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Luiz Signates
Universidade Federal de Goiás
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All content following this page was uploaded by Luiz Signates on 19 May 2019.
Resumo:
Paz é ausência de conflito? Se for, a paz é um sonho impossível fora do solipsismo, pois
a alteridade é constitutiva, irredutível e, por sua própria condição, ameaçadora. Este
texto busca tecer considerações conceituais em filosofia da comunicação, para
demonstrar como a noção de alteridade, da forma como vem sendo trabalhada em
diversas disciplinas, aplicada a uma conceituação habermasiana de comunicação,
pode servir para compor um conceito de paz que não elimine a noção de conflito. A
teoria habermasiana da ação comunicativa redefine nos termos de uma ética política
a idéia de comunicação, liberando-a das amarras tecnicistas e estratégico-
instrumentais com que vem sendo tratada. Com isso, a comunicação é elevada à
categoria de racionalidade não teleológica e orientada ao entendimento,
contribuindo para compor um conceito de paz como gestão comunicativa do
conflito ou como conflito não violento.
Palavras-chaves: Comunicação, alteridade, violência, conflito, paz
Introdução
“Se vis pacem, para bellum”. Uma noção conflitiva de paz pode,
por outro lado, encaminhar-se à frágil noção de paz armada, como
fora a guerra fria, realidade em que a paz só é garantida pela tensão
contínua entre adversários que se mantenham ameaçando
permanentemente um ao outro. Por tal razão, um conceito de paz que
inclua possibilidades conflitivas, tem tudo para afigurar-se contraditório
por definição, uma vez que a presença do conflito, qualquer que ele
seja, constitui elemento de perturbação no meio onde aparece.
1 Ver, por exemplo, a crítica do consensualismo feita por Rancière (1996, p. 55).
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Bibliografia