Você está na página 1de 5

Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Naturais e Exatas


Curso de Bacharelado em Geografia

Antonio Von Ende Dotto

Disciplina de Geografia do Brasil


“Resenha e EIA/RIMA”

Novembro de 2020

Santa Maria, RS
1- Resenha descritiva

Título: COBERTURA VEGETAL ATUAL DO RIO GRANDE DO SUL


Autores: Heinrich Hasenack; José Luís Passos Cordeiro; Bibiana
Salvador Cabral da Costa

A pesquisa selecionada, tem como objetivo atualizar as informações sobre a


vegetação do Rio Grande do Sul, uma vez que o último mapeamento de vegetação do
Rio Grande do Sul abrangendo a totalidade de seu território foi realizado pelo projeto
Radambrasil na década de 1970 e publicado parcialmente em 1986.

Para o mapeamento da cobertura vegetal se teve base a partir do mapeamento


Radambrasil e o mapa de vegetação do IBGE (2004). Foram utilizadas 22 imagens do
satélite Landsat 5 TM e 7 ETM+. Estas imagens foram cedidas pelo Ministério do Meio
Ambiente e já se encontravam georreferenciadas (UTM, datum SAD69). Tais imagens
foram interpretadas e classificadas a partir de softwares de geoprocessamento como
ArcView GIS 3.2 e CartaLinx. Juntamente ao mapeamento da cobertura do solo,
procedeu-se à delimitação das regiões fitoecológicas, visando caracterizar a vegetação
segundo metodologia proposta pelo IBGE (Projeto RadamBrasil).

A partir dessas referências, o Rio Grande do Sul tem sua vegetação distribuída
em 8 regiões fitoecológicas: Área de Tensão Ecológica, Estepe, Floresta Estacional
Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa, Floresta
Ombrófila Mista, Savana Estépica, Área das Formações Pioneiras.

Predominam no RS as formações campestres (131.041,38 km², 46,6%), sendo


a campanha gaúcha – pampa - definida por Estepe, juntamente com os campos
planálticos conforme o texto de Recursos Naturais do IBGE. Em seguida, se encontram
as formações florestais (93.098,55 km², 33,1%). As Áreas de Tensão Ecológica, uma
transição entre regiões fitoecológicas, têm 13.156,06 km, 4,7% e as Áreas das
Formações Pioneiras, cuja superfície maior está na planície costeira e é ocupada por
superfície líquida das lagoas costeiras e formações campestres sobre terreno arenoso,
têm 43.825,3, 15,6%.

Da área total do Rio Grande do Sul, 33,8% ainda possui cobertura natural ou
semi-natural predominante. Destes, entretanto, 67,8% referem-se a formações
campestres. Isto se deve, provavelmente, ao uso predominante com pecuária extensiva
sobre pasto nativo, desde os tempos da ocupação portuguesa e espanhola. Quanto as
formações florestais, a Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica) é a melhor
conservada, muito provável devido a localização de difícil acesso com declividades
acentuadas para sua remoção.
2- Comentário EIA/RIMA

O RIMA escolhido faz parte do processo de licenciamento da atividade de


supressão vegetal para alteração do uso e ocupação do solo para formação de
pastagens destinadas a atividade pecuária na Fazenda Santa Clara & Adjacentes,
localizada no Município de Rio Verde de Mato Grosso/MS. O objetivo é obter a
autorização ambiental para realizar uma supressão vegetal de 2.436,4650 ha para a
implantação da cultura de pastagem exótica para a criação de gado extensivo na
Fazenda Santa Clara & Adjacentes.

A escolha das áreas para supressão vegetal, segundo os responsáveis,


considerou critérios ambientais, sociais e econômicos, considerados básicos e de
extrema relevância, tais como: Distância de nascentes e APP e seu estado de
conservação; Área para locação da reserva legal; Desnível; Relevo; Viabilidade; Custos.

De acordo com esse estudo, essa área é própria para a implementação de


pastagens, com baixa probabilidade de assoreamento dos recursos hídricos, visto que
áreas de supressão respeitarão as áreas de preservação permanente dos mananciais.
Está previsto um período de até quatro anos para a supressão vegetal e a conversão
do uso do solo.

Para a fase de supressão vegetal, as equipes responsáveis irão focar sob três
aspectos: Proteção da fauna; Proteção da flora; Segurança de trabalho.

Durante essa etapa, haverá demarcação das áreas destinadas a remoção de


cobertura vegetal, demarcação de árvores de interesse madeireiro e demarcação de
espécies protegidas por lei. A supressão terá início com a vegetação arbustiva e depois
o abate de indivíduos de maior porte.

Dentre as ações impactantes, está a mais significativa que é a eliminação da


cobertura vegetal. Porém, os responsáveis atribuem o fato de que a área que sofrerá
supressão possui em sua predominância, pastagem nativa, o que teoricamente
minimiza a intensidade da maior parte desses impactos, já que a vegetação que será
plantada se assemelha muito da existente, impedindo que ocorram grandes alterações
micro climáticas, na fauna ou aumento da suscetibilidade a erosão, por exemplo.

Justifica-se o desflorestamento também pela Reserva Legal possuir


fitofisionomias e composição de espécies muito semelhantes à das áreas de desmate.
Contudo, o relatório pontua os impactos que toda ação impactante pode gerar como a
perda de espécimes vegetais exótica, perda de habitat para fauna; perda da camada
superficial do solo; suscetibilidade a erosão e etc.

Você também pode gostar