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INTRODUÇÃO
Os Estudos Sociais, têm sua origem no século XX, nos Estados Unidos, estando
assim relacionado a uma tradição pedagógica, cujo paradigma educacional, apoiava-se na
educação centrada na realidade da criança. Outrossim, as primeiras discussões em torno
da sua introdução no currículo escolar brasileiro, foram realizadas sob influências
estadunidenses oriundas da década de 1920, no contexto do movimento da “Escola
Nova”. Sendo assim, oficializada no Brasil com o manifesto dos pioneiros pela educação.
Em analogia à época, o movimento escolanovista objetivava a renovação do
ensino e recriminava a existência, até então, do uso de práticas e/ou metodologias
mnemônicas. Neste contexto, se tinha como principal difusor, entre os anos de 1930 a
1960, o docente do Colégio Pedro II, Carlos Miguel Delgado de Carvalho, respeitável
professor de Geografia e um dos pioneiros na introdução das concepções de Geografia
Moderna no Brasil.
Neste prisma, os Estudos Sociais trata-se de uma disciplina escolar complexa que
engloba diversos eixos, sendo eles de acordo com o autor Delgado de Carvalho (1953),
Geografia, História, Política, Sociologia, Economia e o Civismo, à princípio seu objetivo
era formar um ser social, com base na sua realidade. De acordo com essas perspectivas
(ISSLER, 1973 apud RESENDE FILHO, 2014) expressa que dito ensino haveria de servir
para habilitar e capacitar o sujeito no exercício de seu futuro papel social e trabalhista.
Refletindo sobre o contexto, qual se instalou os primeiros debates sobre a temática
abordada, a historiadora Maria do Carmo Martins (2000, p. 93) explicita:
Como o autor estabeleceu em seu escrito, até então, a matéria estudada não
condizia com a factual vivência do educando, fato que significava uma falha/defasagem
no então ensino. Este ponto negativo foi evidenciado no movimento escolanovista, no
qual o educador foi signatário. Nesta perspectiva, em 1953 Delgado de Carvalho delibera
que a atual educação em alguns países era incapaz de despertar nos alunos a “curiosidade
e seu interesse pelas matérias do secundário, porque eles ministram ensinamentos
tradicionais e antiquadas que não refletem as preocupações e o momento histórico em que
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Filósofo norte-americano que influenciou educadores de várias partes do mundo, por defender a
democracia e liberdade de pensamento não apenas no âmbito institucional, mas também no interior das
escolas, acreditando pioneiramente na capacidade de pensar dos alunos.
Como o autor delibera em seu texto, embora houvesse muita semelhança, não se
podia considerar os Estudos Sociais como Ciência Social, em virtude dos seus campos de
atuação, uma vez que, a primeira destinava-se a produção de conhecimento e a outra a
sua disseminação. Logo em seguida, Delgado foi um dos responsáveis pela construção do
primeiro currículo de Estudos Sociais instituídos no Brasil e afirma no prefácio da edição
do INEP (1955) que os Estudos Sociais se fundamentavam, inicialmente, no estudo das
famílias e da comunidade, para assim, gradativamente, desenvolver a fronteira social do
educando, garantindo um proveitoso aprendizado e o desenvolvimento pessoal, social e
intelectual.
Em sequência, declara que a vida não exige uma divisão indicada entre as
diferentes disciplinas de ensino e sim uma constante ligação que deve ser constantemente
associada à realidade local dos estudantes sendo, justamente, essa inquietação/observação
que levou ao agrupamento dos fatos que formaram o estudo em questão. Neste âmbito, é
conveniente destacar propriamente suas palavras com relação à temática:
Para que a participação do educando nas atividades do grupo seja consciente,
é necessário que haja um hiato, uma posição, uma ruptura entre o livro, o
programa e a vida. Mas a vida que deve refletir o programa não é um quadro
inexpressivo das atividades humanas, uma nomenclatura que requer apenas
memorização: deve ser a vida contemporânea em sua realidade a
complexidade, a vida de trabalho, em casa e na comunidade. A assimilação
necessária dos conhecimentos só será perfeita quando sentido seu interesse, e
a sua utilidade. (INEP, 1955, p. 12 e 13).
Neste aspecto, com a ditadura militar e/ou golpe militar, os Estudos Sociais
ganham força e difusão, sendo múltiplas, vezes debatido, até quando na década de 1970
adentra o currículo escolar da educação básica brasileira, de forma obrigatória, pelo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NADAI, Elza. Estudos Sociais no Primeiro Grau. MEC, Revista em Aberto, Brasília, v.
7, n. 37, 1988. Disponível em:
http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485895/Estudos+sociais+no+1%C2%BA+g
rau/4e96a598-50ec-491d-ab72-4ce2c50a9f3d?version=1.3. Acesso em: 21 de Julho de
2021.