lavrador
servindo-lhe de pão, 4 a 5 meses por ano; a oliveira; o linho com o qual se fabricava
o vestuário(54), sem esquecer a criação de gado, principal fonte de riqueza do País.
Além do contacto entre compradores e vendedores – desde o pequeno produtor
que vem vender os seus produtos ao mercador profissional, itinerante, que percorre
povoados e frequenta as feiras, com a sua besta carregada de mercadorias – era
nas feiras que se obtinham notícias do que se passava pelo «mundo», do resultado
das colheitas das regiões circunvizinhas, se trocavam ideias, contavam histórias,
lendas...
A realização de feiras – que tinham uma importante função de intercâmbio
económico e cultural – e o desenvolvimento do comércio exigia segurança e
impunha uma organização especial das feiras traduzida numa série de regras e
estatutos relativos ao seu funcionamento: para além da protecção assegurada pelo
senhor territorial a todos os que frequentavam as feiras, as transações era
fiscalizadas e estabelecia-se uma paz especial.
A paz da feira proibia, durante a sua realização, qualquer disputa, vingança ou acto
de hostilidade assim como protegia quem concorresse a essas reuniões mercantis
(incluindo estrangeiros) não só no local onde elas se efectuavam(55), mas também
na viagem de ida e de volta, fixando-se penas severas como castigo em caso de
transgressão, tal como vem documentado no foral de Ponte de Lima onde se
prescreve o pagamento de 60 soldos (56) pelo infractor(57).
O foral da vila de Ponte, tal como todos os actos solenes(58), deveria ser de grande
formato e com aspecto cuidado na caligrafia e na redacção. Foi redigido por um
notário «Pedro»(59) e confirmado pelos membros da família real – o filho e o marido
da rainha D. Teresa, respectivamente D. Afonso Henriques e D. Fernão de Trava(60) –
e da cúria régia – Conde Gomes Nunes, Paio Vasques, mordomo, Sisnando
Ramires, governador da Riba Lima por mandado da Rainha, muitos outros homens
bons e Paio, Arcebispo de Braga(61) – o que demonstra que, pelo menos em princípio,
o monarca estava limitado nas suas resoluções que atingissem os direitos ou o
património da coroa pelo consentimento dos seus familiares e dos bispos e barões
do Reino(62).
Acrescente-se que o compromisso tomado por D. Teresa foi igualmente
corroborado por D. Afonso Henriques, seu sucessor – o que normalmente
acontecia para que o novo monarca não pudesse alegar ignorância e se
comprometesse por si próprio a respeitar os foros ou direitos contidos no diploma
(63) -, assinando ambos, por sua própria mão, a carta de foral(64), o que ocorria
mediante a aposição, no final, do seu signum, geralmente uma cruz(65).
O foral de Ponte de Lima, como os restantes diplomas régios da época(66) seria
provavelmente lavrado em letra carolina (67) ou visigótica e estaria autenticado pelos
sinais régios, desenhados na subscrição e pelos selos pendentes, de cera ou de
chumbo pendurado por tiras de couro, por pergaminho ou por fios de seda(68).
D. Afonso Henriques

É ainda no foral da vila de Ponte de Lima que, pela primeira vez, D. Afonso Henriques
aparece com o título de rei(69) - e não após 1140 com a batalha de Ourique – com a
particularidade de o mesmo ser dado por sua mãe – a rainha D. Teresa (70).
«...Porque foi belíssima D. Teresa nasceu belíssima, para sempre, a Vila de
Ponte.»(71)
Monumento à rainha D. Teresa, em Ponte de Lima

APÊNDICE GENEALÓGICO
I ROBERTO(72)
«o velho» n.c. 1011 † 1076, Duque da Borgonha em 1032, filho de Roberto II, «o
Piedoso», Rei de França e da Rainha D. Constança.
= 1.ª c. 1033 com Hélia de Semur 1016 † c. 1055, que foi repudiada em 1046.
= 2.ª em 1048 Irmengarda de Anjou, n. 1018 † 1079, filha de Folco III, Conde de
Anjou.
Tiveram:
1 (II) Henrique «o donzel de Borgonha», q.s.
2 (II) D. Constança n. 1046 † 1092/3.
= 1.ª Hugo II Conde de Châlon † c. 1079(73).
= 2 ª em 1081 com D. Afonso VI, Rei de Leão e Castela, † 1109, c.g. no § 1 N II.

II HENRIQUE
«o donzel de Borgonha» n. 1036 † c. 1070.
= c. 1056 com Sibila (?) de Barcelona, n.c.1035 † c. 1074 filha de Berengário
Raimundo I, Conde de Barcelona.
Tiveram:
1 (III) Hugo I, «o cego» n. 1057 † 28-8-1093, Duque da Borgonha entre 1076-9, já viúvo
foi abade de Cluny, foi venerado como Santo pela cristandade Ocidental, s.g.
2 (III) Eudo I Borel n. 1058 † 23-3-1103, Duque da Borgonha.
= em 1080 com Sibila de Borgonha, n. c. 1065 † c. 1103, filha de Guilherme I, Conde
da Borgonha.
3 (III) Roberto n.c.1059 † 8-9-1111, Bispo de Langres.
4 (III) Beatriz n.c. 1063 † 1110.
= c. 1082 com Guido, I Senhor de Vigary.
5 (III) Reinaldo n. 1065 † 1-10-1092, abade de Flavigny.
6 (III) D. Henrique, q.s.

III D. HENRIQUE
Passou à Espanha no ano de 1089, n. em Dijon em 1069/70 † Astorga 14-IV-1112 (74)
Conde Portugal (1096).
= em 1094/5 com D. Teresa de Leão e Castela, n. 1070 † Límia 1-XI-1130, filha de D.
Afonso VI, Rei de Leão e Castela, § 1 N II e de D. Ximena Moniz § 2 N II.
Tiveram:
1 (IV) D. Sancha Henriques, casou com o Conde D. Fernão Mendes, Senhor de
Bragança «o Bravo», c.g.
2 (IV) D. Teresa Henriques casou em 1122 com o D. Bermudo Peres de Trava, Conde
de Trava, filho de Pedro Froilaz, cfr. § 2 N III, c.g.
3 (IV) D. Urraca Henriques casou com Sancho Nunes «de Celanova»(75).
4 (IV) D. Afonso Henriques n. Guimarães ou Viseu em 1109 † Coimbra em 1185. 1.º
Rei de Portugal (1139).
= em 1146 com D. Mafalda de Saboia, † em 1187, filha de Amadeu II, Conde de
Saboia e Piemont, c.g.
§1
I D. FERNANDO I Magno
n. c. 1016 † 1065, Rei de Castela (1035), Rei de Leão e Conde de Portugal (1037),
Imperador. Filho de D. Sancho III Garcês, o Maior, Rei de Navarra, Conde de Aragão
e Castela, Imperador e de D. Munia Maior, Condessa de Castela.
= em 1032 com D. Sancha n. 1013 † 1067, herdeira de Leão, Galiza e Portugal, filha
do D. Afonso V, Rei de Leão e Galiza e de D. Elvira Mendes, Condessa Soberana de
Portugal (76) .
Tiveram:
1 (II) D. Sancho II o Forte, n. 1036, †1072; Rei de Castela em 1067, Rei da Galiza e
Conde de Portugal em 1071; Rei de Leão em 1072.
2 (II) D. Afonso VI, q.s.
3 (II) D. Garcia n. 1042 † 1090, Rei da Galiza e Conde de Portugal (1067-71).

II D. AFONSO VI(77)
n. 1040 † 29-6-1109, Rei de Leão entre 1065-72, Rei de Castela e da Galiza, Conde
de Portugal em 1072, Imperador. Casou cinco vezes:
= 1.ª vez em 1069 com Inês de Poitou, † 7-6-1078, filha de Guilherme VIII, duque de
Aquitânia e de D. Matilde de la Marche. S.g.
= 2.ª a 8-5-1080/1 D. Constança de Borgonha (n. 1046 † 1093) filha do Duque
Roberto de Borgonha (n.º 1 supra).
Tiveram:
1 (III) D. Urraca, n. 1081/2 † 8-3-1126, Rainha de Castela e Leão.
= 1.ª em 1087 com D. Raimundo, Conde de Amoux, e a partir de 1093 Conde da
Galiza. † 24-5-1107, filho de Guilherme I, Conde da Borgonha jurana(78).
Tiveram:
1 (IV) D. Afonso Raimundes, Rei da Galiza e mais tarde intitulado Imperador das
Espanhas - D. Afonso VII c.g.
= 2.ª em 1109 D. Afonso I o Batalhador, Rei de Aragão, †1134, s.g.
= 3.ª em finais de 1093 com D. Berta de Borgonha, † 1097/8, irmã de seu genro D.
Raimundo.
= 4.ª em 1098 com Zaida, princesa muçulmana, bapt.ª com o nome de Isabel, † 12-
9-1107, filha de Ibn Abbad (Barnabé), Rei de Sevilha.
Tiveram:
2 (III) D. (?)
3 (III) D. Sancho † a 30-5-1108, na batalha de Uclés, com dez anos de idade.
= 5.ª em 1108 com D. Beatriz † 1110.
§2
I MONIO MONIZ
n. c. 1030, † 1097, Conde Bierzo e Astorga, filho de Munio Rodrigues, Conde de
Bierzo, Senhor de Aldara, Deza e Gusmão e da Condessa D. Ximena Ordonhes.
= Condessa Muniadona, † 1063/72.
Tiveram:
1 (II) D. Gontrode Moniz, casou com Soeiro Mendes, «o Bom», senhor da Maia (1081,
† 1103-1108)(79). Governador de várias terras, senhor dos padroados de St.º Tirso,
Pigueiros e Soalhães (Famalicão). Filho de Mendo Gonçalves(80) e de D. Ledegúndia
Soares «Taínha», c.g.(81).
2 (II) D. Ximena Moniz, n. c. 1060 † 1128, tenente de Ulver. Foi concubina (1078-9)
do Rei D. Afonso VI de Leão, q. s.(82).

II D. XIMENA MONIZ
n. c. 1060 † 1128. Tenente de Ulver (1093-1109), Astorga (1095) e Bierzo (1099).
Concubina do Rei D. Afonso VI de Leão entre 1078-9(83).
Tiveram:
1 (III) D. Elvira Afonso, n.c. 1079 e † c. 1151.
= em 1094 com Raimundo IV de Saint Gilles, Conde de Toulouse n. † 28-2-1105(84),
um dos chefes da primeira Cruzada, que tomou Tripoli. c.g.
Tiveram:
1 (IV) – Afonso Jordão, n. 1102 na Palestina, onde foi baptizado no Rio Jordão,
envenenado em Cesareia a 16-4-1148.
2 (III) D. Teresa Afonso, q.s.

III D. TERESA DE LEÃO E CASTELA


n. c. 1080 e † em Límia a 1-XI-1130, Condessa de Portugal, Rainha.
= 1.ª em 1092 com D. Henrique de Borgonha, Conde de Portugal, cfr. supra n. III.
= ? em 1124 com Fernão Peres de Trava(85), anteriormente casado com D. Sancha
Gonzalez de Lara, Conde e Duque de Portugal, filho de Pedro Froilaz, Conde
Trastamara, Aio do Imperador Afonso VII, e praticamente senhor da Galiza inteira e
de D. Urraca Froilaz, condessa proprietária de Aranga e Trava, etc.(86).
Tiveram:(87)
1 (IV) Infanta D. Sancha Fernandes, casou com D. Álvaro Rodrigues de Sárria, Rico-
Homem e Tenente de Sárria, c.g.(88).
2 (IV) Condessa D. Teresa Fernandes de Trava, casou 1.º com o Conde D. Nuno de
Lara, c.g. 2.ª com D. Lopo Ruiz de Ulhoa, I Senhor de Villamayor de Ulhoa, rico-
homem do Imperador D. Afonso VII, assim como de D. Fernando II, c.g.(89).
3 (IV) Condessa D. Sancha, casou com D. Sancho, c.g. e 2.ª vez com o Rei D.
Fernando de Leão, c.g.(90).
4 (IV) Condessa D. Urraca Fernandes, casou com D. João Árias, Alferes Real de
Fernando II, c.g.(91).

Abreviaturas mais frequentes


† - faleceu
= casou
c. – cerca
c.g. - com geração
n. - nasceu
n.c. - nasceu cerca
q.s. - que segue
s.g. - sem geração
______________________
Notas
* “O Povo do Lima” ANO I - 2ª Série, N.º 9 de 23-4-2009; N.º 10 de 10-5-2009; N.º 11 de 25-5-2009;
N.º 12 de 15-6-2009; N.º 13 de 29-6-2009 e N.º 14 de 31-7-2009.

(1) Tenência – governo de uma das circunscrições maiores em que se dividia o reino para fins
de administração civil e militar. Era de nomeação régia e amovível, consoante as tradições
leonesas.

(2) Ao outro genro, o conde D. Raimundo de Borgonha (a), deu Afonso VI a Galiza e a mão de sua
filha Urraca.

(a) D. Raimundo e D. Henrique não eram primos como diz a historiografia tradicional, mas
apenas membros de duas famílias diferentes unidas pelo casamento) José Mattoso in História
de Portugal, 2.º Vol., pág. 24, Ed. Círculo de Leitores, 1993.

(3) Na chancelaria condal, os documentos são sempre expedidos em nome dos dois: «Ego
comite domno Henrico uno pariter cum uxore mea infante dona Tharasia...» (Eu Conde D.
Henrique por mim e igualmente com a Infanta D. Teresa...) Marcello Caetano, História do
Direito Português, Ed. Verbo, Vol. I, pág. 138/139.

(4) Num diploma de 27-VI-1100 D. Henrique é dito tenente de Portugal - território fronteira do
reino até aqui administrado por seu cunhado D. Raimundo de Borgonha - pro sua hereditas (in
Luiz de Mello Vaz de São Payo, A Ascendência de D. Afonso Henriques, in Raízes & Memórias,
Ed. Da Associação Portuguesa de Genealogia, Vol. VIII, pág. 34, 1992).

(5) Suserano – designação do soberano de um Estado a quem os chefes de outros Estados, que
gozam de aparente autonomia, prestam vassalagem e pagam tributo.

(6) José Mattoso, in op. cit. 2.º Vol., pág. 49.

(7) José Mattoso, op. cit., pág. 36.

(8) Frederico Francisco de La Figanière, in Memórias das Rainhas de Portugal, Lisboa, 1859, pág.
35.

(9) Joel Serrão, Dicionário de História de Portugal, Vol. VI, pág. 157, Livraria Figueirinhas, 1992,
Porto.

(10) Luis de Mello Vaz de São Payo, op. cit. Vol. VIII, pág. 35.

(11) Os livros de linhagens atribuem a D. Teresa um segundo casamento com Bermudo Peres de
Trava e teria sido esta união ou tentativa que impediu, depois, um verdadeiro matrimónio com
Fernão Peres de Trava – irmão daquele – já que, segundo o direito canónico, uma união anterior
seria um impedimento a um casamento posterior com um consanguíneo próximo. José
Mattoso op. cit. pág. 48.

(12) Crespo, José Santiago. Blasones Y Linages de Galicia, Tomo I, pág. 355-356, Ed. Boreal,
1997, A Coruña.

(13) vide nota anterior e Luiz de Mello Vaz de São Payo, op. cit., Vol. VI, 1990, pág. 55 e 57 José
Mattoso, op. cit. pág. 52.

(14) Crespo, José Santiago. op. cit. T. IV, pág. 441; Luiz de Mello Vaz de São Payo, op. cit, Vol. VI,
pág. 55, 57.

(15) José Mattoso, op. cit. pág. 52, 53.


16) José Mattoso, op. cit. pág. 54.

(17) Em virtude do título de D. Teresa (de condessa) ser anterior ao do seu filho.

(18) José Mattoso, op. cit., pág. 59.

(19) Fernando Pessoa, in A Mensagem.

(20) João Marcos, in O Anunciador das Feiras Novas, Ed. A. E. de Ponte de Lima, 1999, pág. 55.

(21) António P. de Matos dos Reis. Fundação de Ponte de Lima, O Foral de D. Teresa-1125, Ed. do
Autor, Ponte Lima 1976, pág. 19.

(22) O primeiro foral outorgado em terras actualmente portuguesas é o de S. João da Pesqueira,


por Fernando I, O Magno in Matos Reis, Origem dos Municípios Portugueses, Livros Horizonte,
1991, pág. 33.

(23) Marcello Caetano, op. cit, pág. 238.

(24) Marcello Caetano, op. cit, pág. 221.

(25) direito constituído por um conjunto de regras de uso ou costume, juridicamente relevantes.
Sobre o direito municipal veja-se Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo, T. I, 10ª
ed.; Liv. Almedina, Coimbra, 1990, pág. 318.

(26) Pinho Leal, Portugal Antigo e Moderno, Vol. II, Liv. Editora Tavares Cardoso & Irmão, Lisboa
1874, pág. 386/387. História Compostelana, L. 2, c. 85, citado por Alexandre Herculano in
História de Portugal, T. II, s.d., pág. 118. No mesmo sentido veja-se António Matos Reis, Ponte
de Lima no tempo e no espaço, ed. CMPL, 2000, págs. 30, 56/57.

(27) António Matos Reis, in Ponte de Lima no tempo e no espaço, pág. 60 a 61.

(28) Almeida Fernandes, Ponte de Lima na Alta Idade Média, págs. 98, 99 e 126.

(29) Vide no foral «Ego regina facio cautum ad ipsos homines qui ibi habitare uoluerint» (Eu,
rainha faço couto aos homens que aí quiserem habitar).

(30) ib idem «Et qui ibi habitauerint in ipsa uilla per singulos annos reddant singulos solidos de
suas casas et suas cortinas sine ratione habeant. Et qui in hac uilla habitauerint suas
hereditates quas fora terminum suum habuerint sedeant cautatas. Et de quando laborauerint
in terras ruptas dent terciam et de non ruptis quintam» (Os que habitarem na vila pagarão das
suas casas 1 soldo por ano, nada pagando das suas «cortinhas»; as herdades que os habitantes
desta vila tiverem fora do seu termo fiquem coutadas; do que colherem nas terras arroteadas
paguem 1/3 e das não arroteadas 1/5).

(31) ib idem, «Et si nullus homo uenerit qui hoc factum meum frangere temptauerit pariat sex
mille solidos et illos habitatores supra nominata uilla qui fora de suo cauto cauto malefecerit
parit quingentos solidos » (E se alguém tentar infringir o meu decreto, pague 6.000 soldos; e se
alguém fizer mal aos habitantes da supradita vila fora do seu couto, pague 500 soldos) e ainda
« Et homines qui de cunctis terris uenerint ad feiram et ad illos malefecerit tam eundo quam
redeundo pariat LXª solidos» (E se alguém fizer algum mal aos homens que de qualquer terra
vierem à feira, tanto na ida como na vinda, pague 60 soldos).

(32) Almeida Fernandes, op. cit.

(33) Não tendo chegado até nós o original completo do foral, a leitura do que temos leva-nos a
pensar que o escriba de D. Afonso II - que redigiu o extracto - copiou apenas as passagens do
foral teresiano necessárias para o respectivo registo na Chancelaria pois os oficiais da
Chancelaria de D. Teresa sabiam perfeitamente que numa carta de foral era indispensável, para
além do tratamento de assuntos económicos e militares, a referência às magistraturas
judiciais e às penas impostas pelos crimes mais graves.

(34) Para o Prof. Marcello Caetano, História do Direito Português, Ed. Verbo, Vol. I, pág. 223 «é
mesmo a existência desta assembleia com autoridade própria que caracteriza o município
medieval».

(35) Não tinham o direito de participar na assembleia os não-livres, os habitantes dos


reguengos (reguengueiros) e os que tivessem foro especial: mouros forros, judeus, clérigos e
nobres. Em alguns locais, todavia, os clérigos eram admitidos no concelho e os nobres, quando
lhes fosse permitido residir no território municipal, só faziam parte do concelho se
renunciassem aos seus privilégios e se sujeitassem às leis comuns do concelho e
compartilhassem dos encargos e obrigações da colectividade. Marcello Caetano, op. cit, pág.
223.

(36) A tendência, porém, foi para se ir restringindo a participação nas reuniões ordinárias
apenas a certos vizinhos mais sisudos e experientes, com mais tempo disponível e mais
interesse pelas coisas públicas – os homens-bons. Marcello Caetano, ib idem, pág. 224.

(37) Marcelo Caetano, ib idem, pág. 223.

(38) ainda hoje se designam por posturas os regulamentos locais, provindos dos corpos
administrativos.

(39) Joel Serrão op. cit. Vol. II pág. 137.

(40) Essa paz poderia revestir diversas modalidades: a paz de el-rei que vedava as violências no
lugar onde o monarca se encontrasse e nos caminhos que percorresse; a paz do concelho, que
proibia as violências estando reunida a assembleia dos vizinhos formalmente convocada e
agravada a pena dos que as praticassem; a paz do mercado e de paz da igreja. Não se deve,
porém, confundir com a paz urbana, respeitante à ordem dentro da povoação, e que implicava
que os homicídios praticados dentro da povoação (in villa) eram castigados com multa muito
superior aos que ocorressem fora (extra villam, extra cautum, foras ville). Dentro da povoação
há ainda uma protecção jurídica particularmente forte dada à moradia do vizinho: é a paz da
casa (pax domestica). Esta inviolabilidade do domicílio determinava que se um criminoso se
conseguisse refugiar na sua casa ficava ao abrigo dos seus inimigos e ainda que se alguém
penetrasse numa casa, violentamente ou contra vontade do dono, praticava o crime de domus
disrupta ou casa derota (violação de domicílio), sempre severamente punido e com mais
gravidade ainda se os violadores fossem armados e, por fim, que se o dono da casa tivesse de
matar ou ferir aqueles que nela penetrassem contra a sua vontade não ficava sujeito a sanções
ou tinha uma responsabilidade atenuada. Vide Marcello Caetano, op. cit., pág.s 255 e 256.

(41) vide Foral «Et si nullus homo qui fora terminum suum calumpniam fecerit et ibi represatus
non fuerit sit liber» (Se alguém fizer alguma «coima» fora do seu couto e aí não for detido, seja
livre).

(42) Marcello Caetano, op. cit. pág. 257.

(43) Muito provavelmente a sanção geral prevista para «quem infringir o meu decreto» ou seja,
6.000 soldos.

(44) vide Foral «Et ipsum terminum parte per foz de Toruela et inde per inter uillam Sedim et
Domenz et inde per petram rodadam et postea ascende ad castro d Oaia et descende in portela
de Archa et fer Miranceli et inde ad Limia» (O seu termo parte por foz do Trovela e daí por entre
a vila Sendim e Domez e daí por Pedra Rodada, e depois sobe ao castro de Gaia (?) e desce à
Portela de Arca, e vai a Mirancelhe e daí ao Lima).
(45) António Matos Reis, in O termo do concelho de Ponte de Lima, ao findar a primeira dinastia,
pág. 65, O Anunciador das Feiras Novas, Ano XVIII – II Série – N.º VXIII

(46) A. de Almeida Fernandes, Ainda Ponte de Lima Altimediévica, ed. CMPL, V. do Castelo,
1963, pág. 120.

(47) Vide no foral «Placuit mihi ut faciam uillam supra nominato loco Ponte» (Aprouve-me fazer
vila o supra-nomeado lugar de Ponte), sendo que a expressão «..faciam uillam..» significa o acto
de fortificar uma povoação.

(48) José Mattoso, Identificação de um País, Ed. Esperança, Lisboa, Vol. II, 1986, pág. 31.

(49) São inúmeros os vestígios do caminho de Santiago, por todo o concelho de Ponte de Lima.

(50) José Mattoso, Identificação de um País, Ed. Esperança, 1985, Lisboa, vol. I, pág. 302.

(51) vide referências no foral ao acto de fortificar (faciam uillam...) e às «cortinhas» (cortinas),
herdades (hereditates) e colheitas das terras arroteadas (quando laborauerint in terras ruptas).

(52) A feira mais antiga da Península Ibérica é a de Belorado, que aparece documentada em
1116 in António Matos Reis, Origem dos Municípios Portugueses, pág. 92 e 103. Diga-se, ainda
que, em 1122 D. Teresa concedeu protecção aos moradores de Orense e ali criou um mercado
anual, in Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, Editorial Verbo, Vol. I, pág. 204, 205.

(53) do latim feria – festa de um santo.

(54) Silva Cunha, História das Instituições, Ed. ULP, Vol. I, pág. 229 e 239.

55) designadamente os feirantes não podiam ser presos nem perseguidos por qualquer delito
durante o espaço de tempo que durava a paz da feira (com excepção dos que fossem cometidos
na própria feira), estavam isentos de penhora não só durante o prazo da feira, mas também
desde uns dias antes de a mesma principiar até alguns depois de ela terminar – 3, 5, 8 dias ou
mais consoante a importância ou o local da feira. vide Virgínia Rau, Feiras Medievais
Portuguesas, Biblioteca de Textos Universitários, Ed. Presença, 1982, pág. 41 a 45.

(56) Soldo é a designação generalizada na Idade Média, comum a várias moedas,


especialmente de prata. Registe-se que, por exemplo, que o preço médio do alqueire de trigo
era, no séc. XI de 1 soldo. Joel Serrão, op. cit., Vol. VI, pág. 487.

(57) vide supra nota n.º 35. O modelo da feira de Ponte de Lima, com os seus privilégios e
liberdades foi adoptado pelo rei D. Fernando na criação da feira de Abrantes, anterior a 1379, in
Joaquim Veríssimo Serrão, op. cit., pág. 354, 355.

(58) Avelino de Jesus da Costa, «La Chancellerie Royal Portugaise jusqu'au milieu du XIIIe
siécle», in R.P.H, t. XV, pág. 157.

(59) vide no foral «Petrus notuit».

(60) também no foral «comes Fernandus conf» (Conde Fernando confirmou) se atendermos ao
seu casamento com a rainha D. Teresa (vide notas 13, 14, 15 e 82). No mesmo sentido veja-se
Joaquim Veríssimo Serrão, op. cit. pág. 80, «a infanta foi ao ponto de assinar documentos
oficiais juntamente com o novo marido».

(61) ib idem «comes Gomizoni conf.; Pelagius Valasquis curie dapifer conf.; Sub manu regine
dominante Ripa Limia Sesnandus Ramiriz conf.; Et alii multi bene natorum hominum;
Archiepiscopus Pelagius in Bracara»

(62) Marcello Caetano, op. cit, pág 244.

(63) Marcelo Caetano, ib idem.


(64) vide no foral «Ego regina Tharasia et filius meus Alfonsus rex in hac carta manus nostras
roborauimus»

(65) donde vem a expressão “assinar de cruz”.

(66) porque dimanado de quem exercia o poder supremo – a Rainha D. Teresa.

(67) A forma de escrita carolina vinha-se introduzindo desde a segunda metade do séc. XI e
ganhou maior importância com a chegada dos monges beneditinos de Clunny.

(68) Avelino de Jesus Costa, op. cit. e Marcello Caetano, op. cit., pág. 245.

(69) De acordo com o prof. A. H. Oliveira Marques, in História de Portugal, Ed. Pallas, Lisboa,
1977, Vol. I, pág. 65, D. Teresa era regina (rainha) porque era filha de rex (rei) embora não
governasse um regnum (reino). D. Afonso Henriques, porém, não tinha direito ao título de rei
porque seu pai fora conde e sua mãe não possuía reino nenhum.

(70) vide no foral «Ego regina Tharasia et filius meus Alfonsus rex...» (Eu, rainha Teresa, e meu
filho Afonso, rei).

(71) A. de Almeida Fernandes, Ponte de Lima na Alta Idade Média, separata do Arquivo do Alto
Minho, pág. 162, Viana do Castelo 1960.

(72) Luís de Mello Vaz de São Payo, op. cit. Vol. IV, pág. 43.

(73) Idem, Vol. V pág. 42.

(74) Ver nota 10.

(75) Alguns autores dizem que esta D. Urraca é que foi casada com D. Bermudo e indicam como
mulher de Sancho Nunes «de Celanova» a outra irmã Teresa. Grande Enciclopédia Portuguesa
Brasileira, Vol. 33, pág. 544-545, José Santiago Crespo, op. cit. Vol. IV, pág. 440.

(76) Luis de Mello Vaz de São Payo, op. cit. Vol. VI, pág. 55; Vol. VII pág. 78.

(77) Idem, Vol. VI, pág. 55 e 57.

(78) Condado dependente do Império Germânico.

(79) «...o mais poderoso e mais nobre de todos os portugueses...» in José Mattoso, Ricos-
Homens, Infanções e Cavaleiros. Guimarães Editores, Lisboa 1985, pág. 52.

(80) «...varão ilustre e de grande poder em todo o Portugal...» in José Mattoso, Ricos-Homens,
Infanções e Cavaleiros, pág. 51.

(81) Luís de Mello Vaz de São Payo, op. cit.,Vol. VII, pág. 50.

José Mattoso, A Nobreza Medieval Portuguesa, Editorial Estampa, Lisboa 1981, pág. 210-213.

(82) Luís de Mello Vaz de São Payo, op. cit. Vol. VIII pág. 35 e Vol. VI pág. 55.

(83) Idem, Vol. VIII e VI.

(84) Idem, Vol. VI pág. 55 e 57.

(85) vide nota anterior.

(86) José Santiago Crespo, op. cit. Tomo IV, pág. 441.

(87) José Mattoso in História de Portugal, Vol. II pág. 59, diz que tinha apenas uma filha.

(88) José Santiago Crespo, op. cit. Tomo IV, pág. 442. José Luis López Sangil, La nobleza
altomedieval gallega – La Familia Froilaz-Traba, pág. 80, 134 e seg.
(89) José Santiago Crespo, op. cit. Tomo IV, pág. 442, 453. José Luis López Sangil, op. cit. pág. 80,
142 e seg.

(90) José Santiago Crespo, op. cit. Tomo IV, pág. 442, 453. José Luis López Sangil, op. cit. pág. 80,
149.

(91) José Luis López Sangil, op. cit. pág. 80, 149 e seg., atribui mais esta filha.

BIBLIOGRAFIA

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