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PRODUÇÃO DE GROGUE
Bragança
2023
Introdução
No âmbito da unidade curricular de Biotecnologia Vegetal, que faz parte da licenciatura de
Biologia e Biotecnologia, no Instituto Politécnico de Bragança.
O objetivo principal é perceber como um determinado alimento é processado até o seu
produto final. Deste modo, nesta pesquisa, exploraremos em detalhes o processo de
produção do grogue, desde as etapas iniciais de plantio da cana-de-açúcar até a colheita e
destilação, analisando cada fase e os fatores que influenciam na qualidade final da bebida.
Ao compreendermos a complexidade envolvida em todo o processo, poderemos apreciar
ainda mais a história e a cultura por trás do grogue.
O Governo tem vindo a desenvolver esforços para regular a produção de Grogue com vista
a garantir a sua qualidade e segurança. Existe também, uma confraria do Grogue em Santo
Antão (CONGROGUE) que procura garantir a qualidade de produção desta bebida
A cana de açúcar é
originária das regiões tropicais do
Sul e do Sudeste da Ásia.
Diferentes espécies
provavelmente tiveram origem em
locais diferentes, sendo a
Saccharum barberi originária da
Índia e a S. Officinarum na Nova
Guiné. Teoriza-se que a cana foi
domesticada pela primeira vez
como uma cultura agrícola na
Nova Guiné, cerca de 6000 a.C.
A cana-de-açúcar é um grupo de espécies de gramíneas perenes altas do gênero
Saccharum, tribo Andropogoneae nativas das regiões tropicais do sul da Ásia e da
Melanésia e utilizadas principalmente para a produção de açúcar. Tem caules robustos,
fibrosos e articulados que são ricos em sacarose. A planta tem entre dois e seis metros de
altura. As folhas, alternadas, são divididas em duas fileiras opostas e têm um ramo de cerca
de 1 m de comprimento por 2 a 10 cm de largura, pesando cerca de 300 g e mais. A
inflorescência é uma panícula terminal de cinquenta centímetros a um metro de
comprimento. No cultivo, a cana é geralmente cortada antes da floração. É uma planta
perene por sua estirpe rizomatosa.
Todas as espécies de cana-de-açúcar mestiças e as principais cultivares comerciais são
híbridos complexos.
Pertence à família Poaceae uma família de plantas economicamente importantes,
como milho, trigo, arroz e sorgo e muitas culturas forrageiras. O Brasil é, hoje, o principal
produtor de cana-de-açúcar do mundo. Seus produtos são largamente utilizados na produção de
açúcar, álcool combustível, bioeletricidade, a energia elétrica do bagaço da cana, e, mais
recentemente, biodiesel, etanol, melaço, vinhaça, cachaça, sendo o açúcar refinado o principal.
Apesar de servir como matéria-prima para diversos produtos, a cana-de-açúcar pode ser
ingerida pura e é benéfica para a saúde. Ela é rica em vitaminas e minerais, sendo
amplamente utilizada na Ayurveda e em tratamento de doenças, como inflamação e
hemorragia. Possui policosanóis, que estão presentes principalmente na cera. Um
estudo feito com policosanóis administrados por via oral em coelhos constatou uma
diminuição do nível de colesterol total e do colesterol LDL.
Plantação da cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar é plantada em solos férteis e bem drenados durante a época das chuvas,
geralmente entre os meses de julho e setembro. As sementes são colocadas em fileiras a
uma distância de cerca de um metro uma da outra. Também podem ser plantadas usando o
caule de uma outra cana mãe enterrados em um buraco com 5 cm maior do que os
pedaços de caule. Não devem ser plantados na vertical senão não crescem devem ser
plantados os caules numa posição
oblíqua devem ser removdas as folhas
ou flores. Os brotos começam a crescer
a partir dos nós do caule.
Colheita da cana-de-açúcar
Nessa fase, o açúcar presente no caldo de cana é convertido em álcool pela ação de
leveduras, resultando em um líquido fermentado que servirá como base para a destilação.
O líquido coletado nas primeiras etapas da destilação, conhecido como "cabeça", contém
compostos indesejáveis, como metanol, que são tóxicos em altas concentrações. Portanto,
a cabeça é geralmente descartada ou utilizada em pequenas quantidades para outros fins.
O líquido coletado posteriormente, conhecido como "coração", é a parte desejada do
grogue, pois contém o álcool etílico de qualidade. Por fim, a destilação termina com a coleta
da "cauda", que também possui compostos indesejáveis e é normalmente descartada.
Recolha
Finalmente, o grogue é recolhido dos barris e engarrafado para ser vendido. O grogue pode
ser vendido em diferentes graus de álcool, variando de 38% a 60%. É comumente
consumido em Cabo Verde como uma bebida pura ou misturado com água ou refrigerante.
Este é o processo básico de produção do grogue, que tem sido uma parte importante da
cultura cabo-verdiana há séculos. No entanto, é importante lembrar que a produção de
grogue é um processo que requer habilidade e conhecimento, e deve ser feita com cuidado
para garantir a segurança e a qualidade da bebida.
Esse néctar da cana de açúcar é armazenado em barris e é misturado com água – sendo o
doseamento fundamental para garantir a diluição certa.
Depois é levado a ferver num alambique, para fermentar, sendo produzido grogue, quecx
posteriormente é engarrafado e distribuído.
Nalguns locais de Santo Antão é possível ver o processo artesanal da produção de grogue,
e provar esta bebida. Apenas para maiores de idade.
Pode também comprar algumas garrafas de Grogue para levar consigo, ao mesmo tempo
que ajuda a economia local.
Importância Socioeconômica
Conclusão
Em suma, o grogue não é apenas uma bebida alcoólica, mas também um símbolo de
identidade e patrimônio para o povo cabo-verdiano. Sua produção artesanal, sua
importância econômica e sua valorização cultural fazem do grogue uma parte inseparável
da história e do presente de Cabo Verde, preservando tradições ancestrais e enriquecendo
a vida das comunidades locais.
Referências bibliográficas