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CENTRO UNIVERSITÁRIO SAGRADO CORAÇÃO

DÉBORA ELLEN BUENO ANTUNES, EMERSON SOUZA,


GABRIELA FERREIRA LIMA, SARA DO ESPÍRITO SANTO,
VINÍCIUS GONÇALVES FRENEDA

A FUNÇÃO SOCIAL DO ENSINO E SUAS IMPLICAÇÕES


PEDAGÓGICAS

BAURU
2022
DÉBORA ELLEN BUENO ANTUNES, EMERSON SOUZA,
GABRIELA FERREIRA LIMA, SARA DO ESPÍRITO SANTO,
VINÍCIUS GONÇALVES FRENEDA

A FUNÇÃO SOCIAL DO ENSINO E SUAS


IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS

Trabalho apresentado na disciplina Didática:


Planejamento e Avaliação como Avaliação
Regimental 2 para conclusão da disciplina e
fechamento de notas no semestre.

BAURU
2022
RESUMO

O presente trabalho intenta analisar três diferentes períodos dentro da História do Brasil e a
educação em cada um, fazendo uma relação com a função do social do ensino e suas
implicações pedagógicas dentro de cada período. Portanto, artigos da área da educação e de
História do Brasil se constituem como fontes da pesquisa, enquanto a metodologia se baseia
na revisão bibliográfica, visando os conceitos pedagógicos.

Palavras-chave: Educação. Implicações pedagógicas. Ensino. Função Social.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................5
2 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................6
3 DISCUSSÃO ...............................................................................................................7
3.1 PERÍODO JESUÍTICO .................................................................................................7
3.2 PRIMEIRA REPÚBLICA .............................................................................................7
3.3 O NOVO ENSINO MÉDIO ..........................................................................................8
3.4 ANÁLISE DOS TRÊS PERÍODOS ..............................................................................8
4 CONCLUSÃO.............................................................................................................10
REFERÊNCIAS .........................................................................................................11
1 INTRODUÇÃO

Muito se discute a importância do ensino e sua didática- pedagógica no tempo


presente, focando sobretudo na visão social, o qual através da educação busca formar crianças
e jovens para serem cidadãos conscientes na sociedade. Perceptivelmente é notável que ao
longo da história a educação vem tendo muitas transformações, desde influências externas,
como também conflitos internos, portanto é conhecido que a educação está em constante
mudança, principalmente com a transição da sociedade no qual ela está interligada.
Quando analisamos o que é educação, imediatamente associamos a escola e o processo
de ensino aprendizagem que se dá através do professor, no qual o aluno recebe o
conhecimento através do mediador, porém educação não é só o ato de aprender, mas também
um processo de formação humana, o modo de como eu passo a ver o mundo ao meu redor,
como analiso através do meu conhecimento a realidade em minha volta, Saviani, vai dizer
que: “[...] o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada
indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos
homens” (SAVIANI, 2003, p.13).
Desse modo podemos pensar, a educação que conhecemos hoje, sempre foi desta
forma, ou aconteceu transformações? A sua metodologia sempre foi conduzida a formar
cidadãos? O ato de estudar, ter o conhecimento e formar opiniões próprias, sempre foi a
intensão do ensino e direito para todos os indivíduos igualmente? Podemos afirmar que o
ensino sempre teve os mesmos objetivos, métodos e ideias ao longo dos séculos?
São demasiadamente muitos questionamentos que podemos fazer, partirmos do
pressuposto que houve muitas transformações aos longos do tempo, sendo assim, o presente
trabalho busca através de três períodos históricos do Brasil, o Jesuítico, a República Velha e o
Estado Novo, trazer uma análise e uma discussão sobre as transformações na educação, na
metodologia, no ensino- aprendizagem das escolas e os impactos que trouxeram, seja ele
positivo ou negativo.
Portanto recorremos a esses períodos históricos, procurando elencar a função social do
ensino e quais foram as implicações que tiveram na metodologia e na didática- pedagógica,
revelando que a realidade social do momento influencia muito no processo de educação.
Através deste, também buscamos analisar o ensino dos dias atuais, se essa metodologia é
positiva ou não para a educação e para os estudantes.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Com base na abordagem, a presente pesquisa caracteriza-se como qualitativa, que
segundo Marconi e Lakatos (1996), se trata de uma pesquisa que tem como premissa, analisar
e interpretar aspectos mais profundos e, ainda fornecendo análises mais detalhadas sobre as
investigações acadêmicas. O presente projeto busca analisar a função social do ensino e suas
implicações didático-pedagógicas, abordando a visão de homem, de sociedade e de educação.
Em relação aos procedimentos técnicos utilizados, a pesquisa é bibliográfica, sendo,
portanto:
[...] desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente
de livros e artigos científicos. [...] A principal vantagem da pesquisa
bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma
gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar
diretamente (GIL, 1999, p.65)

Para a análise em questão, terá embasamento em Aranha (2006), Vilela (2009),


Saviani (2005), Werri (2010), entre outros.
Os materiais utilizados para realizar o projeto são artigos de historiadores e
pedagogos, visto que se objetiva ter um embasamento da função social da educação e os
métodos didáticos pedagógicos utilizados em diferentes períodos da história do Brasil.
Visando analisar a função social do ensino, o projeto contará com reflexões sobre
períodos diferentes da História do Brasil em relação à educação. Serão analisados os períodos
Jesuítico (1549-1759), Primeira República (1889-1929) e o período atual, no qual vigora o
Novo Ensino Médio, compreendendo os métodos didático-pedagógicos, os conteúdos
abarcados, quem tinha acesso à educação e a função social da escola no período tratado. Após
a análise, será discutido a função social da escola comparando os períodos trabalhados.
3 DISCUSSÃO
Para iniciar a discussão, serão apresentados três diferentes períodos da História do
Brasil e a educação vigente em cada um desses, a fim de, posteriormente, analisar sua função
social.

3.1 PERÍODO JESUÍTICO (1549-1759)


O contexto histórico do período jesuítico se dá na Renascença europeia, a qual é
marcada pelo humanismo, reforma protestante e contrarreforma. Nesse período, com o intuito
de combater a expansão do protestantismo e as novas ideias que estavam crescendo no
Renascimento, a igreja católica criou escolas jesuíticas que estudavam antigos autores greco-
romanos, porém sob uma ótica religiosa. Como coloca Aranha (2006), “Estudavam Platão e
Aristóteles sob o viés cristianizado de Santo Agostinho e São Tomás.” (p. 214)
O Brasil, por sua vez, está vinculado com o contexto europeu devido a colonização.
Colônia de economia agrícola, a educação não era meta prioritária ao passo que não era
necessário formação especial para desempenhar funções na agricultura. Porém, as metrópoles
enviaram religiosos para trabalho missionário e pedagógico objetivando impedir o desvio da
fé católica e garantir unidade política. Logo, a educação neste período desempenhava papel de
agente colonizador. A pedagogia dos jesuítas era baseada na repetição, memorização e provas
periódicas.
Os indígenas tinham de lidar com a metrópole desejando integrá-los ao processo
colonizador, com os jesuítas que desejavam convertê-los ao cristianismo e com os colonos
que queriam transformá-los em escravos. Os europeus viam os nativos como animais
retrógrados que precisavam de civilização e disciplina, olhando para si mesmos como
benfeitores. Faziam diversas missões para convertê-los a sua cultura e seus valores. Os
jesuítas foram expulsos de Portugal e suas colônias em 1759 por Marquês de Pombal,
primeiro-ministro da época, com o objetivo de diminuir a influência religiosa em seu governo.

3.2 PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1929)


O contexto brasileiro nos anos anteriores e seguintes a Proclamação da República em
1889 é marcado por fortes mudanças políticas e educacionais. Neste contexto, fortalece-se
três correntes que terão significativas influências na educação do país. A Pedagogia
Tradicional, apoiada pelas grandes elites da época, trazia consigo fortes influências do modelo
de educação jesuítico, onde o foco era a transmissão de conhecimento. Nessas circunstâncias,
o professor faz-se detentor de todo conhecimento que é passado para os alunos, distanciando
das reflexões do conhecimento considerando o cotidiano do aluno.
Outra corrente era a Pedagogia Nova, advinda da Europa e dos Estados Unidos,
colocava o aluno como o centro da aprendizagem, sendo o professor facilitador do
aprendizado. O conhecimento era adquirido pelas experiências do aluno.
E por fim, a Pedagogia Libertária, amparada pela massa proletarizada, desenvolve-se
com o objetivo de integrar as classes operárias urbanas do início do século XX. Também com
fortes influências europeias, busca aproximar o aluno da realidade em que ele está inserido,
construindo o conhecimento a partir dos problemas sociais que ele enfrenta.

3.3 O NOVO ENSINO MÉDIO


O Novo Ensino Médio é um modelo de aprendizagem que tem como objetivo dividir o
aprendizado em áreas do conhecimento. Começou a ser implantado no atual ano de 2022,
contemplando dessa maneira apenas o primeiro ano do ensino médio. Segundo a proposta, ele
será estabelecido de forma progressiva, ou seja, até o ano de 2024 os três anos do período
médio serão abrangidos pela nova metodologia. O projeto, que segue sido questionado por
várias esferas sociais, propõe a agregação do ensino técnico com as disciplinas obrigatórias
presentes na Base Nacional Comum Curricular. Desse modo, seriam fracionados, períodos
para aprendizagem do ensino técnico, a escolha do aluno, e outros períodos para o exercício
das disciplinas obrigatórias. Além disso, outra mudança importante é o aumento da carga
horária escolar, passando de 2400 horas para 3000 horas ao final dos três anos. A nova
metodologia alcançará o Ensino Médio como um todo, abrangendo escolar públicas e
particulares.
O modelo vem dividindo a população e especialistas da área, a grande parte das
questões levantam discussões a respeito da evasão desses alunos do ambiente escolar, visto
que muitos desses, majoritariamente das escolas públicas, trabalham em um dos períodos do
dia. Outra problemática que tem sido discutido é os assuntos tratados pelo ensino técnico,
comparando os colégios públicos e particulares, o qual se mostra distintos e serão
determinantes para a prolongação da desigualdade social em nosso país.

3.4 ANÁLISE DOS TRÊS PERÍODOS


A partir da exposição desses três períodos e como se relacionaram com a educação
vemos diferentes tipos de funções sociais, isso porque o ensino e suas implicações
pedagógicas são essencialmente pautados na realidade em que existem, principalmente se
levados em conta para quem e por que a educação se faz presente naquele momento.
A forma como se realiza o processo de formação humana na sociedade
moderna, portanto, a educação no interior da instituição social chamada
escola, diz respeito aos valores, ideologias e intenções dos diferentes grupos
sociais que disputam seu lugar na hierarquia social. Assim, os estudos da
sociologia da educação apontam para a ideia de que a educação escolarizada
nestas sociedades tem, em geral, algumas funções. Pode ter o objetivo
“redentor” de salvar a sociedade da situação em que se encontra, como pode
ter como objetivo “reproduzir” a sociedade na sua forma de organização, ou
ainda, mediar a busca de entendimento da vida e da sociedade, contribuindo
assim para “transformá-la” (LUCKESI, 1990). Muitos estudos sobre a função
da escola têm refletido sobre o antagonismo destas três funções: redentora,
reprodutora e transformadora. (REIS, p.4)

Existem diferentes tendências e práticas pedagógicas e todas elas estão interligadas


aos seus objetivos, métodos e ideais, assim como vimos a pedagogia tradicional dos jesuítas
voltada a uma escola preparatória de alunos de forma intelectual e moral para executar um
papel na sociedade através de uma metodologia de memorização repetitiva e mecânica
também vemos uma pedagogia crítico-social dos conteúdos que aborda a preparação de
alunos para a transformação a realidade adulta, com conteúdo associados a realidade humana
e social, isso porque ambas tem diferentes contextos de aplicação e sua função social parte
nos alunos que pretendem formar e para que pretendem formar.
A pedagogia histórico-crítica compreende que a escola é determinada
socialmente e que a sociedade, fundada no modo de produção capitalista, é
dividida em classes com interesses opostos, portanto, a escola sofre a
determinação do conflito de interesses que caracteriza a sociedade. A classe
dominante não tem interesse na transformação histórica da escola, pois quer
preservar seu domínio. (SANTOS, 2018, p.46)

A pedagogia tecnicista tem a escola como um lugar de modelar comportamentos com


técnicas e seu conteúdo não chega nem perto de discussões, questionamentos e debates, que
cidadão e para que sociedade essa escola forma seres humanos, ou até mesmo, máquinas? A
educação assume diferentes papéis e a forma na qual esses papéis são escritos são definidos
pelas razões pela qual existem, de superar ou manter. Se para nossa sociedade questionadora e
crítica razoavelmente livre ao pensamento a análise feita dessa pedagogia poderia ser vista
como de formação de máquinas absortas da capacidade de pensar, para seu contexto para
muitos seria uma forma de redenção ter uma formação técnica.
Compreende-se, então, que para a pedagogia tecnicista a marginalidade não
será identificada com a ignorância nem será detectada a partir do sentimento
de rejeição. Marginalizado será o incompetente (no sentido técnico da
palavra), isto é, o ineficiente e improdutivo. A educação contribuirá para
superar o problema da marginalidade na medida em que formar indivíduos
eficientes, portanto, capazes de darem sua parcela de contribuição para o
aumento da produtividade da sociedade. Assim, estará ela cumprindo sua
função de equalização social. Nesse contexto teórico, a equalização social é
identificada com o equilíbrio do sistema (no sentido do enfoque sistêmico). A
marginalidade, isto é, a ineficiência e improdutividade, se constitui numa
ameaça à estabilidade do sistema (SAVIANI, p.25)
Diferente de uma educação transformadora que em suas implicações pedagógicas,
busca em seus conteúdos e formas de transmissão criar oportunidades para a transformação de
uma sociedade igualitária.
Uma pedagogia revolucionária centra-se, pois, na igualdade ·essencial entre
os homens. Entende, porém, a igualdade em termos reais e não apenas
formais. Busca, pois, converter-se, articulando-se com as forças emergentes
da sociedade, em instrumento a serviço da instauração de uma sociedade
igualitária. Para isso a pedagogia revolucionária, longe de secundarizar os
conhecimentos descuidando de sua transmissão, considera a difusão de
conteúdos, vivos e atualizados, uma das tarefas primordiais do processo
educativo em geral e da escola em particular. (SAVIANI, p.75)

Já para Paulo Freire a educação seria então uma função não só de aprendizado, mas
também de conscientização, das transformações internas do homem, de libertação do homem
pela consciência crítica e suas implicações pedagógicas estão diretamente relacionadas à
prática de como será feito isso.
O método, por sua vez, teve sua função social no contexto em que foi
utilizado. Por meio da sua forma e do seu conteúdo no processo de
conscientização, propiciava as aprendizagens exigidas pelo projeto nacional-
desenvolvimentista. Segundo Freire (1982, p. 113), seu método “[...]
identifica o conteúdo da aprendizagem com o processo de aprendizagem”.
Portanto, a ênfase se deslocava dos conteúdos cognitivos para os métodos ou
processos de aprendizagem, os quais eram responsáveis pela formação de
hábitos e atitudes de discussão e debate para a formação da personalidade
democrática (WERRI e MACHADO, 2008, p.15)

5 CONCLUSÃO

No presente trabalho foi abordada a questão da função social do ensino e suas


implicações pedagógicas a partir da análise de três diferentes períodos da educação ao longo
da História do Brasil. Pode-se concluir que em diferentes períodos diferentes funções sociais e
a forma que a pedagogia implica nessas funções é justamente o cidadão que ela forma, dentro
de uma escola enquanto instituição ou até mesmo de forma informal.
Tal trabalho torna-se de grande importância para seus realizadores, no que diz respeito
a suas formações como professores, uma vez que nos permitiu compreender o papel da
educação de manter ou transformar a realidade social, política e econômica de uma sociedade
à medida que forma, ou não, seres humanos e cidadãos com oportunidades de sonhar e
realizar.
REFERÊNCIAS

ARANHA, M. História da Educação e da Pedagogia. Moderna, 2006.

DE OLIVEIRA SANTOS, R. E. Pedagogia histórico-crítica: que pedagogia é essa?


Horizontes, v. 36, n. 2, p. 45-56, 12 ago. 2018.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

LAKATOS, E. V.; MARCONI, M. A. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de


pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de
dados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

NOVO Ensino Médio 2022: entenda tudo que muda. [S. l.], 2022. Disponível em:
https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/novo-ensino-medio/. Acesso em: 20
maio 2022.

SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 8ª ed. Campinas, SP:


Autores Associados, 2003.

__________. Escola e democracia. 40. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2008

TOZONI-REIS, M. F. C. A contribuição da Sociologia da Educação para a compreensão da


educação escolar. Acervo Digital UNESP, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita
Filho", 25 maio 2010. Disponível em:
https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/169/3/01d09t03.pdf. Acesso em: 18 maio
2022.

VILELA, T. Linha do Tempo da História da Educação no Brasil. OCOMPRIMIDO, 2009.

WERRI, A. P. S.; MACHADO, M. C. G. A Função Social da Educação para Paulo Freire


(1958-1965). Seminário de Pesquisa: Programa de Pós-Graduação em Educação,
Universidade Estadual de Maringá, 26 jul. 2008. Disponível em:
http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2008/pdf/c058.pdf. Acesso em: 16 maio
2022.

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