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A crise financeira e a Europa 2020

A crise financeira afectou seriamente a UE, fazendo diminuir drasticamente o seu


PIB e a produção industrial, aumentando o desemprego. A vulnerabilidade do seu sistema
financeiro foi claramente visível, tendo muitos cidadãos europeus sentido de forma
chocante os seus efeitos. A dificuldade veio ajudar à exposição de uma série de
fragilidades estruturais que vinham a ser negligenciadas há algum tempo, nomeadamente
uma taxa de crescimento média, bastante inferior à dos principais parceiros económicos,
sobretudo devida a uma insuficiente aposta na Investigação e desenvolvimento, bem como
numa utilização insuficiente das tecnologias da informação. As taxas de emprego na UE e
o número de horas de trabalho, estão também claramente abaixo das dos EUA, Japão e
das novas potências económicas. Acresce que a população activa é cada vez menor,
colocando uma pressão excessiva nos sistemas de segurança social. Há outros números,
que constam de estudos especializados, ainda mais preocupantes, no que diz respeito à
evolução do contexto económico e demográfico, que apontam para uma população
europeia que em 2025 não deverá representar mais do que 6,5% da população mundial.
Por esta altura, a produção global terá duplicado relativamente a 2008. O centro de
gravidade da produção mundial passará para a Ásia, que tem vindo a apresentar um
domínio crescente na I&D e na competitividade.
A Estratégia Europa 2020, contempla um conjunto de prioridades de crescimento
inteligente, sustentável e inclusivo, com 5 objectivos que cobrem todas as áreas do
desenvolvimento a atingir com a implementação de 7 grupos de iniciativas comuns.
Colocam-se, obviamente, uma série de desafios que têm a ver com as pressões que se
fazem sentir a nível da competitividade imposta pelas economias emergentes, a
consolidação do sistema financeiro, o clima, a energia, a globalização e a pressão sobre os
recursos naturais e o meio ambiente.
A posição da UE é por esta altura um pouco desconfortável, contudo, é nos tempos
de crise que tradicionalmente são encontradas as melhores estratégias e neste caso,
temos de contar com o talento e a criatividade dos povos europeus, com serviços
dinâmicos, com uma indústria sustentável e apostada na qualidade, com o nosso respeito
pelo ambiente, pelas preocupações com a coesão social, a solidariedade e a igualdade. As
crises financeiras e as economias emergentes desafiam a nossa capacidade de enfrentar
as dificuldades, mas são elas próprias, ao abrirem ao mundo, óptimas oportunidades de
mercado e de sucesso.
Referências bibliográficas:

Europa 2020, Estratégia para o Crescimento Inteligente, sustentável, Inclusivo; Edição EC;
2010;
The World in 2025; Ed. European Commission; 2009;
Europe’s economic priorities 2010 – 2015, Memos to the new commission; Ed. André Sapir;
2009;

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