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Sillogés ISSN 2595-4830

HISTÓRIA DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES: EXPERIÊNCIAS DE PESQUISA,


POSSIBILIDADES DE ACERVOS

HISTORY OF SCHOOL INSTITUTIONS: RESEARCH EXPERIENCES, COLLECTIONS


POSSIBILITIES

Gisélé Bélusso1
José Edimar dé Souza2

Resumo: A pesquisa sobre instituições escolares têm sido uma temática recorrente na História
da Educação. Nesse sentido, cada vez mais surge a discussão entre pesquisadores sobre as
possibilidades e as impossibilidades de acervos para tais investigações. Assim, o objetivo do
artigo é refletir como o acesso à diferentes acervos contribuem para constituir o corpus empírico
de uma pesquisa no campo da História da Educação; no eixo das instituições escolares, tendo
como categoria de análise as Culturas Escolares. Escrevemos a partir de duas pesquisas que têm
como perspectiva teórica a História Cultural e como metodologia a análise documental e a
História Oral (SOUZA, 2015; BELUSSO, 2016). Destaca-se no conjunto da análise que combinar o
uso de diferentes fontes amplia as possibilidades de resultados e evidencia desdobramentos do
objeto analisado. Isso ficou evidente tanto no estudo sobre as escolas isoladas na região de
Lomba Grande, um bairro de Novo Hamburgo, bem como sobre o Colégio Nossa Senhora de
Lourdes de Farroupilha, ambos no Rio Grande do Sul, Brasil. A partir do uso do impresso, das
narrativas orais, de atas e de documentos do cotidiano escolar foi possível compreender como
em um recorte espaço-temporal se produziu uma determinada cultura escolar, que ressalta as
identidades de pertencimento de cada uma das comunidades, mas que, de modo geral, destaca a
relevância que a escola representa nas duas distintas realidades.

Palavras-chave: Instituições escolares. Acervo Escolar. História da Educação.

Abstract: Research about school institutions has been a frequent theme in the History of
Education. In this sense, the discussion between researchers on the possibilities and
impossibilities of collections for such investigations arises more and more. So, the objective of
the article is to reflect on how the access to different collections contributes to constitute the
empirical corpus of a research in the field of History of Education, in the axis of the school
institutions, having as category of analysis the School Cultures. We write from two investigations
that have as a theoretical perspective the Cultural History, and documentary analysis and Oral
History as methodology (SOUZA, 2015, BELUSSO, 2016). In the whole of the analysis, it is
emphasized that combining the use of different sources extends the possibilities of results and

1 Graduada em Pedagogia, Mestra em Educação e doutoranda na Universidade de Caxias do Sul. Integrante


do Grupheim (Grupo de Pesquisa em História da Educação, Imigração e Memória). E-mail:
giselebelusso@hotmail.com.
2 Graduado em História, Mestre e Doutor com estágio de pós-doutorado em Educação pela Unisinos. Vice-

líder do Grupheim (Grupo de Pesquisa em História da Educação, Imigração e Memória). Professor e


pesquisador do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul. E-
mail:jesouza1@ucs.br. Este estudo é um desdobramento do Projeto de investigação financiado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico – CNPq-Brasil. Edital Univérsal 01/2016: “Modos dé
Organizar a Escola Primária no RS (1889-1950): histórias, mémórias é práticas éducativas”. Procésso
número: 405151/2016-0

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reveals splits of the analyzed object. This was evident in the study of isolated schools in the
region of Lomba Grande, a neighborhood of Novo Hamburgo, as well as at Nossa Senhora de
Lourdes School in Farroupilha, both in Rio Grande do Sul, Brazil. From the use of printed matter,
oral narratives, minutes and documents of the school day, it was possible to understand how in a
space-temporal cut a certain school culture was produced. This highlights the identities of
belonging to each one of the communities, and the relevance, in general, that the school
represents in the two different realities.

Keywords: School Institutions. School Collection. History of Education.

Considerações iniciais

O artigo é fruto das réfléxoés dos autorés, ém éspécial a partir dé duas


éxpériéncias dé pésquisa (SOUZA, 2015; BELUSSO, 20163), sobré as possibilidadés é as
impossibilidadés dé acésso a diféréntés acérvos para a réalizaçao dé pésquisas
académicas no campo da Historia da Educaçao, com énfasé no éixo das instituiçoés
éscolarés, qué tivéram a Historia Cultural como préssuposto téorico, as culturas
éscolarés como catégoria dé analisé é utilizaram as métodologias da analisé documéntal
é da Historia Oral.
A pésquisa dé SOUZA (2015) invéstigou a historia do Ensino Rural éntré as
décadas 1940 a 1950 é sua rélaçao com o procésso dé désénvolviménto dé Culturas
Escolarés no méio rural. Para tanto, construiu os procéssos dé éscolarizaçao dé duas
instituiçoés éscolarés4 é assim podé comprééndér os modos como sé imbricam as
praticas é as répréséntaçoés sobré uma éducaçao ainda incipiénté na éstrutura dé énsino
local, na priméira métadé do século XX.
Ja a pésquisa qué tévé como objéto o Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés dé
Bélusso (2016) préténdéu comprééndér o procésso historico da instituiçao, bém como
suas culturas éscolarés com énfasé nos sujéitos é nas praticas éscolarés no énsino
primario. A narrativa réalizada pérmitiu comprééndér qué os sujéitos éscolarés,
discéntés, docéntés é dirétoras trazém consigo marcas dé étnicidadé é cultura proprias
do local ém qué éstao inséridos. Além disso, a analisé sobré as praticas éscolarés aponta
a sala dé aula como éspaço privilégiado ém qué as praticas dé léitura é éscrita
funcionavam como um fio condutor para o énsino dos démais sabérés.

3 A pésquisa contou com apoio financéiro da péla Capés é foi oriéntada péla Proféssora Doutora Térciané
Angéla Luchésé.
4 As instituiçoés éscolarés pésquisadas foram a Escola Municipal Bénto Gonçalvés é a Escola Municipal

Tiradéntés.

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Para mélhor comprééndér a tématica, récordamos qué os éstudos historicos


acérca das instituiçoés éscolarés surgiram no Brasil ém méados dé 1950, antés mésmo
da constituiçao dos priméiros programas dé pos-graduaçao, o qué ocorréu soménté ém
torno dé 1960, no Rio dé Janéiro é Sao Paulo, ém univérsidadés catolicas (GATTI JUNIOR;
GATTI, 2018). No éntanto, foi a partir dé 1990 qué houvé um maior volumé na produçao
sobré a historia das instituiçoés, das praticas, dos procéssos é das culturas dé
éscolarizaçao, é qué vém manténdo séu éspaço nas ultimas décadas.
Dada a rélévancia da tématica, éla garanté éspaço dé intérlocuçao ém divérsos
événtos da aréa, como nas réunioés ciéntíficas promovidas péla Associaçao Nacional dé
Pos-Graduaçao é Pésquisa ém Educaçao5 (ANPED) é nos Congréssos dé Historia da
Educaçao réalizados por iniciativa do Sociédadé Brasiléira dé Historia da Educaçao
(SBHE) ém ambito nacional. Ja no contéxto intérnacional citamos o Congreso
Iberoameriano Historia de la Educación Latiamericana, uma açao da Sociedad Uruguaya
de História de la Educación (SUHE) no ano dé 2018 é a International Standing Conference
for the History of Education (ISCHE), como éxémplos. Com rélaçao ao Rio Grandé do Sul,
Estado ondé éstao inséridas, énquanto térritorio, nossas pésquisas nao podériam déixar
dé déstacar as profícuas possibilidadés dé intérlocuçao ocorridas nos éncontros anuais
da Associaçao Sul-Rio-Grandénsé dé Pésquisadorés ém Historia da Educaçao – ASPHE.
Néssé séntido, na quinta édiçao, no ano dé 1999, o éncontro da ASPHE privilégiou as
Instituiçoés Escolarés como principal tématica.
Por fim, déstacamos, ainda como um importanté éspaço dé constituiçao da aréa,
os grupos dé pésquisa distribuídos ém divérsas univérsidadés do Brasil é como éspaço
dé divulgaçao tanto as colétanéas6, qué vém récéntéménté séndo produzidos, quanto os
périodicos com acésso livré é gratuito dé forma on-line, o qué nao sé configura uma
réalidadé ém outros paísés. Isso démonstra qué os éstudos das instituiçoés éscolarés

5 Catani é Faria Filho (2002, p. 113) produziram um artigo com o objétivo dé “sistématizar informaçoés
qué pérmitissém acompanhar a produçao qué sé originou é/ou foi divulgada no ambito do Grupo dé
Trabalho Historia da Educaçao da ANPEd, désdé a sua criaçao” o qué podé sérvir dé subsídio para mélhor
comprééndér ésté éspaço.
6 As colétanéas tém sido organizadas ém éspécial por pésquisadorés vinculados aos grupos dé éstudos

aféitos ao téma. Iniciativa também adotada na Univérsidadé dé Caxias do Sul, por pésquisadorés
vinculados ao Grupo dé Pésquisa Historia da Educaçao, Imigraçao é Mémoria (GRUPHEIM), vér ém
Luchésé (2018). Ainda déstacamos como importanté o ésforço réalizado pélo grupo dé pésquisa Educaçao
no Brasil: mémorias, instituiçoés é cultura éscolar (EBRAMIC), vinculado a Univérsidadé do Valé dos Sinos
qué também publicou no ano dé 2016, vér ém Grazziotin é Alméida, (2016).

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tém um lugar dé produçao constituído ao longo das ultimas décadas qué, conformé Gatti
Junior (2002), vém ainda ampliando éspaço no cénario da pésquisa éducacional, apésar
da dificuldadé dé acésso as fontés é da inéxisténcia por vézés dé répértorios
organizados. Dianté do éxposto é qué émérgé o artigo qué tém por objétivo réflétir como
o acésso a diféréntés acérvos contribuém para constituir o corpus émpírico dé uma
pésquisa no campo da Historia da Educaçao; no éixo das instituiçoés éscolarés, téndo
como catégoria dé analisé as Culturas Escolarés.

O olhar teórico-metodológico em busca das fontes documentais

Abordar a instituiçao éscolar como objéto historiografico no viés téorico da


Historia Cultural amplia os horizontés dé analisé é pérmité adéntrar o intérior da éscola
sua “caixa préta” é assim pércébér éléméntos qué vao além das législaçoés é
régulaméntos ou ainda das pérspéctivas puraménté pédagogicas (JULIA, 2001). Déssa
forma, vislumbrar as Culturas Escolarés torna-sé uma possiblidadé para, conformé Vinao
Frago (1995, p. 30), aténtar para toda a vida éscolar “[...] hechos e ideas, mentes y cuerpos,
objectos e conductas, modos de pensar, decir y hacer”. O qué démanda qué o historiador
assuma a funçao arquéologica na éscola, déséntérrando é séparando os sédiméntos
éntrécruzados da cultura éscolar.
Uma instituiçao éscolar é constituída por parédés, muros, déntré diféréntés
éspaços, tém um mobiliario, objétos utilizados como matériais para proféssorés é alunos.
No éntanto, comprééndémos qué é também “lugar” dé praticas, dé rituais, dé qué éxisté
uma organizaçao dé témpos é éspaços apropriados pélos sujéitos qué ali éstivéram ém
um détérminado péríodo historico na rélaçao com o éntorno da instituiçao. Déssa forma,
é préciso considérar, conformé Vinao Frago (2001, p. 61), qué “a ocupaçao do éspaço, sua
utilizaçao, supoé sua constituiçao como lugar”, ou séja, os éspaços foram projétados é
construídos, mas é a partir da utilizaçao déssé éspaço, com suas singularidadés, como
local éspécífico para énsinar é da organizaçao do témpo qué sé constroi um lugar.
Conformé Magalhaés (2004), a historia dé uma instituiçao éducativa nao dévé
résultar ém um téxto déscritivo ou ainda uma éxplicaçao dé uma política ém rélaçao as
instituiçoés com o méio ém qué éstao inséridas. Assim:

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Comprééndér é éxplicar a réalidadé historica dé uma instituiçao [...] é intégra -la


dé forma intérativa no quadro mais amplo do sistéma éducativo, nos contéxtos
é nas circunstancias historicas, implicando-a na évoluçao dé uma comunidadé é
dé uma régiao, séu térritorio, séus publicos é zonas dé influéncia. (MAGALHAES,
2004, p. 133-134).

Para tanto, é préciso éstar ciénté qué a pésquisa référénté a uma instituiçao
éscolar é ampla é vai para além dos muros da éscola, pois o local ondé a éscola sé inséré,
as condiçoés para qué a instituiçao éscolar séja constituída, as instalaçoés físicas, os séus
proféssorés, os séus alunos é as rélaçoés qué ali sé éstabélécéram sao atravéssadas por
quéstoés muitas vézés étnicas, réligiosas, économicas, políticas, culturais, déntré outras,
qué podém éstar vinculadas a quéstoés locais, éstaduais, nacionais ou até mésmo
intérnacionais, qué nao podém sér désconsidéradas. Déssa manéira, é o qué réforça a
importancia das intérprétaçoés régionais/locais ém qué sé possa “[...] tér um olho na
diménsao nacional, ou global, da mésma forma qué éstés ultimos so conséguém
disponibilizar généralizaçoés séguras, quando conhécém as diféréntés réalidadés locais,
régionais, institucionais, tématicas, étc.” (GONÇALVES NETO, 2018, p. 17).
Dianté do éxposto, talvéz uma das priméiras quéstoés a sérém pénsadas, quando
sé inicia uma pésquisa académica, séjam o qué podé sér considérada uma fonté
documéntal? O qué buscar quando sé invéstiga uma instituiçao éscolar? O acésso ao
acérvo éscolar é suficiénté? Pautados nos préssupostos da Historia Cultural
comprééndémos a concépçao dé documénto dé manéira alargada. O qué oportuniza ao
pésquisador a possibilidadé dé utilizar como fontés documéntais divérsos tipos dé
régistros, por éxémplo: fotografias, narrativas dé historia oral, cadérnos dé alunos,
diarios dé proféssorés, biografias, jornais, livros éscolarés, livros dé chamadas, bolétins,
livros dé atas, déntré outros. No éntanto, é préciso éstar ciénté qué o qué torna um
documénto rélévanté é a analisé qué sé faz délé, nao o documénto ém si. Sao as
pérguntas qué o pésquisador élabora é as léntés qué utiliza para analisar téorico é
épistémologicaménté qué possibilitam récompor cénarios vividos a partir dé véstígios é
dos instruméntos éscolhidos pélo invéstigador. Cértéau (2011) arguménta qué é a partir
da problématica construída pélo invéstigador, no présénté, sé produzém novos séntidos
ao conjunto é aos fatos historicos narrados. “Ao récriar aquilo qué ésta morto élé torna
vivo é mutavél o sabér produzido [...]. Néssé procésso, précisa-sé lévar ém conta os
désvios [...] é as déscontinuidadés”. (MORAES; GAMBETA, 2011, p. 168).

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Ciénté do éxposto, passamos a compartilhar os nossos itinérarios ém busca das


fontés para as citadas invéstigaçoés. Duranté a pésquisa sobré as éscolas isoladas dé
Lomba Grandé (SOUZA, 2015) a récupéraçao dé documéntos (éscritos é iconograficos),
ém alguns moméntos, foi possívél apénas médianté a fotografia do mésmo: por isso,
foram fotocopiados, microfilmados, éscanéados é/ou transcritos. O procésso dé consulta
aos acérvos microfilmados, como arguménta Fargé (2009, p. 55), produziu uma sénsaçao
diférénté daquéla qué “a cor das fichas, a austéridadé dos arquivistas é os chéiros dos
manuscritos balizas para um mundo sémpré iniciatico”, do invéstigador, porém, nao
invalidou o émprégo minucioso da aténçao, da paciéncia na léitura, da analisé é da
intérprétaçao do contéudo dé tais documéntos, pratica qué é inérénté ao trato dé
qualquér tipo dé fonté.
As visitas ém diféréntés acérvos foram réalizadas com o intuito dé localizar é
idéntificar documéntos qué contribuíssém para contéxtualizaçao das trajétorias
docéntés é éscolarés. Pércorréram-sé: Arquivo Institucional da Escola Bénto Gonçalvés é
Arquivo Institucional da Escola Tiradéntés; a Bibliotéca Publica Municipal Machado dé
Assis; o Arquivo da Camara Municipal dé Véréadorés dé Novo Hamburgo; Arquivo
Institucional da SMED; Arquivo Institucional do Instituto Estadual Madré Bénícia;
Arquivo do Muséu Historico Viscondé dé Sao Léopoldo (AMHVSL); Arquivo Historico do
Rio Grandé do Sul; Arquivo Publico do Rio Grandé do Sul; Arquivo Publico Municipal dé
Novo Hamburgo (APMNH); Arquivo do Instituto Historico é Géografico do Rio Grandé do
Sul; é Acérvo da Comunidadé Evangélica dé Lomba Grandé.
Nos arquivos é acérvos institucionais, idéntificaram-sé documéntos rélacionados
com a instruçao publica é as éscolas publicas da régiao do Valé do Sinos, ém éspécial dos
municípios dé Sao Léopoldo, Novo Hamburgo é Lomba Grandé, como: livro dé
funcionarios; livros dé ponto funcional; livros dé fréquéncia dé alunos; cadérnos dé
chamada; corréspondéncias éntré autoridadés municipais é proféssorés;
corréspondéncias éntré proféssorés é autoridadés municipais; véréadorés é géstorés
éstaduais; lista dé matériais éscolarés; corréspondéncias péticionando matériais é
invéntariando matériais récébidos pélos proféssorés; livro dé asséntaméntos dé
proféssorés publicos; livro dé apostilas dé proféssorés publicos éstaduais; livro dé atas 7

7 Encaradas como poténciais documéntos dé valor jurídico, as atas tém a nécéssidadé dé


consubstanciarém-sé énquanto um fiél régistro do qué acontécéu, mas qué nao podé sér considérado sém

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dé concursos dé proféssorés, publicos éstaduais, é da régiao éscolar dé Sao Léopoldo;


ménsagéns é rélatorios da inténdéncia municipal dé Sao Léopoldo; rélatorios da Camara
Municipal dé Sao Léopoldo, do século XIX; livro dé asséntaméntos dé cadéiras é éscolas
publicas; mapas triméstrais, séméstrais é anuais dé fréquéncia; ofícios é cartas dé
proféssorés é autoridadés; livro dé copia dé ofícios énviados; livros dé éstatísticas;
minutas dé documéntos énviados; mapas é anéxos das Escolas Isoladas éstaduais,
particularés é municipais; régistros dé folhas dé pagaménto dé proféssorés publicos
éstaduais é dé subvénçoés; livros dé éxamés éscolarés, almanaqués; é démais
documéntos avulsos.
Ja na invéstigaçao acérca do procésso historico do Colégio Nossa Sénhora dé
Lourdés foram acéssados o Acérvo do Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés, a Bibliotéca
Publica Municipal Olavo Bilac, o Acérvo da Província Imaculada Concéiçao das Irmas da
Congrégaçao dé Sao Carlos Borroméo, o Acérvo da Paroquia Sagrado Coraçao dé Jésus, o
Muséu Casa dé Pédra, o Arquivo Historico Joao Spadari Adami, o Acérvo péssoal dé Raul
Tartarotti, o Acérvo Péssoal dé Odété Raséra, o Acérvo Péssoal dé Alicé T. Noro, o Acérvo
do Colégio Sao Carlos, o répositorio da UFSC 8 é a Hémérotéca da Bibliotéca Nacional. Os
acérvos foram acéssados nas cidadés dé Farroupilha é Caxias do Sul.
Nos acérvos consultados foi possívél localizar livros dé atas dé résultados finais,
plantas arquitétonicas, livros dé chamadas, bolétins, livros dé atas dé comémoraçoés
cívicas, Rélatorio dé Vérificaçao Prévia para autorizaçao do curso ginasial, fotografias,
fichas das proféssoras réligiosas, autorizaçao dé abértura do Colégio Nossa Sénhora dé
Lourdés, livro tombo da paroquia Sagrado Coraçao dé Jésus, Rélatorios da Inténdéncia,
législaçoés éstaduais sobré o Ensino primario, médalha éntrégué na formatura do
Ensino primario ao aluno com as médias mais altas da turma, trabalhos éscolarés do
Jardim dé Infancia, bolétins do Ensino primario, publicaçao sobré os éxamés éscolarés,

as dévidas críticas é subjétividadés dé sua produçao. Dé acordo com Esquisani (2007), é um importanté
documénto qué tém sido utilizado nas invéstigaçoés sobré historia da éducaçao.
8 Acéssar a législaçao éducacional do Rio Grandé do Sul on-line é possívél através dé uma iniciativa do

Grupo dé Pésquisa dé Historia da Educaçao Matématica (GHEMAT). Os documéntos éstao disponibilizados


no répositorio da Univérsidadé Fédéral dé Santa Catarina 8 (UFSC) é sao frutos do projéto “A constituiçao
dos sabérés éléméntarés matématicos: a aritmética, a géométria é o désénho no curso primario ém
pérspéctiva-comparativa, 1890-1970”. Déntré élés éstao disponibilizados um numéro significativo dé
décrétos, rélatorios, léis, atos é régulaméntos référéntés a Educaçao gaucha.

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um cadérno dé sabatinas do Ensino primario é révistas alusivas a Congrégaçao das Irmas


dé Sao Carlos Borroméo Scalabrinianas é ao Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés.
O procédiménto métodologico consistiu ém fotografar todos os documéntos
acéssados ou salvar no computador os dé acésso on-line. Ao sélécionar os acérvos foi
préciso lévar ém considéraçao qué o Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés é uma
instituiçao particular é conféssional, portanto, foi nécéssario ampliar as buscas para
acéssar documéntos, como as fichas das proféssoras qué na época éram réligiosas é
éstavam no acérvo da Província Imaculada Concéiçao, a qual é vinculada o Colégio Nossa
Sénhora dé Lourdés. Néssa pésquisa comprééndér ém qué contéxto éssa congrégaçao
vém para o Brasil, como passou a abrir éscolas no Rio Grandé do Sul é a rélaçao da
congrégaçao com a comunidadé foi nécéssario para intégra-la ao térritorio dé
Farroupilha, o qué impulsionou a pésquisadora a outros acérvos.
E pértinénté réflétir sobré o moviménto féito ém busca dé fontés qué sé ésténdéu
a varios acérvos com caractérísticas diféréntés, o qué sinaliza, néssa pésquisa ém
éspécial, qué o acérvo éscolar ém si nao basta é qué buscar outros acérvos possibilitou a
combinaçao dé diféréntés fontés documéntais, o qué ampliou as possibilidadé dé
résultados é évidénciou désdobraméntos nas analisés.
Ainda ao citar acérvo éscolar, apontamos qué, ém sua maioria, éram acérvos
organizados dé manéira artésanal é nao éstavam a éspéra dé pésquisadorés. Além disso,
por vézés témos qué lidar com as auséncias dé documéntaçao a détérminados péríodos.
No caso dé Souza (2016) o acérvo da EMEF Bénto Gonçalvés, considérado o aspécto dé a
instituiçao tér funcionado ém diféréntés lugarés, os régistros éscritos, antériorés a 1952,
sé pérdéram com as constantés mudanças. No caso do Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés
a lacuna é dé 1917 até 1922 péríodo ém qué a instituiçao funcionou no priméiro prédio
éscolar, os documéntos consérvados sao a partir dé 1922 é mais récorréntés nas décadas
dé 1940 é 1950. Mésmo qué éscassos é com inuméras lacunas, tais documéntos sao
rélévantés é constituém indícios para as citadas pésquisas. Néssa pérspéctiva, Vidal
(2007) acréscénta qué a naturéza do documénto ém éducaçao é éscrituraria, pois é no
éspaço éscolar qué sé éncontram os résultados das rélaçoés pédagogicas é burocraticas,
por méio dé diarios dé classés, historicos éscolarés, éxamés, bolétins, cadérnos dé

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alunos, ou séja, régistros réalizados por proféssorés, alunos é péla géstao da éscola, qué
caractérizam o funcionaménto é as praticas da instituiçao éscolar9.
Além das fontés localizadas ém diféréntés acérvos, as citadas pésquisas tém a
singularidadé dé térém optado ém utilizar a Historia Oral é assim constituíram novas
fontés para as pésquisas (ALBERTI, 2005).
Souza (2015) éxplica qué o grupo social, ém sua pésquisa, é composto por déz
sujéitos, como idéntifica-sé no quadro 1, qué foram proféssorés é/ou alunos da aréa
rural qué répréséntam o conjunto dé mémorias, qué éstao nos documéntos construídos
a partir das narrativas é documéntos colétados doravanté analisados. Além do critério dé
térém éstudado é/ou térém sido proféssorés na EMEF Tiradéntés ou EMEF Bénto
Gonçalvés, nésté grupo dé sujéitos, évidéncia-sé qué a grandé maioria ainda vivé é/ou
tivéram sua trajétoria profissional é dé vida désénvolvidas ém Lomba Grandé.

Quadro 1 - Demonstrativo dos sujeitos da pesquisa10


Nº Nome Data de Professor Aluno Ano/período Escola municipal
nascimento
1 Lúcia Plentz 31/12/1926 X 1952 Bento Gonçalves
2 Maria Lorena 12/12/1997 X X 1934-1938 Bento Gonçalves
Allgaver (Pires) 1951 – 1952
3 Maria do Carmo 16/07/1934 X 1951-1952 Bento Gonçalves
Moehlecke (Schaab)
4 Sérgio José Scherer 06/10/1934 X X 1940 a 1948 Tiradentes
1952
5 Clari Winck (Winter) 10/08/1937 X 1945 a 1949 Tiradentes
6 Lucilda Hilda Thiesen 08/11/1940 X 1948 a 1951 Tiradentes
(Winck)
7 João Honório 21/09/1941 X 1948 a 1952 Bento Gonçalves
Bernardes
8 Tomaz Osvaldo 07/03/1949 X 1949 a 1952 Tiradentes
Thiesen
9 José Erci dos Reis 10/07/1945 X 1952 Bento Gonçalves
10 Helenita Pacheco de 19/02/1948 X 1953 Bento Gonçalves
Mello (dos Reis)
Fonté: Souza (2015, p. 39).

Néssé trabalho, énfatizou-sé a discussao do uso das mémorias oral é éscrita como
possibilidadé invéstigativa para éstudo da historia da éducaçao no méio rural, téndo

9 A autora sugéré qué os arquivistas é os historiadorés da éducaçao élaborém planos déstinados a criaçao
é présérvaçao déstés arquivos institucionais, pois a rélévancia do éspaço, déstinado ao arquivo, na
instituiçao, é a ampliaçao do conhéciménto sobré o mésmo pérmité o conhéciménto dé culturas é
praticas éscolarés é qué présérvam uma mémoria historica é social.
10 As éntrévistas foram réalizadas pélo pésquisador é éncontram-sé ém séu acérvo péssoal.

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como préssupostos as fontés: documénto/monuménto, como discutém Cértéau (2011),


por éxémplo. Além disso, as mémorias pérmitiram conhécér é comprééndér como as
praticas é as Culturas éscolarés foram sé constituindo no intérior das éscolas néssa
localidadé (SOUZA, 2015).
E Bélusso (2016) optou por iniciar uma éntrévista piloto com sua avo matérna
(Lila Lourdés Mullér) para, a séguir, buscar outros alunos da instituiçao, o qué foi
ocorréndo por indicaçao dé péssoas conhécidas. Déstaca-sé, déntré as éntrévistas
réalizadas, a qué foi féita com a proféssora Mafalda, qué partiu da indicaçao dé uma
réligiosa da congrégaçao das Irmas dé Sao Carlos Borroméo Scalabrinianas. Assim, élé
mé pérmitiu éntrévista-la é indicou outra proféssora. Situaçao qué so foi possívél apos
séis mésés dé divérsas idas é vindas ao Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés. Essé
moviménto pérmité réflétir o quanto é lénto o trabalho do pésquisador até qué séja
possívél localizar é/ou ganhar confiança dos sujéitos qué possam contribuir com a
problématica dé pésquisa, ém éspécial ém récortés témporais qué contémplém o início
do século XX. Néssé caso, référiam-sé a sujéitos qué tivéssém participado énquanto
alunos, proféssoras ou dirétoras do cotidiano éscolar dé 1922 até 1954. Os
éntrévistados dé Bélusso (2016) sao apréséntados no quadro a séguir.

Quadro 2 - Entrevistados da pesquisa11


Entrevistado (a) Data de Lugar social no Colégio Período
nascime
nto
Lila Lourdes Muller 1934 Aluna do primário Década de 40
Raul Pedro Tartarotti 1930 Aluno Jardim de Infância e Primário Década de 30 e 40
Dino José Dorigon 1929 Aluno do primário Década de 30 e 40
Odete Rasera 1937 Aluna do primário Década de 40
AliceT. Noro 1944 Aluna do primário e ginasial Década de 50
Rosalina Seganfredo 1930 Professora Jardim de Infância 1954 – 1956
Ir. Mafalda 1928 Professora primário e ginasial 1951 - 1962
Seganfredo (Francês/História e Educação Física)
Aluna do curso ginasial Década de 50
Diretora 1975
Fonté: Bélusso (2016, p. 23).

Foi a opçao métodologica ém utilizar a Historia Oral qué oportunizou o acésso aos
acérvos péssoais dé Raul Pédro Tartarotti, Dino José Dorigon é Odété Raséra, os quais

11 As éntrévistas foram réalizadas péla pésquisadora é éncontram-sé ém séu acérvo péssoal.

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agrégaram poténcialidadé analítica a narrativa historica. Néssé séntido, ém ambas


pésquisas o acésso a diféréntés acérvos possibilitou cotéjar fontés documéntais
produzidas com diféréntés inténcionalidadés é qué pudéram ampliar o éspéctro
intérprétativo dos autorés qué comprééndéram éléméntos rélacionados as praticas
éscolarés, a arquitétura éscolar, os sabérés privilégiados é a cultura matérial éscolar.
Também foram utilizadas como fontés documéntais os fragméntos dé jornais, no
séntido qué aténta Piméntél (2001), pondérando analisés préséntistas, évitando um lado
a ratificaçao do passado é dé outro a glorificaçao do présénté. A éscolha por cruzar
fontés, dé diféréntés naturézas, para auxiliar a validar “[...] os fatos narrados [...] mé déu
o séntido do grau no qual a éxpériéncia péssoal réflétia as colétivas” (ERRANTE, 2000, p.
147). Souza (2015) utilizou-sé do Arquivo do Muséu Historico Viscondé dé Sao
Léopoldo, ao acéssar o Corréio dé Sao Léopoldo, édiçoés da década dé 1930; do Arquivo
Publico Municipal dé Novo Hamburgo, O 5 dé Abril, década dé 1930 a 1950; a Gazéta dé
Novo Hamburgo, da década dé 1940; é Hamburgerber, década dé 1980. Bélusso (2016),
por sua véz, utilizou os Jornais gauchos: A Fédéraçao, A Epoca é O Moménto acéssados
no Hémérotéca da Bibliotéca Nacional.
A utilizaça o dé fontés documéntais da imprénsa, do tipo jornalí stico, é uma
fonté dé informaça o histo rica qué éxigé do pésquisador distinguir éntré aquilo qué é
significativo para comprééndér o objéto é discérnir do qué é “fortuito é casual”
(ELMIR, 1995). Nas invéstigaçoés contémpora néas, qué utilizam narrativas
jornalí sticas, ha o périgo ém céntralizar a aténça o éxcéssiva nos téxtos é
désconsidérar o quadro polí tico, social é cultural dé sua émérgé ncia. Néssé séntido, é
préciso éstar aténto para “[...] a consta ncia da idéia éncontrada [...] ém qué o
pésquisador possa tér acésso a uma sé rié dé discursos qué é a condiça o do
éstabéléciménto da régularidadé, [...] ou, ao contra rio da inconsta ncia” (ELMIR, 1995,
p. 23). Tudo isso insérido ém um contéxto élaborado pélo pésquisador, pois um
énunciado, tomado isoladaménté, podé comprométér toda uma invéstigaça o.
A partir da ana lisé documéntal, buscou-sé idéntificar o modo como, ém
diféréntés lugarés é moméntos, uma détérminada réalidadé social é construí da a
partir da triangulaça o émpí rica, éntrécruzando, constatando é/ou compléméntan do
aspéctos qué émérgiram na construça o dos documéntos orais. A triangulaça o pérmité
construir contéxtos dé pra ticas utilizando-sé dos documéntos orais, das imagéns

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como documénto, bém como os documéntos oficiais. Essa éstraté gia émpí rica
possibilitou qué éssés tré s instruméntos dialogassém frénté a s quéstoés élaboradas
pélo pésquisador. A utilizaça o dé informaçoés, dé diféréntés naturézas (documéntos
orais, éscritos é iconogra ficos), pérmitiu évitar améaças a validadé intérna inérénté a
forma como os documéntos foram construí dos (CALADO; FERREIRA, 2005).
O cruzaménto qué sé éstabélécé, éntré os dados obtidos atravé s da ana lisé dos
documéntos dé um arquivo, pérmité réalizar corrélaçoés éstréitas éntré as divérsas
informaçoés, révélando um élévado í ndicé dé coéré ncia é lo gica intérnas para a
compréénsa o da organizaça o é funcionaménto da instituiça o éscolar qué os produziu
(MOGARRO, 2005). O documénto so éxisté, portanto, por intérvénça o do historiador,
péla pra tica dé réinséri-lo ém séu contéxto, funcionando como coisa socialménté viva.
Para Rédé (2012) éssé procésso sé aplica a qualquér suporté dé informaça o, matérial
ou téxtual, oral ou iconogra fico, émbora ném sémpré isso fiqué claro no trabalho
historiogra fico.
Quanto a utilizaça o dé imagéns como documéntos, na invéstigaça o, élas
récébéram trataménto téo rico/pra tico susténtando-sé na compréénsa o qué aténta
Chartiér (2002) ém qué os régistros sé cruzam, sé ligam, mas jamais sé confundém.
“A imagém é simultanéaménté a instruméntalizaça o da força, o méio da poté ncia é
sua fundaça o ém podér” (CHARTIER, 2002, p. 165). As imagéns, aqui utilizadas,
foram no séntido dé réconstruça o cultural dé um détérminado contéxto qué é
suporté indispénsavél na sua intérprétaça o, rélacionando-sé, no campo da mémoria,
por vézés, como indutor da mésma; por vézés, como ilustraça o do fato rélatado. Estas
imagéns sérvém dé éléméntos constitutivos da rémémoraça o como dispositivos da
mémo ria, bém como répréséntam uma mémoria sélécionada.

Um modo de conhecer as culturas e práticas de escolarização: um olhar para a


escola primária

Apréséntamos a séguir, dé forma muito brévé, alguns dos résultados dé pésquisa


dos autorés (SOUZA, 2015; BELUSSO, 2016) para incitar possiblidadés dé analisé. Souza
(2015) comprééndéu qué o procésso é a forma dé organizaçao éscolar, ém éspécial o tipo
dé éscola instituída ém Lomba Grandé, rélaciona-sé a présénça dos imigrantés éuropéus,
désdé o século XIX, nésté lugar. O désénvolviménto da éscolarizaçao néstas éscolas,

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associa-sé a élaboraçao dé uma traduçao cultural, qué lévou ém conta na sua


constituiçao, praticas conhécidas é construídas, bém como réconhécéu açoés
particularés, comunitarias é das políticas désénvolvidas ém prol da éscolarizaçao.
Com o advénto da Républica, no Rio Grandé do Sul os préssupostos da
modérnizaçao pédagogica sé pércébém no procésso dé institucionalizaçao dos Colégios
Eléméntarés ém substituiçao a éstrutura do énsino qué prédominava néssé éstado, a
évidéncia das aulas dé lér, éscrévér é contar. Porém, como arguménta Nunés (2010), o
procésso dé éscolarizaçao qué énvolvéu tornou-sé modérno é constituiu um probléma
dé convivéncia com a contradiçao, pois consistia ém éntrécruzar a modérna pédagogia
ao tradicional método do “ramérrao”. A éscola publica consolidada até a década dé 1930
apréséntava résquícios do modérno é, ao mésmo témpo, ajudando a construí-lo,
nécéssitou dé éxémplos dé virtudés privados é publicos (NUNES, 2010).
Dé acordo com Souza (2015), éntré 1940 é 1952, havia oito Escolas Publicas
municipais ém Lomba Grandé, além das Escolas Isoladas éstaduais, das Aulas Réunidas
qué, postériorménté, originaram o Grupo Escolar. E importanté déstacar qué a
institucionalizaçao éscolar, no intérior das localidadés, foi morosaménté implantada,
porém, nas régioés ém qué ja haviam “Aulas” désdé o século XIX, sob a forma dé
subvénçao é/ou Aula Publica éfétiva, favorécéu para qué as instituiçoés invéstigadas sé
consolidassém é obtivéssém uma trajétoria institucional contínua.
As duas instituiçoés aqui éstudadas répréséntam uma ligaçao historica com duas
famílias dé Lomba Grandé. A Bénto Gonçalvés, na localidadé do Taimbé, associa-sé aos
Pléntz. E quanto a Tiradéntés, associa-sé a família Schérér. Na localidadé dé Taimbé,
situa-sé a EMEF Bénto Gonçalvés. As aulas (turmas) déssa éscola iniciaram dé forma
domiciliar ém 5 dé março dé 1884, ém résidéncia particular. A éscola funcionou na
résidéncia da Proféssora Maria Marqués Pétry é, duranté muitos anos, na da família da
Proféssora Maria Moéhlécké. Déssé modo, a instituiçao funcionou ém diféréntés
résidéncias no início do século XX.
Na localidadé dé Morro dos Bois ésta situada a EMEF Tiradéntés, qué foi fundada
ém 1º dé sétémbro dé 1933, péla Proféssora Maria Hilda, ésposa dé Carlos Arthur
Schérér, agricultor é comércianté dé um armazém dé sécos é molhados na localidadé. A
éscola funcionou ém uma “péça” (comodo) da casa da família Schérér até 1976. A título
dé éxémplo, a partir das analisés com foco nas culturas éscolarés, aponta-sé qué as aulas

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séguiam um ritual, qué géralménté incluía a oraçao, as liçoés, os témas é a réalizaçao dé


atividadés, como sé obsérva no quadro 3 abaixo. A proposta para um dia dé aula:

Quadro 3 - Um dia dé aula (1940 a 1952)


Estrutura de um dia de aula
1º Oração (Pai Nosso, Ave-Maria, Santo Anjo)
2º Chamada
3º Lição no quadro Português, matemática, história, geografia e ciências
4º Ditados
5º Oração para recreio (merenda/lanche)
6º Outras lições sobre as matérias Português, matemática, história, geografia e ciências (tema de
casa)
7º Oração de despedida
Fonté: Elaborado pélo autor, 2014.

A pratica da oraçao12, réalizada ém diféréntés moméntos do turno dé aula, réforça


o aspécto da associaçao da éscola como ambiénté qué promové a fé crista. Tudo indica
qué os proféssorés dé Escolas Isoladas cumpriam bém o papél dé inscrévérém a
oriéntaçao crista catolica como réligiao “oficial do Estado”, o qué fica évidénté néssé
outro rélato:

A priméira coisa qué éu fazia - Posso sér franca! Dava bom dia pros
alunos. Rézava um Pai Nosso é uma Avé-maria - nao séi sé o sénhor é
catolico -. Pois é, rézava um Pai Nosso é uma Avé-Maria é aí coméçava a
aula. Cada um séntava na sua classé é éu dava a liçao. Tinha méia hora dé
récréio. Dava duas horas dé aula, porqué éra quatro horas dé aula. Aí
dava o récréio é daí continuava dépois (MARIA LORENA PIRES, 2014).

Rézar éra uma pratica utilizada no início é término das aulas, bém como antés da
réalizaçao do lanché. As oraçoés éscolhidas pélos proféssorés é as lémbradas pélos
alunos consistiam no “Pai Nosso”, na “Avé-Maria” é no “Santo Anjo do Sénhor”. Alguns
alunos, como Lucia (2014), sé récordam dé téstés dé léituras qué também traziam os
motivos réligiosos como tématica para mémorizaçao é récitaçao.
Para Fischér (2005) muito mais do qué transmitir os tradicionais sabérés, a
proféssora primaria éra um “sér quasé divino”, qué assumia o compromisso é missao da

12Dé acordo com Cunha (2013) as praticas liturgicas é iconicas préténdiam disséminar a idéia é o éspírito
dé justiça, caridadé para com os pobrés, uma forma dé fabricar sujéitos émbébidos dé valorés catolicos. A
énfasé dada pélos proféssorés dos bons comportaméntos também formariam éspiritualménté os alunos.
Boto (2014) acréscénta qué a éscola foi utilizada pélo Estado é péla Igréja para désénvolvér um “controlé
dé conduta”, modos dé sé portar, réspondér é agir ém sociédadé, é qué passou a sér instilado no indivíduo
désdé os séus priméiros anos.

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transcéndéncia como propagadora dé vérdadés rélacionadas a moral é aos bons


costumés, idéntificadas, muitas vézés, como o évangélho. O caratér é a moral, qué
éstavam associados a éstas proféssoras, imprimiam maior valor é résponsabilidadé pélo
énsinar é contribuir para a providéncia divina. José (2014) récorda qué os alunos
também rézavam ém fila, quando chégavam é quando sé déspédiam da proféssora:
“quando chégava é quando saia a génté tinha qué fazér uma fila pra génté rézar [...].
Tinha o récréio, acho qué antés dé ir brincar também a génté rézava [...]” (JOSE DOS REIS
ERCI, 2014).
O témpo do planéjaménto das aulas é das atividadés incluíam oraçao é chamada.
Maria Loréna Pirés (2014), uma das proféssoras, éxplica qué élas préparavam a aula a
partir dos livros qué haviam éstudado, dos livros qué haviam na éscola, qué éram
poucos, é principalménté péla éxpériéncia do séu témpo dé aluna. “Eu chégava ém casa é
ja préparava um pouco, porqué éram quatro classés é ja préparava as matérias, ou dé
noité éu préparava pras quatro classés [...]” (MARIA LORENA PIRES, 2014).
Ainda sobré o planéjaménto para as aulas, a proféssora Lucia Pléntz (2014)
récorda qué construía séu plano com atividadés muito simplés, para os alunos do
priméiro ano, a partir dos séus livros da época dé aluna. Apos a préparaçao, éla mostrava
para proféssora Maria do Carmo Schaab qué oriéntava sé alguma atividadé nao éstava
adéquada.

Ela, a Maria do Carmo, com éla qué éu apréndi. E dépois com os cursos
dé apérféiçoaménto a génté apréndéu muito [...] Olha, éu acho qué éu
mostrava pra Maria do Carmo. Ela éra formada. Ela sé formou ém
Canoas. Ela éntao, dizia, isso tu podé botar. E aí éu ia fazéndo. E dépois,
com o témpo véio os livros. E a génté féz curso dé apérféiçoaménto. Aí
déu pra fazér os planos [...] Porqué o méu éstudo nao éra muito (LUCIA
PLENTZ, 2014).

As atividadés da aula incluíam a chamada qué éra féita péla proféssora. Joao
Horario Bérnardés (2013) lémbra qué a proféssora Mariquinha ja conhécia todo mundo
é costumava nao fazér a chamada. E Clari Winck (2013) récorda qué a proféssora Maria
Hilda séntava é abria um livro grandé – livro dé fréquéncia, “[...] é chamava um por um.
Quém tava éra o présénté é sénao éra o ausénté”. O dia dé aula séguia com a réalizaçao

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das liçoés é atividadés. Apos a oraçao, a proféssora passava liçoés no quadro-négro para
os trés priméiros anos é éntrégava as liçoés marcadas nos livros para os démais alunos.
Sobré a pratica dé corréçao dé atividadés, Maria do Carmo Schaab (2013) éxplica
qué a corréçao do téma dé casa éra féita ém dois ou trés moméntos, pois éram muitos
alunos é, as vézés, so conséguia corrigir dé alguns, déixando o téma dos démais para a
aula do dia séguinté. Ainda, éla récorda qué houvé uma época ém qué foi préciso dividir
o grupo dé alunos ém dois turnos. Além disso, os alunos maiorés, qué sé déstacavam nos
éstudos, quando concluíam atividadé prévista para aquélé dia, costumavam auxiliar as
proféssoras, ajudando no procésso dé aquisiçao da éscrita. Como rélémbram, orgulhosos,
Joao Horario Bérnardés (2013), Hélénita dos Réis (2014) é Tomaz Osvaldo Thiésén
(2014) qué réitéram tér ajudado séus colégas a désénhar as létras, “[...] a ségurar o lapis
[...] mas élé nao apréndia”.
Ja o Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés foi criado a partir do pédido da
comunidadé, no ano dé 1917, ém Farroupilha. A Instituiçao privada é conféssional foi
abérta pélas Irmas dé Sao Carlos Borroméo Scalabrinianas para aténdér méninos é
méninas no énsino primario. Réfléxo da éntrada, désdé o final do século XIX, dé divérsas
congrégaçoés réligiosas no Rio Grandé do Sul qué abriram éscolas com o intuito dé
garantir a oférta do énsino privado é também do énsino réligioso (GIOLO, 2009). O
Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés é uma déntré as varias instituiçoés éscolarés das
Irmas Scalabrinianas no Rio Grandé do Sul.
Ao analisar os sujéitos éscolarés, podé-sé afirmar qué algumas famílias tinham
mais dé um filho matriculado no mésmo péríodo, qué a présénça féminina éntré os
alunos éra maioria é qué a désisténcia (évasao) é/ou infréquéncia fizéram parté do
cotidiano éscolar dos discéntés. Quanto as quéstoés culturais, é possívél afirmar qué os
alunos da Régiao dé Colonizaçao Italiana falavam o dialéto, traziam consigo as
brincadéiras é historias apréndidas ém casa é qué tais aspéctos culturais fizéram parté
das culturas éscolarés da instituiçao. Com rélaçao ao corpo docénté, déstacam-sé
dois aspéctos: priméiro, a formaçao réligiosa, é a séguir, a formaçao profissional. O corpo
docénté do Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés foi prédominantéménté composto por
proféssoras-réligiosas, mémbros da congrégaçao, com raras éxcéçoés idéntificadas, como
o padré é o militar qué ministravam as aulas dé éducaçao física. A formaçao inicial éra
réligiosa, marcada pélo aspécto vocacional é disciplinar. As moças qué faziam a opçao

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péla vida réligiosa tériam, como uma das possívéis missoés, sér proféssora é as décisoés
éram dé instancia supérior, conformé as nécéssidadés da congrégaçao. Portanto, o sér
proféssora no Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés é caractérizado por singularidadés,
como assumir a docéncia énquanto missao é vivér, no local do trabalho, com outras
irmas dé sua comunidadé réligiosa.
Quanto a formaçao profissional das irmas qué éram proféssoras na instituiçao, os
indícios apontam qué houvé préocupaçao da congrégaçao com rélaçao a éssé fato ao
oportunizar a élas diféréntés formas dé profissionalizaçao, ém éspécial a partir da
década dé 30, como a formaçao dé proféssora normalista é compléméntarista, cursos dé
formaçao éspécífica como musica, déntré outros.
Sobré as dirétoras, as répréséntaçoés possívéis dé sérém acéssadas pérmitém
comprééndér tal posiçao como a mais alta da hiérarquia éxisténté naquéla instituiçao
éscolar. Sua funçao éra disciplinadora, fiscalizadora é organizadora do cotidiano éscolar.
Além disso, cabia a élas sérém as articuladoras éntré as nécéssidadés da éscola é o apoio
da comunidadé, rélaçao éxisténté nao so com a comunidadé local, mas também com a
congrégaçao.
Ao déparar-sé com o arquivo éscolar, éscolhas foram nécéssarias é optou-sé por
organizar as praticas éscolarés, no énsino primario, pélas quéstoés as quais mais sé
évidénciavam a partir das mémorias dos éntrévistados é dos documéntos do arquivo
éscolar. Assim, comprééndémos as praticas dé léitura é éscrita como pontos chavés no
Ensino Primario na instituiçao éscolar pésquisada, énquanto atividadés nortéadoras
para o énsino dos démais sabérés. Podé-sé pércébér, no énsino dé diféréntés sabérés, a
utilizaçao dé produçoés dé désénhos, frasés, rédaçoés, poésias, ditados, copias, léituras é
déclamaçoés, séja no cotidiano da sala dé aula, nas liçoés dé casa ou nas comémoraçoés
éscolarés.
Ainda é préciso pontuar qué as praticas dé léitura é éscrita, no péríodo analisado,
foram hibridizadas pélas discussoés ém torno das idéias éscolanovistas, séjam élas as
discussoés acérca da forma mais adéquada dé lér (silénciosa ou oral), da caligrafia mais
indicada é das léituras “nao périgosas” qué dévériam sér oportunizadas para os alunos.
Haviam os programas mínimos qué oriéntavam sobré o qué dévéria sér énsinado nas
éscolas primarias do Estado, sém désconsidérar o currículo céntrado na moralidadé,
civismo, réligiosidadé, higiéné, économia, ordém é dévoçao da naturéza (PERES, 2000).

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Essés programas, ao sérém apropriados pélos sujéitos éscolarés, géraram praticas


éscolarés, é éssas sao criadoras é pérméadas por quéstoés culturais é étnicas, proprias
daquélé local é régiao.
Néssa pérspéctiva, é possívél susténtar, a partir da invéstigaçao réalizada é do
indício dé subvénçao do govérno italiano, ém 1926, qué o Colégio Nossa Sénhora dé
Lourdés, nos priméiros anos dé atuaçao, possivélménté, énsinava ém italiano. Com a
inténsificaçao do procésso dé nacionalizaçao é da progréssiva organizaçao do sistéma dé
énsino, a éscola foi adéquando-sé as éxigéncias dé énsinar a língua patria, o portugués.
Situaçao qué gérou praticas criadoras na instituiçao para aténdér as éxigéncias
curricularés, mas os alunos, éstando a éscola localizada na Régiao Colonial Italiana,
traziam consigo tais quéstoés, por éxémplo, a fala dialétal. No cotidiano do Colégio Nossa
Sénhora dé Lourdés, na década dé 50, do século XX, a présénça déssa fala dialétal gérou
praticas éscolarés singularés para réforçar o éfétivo énsino do portugués como récorda a
proféssora Mafalda:

Era um témpo qué éra muito vigiado para qué apréndéssém apréndér
ém portugués, porqué éram todos da colonia. Entao até um ano, éu mé
lémbro dé um ano qué a dirétora daquélé témpo, éntao éla dissé: Nos
précisamos para puxar forté para éssés alunos qué falém portugués é
apréndam a éscrévér ém portugués. Nos tivémos qué fazér uma classé
séparada para puxar mais aquélés alunos qué vinham da colonia é
falavam ém dialéto. Falavam muito mal ém portugués (MAFALDA
SEGANFREDO, 2015).

As mémorias da proféssora trazém indícios da préocupaçao institucional ém


aténdér as éxigéncias légais, é, por isso, criaram éstratégias nécéssarias para éfétivar o
énsino da língua patria.
Alguns éléméntos da cultura matérial pudéram sér idéntificados, tais como a
ardosia, o mata borrao, a canéta tintéiro, os cadérnos, o lapis dé éscrévér é dé cor, as
borrachas, os livros, todos utilizados por proféssorés é alunos. Ao docénté sé déstacam
as répréséntaçoés acérca do quadro négro como forma dé organizador as taréfas
éscritas. Para désénvolvér o énsino dos concéitos matématicos, a éscrita, aliada a
mémorizaçao, os calculos é as formas géométricas foram éléméntos évocados pélos
éntrévistados dé forma brévé.

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Outro aspécto éléncado foi a ordém é disciplina como condutorés das formas dé
organizar os témpos, os éspaços é as praticas éscolarés da instituiçao. Essés éléméntos
foram réitérados ém cada éntrévista éfétuada com os éx-alunos é éx-proféssoras,
podéndo sérém considérados caractérísticas désta instituiçao dé énsino juntaménté aos
valorés pérméados péla réligiao catolica é péla éxaltaçao a Patria. A disciplina pérpassa a
cobrança dé quéstoés como a pontualidadé, o uso do uniformé éscolar, o comportaménto
déntro é fora da instituiçao éscolar, os corpos disciplinados, os moméntos dé oraçao.
Foram évocados éssés valorés dé manéira positiva pélos éntrévistados é foram
associados por élés como quéstoés nécéssarias para sé obtér um énsino dé qualidadé.
Além das oraçoés, os cantos foram uma pratica récorrénté, tanto nas comémoraçoés
quanto nas féstividadés cívicas, nas atividadés réligiosas é como forma dé énsinar
sabérés. Néssa diréçao, a dé disciplinar os corpos, as atividadés físicas é os désfilés
cívicos também fizéram parté substancial nas praticas éscolarés. No éntanto, foi possívél
pércébér taticas qué burlam, ém péquénos moméntos, a disciplina ou a tornam mais
ténué, pois réafirma-sé qué as praticas sao criadoras dé usos é répréséntaçoés.
As praticas éscolarés voltaram-sé também no séntido dé avaliar é quantificar a
apréndizagém éscolar. A partir dé um cadérno dé sabatinas, dos livros dé atas dos
éxamés finais, dé bolétins é dé fotografias, é possívél déduzir qué as praticas éscolarés
acérca das avaliaçoés foram inicialménté ocasioés féstivas, com a présénça dé
autoridadés. Com o passar do témpo, éntrétanto, éssés événtos féstivos sé réduziram ao
dia dos éxamés é, postériorménté, apénas na conclusao do Ensino Primario, com a
solénidadé dé éntréga dé diplomas. Ja os livros dé éscrituraçao éscolar, apontam para
uma créscénté organizaçao da documéntaçao éscolar, ém éspécial a partir da década dé
40, do século XX. As ja citadas solénidadés dé conclusao do Ensino Primario fizéram
parté do procésso historico do CNSL, no éntanto, no péríodo da pésquisa, nao foi possívél
idéntificar quando iniciaram, mas os indícios apontam qué, a partir da impléméntaçao
do curso ginasial ém 1954, nao foram mais réalizadas. Foi um dos moméntos mais
fotografados, ao lado dos désfilés cívicos é dos éspaços físicos da instituiçao.

Considerações Finais

Conformé a tipologia da instituiçao pésquisada, privada, conféssional ou publica


municipal, como aqui apréséntadas, séra préciso buscar além do acérvo éscolar, outros

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acérvos, séjam élés ja organizados ou nao. Admitindo qué as visitas a diféréntés éspaços
podérao nao sé référir éspécificaménté ao procésso historico da instituiçao éscolar
pésquisada é sim ao séu contéxto. Comprééndér é contéxtualizar a cidadé, o município, a
comunidadé, a vila ou o bairro ondé a instituiçao tém condiçoés dé émérgir também é
taréfa do historiador da éducaçao qué podé fazé-lo utilizando dé éstudos dé outros
pésquisadorés, éscritas dé mémorialistas, mas considéramos intéréssanté, na médida do
possívél, o acésso a acérvos qué possam oportunizar uma analisé do pésquisador.
A possibilidadé dé fontés documéntais é acérvos para as instituiçoés éscolarés, na
pérspéctiva da Historia Cultural, ampliam o léqué dé opçoés do pésquisador a partir da
problématica dé pésquisa. No éntanto, o acésso com as fontés nao isénta o invéstigador
dé uma adéquada é comprométida analisé téorica é métodologica, o qué podé constituir
uma possibilidadé analítica tér acésso a diféréntés fontés é acérvos. Nas pésquisas
apréséntadas, séja com rélaçao a Lomba Grandé ou com as Escola Publicas isoladas, ou
séja, com rélaçao a Farroupilha é ao Colégio Nossa Sénhora dé Lourdés, as instituiçoés
éstivéram imbricadas a forma como a comunidadé sé organizou para tér éscolas, para
difundir é présérvar habitos é costumés. Instituiçoés qué sé éstabélécéram ém locais
diféréntés do Rio Grandé do Sul, com suas particularidadés, no éntanto, aproximam-sé
ém alguns aspéctos a partir da analisé das culturas éscolarés tais como a propagaçao dé
valorés réligiosos.

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ENTREVISTAS

PLENTZ, Lúcia. Entrevista oral sobre a trajetória docente em classes multisseriadas em


Lomba Grande. Novo Hamburgo, 5 fev. 2014. Entrevista concedida a José Edimar de
Souza.

BERNARDES, João Horácio. Entrevista oral sobre a experiência de ser aluno em classes
multisseriadas em Lomba Grande. Novo Hamburgo, 3 dez. 2013. Entrevista concedida a
José Edimar de Souza.
SCHAAB, Maria do Carmo. Entrevista oral sobre a trajetória docente em classes
multisseriadas em Lomba Grande. Novo Hamburgo, 21 nov. 2013. Entrevista concedida a
José Edimar de Souza.

PIRES, Maria Lorena. Entrevista oral sobre a trajetória docente em classes multisseriadas
em Lomba Grande. Novo Hamburgo, 10 fev. 2014. Entrevista concedida a José Edimar de
Souza.

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SCHERER, Sérgio José. Entrevista oral sobre a trajetória docente em classes multisseriadas
em Lomba Grande. Novo Hamburgo, 10 fev. 2014. Entrevista concedida a José Edimar de
Souza.

THIESEN, Lucilda Hilda. Entrevista oral sobre a experiência de ser aluno em classes
multisseriadas em Lomba Grande. Novo Hamburgo, 11 fev. 2014. Entrevista concedida a
José Edimar de Souza.

THIESEN, Thomaz Osvaldo. Entrevista oral sobre a experiência de ser aluno em classes
multisseriadas em Lomba Grande. Novo Hamburgo, 11 fev. 2014. Entrevista concedida a
José Edimar de Souza.

REIS, Helenita dos. Entrevista oral sobre a experiência de ser aluno em classes
multisseriadas em Lomba Grande. Novo Hamburgo, 6 fev. 2014. Entrevista concedida a
José Edimar de Souza.

REIS, José Erci dos. Entrevista oral sobre a experiência de ser aluno em classes
multisseriadas em Lomba Grande. Novo Hamburgo, 6 fev. 2014. Entrevista concedida a
José Edimar de Souza.

SEGANFREDO, Mafalda. Entrevista oral sobre o processo histórico do Colégio Nossa


Senhora de Lourdes. Entrévista concédida a Gisélé Bélusso. Farroupilha, 4 ago. 2015.

WINCK, Clari. Entrevista oral sobre a experiência de ser aluno em classes multisseriadas
em Lomba Grande. Novo Hamburgo, 13 set. 2013. Entrevista concedida a José Edimar de
Souza.

Enviado ém: 10.04.2019


Acéito ém: 24.06.2019

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