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SEBRAE

RESPONDE

1ª TEMPORADA

MEI

Maio de 2020
FICHA TÉCNICA
© 2020. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais – SEBRAE/MG

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


É permitida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, desde que divulgada
a fonte.

INFORMAÇÕES E CONTATOS
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais – SEBRAE/MG
Unidade de Gestão de Produtos e Comercialização
Av. Barão Homem de Melo, 329, Nova Granada – CEP 30431-285 – Belo Horizonte – MG
Telefone: 0800 570 0800 – Site: www.sebrae.com.br/minasgerais

SEBRAE/MG
Presidente do Conselho Deliberativo I ROBERTO SIMÕES
Superintendente I AFONSO MARIA ROCHA
Diretor de Operações I MARDEN MÁRCIO MAGALHÃES
Diretor Técnico I JOÃO CRUZ REIS FILHO

UNIDADE DE MARKETING E COMUNICAÇÃO


Gerente I LEONARDO IGLESIAS
Equipe Técnica I HELENA DOLABELLA | ALINE DE FREITAS | KARLA LAMOUNIER

UNIDADE DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE


Gerente | MÔNICA XAVIER SEGANTINI DE CASTRO
Equipe Técnica | GABRIELA GODOY | LAURANA VIANA | VIVIANE COSTA

Autoria | LAURANA VIANA | VIVIANE COSTA | ALINE DE FREITAS | KARLA LAMOUNIER

Edição e revisão | ALINE DE FREITAS

Projeto gráfico e diagramação | BRUNO OLIVEIRA

S443 Sebrae Responde: 1ª temporada - MEI. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2020.

40p.: il.

1. Microempreendedor Individual 2. Gestão de negócios I. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas de Minas Gerais. II. Título

CDU:658.012.2:005.342

CRB6:3271 – Yuri Gaspar Reis Martins

0800 570 0800


www.sebrae.com.br/minasgerais
Ter o próprio negócio é
o sonho de milhares de brasileiros.

A criação da figura jurídica do Microempreendedor Individual, MEI, em 2009, tornou


esse sonho mais próximo de ser concretizado por trabalhadores que já exerciam al-
guma atividade informalmente ou viram ali a oportunidade de colocar em prática um
projeto de vida.

Hoje, já são 10 milhões de brasileiros formalizados como MEI em todo o Brasil, em mais
de 460 ocupações permitidas à categoria. Além do CNPJ e da possibilidade de emitir nota
fiscal, quem se torna MEI passa também a ter direito à cobertura da Previdência Social.

Mas quais as condições exigidas para se tornar um MEI? Quanto custa se formalizar?
Como saber se sua ideia vai dar certo? Neste e-book vamos abordar essas e outras
dúvidas de quem deseja se formalizar como MEI.

Responderemos também a questionamentos de quem já é MEI e precisa saber, por


exemplo: Como profissionalizar o seu negócio? Como organizar as finanças? É hora de
pedir empréstimo? Como vender mais?

Vamos tratar das mudanças profundas no mercado e no comportamento do consu-


midor em função da atual situação econômica e de saúde pública do país. Quer saber
mais? Então vamos lá!

O primeiro passo é entender o que é a categoria MEI e quais as condições para quem
quer se formalizar.
Sebrae Responde

O QUE É MEI?
Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se
formaliza como um pequeno negócio. Para ser MEI, é necessário faturar no máximo até
R$ 81.000,00 por ano, ou proporcional no ano de abertura. Também precisa exercer, de
forma independente, uma das ocupações descritas na Resolução 140/2018 do Comitê
Gestor do Simples Nacional. Outras condições para se formalizar nesta categoria são:

f Não participar de outra empresa como sócio ou titular;

f Trabalhar sozinho ou ter no máximo um empregado que receba o piso da categoria


ou um salário mínimo;

f Não ter sócio e possuir um único estabelecimento.

COMO SE INSCREVER COMO MEI


Para se formalizar, o primeiro passo é consultar a prefeitura de sua cidade para verificar
se a ocupação que pretende exercer é permitida no local que pretende abrir a empresa.

Se a prefeitura falar que tá tudo certo, aí sim você faz o seu cadastro na plataforma
gov.br e, em seguida, inicia a sua inscrição como MEI no Portal do Empreendedor O pro-
cesso é realizado gratuitamente pela internet. E se precisar de ajuda, conte com o Sebrae.

Vale lembrar que MEI é uma empresa como outra qualquer, e deve cumprir a legislação
vigente para a sua ocupação.
Por isso, fique atento a todas
as normas e exigências antes
de colocar a sua empresa
para funcionar.

< Portal do Empreendedor

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1ª Temporada: MEI

VANTAGENS DE SE
FORMALIZAR COMO MEI
Direito a auxílio-maternidade

Direito a afastamento remunerado por problemas de saúde

Aposentadoria por idade ou invalidez

Enquadramento no Simples Nacional e insenção dos tributos federais


(Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL)

Com CNPJ, há mais facilidade para abrir uma conta bancária e conseguir
empréstimos em instituições financeiras com taxas mais atrativas

Além disso, passa a emitir nota fiscal, o que possibilita o atendimento a


outras empresas

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Sebrae Responde

QUANTO CUSTA SER MEI?


Nesta categoria você terá como despesas apenas o pagamento mensal do Simples
Nacional. Os valores, em 2020, são:

f Comércio ou Indústria: R$ 53,25 (R$ 52,25 de INSS + R$1,00 de ICMS)

f Prestação de serviços: R$ 57,25 (R$ 52,25 de INSS + R$ 5,00 de ISS)

f Comércio ou Indústria + serviços: R$ 58,25 (R$ 52,25 de INSS + R$ 1,00 de ICMS


+ R$ 5,00 de ISS)

O valor anual do INSS é calculado no percentual de 5% sobre o salário mínimo vigente.

O pagamento pode ser feito por meio de débito automático, online ou com a emissão
do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).

QUAIS SÃO AS OBRIGAÇÕES


COMO MEI?
Ao se tornar MEI, você precisará:

f Emitir nota fiscal: é obrigatório emitir este documento nas vendas de produtos
e nas prestações de serviços realizadas para empresas, quando o consumidor
solicitar ou quando for necessário entregar a mercadoria fora da sua cidade.

f Pagar o boleto mensal: deve ser realizado por meio do Documento de Arre-
cadação do Simples Nacional (DAS), emitido gratuitamente pelo Portal do
Empreendedor. O boleto vence todo dia 20 de cada mês.

f Preencher o Relatório Mensal das Receitas Brutas: neste documento devem


ser anotadas as vendas que sua empresa fez no mês anterior.

f Enviar a Declaração Anual de Faturamento (DASN-SIMEI): serve para informar


o faturamento total da empresa (com e sem emissão de NF), tendo como base o
ano anterior.

Separamos uma série de orientações importantes sobre os principais aspectos que im-
pactam a gestão do seu negócio.

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1ª Temporada: MEI

PRIMEIROS PASSOS PARA ABRIR


UM NEGÓCIO
No momento de abrir um negócio é comum surgirem diversas dúvidas: qual o primeiro
passo? Por onde começar? Como me preparar para ingressar no mercado? Esses são
questionamentos comuns e recorrentes, afinal, abrir um negócio é o sonho de muitas
pessoas, mas, antes de tudo, é preciso se planejar.

Se você tem o desejo de ter seu negócio, e, especialmente, se formalizar como MEI,
confira algumas dicas essenciais:

1. Avalie o que te motiva a abrir o negócio


Parece óbvio, mas, antes de tudo, você precisa avaliar o que te motiva a abrir uma empre-
sa. Pois, estar à frente de um negócio vai exigir de você determinação e muita disciplina.

Muitas vezes, a principal motivação dos empreendedores é a necessidade de gerar renda


para o sustento da família, mas, mesmo assim, você irá precisar desenvolver característi-
cas empreendedoras como persistência, comprometimento e disciplina. Caso contrário, o
que era para ser uma fonte de renda, poderá se tornar uma grande dor de cabeça.

Para saber se você está neste momento, se faça a seguinte pergunta: Estou preparado
para trabalhar e me dedicar muito?. Empreender é enfrentar desafios diários, saber se
adaptar às mudanças e persistir. Mas, também, é ter uma enorme satisfação em fazer a
diferença para os seus clientes e para toda a sociedade.

2. Entenda o seu cliente


Todo negócio deve ser desenvolvido a partir da perspectiva do cliente. Entender as
necessidades do cliente é o primeiro passo para saber qual será o propósito da sua
empresa. Por isso, pare e reflita sobre algumas questões, como: Estou resolvendo um
problema real das pessoas? O que faz o meu cliente adquirir o meu produto ou serviço?
Como outras empresas estão resolvendo esse problema e de que forma posso fazer
diferente e agregar mais valor?

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Sebrae Responde

A melhor maneira de responder a essas questões é conversar com o seu cliente, por
isso a importância de fazer pesquisas de mercado. São elas que irão te fazer entender
as reais necessidades do seu público-alvo, seus concorrentes, o seu mercado e até o seu
próprio negócio. A partir dela, você irá se sentir muito mais seguro para tomar decisões
e levar sua ideia adiante.

3. Faça um modelo de negócios


Quando colocamos uma ideia no papel, ela começa a tomar forma. Por isso a impor-
tância de criar um modelo de negócios. Por meio dele, você irá entender como a sua
empresa vai gerar e entregar valor para os seus clientes.

O modelo de negócios é um documento visual em que o empreendedor deve citar e


descrever todas as partes que compõem o negócio e suas relações umas com as outras.
Isso fará com que você tenha uma visão clara de como o negócio vai funcionar, e quais
os pontos fortes e os pontos fracos a melhorar.

No quadro de modelo de negócios (Canvas), você deverá descrever nove elementos: as


atividades principais da empresa, recursos, parcerias, proposta de valor, relacionamen-
to com clientes, canais, segmento de clientes, estrutura de custos e fonte de receitas. Ao
final, você terá uma percepção muito mais clara e estruturada do seu negócio.

4. Formalize o seu negócio


Se você tomou a decisão de abrir a empresa, se regularizar é um passo muito impor-
tante para profissionalizar o negócio e fazê-lo crescer. A formalização e o registro da
empresa geram oportunidades e ganhos para o negócio. Seu empreendimento terá
muito mais chances de fechar parcerias, acessar linhas de crédito, exportar e receber
subsídios do governo.

Entender quais os aspectos legais impactam diretamente o negócio é fundamental


pois, dependendo das questões envolvidas, pode até mesmo inviabilizar a sua ideia.

Se você quer se formalizar como Microempreendedor Individual (MEI), é necessário cumprir


as condições já informadas no início deste e-book.

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1ª Temporada: MEI

Lembre-se, também, de consultar a prefeitura do seu município a respeito da viabilida-


de de exercer sua atividade no endereço em que deseja atuar, para evitar problemas
futuros com a fiscalização.

Para se formalizar, faça o seu cadastro na plataforma gov.br e, em seguida, inicie


a sua inscrição como MEI no Portal do Empreendedor. O processo é gratuito e todo
realizado pela internet.

Vale destacar que o MEI é uma empresa como outra qualquer, e deve cumprir a legisla-
ção vigente para a sua ocupação. Por isso, fique atento a todas as normas e exigências
antes de colocar a sua empresa para funcionar.

5. Busque capacitação
Um dos maiores desafios dos empreendedores não é abrir a empresa, mas mantê-la no
mercado. E, entre as maiores dificuldades, estão os aspectos relacionados à gestão do
negócio. Pense comigo: Você está preparado para fazer o controle financeiro da sua em-
presa? Tem condições de saber se a sua empresa está dando lucros ou prejuízos? Sabe
separar as despesas pessoais das despesas da empresa? São muitos os detalhes que o
empreendedor precisa estar atento, como fluxo de caixa, controle de estoque, gestão de
vendas, emissão de pedidos e notas, além de obri-
gações como impostos.

Por isso, se capacitar é fundamental. Abrir uma em-


presa requer muito preparo e acompanhamento diá-
rio e constante de tudo o que acontece no negócio.

6. Comece com o que você tem


O importante é começar com o que você tem ou
com o que já construiu até o momento. Se você ficar
esperando o momento ideal, sua ideia pode nunca
sair do papel. Uma das principais características de
todo empreendedor é colocar a mão na massa!

Vá em frente, busque sempre se capacitar e conte


com o Sebrae. Estamos aqui para apoiá-lo em
todas as etapas de construção e desenvolvimento
do seu negócio.

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Sebrae Responde

COMO SABER SE MINHA IDEIA VAI


DAR CERTO?
Muitos empreendedores têm ideias geniais, mas acabam não colocando em prática,
por medo de fracassar. São várias as dúvidas e incertezas que muitas vezes paralisam o
empreendedor e o impedem de tirar a ideia do papel. Será que terei clientes? Será que
meu produto terá aceitação? Vale a pena investir?

O que se deve ter em mente é que, no universo do empreendedorismo, correr riscos cal-
culados é característica fundamental. E o que isso quer dizer? Que todo empreendedor
deve estar disposto a assumir desafios e responder por eles. Além disso, que o erro faz
parte do processo, e que o fracasso pode ser o primeiro passo para você conquistar o
sucesso que deseja.

Se você tem uma ideia, e quer testá-la para saber se vai dar certo, confira as dicas que
preparamos para você. Vamos lá!

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1ª Temporada: MEI

1. Pesquise sobre o mercado


O primeiro passo é, sem dúvida, pesquisar sobre o mercado em que você irá atuar. É
um mercado já conhecido, mais tradicional? Ou um mercado mais inovador? Busque
dados sobre esse mercado e o segmento de negócio que irá atuar. Se já é um produto
existente, avalie se o mercado está satisfeito e quais as empresas concorrem com você.
E não desanime! Sempre é possível melhorar algo ou agregar valor de alguma forma e
criar um diferencial.

2. Teste sua ideia


Converse com pessoas confiáveis, que irão te dar um retorno sincero sobre o seu pro-
duto. Conte com o seu círculo de amizades, vizinhos e colegas de trabalho, por exemplo.
Em algumas situações, pense fora da caixinha: se você quer fazer pães de mel, promova
um encontro com os colegas dos seus filhos, ou sobrinhos, e distribua as guloseimas
entre eles. Depois, pergunte o que eles acharam e o que poderia melhorar. Crianças são
um poço de sinceridade e criatividade! Busque maneiras diferentes de fazer as pessoas
experimentarem o seu produto e escute o que elas têm a dizer.

3. Valorize as críticas mais do que os elogios


Quando você tem uma ideia para abrir um novo negócio, é comum receber mais elogios
do que retornos negativos. Por isso, peça a opinião sincera das pessoas, e busque todos
os pontos negativos e falhas que podem ser melhorados. A hora de errar é agora! Faça
você também um exercício de avaliar com um olhar crítico o produto ou serviço que
está oferecendo. Depois, reúna em um caderno todos os pontos de melhoria e trabalhe
individualmente em cada um deles. Fique atento, somente, para pedir a opinião das
pessoas certas: você precisa de ajuda, não de bajulação ou de inveja.

4. Busque se diferenciar da concorrência


Pense em formas interessantes e criativas de chegar até ao seu cliente para oferecer seu
produto. Pode ser que você esteja vendendo um produto comum, como um brigadeiro ou
uma pipoca, mas por que não pensar em uma embalagem diferente, ou numa forma inu-
sitada de abordar o cliente ou divulgar sua empresa? Sempre existem maneiras de inovar!

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Sebrae Responde

Seja criativo e busque se diferenciar dos seus concorrentes e do que já existe no mercado.
Avalie as reações das pessoas e se a estratégia teve resultados.

5. Faça uma autoavaliação


Pare e pense em como você se sentiu ao fazer esse teste com seus amigos. Você ficou
realizado, motivado, eufórico? Consegue se imaginar fazendo isso 24 horas por dia? Se a
sua resposta for sim, então você está no caminho certo. Mas, se a sua resposta for não,
será preciso repensar a sua ideia ou o ramo em que está entrando. Fique atento!

6. Se reinvente constantemente
Saber se reinventar é uma característica de todo empreendedor. Fique sempre de olho
no mercado e nas necessidades dos seus clientes naquele momento, para adequar o
seu produto ou serviço, se for possível. Quer ver exemplos da vida real?

Quantas confecções, neste momento de crise, passaram a fabricar máscaras? Quantas


empresas mudaram o ramo do negócio, ou passaram a vender de forma diferente, para
atender às demandas dos seus clientes, que agora estão em casa? Isso nos mostra que
essas empresas estavam antenadas às necessidades do mercado e se adaptaram rapi-
damente para aproveitar as oportunidades de negócio.

Então, se você tem uma ideia de negócio, olhe atentamente para o mercado e pense na
melhor forma de oferecer seu produto ou serviço. Toda ideia é passível de mudanças!

7. Vá com calma e acredite na sua ideia


Por fim, tenha sempre em mente que o importante é ir com calma. Vá devagar e dê
um passo de cada vez. Se você acredita na sua ideia, não desista no primeiro obstá-
culo. Use as críticas para melhorar, busque alternativas quando perceber que não
está no caminho certo, se reinvente quando for preciso. Persistência é o sobrenome
de todo empreendedor. Lá na frente, você será recompensado por ter se dedicado
à sua ideia com tanta determinação. E lembre-se, o Sebrae está aqui para te apoiar
em todos os momentos!

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1ª Temporada: MEI

COMO DESCUBRO
UM DIFERENCIAL PARA
O MEU NEGÓCIO?

Já faz tempo que o empreendedorismo se tornou a opção de muitos brasileiros. Diversas


pequenas empresas surgem no mercado todos os dias, mas, uma dúvida comum de
muitos empreendedores é: como me diferenciar da concorrência? Como agregar valor
ao meu produto ou serviço?

Conhecer o diferencial do seu negócio é fundamental para garantir o seu sucesso no


mercado. Cada vez mais, é preciso inovar e pensar formas criativas de oferecer um pro-
duto ou serviço. Quando falamos em inovar, não estamos sugerindo criar, necessaria-
mente, algo novo. A inovação pode se dar em pequenos detalhes, aprimorando o que
já existe, adotando novas maneiras de fazer algo ou alterando a forma de produzir ou
entregar determinado produto ou serviço.

Não importa o tamanho da sua empresa, sempre é possível descobrir um diferencial


para o seu negócio. Confira, neste artigo, algumas dicas que preparamos para você.

“Criatividade é 1% inspiração e 99% transpiração”


Essa é uma famosa frase, dita por Thomas Edison, o inventor da lâmpada. E sabe por
que ela é tão legal? Porque na verdade a lâmpada já existia, mas o Thomas foi o cara
que olhou para ela e conseguiu fazer mudanças que permitissem que ela fosse vendida
para uso em casa. Veja que ele não foi de fato o inventor da coisa, mas deu um novo
significado para ela. E ele suou muito a camisa para fazer dar certo. É isso que todo
empreendedor precisa: pensar como fazer diferente e melhor o que já existe ou que ele
já faz normalmente.

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Sebrae Responde

Esteja 100% conectado ao seu negócio


Para ser criativo, você precisa de fato querer fazer as coisas de forma diferente. A busca
pelo diferencial não pode ser apenas uma imposição do mercado. Se você não enxergar
a importância disso para sua empresa, vai acabar criando cópias do que já existe, o que
não fará nenhuma diferença. Você, mais do que ninguém, deve ser um profundo conhe-
cedor do seu negócio, e entender o que, de fato, irá agregar valor e fazer diferença.

Observe o que está acontecendo a sua volta


Acompanhe o que outras empresas estão fazendo de interessante, não apenas em-
presas do seu próprio ramo de negócio. Há muito tempo, a concorrência deixou de ser
apenas aquela que vende os mesmos produtos ou serviços que você. Hoje, concorrente
é toda e qualquer empresa que consegue atrair o seu cliente. Por exemplo, se você tem
uma loja de chocolates, e o seu cliente deixou de comprar de você, para comprar em
uma floricultura, pronto! A floricultura virou o seu concorrente. Portanto, observe o que
outras empresas estão fazendo de diferente, independente do segmento, e adapte para
a sua realidade e para o perfil de clientes que você atende. Boas ideias estão por aí a
todo momento.

Ofereça uma boa experiência de compra


Alguns também chamam de jornada do cliente. Não importa. Mais do que o nome
dado, o importante é que o cliente fique satisfeito com a sua empresa desde a hora
que ele chega, até depois que vai embora. Em um mercado onde há grande oferta de
produtos e serviços, oferecer uma boa experiência ao cliente, de forma personalizada

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1ª Temporada: MEI

e diferenciada, em todos os pontos de contato com a sua empresa, é crucial para


sucesso do seu negócio.

Lembre-se de que, mais do que adquirir um produto ou serviço, o cliente busca resolver
um problema, atender a uma necessidade, expectativa ou desejo. Busque continua-
mente entender e atender de forma efetiva o seu cliente, entregando o que de fato ele
deseja e precisa.

Aposte também nos pequenos detalhes. Veja um exemplo: muitas pequenas empresas,
neste momento de crise do coronavírus, estão enviando os produtos para as casas dos
clientes, e junto, enviam uma pequena carta com palavras de carinho e afeto. Essa sim-
ples atitude gera grande encantamento nos clientes. Veja que, muitas vezes, para fazer
a diferença não é preciso grandes investimentos. Ser diferente começa no cuidado de
pensar nas coisas pequenas, pois a satisfação do seu cliente pode estar ali, em coisas
simples e fáceis de realizar, que muitas vezes passam despercebidas por nós.

Por fim, vale lembrar: mais do que vender produtos ou serviços, invista sempre na ex-
periência! É isso que irá encantar e fidelizar o seu cliente, e o fará lembrar de você, nas
próximas vezes que precisar.

Exercite a criatividade
Estimule a sua criatividade, abra a sua mente para novas possibilidades, e lembre-se:
sempre é possível fazer a diferença, não importa o tamanho da sua empresa. Seja no
atendimento, na embalagem, na entrega, no pós-venda, enfim, busque maneiras de
agregar valor ao seu produto ou serviço e surpreender o seu cliente.

E conte com o Sebrae em todas as etapas dessa jornada.

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Sebrae Responde

COMO PROFISSIONALIZAR
O MEU NEGÓCIO
Um dos grandes desafios encontrados pelos microempreendedores individuais (MEI)
para permanecer no mercado é a dificuldade de concretizar vendas. Na maioria das
vezes, por mais que o MEI ofereça um bom serviço ou produto, não consegue fechar
negócios como gostaria.

Isso, em grande parte, é reflexo da falta de profissionalização do negócio, e, consequen-


temente, de como o cliente vê a empresa. Muitos empreendedores se esquecem que,
por mais que o produto ou serviço seja bom, é preciso saber comunicar isso ao cliente,
e passar uma boa imagem do negócio.

Quer saber como fazer isso? Então, confira as dicas deste artigo!

1. Cuide da sua imagem pessoal e do negócio


É muito importante cuidar do local em que você trabalha. A organização do espaço, com
iluminação adequada, limpeza em dia e ambiente agradável, irá impactar diretamente
em seu atendimento. Quanto mais agradável for o ambiente, mais tempo os clientes vão
ficar dentro da sua loja e, maiores as chances de concretizar vendas.

Se você é prestador de serviço, você é seu próprio ponto de venda. Então, fique atento
à sua aparência pessoal, cabelos, roupas, unhas, barba, etc. Adote uma postura profis-
sional adequada ao tipo de serviço que você presta. Brincadeiras ou frases inadequadas
podem passar uma imagem pouco profissional e fazer a pessoa desistir do negócio.

Lembre-se! Sua conduta profissional é parte da imagem que os clientes têm da sua
empresa e da qualidade de seus serviços.

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1ª Temporada: MEI

2. Ofereça um bom atendimento


Pode parecer batido, mas o primeiro passo para mostrar que a sua empresa é séria e
profissional, é oferecer um atendimento de qualidade. Pode ser de maneira presen-
cial, por telefone ou pela internet, mas, um bom atendimento é fundamental, e começa
antes mesmo que o cliente adquira o produto ou serviço da sua empresa.

Ao atender o telefone, diga o nome da empresa e cumprimente a pessoa que ligou.


Mantenha as redes sociais e o site organizados, com a logomarca da empresa, telefone
e outras informações necessárias para o cliente chegar até você.

Seja ágil e prestativo no atendimento. O cliente é sempre prioridade. Se ele te ligou, ou


chegou até a sua loja, você precisa dar total e completa atenção. Mesmo que você não
tenha o produto ou serviço que ele esteja solicitando, ofereça a ele alternativas, produ-
tos similares que possam atender à sua necessidade. Quando não for possível prestar
um serviço, dê outras opções de data, horário, ou até mesmo indique outro profissional.
No futuro, se ele precisar dos seus serviços, irá se lembrar de você.

Os clientes são e sempre serão a razão de existir de uma empresa, e profissionalizar o


seu negócio envolve pensar na forma que você conduz e constrói um relacionamento
duradouro com eles.

3. Escute o seu cliente


Esse ponto está muito ligado ao anterior. Escutar o
cliente é essencial para entender suas necessidades
e descobrir as melhores maneiras de atendê-lo. Essa
atitude faz parte de um bom atendimento.

Peça sempre retorno sobre como está sendo o seu


atendimento, o que pode melhorar e/ou o que está
sendo satisfatório. Outra estratégia é fazer pesqui-
sas simples por telefone ou por questionário. Quer
um exemplo? Por que não pensar uma campanha
“Responda ao questionário e ganhe um brigadeiro”?
Seja qual for a estratégia, busque sempre maneiras
de descobrir se está entregando aquilo que o seu
cliente realmente precisa e como pode melhorar.

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Sebrae Responde

4. Faça um cadastro dos clientes


O relacionamento com o cliente não deve ser apenas antes ou durante as vendas, mas
também depois. Por isso a importância de fazer um cadastro dos seus clientes. Tendo
uma base de dados de e-mail e telefone (ou outras informações, como endereço e data
de aniversário, se você precisar), você irá conseguir informar os clientes sobre as novi-
dades da empresa, promoções, oferecer produtos ou serviços complementares, e até
mesmo enviar pesquisas e solicitar suas impressões sobre o negócio.

O cadastro de clientes é mais uma maneira de criar um bom relacionamento com o


cliente e, assim, passar uma boa imagem da sua empresa.

5. Se coloque no lugar do cliente


Outro ponto fundamental para passar credibilidade ao cliente é definir bem como você
entrega os seus serviços ou produtos. Parece complicado, mas na verdade é bem sim-
ples, basta você se colocar no lugar do cliente e se perguntar: “eu ficaria satisfeito em
receber esse produto ou serviço dessa forma?”

Pense nas embalagens do produto, na apresentação e na aparência. A forma como o


cliente recebe o produto faz toda a diferença. No caso dos serviços, avalie se está fazen-
do as entregas da melhor forma, por exemplo: Esse é o melhor horário para fazer esse
serviço? De que forma posso fazer esse serviço sem atrapalhar a rotina da casa ou da
empresa? Como posso ser mais eficiente e profissional?

Atitudes simples podem ajudar muito a sua empresa a passar uma imagem cada vez
mais profissional, e, consequentemente, atrair mais clientes e fechar novas vendas.

BUSQUE SEMPRE O APOIO E AS


ORIENTAÇÕES DO SEBRAE.

ESTAMOS SEMPRE AQUI PARA TE AJUDAR!

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1ª Temporada: MEI

COMO CALCULAR OS CUSTOS


DO MEU NEGÓCIO?
Ter lucro nos negócios é o objetivo de todo empreendedor. E lucro, vamos lembrar, é o
resultado do faturamento (receitas totais), menos os custos fixos e variáveis. 

Neste período de instabilidade econômica causada pela pandemia do novo coronavírus,


o foco principal não deve ser o lucro, mas a sobrevivência do negócio. Para isso, você,
MEI, precisa ser criativo, pensar em novas fontes de receita, em como continuar aten-
dendo os clientes, reduzir custos, entre outras ações possíveis. 

Você tem ideia de quais são os custos envolvidos no dia a dia da sua empresa? Saber
calcular esses custos é fundamental para qualquer negócio, porque assim você passa a
ter em mãos informações que te permitem tomar decisões importantes. É conhecendo
seus custos que será possível definir, por exemplo, percentual de desconto, margem de
lucro, entre outros. 

Seu sucesso financeiro está diretamente relacionado ao conhecimento do seu negócio.


Vamos ver quais são e como calcular esses custos?

1º PASSO
Conheça profundamente seu negócio para não deixar de lado cuidados essenciais com
os custos envolvidos em sua atividade. Este conhecimento é que te ajuda a administrar
e controlar os gastos gerados na sua empresa, ou seja, na produção ou no comércio de
seus produtos, ou ainda em suas prestações de serviço.

2º PASSO
Conheça também, de forma detalhada, tudo o que envolve a estrutura de custos do
seu negócio. O essencial é saber que todo e qualquer negócio tem, basicamente, dois
custos, conhecidos como: custos variáveis e custos fixos. E é preciso entender que
conhecê-los faz toda a diferença na gestão eficiente do seu negócio.

De forma objetiva, podemos dizer que os custos variáveis são aqueles que envolvem o
produto, mercadoria ou o serviço que você entrega ao seu cliente. O quanto custou para

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Sebrae Responde

produzir aquele bolo, o quanto pagou na compra da blusa que vai vender ou quantas
horas ou minutos gastou para executar aquele serviço. Além dos custos com o produto
e o serviço prestado, a taxa de cartão também é um custo variável, pois oscila conforme
o aumento ou a redução das vendas.

Todos os demais gastos podem ser tratados como custos fixos, aqueles que existem
porque você tem uma empresa, um negócio que gera receita. Mesmo que você não
venda nada em um certo período, ainda assim terá que pagá-los. 

MUITO CUIDADO! A maioria das pessoas acredita que custos fixos estão
ligados a valores que não se alteram de um mês para o outro. Exemplo:
aluguel, folha de pagamento..., mas não é isto! Os valores de alguns custos
classificados como fixos alteram sim, de um mês para o outro. Exemplo:
conta de energia elétrica, água, consumo de combustível...

Portanto, para entender bem os custos fixos, vão aqui duas regrinhas que podem te
ajudar:

1ª. Se o gasto não está ligado ao produto vendido, ele é fixo, independente do valor e
de quantas vezes ele aparece na empresa.

2ª. É um gasto que existe não porque ocorreram vendas, mas sim, porque a empresa
existe. São também conhecidos como custos fixos operacionais mensais, porque
como já dissemos estão ligados à operação, ao dia a dia da empresa.

3º PASSO

Ao anotar todos os gastos, você consegue identificar o que é desnecessário e o que


merece uma atenção especial. Fazer um bom controle dos seus gastos permite que você
consiga melhorar o desempenho das finanças da sua empresa. E aqui vai uma dica de
ouro: anote tudo o que gasta, principalmente os pagamentos de coisas pessoais. Crie o
hábito de anotar todas as entradas e saídas de dinheiro do negócio, separando o que foi
gasto com produto (custos variáveis), com o negócio (custos fixos) e pessoais (também
fixos - considerados retirada do(a) empresário(a)), bem como todos os recebimentos.

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1ª Temporada: MEI

4º PASSO
Registre essas informações tão logo elas aconteçam. Não é correto fazer anotações de
vez em quando ou, em uma semana anota tudo e na outra, nada. É algo que tem que
ser feito diariamente, tem que fazer parte da sua rotina à frente do negócio. Lembre-se:
anotar todas essas informações requer dedicação e persistência da sua parte. Mas é de
extrema importância para administrar adequadamente o seu negócio.

5º PASSO
Com essas informações, você poderá controlar e analisar o andamento das finanças da
sua empresa. Se você investir em controlar seus custos, provavelmente gastará menos e
lucrará mais, ou seja, você só tem a ganhar! Para fazer esse levantamento rotineiro, é pre-
ciso controlar tudo: não importa o valor, vale anotar tudo o que entra e sai da empresa.
Então, fique de olho! De um mês para outro, compare as entradas e saídas de dinheiro e
avalie porque elas aconteceram. Busque explicação e justificativa para os seus gastos e se
desafie constantemente a reduzir custos e aumentar suas receitas. E questione-se: aquele
gasto era realmente necessário ou se poderia ser adiado? O investimento naquela máqui-
na ou naquele equipamento melhorou, de fato, a produtividade da empresa? A estratégia
de divulgação refletiu em melhoria nas vendas? Viu só? Se você conhece seus custos, con-
segue avaliar sua importância e pode tomar a melhor decisão para o seu negócio!

6º PASSO
E onde a gente anota tudo isso, quer saber? Escolha a melhor forma para você: seja um
sistema, uma planilha ou um caderno mesmo. O importante é usar o recurso que te
deixará mais confortável para anotar e analisar essas informações depois. E lembre-se:
só anotar não faz diferença, você precisa utilizar esses dados para acertar nas decisões
que precisa tomar no dia a dia.

Como cortar custos no seu negócio


Neste momento você, empreendedor, precisa mais do que nunca repensar suas prio-
ridades e recalcular custos. Vale lembrar que os cortes são importantes, mas eles pre-
cisam ser bem avaliados e planejados, para não abrir mão de itens essenciais para a
sobrevivência do negócio. É fundamental ter calma e procurar manter o foco, não dei-
xando se abalar pela crise.

21
Sebrae Responde

Separamos algumas dicas para te ajudar a manter a operação do seu negócio durante a
crise, fazendo cortes que não vão prejudicar a sua empresa. Vamos lá?

Variedade de produtos
Reavalie seus produtos para entender quais devem ser mantidos e quais não devem
ser renovados, por não gerarem receita. Mantenha o que realmente faz uma diferença
positiva no seu caixa. Lembre-se de que um estoque variado funciona apenas quando o
consumidor tem um poder maior de compra ou quando está mais disposto a conhecer
novos produtos, o que não acontece durante uma crise. 

Repense seu relacionamento com os bancos


Avalie se vale a pena ter conta bancária em várias instituições diferentes, afinal todo
banco cobra taxas e, na maioria das vezes, elas são despesas que podem ser facilmente
cortadas. A sugestão é ter relacionamento com apenas um ou dois bancos, já que isso
facilita acompanhar todas as taxas e tarifas cobradas e até mesmo evitar gastos desne-
cessários. Os bancos que atuam com contas digitais apresentam vantagens como taxas
reduzidas ou nulas, além de oferecem atendimentos em diferentes canais. 

Atenção às dívidas
O Governo Federal tomou algumas medidas para ajudar os microempreendedores du-
rante a pandemia. Uma delas foi a prorrogação dos vencimentos das guias do Docu-
mento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). As guias com vencimento nos dias 20
de abril, 20 de maio e 22 de junho foram prorrogadas para 20 de outubro, 20 de novem-
bro e 21 de dezembro, respectivamente. A medida permite que você tenha fôlego para
ajustar suas contas. Algumas instituições bancárias também aumentaram o prazo para
o pagamento de dívidas de empréstimos para os pequenos negócios em dia com as
parcelas. Isso significa que você tem um tempo maior para organizar as suas despesas.

Olha só: atitudes simples como essas é que te ajudam a monitorar sua empresa e ter
cada vez mais certeza do rumo que pretende seguir. Controle e reavaliação dos seus
custos são as palavras de ordem do momento. Siga nossas recomendações e continue
contando com o Sebrae.

22
1ª Temporada: MEI

COMO VENDER EM TEMPOS


DE CORONAVÍRUS?
Neste momento, quem deseja vender mais precisa, primeiro, construir uma estratégia
de vendas eficiente para o seu negócio.

Para isso, é preciso analisar se o comportamento do seu cliente mudou, pois muitos
agora estão dentro de casa, mas continuam tendo necessidades.

Avalie a melhor forma de atender seus clientes e pense como o seu negócio pode se
adaptar a este novo contexto:

1. É possível vender no modelo delivery ou investir no comércio eletrônico, por exemplo?

2. O seu tipo de serviço ou produto pode ser oferecido de outra forma?

Agora é o momento de você se preparar para atender o seu cliente em outros canais
e vender a distância. Mas para isso você precisa planejar melhor suas ações e prestar
atenção em alguns aspectos essenciais nesse processo:

1. Melhore a qualidade do seu produto ou serviço: não há como traçar uma


estratégia de vendas se o seu produto ou serviço não tiver uma excelente qualidade.
Não há estratégia boa que dê conta de um produto ou serviço ruim. O cliente irá te
procurar uma vez e acabou. Se isso for uma prioridade sua, dificilmente o cliente
trocará a sua empresa por outra, pois você já terá ganhado a confiança dele no
que é oferecido por você.

2. Conheça seu cliente e faça bom uso das informações que você possui: nada melhor
que uma boa conversa para conhecer os gostos e hábitos do seu cliente, mas não
confie em sua memória. Você precisa manter um cadastro de clientes atualizado,
para usar essas informações a favor do seu negócio. Esses dados são fundamentais
para que seja possível traçar uma estratégia de vendas eficiente. Imagine você fazen-
do uma ação no Instagram e marcando o nome de alguém que não usa seu produto
ou serviço! Isso pode te colocar numa saia justa. Aproveite o momento, faça contato
com seus clientes: ligue, procure saber como ele está lidando com este momento,
entenda suas necessidades e demandas, faça prospecção e atualize o seu cadastro.

23
Sebrae Responde

3. Invista em atendimento, antes, durante e após a venda: você precisa investir em


canais de atendimento eficientes para facilitar que o cliente chegue até você. Por
exemplo, telefone comercial desocupado para o cliente não precisar entrar em
contato mais de uma vez, um site interessante, onde o cliente ache as informações
facilmente, uma vitrine de bom gosto que chame sua atenção, um atendimento
que seja pontual, um canal para receber críticas e reclamações que realmente
sejam resolvidas, e, por fim, uma ação de pós-venda que mostre para seu cliente
que você pensa nele com carinho e atenção. Outra dica para esse momento é:
separe um tempo a mais para atender. Por conta do isolamento, é natural as
pessoas se sentirem carentes de atenção. Com mais tempo disponível, já que
muitas estão com seus contratos de trabalho suspensos ou suas cargas horárias
reduzidas, elas se permitem fazer mais perguntas sobre o seu produto ou serviço.
E aproveite para fazer uma pesquisa com seus clientes. Pergunte a eles em que
você pode melhorar! Já para os potenciais clientes pergunte o que eles gostariam
de encontrar na sua empresa. Esta é uma ótima maneira de ampliar sua clientela.

4. Invista na experiência do cliente: esta é uma regra de ouro para qualquer em-
preendedor que queira criar um relacionamento duradouro com seu cliente. E
não pense que uma boa experiência está associada a grandes investimentos ou
tecnologias. Ela começa no primeiro contato que seu cliente tem com sua marca.
E isso pode acontecer em uma mensagem de uma pessoa que viu sua divulgação
em uma rede social e escreve buscando mais informações sobre um produto ou
serviço que você postou. Aqui vale uma dica essencial: atenção e cordialidade
são elementos fundamentais na construção de um relacionamento. Ao receber
um atendimento de qualidade logo no primeiro contato, aquele consumidor pode
até não fechar a venda, mas certamente vai se lembrar da sua marca quando for
tomar a decisão de compra.

5. Fidelize seus clientes: diversas pesquisas apontam que é muito mais barato vender
para clientes que você já tem, do que conquistar um novo cliente. O relacionamento
e a confiança que essas pessoas têm em você facilitarão o seu caminho, por isso in-
vista na fidelização. Mas a tarefa não é fácil, pois a concorrência está cada vez mais
acirrada. Então, nessa hora, vale um pouco de tudo, desde que traga resultado!

6. Faça parceria com outras empresas: uma forma interessante de chegar até novos
clientes é por meio de parcerias com empresas que trabalhem com produtos e
serviços similares ou complementares ao seu. Veja um exemplo: uma loja de brin-
quedos que faz uma parceira com uma loja de roupas infantis. Eles podem fazer

24
1ª Temporada: MEI

uma divulgação conjunta para que a pessoa que compre um produto numa loja,
ganhe uma vantagem ao comprar na outra. Esse tipo de ação ajuda a aumentar o
número de clientes de todos os parceiros envolvidos.

7. Ofereça comodidade e segurança: outro ponto em que você deve ter atenção
neste momento em que as pessoas estão ficando mais em casa é a logística,
pois grande parte dos consumidores está demandando os serviços de entrega
(delivery), seja por razões de segurança ou pela impossibilidade de deslocamento.
Lembre-se de um detalhe importante: o entregador é um prestador de serviço
que leva a imagem da sua marca até o cliente. Por isso, atenção redobrada ao
contratar os serviços das empresas de entrega. Uma outra ação importante para
dar mais comodidade ao seu cliente é oferecer a ele formas de pagamento alter-
nativas, como transferência bancária e plataformas com pré-cadastro do cartão,
para que o cliente não precise digitar senha nas maquininhas. E se você está entre
os segmentos que não fecharam as portas ou tiveram autorização para reabrir,
lembre-se de informar todos os cuidados que está tomando para garantir a higie-
ne e a segurança do ambiente, dos produtos e serviços prestados. Invista em uma
comunicação clara e efetiva entre você e seu empregado (se houver) e também
com seus clientes.

8. Venda pela internet: as compras online estão aumentando a cada ano. E ser pe-
queno não é mais desculpa para estar fora da internet. É claro que uma platafor-
ma própria de venda requer investimento e talvez este não seja o momento mais
adequado para você ter esse custo. Avalie, então, alternativas como o marketpla-
ce que é uma plataforma de vendas que reúne vários vendedores em um mesmo
espaço virtual, fazendo a intermediação entre vendedor e comprador. Este tipo de
plataforma pode ser interessante para sua empresa porque tem a capacidade de
atrair mais clientes do que sites individuais, devido à quantidade de vendedores
ali presentes e a infinidade de produtos e preços ofertados. Alguns marketplaces
já consolidados são o Mercado Livre, Elo 7 (focado em artesanato) e Magazine
Luiza, que lançou, em parceria com o Sebrae, condições especiais para a participa-
ção dos pequenos negócios na plataforma Parceiro Magalu durante o período da
pandemia. Se você se interessar por esta opção, informe-se sobre todos os custos
e obrigações envolvidos na adesão à plataforma.

Depois que você já tiver definido todos estes aspectos e antes de decidir a melhor estratégia
de vendas para o seu negócio, procure o Sebrae e converse com um dos nossos consultores.

25
Sebrae Responde

COMO ENTRAR
NO MUNDO DO
MARKETING DIGITAL?
A pandemia do novo coronavírus trouxe um cenário de
incertezas para empresas dos mais variados portes e
segmentos. Milhares de microempreendedores indivi-
duais (MEI) tiveram que fechar suas lojas físicas e buscar
alternativas para continuar vendendo. Investir no digital,
então, passou a ser uma questão de sobrevivência para continuar no mercado. Para
muitos MEI, que nunca atuaram com o marketing digital, ter que se adaptar ao digital se
tornou, então, um enorme desafio.

E aí, diversas dúvidas começaram a surgir: como entrar no mundo do marketing digital?
Como vender meus produtos pela internet? Em quais mídias sociais devo estar? Para
quem é MEI, vale a pena investir no digital?

As respostas para essas perguntas devem levar em consideração diversos fatores. Pre-
paramos, neste artigo, algumas orientações para te ajudar a tomar decisões e definir a
melhor forma de ingressar no mundo do marketing digital.

Em quais mídias sociais devo investir?


Existe alguma que seja mais eficiente?
Essa é a primeira dúvida dos empreendedores. Mas a resposta é: não! Todas as mí-
dias sociais são eficientes, se trabalhadas com técnica e estratégia. Para saber em qual
ingressar, o primeiro passo é conhecer bem o seu público-alvo e o perfil dos seus clien-
tes. Em quais mídias sociais, como Facebook, Instagram, ou Twitter, por exemplo, você
acredita que tem mais chances de encontrá-los? Observar os concorrentes e conversar
diretamente com o cliente são boas estratégias para ajudar nessa escolha.

26
1ª Temporada: MEI

Pense também qual o serviço ou produto que você oferece, e quais mídias sociais serão
mais adequadas para divulga-los. Cada uma delas têm características próprias e um
público que consome informações de formas diferentes. O Instagram e o Facebook são
mais visuais, e permitem o compartilhamento de vídeos e fotos, por exemplo. Já o Twit-
ter, é uma mídia utilizada para textos curtos, e o YouTube é apropriado para quem dese-
ja compartilhar vídeos. Em resumo, analise as mídias sociais que fazem mais sentido
de acordo com o perfil do seu negócio.

Posso estar em mais de uma mídia?


Você pode estar em quantas mídias sociais achar necessário, desde que tenha frequên-
cia de postagens e condições de mantê-las atualizadas. De nada adianta criar perfis em
redes sociais e deixá-las abandonadas. Isso causa uma péssima impressão ao público.
Caso a sua opção seja estar em várias mídias, tenha atenção para não repetir os conteú-
dos em todas elas ao mesmo tempo.

Por exemplo, se na segunda de manhã você ensinou uma receita de bolo no Instagram, esse
mesmo conteúdo pode ser usado no outro dia, no Facebook. A ideia é aproveitar o material,
mas publicá-lo em momentos diferentes para que o seguidor presente nas duas redes, não
receba o conteúdo na mesma hora. Essa estratégia ajuda também a alcançar pessoas dife-
rentes, já que cada uma delas possui um perfil específico de acesso às redes sociais.

Tenha sempre em mente que, melhor do que estar em todas as mídias sociais ao mesmo
tempo, é escolher quais as mais estratégicas e que você tem condição de manter a re-
novação do conteúdo e o relacionamento com o público. Priorize também os canais que
você já atuava antes desse momento de pandemia. É provável que, por lá, seus clientes
já estejam acostumados a receber informações sobre o seu negócio, aumentando as
chances de sucesso.

Que tipo de conteúdo devo publicar?


Com que frequência?
Não existe uma regra sobre quais conteúdos postar, mas vale lembrar que as mídias so-
ciais são canais de relacionamento, e não de vendas. Então, o objetivo deve ser oferecer
conteúdo útil e relevante, para educar e entreter o público. A venda será a consequência
de uma boa presença digital e de um bom relacionamento com o público.

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Sebrae Responde

Lembre-se que, no marketing digital, planejamento é fundamental. Por isso, esteja


atento a esses passos:

1º passo – Identifique a persona do seu negócio. Personas, como o próprio


nome diz, são personagens fictícios com características do perfil ideal do
seu consumidor. Ao desenhá-la, é possível identificar suas características,
motivações e anseios, e, a partir daí, escolher a linguagem mais apropriada
e os conteúdos que irão lhe interessar.

2º passo – A partir da persona, escolha os canais mais estratégicos para o


seu negócio.

3º passo – Desenvolva um calendário editorial , ou seja, um calendário com


as datas das postagens dos conteúdos e formatos das publicações, assim
como o tipo de linguagem e a periodicidade (frequência das postagens).

4º passo – Acompanhe constantemente os canais para verificar comentá-


rios, dúvidas e interações dos clientes, e seja ágil nas respostas.

Uma grande vantagem do marketing digital é a possibilidade de acompanhar e mensu-


rar resultados com rapidez. Fique de olho nas métricas. Métricas são alguns dados que
sevem para você medir ou comparar o desempenho da sua empresa nessas ferramentas,
por exemplo, quantas pessoas acessaram, ou quantas clicaram no produto. O legal é que
as próprias ferramentas digitais oferecem esses dados para você avaliar os conteúdos que
estão dando mais retorno à sua empresa, ou aqueles que precisa mudar ou aperfeiçoar.

Lembre-se, também, de estar atento à linguagem utilizada nas suas publicações, para
não usar termos muito técnicos, de difícil entendimento pelo púlico. Gifs e emojis, e ou-
tros recursos das redes sociais podem ser usados para tornar a comunicação mais leve!

Em quais outros canais digitais posso investir?


Além das mídias sociais, outros canais como site, blog, e aplicativos de comunicação, como
o WhatsApp e o Telegram, são opções para quem deseja ingressar no ambiente digital.

28
1ª Temporada: MEI

O Whatsapp, por exemplo, é uma boa ferramenta para manter um contato mais direto
e aumentar a interação com os consumidores. Para quem deseja uma ferramenta mais
profissional, o Whatsapp Business é indicado. Ele é muito parecido com o que usamos
normalmente, porém, é uma conta comercial. Entre as suas principais vantagens, está a
possibilidade de inserir informações como localização do negócio, horário de funciona-
mento, segmento comercial, além de site e e-mail para contato.

Outra ferramenta interessante é o Google Meu Negócio, que possibilita inserir infor-
mações sobre a sua empresa no Google, de forma que ela consiga ser encontrada pelos
usuários. Imagine: se alguém digitar “pet shop no bairro Buritis, em Belo Horizonte”, sua
empresa irá aparecer? Com o Google Meu Negócio, certamente sim. Além de simples e
fácil de usar, é uma ferramenta gratuita.

Sites e blogs também são boas opções a serem consideradas. Eles são excelentes am-
bientes para compartilhar conteúdos sobre a sua empresa, divulgar produtos e serviços,
e dar dicas relacionadas ao ramo do negócio. Mas é preciso ter um planejamento bem
definido. Ter um blog demanda que você publique conteúdos com frequência e otimize
o seu texto com títulos, imagens e palavras-chaves (procure saber sobre técnicas de
marketing de conteúdo) para ser encontrado nos mecanismos de busca do Google.

E o tal Marketing de Conteúdo?


De forma simples, marketing de conteúdo é um conjunto de estratégias que visa gerar
conteúdos relevantes para o público, a fim de sanar suas dúvidas, problemas e neces-
sidades. O objetivo é aumentar a interação e o relacionamento com o público, e tornar
uma marca referência em determinado assunto ou segmento.

Quer um exemplo para quem é MEI? Um guia de turismo pode produzir conteúdo com
dicas de viagens e roteiros turísticos. Um confeiteiro pode ensinar as pessoas receitas
simples de bolos para fazer em casa. Já o dono de um petshop pode dar dicas de alimen-
tação saudável para animais, ou como mantê-los aquecidos no inverno. São muitas as
ideias que podem surgir, seja qual for o seu segmento.

Tais conteúdos podem ser criados por meio de textos, vídeos ou imagens, tanto em
blogs, como nas redes sociais. A ideia é sempre oferecer conteúdo relevante, que seja
útil para o seu público. Pense comigo: quando o seu seguidor vê uma postagem que
o ajuda em determinado problema ou necessidade, passa a se identificar com a sua

29
Sebrae Responde

empresa, e logo, cria uma conexão. Quando ele precisar de algum produto ou serviço,
irá se lembrar de você. Essa é a grande jogada do marketing de conteúdo.

Mas lembre-se: como tudo no marketing digital, é preciso planejamento! Defina os con-
teúdos, os canais e a periodicidade. Procure se informar sobre o uso de palavras-chaves,
hashtags, imagens, dentre outras técnicas. Se você não tiver experiência na produção de
conteúdos, busque capacitação, ou contrate um profissional do mercado, se tiver condições.

Sou MEI, vale a pena investir em Marketing Digital?


Investir no marketing digital é muito importante para qualquer negócio, e também para
quem é MEI, especialmente neste momento de crise. Mesmo que você não tenha muitos
recursos, é possível desenvolver ações e estratégias conforme as suas possibilidades.

Para ter sucesso, você precisa entender que a sua experiência como usuário é diferente
daquela exigida para um empresário que deseja obter resultados. Por isso, é funda-
mental buscar conhecimento e capacitação para entender as técnicas e ferramentas, e,
assim, conseguir fazer o uso delas de forma apropriada.

O Sebrae Minas possui uma série de conteú-


dos para ajudar e orientar os empreendedores
neste desafio. Conte com a gente!

30
1ª Temporada: MEI

COMO OBTER CRÉDITO


PARA O MEU
NEGÓCIO?
Diversos setores estão sentindo os impac-
tos negativos da pandemia do coronavírus.
As pessoas não deixaram de comprar, mas
estão priorizando produtos de primeira ne-
cessidade como alimentos, itens de higiene e
limpeza. Com as mudanças de comportamen-
to do consumidor, muitos segmentos viram seu
faturamento cair drasticamente. E aí surge a dúvida:
crédito é a melhor solução para o meu negócio?

A resposta para esta pergunta deve levar em conta diversos fatores. Isso porque pegar
dinheiro emprestado sem planejamento significa contrair uma dívida que pode com-
plicar ainda mais a saúde financeira do negócio. Ao contrário, quando o crédito é bem
aplicado, seja para dar fôlego financeiro à empresa ou para um investimento com retor-
no calculado, aí sim, estamos falando de um recurso extra que deve ser considerado.

Lembre-se sempre que crédito não é remédio para uma má gestão financeira do negó-
cio. Empréstimo é para ampliar o seu empreendimento, pensar em crescer, contratar
ou aproveitar uma oportunidade de negócio. Entretanto, por conta deste período atípi-
co que o Brasil e o mundo atravessam por causa da pandemia, a busca por crédito tem
sido a alternativa para milhares de empreendedores manterem suas atividades.

Se este é o seu caso, a boa notícia é que há opções de crédito para quem é Microem-
preendedor Individual (MEI), tanto em instituições financeiras convencionais, quanto
em cooperativas de crédito e instituições de microcrédito. Entretanto, antes de assumir
um empréstimo tenha certeza de que vai conseguir pagar o valor negociado. E isto só é
possível se você tem uma boa gestão financeira do seu negócio.

31
Sebrae Responde

Depois de considerar esses pontos, e consciente de que o crédito é necessário para dar
fôlego ao seu negócio neste momento, os próximos passos para buscar o empréstimo
são: avaliar as opções disponíveis no mercado e escolher a instituição financeira que
ofereça as melhores condições e taxas. Vamos falar um pouco mais sobre cada uma
dessas etapas.

Conheça a situação financeira do seu negócio


Apesar de terem ganhos financeiros nas operações de crédito, os bancos assumem
riscos ao conceder empréstimos. Por isso, ter um bom planejamento financeiro é indis-
pensável na hora de buscar crédito para o negócio. 

Uma ferramenta indispensável nesse processo é o Fluxo de Caixa. Com ele é possível
avaliar suas previsões de vendas (receitas) e contas a pagar (custos fixos e variáveis).
Assim, você tem uma ideia de sua capacidade de pagamento futura e pode tomar uma
decisão mais acertada sobre quanto pode contrair de empréstimo, se terá condições de
arcar com as parcelas e qual o prazo necessário para quitar o financiamento.

1º passo: mantenha suas finanças em ordem


Avalie, de tempos em tempos, onde seu dinheiro está parado. Estoque alto de bons pro-
dutos pode indicar que você tem em mãos a possibilidade de fazer dinheiro rápido, se pre-
cisar. Outro lugar onde seu dinheiro pode estar, sem que você se dê conta, é na mão dos
inadimplentes. Não tem problema ter contas a receber, mas é preciso receber em dia. Con-
fira o nosso artigo sobre vendas e saiba mais como lidar com a inadimplência. Assista
também a este vídeo do Sebrae com orientações para quem está buscando crédito.

2º passo: avalie em que o crédito será investido


Se depois de analisar suas finanças, você perceber que realmente vai precisar de dinhei-
ro, seja para tocar o seu negócio no dia a dia, o que a gente chama de capital de giro,
ou para fazer um investimento e comprar algum equipamento ou insumo para o seu
negócio, aí sim, tá na hora de pedir um empréstimo. Mas para isso é preciso se preparar,
analisar bem o valor necessário e para que ele vai ser utilizado (pagamento de dívida,
investimento, capital de giro etc).

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1ª Temporada: MEI

3º passo: avalie seu relacionamento com o banco


Faça uma autoanálise da sua empresa: avalie como tem se comportado em relação
aos seus compromissos financeiros e como está o seu relacionamento com o banco,
se já tiver uma conta. É importante que, caso tenha uma conta, procure usar serviços
financeiros do banco ou cooperativa, para criar com eles um relacionamento. Antes
mesmo de pedir a análise do empréstimo, tenha certeza de que seus dados estão
atualizados na instituição, afinal, o cadastro é um dos pontos analisados na conces-
são do crédito.

4º passo: conheça os critérios avaliados pelo banco


Você sabe o que o banco avalia para conceder crédito? Além dos seus dados e da sua
empresa, bem como o motivo pelo qual está solicitando o empréstimo e como pretende
usá-lo, também será avaliado:

f Capacidade de pagamento: se você pegar o valor que está pedindo, quanto sua
empresa tem disponível para pagar as parcelas negociadas? Neste momento,
lembre-se de considerar que você já tem despesas rotineiras do negócio e que,
nos próximos meses, a tendência é de que haja queda no faturamento.

f Caráter: é essencial que empréstimos tomados anteriormente no banco sejam


pagos em dia, assim como negociar com seus fornecedores e pagar os compro-
missos dentro do prazo. Fique de olho! Restrições no nome do dono da empresa
também são analisadas na hora de pegar um empréstimo.

f Garantias: em alguns casos, o banco pode exigir que você apresente garantias
que cubram o valor pedido e garantam que o pagamento será feito, de uma
forma ou de outra. Por isso, faça um levantamento de bens que sua empresa
ou você tenha disponíveis e que possam cobrir as garantias solicitadas pelo
banco. Podem ser equipamentos da empresa, imóveis, estoque, contas a re-
ceber e tudo aquilo que possa cumprir a função de garantia. Se você estiver
investimento na compra de um equipamento, ele mesmo pode ser entregue
como garantia, em alguns tipos de financiamento. O Sebrae também pode ga-
rantir uma parte do empréstimo por meio do Fundo de Aval às Micro e Peque-
nas Empresas (Fampe).

33
Sebrae Responde

f Mercado: além do histórico da empresa, o mercado em que a empresa atua tam-


bém é analisado pela instituição financeira. Por exemplo, a crise impactou forte-
mente alguns setores, como varejo de roupas, bares e restaurantes. A demanda
de consumo desses segmentos, entre outros, sofreu uma redução significativa e
isso, claro, compromete a sustentabilidade dos negócios.

5º passo: faça uma previsão de quais serão seus


custos e recebimentos
Este cálculo deve ser feito levando em conta, no mínimo, o cenário de suas finanças
no horizonte de três a seis meses após o empréstimo. O objetivo é avaliar se você terá
condições de pagar todos os seus compromissos. Para te ajudar nesta previsão, é im-
portante fazer um fluxo de caixa, lembra? É ele que vai te mostrar o comportamento
financeiro da sua empresa no futuro.

6º passo: analise a melhor opção de crédito para


sua empresa
Informe-se sobre as linhas de financiamento que melhor se enquadram nas necessida-
des de crédito do seu negócio. Depois, procure quais instituições financeiras operam
com essas linhas. Essa pesquisa é muito importante, porque as condições de custos,
prazos e limites, por exemplo, podem variar bastante de banco para banco. Fique atento!

34
1ª Temporada: MEI

Crédito para enfrentar a pandemia


Entre as medidas anunciadas pelas autoridades para o enfrentamento dos efeitos da
crise causada com a paralisação das atividades empresariais estão as que visam ampliar
os recursos para a oferta de crédito diferenciado aos pequenos negócios. Uma parceria
entre o Sebrae e a Caixa, anunciada em meados de abril, ampliou a oferta de linhas de
crédito para financiamento de capital de giro para Micro e Pequenas Empresas (MPE)
e Microempreendedores Individuais (MEI), com garantias complementares concedidas
pelo Sebrae por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe).

Para o MEI, o valor máximo que pode ser contratado pela Caixa é de R$ 12,5 mil, com
taxa de 1,59% ao mês. O financiamento poderá ser pago em 24 meses após o período
de carência, que é de nove meses após a liberação do crédito. As condições para os pe-
quenos negócios acessarem a linha de crédito com garantias do Fampe pela Caixa são: 

f Ter pelo menos 12 meses de faturamento;

f Não ter restrições no CNPJ ou no CPF do proprietário ou dos sócios.

CONFIRA AQUI o passo a passo para solicitar o crédito com garantia do


Fampe à Caixa. E lembre-se de que você pode contar com o Sebrae para
te ajudar com planilhas e consultores especializados em gestão financeira.

35
Sebrae Responde

O QUE MUDA NA LEGISLAÇÃO DO


SEU NEGÓCIO EM TEMPOS DE
CORONAVÍRUS?
Em abril, os governos anunciaram um conjunto de medidas para apoiar os pequenos
negócios que estão sofrendo os impactos da pandemia do coronavírus. E neste cenário,
os mais de 10 milhões de Microempreendedores Individuais (MEI), maioria dos peque-
nos negócios brasileiros, foram fortemente afetados pela crise.

Então, vamos ver quais foram as mudanças na legislação que impactaram quem é MEI e
passaram a valer nesse período de pandemia.

A principal delas é a prorrogação da data de vencimento das guias do Documento de


Arrecadação do Simples Nacional (DAS), uma das primeiras medidas de enfrentamento
à crise econômica anunciada pelo governo federal, com o objetivo de dar fôlego para
os MEI ajustarem suas contas. As guias com vencimento nos dias 20 de abril, 20 de
maio e 22 de junho foram prorrogadas para 20 de outubro, 20 de novembro e 21 de
dezembro, respectivamente.

Outra medida foi o novo prazo para a entrega da Declaração Anual de Faturamento do
Simples Nacional (DASN), prorrogado do dia 31 de maio para 30 de junho de 2020. O
envio desta declaração é obrigatório para comprovar o valor total das vendas de produ-
tos e/ou prestação de serviços (em dinheiro, cheque e/ou cartão) efetuados com ou sem
emissão de notas fiscais, sem dedução de nenhuma despesa, referente ao ano anterior,
neste caso, 2019. O envio da declaração deve ser feito pelo Portal do Empreendedor. O
MEI que não entregar a DASN ficará impedido de emitir o DAS, ficando sujeito a multa e
ainda juros pelo atraso no pagamento dos tributos.

Auxílio emergencial
O auxílio emergencial de R$ 600, aprovado pelo governo federal em abril, beneficia prin-
cipalmente quem é trabalhador informal ou MEI e não tem outra fonte de renda  du-
rante a pandemia do novo coronavírus. A medida deve durar, a princípio, três meses,

36
1ª Temporada: MEI

mas pode ser prorrogada. O valor poderá ser acumulado por até dois membros de uma
mesma família,  chegando a R$ 1.200. Os pagamentos começaram a ser feitos no dia
9 de abril, com expectativa de que as três parcelas do auxílio, previstas em lei, sejam
depositadas até o final de maio.

É importante ressaltar que quem é MEI pode receber o benefício mesmo se estiver de-
vendo a contribuição mensal (Documento de Arrecadação do Simples Nacional – DAS).

Outra condição para receber o auxílio emergencial é ter renda familiar mensal de até
três salários mínimos (R$ 3.135) ou de até meio salário mínimo (R$ 522,50) por pessoa.
Quem recebe aposentadoria ou benefício de outro programa de transferência de renda fe-
deral, a não ser o Bolsa Família, não pode receber o auxílio. Também está vetado o auxílio
para quem tiver recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.

Medidas trabalhistas
As medidas provisórias 927 e 936 flexibilizam regras trabalhistas, viabilizando soluções
para as empresas diante do cenário de suspensão de atividades. Como os MEI podem
ter até um funcionário, esse colaborador também poderá se encaixar na mesma situa-
ção que empregados de outras empresas.

A MP 927 prevê, entre outras ações que podem ser adotadas pelo MEI: o teletrabalho, a
antecipação de férias individuais, o aproveitamento e a antecipação de feriados, o banco
de horas, a suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde do trabalho, o
direcionamento do trabalhador para qualificação e a suspensão do recolhimento do FGTS.

Já a MP 936, que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da


Renda, estabelece uma série de medidas trabalhistas complementares para o enfrenta-
mento da crise. Entre as ações previstas pelo programa estão o pagamento de Benefício
Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda para os casos de redução proporcional
de jornada de trabalho e de salários e de suspensão temporária do contrato de trabalho.

Formalização em tempos de coronavírus


A formalização como MEI surgiu para incentivar profissionais que trabalham de maneira
informal e autônoma a regularizarem a sua situação e ter um novo status no mercado,
com direitos que não faziam parte da sua realidade.

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Sebrae Responde

Dez anos depois da criação desta categoria, as formalizações tem contribuído para o
aquecimento da economia, redução do desemprego, aumento da arrecadação e com-
bate à informalidade. Apesar do avanço do novo coronavírus impactar negativamente
a economia, a formalização como MEI pode ser uma alternativa para geração de renda
durante a crise.

O momento ainda é de incertezas, mas a regularização é uma opção para atuar em


segmentos que se mantêm aquecidos. Fique atento aos benefícios da formalização do
seu negócio e o que a legislação permite para a atuação como MEI.

O Sebrae Minas possui uma série de


conteúdos para ajudar e orientar os
empreendedores neste desafio.

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