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João
Chaddad
Junior
BONSAI
Miniaturização
de
árvores
O trabalho Bonsai - Miniaturização de árvores de João Chaddad Junior foi licenciado com uma
Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em bonsai.andretoledo.com.br.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em
http://chaddadbonsai.wordpress.com.
2
BON
SAI
Introdução
Este
livro
representa
o
trabalho
de
anos
de
experiências
com
bonsai
iniciadas
em
1976,
obtidas
na
prática
com
plantas
arbóreas
nas
condições
brasileiras.
Convém
frisar
que
a
maioria
das
informações
técnicas
contidas
aqui
são
provenientes
dos
livros
e
revistas
de
bonsai,
em
sua
quase
totalidade
são
obtidas
com
plantas
exóticas,
muitas
vezes
em
condições
de
clima
temperado.
Claro
que,
varias
dessas
técnicas
são
universais
e
podem
ser
usadas
em
qualquer
lugar
do
mundo.
Entretanto,
algumas
precisam
ser
modificadas
ou
adaptadas
às
árvores
brasileiras.
Algo
do
que
é
passado
aqui
será
contestado
por
vários
outros
bonsaístas,
e
caberá
a
você
usar
do
bom
senso
e
comprovar
a
veracidade
dos
fatos.
A
agricultura
de
forma
geral
é
uma
atividade
de
risco.
As
doenças,
pragas,
falta
de
água,
adubação
em
excesso,
e
muitas
outras
coisas
podem
causar
a
morte
de
uma
planta
de
um
dia
para
outro.
Assim,
o
leitor
deve
perceber
que
está
arrumando
mais
responsabilidades,
ou
seja,
mais
um
dependente
para
se
preocupar.
O
bonsai
tem
exigências
de
cultivo
normal
para
a
maioria
das
plantas,
mas
o
que
os
diferencia
das
demais
são
as
regras
convencionadas,
tanto
de
aparência
da
planta
quanto
do
vaso
que
a
comporta.
Essas
regras
são
específicas
para
exposições,
fotografias
e
eventos
públicos
em
geral.
O
vaso
é
uma
fase
passageira,
ele
segura
o
crescimento
e
deixa
algumas
plantas
mais
fracas,
os
grandes
bonsais
do
oriente
em
alguns
casos
alternam
fase
de
vaso
e
fase
de
chão,
onde
participam
de
jardins.
Alias,
o
público
em
geral
não
sabe
que
as
maiores
mudas
são
plantadas
em
jardins
rasos,
podadas
periodicamente,
e
mantidas
pequenas
e
grossas,
depois
então
vão
para
o
vaso,
podem
ficar
no
solo
por
décadas.
Cada
capítulo
deste
livro
tem
um
verso
de
uma
poetisa,
Auta
de
Souza,
que
escreveu
um
livro
chamado
“O
Horto”.
Com
sua
sensibilidade
ela
nos
ensina
que
devemos
plantar
com
o
coração,
podar
com
paixão
e
ver
as
plantas
com
os
olhos
da
alma.
Você
não
sabe
como
é
isso?
Então
pense
em
alguém
muito
querido,
imagine
que
faz
muito
tempo
que
não
a
vê,
e
que
por
acaso
se
reencontraram.
Deu
para
sentir
a
emoção?
Pois
é
assim,
que
as
olhamos,
com
sentimento.
Os
orientais
costumavam
dizer
que
devemos
nos
aproximar
delas
com
reverência,
como
se
ela
fosse
uma
pessoa
importante,
até
pedindo
licença
para
adentrarmos
o
recinto
onde
ela
se
encontra.
E
como
atuamos
junto
a
ela?
Devemos
poda-‐la
após
um
pedido
de
permissão,
mental
é
claro,
como
uma
oração.
Não
a
toquemos
com
violência
e
rapidez,
ela
deve
ser
manejada
como
4
uma
dama
por
nós,
cortejada
e
paparicada
em
todas
as
suas
necessidades,
independente
do
sexo.
Pratique,
eu
ainda
estou
no
início,
um
pouco
a
frente
de
você,
talvez.
Como
os
sábios
dizem
quanto
mais
estudamos
mais
percebemos
o
pouco
de
sabemos.
Nossa
natureza
tem
muito
a
nos
mostrar.
Há
um
lado
mítico
do
bonsai
que
os
ocidentais
apagaram
da
história.
Nunca
devemos
nos
esquecer
que
muitos
espíritos
estarão
nos
observando,
quanto
mais
você
se
dedicar
maior
será
sua
platéia.
Poderão
se
juntar
ao
seu
“anjo
da
quarda”
espíritos
alguns
bonsaístas,
já
desencarnados,
que
poderão
lhe
ajudar
dando
inspirações
de
como
atuar
junto
à
planta.
O
bonsai
é
uma
das
práticas
para
no
aproximarmos
do
“Criador”,
te-‐lo
em
mente
é
o
objetivo,
um
tipo
de
meditação,
como
faziam
os
monges
Zen-‐budistas.
Talvez
seja
a
lição
mais
difícil
do
discípulo,
porque
ele
não
pode
copiar
de
um
livro
ou
assistir
numa
demonstração,
é
entre
você
o
bonsai
Deus.
No mundo visível somente a planta saberá o que passa pelo seu coração.
Um abraço sincero.
Escolha
da
planta
Em
primeiro
lugar
é
necessário
frisar
que
qualquer
árvore
pode
ser
utilizada
em
bonsai,
aqui
nós
fazemos
sugestões
e
comentários
de
algumas.
As
árvores
para
bonsai
podem
ser
subdivididas
em
floríferas,
frutíferas
e
as
de
folhagem.
Além
dessa
classificação
podemos
também
separar
as
plantas
em
caducas
e
perenes.
As
caducas
são
plantas
que
perdem
as
folhas
no
inverno
ou
numa
estação
de
seca
como
os
ipês,
jequitibás,
ameixas,
paineiras,
figueiras
nativas
(gameleiras),
etc.
As
perenes
são
plantas
que
conservam
a
folhagem
em
qualquer
época
do
ano
(a
não
ser
que
sofram
uma
seca
muito
intensa),
como
exemplos,
temos:
a
jaboticabeira,
o
araçá,
as
laranjeiras,
limões,
a
murta,
o
romãzeiro,
os
pinheiros
(exceto
os
Taxodium
distichum
e
T.
mucronatum,
e
os
Larix
decidua
e
L.
kampfaeri
que
derrubam
a
folhagem
no
inverno),
etc.
Quando
introduzimos
uma
planta
no
vaso
de
bonsai
nós
objetivamos
realizar
uma
redução
nas
proporções
da
mesma,
através
de
podas.
Se
for
uma
planta
de
engrossamento
rápido
e
para
qual
nós
desejamos
formar
um
bonsai
pequeno,
podemos
começar
com
mudas
bem
novas,
é
uma
vantagem
porque
assim
podemos
controlar
bem
a
sua
conformação,
dando
o
aspecto
que
quisermos.
Ao
contrario,
se
for
uma
planta
que
um
engrossamento
muito
lento
do
tronco,
devemos
optar
por
mudas
mais
velhas
e
já
engrossadas,
isso
para
ganharmos
tempo,
senão
ela
se
transformará
lentamente
às
nossas
vistas,
além
disso,
essas
plantas,
já
formadas
possuem
um
aspecto
próprio
que
o
seu
criador
anterior
lhe
conferiu,
nos
permitindo
poucas
opções
em
termos
de
estilos.
6
Tamanho
das
folhas
Em
primeiro
lugar
na
escolha
da
planta
nós
devemos
dar
preferência
àquelas
de
folhas,
flores
e
frutos
pequenos
e
as
chamadas
"anãs",
isso
é
para
dar
uma
melhor
imagem
de
miniatura.
Assim
devemos
usar
preferivelmente,
por
exemplo,
o
romãnzeiro
anão,
a
laranja
japonesa
(kunquat),
a
ameixa
umê,
a
acerola,
a
pitanga,
a
jaboticaba
sabará,
o
araçá,
etc,
porque
todas
produzem
folhas
e
frutos
de
pequeno
tamanho.
Vamos
exemplificar
mais
com
os
pinheiros
do
gênero
Pinus,
aqueles
de
folhas
curtas
como:
Pinus
parviflora
(goyo
matsu),
Pinus
thumbergii
(kuro-‐matsu),
Pinus
mugo,
Pinus
sylvestris,
Pinus
cembroides
ou
variedades
anãs
de
outras
espécies,
ficam
muito
mais
bonitas.
Quanto
menores
as
folhas,
menor
pode
ser
o
bonsai.
Se
ao
contrario
utilizarmos
pinheiros
de
folhas
grandes
como:
Pinus
elliotti,
Pinus
taedae,
Pinus
caribaea,
Pinus
oocarpa,
etc,
teremos
que
fazer
bonsai
de
tamanho
grande
(cerca
de
60
cm
a
1
metro),
com
troncos
mais
grossos
que
os
normais,
para
dar
uma
aparência
de
bonsai
com
mais
intensidade.
O
principal
fator
de
proporcionalidade
do
bonsai
é
o
tamanho
das
folhas
em
relação
ao
tamanho
da
planta,
e
baseado
nessa
boa
proporcionalidade
que
reside
a
"graça"
do
bonsai.
Plantas
Anãs
Em
diversas
espécies
são
selecionados
os
chamados
"mutantes
anões"
para
a
utilização
em
bonsai,
esse
processo
os
japoneses
e
chineses
fazem
há
séculos.
Somente
com
o
gênero
Acer
palmatum,
no
Japão
já
existem
dezenas
de
cultivares
anões.
Outro
exemplo
são
os
vários
tipos
de
anões
de
romã,
existem
até
com
flores
amarelas
ou
brancas.
Aqui
no
Brasil
a
seleção
de
mutantes
anões
é
coisa
mais
recente.
Eu
pessoalmente
selecionei
dois
mutantes
anões
que
estão
em
observação
a
4
anos,
um
é
uma
gameleira
anã,
esta
ainda
pode
vir
a
ser
classificada
como
uma
espécie
ao
invés
de
variedade,
natural
da
cidade
de
Piracicaba,
entretanto
ela
apresenta
o
inconveniente
de
ser
muito
sensível
aos
nematóides
do
solo
vindo
a
morrer
quando
a
infestação
atinge
um
nível
elevado,
o
que
nos
força
a
adicionar
Temik
(inseticida
sistêmico)
no
solo
semestralmente
porque
nas
nossas
condições
é
comum
a
ocorrência
de
nematóides.
Outro
mutante
é
o
de
um
Pinus
caribea
var.
nana
(espécie
originária
do
Caribe)
encontrada
casualmente
num
viveiro
de
mudas
em
Piracicaba,
apresentando
a
folhagem
e
o
crescimento
reduzidos
consideravelmente.
Quando
surge
um
mutante
de
árvore,
precisamos
conservá-‐lo,
para
que
não
se
perca,
o
primeiro
passo
é
cloná-‐lo,
fazemos
isso
enxertando
o
mesmo
sobre
um
variedade
normal,
tanto
para
multiplicá-‐lo
como
para
forçá-‐lo
a
crescer
mais
por
intermédio
de
uma
raiz
normal,
que
“bombeia”
para
as
folhas
mais
nutrientes
e
hormônios
vegetais.
Altura
das
plantas
Mudas
pequenas
são
mais
fáceis
para
se
plantar
em
vasos.
Desmancha-‐se
a
parte
inferior
do
torrão
umedecido,
até
que
tenha
a
altura
do
vaso.
As
raízes
de
baixo
que
foram
expostas
e
ainda
finas,
são
colocadas
ao
redor
da
planta
centralizada
no
vaso,
cobertas
com
a
mistura
de
solo
e
então
o
xaxim.
São
preferidas
plantas
com
uma
altura
máxima
de
30
cm,
as
maiores,
podem
ser
podadas
ou
quando
flexíveis
podem
ser
submetidas
a
estilos
redutores
(retorcido,
inclinado,
literato
ou
madeira
exposta).
Se
forem
deformadas
naturalmente,
como
por
exemplo,
as
caídas,
quebradas,
tortas,
e,
as
que
ficam
jogadas
num
canto,
ou
"encalhadas"
no
viveiro
comercial,
têm
maior
valor
para
bonsai.
Ocorre
de
a
raiz
principal
ser
muito
dura
para
ser
curvada
e
pode
ser
que
seja
uma
planta
que
suporte
uma
poda
drástica
da
raiz
como:
paineira,
eritrina,
chichá,
bauínia,
além
de
outras;
mas
deve-‐se
fazer
uma
poda
de
tronco
a
uma
altura
de
50
cm
e
o
destacamento
das
folhas
na
véspera.
Esse
processo
é
aconselhável
se
fazer
no
final
do
inverno
(final
da
dormência)
antes
que
elas
brotem,
e
somente
com
aquelas
que
tenham
raízes
superficiais
(figura
2).
Pode-‐se,
também,
nas
plantas
que
já
apresentam
uma
"copinha"
baixa
e
a
raiz
pivotante
dura,
já
bem
engrossada,
promover
a
retirada
das
raízes
superficiais
da
planta
até
próximo
ao
fundo
do
saquinho,
deixando
apenas
as
raízes
do
fundo,
na
altura
do
vaso
raso
(figura
2).
Pode
ser
muito
útil
ter
um
conhecimento
prévio
da
origem
da
muda,
se
de
semente
ou
estaca,
uma
vez
que
as
plantas
originadas
de
estacas
geralmente
não
têm
uma
raiz
pivotante,
o
que
as
deixa
flexíveis
por
mais
tempo
para
curvar
ou
colocar
arames,
quando
ainda
novas.
Tipos
Indicados
Na
verdade
para
árvores
e
arbustos
a
técnica
pode
ser
aplicada
em
qualquer
tipo,
entretanto,
as
que
apresentam
folhas,
flores
e
frutos
pequenos
são
as
preferidas
por
razões
estéticas.
Quanto
menores
forem
as
características
físicas
da
planta
tanto
menor
poderá
ser
o
bonsai,
além
disso,
as
plantas
com
folhagem
bem
pequena
facilitam
a
formação
de
arvoretas
eretas
e
delicadas,
bem
como
bosques
e
paísagens
em
miniaturas.
8
Ao
contrário,
plantas
com
folhagem
grande
nos
forçam
a
produzir
um
bonsai
de
maiores
proporções,
com
os
quais
ficamos
impossibilitados
de
fazer
bosques
ou
arranjos
mais
delicados,
e
somos
forçados
a
executar
os
chamados
"estilos
redutores",
como
os
Retorcidos
em
forma
de
"mola"
e
o
"serpentinóide",
isso
para
tentar
adiantar
o
efeito
de
miniaturização
da
árvore,
ao
passo
que
se
fosse
mantida
uma
planta
de
folha
grande
num
estilo
Ereto,
seriam
necessários,
um
tronco
bem
avantajado
e
uma
idade
avançada,
para
se
obter
um
bom
efeito.
A
escolha
da
planta
é
um
aspécto
muito
pessoal
em
função
dos
gostos,
por
haverem
centenas
de
opções.
Por
exemplo,
as
plantas
podem
ser
nativas
do
Brasil
ou
exóticas,
dentro
destas
há
as
de
folhagem,
as
floríferas
e
as
florífero-‐frutíferas.
Dentre
as
nativas
do
Brasil
as
que
apresentam
os
melhores
resultados
são:
Jacarandá-‐
da-‐Bahia
(Dalbergia
nigra),
Jequitibá-‐rosa
(Cariniana
legalis),
Peroba-‐rosa
(Aspidosperma
polyneurum),
Mirindiba
rosa
(Lafoensia
glyptocarpa),
Uvaia
(Eugenia
pyriformis),
Pitanga
(Eugenia
uniflora),
Jaboticabeira
Sabará
(Myrciaria
trunciflora),
Quabiroba
de
árvore
(Campomanesia
xanthocarpa),
Cerejeira
do
rio
grande
(Eugenia
involucrata),
Eugenia
miriophyla
e
outras
(veja
tabela).
Dentre
as
exóticas
tradicionalmente
usadas
pelos
orientais
são:
"Matsu"
(Pinus
thunbergii),
"Shimpaku"
(Juniperus
chinensis
'Sargentii'),
"Kaizuka"
(Juniperus
chinensis
'Torulosa'),
"Cipreste
de
Hinoki"
ou
tuia
japonesa
anã
(Chamaecyparis
obtusifolia
'Yatsubosa'),
"Tuia
japonesa"
(Tsuga
diversifolia),
"Azaléia
Satsuki"
(Rhododrendrum
indicum),
"Romãnzeiro
anão"
(Punica
granatum
nana),
"Ameixeira
Umê"
(Prunus
mume),
Larício
japonês
(Larix
kaempferi)
e
outras.
Dentre
as
exóticas
atualmente
usadas
pelos
ocidentais
estão:
Sequóia
Gigante
(Sequoidendrum
giganteum),
Sequóia
vermelha
(Sequoia
sempervirens),
Pinheiro
do
brejo
(Taxodium
distichum),
Carvalho
inglês
(Quercus
rubor),
Larício
americano
(Larix
laricina),
Larício
europeu
(Larix
decidua),
Oliveira
(Olea
europaea),
Ligustro
(Ligustrum
vulgare),
Baobá
(Adansonia
digitata),
Paineira
argentina
(Ceiba
erianthus)
e
outras.
A
maioria
das
plantas
utilizadas
em
bonsai
apresenta
um
lento
desenvolvimento,
para
contornar
esse
problema
elas
podem
ser
compradas
de
viveiristas
numa
forma
denominada
tecnicamente
de
"pré-‐bonsai",
sendo
uma
muda
desenvolvida
no
solo
e
arrancada
de
forma
a
manter
um
torrão
de
solo
intacto
de
uns
20
ou
mais
centimetros
de
diâmetro
e
o
restante
é
cortado
inclusive
as
raízes,
para
adaptação
no
bonsai
são
cortadas
as
raízes
da
parte
superior
e
inferior
do
torrão
a
fim
de
que
este
se
aproxime
da
altura
do
vaso
raso.
Após
um
ano
a
parte
aérea
é
podada
e
modelada
com
arame
para
reduzir
a
sua
altura
em
cerca
de
50%
e
adequa-‐la
a
um
estilo
de
bonsai.
*
O
nome
em
japonês
é
utilizado
na
obtenção
da
planta
junto
à
viveiristas
de
origem
japonesa
bem
como
a
compra
de
sementes
por
pessoas
no
Japão.
10
em bonsai.
Zelkova serrata
*
O
nome
em
japonês
é
utilizado
na
obtenção
de
sementes
e
plantas
junto
aos
descendentes
de
japoneses
no
Brasil
e
no
Japão.
Tabela
3:
Essências1
nativas
sugestivas
para
bonsai2
12
T.
umbellata
Ipê-‐amarelo
do
brejo
Decídua,
casca
pouco
rugosa,
folíolos
de
3
à
7
cm
1
São
árvores
na
maioria
de
madeira
nobre,
para
a
valorização
da
planta,
e
que
podem
ser
obtidas
junto
a
viveiristas
e
hortos
florestais.
Tabela
4:
Árvores
frutiferas
nativas1
sugestivas
para
bonsai
por
produzirem
frutos pequenos.
E. pyriformis uvaia
E. pitanga pitanga
M. tenella cambuí
*
As
folhas
muito
pequenas
a
tornam
uma
das
plantas
mais
perfeitas
para
a
produção
de
bosques
e
paisagens.
** Existem outras espécies silvestres de araçá que podem ser utilizadas com grande sucesso.
1 Há
muitos
outros
tipos
de
frutíferas
nativas
que
podem
ser
utilizadas,
além
de
muitas
exóticas
como
a
acerola,
o
jambo
anão,
a
laranja
japonesa
kunquat,
a
ameixa
de
madagascar,
etc.
2
14
frutos pequenos.
F. japonica Kunquat
16
características
físicas
periféricas
da
planta
como
comprimento
de
ramos,
folhas,
flores
e
frutos
são
encurtadas
e
as
características
centrais
como
diâmetro
de
ramos,
tronco
e
raízes
são
o
mais
exageradas
possíveis.
Apregoa-‐se
que
a
arte
do
bonsai
é
democrática
e
que
estamos
“livres”
para
fazermos
da
árvore
como
bem
quisermos.
Na
verdade
não
é
bem
assim,
pelo
menos
ao
nível
crítico
dos
“experts”,
de
exposições
e
de
ensaios
fotográficos.
Para
esses,
muitas
são
as
regras
a
serem
seguidas,
a
fim
de
se
obter
a
forma
um
bonsai
de
qualidade.
Ao
nível
doméstico,
apenas
seguimos
as
regras
que
mais
caracterizam
o
bonsai,
como:
o
vaso
raso,
tronco,
e
ramos
estilizados
conforme
o
que
apresentamos
no
capítulo
de
estilos.
Não
é
para
complicar,
mas
sim
para
entendermos
melhor
um
pouco
do
que
ocorre
nos
bastidores
das
exposições
e
workshops,
apresentamos
alguns
aspectos
da
forma
do
bonsai.
Quanto
mais
altas
mais
difíceis
de
transformar
em
bonsai,
a
não
ser
que
possuam
ramos
nas
alturas
correspondentes
ao
bonsai.
A
linha
do
tronco
delineia
as
formas
que
podem
ser
adotadas,
é
como
a
espinha
dorsal
que
dela
partem
todos
os
ramos.
O
tamanho
das
folhas
também
influência
muito
na
forma
do
bonsai,
quanto
menores
tanto
mais
próximos
podem
ser
os
ramos,
bem
como
mais
numerosos.
As
folhas
grandes
encobrem
os
ramos
debaixo,
necessitando
de
mais
podas,
e
distâncias
maiores
e
sobreposições
menos
freqüentes.
Algumas
plantas
podem
ter
as
folhas
reduzidas
através
de
desfolhas,
mas
é
dispendioso
para
a
planta,
se
pudermos
delineá-‐la
sem
uso
de
artifícios
casca
rugosa,
áspera
e
escura
é,
também,
um
fator
de
envelhecimento,
mas
somente
ocorre
em
algumas
plantas.
18
Uma
planta
jovem
possui
ramos
com
tendência
a
crescer
para
cima,
já
adulta
têm,
na
maioria
das
espécies,
tendência
para
crescer
lateralmente,
e
com
o
avanço
da
idade,
até
pendente.
Os
antigos
bonsaístas
na
China
convencionaram
as
características
da
maturidade
de
alguns
pinheiros
do
seu
país
como
modelo
para
todos
os
bonsais,
essa
convenção
foi
passada
para
os
demais
países.
São
elas:
2ª
RAMO 3ª
RAMO
1ª RAMO
20
H
V
V
A
desenho
acima
mostra
que
a
altura
do
vaso
(H)
é
2/3
do
comprimento
do
vaso,
e
a
altura
do
vaso
(V)
é
igual
ao
diâmetro
do
tronco.
O
Ápice
David
De
Groot
(comunicação
pessoal,
1995)
certa
vez
me
disse:
“quando
observamos
uma
pessoa,
de
frente
ou
de
costa,
realizamos
uma
tomada
de
imagem
de
cima
para
baixo,
assim,
também
fazemos
com
um
bonsai”.
Por
isso,
que
o
ápice
da
planta
é
de
suma
importância,
e
para
algumas
pessoas
o
ítem
de
maior
dificuldade.
De
uma
forma
geral
o
ápice
é
o
último
elemento
a
ser
trabalhado
em
um
bonsai,
muitas
vezes
ele
começa
mais
alto,
e
com
o
passar
dos
anos
ele
acaba
mais
embaixo.
Quando
vamos
definir
um
ápice
devemos
mentalizar
a
altura
final
da
árvore,
e
nesse
espaço
selecionar
um
local
onde
os
ramos
terminais
estão
mais
próximos.
2. Cônico:
no
qual
folhas
são
podadas
em
série,
formando
um
cone
em
topiaria.
3. Camada:
em
que
o
último
ramo,
de
menor
comprimento,
passa
a
culminar
o
bonsai.
Seco
O
ápice
seco
normalmente
é
feito
em
árvores
grandes
e
grossas,
que
foram
podadas
drásticamente,
e
no
qual
é
difícil
formar
brotos
em
troncos
velhos,
assim,
eles
têm
que
termina-‐
los
em
ramos
secos
ou,
em
pontas
secas.
De
uma
forma
geral
não
é
saudável
para
uma
planta,
porque
após
décadas
entram
fungos,
brocas
e
cupins,
por
essas
madeiras
abertas.
Outro
aspecto
é
o
da
rapidez
com
que
a
madeira
da
espécie
se
decompõe.
As
coníferas
(grupo
dos
pinheiros)
e
as
myrtaceas
(família
das
jaboticabas)
por
serem
duras,
apodrecem
mais
lentamente,
ainda
mais
se
tratadas.
Ao
contrario,
a
grande
maioria
tem
fibras
que
são
rapidamente
desestruturadas
pelos
fungos
e
vítima
dos
insetos.
Mas
há
contrastes
dentro
de
alguns
gêneros,
a
Calliandra
depalperata
é
difícil
de
se
decompor,
já
a
C.
twedii
é
fácil.
Cônico
È
a
forma
mais
usada
em
plantas
de
folhas
muito
pequenas,
como:
serissas,
ligustrinhos,
carmonas,
borrérias,
Eugenia
sprenguelli,
etc.
E,
é
claro
com
as
tradicionais
coníferas
de
folhas
miúdas
como:
juníperus,
tuias,
cedrinhos,
criptomérias,
etc.
Nas
árvores
de
folhas
grandes
é
impraticável
se
fazer
um
ápice
cônico
Nas
de
folhas
médias
são
difíceis
de
ficar
bonito,
como
pitangas,
acerolas,
Fícus
benjamina,
etc.
Mas
muitas
pinçagens
podem
reduzir
o
tamanho
das
folhas,
e
permitir
que
se
faça
um
ápice
cônico.
22
Camada
Esta
forma
de
ápice
é
a
mais
usada
para
as
plantas
de
folhas
de
tamanho
médio
e
grande.
Poda
Aérea
É
o
ato
de
cortar
um
ramo
tem
as
mais
diversas
finalidades,
como:
1. Moldar
uma
conformação
da
copa,
no
caso
de
uma
planta
em
formação.
2. Corrigir
defeitos:
ramos
mal
localizados,
longos,
doentes,
praguejados,
etc.
3. Reduzir
o
stress
de
transplante:
através
da
retirada
de
ramos
novos
e
folhas,
a
planta
transpira
menos
e
resiste
mais
ao
stress.
4. Induzir
floração
para
frutificação:
várias
plantas
produzem
flores
após
podas,
tais
como:
figo,
amora,
pêssego,
ameixa,
maçã,
etc.
5. Induzir
floração
em
outra
época:
se
forem
podados
os
ramos
jovens
antes
que
produzam
botões
florais,
e
estes,
serão
refeitos
e
produzirão
flores
mais
tarde.
Aliás,
esse
fenômeno
ocorre
com
a
maioria
das
árvores.
6. A
renovação
de
ramos
e
folhas,
em
muitos
tipos
de
plantas,
é
necessária
para
se
evitar
uma
estagnação
do
crescimento
geral.
Os
exemplos
mais
típicos
são
o
ligustrinho
(Ligustrum
sinensis)
e
a
primavera
(Bougainvillea
sp),
que
no
final
do
inverno
e/ou
final
de
floração
ou
frutificação
ficam
com
o
crescimento
comprometido,
e
até
se
não
podarmos
as
pontas
dos
ramos
que
gastaram
mais
energias,
iniciando
uma
senescencia,
que
culmina
com
a
seca
do
ramo.
O
primeiro
passo
é
dividirmos
a
copa
em
3
partes
(exceto
o
estilo
Literato),
no
primeiro
terço
posicionamos
o
primeiro
ramo,
e
a
partir
desse
vamos
localizando
os
demais.
Os
que
não
foram
escolhidos
podem
ficar,
para
auxiliar
no
engrossamento
do
conjunto,
até
que
atrapalhem
os
demais
com
sua
sombra
ou
com
o
espaço
que
ocupem.
Na
verdade
é
uma
tendência
que
a
aplicação
das
podas,
gradualmente,
irá
diminuindo
a
altura
do
Bonsai
no
decorrer
da
sua
vida.
No
início,
começamos
com
uma
planta
alta,
fazemos
com
que
esta
se
encha
de
ramos,
e
com
o
passar
do
tempo
vamos
reduzindo
a
altura
e
o
número
de
ramos,
conforme
vamos
planejando
nosso
projeto.
Os
ramos
a
serem
podados
são
os
que
não
combinam
com
o
nosso
desenho
e
os
que
possuem
características
físicas
indesejáveis:
1. Ramos
que
se
localizam
abaixo
do
primeiro
terço
(em
muitos
casos
estes
são
deixados
para
engrossar
a
base,
“técnica
do
ramo
ladrão”).
2. Ramos
bem
posicionados
mas,
endurecidos
para
cima,
e
não
foi
possível
deixa-‐lo
perpendicular
ao
solo,
ou
inclinado.
3. Ramos
que
cruzam
a
copa,
atrás
ou
na
frente.
Que
crescem
para
cima
ou
para
baixo.
4. Ramos
paralelos,
um
sobro
o
outro,
no
caso
selecionamos
o
mais
apropriado.
5. Ramos
com
espessura
irregular,
com
barrigas,
base
mais
fina,
ou
muito
grossa.
6. Ramos
muito
grossos,
na
parte
de
cima,
onde
combinam
tipos
finos.
7. Ramos
opostos,
no
mesmo
nível
de
altura.
Nesse
caso,
escolhemos
o
que
mais
sintoniza
com
os
ramos
superior
e
o
inferior.
O
momento
da
aplicação
é
feito
quando
os
brotos
começam
a
endurecer,
porque
quando
muito
tenros
estão
muito
quebradiços,
além
do
mais,
ainda
não
produzem
quase
nada
de
fotossíntese.
A
intensidade
também
é
outro
aspecto
a
ser
medido,
devemos
podar
mais
curtos
nos
ramos
mais
altos
e
mais
longos
nos
ramos
mais
baixos,
isso
porque
a
planta
dará
sempre
mais
preferência
e
alimentos
aos
ramos
mais
altos
e
estes
crescerão
muito
mais.
Aí
é
que
entra
a
intensa
poda
nos
ramos
altos,
em
alguns
casos
deixando
apenas
uma
folha
verde,
no
ramo
mais
alto,
e
umas
quatro
no
primeiro
ramo
perto
da
base,
para
que
haja
mais
fotossíntese
e
os
de
baixo
sejam
mais
grossos.
24
Fisiologia
do
Bonsai
As
plantas
se
comportam
conforme
os
hormônios
são
produzidos
em
seus
orgãos,
folhas,
flores,
frutos
e
raízes.
A
produção
desses
hormônios
esta
associada
à
época
do
ano,
nutrição,
e
pode
ser
influenciada
pelo
sistema
de
podas.
Hormônios
são
substâncias
químicas
que
após
produzidas
em
alguns
orgãos
migram
para
outras
partes
para
estimular
algum
fenômeno
biológico
na
planta,
crescimento,
divisão
celular,
alongamento.
Auxinas
As
auxinas
são
produzidas
nos
brotos
novos
e
translocadas
para
as
raízes
mais
baixas,
induzindo
um
maior
crescimento
destas.
Na
propagação
de
plantas
estimulamos
o
enraizamento
ou
aumentamos
este
tratando
os
ápices
das
estacas
com
auxinas
sintéticas.
Citocininas
Estas
são
produzidas
nas
raízes
mais
novas
e
sobem
para
as
partes
mais
altas
da
planta,
fazendo
os
ápices
cresçam.
O
seu
acúmulo
nas
pontas
faz
aumentar
a
dominância
apical.
Quanto
maiores
as
folhas
de
uma
espécie
de
árvore
mais
estas
"gastam"
citocininas,
às
vezes
consumindo
tudo
o
que
é
produzido,
e
dessa
forma
fazendo
os
demais
ramos,
localizados
abaixo,
morrerem.
Até
porque
são
as
citocininas
que
atraem
os
nutrientes
para
mantê-‐los
vivos.
Esse
é
o
principal
motivo
da
poda
dos
brotos
mais
altos,
antes
que
estes
causem
a
morte
dos
que
ficam
abaixo.
Além
do
que
ao
impedirmos
o
acúmulo
de
citocininas
nos
principais
ápices,
vamos
produzindo
uma
quantidade
cada
vez
maior
de
pontas
proporcionando
o
adensamento
da
copa.
Quando
abaixamos
um
ramo
até
a
horizontal,
podemos
observar
uma
repentina
parada
no
crescimento,
por
causa
do
redirecionamento
das
citocininas
para
outras
partes
mais
altas,
se
o
ramo
fica
plano
surgem
vários
brotos
no
lado
de
cima.
Para
alguns
tipos
de
plantas
abaixamento
do
ramo
inferior
ao
da
linha
horizontal
da
superfície
do
solo,
isto
é,
pendente,
pode
ser
a
morte
desse
ramo.
Um
exemplo,
é
a
quaresmeira
(Miconia
sp)
e
os
pinheiros
de
brejo
(Taxodium
sp)
que
somente
podem
ser
curvados
até
a
linha
horizontal,
se
fizermos
um
estilo
cascata
com
uma
destas,
elas
podem
morrer
em
cerca
de
quinze
dias.
Giberilinas
São
Hormônios
produzidos
em
todas
as
partes
novas
da
planta:
raízes
e
brotos,
mas
com
mais
intensidade
nos
brotos.
As
giberilinas
promovem
o
crescimento
das
células,
assim
o
seu
acúmulo
promove
brotos
e
ramos
maiores,
só
que
mais
"moles"
e
fáceis
de
murchar.
Através
das
podas
dos
brotos
(pinçagem)
reduzimos
a
produção
de
giberilinas
e
induzirmos
folhas
cada
vez
menores
e
mais
resistentes.
Através
dos
séculos
os
praticantes
do
bonsai
têm
assimilado
estes
estilos
da
natureza
em
esboços,
pinturas
ou
simplesmente
pela
imaginação
e
transferido
tais
características
aos
bonsais.
Esses
"artistas"
analisaram
e
agruparam
esses
estilos
em
categorias
identificáveis
para
facilitar
a
referência.
Desse
modo
podemos
analisa-‐los
em
3
categorias:
26
1. Ereto
Formal
(Chokkan)
2. Ereto
Informal
(Moyogi)
3. Inclinado
(Shakan)
4. Retorcido
(Bankan)
5. Varrido
pelo
Vento
(Fukinagashi)
6. Tronco
Lascado
(Sabamiki)
7. Madeira
Exposta
(Sabamiki)
8. Tronco
de
Casca
Retorcida
(Nejikan)
9. Vassoura
(Hokidachi)
10. Semi-‐cascata
(Han-‐kengai)
11. Cascata
(Kengai)
12. Chorão
(Shidare-‐zukiri)
13. Literato
(Bunjingi)
14. Tocão
(Korabuki)
15. Raízes
Expostas
(Neagari)
16. Raízes
sobre
Rochas
(Sekijoju)
17. Plantado
na
Rocha
(Ishi-‐seki)
18. Trançado
(Pien-‐tshu)
19. Polvo
(Tako-‐zukiri)
O
estilo
Chokkan
além
de
ter
o
tronco
reto
afina-‐se
gradualmente
da
base
para
o
ápice
na
conformação
cônica
perfeita
(CHAN,
1993).
O
arranjamento
dos
ramos
na
maioria
dos
estilos
é
basicamente
o
mesmo
com
os
ramos
inferiores
mais
espaçados,
sendo
o
primeiro
no
terço
inferior
da
altura
(CHAN,
1993)
e
o
segundo
ramo
à
120º
do
primeiro
(MILLER,
comunicação
pessoal);
os
demais
ramos
têm
uma
gradual
redução
do
comprimento
e
do
espaçamento
entre
si
até
o
topo,
além
disso,
os
ramos
inferiores
nunca
são
opostos
ou
simétricos,
nem
cruzados
em
níveis
próximos
(BARTON,
1989),
devem
preferencialmente
ser
em
número
ímpar
e
tanto
menor
o
número
quanto
mais
baixo
for
o
ramo
(KOMATSU,
1987).
O
primeiro
e
o
segundo
ramo
são
os
que
em
geral
apresentam
uma
pequena
queda
quando
em
plantas
mais
velhas
e/ou
grossas,
os
ramos
medianos
devem
ser
paralelos
ao
solo
(BARTON,
1989).
Segundo
KORESHOFF
(1993)
se
os
ramos
de
baixo
forem
levemente
curvados
o
estilo
Ereto
Formal
é
chamado
de
"Feminino",
se
ao
contrario
forem
retos
o
estilo
Ereto
Formal
é
chamado
de
"Masculino".
Na
conformação
geral
dos
ramos
não
só
no
estilo
Ereto
Formal
mas
nos
demais
estilos
a
folhagem
não
deve
ser
deixada
na
face
inferior
do
ramo
em
virtude
do
sombreamento
que
a
folhagem
inferior
sofre
provocando
um
estiolamento
e
uma
raleação
natural,
e
desse
modo
o
ramo
fica
mais
visível,
também
a
folhagem
da
base
do
ramo
deve
ser
retirada
uma
vez
que
além
de
ocorrer
com
árvores
mais
velhas
deixa
a
copa
mais
arejada
(KORESHOFF,
1993).
A
folhagem
de
cima
é
despontada
freqüentemente
para
adensar
e
formar
os
ramos
em
camadas.
O
estilo
Ereto
Formal
é
mais
adequado
às
coníferas
(pinheiros)
que
na
maioria
das
vezes
quando
em
rêlevos
mais
suaves
e
sem
intemperismos
adquirem
espontaneamente
este
estilo.
A
execução
deste
estilo
é
considerada
das
mais
difíceis
em
virtude
das
meticulosas
características
a
serem
seguidas,
que
além
da
distribuição
dos
ramos
e
a
conformação
cônica
o
tronco
também
deve
gradualmente
afinar
para
o
topo,
ser
perfeitamente
retilíneo,
as
raízes
devem
ser
uniformemente
distribuídas
ao
redor
do
tronco
(BARTON,
1989;
CHAN,
1993;
KORESHOFF,
1993).
Além
disso,
devem
ser
ausentes
calosidades
nas
raízes,
tronco
e
ramos,
principalmente
as
protuberâncias
que
podem
surgir
na
inserção
do
ramo
no
tronco
(BARTON,
1989).
Se
houver
uma
raiz
mais
grossa
esta
deve
ser
localizada
abaixo
do
ramo
mais
grosso
e
pesado,
o
primeiro,
por
haver
na
natureza
uma
ligação
direta
de
canais
vasculares
entre
as
grandes
estruturas
(KORESHOFF,
1993).
Para
obter
a
aparência
de
árvore
adulta
neste
estilo
leva
um
tempo
superior
em
relação
aos
demais
estilos
isso
por
vários
motivos,
o
principal
seria
por
estar
a
planta
reta,
uma
vez
que
as
curvas
feitas
com
arames
nos
demais
estilos
provocam
um
engrossamento
mais
acelerado
do
tronco
por
"represarmos"
a
seiva
que
desce
da
copa
e
esta
se
acumula
na
forma
de
reservas
nos
ângulos
e
nos
locais
apertados
pelo
arame,
além
disso
não
podemos
deixar
o
arame
apertar
28
a
planta
para
não
fazermos
sulcos
os
quais
poderiam
provocar
a
formação
de
calosidades,
o
seria
uma
forma
de
engrossamento
a
menos.
BARTON
(1989)
refere-‐se
ao
estilo
"Ereto"
no
qual
a
planta
perfeitamente
ereta
apresenta
algum
caráter
que
escapa
das
formalidades
estilísticas
como
uma
raiz
exagerada
crescendo
de
um
lado,
ou
a
falta
de
alguns
ramos
ou
alguma
calosidade
na
inserção
de
alguns
ramos
como
ocorre
frequentemente
com
o
Pinus
pinea.
Entretanto,
nunca
foi
mencionado
um
estilo
simplesmente
"Ereto"
e
o
que
se
tem
encontrado
a
denominação
"Ereto
Informal"
(o
estilo
a
seguir)
para
quando
as
"formalidades"
não
são
seguidas.
Segundo
KORESHOFF
(1993)
os
vasos
ovais
são
os
mais
adequados
para
as
plantas
muito
assimétricas,
isto
é
aquelas
que
possuem
alguns
dos
ramos
baixeiros
mais
alongados
sendo
a
planta
posicionada
descentralizada
a
fim
de
se
obter
a
triangulação
com
o
vaso.
Já
os
vasos
retangulares
são
mais
adequados
para
as
plantas
em
formato
cônico
perfeito,
plantadas
centralizadas
no
vaso.
Os
vasos
decorados
devem
ser
evitados
e
as
cores
escuras
e
sóbrias
são
mais
adequadas
para
os
vasos
neste
estilo
(BARTON,
1989).
``
Figura 11: Ereto Formal cônico.
Figura 12: Ereto Formal colunar.
Figura 12: Ereto Formal elaborado com o “S” característico..
30
Pinheiro negro japonês no formato cônico. Pinus pinea aos 3 anos.
Idade 18 anos.
Pinus pinea aos 7 anos (mesmo exemplar). Pinus pinea aos 9 anos (mesmo exemplar acima).
2. Ereto
Informal
(Moyogi)
Considerado
o
estilo
mais
popular
de
bonsai,
e
segundo
TOMLINSON
(1991)
utilizado
em
cerca
de
90%
dos
casos,
principalmente
por
englobar
uma
grande
variabilidade
de
formas
em
termos
de
inclinação
do
tronco
e
o
número
de
angulações
das
curvas
deste.
Essa
diversidade
de
formatos,
a
fácil
interconversão
destas
e
por
ter
poucas
normas
estilísticas
fazem
com
que
este
estilo
seja
o
de
mais
fácil
execução
e
de
efeito
visual
mais
rápido
(BARTON,
1989).
Em
virtude
de
na
natureza
a
maioria
das
árvores
não
crescerem
absolutamente
retas
apresentando
uma
pequena
curva
ou
uma
leve
sinuosidade,
característica
deste
estilo
e
denominada
de
conformação
em
"S"
(CHAN,
1993).
Essa
conformação
em
"S"
é
acompanhada
de
um
posicionamento
dos
ramos
no
ápice
das
curvas
do
tronco,
norma
repetida
nos
demais
estilos,
além
disso
deve-‐se
procurar
dar
uma
distribuição
radial
dos
ramos,
que
vistos
de
cima
a
planta
teria
ramos
preenchendo
todo
círculo,
característica
que
se
repete
nos
demais
estilos
também,
exceto
nos
"Varridos
pelo
Vento"
(que
será
visto
mais
adiante),
além
disso
o
estilo
Ereto
Informal
tem
um
aspecto
geral
cônico
(CHAN,
1993).
Os
principais
aspectos
a
serem
obtidos
no
estilo
Ereto
Informal
são:
diâmetro
relativamente
mais
acentuado
na
base
sustentado
por
fortes
raízes
na
superfície
do
solo,
tendo
uma
gradual
redução
do
tamanho
das
curvas
do
tronco
(BARTON,
1989).
A
conformação
"S"
do
tronco
é
observada
lateralmente
e
não
deve
ser
restrita
a
um
plano
mas
vista
tridimensionalmente,
se
o
tronco
é
visto
por
cima
este
tem
conformação
de
uma
espiral.
Entretanto,
devemos
lembrar
que
essa
conformação
em
"S"
não
é
um
requisito
obrigatório
do
estilo
o
qual
tem
uma
ampla
variação
de
sub-‐estilos.
Se
tivermos
em
mente
que
a
maioria
dos
estilos
quando
feitos
de
forma
errada
se
tornam
Eretos
Informais
então
teremos
uma
vaga
idéia
do
que
são
as
variações
deste
estilo.
Quando
fazemos
um
bonsai
em
estilo
Inclinado
e
se
deixarmos
a
ponta
deste
se
desenvolver
muito,
então
ela
passa
a
procurar
um
equilíbrio
e
talvez,
se
não
for
modificado,
possa
virar
um
estilo
Ereto
Informal.
Há
outras
variações
no
estilo
Ereto
Informal
obtidas
através
de
combinações
com
outros
estilos
como:
Madeira
Exposta,
Tronco
fendido,
Plantado
sobre
Rocha,
Tocão,
Varrido
pelo
Vento,
Troncos
Multiplos,
Grupo
de
Árvores,
etc.
32
Segundo
BARTON
(1989)
os
bonsais
do
estilo
Ereto
Informal
combinam
com
varios
tipos
de
vasos:
circulares,
ovais,
quadrados
e
retangulares.
Entretanto,
somente
os
de
plantas
floríferas
e
frutíferas
podem
ser
decorados.
Este
estilo
utiliza
tradicionalmente
a
árvore
descentralizada,
sendo
combinado
o
lado
com
o
maior
galho
da
planta
com
o
lado
de
superfície
mais
larga
de
solo
a
fim
de
obter
a
triangulação
com
o
vaso.
Figura 13: Forma mais comum de Ereto Informal.
Figura 14: Uma variante do Ereto informal com ramos
longos com ângulos agudo próximo da inserção dos ramos.
34
A foto acima mostra um exemplar de Portulacaria afra que por não
ser totalmente reto é classificado como ereto informal.
Acima vemos uma eritrina em estilo ereto informal
36
Pinus pinea Ereto Informal aos 8 anos.
Pinus pinea Ereto Informal aos 9 anos.
3. Inclinado
(Shakan)
Como
o
nome
diz
a
árvore
tem
uma
pronunciada
inclinação
estando
a
linha
do
tronco
da
planta
ou
a
projeção
da
linha
do
tronco
(no
caso
das
retorcidas)
num
ângulo
de
11
à
45º
em
relação
à
vertical
(EDINGER,
1994).
O
bonsai
em
estilo
Inclinado
pode
dar
a
aparência
de
que
a
árvore
esta
caindo
e
para
evitar
isso
é
preciso
criar
um
contrapeso
visual
através
da
disposição
de
raízes
superficiais
no
lado
oposto
da
inclinação
do
tronco
(BARTON,
1989)
e
também
com
um
maior
volume
de
ramos
no
lado
oposto
ao
da
inclinação.
As
raízes
superficiais
aparentes
compõem
um
aspecto
tão
importante
quanto
os
ramos
na
composição
do
estilo
(EDINGER,
1994).
Um
sistema
radicular
aparente
no
lado
oposto
da
inclinação
deve
ser
bem
pesado
e
forte
assim
o
tronco
terá
uma
imagem
de
seguro,
de
"ancoramento"
por
raízes
"cabos"
(CHAN,
1993)
ou
ainda
como
uma
"mão"
agarrando
o
solo
no
lado
oposto
da
inclinação
(EDINGER,
1994).
38
Quando
a
planta
ainda
não
permite
fazer
esse
arranjo
de
raízes
o
efeito
de
equilíbrio
pode
ser
produzido
pela
ramificação,
em
especial
pelo
primeiro
ramo
inserido
próximo
ao
primeiro
1/3
da
altura
e
guiado
na
direção
oposta
à
inclinação
do
tronco,
quanto
maior
o
contrapeso
dos
ramos
contrarios
à
inclinação
e
menores
os
ramos
do
lado
inclinado
maior
será
o
efeito
de
equilíbrio
(EDINGER,
1994).
Neste
estilo
a
distribuição
de
ramos
ao
redor
do
tronco
não
tem
perfeita
simetria
radial
ou
espiral
vista
de
cima
sendo
quase
uma
distribuição
alternada
de
ramos
para
cada
lado
(EDINGER,
1994).
No
estilo
Inclinado
o
tronco
pode
ser
reto
ou
curvo
dependendo
de
cada
árvore
(BARTON,
1989),
mas
os
ramos
devem
ser
arranjados
em
camadas
horizontais
paralelas
ao
solo
ou
em
leves
inclinações
nos
exemplares
mais
grossos
(EDINGER,
1994;
CHAN,
1989)
sendo
também
desfolhados
os
ramos
na
parte
inferior
dos
ramos,
e
a
base
dos
ramos
junto
ao
tronco
também
desfolhada
(KORESHOFF,
1994).
Segundo
David
De
Groot
(comunicação
pessoal,
1998)
o
estilo
Inclinado
não
é
dos
mais
convenientes,
o
qual
confere
uma
sensação
de
fraqueza,
bem
como
a
inclinação
sugere
que
a
árvore
“se
esquiva”
do
observador.
Os
vasos
mais
indicados
são
os
ovais
e
retangulares
menos
profundos
que
o
normal
(EDINGER,
1994).
Figura 16: Bonsai no estilo Inclinado.
Figura 17: Bonsai no estilo Inclinado, iniciando numa direção e continuando noutra.
40
Ceiba erianthos em estilo inclinado.
.
O tipo mais popular do estilo Varrido pelo Vento é uma variação do estilo Inclinado,
apresentando poucos ramos no lado oposto ao da inclinação.
Há diversas outras formas combinando a “varredura” pelo vento com outros estilos
através de um desbaste de ramos e da retirada da maioria destes do lado que mais
"tomou vento", ficticiamente.
Assim podemos fazer com o estilo Ereto formal dando o formato cônico mantendo os
ramos mas bem desbastados, o mesmo com estilo Ereto Informal, com o Estilo Cascata
(que será visto mais adiante), com o estilo retorcido (mais adiante) e outros
(KORESHOFF, 1994).
O vaso usado neste estilo será o mesmo para o tipo de conformação de tronco, por
exemplo, ereto formal, inclinado etc.
Figura 18: Varrido pelo Vento na forma mais Figura 19: Varrido pelo Vento com tronco Ereto
comum, tronco inclinado. Informal.
. .
42
Figura 20: Varrido pelo Vento com tronco Ereto Formal.
.
5. Tronco
Retorcido
(Bankan)
É
considerado
o
mais
anti-‐natural
dos
estilos
tradicionais
de
bonsai,
de
tendência
chinesa,
popular
no
início
do
século
mas
pouco
aceito
nos
meios
clássicos
(LEWIS,
1993).
Entre
as
plantas
que
ocorrem
na
natureza
com
essa
conformação
estão
os
Pinus
sp
e
os
Juniperus
sp
(BARTON,
1989),
mas
é
nos
cerrados
brasileiros
que
ocorrem
diversas
espécies
de
árvores
no
estilo
retorcido
com
tronco
e
ramos
retorcidos.
O
estilo
Ramos
retorcidos
com
tronco
semelhante
ao
Ereto
Informal
foi
classificado
por
CHIDAMIAN
(1962)
como
Rankan,
entretanto
essa
denominação
não
tem
sido
encontrada
em
livros
de
outros
autores.
No
estilo
Retorcido
o
tronco
é
curvado
e
retorcido
irregularmente
(ângulos
de
90
à
10º)
,
ascendendo
às
vezes
em
espiral
ou
em
zigue-‐zague
ou
misturando
as
duas
formas
(EDINGER,
1994).
Normalmente
crescendo
inclinado
em
relação
ao
nível
do
solo,
e
nesses
casos
nos
muito
inclinados
deve-‐se
posicionar
uma
raiz
superficial
bem
proeminente
no
sentido
oposto
ao
da
inclinação
para
se
obter
o
equilíbrio
visual
(EDINGER,
1994).
Os
ramos
são
extremamente
curtos,
ralos
e
esparsos,
projetados
radialmente
das
faces
externas
das
curvas
do
tronco
(EDINGER,
1994).
Este
estilo
quando
em
idade
avançada,
ou
muito
alto,
é
comumente
interconvertido
no
estilo
Literato
(que
será
visto
mais
adiante),
a
principal
característica
que
diferencia
este
estilo
do
Literato
é
que
neste
o
primeiro
ramo
ocorre
perto
do
primeiro
1/3
da
altura
da
árvore
e
o
Literato
ocorre
no
terceiro
1/3
da
altura.
Os
vasos
mais
utilizados
neste
estilo
são
os
ovais
e
retangulares
rasos
e
os
de
moderada
profundidade
(EDINGER,
1994).
.
44
6. Literato
(Bunjingi)
Dos
estilos
de
bonsai
freqüentemente
vistos
o
Literato
é
o
que
mais
sugere
aspectos
tradicionais
chineses,
a
suavidade
e
a
leveza
das
formas
destas
plantas
nos
fazem
lembrar
as
pinturas
pitorescas
da
China,
de
rêlevo
acidentado
com
lagos
pedregosos
e
plantas
tortuosas
com
folhagem
esparsa.
Segundo
KORESHOFF
(1994)
a
denominação
Literato
advém
da
intelectualidade
que
era
cultivada
por
seus
criadores
e
praticantes
os
chamados
"wen-‐jen"
(homens
dos
livros)
que
segundo
as
tendências
da
Escola
Sulista
de
Pintura
Paisagística,
desenvolvida
na
Dinástia
Tang
(619-‐906
D.C.)
pelo
poeta-‐pintor
Wang
Wei
(759
D.C).
A
partir
daí
o
estilo
Literato
permaneceu
por
séculos
representando
a
cultura
chinesa
na
atividade
do
bonsai,
embora
haja
os
estilos
Retorcido,
Polvo
e
Horai
(que
serão
vistos
posteriormente)
também
desenvolvidos
pelos
chineses.
Entretanto
não
se
sabe
a
real
autoria
dos
estilos
e
provavelmente
haja
vários
outros
criados
pelos
chineses.
A
cultura
japonesa
ofereceu
resistência
à
difusão
do
estilo
Literato,
principalmente
por
ser
de
certa
forma
anti-‐natural
como
maioria
das
formas
retratadas
pelos
chineses
e
também
por
ser
uma
marca
registrada
da
China,
sendo
apenas
utilizada
pelos
japoneses
uma
variação
de
forma
de
planta
alta
e
esguia
com
uma
copa
altaneira
que
segundo
se
apregoa
teria
ocorrência
natural.
No
período
Edo
houve
uma
reação
ao
patronato
Militar
que
os
“Shoguns”
exerciam
no
Japão
e
como
protesto
eram
valorizados
aspectos
culturais
de
outros
países
particularmente
a
China.
Com
o
fim
do
patronato
dos
Shoguns
e
a
queda
do
período
feudal
a
cerca
de
200
anos
atrás
ocorreu
um
liberalismo
cultural
no
Japão
e
o
início
ao
desestímulo
da
valorização
das
culturas
estrangeiras
acontecendo
o
mesmo
com
o
estilo
Literato,
no
entanto
a
cidade
de
Kyoto
tornou-‐se
um
reduto
dos
monges
Zen-‐budistas
que
a
principio
trouxeram
tradições
chinesas
e
as
conservaram,
entre
estas
estava
o
estilo
Literato
de
bonsai
(KORESHOFF,
1994).
As
plantas
deste
estilo
têm
o
tronco
alongado
raramente
reto,
às
vezes
curvado
e
normalmente
sinuoso
e
angular
(KORESHOFF,
1994;
EDINGER,
1994)
na
maioria
das
vezes
as
curvas
do
tronco
têm
ângulos
de
90º
ou
menos
(BARTON,
1989).
São
arvores
esguias,
leves,
com
uma
copa
pequena,
mais
ao
alto,
ocupando
o
terceiro
terço
da
altura
da
árvore
,
têm
poucos
ramos
e
estes
são
sinuosos,
curtos,
irregularmente
distribuídos
e
com
pouca
folhagem
(KORESHOFF,
1994;
EDINGER,
1994).
É
comum
ter-‐se
o
problema
entre
bonsais
já
conformados
em
um
determinado
estilo
serem
depreciados
por
alcançarem
elevada
altura
e
por
algum
motivo
perderem
os
ramos
mais
baixos,
assim
a
reforma
para
reduzir
a
altura
não
teria
sucesso
por
não
se
poder
podar
a
parte
mais
alta
da
planta
recomeçando
com
os
ramos
mais
baixos,
por
isso
é
comum
converter
outros
estilos
em
Literato
simplesmente
fazendo
"Jins"
(corte
das
partes
mais
finas
e
descascamento
e
formação
de
madeira
exposta
tratada)
nos
galhos
nos
dois
terços
mais
baixos
da
altura
e
deixando
poucos
ramos
encurtados
e
raleados
no
terço
mais
alto
da
planta
tornando
esta
um
Literato.
Segundo
KORESHOFF
(1994)
todos
os
estilos
podem
ser
convertidos
no
Literato.
Figura 22: Estilo Literato com tronco Retorcido. Figura 23: Estilo Literato numa forma chamada
de “Testa de Deus“ (Koreshoff, 1994).
.
.
46
Figura 24: Estilo Literato com tronco em Cascata.
7. Tronco
Lascado
(Sabamiki)
É
um
.
e
stilo
baseado
nos
efeitos
dos
trovões
nas
árvores
quando
estes
não
as
matam.
O
estilo
Tronco
Lascado
pode
ser
combinado
a
qualquer
estilo
de
conformação
de
tronco
(Ereto
formal,
Ereto
Informal,
Inclinado,
cascata,
etc.)
a
fim
de
aumentar
o
efeito
de
idade
em
geral
junto
com
o
estilo
Madeira
Exposta
(que
será
visto
mais
adiante)
ou
para
separar
ramos
formando
um
conjunto
de
Troncos
Múltiplos
(um
estilo
que
será
visto
mais
adiante).
Uma
variação
muito
usada
neste
estilo
é
o
Tronco
Ôco
que
na
verdade
é
uma
conjunção
com
o
estilo
Madeira
Exposta
pelo
entalhe
que
deve
ser
dado
após
retirar-‐se
uma
lasca
de
um
ramo,
o
Tronco
Ôco
é
formado
na
natureza
quando
um
ramo
lascado
após
muito
tempo
se
decompõe
ficando
difícil
a
planta
fechar
o
buraco
grande
porque
os
restos
do
ramo
ficaram
muito
tempo
ali,
mas
num
futuro,
mesmo
que
demore
vários
anos
as
bordas
do
buraco
se
encontrarão
e
este
será
fechado.
Para
a
execução
de
um
Tronco
Ôco
nos
selecionamos
um
ramo
lateral
(para
que
fique
difícil
de
acumular
água
no
buraco
o
que
não
aconteceria
se
fosse
um
ramo
de
topo)
baixeiro
o
mais
grosso
da
planta,
retiramos
este
e
fazemos
uma
pequena
escavação
com
um
pequeno
formão
curvo
no
interior
do
tronco
e
em
seguida
passamos
um
“selador”
para
que
não
haja
apodrecimento
ou
a
entrada
de
um
patógeno
pelo
corte
(LEWIS,
1993).
Os
chamados
seladores
podem
ser
de
vários
tipos,
e
servem,
principalmente
para
evitar
que
a
água
saia
muito
rápido
da
madeira,
causando
a
morte
da
planta.
Podemos
usar
substâncias
oleosas
como
vaselina
em
pasta
ou
óleo
emulsionável,
se
pode
ser
até
óleo
de
cozinha,
só
que
este
último
embolora
mais
fácil
que
os
demais.
Entre
4
e
6
meses
a
substância
oleosa
terá
se
desidratada
com
o
sol
então
passamos
uma
lixa
fina
para
conferir,
se
após
a
madeira
ficar
sequinha,
podemos
passar
o
líquido
para
Jin,
do
contrário
se
a
lixa
agarrar
ou
ficar
com
uma
massa
de
pó
de
serra
e
óleo,
então
devemos
esperar
mais
alguns
meses
para
passar
o
líquido
para
Jin,
que
será
visto
no
estilo
a
seguir.
48
Somente
os
ramos
de
baixo
são
deixados
e
modelados,
os
de
cima
são
retirados
junto
com
a
maioria
da
copa,
o
tronco
podado
é
então
entalhado
a
fim
de
criar
um
ápice
fino
e
os
ramos
artificiais.
No
novo
topo
são
descascados
os
ramos
que
já
haviam,
a
fim
de
parecerem
lascados
por
raios
e
conformados
de
forma
cônica
(jin)
e
então
a
casca
do
tronco
é
retirada
em
faixas
irregulares
geralmente
em
espiral
em
volta
do
tronco,
ou
em
linha
reta.
É
bom
lembrarmos
que
as
faixas
de
casca
deixadas
levam
a
seiva
elaborada
pela
fotossíntese
das
folhas
dos
ramos
vivos
para
as
raízes.
Curiosamente
os
antigos
japoneses
e
chineses
já
sabiam
que
as
folhas
mandavam
nutrientes
para
as
raízes
através
da
casca,
e
a
água
e
os
adubos
absorvidos
pelas
raízes
subiriam
por
dentro
da
madeira.
Depois
de
seca
a
madeira
é
tratada
com
o
líquido
para
"Jin"
(descrito
neste
ítem
mais
adiante).
Todo
esse
processo
é
feito
gradativamente,
se
for
retiradas
tiras
grandes
de
uma
só
vez
pode
haver
muita
perda
de
água
pelo
corte
e
em
consequência
disso
a
morte
da
planta,
rápida
ou
lenta.
Quando
vamos
transformar
um
arbusto
do
jardim
em
bonsai
devemos
ir
descascando
a
planta
aos
poucos,
tirando
uma
faixa
a
cada
2
meses,
enquanto
ela
vai
crescendo
no
solo,
para
que
a
parte
aérea
ainda
permaneça
com
fortes
raízes
e
bem
nutridas
pela
terra,
e
se
recupere
rapidamente
dos
ferimentos
que
estamos
lhe
fazendo.
E
após
passado
o
líquido
para
Jin
é
que
será
retirada
outra
faixa
de
casca
a
fim
de
dar
mais
chance
da
planta
se
recuperar.
Depois
de
feito
o
trabalho
esperamos
mais
alguns
meses,
e
então
transferimos
a
planta
com
um
torrão
de
terra
ainda
grande
(cerca
de
60
X
25
cm),
a
principio
para
uma
bacia
plástica
com
um
solo
novo
ao
seu
redor,
ficando
nesta
por
cerca
de
1
ano,
recebendo
adubação
dissolvida
quinzenalmente.
Após
o
que
será
transferida
para
o
vaso
raso,
no
início
da
primavera
e
num
período
chuvoso.
Como
citado
anteriormente
o
estilo
Madeira
Exposta
é
freqüentemente
acompanhado
de
Jins
que
são
os
lascamentos
das
pontas
dos
ramos
e
às
vezes
o
Tronco
Lascado.
O
descascamento
do
ramo
todo
implica
na
morte
deste
e
se
a
conformação
do
ramo
não
estiver
do
agrado
este
ainda
pode
ser
modelado
enquanto
"verde",
isto
é,
mole
porque
posteriormente
quando
ele
secar
irá
endurecer
de
vez
(KORESHOFF,
1994).
Na
execução
de
um
shari
(madeira
exposta)
devemos
lembrar
que
o
descascamento
completo
no
sentido
horizontal
provoca
a
interrupção
da
passagem
da
seiva
elaborada
das
folhas
e
não
descendo
até
as
raízes
a
planta
toda
morrerá,
assim
devem
ser
retiradas
tiras
inclinadas
em
espiral
na
volta
do
tronco
até
próximo
do
nível
do
solo
uma
vez
que
no
solo
o
líquido
para
Jin
não
poderá
exercer
proteção
à
madeira
no
solo
por
causa
da
maior
atividade
dos
fungos
e
porque
o
sal
do
produto
iria
se
difundir
gradativamente
na
solução
do
solo
não
protegendo
bem
e
fazendo
mal
a
planta.
A
melhor
época
do
ano
é
o
verão
porque
a
casca
se
solta
mais
facilmente
com
os
tecidos
cheios
de
àgua
(LEWIS,
1993).
Após
60
dias
da
retirada
da
casca
passa-‐se
o
liquido
para
Jin.
Segundo
BARTON
(1989)
o
líquido
para
Jin
pode
ser
feito
de
forma
caseira
da
seguinte
forma:
arrume
um
pequeno
fogareiro
e
disponha-‐o
num
ambiente
externo
(o
cheiro
do
produto
pode
fazer
mal
à
saúde)
coloque
800
ml
de
água
e
60
g
de
cal
virgem
numa
jarra
(entretanto
o
alumínio
e
o
ferro
devem
ser
evitados,
pode
ser
de
aço
inox,
àgata,
vidro
ou
teflon)
e
ponha
no
fogo,
após
a
fervura
vá
adicionando
lentamente
85
g
de
enxofre
em
pó
e
agitando,
mantenha
na
fervura
até
que
o
líquido
adquira
a
coloração
marrom
amarelada
(procure
não
respirar
o
vapor).
Após
esfriar
separe
o
líquido
do
pó
passando
o
caldo
através
de
uma
peneira
fina
e
guarde
o
líquido
num
vidro
com
uma
etiqueta
indicando
que
é
veneno.
Armazene
a
embalagem
fora
do
alcance
de
crianças
e
animais,
quando
manusear
o
líquido
faça-‐o
em
ambiente
externo
e
de
costas
para
o
vento.
Figura 25: Árvore com tronco Retorcido apresentando madeira exposta (shari) e jins,
plantada sobre um vaso que imita uma rocha.
.
50
NOTA:
Embora não seja citado em nenhum dos livros e revistas revisadas a madeira
exposta é um ferimento perigoso. Por ela entram fungos decompositores, muitos tipos de
brocas e cupins, que após anos ou décadas desmancharão a madeira. O tratamento com
sulfeto de cálcio tem apenas preservado a casca externa, ficando o interior livre para o
ataque de fungos. A madeira exposta deve ser evitada o máximo possível porque na
verdade é uma condenação a morte, em anos, ou décadas.
KORESHOFF
(1993)
considera
este
estilo
o
mais
difícil
de
se
alcançar
êxito
por
não
obterem
o
balanceamento
e
o
equilíbrio
correto.
Teoricamente
após
o
"acidente"
que
deixou
a
planta
nessa
posição
esta
passa
a
engrossar
mais
as
raízes
basais
e
a
região
da
torção
a
fim
de
garantir
a
sua
estabilidade
e
se
manter
agarrada,
além
disso
os
ramos
laterais
passam
a
ter
um
novo
sentido
de
crescimento
e
não
formando
mais
folhagem
na
face
inferior
dos
ramos
laterais
e
do
principal.
O
fato
da
planta
estar
inclinada,
semelhante
ao
estilo
Inclinado,
esta
é
induzida
a
produzir
uma
ou
mais
raízes
grossas
no
sentido
contrario
da
inclinação,
numa
tentativa
de
se
evitar
uma
nova
queda,
além
disso
rente
ao
paredão
ela
também
tem
uma
tendência
a
produzir
uma
ou
mais
raízes
no
sentido
da
queda
para
evitar
um
escorregamento
(KORESHOFF,
1993).
KORESHOFF
(1993)
também
afirma
que
com
o
tempo
a
árvore
produz
a
chamada
"cabeça
de
contrabalanceamento"
que
seria
o
primeiro
ramo,
que
após
a
queda
passa
a
crescer
mais
por
ser
mais
beneficiado,
pois
além
de
receber
mais
nutrientes
nessa
posição
este
ainda
recebe
mais
hormônios
da
raiz
do
que
na
posição
ereta,
e
passa
a
fazer
peso
mais
próximo
das
raízes
e
puxando
o
centro
de
gravidade
para
cima
dando
mais
estabilidade
à
árvore.
Para
a
execução
deste
estilo
os
pinheiros
são
os
mais
adequados
principalmente
por
sua
folhagem
pequena
facilitar
as
despontas
dos
brotos
e
porque
também
a
copa
fica
mais
visível.
Devemos
iniciar
com
plantas
jovens
com
o
caule
ainda
bem
flexível
próximo
à
base
para
que
possamos
fazer
uma
boa
curvatura
para
baixo,
além
disso,
nós
conseguimos
o
efeito
de
profundidade
fazendo
sinuosidades
com
o
tronco
em
diversos
sentidos.
As
regras
para
localização
dos
ramos
são
as
mesma
dos
estilos
anteriores,
ficando
estes
na
face
externa
das
curvas
do
tronco,
mais
dispersos
próximos
à
base
da
planta,
e
desfolhados
junto
ao
tronco
e
na
face
inferior.
Figura 26: Meia cascata tendo uma cabeça de contrabalanceamento, no caso é o
primeiro ramo.
.
52
Figura 27: Meia cascata com a cabeça de contrabalanceamento a 2/3 do comprimento do
tronco.
10. Cascata
Plena
(Kengai)
Este
.
estilo
tem
suas
origens
com
os
chineses
os
quais
particularmente
detêm
as
principais
técnicas
e
conseguem
captar
o
sentimento
e
a
poética
que
envolve
a
elaboração
deste
estilo.
Segundo
KORESHOFF
(1993)
os
japoneses
freqüentemente
deixam
a
Cascata
"forrada"
de
folhagem
formando
um
tronco
com
poucos
ângulos
e
obtendo
o
aspecto
geral
de
"rabo",
além
disso
muitas
vezes
são
vistas
plantas
com
mais
de
um
"rabo".
Na
formação
do
bonsai
em
Cascata
o
ângulo
da
linha
do
tronco
deve
estar
entre
30
e
90º
abaixo
da
horizontal,
a
planta
deve
sair
próxima
da
parede
do
vaso
para
dar
uma
idéia
de
instabilidade;
os
primeiros
ramos
quando
sobre
o
vaso
formam
um
triângulo
semelhante
à
uma
"cabeça
de
contrabalanceamento"
vista
no
estilo
Semi-‐cascata
entretanto
aqui
é
formado
em
geral
por
3
ramos
(sendo
um
dos
variantes
do
estilo).
O
tronco
deve
ter
várias
curvas
em
zigue-‐
zague
irregular,
sendo
que
após
a
primeira
curva
a
segunda
deve
ter
o
ângulo
mais
agudo,
entre
30
e
45º.
Os
ramos
devem
ser
afastados
uns
dos
outros
sendo
que
os
maiores
ficam
do
lado
externo
das
curvas,
são
desfolhados
junto
ao
tronco
e
na
face
inferior,
com
um
crescimento
quase
paralelo
ao
solo
(KORESHOFF,
1993).
Segundo
KORESHOFF
(1993)
há
poucas
variações
neste
estilo,
uma
delas
se
refere
a
utilização
da
cabeça
de
contrabalanceamento
(que
para
os
chineses
seria
o
nevoeiro
que
ascende
da
cascata)
com
2
tipos
de
cascata,
uma
formando
um
ângulo
de
90º
,
como
se
viesse
despencando
de
uma
vez,
chamada
de
"Cascata
Plena
Formal";
e
outra
formando
um
ângulo
de
45
º
com
a
horizontal,
em
que
a
“água
viria
rebatendo
nas
pedras”,
chamada
de
"Cascata
Plena
Informal".
Uma
outra
variante
se
refere
a
uma
árvore
sem
cabeça
de
contrabalanceamento
com
um
ângulo
de
cerca
de
90º
com
a
horizontal,
tendo
o
tronco
muito
sinuoso
de
vários
ângulos
agudos,
nodoso,
com
jins
e
sharis,
pouco
ramificado
e
enfolhado,
chamado
de
"Cascata
Pendurada
no
Precipício".
As
plantas
mais
indicadas
para
se
aplicar
este
estilo
são
as
de
folhas
pequenas
especialmente
os
pinheiros
numa
fase
que
ainda
estejam
flexíveis
para
se
executar
todas
as
curvas
características
do
estilo,
plantas
como
Juniperus
horizontalis
e
J.
procumbens
que
são
rasteiras
e
estão
entre
as
plantas
que
formam
Cascata
praticamente
sozinhas
bastando
fazer-‐se
as
curvas,
mas
estas
têm
um
lento
engrossamento
de
tronco.
Outras
como
J.
chinensis
'Torulosa'
(Kaizuka,
entre
as
mais
bonitas
para
se
executar
o
estilo
Cascata),
Cupressus
lusitanica
(o
cedrinho)
não
são
rasteiras
mas
são
flexíveis
por
vários
meses
o
que
facilita
a
modelagem
de
curvatura
e
sinuosidade
e
respondem
muito
bem
ao
engrossamento
forçado
com
arames
(que
será
visto
mais
adiante).
Os
vasos
mais
adequados
para
o
estilo
Cascata
são
de
profundidade
média
a
alta,
redondos,
quadrados,
hexagonais
ou
octagonais,
sempre
com
os
lados
iguais.
Os
vasos
profundos
não
são
obrigatórios,
mas
podem
ser
utilizados
com
plantas
muito
longas,
mas
nesses
se
torna
necessário
fazer
um
sistema
de
drenagem
mais
eficiente
tendo
mais
pedriscos,
porque
a
água
tende
a
ficar
parada
no
fundo
dos
vasos
profundos
(KORESHOFF,
1993).
Figura 28: Tronco em cascata plena formal. Figura 29: Tronco em cascata plena informal.
. .
54
11. Vassoura
(Hokidachi)
Este
estilo
tem
essa
denominação
por
ser
conformado
a
uma
vassoura
curta
ou
a
um
abanador
de
pó.
É
um
estilo
que
tem
como
característica
principal
uma
grande
quantidade
de
ramos
muito
finos
originários
de
2
ou
3
ramos,
além
disso
o
tronco
deve
ser
perfeitamente
ereto
e
sem
calosidades,
todas
as
raízes
aparentes
devem
ser
do
mesmo
diâmetro
e
uniformemente
distribuídas
ao
redor
da
base
do
tronco
(KORESHOFF,
1993;
EDINGER,
1994).
É
um
estilo
considerado
difícil
por
BARTON
(1989)
e
KORESHOFF
(1993),
por
serem
características
estilísticas
difíceis
de
serem
mantidas,
sendo
evitados
o
uso
de
arames
para
não
marcar
nem
deformar
o
tronco.
É
um
estilo
mais
adequado
à
plantas
decíduas
como
bordos
(Acer
spp.),
castanhas
japonesas
(Zelkova
spp.)
e
as
correspondentes
brasileiras
seriam
o
jequitibá
rosa
(Cariniana
legalis),
ipês
(Tabebuia
spp.),
etc.
Há
também
muitas
árvores
brasileiras
que
não
são
decíduas
mas
perenifolias
que
frequentemente
adquirem
o
estilo
Vassoura
na
natureza
são:
laranja
japonesa
(Fortunella
spp),
jaboticabeira
(Myrciaria
trunciflora),
uvaia
(Eugenia
pyriformis),
e
várias
outras
frutíferas
citadas
anteriormente.
Na
formação
de
plantas
no
estilo
Vassoura
dificilmente
se
encontra
plantas
com
uma
ramificação
abundante
expontânea
e
a
baixa
altura
(20
à
25
cm
do
solo)
e
o
tronco
ereto,
exceto
a
uvaia.
BARTON
(1989)
e
KORESHOFF
(1993)
indicam
como
formação
de
plantas
no
estilo
Vassoura
iniciar
com
uma
planta
ereta
e
retilínea
com
um
diâmetro
mínimo
de
2
cm
podado
antes
da
brotação
da
primavera,
entre
20
e
25
cm
do
solo
em
dois
cortes
dando
uma
conformação
em
"V",
assim
garantirá
uma
ramificação
abundante
com
um
vigor
mais
equilibrado
entre
os
ramos,
posteriormente
esses
ramos
serão
podados
durante
o
ano
para
evitar
a
dominância
e
o
alongamento
exagerado
e
após
o
final
das
dormência
antes
do
início
da
brotação
primaveril
realizamos
a
poda
de
formação
que
será
um
pouco
acima
da
do
inverno
anterior
deixando
3
gemas
em
cada
ramo
e
assim
por
anos
sucessivos
até
que
se
tenha
obtido
abundância
de
ramos
numa
forma
compactada.
Os
vasos
utilizados
neste
estilo
são
os
ovais.
Figura 30: Estilo Vassoura. Jequitibá Rosa (11 anos) no estilo
vassoura
12.
.
Horai
É
considerado
por
KORESHOFF
(1993)
um
dos
estilos
mais
.
exagerados
de
bonsai,
obtido
basicamente
fazendo-‐se
muitas
curvas
e
ângulos
(entre
90
e
0º)
e
seguindo
uma
formula
de
amarração
(veja
figura
35).
A
folhagem
pode
ser
esparsa
ou
densa,
mais
distribuída
ou
concentrada
nos
ápices
dos
ramos.
Este
estilo
foi
envolvido
no
passado
por
um
misticismo
criado
a
principio
para
a
conformação
do
"Dragão"
(figura
34)
tratado
até
com
mais
respeito
e
veneração
que
os
demais
estilos
foi
há
mais
de
2
séculos
o
estilo
comercial
mais
produzido
no
Japão.
56
Figura 31: Estilo Horai antigo chamado de o “Místico Dragão“.
.
Figura 32: Procedimento para execução Figura 33: Estilo Horai praticado em
do estilo Horai.
jardins chineses.
.
.
13. Raiz
Exposta
(Neagari)
Neste
estilo
os
aspectos
diferenciados
de
raízes
das
plantas
são
cuidadosamente
expostos
como
ocorre
na
natureza
quando
erosões
ou
desbarrancamentos
provocam
a
saída
do
solo
que
envolvia
as
raízes
mas
como
esta
ainda
obtém
sustentação
prossegue
no
seu
ritmo
de
crescimento
induzindo
a
um
reforço
na
estrutura
das
raízes.
Há
vários
tipos
de
plantas
que
naturalmente
ocorrem
neste
estilo
como
as
árvores
de
mangue,
por
exemplo
a
Avicinia
tomentosa
que
cresce
suspensa
sobre
a
água
do
mar,
temos
também
plantas
de
charcos
e
brejos
que
desenvolvem
raízes
suspensas
para
melhorar
o
equilíbrio
da
árvore
como
Pandanus
spp
e
outras
tropicais,
e
não
podemos
esquecer
das
árvores
do
gênero
Ficus
spp
são
conhecidas
por
suas
raízes
tabulares
que
auxiliam
na
sustentação
de
seus
longos
ramos
emitindo
destes
raízes
até
o
solo
que
após
engrossadas
funcionam
como
escoras.
Segundo
KORESHOFF
(1993)
a
exposição
das
raízes
normalmente
fica
entre
a
metade
e
2/3
da
altura
total
da
planta.
Este
é
um
estilo
de
conformação
de
raízes
que
pode
ser
combinado
com
os
diversos
tipos
de
conformação
de
tronco
vistos
anteriormente.
Considerando
a
altura
global
da
planta
devemos
treinar
árvores
com
tronco
mais
baixo
para
que
possamos
ao
descobrir
as
raízes
e
ter
ainda
uma
planta
“baixa”
dentro
do
padrão
de
altura
desejado,
isto
é,
devemos
ter
em
mente
que
a
altura
da
raiz
que
será
exposta
já
esta
somada
a
altura
da
árvore.
Basicamente,
o
processo
de
formação
deste
estilo
é
o
mesmo
que
ocorre
na
natureza,
nós
“erodimos”
a
parte
superficial
do
solo
de
uma
muda
previamente
já
formada
(de
copa
baixa,
bem
esgalhada)
e
colocamos-‐a
de
molho
em
água
e
então
desmanchamos
lentamente
o
solo
de
cima
para
baixo,
observando
se
há
suficiente
número
de
raízes
grossas
preferencialmente
abertas
para
o
lado,
como
pernas
de
“aranha”,
então
retiramos
as
raízes
mais
finas
e
plantamos
o
restante
ao
nível
de
cerca
de
5
cm.
58
Figura 34: Estilo Raiz Exposta.
Podemos
criar
tipos
mais
exóticos
de
raízes
expostas
pegando
mudas
jovens
com
raízes
flexíveis
desmanchamos
o.
t
orrão
e
abrimos
as
raízes
ao
redor
de
uma
pedra
em
formato
de
meia
esfera
com
15
à
30
cm
de
diâmetro,
plantamos
todo
o
conjunto
dentro
de
um
recipiente
enterrando
a
pedra
com
as
raízes
sobre
esta,
após
uns
2
anos
retiraremos
o
conjunto
e
verificamos
se
as
raízes
engrossaram
o
suficiente
para
aquentar
o
peso
da
copa
se
estiverem
finas
voltamos
o
conjunto
mas
com
um
solo
novo,
e
após
um
ano
lavamos
a
terra
de
novo
e
confirmamos
que
as
raízes
engrossaram
então
lavamos
toda
a
terra
da
parte
das
raízes
que
serão
expostas
e
retiramos
cuidadosamente
as
raízes
finas
porque
secam
e
dão
um
aspecto
ruim
à
planta,
após
isso
plantamos
a
planta
deixando
cerca
de
5
cm
do
torrão
com
um
pouco
de
terra
e
completamos
no
vaso
com
terra
nova.
Existem
plantas
fáceis
de
fazer
raízes
expostas
como
as
espécies
de
Ficus
spp,
paineira
comum
(Ceiba
spp),
Schefflera
sp,
e
outras;
há
as
que
quando
adquiridas
meio
grandes
após
uma
poda
podem
ter
as
raízes
descobertas
para
reduzir
a
altura
da
planta
como
Callistemum
spp,
jaboticabeira
Sabará,
Ligustrum
spp
e
outras;
há
ainda
as
demoradas
em
produzir
o
engrossamento
das
raízes
que
seriam
por
exemplo
a
paineira
argentina
(Ceiba
erianthus),
a
árvore
de
jade
(
Crassula
spp)
e
vários
tipos
de
Tuias
(
Chamaecyparis
spp)
como
a
‘Pássaro
azul’
que
produzem
uma
grande
quantidade
de
raízes
em
forma
de
cabeleira
bem
finas
e
demoram
anos
para
engrossar
algumas
destas
raízes,
normalmente
podemos
acelerar
o
engrossamento
plantando
estas
no
chão
mas
como
uma
superfície
plana
embaixo
para
que
as
raízes
não
se
aprofundem
depois
arrancamos
esta
e
voltamos
ao
vaso
raso
(com
as
técnicas
de
transplante
já
citadas
anteriormente),
ou
ainda
podemos
engrossar
as
raízes
mantendo
as
plantas
em
recipientes
bem
largos
mas
rasos,
como
uma
lata
de
18
litros
cortada
ao
meio
no
sentido
do
comprimento
e
com
um
solo
bem
adubado,
ou
melhor
ainda,
essas
bacias
plásticas
grandes.
.
60
.
.
Na
natureza
àrvores
que
crescem
nesse
estilo
frequentemente
exibem
significantas
partes
do
tronco
mortas,
os
sharis
(EDINGER,
1993)
o
que
se
obtem
nos
exemplares
de
mais
idade
arrancando
cuidadosamenre
a
casca
do
tronco
espiraladamente
para
sugerir
um
torcimento
(BARTON,
1989).
Nos
exemplares
jóvens
e
flexíveis
pode
se
retorcer
a
haste
longitudinalmente
após
o
enrolamento
de
alguns
arames.
Nos
exemplares
de
mediana
idade
podemos
enrolar
arames
mais
grossos,
em
dupla
ou
em
trio,
paralelos
mais
com
uma
faixa
livre
pela
qual
a
seiva
vai
circular
e
aumentar
consideravelmente
em
espessura
e
após
1
à
3
anos
retiramos
os
arames
e
teremos
uma
fenda
em
espiral
sem
casca.
Figura 37: Planta em estilo Literato com Figura 38: Estilo Ereto Informal com
Cascata Retorcida. Cascata Retorcida.
. .
62
Estilos
com
Troncos
Multiplos
.
Portulacaria afra em estilo Tronco duplo, sendo um Formal e outro
Inclinado
.
64
Figura 40: Tronco duplo, sendo um em estilo retorcido e outro inclinado.
16. Tronco
Multiplo
(Kabudachi)
.
Este
estilo
é
caracterizado
por
ter
diversos
troncos
surgindo
a
partir
de
um,
assim
uma
regra
a
ser
seguida
é
que
o
número
de
troncos
que
se
formam
na
base
é
em
número
ímpar,
estes
devem
ter
conformações
diferentes
e
não
devem
intercruzar
ou
encobrir
a
visão
de
outro.
Devemos
distribui-‐los
bem
tridimensionalmente
ao
redor
do
vaso,
mante-‐los
com
alturas
diferentes
e
dando
ao
conjunto
um
aspécto
quase
triângular
visto
de
lado
ou
cônico
visto
de
cima.
Figura 41: Planta no estilo tronco múltiplo.
.
.
66
17. Raiz
Conectada
(Netsunari)
Este
estilo
ocorre
na
natureza
após
a
queda
e
sobrevivência
de
uma
árvore,
assim
conforme
a
conformação
que
a
planta
tinha,
se
era
uma
àrvore
meio
reta
e
alta
pode
originar
a
chamada
“linha
de
árvores”
a
partir
de
uma
única.
Se
a
àrvore
que
caiu
era
alta
e
sinuosa
esta
recebe
o
nome
de
estilo
“sinuoso”,
outras
variações
são
possíveis
mas
pouco
comuns,
embora
possamos
fazer
combinações
diversas
com
outros
estilos
como
crescimento
sobre
rochas,
misturas
de
estilos
como
ereto
informal
com
retorcido
e
uma
ponta
em
semi-‐cascata
(embora
seja
difícil
dar
beleza
estética
com
naturalidade
ao
conjunto).
As
árvores
que
custumam
brotar
pelas
raízes
são
as
mais
indicadas
para
se
executar
este
estilo,
tais
como:
ligustrinho,
pitanga
e
serissa
(além
de
outras).
Figura 42: Estilo Raiz Conectada.
.
Ficus Retusa estilo Raiz Conectada.
Figura 43: Estilo Balsa com ramos formando uma estrutura de madeira forrando o solo.
.
68
Eugenia mattosii sendo treinada para o estilo Balsa. Eugenia mattosii n o estilo Balsa.
. .
Figura 44: Execução de um estilo balsa com árvore reta, inicia-se pela retirada dos ramos
que ficarão amassados, é aconselhável o tratamento com um selador ou uma pasta de
dentes branca aguarda-se uns 5 minutos para que seque então podemos enterrar
parcialmente.
.
Para
sua
execução
precisamos
estudar
os
hábitos
das
plantas
a
qual
faremos
o
bosque
para
se
saber
entre
outras
coisas
se
as
plantas
ocorrem
mais
retilíneas
em
bosque
ou
se
ocorrem
as
inclinadas,
mas
de
forma
geral
as
plantas
em
bosques
são
mais
retilíneas,
sendo
retorcidas
quando
em
montanhas
e
rochas
e
em
grupos
pequenos.
Como
em
grupo
a
competição
por
nutrientes
e
adubos
é
mais
acirrada
nos
devemos
formar
as
plantas
por
alguns
anos
ou
comprarmos
algumas
pré-‐bonsai
e
juntarmos
no
momento
da
execução.
Para
a
formação
de
um
bosque
devemos
sempre
que
possível
utilizarmos
espécies
menores
proporções,
será
tanto
melhor
o
bosque
quanto
menor
forem
as
folhas.
O
número
de
plantas
num
grupo
é
sempre
ímpar,
excetuando
as
duplas.
A
maior
e
mais
grossa
planta
deve
ser
localizada
próxima
ao
centro
uma
vez
que
a
triangulação
dos
ramos
com
as
extremidades
do
vaso
continua.
Uma
boa
dica
para
tentar
dar
um
bom
astral
ao
seu
bosque
é
imaginarmos
que
as
plantas
estão
num
baile
e
embora
sejam
fisicamente
diferentes
estão
dando
os
mesmos
passos
de
dança
quase
sincronizados.
Na
maioria
dos
livros
não
citam
regras
quanto
aos
tipos,
mas
maioria
dos
bosques
são
de
uma
única
espécie,
provavelmente
se
deve
por
serem
espécies
de
clima
temperado
e
as
formações
são
de
uma
única
espécie.
70
.
Figura 46: Grupo de 2 no estilo Figura 47: Grupo de 5 no estilo
Literato. Informal.
. .
Mirindiba Rosa no estilo Bosque (Grupo).
.
.
72
Introdução
Para
as
plantas
o
solo
supre
a
sustentação
física
e
química,
fisicamente
é
o
solo
que
mantém
a
planta
em
pé
e
quimicamente
a
planta
retira
do
solo
os
sais
minerais
que
esta
utiliza
para
produzir
seu
alimento
através
da
fotossíntese.
Os
sais
minerais
no
solo
podem
estar
livres
na
água
que,
corre
entre
os
grãos
do
solo,
ou
então,
presos
nesses
grãos
por
magnetismo.
Os
sais
minerais
têm
carga
elétrica,
como
se
fossem
pó
de
imã,
por
isso
grudam
no
grão
da
argila,
húmus
ou
vermiculita,
que
também
possuem
carga
elétrica.
A
areia
não
possui
carga
elétrica
por
isso
não
fixa
os
nutrientes,
somente
servindo
para
estruturação
e
aeração
solo
por
separar
os
grãos
de
argila
que
podem
empedrar
durante
o
ressecamento.
As
raízes
das
plantas
possuem
dois
tipos
de
absorção
a
passiva
e
a
ativa.
Na
passiva
a
raiz
não
precisa
fazer
nada
para
absorver
os
sais
minerais
que
entram
pela
sua
"pele",
sozinhos.
A
absorção
ativa
é
bem
mais
complexa,
para
que
ela
ocorra
bem
são
necessários
varios
itens:
a
planta
absorve
os
nutrientes
gastando
energia
por
isso
esta
precisa
estar
bem
nutrida,
ter
a
luminosidade
adequada
para
a
espécie,
e
ter
no
solo
todos
os
nutrientes
na
proporção
certa,
se
um
faltar
ou
exceder
demais
um,
ou
mais,
destes
a
planta
terá
problemas.
Esses
problemas
são
denominados
“Deficiências
Nutricionais”.
A
maioria
das
vezes
os
três
não
ocorrem
sozinhos
o
que
inclusive
seria
prejudicial
a
planta,
quando
acontece
a
predominância
de
um
destes
elementos
o
solo
então
recebe
uma
das
três
denominações
ou
uma
mistura,
por
exemplo
argilo-‐arenoso,
ou
argilo-‐húmico.
Areia
Este
é
o
constituinte
que
promove
a
aeração,
principalmente
quando
ocorre
em
grãos
maiores,
por
isso
a
areia
grossa
é
colocada
pura
sobre
a
tela
de
drenagem
que
tampa
o
fundo
do
vaso.
Também
é
utilizada
em
grânulos
grossos
no
enraizamento
de
estacas
por
sua
elevada
aeração,
mesmo
sob
muita
irrigação
a
quantidade
de
oxigênio
permanece
elevada
favorecendo
assim
o
enraizamento
das
estacas.
74
Os
espaços
grandes
que
existem
entre
os
grãos
de
areia
são
denominados
macroporos,
estes
permitem
que
o
ar
e
a
água
entrem
e
saiam
rápido
do
solo.
Convém
frisarmos
que
na
maioria
dos
livros
de
bonsai
são
utilizados
solos
arenosos,
com
cerca
de
90%
de
areia
e
10%
de
matéria
orgânica.
Mas,
semelhante
ao
que
ocorre
à
hidropônia
estas
plantas
são
irrigadas
com
solução
nutritiva,
ou
seja,
adubos
dissolvidos
na
água
da
rega,
uma
vez
que
a
areia
não
retém
os
nutrientes.
Além
disso,
existem
outros
autores
que
utilizam
esfagnum
na
mistura
com
areia.
Outros
ainda,
usam
argila
tamisada,
que
são
como
se
fosse
argila
passada
em
peneiras
e
então
queimadas
em
forno,
formando
bolinhas
de
barro
de
diversos
tamanhos
imitando
grãos
de
areia
que
substituem,
simultaneamente,
os
de
areia
pela
estrutura
física,
e
os
de
argila
pela
retenção
dos
nutrientes.
A
areia
é
também
usada
com
peso,
pela
sua
densidade,
quando
colocada
em
vasos
pequenos
reduz
um
pouco
o
tombamento
dos
vasos
por
ventos.
Sob
o
solo
a
areia
é
muito
mais
quente
do
que
a
terra
e
esta
mais
quente
do
que
os
substratos
orgânicos,
estressando
algumas
e
matando
outras.
Sob
temperaturas
baixas
ela
também
é
bem
mais
fria
que
outros
materiais
usados
em
vasos.
Areia – macro poros preenchido com a solução do solo.
.
Argila
É o constituinte que promove a nutrição e estruturação, mas com uma fraca
aeração, por isso algumas plantas podem morrer na época de chuva se forem plantadas
em argila pura.
Há
muitos
tipos
de
argila
conforme
a
rocha
e
o
clima
que
deu
origem
ao
solo,
e
em
razão
disso
existem
vários
níveis
de
fertilidade,
de
empedramento
e
de
pH.
As
principais
propriedades
das
argilas
no
solo
são:
(1)
a
retenção
magnética
dos
fertilizantes
que
esta
pode
“segurar”
e
não
deixar
que
a
água
os
“arraste”
para
fora
do
vaso;
e
(2)
a
capacidade
dos
microporos
de
reter
água
por
mais
tempo
e
não
deixa-‐la
evaporar
facilmente.
Troca
Iônica
Quando
se
coloca
um
sal
na
água
este
se
divide
formando
dois
“’íons”.
Por
exemplo,
o
salitre
do
Chile
quando
o
dissolvemos
para
regar
as
plantas:
Na
K -‐ -‐ Mg
-‐ -‐
-‐
-‐ -‐
Ca
-‐ -‐
Ca
K
76
.
A
figura
acima
mostra
a
argila
com
cargas
negativas,
de
forma
semelhante
ao
imã,
esta
retém
os
íons
positivos,
que
são
constituintes
dos
fertilizantes.
A
figura
acima
mostra
os
microporos,
pelos
quais
a
água
e
o
ar
passam
mais
lentamente.
Com
o
tempo
estas
poros
ainda
se
tornam
cada
vez
menores
ficando
o
solo
compactado
e
duro
como
“tijolo”.
Os
adubos
são
substâncias
salinas,
e
os
sais,
quando
na
água,
se
dividem
em
duas
moléculas.
Uma
com
carga
positiva,
que
é
chamada
de
cátion,
e
outra
com
carga
negativa,
chamada
de
ânion.
A
característica
química
classifica
as
argilas
pela
quantidade
de
cátions
que
esta
pode
reter,
e
posteriormente,
“trocar”
com
a
raiz
da
planta,
é
chamada
Capacidade
de
Troca
de
Cátions,
ou
CTC.
Este
índice
nos
mostra
quantos
íons
esta
pode
reter,
e,
desse
modo,
nos
mostrar
como
é
a
fertilidade
desse
solo.
Um
íon
pode
ser
trocado
por
outro
se
este
tiver
sido
lavado
pela
chuva
ou
adquirido
pela
raiz,
vejamos
qual
é
a
hierarquia
dos
cátions
dos
fertilizantes.
Assim
o
cátion
da
esquerda
pode
retirar
o
da
direita
e
ocupar
seu
lugar
ao
redor
do
grão
de
argila.
A
tabela
abaixo
mostra
alguns
exemplos
de
argilas
e
a
CTC
de
cada
uma,
demostrando
para
nós
o
grande
potencial
da
vermiculita.
Além
das
argilas,
esta
colocado
mais
abaixo
a
CTC
do
húmus.
ARGILA
CTC
Caolinita
3-‐15
Halosita
5-‐10
Clorita
10-‐40
Ilita
10-‐40
Sepiolita
–
Atapulgita
–
paligorsquita
20-‐36
Montmorilonita
80-‐150
Vermiculita
100-‐150
Húmus
250-‐400
(não
é
argila,
esta
aqui
apenas
para
comparação)
78
Húmus
É
o
constituinte
que
promove
nutrição
também,
igual
a
argila
por
reter
magneticamente
os
nutrientes.
A
sua
falta
exagerada
promove
um
enfraquecimento
da
planta.
Entretando
o
seu
excesso
reduz
o
crescimento
das
plantas,
porque
este
apresenta
muitos
ácidos
orgânicos
que
por
sua
vez
liberam
muitos
íons
H+
que
competem
com
outros
cátions
como
Ca+2,
K+
e
Mg+2,
fazendo
com
que
estes
não
sejam
absorvidos
pelas
raízes.
Entretanto,
se
adicionarmos
10
à
20
vezes
mais
cátions
(porque
este
tem
uma
CTC
alta),
elevando
o
pH
do
solo,
conseguiríamos
até
plantar
no
húmus
puro
e
ainda
obter
um
crescimento
vegetal
maior.
Nos
solos
pobres
em
argilas,
como
os
arenosos,
ou
naqueles
com
argilas
de
baixa
CTC,
a
matéria
orgânica
é
a
principal
reserva
de
nutrientes
para
as
plantas.
Por
isso
que
as
queimadas
na
Amazônia
e
nas
regiões
litorâneas
fazem
tanto
mal
ao
solo.
Além
disso,
húmus
é
uma
importante
fonte
de
micronutrientes,
mas
se
este
tiver
poucos
destes,
ele
pode
até
reter
os
que
forem
adicionados.
O
húmus
tem
um
grave
defeito,
sua
baixa
durabilidade,
uma
vez
que
é
feito
de
compostos
orgânicos.
Assim,
ele
pode
ser
decomposto
em
CO2,
água
e
sais
minerais,
em
razão
disso
nos
devemos
ter
em
mente
que
os
espaços
ocupados
pelos
grãos
de
húmus
entre
os
de
areia
e
argila
serão
liberados,
os
grãos
de
argila
vão
se
reencontrar,
e
haverá
então
a
compactação
do
solo.
O
nível
do
solo
vai
abaixando
gradativamente,
a
medida
que
o
húmus
é
decomposto,
ou
também,
as
varias
formas
de
matéria
orgânica
(estercos,
restos
vegetais,
etc)
que
vão
se
transformando
em
húmus.
Mg K
HUMUS
Na
Ca
K
A
figura
acima
mostra
uma
partícula
de
húmus
mostrando
a
sua
propriedade
de
reter
nutrientes
na
forma
de
cátions.
Árvores que preferem solo arenoso Arvores que preferem solo argiloso
80
Fonte:
BRICKEL
et
al.,
1994.
A
tabela
acima
mostra
as
preferências
de
algumas
árvores
quanto
ao
tipo
de
solo,
se
arenoso
ou
argiloso.
Segundo
HIDAKA
(comunicação
pessoal)
para
a
maioria
dos
Pinus
os
solos
muito
arenosos
e
com
elevada
drenagem
promovem
a
formação
de
um
sistema
radicular
constituído
de
numerosas
raízes
finas,
para
se
obter
a
absorção
mais
rápida
possível
da
água
e
dos
sais
minerais
antes
que
estes
se
percam
pela
drenagem
rápida
da
areia
e,
venham
a
ser
lixiviados
para
fora
do
vaso.
Esse
evento
induz
a
produção
de
plantas
anãnizadas
e
mais
dependentes
de
adubos
líquidos
(porque
a
areia
não
retêm
os
nutrientes
como
a
argila),
ao
contrario
as
plantas
em
solo
argiloso
tendem
a
ter
menos
raízes
finas
e
uma
proporção
maior
de
grossas,
induzindo
um
tamanho
maior
de
planta.
Por
isso
é
comum
um
período
de
"engorda"
em
recipientes
mais
largos
com
solo
normal
(1/4
de
areia)
para
a
formação
da
planta
e
depois
com
mais
idade
é
feita
a
manutenção
da
planta
já
formada
num
solo
com
1/2
de
areia.
O
desenho
da
esquerda
mostra
uma
mistura
de
areia
e
argila
recentemente
misturados.
A
direita
a
mesma
mistura
cerca
de
2
anos
depois,
onde
as
argilas
já
se
encontraram,
ficando
a
mistura
compactada.
Se
a
mistura
acima
não
tivesse
areia
ocorreria
a
compactação
2
vezes
mais
rápido,
ou
seja,
em
1
ano.
A
opção
ideal
para
a
maioria
das
plantas
é
substituir
parcial
ou
totalmente
a
areia
por
vermiculita,
que
possuem
macroporos
e
uma
maior
fertilidade
(CTC),
ou
seja,
uma
maior
retenção
dos
adubos.
Entretanto,
para
as
espécies
que
preferem
solos
ácidos
devemos
evitar
a
vermiculita
nova,
ou
usar
substratos
comerciais
feitos
com
vermiculita
e
cascas
decompostas,
que
possuem
um
pH
mais
baixo.
Os
substratos
comerciais
apresentam
bons
resultados
quando
misturados
com
terra.
Outra
opção
seria
o
uso
de
perlita,
uma
rocha
quartzosa,
mas
com
a
forma
de
bolinhas
de
isopor,
deixa
o
solo
muito
leve
e
aerado
por
vários
anos.
Porém,
é
muito
raro
encontra-‐la
no
comércio.
82
A
figura
acima
mostra
uma
mistura
de
substratos
para
compor
um
solo
em
camadas,
com
isso
o
fósforo
do
NPK
não
tem
contato
físico
com
o
ferro
(Fe),
alumínio
(Al)
e
ácidos
húmicos
presentes
na
terra
argilo-‐orgânica;
e
químicamente
fica
restrito
a
um
pH
pouco
mais
elevado
fornecido
pela
vermiculita,
que
quando
nova
tem
o
pH
7,5
–
8,0,
propiciando
condições
para
a
maior
absorção
do
fósforo
(P)
pelas
raízes
da
planta.
O
adubo
químico
que
melhor
se
ajusta
à
vermiculita
é
o
super
simples,
pois
este
possui
além
de
fósforo
(P),
contem
enxofre
(S),
sendo
que
tais
nutrientes
têm
um
comportamento
sinergístico
quanto
à
absorção,
isto
é,
um
estimula
a
absorção
do
outro.
Outra
vantagem
do
super
simples
em
mistura
com
a
vermiculita
é
quanto
ao
comportamento
dos
cátions,
os
3
principais:
potássio,
cálcio
e
magnésio
precisam
estar
presentes
em
doses
crescentes
para
que
haja
máxima
absorção;
a
vermiculita
já
possui
K
e
o
super
simples
o
Ca,
faltando
apenas
o
Mg
para
ser
completado
com
a
adubação
diluída
de
cobertura.
Existe
no
mercado
outro
adubo
que
poderia
ser
misturado
em
conjunto
com
o
super
simples,
é
o
Kmag,
e
surtiria
os
melhores
resultados
A
mistura
acima
tem
utilização
prática
para
a
obtenção
de
raízes
grossas,
mas
não
para
aquelas
que
gostam
de
pH
ácido
e
nem
para
as
que
produzem
muitas
raízes
finas,
como
a
famíla
Cupressaceae
dos
pinheiros,
ou
seja,
as
tuias,
ciprestes,
juníperos,
etc.;
para
estas
o
crescimento
se
dará
apenas
com
raízes
finas.
O
principal
uso
das
camadas
de
vermiculita
e
NPK
é
para
a
produção
de
frutos
em
árvores
de
bonsai,
essa
técnica
proporciona
a
floração
precoce
de
frutos
e
um
rápido
enchimento
destes.
A
maioria
das
raízes
finas
das
árvores
evitam
crescer
na
superfície
do
solo,
porque
esta
freqüentemente
fica
seca.
A
principal
exceção
são
as
plantas
dos
gêneros
Fícus
e
Clusia,
que
apresentam
um
crescimento
vigoroso
de
raízes
na
superfície
do
solo
do
vaso
de
bonsai,
chegando
inclusive
a
emergir
fora
da
terra.
Se
o
ambiente
for
muito
úmido
as
raízes
de
Fícus
sp.
podem
subir
o
tronco,
ou
até
descer
pela
parede
externa
do
vaso
até
o
chão.
Curiosamente,
o
flamboyant
(Delonix
regia)
quando
em
jardim
tem
um
crescimento
superficial
de
raízes,
ao
contrario,
no
vaso
de
bonsai
as
raízes
crescem
preferencialmente
no
fundo,
provavelmente,
evitando
a
superfície
que
é
mais
seca.
Convém
lembrar
que
o
Fósforo
e
o
Cálcio
quando
em
excesso
podem
induzir
uma
produção
maior
de
amido,
podendo
formar
raízes
muito
grossas,
que
emergem
do
solo,
ou
"blocos"
de
raízes
finas,
que
provocam
o
"estufamento"
do
torrão,
como
se
fosse
um
bolo
crescendo
com
fermento
(veja
foto
abaixo).
Isso
vai
variar
com
a
tendência
característica
que
cada
espécie
possui.
Por
exemplo,
as
paineiras,
figueiras,
jequitibás,
tendem
a
crescer
raízes
grossas;
ao
contrario
as
plantas
da
família
Cupressaceae,
como
Juniperus,
Cupressus,
Thuya,
crescem
exclusivamente
raízes
finas.
Já
as
plantas
dos
gêneros
Pinus,
Acer,
Ligustrum,
quando
sob
excesso
de
Ca
e
P
crescem
simultaneamente
raízes
finas
e
grossas.
84
A
foto
acima
mostra
o
acúmulo
de
raízes
de
uma
planta
de
Chamaecyparis
pisifera
no
fundo
do
vaso
de
bonsai,
justificando
a
disposição
dos
nutrientes
insolúveis,
como
Cálcio
e
Fósforo
na
parte
mais
baixa
do
solo.
A
figura
acima
mostra
o
"estufamento
do
torrão"
de
Chamaecyparis
pisifera,
causado
pelo
excesso
do
fertilizante
super-‐simples
colocado
entre
2
camadas
de
vermiculita,
que
induziu
um
crescimento
exagerado
de
raízes
finas
sobrepostas
no
fundo
do
vaso.
pH
do
solo
O
termo
pH
define
a
acidez
ou
alcalinidade
relativa
de
uma
solução.
A
escala
de
pH
tem
uma
amplitude
de
0
à
14.
O
valor
7,0
que
esta
no
meio
é
definido
como
neutro,
valores
abaixo
de
7,0
são
ácidos
e
os
acima
de
7,0
são
alcalinos.
Os
solos
variam
de
pH
3,0
à
9,0.
Um
ácido
é
uma
substância
que
libera
íons
hidrogênio
(H ).
Quando
saturado
de
H+
+
comporta-‐se
como
solo
ácido
fraco.
Quanto
mais
H+
for
retido
no
complexo
de
argila
e
matéria
orgânica
ou
vermiculita
maior
será
a
acidez
do
solo.
O
alumínio
também
age
como
elemento
acidificante
e
ativo
como
o
H+.
Os
íons
básicos
Ca+2
e
Mg+2
tornam
o
solo
menos
ácidos,
ou
em
excesso
mais
alcalinos.
Para
a
grande
maioria
das
plantas
a
faixa
de
pH
de
6,0
à
6,5
é
a
ideal,
porque
ocorre
um
ponto
de
equilíbrio,
no
qual
a
maioria
dos
nutrientes
permanecem
disponíveis
às
raízes.
86
0 1 2 3 4 5 6 8 9 10 11 12 13 14
7
A
figura
acima
mostra
uma
régua
de
pH,
na
qual
o
pH
=
7
é
o
ponto
neutro,
quanto
mais
nos
afastamos
do
neutro,
tanto
para
o
lado
ácido
quanto
para
o
alcalino,
mais
prejudicial
fica.
O
pH
=
6,5
é
o
que
apresenta
maiores
quantidades
de
nutrientes
na
solução
do
solo,
e
portanto
o
que
proporciona
maiores
crescimentos.
Plantas que preferem solos ácidos Plantas que preferem solos alcalinos
Grevillea
Ilex
aquifolium
Hymenospurum
flavum
Juniperus
Kalmia
Malus
Leiophyllum
buxifolium
Morus
nigra
Liriodendron
chinense
Picea
omorika
Pinus
densiflora
Pinus
nigra
Picea
Prunus
avium
Pinus
pumila
Taxus
baccata
Pseudolarix
amabilis
Thuja
orientalis
Tabouchina
Thuja
plicata
Tsuga
heterophylla
Tilia
tomentosa
Fonte:
BRICKEL
et
al.,
1994.
A tabela acima mostra a preferência de algumas árvores e arbustos quanto ao tipo de pH.
A
morte
de
ramos
ocorre
em
função
de
doenças
e
a
desnutrição,
parte
desta
última
é
causada
pelo
pH
inadequado,
que
deixa
vários
nutrientes
essenciais
indisponíveis
para
absorção
pelas
raízes.
Crescimento
insatisfatório
de
algumas
árvores
mesmo
sobre
solo
fertilizado
pode
ocorrer
em
virtude
de
pH
inadequado.
Um
exemplo
é
o
que
ocorre
com
a
maioria
dos
Ligustrinhos
(Ligustrum
sinensis)
e
Buxinhos
(Buxus
sempervirens)
são
cultivados
em
solos
ácidos,
quando
a
preferência
destes
é
por
terra
levemente
alcalina.
Pessoalmente,
já
vi
o
insucesso
do
cultivo
dos
Pinus
mugo,
P.
halepensis
P.
nigra
e
P.
pinaster
no
Brasil,
uma
vez
que
estes
crescem
no
continente
Europeu
em
pedriscos
ou
solo
originários
de
calcáreo.
88
Betula
papyrifera
Levemente
alcalino,
neutro,
levemente
ácido
e
ácido
B.
pubescens
Levemente
ácido
e
ácido
Buxus
sempervirens
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
Carpinus
betulus
Todos
Craetagus
crus-‐galli
Levemente
alcalino
e
alcalino
C.
monogyna
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
Elaegnus
angustifolia
Levemente
alcalino
e
alcalino
Fagus
sylvatica
Todos
Hamamelis
japonica
Neutro
e
levemente
ácido
Ilex
aquifolium
Neutro
e
levemente
ácido
I.
crenata
Neutro
e
levemente
ácido
Jasminum
nudiflorum
Levemente
ácido,
neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
Ligustrum
vulgare
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
Malus
spp
e
cvs.
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
Prunus
avium
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
P.
cerasifera
Idem
acima
P.
x
cistena
Idem
acima
P.
mahaleb
Levemente
alcalino
e
alcalino
P.
sargentii
Idem
acima
P.
spinosa
Levemente
ácido,
neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
P.
tenella
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
Pyracantha
coccinea
Idem
acima
Pyrus
salicifolius
Idem
Quercus
cerri
Levemente
ácido,
neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
Q.
petrea
Ácido,
levemente
ácido,
neutro
e
levemente
alcalino
Salix
alba
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
S.
caprea
Neutro,
levemente
ácido
e
ácido
S.
helvetica
Idem
acima
Tamarix
parviflora
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
T.
pentandra
Idem
acima
Segundo
BENHARD
THALAKER,
1995.
pH de Coníferas
Nome
Científico
pH
Abies
balsamea
‘Nana’
Levemente
alcalino,
neutro,
levemente
ácido
e
ácido
A.
concolor
Idem
anterior
A.
koreana
Idem
anterior
A.
homolepis
Neutro,
levemente
ácido
e
ácido
A.
nordmanniana
Todos
os
tipos
A.
pinsapo
‘glauca’
Todos
os
tipos
Abies
weitchii
Neutro,
levemente
ácido
e
ácido
Araucaria
araucana
Idem
anterior
Cedrus
atlantica
Levemente
ácido,
neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
C.
deodara
Neutro,
levemente
ácido
e
ácido
Chamaecyparis
obtusa
‘Nana
Idem
acima
Gracilis’
Criptomeria japonica Neutro
e
levemente
alcalino
Juniperus
x
chinensis
‘Óld
Gold’
Todos
os
tipos
J.
communis
‘Suecica’
Todos
os
tipos
J.
sabina
‘Mas’
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
J.
sabina
‘Rocky
Gem’
Idem
acima
J.
squamata
‘Blue
Star’
Idem
acima
J.
squamata
‘Meyeri’
Idem
acima
J.
virginiana
‘Skyrocket’
Alcalino,
levemente
alcalino,
neutro
e
levemente
ácido
Larix
decidua
Idem
acima
L.
kaempferi
Idem
acima
Metasequoia
glyptostroboides
Idem
acima
Picea
abies
Todos
os
tipos
P.
abies
‘Little
Gem’
Neutro,
levemente
alcalino
e
alcalino
P.
abies
‘Nidiformis’
Neutro
e
levemente
alcalino
Picea
mariana
‘Nana’
Alcalino,
levemente
alcalino,
neutro
e
levemente
ácido
90
P.
orientalis
Todos
os
tipos
P.
orientalis
‘Nutans’
Alcalino,
levemente
alcalino
e
neutro
P.
pungens
Alcalino,
levemente
alcalino,
neutro
e
levemente
ácido
P.
sitchensis
Todos
os
tipos
Pinus
aristata
Alcalino,
levemente
alcalino,
neutro
e
levemente
ácido
P.
cembra
‘Glauca’
Todos
os
tipos
P.
contorta
Todos
os
tipos
P.
leucodermis
Levemente
alcalino,
neutro
e
levemente
ácido
P.
mugo
‘Gnom’
Todos
os
tipos
P.
mugo
‘Mops’
Todos
os
tipos
P.
mugo
ssp.
mugo
Todos
os
tipos
P.
nigra
ssp.
nigra
Alcalino,
levemente
alcalino
e
neutro
P.
parviflora
‘Glauca’
Alcalino,
levemente
alcalino,
neutro
e
levemente
ácido
P.
ponderosa
Neutro
e
levemente
alcalino
P.
strobus
Neutro
e
levemente
ácido
P.
sylvestris
Todos
os
tipos
P.
sylvestris
‘Fastigiata’
Todos
os
tipos
P.
sylvestris
‘Watereri’
Todos
os
tipos
Pseudolarix
amabilis
Neutro
e
levemente
ácido
Pseudotsuga
menziesii
Todos
os
tipos
Sequoiadendron
giganteum
Todos
os
tipos
Taxodium
distichum
Neutro,
levemente
ácido
e
ácido
Taxus
baccata
(cvs
e
variedades)
Alcalino,
levemente
alcalino,
neutro
e
levemente
ácido
Taxus
cuspidata
‘Nana’
Todos
os
tipos
Thuja
occidentalis
(cvs
e
Alcalino,
levemente
alcalino,
neutro
e
levemente
ácido
variedades)
T.
plicata
‘Excelsa’
Idem
acima
Thujopsis
dobrata
Idem
acima
Tsuga
canadensis
Neutro,
levemente
ácido
e
ácido
T.
mertensiana
Levemente
ácido
e
ácido
Segundo
BERNHARD
THALACKER,
1995.
Alcalinização
do
Solo
A
adição
de
calcário
calcítico
(CaCO2),
calcário
dolomítico
(CaCO2
+
MgCO2
)
ou
dolomita
(MgCO2)
alcalinizam
o
solo
de
forma
direta,
entretanto,
é
um
processo
lento,
que
leva
diversos
meses,
o
que
obriga
uma
preparação
muito
antecipada
do
solo.
A
utilização
em
bonsai
de
fertilizantes
ricos
em
nitratos
pode
alcalinizar
o
solo
indiretamente,
mas
isto
ocorre
de
forma
lenta.
O
dentre
os
sais
de
nitrato,
o
de
cálcio
[Ca(NO3
)2
]
é
o
mais
eficiente,
além
disso
a
presença
do
cálcio
alcaliniza
diretamente
o
solo.
Há
alteração
do
pH
pelo
nitrato
porque
após
absorvido,
este
provoca
a
saída
de
uma
hidroxila
(OH-‐
)
elevando
dessa
forma
o
pH
próximo
da
raiz.
Outros
fertilizantes
como
o
nitrato
de
potássio
(KNO3)
e
o
nitrato
de
sódio
(NaNO3
)
também
elevam
gradualmente
o
pH.
Estes
fertilizantes
necessitam
ser
adicionados
periodicamente
às
plantas
que
necessitam
de
pH
neutro
ou
alcalino
O
pH
ideal
Para
a
grande
maioria
das
plantas
a
faixa
de
pH
de
6,0
à
6,5
é
a
ideal,
porque
ocorre
um
ponto
de
equilíbrio
no
qual
a
maioria
dos
nutrientes
permanecem
disponíveis
às
raízes.
Esse
gráfico
também
mostra
a
disponibilidade
dos
nutrientes
nas
diferentes
faixas
de
pH.
O
que
se
constatou
na
maioria
dos
experimentos
de
nutrição
é
que
a
faixa
de
pH
6,5
é
a
que
proporciona
a
maior
taxa
crescimento
das
plantas,
por
permitir
a
maior
disponibilidade
de
nutrientes
na
solução
do
solo.
A
grande
parte
das
árvores
responde
bem
ao
pH
6,5,
mesmo
aquelas
que
gostam
de
pH
alcalino
ou
ácido,
talvez
esse
gosto
seja
uma
tolerância
e
a
maioria
cresce
melhor
no
pH
6,5.
É
92
claro
que
existem
exceções,
e
a
nestas
estão
as
originarias
dos
solos
ácidos
e
pobres
em
fósforo
(P)
e
cálcio
(Ca),
como
algumas
das
árvores
dos
cerrados
brasileiros.
Nos
cerrados
brasileiros
também
algumas
pessoas
fazem
o
uso
de
terra
feita
de
cupinzeiro
moído,
isso
porque
os
cupins
conseguem,
ao
manejar
o
solo,
melhorar
sua
fertilidade,
com
seus
excrementos,
e
ainda
elevar
um
pouco
seu
pH.
Além
disso,
este
substrato
fica
por
alguns
meses
e
fragmentos
que
proporcionam
uma
drenagem,
como
se
a
argila
estivesse
misturada
à
areia.
F a ix a
a d eq ua d a
p a r a
a
ma ior ia
d a s
c ultur a s
Fe
/
C u
/
Mn
/
Zn Mo
/
C l
N /S/B
K / C a / Mg
Al
5 ,0 6 ,0 6 ,5 7 ,0 8 ,0
94
NUTRIENTES
VEGETAIS
Os
treze
nutrientes
minerais
são
classificados
conforme
a
sua
necessidade
quantitativa.
Os
primários,
por
exemplo,
podem
ficar
deficientes
no
solo
antes
dos
demais,
porque
as
plantas
os
consomem
em
maiores
quantidades.
Os
nutrientes
secundários
e
os
micronutrientes
geralmente
apresentam
menos
deficiências
por
serem
usados
em
menores
quantidades
pelas
plantas.
Fósforo
(P)
Quase
todas
as
plantas
gostam
de
muito
fosfato
no
solo,
este
deve
ser
misturado
previamente
por
ser
insolúvel
e
não
se
movimentar
no
solo
(e
não
descendo
quando
posto
por
cima).
Os
adubos
fosfatados
mais
indicados
para
bonsai
são
o
fosfato
de
Araxá,
termofosfato
Yorin
e
a
farinha
de
ossos,
isso
porque
estes
não
costumam
queimar
as
raízes
das
plantas,
mesmo
quando
misturados
no
momento
do
plantio.
A
farinha
de
ossos
é
colocada
na
dose
de
50
gramas
por
quilo
(0,5%)
e
misturada,
pode
ainda
ser
polvilhada
sobre
a
superfície
durante
o
ano
todo,
inclusive
no
inverno.
Se
forem
utilizados
adubos
químicos,
o
calcário
é
misturado
2
meses
antes
do
adubo
NPK,
e
o
adubo
(NPK
4-‐14-‐8)
é
preciso
aguardar
2
meses
para
não
queimar
as
raízes.
O
fosfato
de
Araxá
ao
contrario
pode
ser
colocado
até
50%
do
volume,
entretando
nesta
dosagem
pode
promover
o
empedramento
do
solo
porque
este
é
semelhante
à
argila,
sendo
mais
usado
de
5
à
30%
do
volume.
A
melhor
opção
ainda
é
a
separação
do
fósforo
da
matéria
orgânica
e
do
ferro
do
solo,
isso
porque
estes
podem
reter
o
fosfato
e
impedir
que
a
planta
o
absorva,
usando–se
coloca-‐lo
entre
camadas
de
vermiculita.
Para
colocar
a
planta
no
vaso
fecha-‐se
o
buraco
de
drenagem
com
uma
tela
de
plástico,
cobre-‐se
com
areia
ou
pedrisco
(para
a
drenagem
da
água),
coloca-‐se
um
pouco
da
mistura
de
solo
préviamente
preparada
em
seguida
coloca-‐se
a
planta
completando-‐se
o
nível
do
vaso
com
a
terra
granulada,
depois
cobre-‐se
toda
a
superfície
com
uma
camada
de
pó
de
xaxim
e
rega-‐se
com
um
chuvisco
leve
até
que
o
solo
encharque.
O
pó
de
xaxim
serve
para
proteger
a
terra
da
erosão,
mante-‐la
úmida
e
ainda
indicar,
quando
estiver
claro,
que
o
solo
está
seco
e
é
necessária
a
rega.
A
falta
de
rega
é
a
causa
de
90%
das
mortes
dos
bonsai
de
pinheiros.
A
rega
deve
ser
diária
e
nos
dias
quentes
e
secos,
duas
vezes
ao
dia.
Após
a
troca
de
solo
ou
plantio
a
planta
deve
permanecer
na
sombra
em
local
fresco
e
úmido
por
pelo
menos
15
dias,
e
o
solo
não
deve
secar
nem
de
"leve",
se
preciso
regar
3
vezes
ao
dia
(
os
vasos
de
barro
crú
e
os
de
cimento
secam
bem
mais
rápidos
do
que
os
de
plástico,
porcelana
ou
resina).
96
Figura
6:
Alguns
esquemas
de
introdução
de
mudas
no
sistema
de
bonsai
(Desenho
Romeu
A.
Rocha).
98
Outro
esquema
de
introdução
de
mudas
no
sistema
de
bonsai
(Desenho
Romeu
A.
Rocha).
Por
muito
tempo
divulgou-‐se
o
conceito
de
que
poucos
nutrientes
é
que
promoviam
a
miniaturização
das
árvores
no
sistema
de
bonsai.
Na
verdade
o
que
promovia
o
efeito
de
miniaturização
era
o
pouco
espaço
físico
para
as
raízes
e
o
controle
da
parte
aérea
através
das
podas.
O
próprio
autor
já
trabalhou
com
árvores
tentando
desnutrir
as
plantas
e,
buscando-‐se
a
miniaturização
das
hastes
e
folhas.
Simultaneamente,
ocorre
a
morte
de
algumas
(um
efeito
da
falta
de
nutrientes,
principalmente,
cálcio
e
boro),
além
disso,
também
havia
a
diminuição
das
folhas
(pela
falta
de
nitrogênio),
mas
também
a
morte
mais
freqüente
de
outras,
que
se
mostravam
amareladas
com
bordas
secas,
etc.
Tais
plantas,
ainda
apresentavam
uma
grande
incidência
de
pragas
e
principalmente
doenças.
Além
da
perda
dos
nutrientes,
com
o
tempo,
ocorre
o
empedramento
do
solo,
porque
com
o
passar
do
tempo
a
água,
o
sol
e
os
adubos
químicos
vão
provocando
a
compactação
da
superfície
do
solo,
diminuindo
a
entrada
de
água
e
de
oxigênio
na
época
de
chuvas.
Com
isso
as
plantas
mais
sensíveis
à
falta
de
água
e/ou
ao
encharcamento
na
época
de
chuva,
são
as
primeiras
a
morrerem.
Vasos
menores
precisam
de
trocas
mais
freqüentes,
um
vaso
de
até
500
ml
de
solo
seria
ideal
se
tivesse
uma
troca
a
cada
6
meses,
mas
se
a
planta
for
um
cedro
(Cedrus
spp),
Pinus
pinea,
Ginkgo
biloba
e
outros
pinheiros
de
clima
frio
a
troca
só
poderá
ocorrer
após
cada
2
anos,
no
final
do
inverno
e
em
dias
frios
(a
nível
de
Brasil)
não
importando
o
tamanho
do
vaso,
além
disso
nestas
plantas
convém
evitarmos
a
poda
drástica
de
raízes,
bem
como
a
troca
total
do
solo
deixando
metade
do
volume
do
ao
redor
da
base,
para
que
a
planta
permaneça
com
cerca
da
metade
de
suas
radicelas
(responsáveis
pela
absorção),
e
evitar
que
morra.
Plantas
fracas,
de
hastes
muito
finas
e
um
crescimento
lento,
podem
ter
o
solo
trocado
mais
freqüentemente,
para
serem
fortificadas.
Quando
a
planta
tem
folhas
grandes
e
se
deseja
reduzir
um
pouco
as
folhas
isto
pode
ser
feito
mantendo
a
planta
mais
ensolarada
e
com
um
solo
mais
velho
e
desnutrido,
um
exemplo
é
o
chapéu
de
praia
(Terminalia
sp)
que
pode
ter
o
tamanho
de
folha
com
menos
da
metade,
mas
assim
dificilmente
ramifica,
sendo
preferível
por
um
pouco
de
adubo
e
retirar
as
folhas
mais
velhas,
e
podar
os
ápices,
freqüentemente,
assim
também
se
reduz
o
tamanho
destas,
temporariamente.
Vasos
com
500
à
1000
ml
de
solo
seria
bom
troca-‐lo
de
6
à
12
meses,
vasos
grandes
com
1
à
3
litros
de
solo
podem
ser
trocados
a
cada
1
ou
2
anos.
O
momento
da
troca
também
pode
ser
subjetivo,
isto
é,
se
você
tem
conhecimento
de
como
é
o
comportamento
da
planta,
e
sabe
que
esta
está
crescendo
abaixo
do
ritmo
normal,
então,
esse
será
o
momento
em
que
a
troca
de
solo
e
a
poda
de
raízes
pode
ser
feita,
mãos
a
obra.
Como
já
dito
anteriormente,
paineiras
e
figueiras
podem
ter
trocas
de
solo
mais
freqüentemente,
bem
como
podas
de
raízes
podem
ser
mais
drásticas,
e
feitas
em
qualquer
época
do
ano
(mas
no
início
da
primavera
é
melhor)
pode
então
realiza-‐la
a
cada
seis
meses,
por
exemplo:
início
de
setembro
e
em
fins
de
fevereiro
início
de
março.
Quando
ocorrerem
deficiências
nutricionais
a
troca
de
solo
também
pode
ser
feita,
a
fim
de
não
complicar
o
balanceamento
nutricional.
Deficiências
de
cálcio
podem
ocorrer
devido
a
nematóides
(será
visto
posteriormente)
e
que
podem
matar
algumas
plantas
como
árvores
de
Jade
(Crassula
spp),
manacá-‐da-‐serra
(Tabouchina
mutabilis)
e
a
figueira
indiana
branca
(Ficus
benjamina
'variegada').
100
Esquema
básico
da
troca
de
solo
total
(Desenho
Romeu
A.
Rocha)
Deficiências
Nutricionais
As
deficiências
nutricionais
podem
variar
de
uma
espécie
para
outra,
incluisive
uma
espécie
pode
ter
uma
necessidade
maior
de
um
nutriente
do
que
outra.
Abaixo
apresentamos
uma
analise
foliar
de
três
plantas:
pinus,
laranjeira
e
café.
Quando
tivermos
um
lote
de
plantas
com
problemas
e
não
temos
a
certeza
de
qual
seja
recorremos
a
uma
análise
foliar,
e
se
para
alguns
dos
nutrientes
os
valores
diferirem
muito
dos
normais,
aí
teremos
uma
deficiência,
se
menor,
ou
uma
toxidez,
se
o
valor
for
maior.
Nesse
caso
temos
uma
desordem
nutricional.
As
causas
deste
tipo
de
coisa
podem
ser
varias,
normalmente
é
a
composição
do
solo
ou
a
dos
fertilizantes
adicionados
sobre
o
mesmo.
Opção
mais
indicada
é
a
de
se
fazer
um
levantamento
prévio
sobre
algum
tipo
de
exigência
que
a
espécie
vegetal
a
qual
cultivamos
possa
ter.
Por
exemplo,
as
cítricas
(laranjas,
limões,
kunquats,
ets)
sabemos
que
possuem
muito
Ca
na
sua
composição,
necessitando
tê-‐lo
no
solo
permanentemente,
o
Zn
também
é
necessário
regularmente
por
adubos
líquidos.
Ca - 4,0 1,5
S 0,2 - 0,2
Elemento (ppm)
B 20,0 - 60,0
Mo - - 0,2
Zn - 70,0 15,0
Nitrogênio
(N):
É
um
nutriente
móvel,
por
isso,
este
se
desloca
das
folhas
mais
velhas
para
as
mais
novas,
em
seguida
ocorre
uma
clorose
(amarelecimento)
geral
de
todas
as
folhas
da
planta.
102
Acontece
a
dormência
das
gemas
laterais,
menor
crescimento
através
de
menores
comprimentos
e
diâmetros
de
raízes
e
galhos.
As
folhas
ficam
cada
vez
menores
e
com
uma
senescência
(queda)
maior,
isto
é,
as
folhas
e
flores
duram
menos
e
permanecem
em
menor
número
na
planta,
ramos
podem
secar
mais
facilmente.
Geralmente
a
cobertura
com
um
adubo
orgânico
(esterco
curtido
distribuído
por
cima
do
solo)
e
um
NPK
dissolvido
(comprado
em
floricultura
)
devem
resolver.
Fósforo
(P):
A
sua
falta
provoca
pode
provocar
o
amarelecimento
e
em
alguns
casos
arroxeamento
das
folhas,
inicialmente
as
mais
velhas,
muitas
também
perdem
o
brilho,
ou
ficam
com
um
tom
verde-‐azulado.
As
plantas
apresentam
um
engrossamento
e
um
crescimento
muito
reduzido,
e
a
uma
menor
ramificação.
A
floração
também
fica
muito
reduzida,
com
uma
formação
de
frutos
ainda
menor.
O
fósforo
fornecido
pelos
adubos
NPK
comerciais
demora
muitos
anos
para
descer
da
superfície
para
o
fundo
do
solo
(cerca
de
0,5
cm
por
ano),
por
esse
motivo
nos
precisamos
misturar
o
fosfato
de
Araxá
e
a
farinha
de
ossos
assim
o
fósforo
já
estará
disponível
à
planta.
Em
cobertura
somente
as
Ficus
vêm
com
suas
raízes
buscar
o
fósforo
na
superfície
do
solo,
mas
mesmo
assim
para
as
plantas
em
geral
ainda
é
vantajoso
o
uso
dos
adubos
NPK
comerciais
para
adicionar
um
pouco
de
fósforo.
Potássio
(K):
Inicialmente
ocorre
a
clorose
e
o
secamento
das
extremidades
das
folhas
mais
baixas
(mais
velhas)
e
posteriormente
isso
se
dá
em
todas
as
folhas.
Para
a
maioria
das
plantas
um
adubo
químico
NPK
deve
resolver.
Cálcio
(Ca):
A
sua
falta
provoca
o
amarelecimento
das
folhas
mais
novas
e
acaba
por
secar
o
ápice
do
broto,
as
folhas
podem
crescer
deformadas,
as
vezes
com
um
gancho
na
ponta.
As
raízes
crescem
pouco
e
o
ápice
pode
paralisar
o
crescimento.
Este é outro elemento que quando espalhado sobre a superfície não desce para dentro do
solo, mas pode-se tentar corrigir sua falta com um adubo como nitro cálcio (não coloque
em azaléias) diluído, ou farinha de ossos como cobertura. Entretanto, a melhor opção é a
troca parcial do solo com a adição do adubo super simples, no fundo do vaso sobre os
grânulos de drenagem.
Magnésio
(Mg):
O
Mg
é
um
nutriente
móvel
dentro
do
floema
(os
vasos
que
levam
a
seiva
dentro
da
casca)
das
plantas.
Por
isso
a
falta
deste
provoca
em
algumas
plantas
o
amarelecimento
entre
as
nervuras
das
folhas
mais
velhas
(de
baixo),
em
pinheiros
e
em
outras
plantas
de
folhas
estreitas,
ocorre
a
seca
de
ramos
inferiores
e
os
de
dentro
da
copa.
A
deficiência
de
Mg
é
induzida
pelo
excesso
de
K.
Enxofre
(S):
Na
sua
deficiência
ocorre
uma
clorose,
inicialmente
nas
folhas
mais
novas,
posteriormente
em
todas
as
folhas.
Em
seguida
ocorre
o
enrolamento
das
margens
das
folhas,
a
necrose
e
o
desfolhamento.
Sua
deficiência
é
corrigida
também
com
a
troca
parcial
do
solo
e
a
adição
de
super
simples,
que
contém
sulfato
de
cálcio,
bem
como
gesso
moído.
Boro
(B):
Seus
sintomas
caracterizam-‐se
por
folhas
pequenas,
mais
grossas,
quebradiças
e
nervuras
com
cascas
semelhantes
à
cortiça.
Além
destes,
ocorre
a
morte
da
gema
apical,
induzindo
o
crescimento
das
gemas
laterais,
mas
também
crescem
pouco
vindo
a
secar
após
alguns
meses.
As
raízes
também
ficam
mais
curtas
e
grossas,
secam
os
ápices,
e
se
ramificam.
O
florescimento
também
é
bastante
reduzido,
os
poucos
frutos
formados
são
deformados
e
podem
ter
casca
semelhante
a
cortiça.
Cloro
(Cl):
A
sua
deficiência
pode
causar
a
diminuição
das
no
tamanho
das
folhas,
necrose
e
bronzeamento
das
mais
velhas.
Menor
frutificação,
raízes
mais
curtas
e
pouco
ramificadas.
Como
é
um
elemento
freqüente
nos
fertilizantes
é
mais
comum
ocorrer
seu
excesso.
Os
sintomas
de
toxidez
são:
necrose
das
pontas
e
margens
das
folhas,
ou
o
amarelecimento
e
queda
das
mesmas.
Cobre
(Cu):
A
sua
deficiência
causa
no
começo
folhas
de
uma
tonalidade
verde
escuro,
nos
brotos
mais
vigorosos,
mas
que
posteriormente,
apresentam
amarelecimento
nas
margens
e
nervuras.
Ocorre
seca
das
gemas
e
ramos
mais
altos
da
planta,
chamada
de
dieback,
ou
morte
descendente.
Como
é
um
elemento
presente
em
fungicidas,
é
muito
comum
nas
plantas
cultivadas
em
vasos
a
ocorrência
de
excessos
de
Cu.
Os
sintomas
de
toxidez
são
manchas,
inicialmente
aquosas
e
posteriormente,
necróticas;
em
seguida
um
desfolhamento
mais
precoce.
Ocorre
também
um
menor
crescimento
da
parte
aérea.
Já
as
raízes,
praticamente,
paralisam
o
crescimento,
sendo
que
as
mais
finas
ficam
enegrecidas.
104
Ferro
(Fe):
Inicia-‐se
com
a
clorose
das
folhas
novas,
ficando
as
nervuras
verdes
sobre
o
restante
da
folha
amarelado,
formando
uma
rede
fina,
em
seguida
a
folha
toda
fica
branqueada.
Ocorre
uma
diminuição
no
crescimento.
É
muito
comum
com
azaléia,
mas
não
por
que
falte
o
Fe
no
solo,e
sim
por
haver
compostos
no
mesmo
que
elevam
o
seu
pH,
como
restos
de
construção.
As
azaléias
não
conseguem
absorver
o
Fe
em
pH
alcalino.
Manganês
(Mn):
Os
sintomas
são
semelhantes
ao
anterior,
do
Fe,
ficando
no
início
as
nervuras
verdes
sobre
o
fundo
amarelado,
entretanto
forma-‐se
uma
rede
mais
grossa,
em
seguida
a
folha
toda
fica
branqueada
e
cai.
Ocorrem
ainda,
pequenas
manchas
secas
nas
folhas
e
algumas
com
formas
anormais.
Molibdênio
(Mo):
Ocorre
uma
clorose
malhada,
formando,
também
uma
rede
uma
rede
verde
sobre
um
fundo
amarelo,
entretanto
essa
rede
não
segue
o
desenho
das
nervuras.
As
margens
das
folhas
podem
murchar
e
fazer
as
folhas
se
curvarem.
As
plantas
Leguminosas,
como
a
caliandra,
angico,
etc,
e
outras
árvores
com
folhas
muito
pequenas
ou
estreitas,
não
podem
ter
suas
nervuras
observadas,
assim,
elas
exibem
sintomas
semelhantes
à
falta
de
nitrogênio.
Zinco
(Zn):
A
deficiência
de
zinco
pode
induzir
a
uma
redução
do
comprimento
dos
internódios,
folhas
vão
surgindo
cada
vez
menores
em
tamanho,
e
mais
finas.
Os
internódios
ficam
quase
ausentes
ficando
as
folhas
agrupadas
em
tufos.
ADUBAÇÃO
Os
adubos
fornecem
os
nutrientes
essenciais
para
o
crescimento
das
plantas.
Na
natureza
os
adubos
ocorrem
na
forma
orgânica
e
inorgânica.
A
forma
inorgânica
os
nutrientes
são
constituintes
de
um
sal,
ou
mistura
de
sais,
ou
ainda,
de
um
mineral
oriundo
de
uma
rocha
moída.
Na forma orgânica os nutrientes são constituintes de moléculas de radicais de carbono.
A
escolha
da
forma
de
adubo
sempre
foi
uma
questão
polêmica.
Um
grupo
de
pessoas
com
fixação
em
tecnologias
modernas
(artificialistas)
preconizam
que
a
nutrição
exclusivamente
inorgânica
é
a
ideal
para
as
plantas.
Outro
grupo
defendem
que
a
nutrição
exclusivamente
orgânica
seria
a
ideal
para
as
plantas.
É
verdade
que
ambas
são
boas,
mas
não
isoladamente
e
sim
combinadas,
de
forma
adequada
a
cada
tipo
de
planta.
Para
algumas
plantas
conduzidas
em
solo
sem
matéria
orgânica,
e
uma
adubação
balanceada,
feita
exclusivamente
com
nutrientes
inorgânicos
produz
vegetais
mais
encorpados,
principalmente
com
raízes
e
tronco
mais
grossos.
Para
algumas
aumenta
a
susceptibilidade
a
doenças
e
pragas,
como
“pregam
os
naturalistas”.
Esse
efeito
advém
da
alteração
física
do
solo,
principalmente
pelo
empedramento
das
argilas
(predispondo
à
pragas)
e
pelo
acúmulo
de
alguns
sais,
intoxicando,
e
por
estes
ainda
forçarem
a
falta
de
outros,
causando
deficiências
e
predispondo
à
doenças.
Adubos
Químicos
Os
sais
de
adubos
podem
ser
neutros,
ácidos
ou
alcalinos.
Se
o
adubo
é
neutro
a
mistura
do
mesmo
no
solo
não
irá
alterar
o
pH,
mas
a
adição
de
adubos
ácidos
ou
alcalinos
podem
altera-‐
lo.
Se
nosso
solo
é
ácido
e
queremos
diminuir
essa
acidez
adicionamos
um
adubo
alcalino.
Entretanto,
isso
pode
ser
de
duas
formas.
Com
a
planta
no
próprio
solo,
então
diluiremos
esse
adubo
semanal
ou
quinzenalmente
e
regaremos
a
planta
com
ele,
dessa
forma
vamos
alterar
o
pH
do
solo
gradativamente,
os
sais
irão
descer
da
superfície
para
o
fundo
do
vaso,
sendo
que
a
superfície
ficará
temporariamente
mais
alcalina
que
o
fundo,
mas
gradativamente
vai
ocorrendo
um
equilíbrio.
Sem
a
planta
no
solo
podemos
misturar
o
adubo
em
pó
ou
em
grânulos
diretamente
neste,
e
em
quantidades
10
vezes
maior
do
que
se
adicionarmos
com
a
planta.
De
imediato
o
adubo
alcalino
tornaria
a
solução
do
solo
alcalina,
mas
se
não
foi
demais
o
pH
abaixa
de
30
à
90
dias
após,
e
então
poderemos
plantar.
106
Composição
dos
principais
adubos
químicos
(Malavolta,
1980)
Adubos N P K Ca Mg S pH
Amônia 82 - - - - - >>Ácido
Uréia 45 - - - - - >Acido
Nitrocálcio 27 - - 5 3 - >Alcalino
Calciocianamida 21 - - 40 - - >>Alcalino
Super fosfato - 21 - 26 - 12 0
simples
Termofosfato - 19 - 28 16 - >>Alcalino
Foto
acima
mostra
um
Pinus
sylvestris
a
esquerda
dubado
com
osmocote
de
liberação
lenta
farmula
NPK
19-‐10-‐13
DICAS DE ADUBAÇÃO
1. Plantas floríferas e frutiferas precisam de mais fosforo (P) e boro (B), use
adubos químicos que contenham esses nutrientes mensalmente na
primavera, verão e outono.
108
precisamos regar um pouco mais que o normal, mantendo-as sempre
úmidas e frescas.
5. Não misture Nitrocálcio dissolvido com outros adubos, pode ocorrer uma
reação, no qual, por exemplo, pode precipitar o fosfato de cálcio, que vai ser
muito menos absorvido pela planta. Podemos adubar separadamente em
semanas diferentes.
ADUBOS ORGÂNICOS
Os
adubos
orgânicos
são
de
muitos
tipos,
com
uma
composição
química
muito
variada,
isso
torna
difícil
generalizarmos
algumas
características.
Os
estercos,
por
exemplo,
após
curtidos
são
relativamente
férteis,
permitindo
até
que
se
plante
neles
puro,
só
que
em
1
ano
haveria
cerca
de
25%
do
volume
inicial
(devemos
sempre
lembrar
que
os
estercos
e
húmus
são
as
formas
de
matéria
orgânica
que
mais
rápido
se
decompõe,
se
transformando
em
CO2
e
cinzas).
De
uma
forma
geral
os
adubos
orgânicos
fornecem
o
nitrogênio
na
forma
amoniacal
como
principal
nutriente,
e
isso,
predispõe
ao
crescimento
concentrado
nas
folhas.
Os
estercos
em
virtude
de
possuírem
pouco
cálcio
(Ca)
magnésio
(Mg)
e
potássio
(K),
geralmente
são
poucos
ácidos
quando
curtidos,
tendo
um
pH
entre
6,0
e
7,0.
Os
restos
vegetais,
como
folhas,
madeiras,
cascas,
etc,
após
decompostos
produzem
um
composto
orgânico
mais
ácido
ainda,
porque
não
têm
nada
de
cátions
alcalinos,
variando
de
3,0
à
5,0
o
pH,
dependendo
da
composição
do
tipo
vegetal.
O
composto
feito
a
base
de
plantas
decompostas
é
bom
para
plantas
que
preferem
solo
ácido
(veja
a
relação
de
espécies
na
tabela).
O
principal
efeito
benéfico
do
composto
orgânico
em
mistura
no
solo
é
reduzir
o
empedramento
das
argilas,
principalmente
com
os
compostos
fibrosos
a
base
de
pó
de
serra
(demoram
mais
para
se
decompor)
que
deixam
o
solo
ainda
mais
solto
e
aerado.
Outro
efeito
benéfico
da
matéria
orgânica
é
o
fornecimento
de
nitrogênio
amoniacal
e
micronutrientes
de
forma
lenta,
servindo
como
uma
“poupança”
para
a
planta,
do
qual
ela
vai
tirando
os
“juros”,
aos
poucos.
110
Micorrízas
Outro
ítem
que
exige
um
pouco
de
matéria
orgânica
são
as
micorrizas,
fungos
que
vivem
nas
raízes
das
plantas.
Para
algumas
espécies
como
o
gênero
Picea
spp.,
o
fungo
ectomicorrízico
é,
na
prática
essencial,
sem
os
quais
a
planta
cresce
tão
devagar
que
acaba
morrendo.
A
maioria
das
plantas
não
têm
ectomicorrizas
mas
apenas
endomicorrizas,
estas
últimas
ocorrem
em
todos
os
tipos
de
plantas,
árvores
e
ervas,
mas
nunca
podem
ser
vistas
a
olho
nú
por
serem
extremamente
pequenas.
Embora
o
autor
que
vos
fala
procura
a
ocorrência
de
ectomicorrizas
em
árvores
tropicais,
assim
o
termo
usado
abaixo
“micorriza”,
entenda
como
ectomicorriza.
É
comum
vermos
árvores
adultas
que
em
poucos
meses
tornam-‐se
amareladas,
na
verdade
é
uma
falta
de
nitrogênio
que
ocorre
na
época
das
secas,
momento
no
qual
as
micorrízas
conseguem
“puxar”
alguns
nutrientes
os
quais
a
plantas
não
micorrizadas
não
conseguem
adquirir.
Esses
fungos
se
alimentam
da
matéria
orgânica
e
da
seiva
das
plantas,
estes
decompõem
os
resíduos
orgânicos,
como
folhas
e
galhos
no
chão,
passando
a
maioria
destes
para
a
raiz
da
planta,
e
ficando,
em
troca,
com
um
pouco
da
seiva
desta.
Por
isso
é
um
processo
denominado
simbiose,
no
qual
um
beneficia
o
outro.
A
maioria
das
micorrizas
são
específicas
de
algumas
plantas,
as
mais
comuns
no
nosso
meio
são
as
que
ocorrem
na
família
Pinácea
(Pinus,
Larix,
Picea,
Pseudotsuga).
Estas
quando
ocorrem
podem
ser
vistas
no
fundo
do
vaso,
quando
nós
retiramos
o
torrão
e
o
observamos
por
baixo
bolores
envolvendo
as
raízes
mais
expostas.
São
muitos
tipos
com
fungos
de
varias
formas
e
cores,
os
mais
claros
como
brancos,
rosas,
laranjas
e
amarelos
são
mais
visíveis;
os
cinzas
e
marrons
as
vezes
não
podem
ser
notados
a
olho
nú,
mas
apenas
com
microscópios.
As
ectomicorrizas
são
úteis
em
bonsai
para
aumentar
a
resistência
das
plantas
às
pragas
e
doenças.
Para
vários
tipos
de
doenças
elas
inibem
o
desenvolvimento
através
da
produção
de
antibióticos.
Para
as
pragas
ainda
não
se
tem
uma
justificativa
plausível
para
a
sua
ação.
Rizóbio
Rhizobium
spp.
são
bactérias
que
se
associam
a
alguns
tipos
de
plantas
para
realizar
uma
simbiose
no
qual
as
bactérias
fixam
o
nitrogênio
do
ar
e
os
transformam
em
amônio
para
as
plantas.
Somente
ocorrem
nas
plantas
leguminosas
(famílias
Fabaceae,
)
que
possuem
vagens,
nas
raízes
das
quais
ocorrem
bolinhas
dentro
das
quais
estão
as
bactérias
Rhizobium
spp.
Estas
bactérias
fixadoras
de
nitrogênio
do
ar
não
são
totalmente
essenciais,
mas
as
plantas
crescem
mais
do
que
o
normal
com
estas.
Há
muitas
espécies,
inclusive
algumas
mais
eficientes
em
alguns
níveis
de
pH.
As
espécies
de
árvores
mais
comuns
com
rizóbio
são:
jurema,
caliandra,
jatobá,
amburana,
sansão
do
campo,
pau-‐brasil,
tipuana,
sibipiruna,
angico,
etc.
ADUBAÇÃO
FOLIAR
Os
adubos
químicos
também
podem
ser
absorvidos
pelas
folhas,
além
das
raízes.
Varias
espécies
de
plantas
realizam
a
absorção
de
nutrientes
exclusivamente
pelas
folhas,
como
algumas
bromélias
do
gênero
Tillandsia
spp.
Na
maioria
das
plantas
o
principal
orgão
de
absorção
de
nutrientes
nas
folhas
são
os
estômatos,
um
“microfurinho”,
não
visível
a
olho
nú,
o
qual
é
usado
para
a
entrada
e
saída
de
gases,
como
CO2
e
O2
(além
da
água
transpirada
junto
com
o
movimento
dos
gases),
na
verdade
estes
são
como
“narinas”.
A
maior
parte
dos
estômatos
fica
na
face
de
baixo
das
folhas,
por
esse
motivo
procuramos
pulverizar
a
solução
de
adubos
de
baixo
para
cima.
Há
também
a
“pele”
que
reveste
a
folha
e
o
interior
dos
estômatos,
chamada
de
cutícula,
é
formada
de
microscópicas
“escamas”
cerosas,
semelhante
às
dos
peixes,
e
entre
estas
pode
haver
passagens,
por
onde
entraria
um
pouco
de
solução.
112
URÉIA>SALITRE>AMÔNIO
A
uréia
é
um
caso
a
parte,
pois
com
esta
ocorre
o
fenômeno
da
“difusão
facilitada”,
no
qual
esta
consegue
abrir
“brechas”
químicas
nos
componentes
da
cutícula,
aumentando
sua
própria
absorção
e
a
de
outros
íons.
A
absorção
da
uréia
muitas
vezes
é
tanta
que
esta
intoxica
a
planta,
usando-‐se
muitas
vezes
a
adição
de
açúcar
e
sulfato
de
magnésio
(MgSO4)
para
retardar
a
absorção
excessiva
de
uréia.
Mobilidade
dos
Nutrientes
Absorvidos
Os
nutrientes
são
transportados
do
meio
externo
para
os
vacúolos
das
células
da
epiderme
e
estas
os
distribuem
por
difusão
de
uma
para
outra
pelos
plasmalemas
(canais
que
unem
uma
célula
a
outra),
até
os
canais
do
floema.
Alguns
nutrientes
são
móveis,
outros
parcialmente
móveis
e
outros
imóveis,
de
uma
célula
para
outra.
Enxofre Molibdênio
Manganês
114
Doenças
do
bonsai
Iniciou
na
China
espalhando-‐se
para
o
Japão,
nesses
países
tem
atacado
populações
de
Pinus
thunbergii
e
P.
densiflora,
ocorrendo
uma
mortalidade
de
20%
das
plantas
infestadas.
É
transmitido
por
besouros
que
atacam
as
plantas
principalmente
os
do
gênero
Monochamus
spp.
(Cerambícideo).
Seu
controle
é
feito
com
inseticidas
sistêmicos
granulados
misturados
ao
solo,
que
serão
absorvidos
pelas
raízes
das
árvores
os
quais
correm
pela
seiva
da
planta
e
matam
o
nematóide
os
besouros
transmissores.
Mas
é
muito
difícil
de
se
aplicar
no
solo
inseticidas
granulados
para
as
as
árvores
grandes,
principalmente
nas
florestas
(HANSEN
&
LEWIS,
1997).
No
Japão
estão
sendo
selecionadas
variedades
de
pinheiros
resistentes
ao
nematóide,
mas
estas
demoraram
quase
uma
década
para
chegar
ao
público.
Algas
As
algas
que
parasitam
plantas
superiores
ocorrem
em
regiões
úmidas.
São
conhecidas
mais
de
15
espécies
pertencentes
à
3
famílias
de
algas.
Somente
a
espécie
Cephaleurus
virescens
ataca
mais
de
200
espécies
de
plantas,
em
60
famílias
diferentes.
As
algas
podem
crescer
em
folhas,
pecíolos,
hastes
e
frutos,
produzindo
colônias
superficiais
que
aparecem
como
manchas.
Normalmente
tem
cerca
de
1
cm
de
diâmetro,
mas
podem
crescer
próximas
e
se
unir
encobrindo
grande
parte
da
folha.
As
colônias
de
algas
causam
o
amarelecimento
prematuro
das
folhas.
Em
ramos
de
Citrus
spp.
com
até
5cm
de
diâmetro
após
o
encobrimento
da
casca
pelas
colônias
os
mesmos
podem
secar.
Dois
fungos
o
Strigula
complanata
e
o
S.
elegans
formam
uma
associação
com
a
alga
acima
citada,
Cephaleuros
virescens,
formando
um
liquén
também
parasítico.
Ambos
podem
ser
controlados
com
pulverizaçoes
de
sulfato
de
cobre.
Líquenes
Os
líquenes
são
organismos
compostos
perenes,
formado
por
um
fungo,
normalmente
um
Ascomiceto,
e
uma
alga
do
tipo
azul
ou
verde.
A
estrutura
é
chamada
de
“Thalus”.
116
Os
líquenes
colonizam
várias
superfícies
como
rochas
e
casca.
A
alga
através
da
fotossíntese
supre
o
fungo
com
carboidratos,
proteínas
e
vitaminas,
e
o
fungo
obtém
a
água
e
os
sais
minerais
do
ar
e
do
substrato
para
ambos.
Excetuando
o
líquen
anteriormente
citado,
da
alga
Cephaleuros
sp.
e
do
fungo
Strigula
sp.,
a
maioria
dos
líquenes
são
apenas
infestantes,
e
pouco
freqüentemente
desenvolve-‐se
nos
ramos
finos
causando
o
abafamento
das
folhas
da
árvore
(
SINCLAIR
et
al.,
1987).
Doenças
Fúngicas
Basicamente
todos
os
fungos
são
decompositores
de
materiais
vegetais
mortos
(ou
saprófitas),
desempenhando
um
papel
essencial
no
ciclo
de
vida
dos
ecosistemas
florestais.
Durante
sua
evolução
alguns
fungos
se
especializaram
em
decompor
também
vegetais
vivos,
formando
os
fitopatógenos.
Fungos
Simbiontes
De
uma
outra
linha
na
evolução
surgiram
os
fungos
simbiônticos,
chamados
de
micorrizas
(ecto
e
endomicorrizas),
que
decompõe
a
matéria
orgânica
morta,
como
um
fungo
saprófita,
mas
que
infecta
as
raízes
das
árvores
lhes
absorvendo
a
seiva
elaborada,
como
um
parasita,
e
em
troca
lhe
passa
os
sais
minerais
e
água
para
o
interior
das
raízes.
São
muito
necessários
nas
plantas
em
solos
pobres
em
N
e
P,
além
dos
locais
mais
secos.
As
hifas
dos
fungos
micorrízicos
são
mais
eficientes
na
absorção
de
nutrientes
do
que
os
pelos
radiculares,
tendo
inclusive
maior
comprimento.
Mais
detalhes
veja
no
capítulo
de
Solo
do
Bonsai.
Os
sintomas
são
a
seca
dos
ramos
pequenos
no
alto,
cancro
ou
podridão
escurecida
no
interior
dos
ramos,
mais
visível
nos
talos
mais
jovens,
e
por
final
a
seca
total
da
planta
de
cima
para
baixo.
Ocorrem
picnídios
(estruturas
do
fungo)
em
forma
de
casca
oval
cinza,
na
haste
e
na
base
das
escamas
foliares,
que
evoluem
para
formar
os
cancros
escuros.
A
doença
atinge
atinge
quase
todas
as
espécies
da
família
Cupressaceae
(Juniperus
sp.,
Chamaecyparis
sp.,
Cupressus
sp.,
etc.).
Das
poucas
espécies
que
apresentam
resistência
estão
o
Juniperus
chinensis
var.
sargentii
e
o
J.
chinensis
var.
sargentii
‘glauca’.
Segundo
SINCLAIR
et
al.
(1987)
outras
espécies
de
pinheiros
que
têm
sido
infectadas
por
Phomopsis
juniperovora
são:
os
abetos
(Abies
spp.),
larícios
(Larix
spp.)
e
os
teixos
(Taxus
spp.).
A esquerda um Chamecyparis pisifera , e a direita um kaizuka, com ferrugem dos pinheiros
118
É
uma
doença
destruidora
de
folhas
que
ataca
espécies
das
Famílias
Taxodiaceae
e
Cupressaceae.
Das
Taxodiaceaes
são:
Sequoia
sempervirens,
Taxodium
distichum,
T.
distichum
var.
aestivum,
T.
mucronatum
e
Cryptomeria
japonica.
Das
Cupressaceaes
são:
Cupressus
spp.,
Juniperus
spp.,
Chamaecyparis
spp.,
Thuja
spp.,
Sequoiadendrom
giganteum,
Callistris
spp.
etc.
É
muito
comum
no
Brasil
atacando
Cryptomeria
japonica
‘elegans’,
e
matando
em
qualquer
idade,
e
conferindo
a
vida
curta,
característica
dessa
espécie
aqui
no
Brasil,
chegando
no
máximo
30
anos.
As
Cryptomeria
japonica
no
Japão
podem
atingir
muitos
séculos,
a
alameda
mais
longo
foram
feitas
com
13.500
Cryptomerias
plantadas
em
1628
tendo
portanto
cerca
de
280
anos
(GUINESS
BOOK,
1994).
Os
sintomas
se
iniciam
com
descolorações
e
necroses
nas
folhas
nos
ramos
mais
baixos,
e
gradualmente
vão
subindo
a
copa.
As
infecções
progridem
mais
intensamente
no
período
das
chuvas.
Um
conidiofóro
se
desenvolve
na
base
das
escamas
(folhas),
semelhante
à
uma
micro
cochonilha
oval.
Varias
espécies
de
Seiridium
infectam
Cupressaceaes,
sendo
o
S.
unicorne
considerado
o
mais
comum
e
cosmopolita,
ocorrendo
em
todos
os
países
que
possuam
seus
hospedeiros.
Os
gêneros
mais
comumente
infectados
são:
Cupressus
spp.,
Chamaecyparis
spp.,
Thuja
spp.
e
Juniperus
spp.
Os
sintomas
são
manchas,
cancro
resinoso
na
região
manchada
e
seca
dos
ramos
infectados,
e
posteriormente
a
morte
da
árvore
toda.
A
infecção
ocorre
após
a
poda
das
plantas
entrando
o
fungo
através
dos
ferimentos,
por
isso
após
a
poda
e
a
produção
de
jins
e
sharis
são
necessários
o
tratamento
da
região
trabalhada
com
algum
produto
fungistático
e
a
limpeza
das
ferramentas
usadas
antecipadamente
e
após
uso.
Seca
do
Pinheiros
por
Sphaeropsis
Sphaeropsis
sapinae
(ou
Diplodia
pinea)
É
um
fungo
muito
temido
por
ser
um
dos
maiores
devastadores
de
florestas.
Não
é
totalmente
especifico
de
plantas
da
família
Pinaceae,
mas
dentre
as
espécies
de
Pinus
ssp.
é
mais
agressivo
nas
que
possuem
2
e
3
acículas
por
capítulo.
Ocorre
também
em
outras
Famílias
como
Cupressaceae,
principalmente
no
cedrinho
(Cupressus
lusitanica),
cipreste
italiano
(C.
sempervirens)
e
as
tuias
de
natal
(Chamaecyparis
lawsoniana).
Este
fungo
é
mais
comum
em
plantações
de
Pseudotsuga
mezienzi
e
Picea
abies.
Nos
países
de
clima
temperado
este
costuma
dizimar
as
plantações
de
Araucaria
cunninghamii.
Os
principais
sintomas
são
a
seca
dos
ápices
e
dos
brotos
mais
novos,
como
se
estivessem
murchado
ou
sapecados
por
frio,
posteriormente
vão
morrendo
os
ramos
baixeiros
inteiros.
Em
plantas
saudáveis
as
quais
o
fungo
Sphaeropsis
sapinae
não
consegue
matar
apenas
secam
os
raminhos
desenvolvidos
na
estação
anterior.
Esse
fungo
é
específico
de
pinheiros
da
família
Pinaceae
infectando
os
gêneros
Pinus
spp.,
Larix
spp.,
Cedrus
spp.,
Picea
spp.,
Abies
spp.,
Pseudotsuga
mezienzi,
Pseudolarix
spp.,
e
outros.
Normalmente
a
infecção
ocorre
na
época
das
chuvas
(primavera
e
verão),
e
no
inverno
o
tecido
infectado
estará
morrendo,
em
seguida
quando
voltarem
as
chuvas
os
esporos
estarão
saindo
dos
brotos
secos,
e
se
espalhando,
o
que
torna
extremamente
necessário
a
retirada
dos
ramos
secos.
120
Ferrugem
da
Pinta
marrom
das
Acículas
Mycospharella
dearnessii
É
um
fungo
específico
de
plantas
da
família
Pinaceae,
ocorrendo
em
28
espécies
de
Pinus
spp.
1. Lesão
circular
oblonga
na
acícula,
que
varia
do
amarelo
ao
marrom
claro,
com
uma
borda
escura
de
contorno.
2. Menos
comum,
é
uma
lesão
mais
alongada,
alaranjada
e
incrustada
de
resina.
A
infecção
progride
com
o
secamento,
devido
a
uma
liberação
de
toxinas
pelo
fungo,
diminuindo
a
área
foliar
viva
e
chegando
a
secar
a
planta
inteira,
após
alguns
anos
de
ataque
(HANSEN
&
LEWIS,
1997).
Segundo
SINCLAIR
et
al.(1987)
uma
característica
que
distingui
esta
doença
das
outras
é
que
o
secamento
das
folhas
começam
pelas
pontas
das
acículas.
Os
cultivares
anões
e
os
de
acículas
curtas
são
os
mais
susceptíveis
a
doença,
e
mais
fáceis
de
morrer.
A aplicação de fungicidas pode prover algum controle (HANSEN & LEWIS, 1997).
Específico
de
Pinaceae
ocorrendo
em
29
espécies
de
Pinus
spp.,
outros
gênero
são
menos
susceptíveis
tais
como
Larix
spp.,
Picea
spp.
Pseudotsuga
mezienzi.
Os
sintomas
são
manchas
amarelo
claras
que
se
tornam
translúcidas
na
forma
de
bandas
(listras
transversais
na
acícula),
secando
a
acícula
inteira.
Pode
progredir
até
secar
a
árvore
toda.
Fungicidas
a
base
de
cobre
impedem
a
disseminação
da
doença
para
as
folhas
ainda
não
atacadas
(HANSEN
&
LEWIS,
1997).
É
outro
fungo
específico
de
plantas
da
família
Pinaceae.
Os
pinheiros
de
clima
mais
frio,
os
chamados
“endurecidos”
(por
suportarem
a
neve),
são
susceptíveis
de
desfolhação
causada
por
Pleioderme
lethale.
O
fungo
infecta
as
acículas
no
final
no
verão
e
as
mata
no
final
do
inverno,
ou
começo
da
primavera.
Os
sintomas
são
listras
pretas
de
0,4
à
1,4
mm
de
comprimento,
algumas
destas
se
agregam
formando
listras
contínuas
de
até
5
mm.
O
maior
problema
é
que
mesmo
que
ocorram
poucas
listras
já
são
suficientes
para
que
a
acícula
morra
(SINCLAIR
et
al.,
1987).
Existem mais de 20 espécies do gênero, mas somente o L. seditiosum é o mais patogênico.
Os
sintomas
são
de
seca
das
acículas,
e
a
presença
de
picnídios
pretos,
ovais,
medindo
de
0,8
à
1,5
mm
de
comprimento,
a
volta
deste
começa
a
secar,
após
o
que
conduz
a
seca
da
folha
toda.
Pode
atingir
todas
a
folhas,
vindo
a
morrer
a
árvore.
O
fungo
infecta
varias
famílias
de
coníferas,
mas
as
mais
comuns
são
Pinaceae
e
Cupressaceae
(SINCLAIR
et
al.,
1987).
A esquerda Pinus sylvestris, a direita Pinus thunbergii, ambas com Lophodermium sp.
122
Cancro
Resinoso
dos
Pinus
Fusarium
subglutinans
f
sp.
pini
Os
sintomas
são
cancros
resinosos
no
tronco,
ramos
grossos
ou
raízes
expostas.
O
sintoma
mais
típico
é
a
morte
do
ápice
da
árvore
pela
ocorrência
de
cancro
na
base
dos
ramos,
provocando
uma
interrupção
no
transporte
da
seiva.
Normalmente
a
morte
vai
ocorrer
aos
poucos
a
medida
que
a
seiva
vai
sendo
interrompida(HANSEN
&
LEWIS,
1997).
O
fungo
não
tem
muita
especificidade
de
conífera,
sendo
comum
nos
gêneros
Agathis,
Araucaria,
Pinus
e
Cupressus.
Os
principais
sintomas
são:
amarelecimento
das
folhas
e
posterior
seca
das
mesmas,
resinas
em
necroses
próximas
ao
nível
do
solo,
a
casca
das
raízes
se
torna
escura.
Em florestas a mortalidade varia de 10 à 50 % das plantas (HANSEN & LEWIS, 1997).
Este
é
um
fungo
que
causa
a
podridão
de
flores,
frutos,
folhas
e
brotos,
antingindo
milhares
de
espécies
vegetais,
tanto
arbóreas
quanto
herbáceas.
As
mais
comuns
são:
Eucaliptus
spp.,
fuchsia,
azaléia,
camélia,
Juniperus
spp.,
Thujas
spp.,
Sequoia
sempervirens,
Pinus
spp.,
Citrus
spp.,
Prunus
spp.,
além
de
muitas
outras.
O
crescimento
desse
tipo
de
fungo
é
favorecido
pelas
condiçoes
da
planta,
como:
1.
baixa
luminosidade;
2.
baixas
temperaturas;
3.
excesso
ou
falta
de
nutrientes;
4.
produtos
químicos
tóxicos
ou
poluentes;
5.
senescência
e
somados
à
6.
elevada
umidade.
É
o
fungo
mais
comum
no
emboloramento
de
flores
e
frutos,
mas
também
é
causador
de
tombamento
de
seedlings
(plântulas
nascidas
de
sementes
a
pouco
tempo)
e
principalmente
o
apodrecimento
de
estacas
durante
o
processo
de
enraizamento,
com
maior
intensidade
nas
condições
de
estufas
e
estufins
(SINCLAIR
et
al.,
1987).
Antracnose
Glomerella
cingulata
ou
Colletotrichum
gloeosporioides.
O
fungo
infecta
a
epiderme
das
partes
não
suberizadas
(ainda
verdes),
como:
folhas,
flores
e
frutos;
causando
a
queda
de
folhas
flores
e
frutos
e
ainda
o
secamento
dos
ramos,
na
forma
de
“dieback”,
ou
seja,
a
planta
morre
de
cima
para
baixo.
As
plantas
novas
morrem
com
muito
mais
facilidade.
124
Alguns
exemplos
de
plantas
freqüentemente
infectadas
por
Glomerella
cingulata
na
forma
Colletotrichum
gloeosporioides:
Antracnose
(outra)
Elsinoe
spp
e
Sphaceloma
spp.
São
mais
de
40
espécies
de
fungos,
dentro
dos
gêneros
Elsinoe
spp.
e
Sphaceloma
spp.,
que
atacam
centenas
de
espécies
de
plantas,
a
maioria
apresenta
uma
especificidade
dentro
de
uma
família
vegetal,
por
exemplo:
S.
psidii
infecta
espécies
de
árvores
da
família
Myrtaceae,
ou
seja,
goiaba,
guabirobas,
pitangas,
uvaias,
jaboticaba,
cambuí,
araçá,
etc.
O
S.
cassiae
infecta
plantas
da
família
Fabaceae
(as
Leguminosas),
como
por
exemplo:
cassias,
acacias,
caliandra,
jacarandá
da
Bahia,
bauínia,
pau-‐Brasil,
tipuana,
etc.
O
fungo
atinge
varias
espécies
de
Acer
spp.
como
por
exemplo
os
tipos:
japonês,
vermelho,
prata,
amur,
tatariano,
doce,
etc.
A
Kabatiella
apocrypta
é
o
mais
comum
patógeno
em
Acer
spp.,
causa
lesões
nas
nervuras
terciárias,
mais
próximas
da
margem.
126
Uma
quantidade
muito
grande
de
tipos
de
hospedeiros
podem
ser
listados,
por
exemplo:
Hera Cycas
Ixora
Rosa
Wistéria
Azaléia
maçã
Pera
Uva
Pêssego
Ameixa
Ligustro
pitósporo
seringueiras
laranjas
Limões
Acer
Schefflera
Goiaba
Palmeiras diversas
Este
fungo
causa
manchas
necróticas
nas
folhas,
frutos
e
hastes
novas
de
mais
de
60
espécies
de
árvores
da
subfamília
Pomoideae,
da
família
Rosaceae.
Algumas
das
espécies
susceptíveis
são
pera,
maçã,
marmelo,
marmelinho
ornamental,
piracanta
e
cotonester.
128
129
Doenças
Bacterianas
Cancro
Duro
Agrobacterium
tumefasciens
É
uma
doença
bacteriana
especifica
de
plantas
superiores,
isto
é,
excluem
os
pinheiros.
Na
maioria
das
árvores
a
bactéria
é
transmitida
mecanicamente,
através
de
ferramentas,
insetos
mastigadores,
enxertos,
etc.
A
bactéria
faz
com
que
a
parte
afetada
produza
um
tumor
verrugoso,
que
pode
crescer
vários
centímetros
num
bonsai.
O
seu
controle
necessita
de
uma
cirurgia,
para
a
remoção
da
“verruga”,
e
o
posterior
tratamento
da
ferida
com
antibiótico.
Os
antibióticos
usados
podem
ser:
tetraciclina,
rifamicina
e
gentamicina.
Uma
pomada
comercial
chamada
Diplogenta,
contém
gentamicina
em
vaselina
sólida,
tem
dado
os
melhores
resultados,
e
de
fácil
aplicação.
130
131
Introdução:
As
pragas
são
os
diversos
tipos
de
animais
que
causam
prejuízos
às
plantas
cultivadas
pelo
homem.
Elas
variam
conforme
a
região
e
a
época
do
ano;
em
geral
são
naturais
de
132
determinados
locais,
mas
o
Homem
as
têm
espalhado
de
forma
acidental
ou
propositalmente
para
diversos
ambientes.
Novos
tipos
surgem
ou
são
levados
de
um
país
para
outro,
por
esse
motivo
a
vigilância
sanitária
vegetal
impede
o
transito
de
vegetais
de
um
Estado
para
outro,
ou
de
um
País
a
outro.
Em
muitos
casos
várias
pragas
podem
atacar
uma
planta,
simultaneamente,
isso
por
que
as
causas
são
as
mesmas:
falta
de
água,
calor,
ar
seco,
desnutrição
ou
super
nutrição.
Pulgões
São
insetos
sugadores
que
se
assemelham
a
uma
pulga,
daí
o
nome,
só
que
mais
"gordinhos",
com
movimentos
lentos.
Quando
estão
sugando
e
observarmos
de
perto,
ou
melhor,
com
uma
lente
de
aumento,
veremos
estes
dando
um
tremido
a
cada
sucção
de
seiva.
Existem
muitos
tipos,
a
maioria
específica
de
um
grupo
de
plantas,
geralmente
da
mesma
família
botânica,
por
exemplo,
o
pulgão
da
maçã
ataca
todos
os
gêneros
de
plantas
da
Família
Rosaceae.
Mas
há
espécies
como
o
pulgão
do
algodoeiro
(Aphis
gossypis)
que
ataca
também
plantas
de
outras
famílias
como
laranjas,
limões,
tangerinas,
paineiras,
etc.
Vivem
em
grupos
nas
partes
mais
novas
e
tenras
da
planta,
como
brotos,
folhas
e
flores
novas.
As
picadas
causam
deformações
e
redução
no
crescimento
dos
locais
atacados,
e
são
permanentes.
Indiretamente,
transmitem
muitos
tipos
de
vírus
de
uma
planta
para
outra.
Os
pulgões
sugam
grandes
quantidades
de
seiva,
eliminando
fezes
líquidas
ricas
em
açucares
que
caem
sobre
as
folhas
abaixo
e
produzindo
um
fungo
escuro
chamado
de
fumagina
(Capinodium
sp.),
que
cobre
a
superfície
das
folhas
reduzindo
a
fotossíntese.
Os
açucares
eliminados
nas
fezes
são
disputados
por
diversos
tipos
de
formigas
que
se
alimentam
das
gotículas
açucaradas.
Existem
formigas
chamadas
“doceiras”
que
se
alimentam
das
excreções
dos
pulgões
e
cochonilhas
sendo
que
estas
defendem
as
ninfas
e
ainda
as
distribuem-‐nos
outros
locais
tenros
das
plantas.
133
Pulgão da maçã, Aphis pomi: ataca cotoneaster, piracanta, macieira, pessegueiro, ameixeira.
Uma
formiga
se
alimentando
das
excreções
do
pulgão
da
maçã
(Aphis
pomi),
numa
planta
de
piracanta.
A foto acima mostra pequenos pulgões nas folhas novas de Podocarpus macrophyllus.
134
Pulgão do algodão, Aphis gossypii (cinza escuro ou quase preto), ataca citrus e acerola.
Pulgão
negro
dos
citrus,
Toxoptera
aurantii:
O
segundo
mais
importante
pulgão
dos
citrus.
Nestes
os
indivíduos
jovens
é
marrom
avermelhado,
e
os
adultos
negros.
Pulgão
marrom
dos
cedros,
Toxoptera
citricida:
é
o
que
causa
mais
prejuízos
aos
produtores
de
laranja,
pois,
é
transmissor
da
"Tristeza
dos
Citrus",
uma
doença
virótica
sem
cura.
Seu
controle
é
feito
com
inseticidas,
algumas
vezes
pode
ser
usada
água
com
sabão,
calda
de
fumo
de
corda,
extrato
de
neen,
etc.
Cochonilhas
Existem
muitos
tipos,
a
maioria
é
especifica
de
espécie,
gênero
ou
família
de
plantas.
Mas
existem
espécies
de
cochonilhas
de
cera
Ceroplastes
janeirensis,
que
ocorrem
em
Ficus,
mirindiba-‐rosa,
peroba-‐rosa
e
Myrtaceas
(jaboticaba,
pitanga,
goiaba,
etc.).
Portanto
de
uma
pode
passar
para
as
outras.
Cochonilha de casca esférica dos Ficus, Saissetia coffea (que também ataca o cafeeiro).
135
As
cochonilhas
de
cera
ou
casca,
por
serem
impermeáveis
precisam
ter
seu
controle
é
feito
com
óleo
emulsionável
(mineral
ou
vegetal),
pois
este
fecha
seus
poros,
causando
sua
morte
por
asfixia.
As
demais
cochonilhas
de
corpo
"mole"
podem
ser
controladas
com
inseticidas.
136
Cochonilha de Cera (Ceroplastes janeirensis) em ramo de peróba rosa
A
foto
acima
mostra
pequenas
cochonilhas
de
casca
na
folha
de
limão
trifoliata,
e
cochonilha
farinha
nos
ramos
deste.
137
Ácaros
Os
ácaros
são
micro-‐aranhas,
os
que
atacam
plantas
sugam
sua
seiva,
e
liberam
toxinas,
que
provocam
o
bronzeamento
e
a
seca
das
folhas,
posteriormente,
a
quedas
das
folhas,
seca
das
hastes
e
morte
da
planta.
A
maioria
forma
colônias
na
face
inferior
da
folha,
com
teias,
nas
quais
põem
seus
ovos.
Ácaro
do
morangueiro,
Tarsonemos
pallidus:
ataca
diversas
famílias
botânicas
de
plantas,
desde
rosas,
macieiras,
etc,
até
os
Ficus
spp.
Pontuações causadas pelo ácaro em folhas de peroba rosa (Aspidosperma poliyneuron)
Ácaro branco em folhas de piracanta, iniciando o bronzeamento do limbo
138
Lagartas
São
larvas
de
borboletas
que
nessa
fase
têm
uma
alimentação
muito
intensa.
A
maioria
das
lagartas
têm
um
grupo
específico
de
plantas
da
qual
se
alimentam,
que
pode
pertencer
a
um
gênero
(por
exemplo,
Citrus
spp.)
ou
a
família
(por
exemplo
Rutaceae).
Mas
também
existem
tipos
de
lagartas
que
comem
quase
todos
os
tipos
de
plantas,
como
a
lagarta
militar
(Spodoptera
frugiperda)
e
a
lagarta
rosca
(Agrotis
ipsilon).
Estas
últimas
comem
plantinhas
pequenas
como
de
mudas
de
estacas,
sementeiras,
ou
mini
bonsai.
Precisamos
tomar
cuidado
com
as
lagartas
pilosas,
porque
nas
cerdas
dos
pêlos
contêm
venenos,
causando
queimaduras,
ínguas,
alergias
e
cãibras
musculares.
139
Gafanhotos
e
Esperanças
Gafanhotos
e
esperanças
são
devoradores
de
folhas
sem
especificidade
de
plantas,
podendo
comer
qualquer
folha
verde
tenta.
Uma ninfa (filhote) de esperança comendo folhas de um bonsai de limão cravo.
As
formigas
cortadeiras
são
pragas
muito
perigosas
em
algumas
regiões.
O
autor
já
chegou
a
ter,
em
um
único
dia,
cinco
tipos
diferentes
atacando
suas
plantas.
Provenientes
de
terrenos
vizinhos
elas
caminham
dezenas
de
metros
atrás
das
plantas
preferidas
da
sua
dieta.
Estas
vão
cortando
em
ordem
de
preferência
140
Algumas
pessoas
acham
que
a
desfolha
feita
pelas
formigas
pode
não
ser
danosa,
já
que
é
uma
prática
comum
em
bonsai,
mas
se
enganam.
Quando
cortam
as
folhas
estas
liberam
alguns
compostos
que
intoxicam
levemente
a
planta,
isso
faz
com
que
a
planta
rebrote
fraca
e
amarelada,
se
não
for
adubada
e
regada
convenientemente,
esta
pode
morrer.
Se
ocorrerem
varias
desfolhas
seguidas
a
morte
é
quase
certa.
O
maior
dano
das
formigas
cortadeiras
é
feito
nos
Pinheiros,
se
estes
forem
desfolhados
totalmente,
na
maioria
das
vezes,
morrem.
Normalmente,
as
formigas
cortadeiras
seguem
uma
ordem
de
preferência
nas
plantas
que
cortam,
um
exemplo
comum
é:
1.
roseira,
2.
ligustro,
3.
pessegueiro,
4.
Eucalipto,
5.
Pinus.
Mas
a
seqüência
de
preferência
dentre
suas
plantas
precisa
ser
estudada.
Há
dois
tipos
de
formigas
cortadeiras
as
quenquéns
(Acromyces
spp.)
e
as
saúvas
(Atta
spp).
As
quenquéns
são
na
maioria
de
hábitos
noturnos
(mas
há
alguns
tipos
que
preferem
o
dia)
e
constroem
seus
ninhos
com
folhas.
As
saúvas
constroem
ninhos
no
solo,
às
vezes,
muito
grandes.
Se
você
tiver
interesse
em
saber
se
um
indivíduo
de
formiga
cortadeira
em
sua
coleção
pertence
a
qual
tipo,
é
só
conseguir
uma
lente
de
aumento
e
contar
o
número
de
espinhos
que
existem
em
sua
costa,
se
forem
3
pares
é
quenquém,
se
houverem
4
a
5
pares
de
espinhos
é
saúva.
Essas
formigas
usam
as
folhas
para
cultivar
um
tipo
de
fungo,
que
é
o
alimento
das
larvas.
As
operarias
se
alimentam
da
seiva
das
folhas
cortadas,
durante
o
trabalho,
e
dentro
do
ninho
do
fungo.
O
controle
mais
comum
é
o
uso
de
iscas,
colocadas
na
trilhas
destas
para
que
carreguem
para
dentro
do
ninho,
e
o
fungicida
que
a
isca
contém
acaba
com
sua
fonte
de
alimento,
em
cerca
de
3
dias
elas
paralisam
as
atividades,
e
morrem
em
60
dias.
A
quantidade
de
iscas
é
proporcional
ao
tamanho
do
formigueiro.
É
importante
não
tocar
nas
iscas,
porque
as
formigas
percebem
o
cheiro
humano
e
não
as
carregam
mais
Além
disso,
somente
aplicar
em
dias
secos,
senão
as
iscas
desmancham.
Há
no
mercado
iscas
em
saquinhos
para
dias
úmidos.
141
Lesmas
e
Caracóis
As lesmas são moluscos sem casca, e os caramujos possuem um casca protetora.
A foto acima mostra o efeito do Caracol Comum (Helix aspersa) em folhas de primavera
Estes
caramujos
alimentam-‐se
de
folhas,
flores,
frutos
e
raízes;
enquanto
novos.
Normalmente,
estes
preferem
os
bonsais
com
folhas
tenras,
como
Hibisco,
rosas,
pêra,
maçã,
acer,
paineiras,
primaveras,
azaléias,
etc.
Mas
há
citações
de
que
estes
podem
comer
algumas
mais
endurecidas,
como
Juniperus
sp,
ciprestes
e
buxinhos.
Nos
jardins,
hortas
e
terrenos
diversos,
estes
se
alimentam
das
plantas
cultivadas
e
principalmente
das
ervas
daninhas.
Os
caracóis
têm
hábitos
noturnos,
saindo
somente
no
escuro,
principalmente
quando
o
solo
está
úmido,
após
regas
ou
chuvas.
Durante
o
dia
ficam
em
pequenos
buracos,
frestas,
debaixo
de
vasos
e
outros
objetos
que
os
protejam
do
sol
e
do
calor.
142
deixe-‐os
estendidos
durante
a
noite.
Ao
amanhecer,
levante
os
panos
e
retire
os
caracóis
que
estiverem
debaixo,
dando
um
''fim''
neles.
A
foto
acima
mostra
Caracol
de
jardim
pequeno
(Theba
pisana)
comendo
pétalas
de
uma
mini-‐
orquídea
sobre
um
bonsai.
Um
controle
muito
bom,
mas
pouco
usado
é
o
leite
de
Euphorbiaceas.
Por
exemplo,
plantas
leitosas
de:
coroa
de
cristo,
caracassana,
maria
mole,
aveloz.
Dilui-‐se
o
leite
em
água,
e
molha
tudo,
por
baixo
e
por
cima
dos
vasos
com
um
regador,
ou
mesmo
um
pulverizador,
mas
cuidado
o
leite
é
tóxico
para
pessoas.
143
Nematóides
Nematóide
dos
Ficus,
Heterodera
fici:
Forma
cistos
(bolinhas)
nas
raízes,
que
ficam
cheios
de
microvermes.
A
maioria
das
variedade
de
Ficus
benjamina
são
tolerantes,
normalmente
nem
formam
cistos,
entretanto
as
variedades
de
folhas
manchadas
de
branco
são
susceptíveis.
Um
exemplo
é
a
F.
benjamina
'Golden
Princess',
que
fica
cheia
de
cistos,
pequenos
e
uniformes,
nas
raízes,
mas
aparentemente
a
planta
não
perde
o
vigor,
já
a
F.
benjamina
var.
variegata
forma
cistos
que
crescem
formando
grandes
verrugas
(Meloidogyne
incógnita),
perdendo
gradativamente
o
vigor
e
morrendo
em
30
à
60
dias.
A
Figueira
brasileira
Ficus
organensis,
uma
das
poucas
nativas
indicada
para
bonsai,
também
pode
morrer
quando
infestadas
por
nematóides.
É
necessário
salientar
que
existem
plantas
que
produzem
nódulos
(bolinhas)
que
não
são
causadas
por
nematóides,
algumas
dessas
são
as
árvores
anteriormente
chamadas
de
Leguminosas,
por
produzirem
um
fruto
com
forma
de
vagem.
As
mais
usadas
em
bonsai
são
as
caliandras,
acácias,
tataré,
pau-‐brasil,
eritrinas,
etc.
Sendo
que
as
bolinhas
contidas
nessas
raízes
são
benéficas,
pois
contém
bactérias
produtoras
de
adubos
nitrogenados.
Iniciou
na
China
espalhando-‐se
para
o
Japão,
nesses
países
tem
atacado
populações
de
Pinus
thunbergii
e
P.
densiflora,
ocorrendo
uma
mortalidade
de
20%
das
plantas
infestadas.
É
transmitido
por
besouros
que
atacam
as
plantas
principalmente
os
do
gênero
Monochlamus
spp.,
(Cerambícideo),
semelhante
a
um
serra
pau
(broca).
144
Seu
controle
é
feito
com
inseticidas
sistêmicos
granulados
misturados
ao
solo,
que
serão
absorvidos
pelas
raízes
das
árvores
os
quais
correm
pela
seiva
da
planta
e
matam
o
nematóide
e
os
besouros
transmissores.
Mas
é
muito
difícil
de
se
aplicar
no
solo
inseticidas
granulados
para
as
árvores
grandes,
principalmente
nas
florestas
(HANSEN
&
LEWIS,
1997).
No
Japão
estão
sendo
selecionadas
variedades
de
pinheiros
negros
resistentes
ao
nematóide,
mas
estas
demoraram
quase
uma
década
para
chegar
ao
público.
Helicotylenchus dihystera
Tripes
Tripes
das
estufas,
Heliothrips
haemorrhoidalis:
Pequenos
insetos
que
atacam
primeiramente
a
parte
inferior
das
folhas,
e
quando
a
população
aumenta,
passam
a
atacar
a
face
superior.
As
folhas
após
varias
picadas
tornam-‐se
descoloradas
e
desenvolvem
um
aspecto
distorcido,
quando
atingem
um
nível
de
dano
a
folha
amarela
e
cai.
Na
maior
parte
dos
casos
o
mais
fácil
é
retirar
as
folhas
enroladas
e
aplicar
um
inseticida
piretróide.
Ataca
quase
todas
as
árvores
cultivadas
de
folhas
mais
delicadas,
bastando
estar
quente
e
seco
o
ambiente.
É
mais
comum
em
azaléia,
ardísia,
goiaba,
abacate,
Acer
sp,
Hibiscus
sp,
Ficus
microcarpa,
etc.
Parthenothrips
dracaena:
Ataca
a
maioria
das
árvores
de
folhas
coriáceas
como
Ficus,
citrus,
dracena,
araçá,
Portulacaria,
árvore
de
jade.
Na
figueira
mais
cultivada
em
bonsai
no
mundo,
Ficus
microcarpa,
esse
tripes
é,
particularmente,
um
problema
sério,
causando
o
enrolamento
das
folhas
picadas,
dando
um
aspecto
muito
feio
e
tirando
o
vigor
da
planta,
a
qual
precisa
de
pulverizações
mensais
de
inseticidas
para
tê-‐lo
controlado.
Ficus
microcarpa
com
Trips
(Parthenothrips
dracaena)
Causando
o
enrolamento
das
folhas.
145
Brocas:
São
insetos
devoradores
de
madeira,
a
maioria
são
larvas
de
besouros
e
vespas.
Existem
vários
tipos,
grande
parte
tem
seu
tipo
específico
de
árvore,
só
os
Fícus
sp.
A
maioria
faz
galerias,
à
medida
que
vai
comendo
a
madeira
vai
introduzindo
doenças
e
mais
pragas,
e
causando
a
morte
dos
ramos
e
posteriormente
da
planta
toda.
Assim
que
notada
um
tratamento
rápido
precisa
ser
feito.
O
principal
é
a
fumegação
com
fosfina,
introduzindo
o
vaso
com
a
planta
dentro
de
um
saco
plástico
grande
e
com
este
uma
pastilha
de
fosfina,
fecha-‐se
o
saco
por
dois
dias
a
sombra.
Depois,
abre-‐se
em
local
ventilado
e
longe
de
pessoas.
Além
deste
podemos
passar
óleo
mineral
emulsionável
ou
vaselina
líquida,
com
inseticida
em
óleo
(Decis),
injetado
com
seringa
na
galeria
e
passado
com
pincel
na
madeira
exposta.
Brocas
Marshallius
bonelli
(galeria
superficial)
e
Colobogaster
cyanitarsis
(lagarta
a
direita
que
faz
tuneis
profundos)
em
Fícus
benjamina
Tratando
com
óleo
+
inseticida
nas
galerias
e
externamente
para
evitar
a
decomposição.
Outras:
146
Pássaros
Diversos
pássaros
usam
folhas
de
plantas
para
seus
ninhos,
um
exemplo
típico
é
dos
pardais
pegando
pequenos
ramos
de
Eugenia
sprenglii,
para
construir
seus
ninhos.
Outros
pássaros,
como
o
tico-‐tico,
comem
os
seedlings
de
plantas
recém
nascidos,
por
isso
a
necessidade
de
cobrir
as
sementeiras
com
tela,
ou
coloca-‐las
dentro
de
casa-‐de-‐vegetação
fechada.
Abelhas
Abelha
irapuá
(Trigona
spinips),
esta
em
busca
de
resinas
fere
as
cascas
dos
pinheiros,
e
coleta
as
gotas
para
construir
suas
colméias.
Alimenta-‐se,
também
de
folhas
de
árvores
suculentas
como
portulacarias
e
árvores
de
jade.
Irapuá
raspando
hastes
de
Portulacaria
para
usar
em
colméias.
Cupins
Cortam
as
hastes
das
plantas
e
podem
comer
algumas
raízes
bem
como
descasca-‐las.
Seu
controle
é
através
da
injeção
de
inseticidas
nos
furos
de
onde
sai
o
pó
de
madeira.
Cupim
atacando
a
base
de
uma
planta
Erythroxylum
cuneifolium
147
Percevejos
Conhecidos
popularmente
como
“maria
fedida”,
são
insetos
sugadores
de
seiva
das
plantas,
tirando
muito
a
força
da
planta
e
causando
deformações
de
folhas.
Ninfa
de
percevejo
sugando
folhas
de
goiaba
Tatuzinhos
São
mini
crustáceos
de
hábitos
noturnos
que
se
alimentam
de
folhas,
brotos
novos
e
raízes
novas.
Besouros
Existem
besouros
comedores
de
folhas,
outros
de
flores
e
frutos.
Estes
podem
transmitir
o
Agrobacterium
tubescens
que
causa
grandes
calos
nos
ramos
e
raízes.
Minador
dos
cítricos
(Phyllicnistis citrella) em
folhas
de
limão
trifoliata.
148
Psilídeo
Pequenos
insetos
que
provocam
o
encarquilhamentro
das
folhas.
São
pouco
comum,
e
o
seu
controle
é
semelhante
aos
demais,
retirando-‐se
as
folhas
e
aplicando
insetida
nas
que
restam
para
dificultar
o
resurgimento.
Sintomas
do
ataque
do
Psilídeo
da
goiabeira
(Triozoida
sp.)
Ervas
Daninhas
Não
é
a
erva
daninha
a
vilã
da
estória,
Que
controla
aqueles
germes,
que
muito
lhe
apavora.
Se
conhecesses
a
função
que
ela
reserva,
Não
puxaria
seus
raminhos,
com
rigor
e
sem
cautela.
São
elas
desprezadas,
arrancadas
ao
nascer.
Renascem
rapidamente,
pois
querem
mesmo
é
viver.
Faz
parte
da
natureza,
e
muita
ajuda
lhe
dá.
Adubos
e
nutrientes
até
quando
morta
está.
Neste
universo
perfeito,
Tudo
tem
o
seu
lugar.
Arranque
a
erva
daninha,
Mas
ela
vai
retornar.
Auta
de
Souza
–
2004
As
plantas
daninhas
não
são
tão
más
quanto
imaginamos,
como
dizem
os
versos
acima,
elas
desempenham
uma
função
na
natureza.
De
forma
geral,
elas
ajudam
na
conservação
do
solo,
física
e
quimicamente,
reduzindo
a
erosão
e
multiplicando
a
chamada
flora
do
solo.
As
raízes
das
plantas
são
envolvidas
por
um
gel,
e
mergulhadas
num
caldo
nutritivo
formado
de
água,
sais
minerais,
compostos
orgânicos
e
microrganismos
(germes).
149
Nas
florestas
é
fácil
de
perceber
a
importância
dos
microrganismos,
uma
vez
que,
se
eles
não
digerissem
os
restos
vegetais
das
árvores
mortas
não
haveria
nutrientes
para
as
que
vivem
ao
redor.
Mas,
em
solos
sem
matéria
orgânica
há
também
uma
flora
microscópica
ao
redor
das
raízes,
uma
das
principais
funções
dessa
flora
é
a
solubilização
de
adubos,
como:
farinha
de
ossos,
fosfato
de
Araxá,
sais
de
rochas,
e
os
próprios
adubos
comercias.
Vários
tipos
de
bactérias
absorvem
os
compostos
de
dentro
dos
minerais
e
depois
de
consumi-‐los,
elas
os
excretam,
e
então
os
pêlos
radiculares
absorvem
o
que
foi
liberado
pelas
bactérias.
Vários
tipos
de
compostos
são
liberados
para
as
plantas
após
a
morte
das
bactérias
que
viviam
ao
redor
das
raízes.
Mas
há
também
os
fungos
decompositores
que
“quebram”
as
fibras
das
madeiras
e
folhas,
e
os
compostos
alguns
passam
direto
para
as
plantas,
mas
outros
são
consumidos
pelas
bactérias
e
depois
para
as
plantas.
Outro
evento
importante
que
as
ervas
daninhas
participam
é
a
ecologia
do
solo.
Os
microorganismos
vivem
como
numa
selva,
só
que
ao
invés
de
uma
floresta
eles
vivem
nas
raízes
abundantes
das
ervas
daninhas,
na
verdade
eles
estão
sobrevivendo
numa
cadeia
alimentar,
ou
seja,
um
se
alimentando
do
outro.
Assim,
alguns
fungos
e
bactérias
que
causam
doenças
nas
raízes,
podem
ser
predados
por
um
outro
microorganismo.
Como
exemplo,
temos
o
Trichoderma
um
fungo
que
se
alimenta
de
outros
fungos
como
Phytophtora
e
Fusarium,
causadores
de
doenças
nas
raízes.
Mas
há
uma
utilidade
para
ervas
daninhas
de
pequeno
porte
com
transpiração
elevada;
quando
temos
uma
espécie
em
bonsai
que
morre
fácil
pela
falta
de
água,
e
não
murcha
as
folhas
para
nos
avisar
que
é
necessária
a
rega,
tal
como
Ilex,
Pinus,
Araucaria,
podemos
usar
uma
espécie
como
Crepis
japônica,
que
murcha
com
facilidade
as
folhas
nos
avisando.
1.
Arranquio
O
arranquio
consiste
na
retirada
da
erva
inteira,
caule
e
raízes.
Seu
uso
é
muito
freqüente
para
se
buscar
eradicar
ou
evitar
que
o
mato
volte
logo
naquele
lugar.
150
1.1
Arranquio
Superficial:
As
plantas
que
podem
ser
retiradas
inteiras,
não
vindo
a
rebrotar
novamente.
Nessa
classe
estão
a
maioria
das
plantas
como:
picão,
carurú,
beldroega,
brilhantina,
vários
capins,
etc.
Plantas
com
raízes
pivotantes
verticais
e
profundas,
como
caruru,
picão
e
outras,
são
melhor
arrancadas
com
o
solo
úmido.
Já
as
plantas
daninhas
de
raízes
superficiais
como
capins
e
brilhantinas
são
melhor
arrancadas
com
solo
um
pouco
seco.
151
Crepis
japonica
crescendo
num
vaso
com
Portulacaria
afra.
152
infestação
for
generalizada.
È
uma
operação
muito
difícil,
que
é
repetida
muitas
vezes,
por
causa
da
dificuldade
em
se
retirar
todos
os
bulbos
ou
rizomas.
Os
tipos
que
não
suportam
o
transplante
com
raiz
nua
não
podem
ser
tratados
por
esse
método,
necessitam
fazer
o
controle
químico
ou
sombreamento,
apresentados
posteriormente.
Tiririca
(Cyperus
rotundus)
153
Paineira
barriguda
(Ceiba
erianthos)
infestada
com
ervas
daninhas
e
alho
bravo
(Nothoscordum
inodorum)
154
Paineira
barriguda
sendo
retirado
o
alho
bravo
do
torrão,
tendo
retirados
vários
bulbos
Paineira
barriguda
após
a
retirada
dos
bulbos
do
alho
bravo
155
2.
Corte
do
Caule
A
maioria
das
plantas
daninhas
não
possuem
gemas
nas
raízes,
e
às
vezes,
apenas
estolhos
superficiais.
Assim,
se
cortamos
seus
caules
e
as
raízes
permanecerem
enterradas
morrerão,
vindo
servir
como
adubo
verde
quando
apodrecerem.
Exemplo
disso
são
capins,
leiteiros,
guanxumas,
caruru,
beldroegas,
picão,
etc;
e
a
própria
brilhantina,
a
planta
mais
difundida
sobre
os
bonsais.
3.
Controle
Químico
Os
tipos
de
árvores
que
não
suportam
o
transplante
com
raiz
nua,
como
Pinus,
Juniperus,
que
forem
infestados
com
tiririca,
alho
bravo
ou
tiriricão,
necessitam
que
lhes
apliquem
o
controle
químico
das
ervas
daninhas,
ou
o
sombreamento
destas.
O
melhor
material
é
o
carpete
grosso
escuro,
ele
aquece
menos,
e
tem
um
certo
isolamento
térmico
156
Coloque
o
carpete
molhado,
para
que
tenha
peso,
cubra
com
pedaços
de
pedra
(granito,
mármore,
etc.)
para
que
não
seja
levantado
pelo
vento.
Normalmente,
as
ervas
estarão
mortas
após
quatro
meses
e,
dificilmente
precisará
ser
repetido.
As
desvantagens
deste
método
são:
a
feia
aparência
do
bonsai
coberto
e
o
tempo
longo
de
tratamento.
A
grande
vantagem
é
a
segurança
de
que
não
haverá
intoxicação
com
produtos
químicos,
nem
amarelecimento
nem
seca
de
folhas
do
bonsai.
Se
for
utilizar
outro
material,
faça-‐o
com
cuidado,
plásticos
impedem
a
entrada
e
saída
de
ar
e
água,
podendo
ficar
úmido
demais
quando
em
dias
chuvosos,
ou
muito
secos,
em
dias
quentes.
157
Sonchus
oleraceus
Serralha
Asteraceae
Químico,
verdadeira
arranquio
e
corte
na
raiz
Cardamine
bonariensis
Agriãozinho
Brassicaceae
Químico,
arranquio
e
corte
na
raiz
Cerastium
glomeratum
Orelha
de
rato
Caryophyllaceae
Químico,
arranquio
e
corte
na
raiz
Commelina
diffusa
Trapoeraba
Commelinaceae
Arranquio.
Bulbostylis
capillaris
Alecrim
da
praia
Cyperaceae
Arranquio
Cyperus
rotundus
tiririca
Cyperaceae
Arranquio
e
sombreamento
Chamaesyce
hirta
leiteira
Euphorbiaceae
Químico,
arranquio
e
corte
na
raiz
Hypoxis
decumbens
Falsa
tiririca
Hypoxidadeae
Arranquio
e
sombreamento
Sida
glaziovii
malva
Malvaceae
Químico,
arranquio
e
corte
na
raiz
Sida
rhombifolia
guanxuma
Malvaceae
Arranquio
e
corte
de
raiz
Mollugo
verticillata
molugo
Molluginaceae
Químico,
arranquio
e
corte
na
raiz
Oxalis
corniculata
Trevo
Oxalidaceae
Químico
e
arranquio
Oxalis
corymbosa
Trevo
Oxalidaceae
Arranquio
Oxalis
latifolia
Trevo
Oxalidaceae
Arranquio
Phyllanthus
niruri
Trevo
Euphorbiaceae
Arranquio
e
químico
Brachiaria
decumbens
Braquiária
Poaceae
Químico,
arranquio
e
corte
na
raiz
Cynodon
dactylum
Grama
seda
Poaceae
Químico,
arranquio
e
corte
na
raiz
Eleusine
indica
Capim
pé
de
Poaceae
Químico,
galinha
arranquio
e
corte
na
raiz
Eragrostis
pilosa
Capim
mimoso
Poaceae
Químico,
arranquio
e
corte
na
raiz
Portulaca
oleraceae
beldroega
Portulacaceae
Químico,
arranquio
e
corte
na
raiz
Talinum
paniculatum
Benção
de
Deus
Portulacaceae
Químico
e
arranquio
Pilea
microphylla
brilhantina
Urticaceae
Arranquio
158
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