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Esta fábula de Esopo, também reescrita por Jean de La Fontaine, ensina que quando
não aceitamos as nossas próprias limitações, perdemos a oportunidade de corrigir as
nossas falhas…
Moral da História: É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.
Usou de todos os seus dotes, conhecimentos e artifícios para apanhá-las, mas como
estavam fora do seu alcance, acabou cansando-se em vão, e nada conseguiu.
Quando já estava indo, um pouco mais à frente, escutou um barulho como se alguma
coisa tivesse caído no chão… Voltou correndo pensando ser as uvas.
Mas quando chegou lá, para sua decepção, era apenas uma folha que havia caído da
parreira. A raposa, decepcionada, virou as costas e foi-se embora de novo.
Fábula de Esopo
Um Susto de História com uma Bruxa Feia e um Gato Preto
Estás a imaginar a cena, não estás? O que tu não imaginarias – nem ela, provavelmente
– é que, nas redondezas, uma figura baixota, atarracada, mas com um chapéu enorme
que parecia fazê-la mais alta e roupas negras que praticamente a tornavam invisível no
negro da noite se encaminhava para sua casa e estava, aliás, já ali bem perto.
O chapéu em cone, de abas largas e de cor também negra; as roupas que vestia e
sobretudo aquela cara, em que não faltava um nariz disforme, onde saltava à vista uma
verruga – Sim! Tinha uma enorme verruga no nariz – a vassoura que trazia numa das
mãos e arrastava pelo chão… não havia engano possível… quem se aproximava, a
coberto da noite, era uma figura verdadeiramente sinistra.
A sobrepor-se aos fracos sons que resultavam dos gestos tantas vezes repetidos e à sua
voz ainda melodiosa, ouviram-se cinco fortes pancadas na porta.
O quê! Pensavas que era uma bruxa? Embora pudesse parecer, não! Não era uma bruxa!
Era mesmo apenas uma velhinha que, com mão trémula, abriu a porta devagar…
Olhou a bruxa nos olhos – olhos que mal se viam na carantonha horrível…
Esta sim, era uma bruxa! Aquela cara feiosa, com a enorme verruga no nariz – também
ele bastante avantajado e adunco – e um ar malévolo era, sem ponta de dúvida, a de
alguém que queria assustar, que queria que ninguém tivesse dúvidas de que estava na
presença de uma bruxa má.
– Só escapas se me deres já… aquilo que já sabias que eu hoje… cá viria procurar!
E a bruxa entrou pela casa com o ar decidido de quem sabe bem o que quer. Já dentro da
casa a sinistra figura pôs a mão à cara horrenda e, determinada, puxou pelo nariz.
Com a outra mão, pegou em algo que os dedos trémulos da velhinha seguravam… e
levou à boca. Depois, com a beiça lambuzada do chupa-chupa, deu um beijo doce à avó.
A vassoura, a máscara e o chapéu do disfarce do dia das bruxas lá ficaram, atirados para
um canto.
– Claro! Isso pergunta-se? A sopa da avó é a melhor do mundo. O resto do chupa fica
para depois…
E a menina deu a mão à avó e, seguidas pelo pachorrento gato preto, dirigiram-se à
cozinha.