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1 - Introdução
3 – Apresentação do APEES
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos na história brasileira, a educação era de acesso restrito a homens, brancos e
ricos. Tivemos significativos avanços quanto a acessibilidade, principalmente nas últimas
décadas, universalizando o acesso aos meios educativos. A escola, ganha ênfase não como um
direito, mas como uma necessidade, carregando, portanto, as limitações trazidas por séculos
de exclusão e preconceito.
Para elaborar e desenvolver o projeto essa ideia, tenho como meu objetivo principal:
apresentar as possibilidades de ensino e aprendizagem que o Arquivo Público do Espírito
Santo, pode oferecer aos alunos do ensinoo fundamental e médio, com isso, buscarei atender
os seguintes objetivos específicos:
Ao propor a pesquisa nessa linha de pensamento, pretendo promover em longo prazo sobre a
importância dos arquivos públicos estaduais, sendo órgãos essenciais para guarda e difusão da
história brasileira, no nosso caso específico APEES, com a sensibilidade de indivíduos para a
formação de uma consciência cidadã, de valorização da história e cultura, porém, sendo um
processo que pode e deve começar nas escolas em salas de aulas, com apoio dos professores,
é de senso comum que muitos alunos saem do ensino médio sem saber da existência de um
arquivo local e a riqueza de informações e trabalhos que contém e são realizados pelos
mesmos.
ANÁLISE METODOLÓGICA
Foram realizadas buscas nas principais bases de teses, dissertações e artigos do Brasil. BDTD
(Base Nacional de Teses e Dissertações) e no SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
(VERIFICAR, DIFICULDADE ACHAR TRABALHOS SOBRE).
Na BDTD ao realizar a busca com os termos: Arquivo Público; fontes documentais no ensino
de história; Arquivo Público e o ensino de História; foi encontrada apenas 01 (uma)
dissertação que fosse compatível com o tema proposto.
A dissertação em questão, RIBEIRO (2019), tem como título “Potencialidades de ensino a
partir dos arquivos históricos”, da UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul), no curso de
Mestrado profissional em educação.
Ribeiro (2019), organiza seu trabalho com base nas experiências de 1 ano e 3 meses como
funcionário do Arquivo Histórico Juarez Miguell Illa Font (AHM), no município de Erechim,
na região do Alto Uruguai Gaúcho, no Rio Grande do Sul. Em um primeiro momento ele traz
um panorama geral da cidade de Erechim, organização geográfica, populacional, etc. Logo
em seguida, aborda de fato o AHM, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura,
detalhando a sua criação, o espaço que contempla o arquivo, o acervo, os funcionários e o
funcionamento.
De modo geral, o AHM é uma instituição “pequena” se comparado aos demais arquivos
espalhados pelo Brasil, o espaço é dividido com a Biblioteca Municipal e não conta com um
orçamento próprio. Até 2019, trabalhava apenas com uma servidora efetiva e três estagiários,
que ficam responsáveis por organizar o arquivo e atender a demanda, cujo é um espaço de
pesquisadores acadêmicos, disseminação cultural e ainda recebe visitas escolares.
De acordo com Ribeiro (2019), o AHM, é um espaço que oferece inúmeras possibilidades
para o ensino, na prática, pouco utilizado a essa finalidade por partes de pesquisadores,
acadêmicos e estudantes. De modo geral, o arquivo visa promover diversas ações educativas
que acabam esbarrando em problemas estruturais do próprio arquivo, falta de espaço e falta de
recursos que comprometem seu potencial como um agente educativo.
Nesse aspecto, o autor viabiliza o contato desses estudantes, a qual julga serem de camadas
populares, mas com crenças, trajetórias e experiências diversas, com esse novo horizonte de
possibilidades de conhecimentos, a fim de despertar e plantar o interesse no conhecimento
histórico e cultural, em um espaço que não estão habituados a frequentar.
Com isso, Ribeiro (2019), propõe um trabalho nas turmas de história do 9° ano, realizando
oito visitas ao AHM e os dividindo em oito grupos, a fim de realizarem uma pesquisa com um
recorte temporal de 1922 a 1940, pegando diversos eventos históricos correspondente ao
período para desenvolverem um seminário sobre o tema que fosse de interesse dos alunos,
contanto que respeitasse o recorte temporal, para que apresentassem os resultados e
experiências de suas pesquisas.
De modo geral, os assuntos que os estudantes escolheram para a pesquisa, variam entre:
Fascismo, Nazismo, Crise de 1929, Olimpíadas de 1936 e o integralismo em Erechim. No
trabalho proposto, os alunos poderiam buscar fontes em outros meios de pesquisa, contanto
que utilizassem o acervo de fontes primárias do arquivo para compor a apresentação do
trabalho.
O autor, ao longo dos encontros, percebeu algumas dificuldades por parte dos alunos, sendo
dificuldade de interpretações de textos, a linguagem arcaica do documento analisado e a
dispersão dos alunos em alguns momentos, mais uma vez frisando a importância do
direcionamento do professor, estando sempre presente para a orientação a resolução de
dúvidas.
Com isso, após a etapa de coleta de dados no AHM, os alunos se organizaram para a
elaboração e apresentação dos seminários propostos. Cada grupo teve um tempo de até 20
minutos para apresentarem, através de slides em Power Point.
Após todo o trabalho de pesquisa no AHM e a apresentação dos trabalhos realizados pelos
alunos, Ribeiro (2019), analisa os dados obtidos após suas propostas iniciais, visando cumprir
a atender seu objetivo, apresentando as possibilidades de ensino que um Arquivo Público
pode oferecer. É importante destacar, que só pelo fato de plantar a semente e instigar a
curiosidade dos alunos para conhecerem mais a sua própria história, entendendo o que é um
Arquivo Público, já é uma justificativa válida para intervir nesse processo educativo não
formal.
Por fim, o autor elabora um questionário com a turma, nesse questionário, é possível perceber
alguns pontos que devem ser refletidos. Cerca de 2/3 da turma nunca havia feito nenhuma
pesquisa no Arquivo PublicoPúblico municipal, portanto, esse primeiro contato com o
arquivo, o espaço do arquivo e as fontes documentais primarias, passam a ser uma importante
intermediação cultural e educacional para os alunos. Segundo os dados apresentados, os
alunos tiveram sentimentos satisfatórios em relação a pesquisa e o espaço do AHM e que o
projeto trabalhado no arquivo contribuiu com informações para seu processo de formação
humana.
Ribeiro (2019), conclui apontando vários elementos que confirmam o espaço dos arquivos
públicos como possibilidades para várias áreas do conhecimento, adaptando-se a realidade de
cada escola e de cada arquivo, o processo pode e deve ser um trabalho colaborativo entre o
espaço de conhecimento formal e não formal.
Nesse momento, pretendo traçar um histórico do APEES, com base no seu site oficial,
www.ape.es.gov.br, juntamente com a tese publicada por Taiguara Villela Aldabalde (2015),
na Universidade de Brasília (UNB), intitulada “Mediação cultural em instituições
arquivísticas: o caso do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo”.
Aldabalde (2015), ao traçar um histórico acerca do APEES, levanta a ideia de que a sua
criação já se deu no século XIX, mais precisamente no ano de 1860, a partir da fala do então
presidente da província, José Fernandes da Costa Junior, que mencionava a existência de um
“archivo” nesse período. Porém, tendo uma função restrita ao auxilio do poder executivo da
província.
De acordo com o seu site oficial, o Arquivo Público Estadual do Espírito Santo (APEES),
através do decreto nº 135, de 02 de dezembro de 1908, oficializado pelo então Presidente do
Estado, Jerônimo Monteiro, estabelecia a criação do “Archivo Público Espírito-Santese”
como um órgão devidamente institucionalizado para a guarda da documentação do estado.
Sendo Henrique Alves de Cerqueira Lima, o primeiro diretor do APEES. Segundo Aldabalde
(2015), a partir da institucionalização do arquivo em 1908, o próprio conceito de arquivo seria
ressignificado, passando a ser visto de forma mais sólida como um espaço cultural de
preservação da história do estado.
Durante a década de 50, o APEES passou a oferecer diversos serviços à população capixaba,
como por exemplo os documentos de processos de terras, arquivados junto ao arquivo,
levando informações sobre terras, medições, topografia, etc. aumentando sua demanda de
público, afim da população enxergar a potencialidade e a necessidade do órgão. Outro serviço
seria a publicações de livros de caráter cientifico, literário e histórico, obras como: “Parecer
na questão entre o Estado do Espírito Santo e os banqueiros J. Loste & Cia”, de Ruy Barbosa
(1946); “A Ordem de São Bento na capitania do Espírito Santo” de D. Clemente Maria da
Silva Nigra (1946), “Orquidáceas novas do Estado do Espírito Santo” de Augusto Ruschi98
(1946) e “Constituições do Estado do Espírito Santo” de Milton Caldeira (1951)”.
No fim da década de 50 e 60, o arquivo mais uma vez passa por situações deploráveis e
decadentes, principalmente em termos de manutenção da sede, fazendo com que o arquivo
passasse a ser um desmembramento subordinado ao Departamento Administração Geral, que
oque o levaria a um certo esvaziamento.
Na década de 70, a UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) teve um papel
fundamental no “ressurgimento” do APEES. Em parceria com o Departamento de História da
UFES e a professora Gilda Rocha, reorganizaram o acervo
Na década de 80, novamente, o arquivo passava por alguns problemas estruturais, passando
por uma grande reforma em toda a estrutura da prédiodo prédio, a partir desse momento, o
arquivo ainda viria contar com a sala própria para restauração de documento e processamento
de microfilme.
Em 1986 foi publicado o primeiro catálogo com cerca de 300 Plantas e Mapas, pertencentes
ao acervo do APEES e em 1987, passa a ser reconhecido como um órgão de regime especial,
pela lei nº 3.932 em 14 de maio de 1987, juntamente com o cargo de Diretor de órgãos de
Regime Especial, “tem como finalidade a coordenação e execução dos serviços relativos à
administração do patrimônio documental do Poder Executivo do Estado do Espírito Santo”
(página 4 do referido decreto).
Sua gestão foi marcada inicialmente por fortes dificuldades no campo orçamentário,
acarretando em problemas estruturais no arquivo, principalmente em questão de problemas
com equipamento, estrutura e devido condicionamento aos documentos, ao mesmo tempo em
que consegue avanços significativos quanto a informatização do arquivo.
Em sua gestão, o APEES, dadá início a uma nova linha editorial, que é a coleção Canaã,
acarretando em diversas publicações sobre a história do Espírito Santo. Atualmente, a coleção
Canaã conta com 27 publicações nos mais diversos assuntos, imigração, política, escravidão,
indígenas, etc. e disponibilizadas todas digitalmente em formato PDF no próprio site do
APPES, além de contar com alguns exemplares físicos de distribuição gratuita.
Durante o início de sua gestão, o arquivo passa por um intenso processo de informatização do
seu acervo, com a aquisição de materiais mais tecnológicos que possibilitavam a organização
e o acesso aos documentos. É nesse contexto, que em 1998 o arquivo inaugura a “Base de
dados de imigrantes” que posteriormente ficaria conhecido como “Projeto Imigrantes”. É
importante destacar que o arquivo contava (e conta até os dias atuais) com uma grande
demanda de buscas por antepassados imigrantes a partir dos documentos históricos (listas de
recenseamentos, listas de navios, lista da hospedaria de imigrantes), pensando nisso,
Agostino, juntamente com o Diretor Administrativo, Cilmar Franceschetto e sua equipe,
organizam essa base de dados de imigrantes para facilitar a busca por antepassados.
O Sucesso e o interesse sobre os imigrantes foi tanto, que no ano de 2000 é inaugurado o
projeto “Arquivo Itinerante”, no qual uma equipe do APEES, se desloca para o interior do
estado com uma van de escritório móvel, para atender as pesquisas do público do interior e
emitir gratuitamente o “Registro de entrada de imigrantes”, a primeira cidade contemplada
com essa visita do Arquivo Itinerante, foi Venda Nova do Imigrante e desde então, o arquivo
seria convidado para estar presentes em festas e eventos do interior do estado.
Em 2004, o APEES passou a ser vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (SECULT),
através do Decreto nº 1.320-R de 03 de maio de 2004.
Em 2005, o arquivo inicia o processo para mudança da sede, que até então era localizada na
Rua Pedro Palácios, e passaria a funcionar na Rua sete de setembro, no antigo edifício da
fornecedora de energia e antiga estação de bonde.
Em 2008, após as obras e reformas no novo edifício do APEES, localizado na rua sete de
setembro, o arquivo passa a finalmente funcionar em um novo local. O novo edifício traz
diversos benefícios em questão de espaço, alocação dos documentos e atendimento ao
público, sendo dividido da seguinte maneira: no térreo, no momento em que adentra a porta
principal, você está na sala de consulta, local onde os pesquisadores tem suas demandas de
pesquisas atendidas pelos funcionários, a sala de consulta é um ambiente bastante amplo,
agradável e climatizado, com mesas e máquinas leitoras de microfilmes para a pesquisa em
microfilmes, além do espaço ser utilizado para diversas exposições. Ainda no térreo, temos a
biblioteca de apoio, Maria Stella de Novais, com diversos livros, periódicos, mensagens de
governo, etc. relacionados ao Espírito Santo, que contribuem nas pesquisas sempre que
necessário e a mapoteca, com diversos mapas e plantas sobre o Espírito Santo; no primeiro
andar conta com o setor administrativo, uma parte do setor é destinada as necessidades gerais
e funcionamento do órgão, outra parte são os responsáveis pelo acervo, organização e
catalogação, ainda no primeiro andar, temos uma sala de acervo geral, um ambiente
climatizado com estantes móveis para conservação e alocação dos documentos, cujos são
separados em caixas próprias para esse tipo de condicionamento. Em uma outra sala de acervo
do primeiro andar, conta com o acervo de microfilme, também em um ambiente devidamente
climatizado para condicionamento do mesmo; no segundo andar, temos o setor de restauração
dos documentos, os documentos que precisam ser restaurados são encaminhados a esse setor,
a fim de que possam receber o devido tratamento para sua recuperação; no terceiro andar,
conta com o acervo permanente do arquivo, um refeitório para os funcionários e um terraço.
Um outro importante avanço do APEES, ainda em 2008, foi lançado o site do Projeto
Imigrantes. Toda a base de dados de imigrantes, com o nome e informações dos imigrantes,
foi disponilizada online para a pesquisa genealógicas e informações sobre processos de
cidadania europeia. Essa novidade da início a um forte processo de “digitalização do
arquivo”, aumentando o alcance e difusão do conteúdo oferecido pelo APEES.
Em 2011, foi inaugurada oficialmente a nova sede do Arquivo Público na rua sete de
setembro.
Em 2013, o APEES fez parte do desenvolvimento do projeto “memórias reveladas”, que foi a
digitalização do acervo do DOPS e outros documentos relacionados à ditadura,
disponibilizados em uma base de dados na internet.
Em 2015, após a gestão de Agostino, o então diretor administrativo assume a diretoria geral
do APEES, Cilmar Cesconetto Franceschetto, com formação em jornalismo, cujo foi
responsável por diversos avanços no arquivo durante a antiga gestão, sendo uma das figuras
mais importantes da comunidade Ítalo-brasileiro, um dos idealizadores do projeto imigrante
do Espírito Santo, o Arquivo Itinerante e o evento anual do Caminho do Imigrante.
Em 2017, foi lançado o primeiro exemplar “Revista do Arquivo Público do Estado do Espírito
Santo”, que viria a ser lançada semestralmente, com artigos científicos da comunidade
acadêmica sobre a história e a cultura capixaba.
Nesse período, o arquivo foi responsável por inúmeras mediações culturais com a sociedade,
seja exposições artísticas, lançamento de livros, etc.
Em 2019, foi feito um acordo entre o APEES e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias (Mórmons), visando a digitalização dos documentos do acervo do APEES,
sendo uma digitalização em massa do acervo, contemplando mais de 2,5 milhões de
documentos e sua disponibilização na plataforma do Family Search, gerida pelos mórmons.
Durante a pandemia do COVID 19, o APEES mantém esse olhar visando a digitalização dos
documentos e a disponibilização de forma online. Desse modo, em 2022 foi lançado o
aprimoramento da plataforma digital ATOM, do próprio arquivo, para a disponibilização do
acervo online, esse processo ainda está em andamento, porém, a ideia é digitalizar e indexar
os principais fundos documentais mais consultados do arquivo, sendo eles, o fundo
Governadoria, fundo Agricultura, Fundo polícia entre outros.
As fontes documentais e seu uso no ensino e aprendizagem é uma questão complexa que pode
ser abordada a partir de diferentes perspectivas teóricas. Neste capítulo, vou trazer as
principais perspectivas e dialogar sobre a temática considerando os pensamentos de Rüsen,
Vigotsky, Schmidt e Cainelli.
Vigotsky (1993), por sua vez, enfatiza que o processo de aprendizagem não se limita a uma
transmissão de informações, mas envolve a construção de significados e a interação social.
Segundo ele, a aprendizagem é mediada pela linguagem e a compreensão dos documentos
depende do contexto cultural e histórico em que foram produzidos. Assim, o ensino de
documentos deve levar em consideração as diferenças culturais e as experiências prévias dos
alunos, para que a aprendizagem seja significativa e contextualizada.
Dessa forma, é possível perceber que a abordagem proposta por Rüsen e Vigotsky para o uso
de documentos no ensino de história tem como objetivo a formação de uma consciência
crítica e reflexiva, que contemple a diversidade cultural e as diferentes visões de mundo.
Como ressalta Rüsen (2010), "A história deve ser ensinada como uma ciência crítica, que
considera o passado como um objeto construído culturalmente e, portanto, sujeito a mudanças
e compreendido" (p. 26).
Cainelli (2012) apresenta uma abordagem que enfatiza a importância da relação entre os
documentos e os contextos sociais e políticos em que foram produzidos. Para ele, a análise
dos documentos deve levar em conta não apenas o seu conteúdo, mas também o contexto
histórico em que foram produzidos, a fim de que os alunos possam compreender as condições
sociais e políticas que influenciaram a sua produção. "a análise dos documentos deve levar em
conta as condições sociais e políticas que influenciaram a sua produção, a fim de que os
alunos possam compreender a complexidade da realidade histórica e a diversidade cultural
que caracteriza a sociedade" (p. 38).
Nesse sentido, é possível afirmar que a abordagem proposta por Cainelli complementa as
teorias de Rüsen e Vigotsky, uma vez que destaca a importância do contexto histórico na
compreensão dos documentos. Segundo Cainelli (2012), "A história é um processo social e
político, e o ensino de história deve levar em conta essa dimensão para que os alunos possam
compreender a realidade histórica em sua complexidade" (p. 37).
Assim, é fundamental que o uso de documentos no ensino de história seja realizado de forma
crítica e reflexiva, levando em conta as diferentes abordagens teóricas e metodológicas
propostas por Rüsen, Vigotsky e Cainelli. Isso implica que os documentos devem ser
selecionados de forma a contemplar a diversidade cultural e a complexidade da realidade
histórica, levando em conta o contexto social e político em que foram produzidos.
Schmidt (2001) propõe uma abordagem didática que envolve a resolução de problemas a
partir da análise de documentos. Segundo ele, os documentos são fontes de informação que
permitem ao aluno desenvolver habilidades de leitura crítica, interpretação e argumentação. A
partir da análise de documentos, o aluno é desafiado a formular hipóteses, identificar lacunas
de informação e buscar novas fontes para complementar sua análise. Dessa forma, a
aprendizagem é construída de forma ativa e reflexiva, e o aluno se torna protagonista do
processo de ensino.
Schmidt (2009) afirma que o ensino de história deve se basear em uma abordagem
interdisciplinar, que permita o diálogo entre diferentes fontes e linguagens. Para ele, os
documentos não devem ser vistos como fontes primárias, mas sim como elementos que
podem ser relacionados a outras fontes, como imagens, filmes e obras literárias. Segundo
Schmidt (2009), "a interdisciplinaridade é fundamental para que os alunos possam
compreender a complexidade da realidade histórica e superar a visão fragmentada e
reducionista que muitas vezes prevaleceu no ensino de história" (p. 40).
Por outro lado, Cainelli (2012) enfatiza a importância do contexto histórico na compreensão
dos documentos. Para ele, os documentos devem ser analisados levando em conta não apenas
o seu conteúdo, mas também o contexto social e político em que foram produzidos. Segundo
Cainelli (2012), "a análise dos documentos deve levar em conta as condições sociais e
políticas que influenciaram a sua produção, a fim de que os alunos possam compreender a
complexidade da realidade histórica e a diversidade cultural que caracteriza a sociedade" (p.
38).
Embora as abordagens de Schmidt e Cainelli sejam distintas, é possível perceber que elas se
complementam. Enquanto Schmidt destaca a importância da interdisciplinaridade e do
diálogo entre fontes e linguagens diferentes, Cainelli enfatiza a necessidade de levar em conta
o contexto histórico na análise dos documentos. Dessa forma, é possível afirmar que a
abordagem interdisciplinar proposta por Schmidt pode contribuir para ampliar a compreensão
dos documentos no contexto histórico proposto por Cainelli.
No entanto, é importante destacar que a abordagem interdisciplinar proposta por Schmidt
pode apresentar alguns desafios no contexto do ensino de história. Como destaca Cainelli
(2012), "a interdisciplinaridade pode levar à diluição do objeto de estudo, tornando difícil a
compreensão das especificidades da história como ciência" (p. 43). Nesse sentido, é
fundamental que o diálogo entre diferentes fontes e linguagens seja realizado de forma crítica
e reflexiva, levando em conta as especificidades da história como ciência e a mediação do
professor de história nesse processo de ensino e aprendizagem..
Pelo caminho percorrido até aqui pensei nesta estrutura para a monografia.
INTRODUÇÃO
1.1. O APEES
1.2. O APEES virtual
1.3. O APEES NA SALA DE AULA
Escrever a oficina
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, SP: Atlas, 2002.
Referencial teórico: Ao falar do arquivo, estamos falando dos usos dos do cumentos no
ensino de história. Precisamos desenvolver um capítulo teórico falando do uso dos
documentos e seu ensino e aprendizagem; Rüsen, VIgotsky, Schmidt e Cainelli, Bittencourt,
Bloch vão nos apoiar
Considerações Parciais