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DIREITO CONSTITUCIONAL

CONCEITO E SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO E O


NEOCONSTITUCIONALISMO

Livro Eletrônico
DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
Luciano Dutra

Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo......................................3


1. Sentido Sociológico......................................................................................................5
2. Sentido Político...........................................................................................................8
3. Sentido Jurídico.......................................................................................................... 11
4. Sentido Culturalista. .................................................................................................. 15
O Neoconstitucionalismo. ...............................................................................................17
Resumo.........................................................................................................................23
Questões de Concurso...................................................................................................25
Gabarito........................................................................................................................35
Gabarito Comentado. .....................................................................................................36

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
Luciano Dutra

CONCEITO E SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO E O


NEOCONSTITUCIONALISMO
Meu(minha) aluno(a), como está?
Já vimos, na nossa aula apresentação (de leitura obrigatória), que a Constituição Federal,
objeto de estudo do Direito Constitucional, é uma norma jurídica suprema que cria o Estado,
organizando os seus elementos constitutivos (povo, território, governo, soberania e finalida-
de), perfazendo sua lei fundamental.

CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

Sistema unitário e harmônico de normas jurídicas que cria o


Estado, regulamentando a forma de Estado, a forma de governo,
o sistema de governo, o regime de governo, o modo de aquisição
e exercício do poder estatal, o estabelecimento de seus órgãos,
os limites de sua ação e os direitos e garantias fundamentais.

Podemos citar, ainda, a título de complemento, outros conceitos trazidos pela doutrina
constitucionalista.
Segundo José Afonso da Silva1, Direto Constitucional é “o ramo do Direito Público que
expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”.
Por seu turno, Manoel Gonçalves Ferreira Filho2 define Direito Constitucional como “o co-
nhecimento sistematizado da organização jurídica fundamental do Estado. Isto é, conheci-
mento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do Estado, à forma do governo, ao
modo de aquisição, exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de
sua ação”.
Já Uadi Lammêgo Bulos3 observa que o Direito Constitucional “é a parcela da ordem jurí-
dica que compreende a ordenação sistemática e racional de um conjunto de normas supre-
mas encarregadas de organizar a estrutura do Estado e delimitar as relações de poder”.

1
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 34.
2
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 16.
3
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 2.

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Importante dizer que a Constituição pode ser conceituada, ainda, por uma perspectiva

material e uma perspectiva formal.

Sob o ponto de vista material, Paulo Bonavides4 diz que a Constituição é “o conjunto de

normas pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao exercício da

autoridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa humana, tanto individuais como so-

ciais”. Perceba que nessa visão material, Constituição engloba apenas as normas material-

mente constitucionais.

Sylvio Motta5, por sua vez, conceitua a Constituição sob a perspectiva formal. Para ele,

Constituição é o “conjunto de normas e princípios, escritos ou costumeiros, que estabelece

e disciplina os modos de aquisição, exercício e perda do poder, a forma de Estado, a forma

de governo, o regime de governo, a separação dos poderes, os órgãos estatais e seu funcio-

namento, as finalidades para a atuação do Estado, os limites de sua ação, os direitos fun-

damentais do homem e as garantias que os asseguram, bem como qualquer outro assunto

considerado digno de previsão constitucional, a exemplo do meio ambiente, da ordem eco-

nômica e da ordem social”. Nessa visão mais ampla, a Constituição engloba tanto as normas

materialmente constitucionais, bem como as normas formalmente constitucionais.

Mais a frente, ao tratar da diferença entre leis constitucionais e Constituição, no contexto

do sentido político de Constituição, vou diferenciar normas formalmente constitucionais de

normas materialmente constitucionais.

Dito isso, a depender do prisma pelo qual se observa, a Constituição pode assumir três

sentidos diferentes: o sociológico, o político e o jurídico. Além disso, ainda falaremos do sen-

tido culturalista que é uma síntese dos demais. Passemos, a partir de agora, a delinear as

peculiaridades de cada um dos Sentidos de Constituição (também conhecidos como Concep-

ções de Constituição).

4
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 80.
5
MOTTA FILHO, Sylvio Clemente da. Direito constitucional: teoria, jurisprudência e questões. 22. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2010. p. 18.

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1. Sentido Sociológico

Ferdinand Lassalle, em sua obra A Essência da Constituição, revelou os fundamentos so-


ciológicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo ele, a Constituição real (ou
material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma nação,
quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.

É importante saber o nome do doutrinador e de sua obra.

DICA DO LD
Lassalle com dois S – idealizador do sentido Sociológico.

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Ele defende que coexistem, no Estado, duas espécies de Constituição: a Constituição es-

crita (também chamada de formal ou jurídica) e a Constituição real (ou material).

A Constituição real para Lassalle não seria propriamente uma norma jurídica, mas um fato

social.

Já a Constituição escrita seria uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o

processo político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a

Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.

Na visão sociológica defendida por Lassalle, em um possível conflito entre a Constituição

jurídica (escrita) e a Constituição real, sempre prevalecerá a Constituição real.

Observe que interessante a metáfora que Lassalle usa em sua obra, para explicar sua

teoria:

Podem meus ouvintes plantar no seu quintal uma macieira e segurar no seu tronco um papel que
diga: ‘Esta árvore é uma figueira’. Bastará esse papel para transformar em figueira o que é maciei-
ra? Não, naturalmente. E embora conseguissem que seus criados, vizinhos e conhecidos, por uma
razão de solidariedade, confirmassem a inscrição existente na árvore, a planta continuaria sendo o
que realmente era e, quando desse frutos, estes destruiriam a fábula, produzindo maçãs, e não fi-
gos. O mesmo ocorre com as Constituições. De nada servirá o que se escrever numa folha de papel,
se não se justificar pelos fatores reais e efetivos do poder.

Veja como isso é cobrado em prova.

Questão 1 (BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO/DIREITO/2012) Consoante a concepção so-

ciológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem,

sendo, portanto, real e efetiva.

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Certo.
Exatamente isso que defende Lassalle!!!

Questão 2 (DPF/DELEGADO/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fa-


tores reais do poder em uma sociedade.

Certo.
Esse é o ponto central da teoria defendida por Lassalle.

Questão 3 (DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2006) Ferdinand Lassalle, seguidor do conceito


sociológico, reconhece a Constituição como um instrumento jurídico dotado de força normativa.

Errado.
Para Lassalle, a Constituição escrita é mera folha de papel, não possuindo, portanto, força
normativa, ou seja, não é capaz de condicionar a atuação do Estado.

Questão 4 (2019/INSTITUTO QUADRIX/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/


FARMACÊUTICO FISCAL) Na visão sociológica de Lassale, em um possível conflito entre a
Constituição jurídica e a Constituição real, esta última prevalecerá.

Certo.
É isso que defende Lassalle.

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Percebeu como as bancas cobram o assunto? É exatamente da maneira cirúrgica que


trouxemos. Vejamos agora o sentido político de Constituição.

2. Sentido Político

Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Constituição significa a
decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a forma de existência
do Estado.

DICA DO LD
Schmitt com dois T – idealizador do sentido Politíco.

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Assim, a Constituição representa o resultado da vontade política fundamental do Poder

Constituinte originário quanto aos temas ligados à estruturação do Estado, tais como forma

de Estado, forma de Governo, sistema de Governo, regime de Governo, separação dos Po-

deres, Direitos e Garantias Fundamentais, Sistema Tributário, Organização dos Poderes etc.

Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para ele, no texto constitucional,

haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política, pois dizem respeito à

estrutura do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. Por outro lado, haveria

normas que não apresentam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na Constitui-

ção para adquirir maior estabilidade jurídica.

Aliás, é importante dizer, desde logo, que essas ideias se identificam com uma dicotomia

muito difundida na doutrina moderna que distingue normas materialmente constitucionais de

normas formalmente constitucionais.

As normas materialmente constitucionais (que seriam aquilo que Schmitt chama de

Constituição) são aquelas que tratam de temas notoriamente constitucionais como os direi-

tos e garantias fundamentais, a organização do Estado, a separação de Poderes, o modo de

aquisição e exercício do poder. São normas que sempre estarão nos textos constitucionais

porque se ligam à estruturação do Estado.

Por sua vez, normas formalmente constitucionais (leis constitucionais segundo Schmitt)

são todas aquelas inseridas no texto constitucional independentemente do seu conteúdo.

Dito isso, vamos fazer juntos algumas questões para sairmos do mundo das ideias e pi-

sarmos em solo firme!

Questão 5 (PC-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) A concepção política de Constituição, ela-

borada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que dizem respeito a uma

decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do poder constituinte.

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Certo.
É isso o que defende Carl Schmitt. Levem exatamente essa ideia para a prova. Constituição é
igual à decisão política fundamental.

Questão 6 (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido sociológico defendido por


Ferdinand Lassalle, a Constituição é fruto de uma decisão política.

Errado.
Quem defende que a Constituição é uma decisão política fundamental é Carl Schmitt, no sen-
tido político de Constituição.

Questão 7 (STN/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/2005) Na concepção de constitui-


ção em seu sentido político, formulada por Carl Schmitt, há uma identidade entre o conceito
de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais
que se materializa a decisão política fundamental do Estado.

Errado.
Não há uma identidade entre o conceito de Constituição e o conceito de leis constitucionais.
É  na Constituição que se materializa a decisão política fundamental do Estado. As  outras
normas inseridas no texto constitucional que não refletem a decisão política fundamental são
apenas leis constitucionais (ou aquilo que chamamos hoje de normas formalmente constitu-
cionais).

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É atribuído, ainda, a Carl Schmitt o conceito ideal de Constituição elaborado no séc. XIX.
Segundo Schmitt, a  Constituição ideal: 1) deve ser estabelecida na forma escrita; 2) deve
contemplar a separação de poderes; e 3) deve garantir as liberdades públicas e os direitos
individuais.
Tem que saber o nome

Obra: A Essência da Constituição


SS – sociológico Fundamentos sociológicos das Constituições: fatores
reais de poder (econômico, político, religioso, militar)
ou CONCEPÇÕES
SOCIOLÓGICO FERDINAND LASSALLE Constituição real: somatório dos fatores reais de poder
Constituição escrita: mera folha de papel
Metáfora da figueira e da macieira
SENTIDOS DE
CONSTITUIÇÃO

TT – político
Obra: Teoria da Constituição

POLÍTICO CARL SCHMITT Constituição: decisão política fundamental


Constituição (Títulos I a IV) x Leis Constitucionais (art. 242, § 2°)

estabelecida na forma escrita


contemplasse a separação dos
Conceito ideal de Constituição (séc. XIX) poderes
consagrasse direitos e garantias
fundamentais

Agora, vejamos o sentido jurídico de Constituição.

3. Sentido Jurídico

O sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra A Teoria Pura do Direito, em
que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas fundamentais à es-
truturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo político,
servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.

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Perceba o nome da obra: A Teoria Pura do Direito. Esse dado é importante para entender
sua teoria.
Hans Kelsen considera a Constituição como uma norma jurídica pura, sem qualquer co-
notação sociológica, política ou filosófica.
Muito embora reconheça a relevância dos fatores reais de poder na condução da vida po-
lítica de um Estado, Kelsen defendeu que o seu estudo não compete ao operador do Direito,
mas ao sociólogo, ao filósofo etc. Nisso consistia sua Teoria Pura do Direito: afastar a ciência
jurídica de todo juízo de ordem moral, política, social ou filosófica.
Por tudo isso, ficou fácil perceber que a concepção jurídica de Constituição de Kelsen
surge exatamente para se contrapor à posição sociológica defendida por Ferdinand Lassalle.
Kelsen cria o que se denomina dogmático-positivismo kelseniano, colocando a Consti-
tuição no ápice do sistema jurídico, acima de todas as demais leis. Vejamos graficamente a
pirâmide normativa defendida por Kelsen.

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NFH
(cumpra-se a Constituição) Normas constitucionais e tratados internacionais sobre direitos humanos
com força de emenda (art. 5º, § 3º) - BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE

Atos normativos primários: atos normativos supralegais (tratados inter-


nacionais sobre direitos humanos sem força de emenda), demais tratados
internacionais, leis ordinárias, leis complementares, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos legislativos, resoluções (art. 59), decretos autônomos
(art. 84, VI), regimento da Câmara dos Deputados (art. 51, III), regimento do
Senado Federal (art. 52, XII), regimento dos Tribunais (art. 96, I, a).

Atos normativos secundários: decretos regulamentares (art. 84, IV), porta-


rias, circulares, instruções, pareceres etc.

Figura: Escalonamento Normativo ou Pirâmide Normativa

A Constituição, sob a ótica jurídica, é  vista como um sistema unitário e harmônico de


normas jurídicas fundamentais à estruturação do Estado e paradigma de validade de todo o
ordenamento jurídico.
Agora, sente firme em sua cadeira e aperte o cinto, porque vamos entrar em uma área de
turbulência.
Kelsen desenvolveu dois sentidos para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e
o sentido jurídico-positivo.
Em sentido lógico-jurídico, a Constituição significa a norma fundamental hipotética (NFH),
cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição em sentido jurídico-positivo.
Kelsen não admitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole socio-
lógica, política ou filosófica (lembra da ideia da Teoria Pura do Direito?). Assim, foi obrigado a
desenvolver um fundamento jurídico para a Constituição, o que denominou de norma funda-
mental hipotética, também chamada de norma pensada ou pressuposta, que existe apenas
para servir de pressuposto de validade das normas constitucionais.

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A norma fundamental hipotética determina a observância da Constituição Federal. Tradu-


z-se em um verdadeiro comando de “cumpra-se a Constituição” (conforme citado na figura
acima).
Por outro lado, em seu sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma jurí-
dica suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.
As normas infraconstitucionais (aquelas que estão abaixo da Constituição) só existem e
são aptas a produzir os seus efeitos no mundo jurídico se forem compatíveis com a Constitui-
ção, ou seja, a Constituição, como norma fundamental dotada de supremacia, é o paradigma
de validade para toda a produção normativa subsequente.
Com isso, surge um ordenamento jurídico (conjunto de normas) unitário e harmônico,
concebido de forma escalonada, o chamado escalonamento normativo, também conhecido
como pirâmide normativa (figura acima).
O escalonamento normativo kelseniano pressupõe que uma norma jurídica inferior se fun-
damente na norma jurídica superior, de modo que a lei possua como fundamento de validade
a Constituição Federal, e que esta, por sua vez, se apoie na norma fundamental hipotética.
Tudo bem até aqui? Prepare-se, então, para aterrissar. Façamos agora questões comen-
tadas para aferir nosso conhecimento.

Questão 8 (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido jurídico, a Constituição não


tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Certo.
Essa é a ideia principal da “Teoria Pura do Direito”.

Questão 9 (MTE/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/2003) Para Hans Kelsen, a norma fun-


damental, fato imaterial instaurador do processo de criação das normas positivas, seria a
Constituição em seu sentido lógico-jurídico.

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Certo.
O fato imaterial é justamente a norma fundamental hipotética, que é a Constituição em sen-
tido lógico-jurídico. É imaterial porque não existe no mundo real, sendo uma premissa criada
somente para fundamentar a existência da Constituição em sentido jurídico-positivo, esta,
sim, palpável e concreta.

Questão 10 (STF/ANALISTA/2008) Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e re-


produzida, com adaptações, de José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo.
São Paulo: Atlas, p. 41...). A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem
dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição signi-
fica norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental
da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto
de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto
afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico.

Certo.
Exatamente nossa explicação sobre o sentido jurídico de Constituição.

Para terminar, vamos ao sentido culturalista, que é pouco citado, mas pode ser cobrado
na sua prova.

4. Sentido Culturalista

Além dos clássicos sentidos sociológico, político e jurídico, podemos, ainda, trazer, o sen-
tido culturalista de Constituição desenvolvido por J. H. Meirelles Teixeira.

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Para o autor, o sentido culturalista engloba os sentidos sociológico, político e jurídico,


antes estudados.
Defende Meirelles Teixeira que a Constituição é fruto de um fato cultural, ou seja, é produ-
zida pela homem, podendo, ao mesmo tempo, influenciar a vida em comunidade.
Esse sentido culturalista conduz ao conceito de Constituição total ou integral, que con-
siste justamente na integração dos aspectos sociais, políticos, jurídicos e econômicos que
conformam a Constituição, chegando na sua perspectiva unitária.
Vamos a um mapa mental para facilitar nossa vida!
Obra: A Teoria Pura do Direito
Constituição é uma norma jurídica
pura com plena força normativa
HANS KELSEN Kelsem X Lassalle
JURÍDICO
sentido lógico-jurídico (NFH) X
sentido jurídico-positivo (funda-
mento de validade)
Pirâmide normativa
SENTIDO DE
CONSTITUIÇÃO
Engloba os demais sentidos
Constituição é fruto de um ato cultural

J. H. MEIRELLES TEIXEIRA Constituição influi na sociedade e é por


CULTURALISTA ela influenciada
Constituição total ou integral (congrega
os aspectos; sociais, políticos, jurídicos e
econômicos)

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O NEOCONSTITUCIONALISMO
Antes de tratarmos do neoconstitucionalismo, é importante fazermos um breve histórico
sobre a evolução do constitucionalismo pelo mundo.
Então vamos lá!
Apesar de alguns doutrinadores afirmarem que, historicamente, sempre houve a ideia de
uma norma jurídica suprema que trouxesse a estruturação do Estado, Pedro Lenza6 e Dirley
da Cunha Júnior7, citando Karl Loewenstein, apontam o surgimento do constitucionalismo
antigo ao povo hebreu, com o estabelecimento, mesmo que timidamente, de limitações do
poder político no Estado teocrático.
Pedro Lenza afirma que, conforme destacado por Loewestein, após os hebreus, já no sé-
culo V a.C., as Cidades-Estados gregas foram importantes exemplos de democracia constitu-
cional direta caracterizada pela absoluta igualdade entre governantes e governados.
Segundo Dirley da Cunha Júnior8, nessa fase do constitucionalismo antigo a Constituição
era concebida como um texto não escrito, que visava tão só à organização política de ve-
lhos Estados [Absolutistas] e a limitar alguns órgãos do poder estatal (Executivo e Judiciário)
com o reconhecimento de certos direitos fundamentais, cuja garantia se cingia no esperado
respeito espontâneo do governante, uma vez que inexistia sanção contra o príncipe que des-
respeitasse os direitos de seus súditos. Ademais, o Parlamento, considerado absoluto, não
se vinculava às disposições constitucionais, não havendo possibilidade de controle de cons-
titucionalidade dos atos parlamentares. O Parlamento podia, até, alterar a Constituição pelas
vias ordinárias.

DICA DO LD
Constitucionalismo antigo:
1) Estados Absolutistas;
2) Origem histórica: povo hebreu e, já no século V a.C., as Ci-
dades-Estados gregas.

6
LOEWESTEIN, Karl apud LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 71.
7
LOEWESTEIN, Karl apud CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de direito constitucional. 3. ed. Salvador: JusPodivm, 2009. p. 33.
8
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de direito constitucional. 3. ed. Salvador: JusPodivm, 2009. p. 35.

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Já o movimento denominado constitucionalismo moderno surge apenas no final do sé-


culo XVIII, com o propósito de limitar o poder estatal absoluto. O marco histórico do consti-
tucionalismo moderno foi a Constituição dos Estados Unidos da América de 1787, concebi-
da após a independência das 13 Colônias Americanas, e a Constituição da França de 1791,
criada após a Revolução Francesa de 1789. Essas ideias revolucionárias franco-americanas
buscaram romper com o arbítrio típico do Estado Absolutista para implantar um novo modelo
de Estado – o Estado Liberal, também chamado de Estado Moderno.
A característica marcante do constitucionalismo moderno foi a criação de Constituições
com dupla finalidade: 1) limitar o exercício do poder estatal pela previsão de direitos e garan-
tias fundamentais e pela separação de poderes; 2) estabelecer regras de organização do Es-
tado. Nesse sentido, foram concebidas Constituições escritas e rígidas, inspiradas nos ideais
do Iluminismo e na proteção das liberdades públicas, marcas centrais do Liberalismo político
e econômico vigentes na época, na busca de limites ao exercício do poder do Estado.

DICA DO LD
Constitucionalismo moderno:
1) baseado na ideologia liberal;
2) valorização das liberdades públicas (os direitos civis);
3) no contexto do Estado Liberal (absenteísta ou abstencio-
nista – não prestacional);
4) Origem história: Constituições americana de 1787 e fran-
cesa de 1791.

Por sua vez, o constitucionalismo contemporâneo surge no início do século XX, no con-
texto da Revolução Industrial, momento que nasce a ideia da igualdade de oportunidades,
uma vez que a igualdade formal não mais satisfazia os interesses da coletividade. Nesse
contexto, o Estado abandona seu ideal abstencionista (Estado Liberal), passando a intervir na
comunidade com a finalidade de corrigir as desigualdades existentes. Passam os Estados a
executar políticas públicas tendentes a garantir os direitos sociais como a saúde, a moradia,
a previdência e a educação (Estado Social).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
Luciano Dutra

No Brasil, o constitucionalismo contemporâneo surge com a promulgação da Constitui-


ção Federal de 1934 – terceira Constituição brasileira e a primeira a tratar da ordem econô-
mica e social –, tendo como fonte inspiradora a Constituição Alemã de 1919 (chamada de
Constituição de Weimar).

DICA DO LD
Constitucionalismo contemporâneo:
1) baseado na ideologia socialista;
2) pautado na igualdade de oportunidades;
3) no contexto do Estado Social (prestacional);
4) Origem histórica: Constituição mexicana de 1917 e Consti-
tuição alemã de 1919.

Origem histórica: povo hebreu e as Cidades-Estados


gregas no séc. V a.C.
CONSTITUCIONALISMO
Estados Absolutistas
ANTIGO

Origem histórica: Constituições americana de


1787 e francesa de 1791
Ideologia liberal
CONSTITUCIONALISMO
valorização das liberdades públicas
EVOLUÇÃO DO MODERNO
Estados Liberais
CONSTITUCIONALISMO

Origem histórica: Constituições mexicana de 1917


e alemã de 1919
Ideologia: socialista
CONSTITUCIONALISMO igualdade de oportunidades (igualdade material)
CONTEMPORÂNEO Estados Sociais

Feita essa rápida explanação acerca da evolução do constitucionalismo pelo mundo, che-
gamos ao chamado neoconstitucionalismo.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
Luciano Dutra

No século XX, surgiu na Europa um novo modelo constitucional, que passa a reconhecer
a supremacia material e axiológica da Constituição capaz de condicionar a validade de todo
o sistema jurídico.
Essa nova corrente de pensamento constitucional recebeu a denominação de “neoconsti-
tucionalismo” ou “novo Direito Constitucional”, permitindo o nascimento de um novo modelo
jurídico, “o Estado Constitucional de Direito”, que superou o ultrapassado “Estado Legislativo
de Direito”.
Com isso, houve a migração da lei e do princípio da legalidade para a periferia do sistema
jurídico e o trânsito da Constituição e do princípio da constitucionalidade para o centro de
todo o sistema, em face do reconhecimento da Constituição como verdadeira norma jurídica
dotada de força vinculante, de plena obrigatoriedade, de supremacia material e de intensa
carga valorativa.
Nessa senda, os princípios abandonam sua função meramente subsidiária na aplicação
do Direito – quando serviam tão somente de meio de integração da ordem jurídica (na hipó-
tese de eventual lacuna) e vetor interpretativo – e passam a ser dotados de elevada e reco-
nhecida normatividade.
Luís Roberto Barroso9 ensina que as mudanças que levaram a essa nova percepção de
constitucionalismo possuem três marcos fundamentais: o histórico, o filosófico e o teórico.
Segundo Barroso, o marco histórico do novo Direito Constitucional, na Europa continental,
foi o constitucionalismo do pós-guerra, especialmente na Alemanha e na Itália. No Brasil, foi
a Constituição de 1988 e o processo de redemocratização que ela ajudou a protagonizar.
Para Barroso, o marco filosófico é o pós-positivismo, superando os modelos tradicionais
do jusnaturalismo e do positivismo. O jusnaturalismo, desenvolvido a partir do século XVI,
aproximou a lei da razão, fundando-se na existência de princípios de justiça universal. Noutro
giro, o positivismo buscou a objetividade científica, equiparando o Direito à lei. O pós-positi-
vismo, que se apresenta como uma terceira via, vai além da legalidade estrita, sem desprezo
ao Direito Posto. Eleva os valores na interpretação jurídica; reconhece a normatividade dos
princípios, diferenciando-os qualitativamente das regras; produz uma nova hermenêutica

9
BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do
novo modelo. 3. ed. 2. tir. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 265-289.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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constitucional; e desenvolve uma teoria dos direitos fundamentais edificada na dignidade da


pessoa humana.
Por fim, ensina Barroso que o marco teórico se situa: a) no reconhecimento da força nor-
mativa da Constituição; b) na expansão da jurisdição constitucional; c) no desenvolvimento
de uma nova dogmática da interpretação constitucional.
Por tudo isso, conclui Barroso que o neoconstitucionalismo se identifica com o constitu-
cionalismo democrático do pós-guerra, desenvolvido em uma cultura filosófica pós-positi-
vista, marcado pela força normativa da Constituição, pela expansão da jurisdição constitucio-
nal e por uma nova hermenêutica.

Surge no séc. XX, na Europa


No contexto do nascimento do Estado Constitucional de Direito
Há migração da Constituição e do princípio da constitucionalidade para o centro
INTRODUÇÃO da ordem jurídica
Há o reconhecimento da Constituição como verdadeira norma jurídica, com
plena força normativa, com supremacia material e com intensa carga valorativa

Na Europa: constitucionalismo do pós-guerra,


especialmente na Alemanha e Itália

MARCO HISTÓRICO No Brasil: Constituição de 1988

NEOCONSTITUCIONALISMO eleva os valores na interpretação jurídica


reconhece a normatividade dos princípios
Pós-positivismo
MARCO FILOSÓFICO diferencia qualitativamente as regras dos princípios
importância da dignidade da pessoa humana na teoria
dos direitos fundamentais

reconhecimento da força normativa da Constituição


expansão da jurisdição constitucional
MARCO TEÓRICO mudança na hemenêutica constitucional

De forma direta e objetiva, são esses os conhecimentos necessários para acertar as ques-
tões afetas ao neoconstitucionalismo na sua prova.

Questão 11 (2019/VUNESP/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE RONDÔNIA/JUIZ DE DIREITO SUBS-


TITUTO/ADAPTADO) O constitucionalismo representa uma série de movimentos históricos,
culturais, sociais e políticos cujo objetivo central é a limitação do poder estatal mediante
o estabelecimento de uma Constituição. Sobre a sua evolução histórica e caraterísticas, é

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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correto afirmar que as Revoluções liberais do Século XVIII e início do Século XIX, promovidas
na Europa Ocidental, são fruto do denominado constitucionalismo moderno, e foram carac-
terizadas, dentre outros elementos, pela consagração das liberdades individuais e defesa da
igualdade em sentido formal.

Certo
Exatamente como explicamos.

Questão 12 (2018/VUNESP/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MATO GROSSO/JUIZ SUBSTITUTO/


ADAPTADO) A Constituição norte-americana de 1787 e a Constituição francesa de 1791 são
os dois marcos mais importantes do Neoconstitucionalismo.

Errado.
A Constituição norte-americana de 1787 e a Constituição francesa de 1791 são marcos do
constitucionalismo moderno.

Compreendeu?
Como fechamento da nossa aula, quero trazer dois lembretes: 1) o Gran Cursos Online
possui um fórum de dúvidas para que possamos ajudá-lo(a) na plena compreensão do Di-
reito Constitucional; 2) gostaria de receber sua avaliação acerca da nossa aula. Isso é muito
importante para nós.
É isso! Você está comigo até aqui? Então, a partir de agora, faça as questões propostas
para aferir o seu conhecimento.
Fique com Deus, fortíssimo abraço e bons estudos.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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RESUMO
Conceito e Sentidos de Constituição

Conceito de Constituição: sistema unitário e harmônico de normas jurídicas que cria o


Estado, regulamentando a forma de Estado, a forma de governo, o sistema de governo, o regi-
me de governo, o modo de aquisição e exercício do poder estatal, o estabelecimento de seus
órgãos, os limites de sua ação e os direitos e garantias fundamentais.
Sentido Sociológico: Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, reve-
lou os fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo ele,
a Constituição real seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma
nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc. Já a Consti-
tuição escrita seria uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o processo político
por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a Constituição real
resultante do somatório dos fatores reais de poder.
Sentido Político: Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, afirma que a Cons-
tituição significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a
forma de existência do Estado. É atribuído, ainda, a Carl Schmitt o conceito ideal de Consti-
tuição elaborado no séc. XIX. Segundo Schmitt, a Constituição ideal: 1) deve ser estabelecida
na forma escrita; 2) deve contemplar a separação de poderes; e 3) deve garantir as liberdades
públicas e os direitos individuais.
Sentido Jurídico: o sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria
Pura do Direito”, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas fun-
damentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o pro-
cesso político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.
Sentido culturalista: desenvolvido por J. H. Meirelles Teixeira, defende que a Constituição é
fruto de um fato cultural, ou seja, é produzida pela homem, podendo, ao mesmo tempo, influen-
ciar a vida em comunidade. Esse sentido culturalista conduz ao conceito de Constituição total

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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ou integral, que consiste justamente na integração dos aspectos sociais, políticos, jurídicos e
econômicos que conformam a Constituição, chegando na sua perspectiva unitária.

O Neoconstitucionalismo

Constitucionalismo antigo: apesar de alguns doutrinadores afirmarem que, historicamen-


te, sempre houve a ideia de uma norma jurídica suprema que trouxesse a estruturação do
Estado, Pedro Lenza e Dirley da Cunha Júnior, citando Karl Loewestein, apontam o surgimento
do constitucionalismo antigo ao povo hebreu, com o estabelecimento, mesmo que timida-
mente, de limitações do poder político no Estado teocrático. Continua Lenza, afirmando que,
conforme destacado por Loewestein, após os hebreus, já no século V a.C., as Cidades-Esta-
dos gregas foram importantes exemplos de democracia constitucional direta caracterizada
pela absoluta igualdade entre governantes e governados.
Constitucionalismo moderno: movimento político, jurídico e ideológico que concebeu ou
aperfeiçoou a ideia de estruturação racional do Estado e de limitação do exercício de seu po-
der, concretizada pela elaboração de um documento escrito destinado a representar sua lei
fundamental e suprema.
Constitucionalismo contemporâneo: o Estado abandona seu ideal abstencionista (Estado
Liberal), passando a intervir no corpo social com a finalidade de corrigir as desigualdades
existentes. Passam os entes políticos a executar políticas públicas tendentes a garantir os
direitos sociais como a saúde, a moradia, a previdência e a educação (Estado Social). Ade-
mais, as Constituições passaram a se preocupar com os interesses da coletividade. São os
denominados direitos metaindividuais ou transindividuais, aí incluídos os direitos difusos, os
coletivos e os individuais homogêneos.
Neoconstitucionalismo: identifica-se com o constitucionalismo democrático do pós-
-guerra, desenvolvido em uma cultura filosófica pós-positivista, marcado pela força normati-
va da Constituição, pela expansão da jurisdição constitucional e por uma nova hermenêutica.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Considerando os diferentes conceitos de
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise as seguintes
manifestações sobre o tema:
I – Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.
II – Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza ou funda um
Estado.

Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
e) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.

Questão 2 (BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO/DIREITO/2012) Consoante a concepção so-


ciológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem,
sendo, portanto, real e efetiva.

Questão 3 (DPF/DELEGADO/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fa-


tores reais do poder em uma sociedade.

Questão 4 (TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) A concepção sociológica, elaborada por


Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de
poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o
ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Questão 5 (TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O sentido sociológico da Constituição


como uma folha de papel, cuja verdadeira característica está na organização dos fatores reais
do poder em uma dada sociedade, contrasta com a visão da força normativa da Constituição,

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segundo a qual a Constituição não se pode submeter à vontade dos poderes constituídos e

ao império dos fatos e das circunstâncias. A Constituição espraia sua força normativa por

sobre o ordenamento jurídico, e todos os atos estatais que com ela contrastem expõem-se à

censura jurídica do Poder Judiciário.

Questão 6 (DPU/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) O termo constituição pos-

sui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo

fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio

do sentido

a) culturalista.

b) sociológico.

c) político.

d) filosófico.

e) jurídico.

Questão 7 (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) Para Carl Schmitt, a constituição de um Es-

tado deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não

ocorra, ele a considera como ilegítima, uma simples folha de papel.

Questão 8 (POLÍCIA CIVIL-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) A concepção política de

Constituição, elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que di-

zem respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular

do poder constituinte.

Questão 9 (ANTT/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Em sentido jurídico, a constituição é

considerada norma pura, puro dever ser.

Questão 10 (INÉDITA) Considerando as diferentes concepções de Constituição, analise as

manifestações sobre o tema a seguir:

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I – A Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o pro-
cesso político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a
Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
II – A Constituição é uma norma jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, polí-
tica ou filosófica.

É correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassalle e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.

Questão 11 (FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO/PROCURA-


DOR/2018) No tocante ao tema conceito de constituição, existem pensadores e doutrinadores
que formularam concepções de constituição segundo seus diferentes sentidos. Consequen-
temente, é correto afirmar que Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às
concepções de constituição, respectivamente, nos sentidos:
a) substancial, material e formal.
b) sociológico, político e jurídico.
c) pluralista, social e transcendental.
d) pactual, contratualista e compromissório.
e) ideológico, garantista e positivista.

Questão 12 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ/JUIZ/2017/ADAPTADA) Em sentido socio-


lógico, a Constituição deve ser entendida como a norma que se refere à decisão política estru-
turante da organização do Estado.

Questão 13 (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/


ADAPTADA) Na concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores reais
de poder em uma sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real e efetiva e a
constituição jurídica.

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Questão 14 (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE/DEFENSOR


PÚBLICO SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Consoante Hans Kelsen, a concepção jurídica de
Constituição a concebe como a norma por meio da qual é regulada a produção das normas
jurídicas gerais.

Questão 15 (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/AGENTE ADMINISTRATI-


VO/2013) Na concepção sociológica de constituição, constituição e lei constitucional têm a
mesma acepção.

Questão 16 (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2013)


No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em uma sociedade.

Questão 17 (BANCO DA AMAZÔNIA S.A./TÉCNICO CIENTÍFICO/2012) Consoante a concep-


ção sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o
regem, sendo, portanto, real e efetiva.

Questão 18 (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIRO/TÉCNICO JUDICIÁ-


RIO/2012) Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser conside-
rada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais
que constituem o poder.

Questão 19 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Constitui-


ção, em sentido sociológico, conforme concepção de Ferdinand Lassale, é a soma dos fatores
reais de poder que regem um determinado Estado.

Questão 20 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Em senti-


do político, Constituição é a decisão política fundamental, considerando-se a teoria de Hans
Kelsen.

Questão 21 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Segundo a


concepção de Hans Kelsen, a  Constituição, no sentido jurídico-positivo, significa a norma
hipotética fundamental.

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Questão 22 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Cons-
tituição significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a
forma de existência do Estado.

Questão 23 (INÉDITA) O conceito ideal de Constituição é atribuído à Ferdinand Lassale.

Questão 24 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011)


A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como
sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política,
econômica e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Questão 25 (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO/EXECUTIVO PÚBLI-


CO/2011) “De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se não se justifica pelos
fatos reais e efetivos do poder. Os problemas constitucionais não são problemas de direito,
mas do poder, a verdadeira constituição de um país somente tem por base os fatores reais
e efetivos do poder que naquele país reagem, e as constituições escritas não têm valor nem
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realida-
de social.” O texto citado é de autoria de Ferdinand Lassale, doutrinador clássico do Direito
Constitucional, que analisa o conceito de constituição sob o aspecto
a) jurídico.
b sociológico.
c) histórico.
d) da inconstitucionalidade.
e) político.

Questão 26 (MINISTÉRIO PÚBLICO DE RONDÔNIA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITU-


TO/2010/ADAPTADA) O legado de Carl Schmitt, considerado expoente da acepção jurídica
da constituição, consistiu na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico,
em que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídico-positivo, ou seja,
a norma positivada.

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Questão 27 (SECRETARIA DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL/ATENDENTE DE REINTEGRA-


ÇÃO SOCIAL/2010) Hans Kelsen sempre defendeu que o estudo dos fatores sociais em uma
dada sociedade não compete ao jurista e que a Constituição é considerada norma pura, puro
dever-ser. Com base na classificação das constituições, é correto afirmar que Hans Kelsen
está associado à teoria da constituição em seu sentido
a) político.
b) jurídico.
c) sociológico.
d) dogmático.
e) literal.

Questão 28 (DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010)


O termo constituição possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constitui-
ção é norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, consi-
dera-se um conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

Questão 29 (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido


jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Questão 30 (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITU-


TO/2009/ADAPTADA) No sentido sociológico, a  constituição seria distinta da lei constitu-
cional, pois refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à
estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto
leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos de
decisão política fundamental.

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Questão 31 (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITU-


TO/2009/ADAPTADA) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real
seria o somatório dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF
não teria mais legitimidade.

Questão 32 (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO/ANALISTA/2006/


ADAPTADA) Na concepção sociológica, defendida por Ferdinand Lassale, a Constituição seria
o resultado de uma lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos so-
ciopolíticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado
Estado.

Questão 33 (AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA ADMINISTRATI-


VO/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o  princípio da força normativa da CF é aquele
segundo o qual os aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídico-cons-
titucionais, devem procurar a máxima eficácia do texto constitucional.

Questão 34 (CÂMARA MUNICIPAL DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019) Diversos dou-


trinadores são responsáveis pela formulação de conceitos de Constituição, tendo por base
distintas concepções. Dentre elas, podem ser mencionadas, as seguintes: (i) “A Constituição
seria a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade” e (ii) “Constituição
representa a decisão política do titular do poder constituinte.”. Assim sendo, assinale a alter-
nativa que indica, correta e respectivamente, os autores dessas duas concepções.
a) Hans Kelsen e J.J. Gomes Canotilho.
b) Carl Schmitt e Hans Kelsen.
c) Ferdinand Lassale e Carl Schmitt.
d) Hans Kelsen e Ferdinand Lassale.
e) Konrad Hesse e Carl Schmitt.

Questão 35 (INÉDITA) Ferdinand Lassalle, em sua obra A Teoria Pura do Direito, revelou os
fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
Luciano Dutra

Questão 36 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.

Questão 37 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.

Questão 38 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, não há uma identidade entre a Constituição e as
Leis Constitucionais.

Questão 39 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição é um conjunto de normas que dizem
respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do
poder constituinte originário.

Questão 40 (INÉDITA) No sentido político defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é


fruto de uma decisão política fundamental.

Questão 41 (INÉDITA) No sentido jurídico, Hans Kelsen reconhece que a Constituição possui
o mesmo status das demais leis.

Questão 42 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra
A Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.

Questão 43 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra A Te-
oria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas
fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o
processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.

Questão 44 (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição significa a norma funda-


mental hipotética, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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Questão 45 (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma ju-


rídica suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.

Questão 46 (INÉDITA) No sentido jurídico, a Constituição fundamenta-se em aspectos so-


ciológicos, políticos e filosóficos.

Questão 47 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a
Constituição significa a decisão política fundamental.

Questão 48 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a
Constituição significa a decisão política fundamental.

Questão 49 (INÉDITA) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por


Carl Schmitt, o autor defende que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão po-
lítica fundamental do Estado.

Questão 50 (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen buscou aproximar o


Direito de juízos de ordem moral, política, social e filosófica.

Questão 51 (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen contrapôs-se às


ideias defendidas por Ferdinand Lassale.

Questão 52 (INÉDITA) No sentido político de Constituição, Carl Scmitt desenvolveu dois sen-
tidos para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e o sentido jurídico-positivo.

Questão 53 (INÉDITA) Hans Kelsen criou a norma fundamental hipotética porque não ad-
mitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica, política ou
filosófica.

Questão 54 (INÉDITA) Carl Schmitt defendeu que, em seu sentido jurídico-positivo, a Consti-
tuição corresponde à norma jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas
do ordenamento jurídico.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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Questão 55 (INÉDITA) Para Ferdinand Lassale, a norma fundamental, fato imaterial instau-
rador do processo de criação das normas positivas, seria a Constituição em seu sentido ló-
gico-jurídico.

Questão 56 (INÉDITA) A Constituição é considerada norma pura. A palavra Constituição tem


dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição sig-
nifica norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcen-
dental da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema,
conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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GABARITO
1. e 28. e 55. E
2. C 29. C 56. C
3. C 30. E
4. C 31. E
5. C 32. E
6. e 33. E
7. E 34. c
8. C 35. E
9. C 36. E
10. b 37. E
11. b 38. C
12. E 39. C
13. E 40. E
14. C 41. E
15. E 42. E
16. C 43. E
17. C 44. E
18. C 45. C
19. C 46. E
20. E 47. E
21. E 48. E
22. C 49. E
23. E 50. E
24. C 51. C
25. b 52. E
26. E 53. C
27. b 54. E

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Considerando os diferentes conceitos de
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise as seguintes
manifestações sobre o tema:
I – Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.
II – Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza ou funda um
Estado.

Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
e) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.

Letra e.
O item I retrata o sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle. Já o
item II cuida do sentido político de Constituição atribuído a Carl Schmitt.

Questão 2 (BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO/DIREITO/2012) Consoante a concepção so-


ciológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem,
sendo, portanto, real e efetiva.

Certo.
É exatamente o sentido sociológico de Constituição proposto por Ferdinand Lassalle.

Questão 3 (DPF/DELEGADO/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fa-


tores reais do poder em uma sociedade.

Certo.
É ponto central do sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle.

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Questão 4 (TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) A concepção sociológica, elaborada por


Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de
poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o
ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Certo.
Exatamente isso!

Questão 5 (TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O sentido sociológico da Constituição


como uma folha de papel, cuja verdadeira característica está na organização dos fatores reais
do poder em uma dada sociedade, contrasta com a visão da força normativa da Constituição,
segundo a qual a Constituição não se pode submeter à vontade dos poderes constituídos e
ao império dos fatos e das circunstâncias. A Constituição espraia sua força normativa por
sobre o ordenamento jurídico, e todos os atos estatais que com ela contrastem expõem-se à
censura jurídica do Poder Judiciário.

Certo.
A questão retrata justamente a contraposição de ideias propostas por Ferdinand Lassalle
(sentido sociológico) e Hans Kelsen (sentido jurídico).

Questão 6 (DPU/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) O termo constituição pos-


sui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo
fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio
do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

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Luciano Dutra

Letra e.
Hans Kelsen, no sentido jurídico, defende que a Constituição é norma jurídica pura, ou seja,
sem influência sociológica, política, filosófica, enfim, sem interferência de assuntos extraju-
rídicos.

Questão 7 (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) Para Carl Schmitt, a constituição de um Es-


tado deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não
ocorra, ele a considera como ilegítima, uma simples folha de papel.

Errado.
Quem disse isso foi Ferdinand Lassalle. Percebeu a importância de conhecer o autor da teoria?

Questão 8 (POLÍCIA CIVIL-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) A concepção política de


Constituição, elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que di-
zem respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular
do poder constituinte.

Certo.
Exatamente conforme explanamos.

Questão 9 (ANTT/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Em sentido jurídico, a constituição é


considerada norma pura, puro dever ser.

Certo.
É o que defende Hans Kelsen.

Questão 10 (INÉDITA) Considerando as diferentes concepções de Constituição, analise as


manifestações sobre o tema a seguir:

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I – A Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o pro-
cesso político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a
Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
II – A Constituição é uma norma jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, polí-
tica ou filosófica.

É correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassalle e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.

Letra b.
O item I retrata o sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle. Já o
item II cuida do sentido jurídico de Constituição atribuído a Hans Kelsen.

Questão 11 (FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO/PROCURA-


DOR/2018) No tocante ao tema conceito de constituição, existem pensadores e doutrinadores
que formularam concepções de constituição segundo seus diferentes sentidos. Consequen-
temente, é correto afirmar que Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às
concepções de constituição, respectivamente, nos sentidos:
a) substancial, material e formal.
b) sociológico, político e jurídico.
c) pluralista, social e transcendental.
d) pactual, contratualista e compromissório.
e) ideológico, garantista e positivista.

Letra b.
Conforme ensinamos, Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às con-
cepções de constituição, respectivamente, nos sentidos sociológico, político e jurídico.

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Questão 12 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ/JUIZ/2017/ADAPTADA) Em sentido socio-


lógico, a Constituição deve ser entendida como a norma que se refere à decisão política estru-
turante da organização do Estado.

Errado.
Segundo a concepção sociológica, a Constituição de um país consiste na soma dos fatores
reais do poder que o regem.

Questão 13 (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/


ADAPTADA) Na concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores reais
de poder em uma sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real e efetiva e a
constituição jurídica.

Errado.
Na concepção sociológica, Ferdinand Lassale defende que coexistem, no Estado, duas es-
pécies de Constituição: a Constituição escrita (também chamada de formal ou jurídica) e a
Constituição real (ou material). A Constituição real para Lassalle não seria propriamente uma
norma jurídica, mas um fato social. Já a Constituição escrita seria uma “mera folha de pa-
pel”, não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa. Quem
determina o rumo do Estado é a Constituição real resultante do somatório dos fatores reais
de poder.

Questão 14 (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE/DEFENSOR


PÚBLICO SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Consoante Hans Kelsen, a concepção jurídica de
Constituição a concebe como a norma por meio da qual é regulada a produção das normas
jurídicas gerais.

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Luciano Dutra

Certo.
Para Kelsen, a  Constituição em seu sentido jurídico-positivo corresponde à norma jurídica
suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico. As normas
infraconstitucionais (aquelas que estão abaixo da Constituição) só existem e são aptas a
produzir os seus efeitos no mundo jurídico se forem compatíveis com a Constituição, ou seja,
a Constituição, como norma fundamental dotada de supremacia, é o paradigma de validade
para toda a produção normativa subsequente.

Questão 15 (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/AGENTE ADMINISTRATI-


VO/2013) Na concepção sociológica de constituição, constituição e lei constitucional têm a
mesma acepção.

Errado.
Ferdinand Lassale não defende isso.

Questão 16 (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2013)


No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em uma sociedade.

Certo.
É o que defende Ferdinand Lassale.

Questão 17 (BANCO DA AMAZÔNIA S.A./TÉCNICO CIENTÍFICO/2012) Consoante a concep-


ção sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o
regem, sendo, portanto, real e efetiva.

Certo.
Exatamente o que diz Ferdinand Lassale.

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Questão 18 (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIRO/TÉCNICO JUDICIÁ-


RIO/2012) Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser conside-
rada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais
que constituem o poder.

Certo.
A Constituição real (ou material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder
que regem uma nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.

Questão 19 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Constitui-


ção, em sentido sociológico, conforme concepção de Ferdinand Lassale, é a soma dos fatores
reais de poder que regem um determinado Estado.

Certo.
Exatamente isso.

Questão 20 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Em senti-


do político, Constituição é a decisão política fundamental, considerando-se a teoria de Hans
Kelsen.

Errado.
O sentido político de Constituição foi defendido por Carl Schmitt.

Questão 21 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Segundo a


concepção de Hans Kelsen, a  Constituição, no sentido jurídico-positivo, significa a norma
hipotética fundamental.

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Errado.
A norma fundamental hipotética é a Constituição no sentido lógico-jurídico.

Questão 22 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Cons-
tituição significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a
forma de existência do Estado.

Certo.
É exatamente o que defende Carl Schmitt.

Questão 23 (INÉDITA) O conceito ideal de Constituição é atribuído à Ferdinand Lassale.

Errado.
É atribuído a Carl Schmitt o conceito ideal de Constituição elaborado no séc. XIX. Segundo
Schmitt, a Constituição ideal: 1) deve ser estabelecida na forma escrita; 2) deve contemplar a
separação de poderes; 3) deve garantir as liberdades públicas e os direitos individuais.

Questão 24 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011)


A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como
sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política,
econômica e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Certo.
É o que defende Ferdinand Lassale.

Questão 25 (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO/EXECUTIVO PÚBLI-


CO/2011) “De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se não se justifica pelos
fatos reais e efetivos do poder. Os problemas constitucionais não são problemas de direito,

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Luciano Dutra

mas do poder, a verdadeira constituição de um país somente tem por base os fatores reais
e efetivos do poder que naquele país reagem, e as constituições escritas não têm valor nem
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realida-
de social.” O texto citado é de autoria de Ferdinand Lassale, doutrinador clássico do Direito
Constitucional, que analisa o conceito de constituição sob o aspecto
a) jurídico.
b sociológico.
c) histórico.
d) da inconstitucionalidade.
e) político.

Letra b.
Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os fundamentos so-
ciológicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo ele, a Constituição real (ou
material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma nação,
quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.

Questão 26 (MINISTÉRIO PÚBLICO DE RONDÔNIA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITU-


TO/2010/ADAPTADA) O legado de Carl Schmitt, considerado expoente da acepção jurídica
da constituição, consistiu na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico,
em que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídico-positivo, ou seja,
a norma positivada.

Errado.
Esse é o conceito desenvolvido por Hans Kelsen.

Questão 27 (SECRETARIA DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL/ATENDENTE DE REINTEGRA-


ÇÃO SOCIAL/2010) Hans Kelsen sempre defendeu que o estudo dos fatores sociais em uma

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dada sociedade não compete ao jurista e que a Constituição é considerada norma pura, puro
dever-ser. Com base na classificação das constituições, é correto afirmar que Hans Kelsen
está associado à teoria da constituição em seu sentido
a) político.
b) jurídico.
c) sociológico.
d) dogmático.
e) literal.

Letra b.
O sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria Pura do Direito”, em
que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas fundamentais à es-
truturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo político,
servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.

Questão 28 (DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010)


O termo constituição possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constitui-
ção é norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, consi-
dera-se um conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

Letra e.
Hans Kelsen, no sentido jurídico, considera a Constituição como uma norma jurídica pura,
sem qualquer conotação sociológica, política ou filosófica.

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Questão 29 (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido


jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Certo.
Mais uma vez: Hans Kelsen, no sentido jurídico, considera a Constituição como uma norma
jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, política ou filosófica.

Questão 30 (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITU-


TO/2009/ADAPTADA) No sentido sociológico, a  constituição seria distinta da lei constitu-
cional, pois refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à
estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto
leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos de
decisão política fundamental.

Errado.
O conceito trazido corresponde ao sentido político de Constituição.

Questão 31 (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITU-


TO/2009/ADAPTADA) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real
seria o somatório dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF
não teria mais legitimidade.

Errado.
Quem diz isso é Ferdinand Lassale no sentido sociológico de Constituição.

Questão 32 (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO/ANALISTA/2006/


ADAPTADA) Na concepção sociológica, defendida por Ferdinand Lassale, a Constituição seria

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o resultado de uma lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos so-
ciopolíticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado
Estado.

Errado.
Na verdade, no sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em
uma sociedade.

Questão 33 (AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA ADMINISTRATI-


VO/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o  princípio da força normativa da CF é aquele
segundo o qual os aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídico-cons-
titucionais, devem procurar a máxima eficácia do texto constitucional.

Errado.
Não é isso que defende Ferdinand Lassale. Para ele, a Constituição escrita seria uma “mera
folha de papel”, não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força norma-
tiva. Quem determina o rumo do Estado é a Constituição real resultante do somatório dos
fatores reais de poder.

Questão 34 (CÂMARA MUNICIPAL DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019) Diversos dou-


trinadores são responsáveis pela formulação de conceitos de Constituição, tendo por base
distintas concepções. Dentre elas, podem ser mencionadas, as seguintes: (i) “A Constituição
seria a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade” e (ii) “Constituição
representa a decisão política do titular do poder constituinte.”. Assim sendo, assinale a alter-
nativa que indica, correta e respectivamente, os autores dessas duas concepções.
a) Hans Kelsen e J.J. Gomes Canotilho.
b) Carl Schmitt e Hans Kelsen.

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c) Ferdinand Lassale e Carl Schmitt.


d) Hans Kelsen e Ferdinand Lassale.
e) Konrad Hesse e Carl Schmitt.

Letra c.
Segundo Ferdinand Lassale, “a Constituição seria a somatória dos fatores reais do poder den-
tro de uma sociedade”. Conforme Carl Schmitt, “Constituição representa a decisão política do
titular do poder constituinte”.

Questão 35 (INÉDITA) Ferdinand Lassalle, em sua obra A Teoria Pura do Direito, revelou os
fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.

Errado.
Na verdade, Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os funda-
mentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.

Questão 36 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.

Errado.
Foi Ferdinand Lassalle que nos apresentou essa ideia.

Questão 37 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.

Errado.
Foi Ferdinand Lassalle quem nos apresentou essa ideia.

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Questão 38 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, não há uma identidade entre a Constituição e as
Leis Constitucionais.

Certo.
Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para ele, no texto constitucional, ha-
veria normas que se destacariam pela enorme relevância política, pois dizem respeito à estru-
tura do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. Por outro lado, haveria normas
que não apresentam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição para
adquirir maior estabilidade jurídica.

Questão 39 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição é um conjunto de normas que dizem
respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do
poder constituinte originário.

Certo.
Schmitt afirma que a Constituição representa o resultado da vontade política fundamental do
Poder Constituinte originário quanto aos temas ligados à estruturação do Estado, tais como
forma de Estado, forma de Governo, sistema de Governo, regime de Governo, separação dos
Poderes, Direitos e Garantias Fundamentais, Sistema Tributário, Organização dos Poderes etc.

Questão 40 (INÉDITA) No sentido político defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é


fruto de uma decisão política fundamental.

Errado.
Quem nos apresentou o sentido político foi Carl Schmitt.

Questão 41 (INÉDITA) No sentido jurídico, Hans Kelsen reconhece que a Constituição possui
o mesmo status das demais leis.

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Errado.
Kelsen, ao criar o dogmático-positivismo kelseniano, colocando a Constituição no ápice do
sistema jurídico, acima das demais leis.

Questão 42 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra
A Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.

Errado.
Essa doutrina se deve a Hans Kelsen.

Questão 43 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra
A Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.

Errado.
Essa doutrina se deve a Hans Kelsen.

Questão 44 (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição significa a norma funda-


mental hipotética, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.

Errado.
Na verdade, em sentido lógico-jurídico, a Constituição significa a norma fundamental hipoté-
tica, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.

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Questão 45 (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma ju-


rídica suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.

Certo.
Exatamente isso.

Questão 46 (INÉDITA) No sentido jurídico, a Constituição fundamenta-se em aspectos so-


ciológicos, políticos e filosóficos.

Errado.
Na verdade, no sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica,
política ou filosófica.

Questão 47 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a
Constituição significa a decisão política fundamental.

Errado.
Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, afirma que a Constituição significa a de-
cisão política fundamental.

Questão 48 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a
Constituição significa a decisão política fundamental.

Errado.
Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, afirma que a Constituição significa a de-
cisão política fundamental.

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Questão 49 (INÉDITA) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por


Carl Schmitt, o autor defende que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão po-
lítica fundamental do Estado.

Errado.
É na Constituição que se materializa a decisão política fundamental do Estado. As outras normas
inseridas no texto constitucional que não refletem a decisão política fundamental são apenas
leis constitucionais (ou aquilo que chamamos hoje de normas formalmente constitucionais).

Questão 50 (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen buscou aproximar o


Direito de juízos de ordem moral, política, social e filosófica.

Errado.
Muito embora reconheça a relevância dos fatores reais de poder na condução da vida política
de um Estado, Kelsen defendeu que o seu estudo não compete ao operador do Direito, mas ao
sociólogo, ao filósofo etc. Nisso consistia sua Teoria Pura do Direito: afastar a ciência jurídica
de todo juízo de ordem moral, política, social ou filosófica.

Questão 51 (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen contrapôs-se às


ideias defendidas por Ferdinand Lassale.

Certo.
A concepção jurídica de Constituição de Kelsen surge exatamente para se contrapor à posi-
ção sociológica defendida por Ferdinand Lassalle.

Questão 52 (INÉDITA) No sentido político de Constituição, Carl Scmitt desenvolveu dois sen-
tidos para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e o sentido jurídico-positivo.

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Errado.
Essa ideia surge na concepção jurídica de Constituição de Kelsen.

Questão 53 (INÉDITA) Hans Kelsen criou a norma fundamental hipotética porque não admitia
como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica, política ou filosófica.

Certo.
Kelsen não admitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica,
política ou filosófica (lembra-se da ideia da Teoria Pura do Direito?). Assim, foi obrigado a
desenvolver um fundamento jurídico para a Constituição, o que denominou de norma funda-
mental hipotética, também chamada de norma pensada ou pressuposta, que existe apenas
para servir de pressuposto de validade das normas constitucionais.

Questão 54 (INÉDITA) Carl Schmitt defendeu que, em seu sentido jurídico-positivo, a Consti-
tuição corresponde à norma jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas
do ordenamento jurídico.

Errado.
Quem defendeu essa ideia foi Hans Kelsen.

Questão 55 (INÉDITA) Para Ferdinand Lassale, a norma fundamental, fato imaterial instau-
rador do processo de criação das normas positivas, seria a Constituição em seu sentido ló-
gico-jurídico.

Errado.
Quem defendeu essa ideia foi Hans Kelsen.

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Questão 56 (INÉDITA) A Constituição é considerada norma pura. A palavra Constituição tem


dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição sig-
nifica norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcen-
dental da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema,
conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau.

Certo.
É a doutrina ensinada por Hans Kelsen na obra Teoria Pura do Direito.

Luciano Dutra
Advogado da União desde 2009. Autor de livros e articulista. Professor de Direito Constitucional com
ampla experiência em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames de Ordem presenciais
e on-line. Aprovado em diversos concursos públicos. Comentarista jurídico de revistas, jornais, sites e
rádios. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público.
Graduado e pós-graduado em Ciências Militares.

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