Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Família
A família é composta por 7 membros, sendo Carlindo José de Medeiros (70 anos) e
Marilza Mariano Medeiros (65 anos) residentes na propriedade e 5 filhos do casal, sendo eles:
Wener Marq Medeiros (48 anos; 1974 - 2014), Roseane Medeiros (46 anos), Flávio Mariano
Medeiros (44 anos) e as gêmeas Fabiane e Franciane (43 anos). Ambos casados e com família
formada.
Imagem 01: foto das alternantes Maria Alice e Ámyla juntas com os mestres de estágio Carlindo e Marilza.
Propriedade
A propriedade está localizada na LH MP 61, KM 7, LT 342, GB 02, STR PA em
Machadinho D´Oeste, possuindo uma área de 49 hectares. Conta com uma casa de 187,64 m²,
o viveiro de mudas de café clonal com dimensões de 25x25 (625m²), dois poços artesianos,
uma nascente e um curral com 230,17 m² e bem organizado com uma área para realizar
limpeza de materiais. Na área da pastagem existe a disposição de cochos de água e
alimentação para os bovinos, e com um total de 36 bovinos da raça nelore. Dispõe também de
um chiqueiro em bom estado com apenas um casal de suínos. Possui algumas galinhas
caipiras; um cavalo SRD (sem raça definida), segundo o produtor, é da raça quarto de milha e
4 cachorros na propriedade, sendo três deles de médio porte e um cachorro pinscher.
Mão de obra empregada
É utilizada da mão de obra familiar, ou seja, o Sr. Carlindo e Sra. Marilza com o
auxílio dos filhos. O Sr. Carlindo trata das criações (porcos e galinhas) e realiza o cuidado na
plantação do café e cacau, já a Sra. Marilza cuida dos afazeres de casa e de suas plantas, as
quais estão ao redor da casa. Algumas vezes, seu filho Flávio os visita e auxilia em algum
afazer necessário.
O Sr. Carlindo utiliza mão de obra externa de pessoas contratadas por ele para
trabalhar no viveiro, sendo feita uma parceria agrícola diarista, onde o pagamento é feito por
diária, de segunda à sexta; variando o valor pelo serviço realizado, sendo:
● corte de brotos de café R$ 100/dia;
● enchimento de sacolinhas no viveiro R$ 80/dia.
Café:
Na propriedade Boa Esperança são cultivadas algumas variedades do café (Coffea),
sendo: 05, 06 e 08, ambos da família Rubiaceae; bem como um tipo de café desenvolvido
pelo Sr. Carlindo: o CM 46, o qual ainda precisa ser analisado e aprovado pela IDARON
(Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia) para ser
comercializado e utilizado por outros produtores. Ao total estão plantados 14.500 pés de café
(em duas áreas diferentes, sendo a área produtiva de 3 hectares com 10.000 pés), ao passo que
a finalidade é comercialização, de acordo com o Sr. Carlindo, na colheita deste ano conseguiu
um total de 800 sacas. A outra área de plantio de café (4.500 cultivares) é nova, tendo 1 ano
de plantação. Já a área produtiva possui 3 anos.
Durante o período de estágio, a alternante iniciou realizando a retirada e corte dos
brotos de café utilizando um alicate, retirando apenas os ramos ortotrópicos, que são
utilizados para fazer as mudas por meio de estaquia. Para corte dos brotos o critério é ter 5 cm
de caule e duas folhas, uma de cada lado, para que, de acordo com o Sr. Carlindo, o broto
tenha uma área foliar considerável para realizar fotossíntese e desenvolver-se. Já para
desenvolver as mudas de café clonal é necessário que o espaço das sacolas no viveiro esteja
organizado e as sacolas cheias com terra, assim a haste do café será introduzida, sobrando
1cm fora da terra.
Foi observado que nos pés de café há incidência de cochonilha (Dactylopius coccus)
tanto nos galhos quanto nas folhas da planta
Descrição: broto de café cortado, terreiro suspenso e muda de café clonal 06.
Banana:
A propriedade possui variedades da banana, sendo um plantel bem disperso em
áreas diferentes na propriedade (atrás do viveiro de mudas de café e próximo aos pés de
cacau), como banana da terra (Musa paradisiaca), banana maçã (Musa acuminata) e banana
prata (Musa acuminata Cavendish). Em média tem-se 150 pés das três variedades, as quais a
produção é destinada apenas para consumo da família.
Imagem: banana maçã atrás do viveiro. Imagem: banana prata próximo ao cacau.
Tratos culturais
Café:
Para o bem cuidar da plantação de café, o Sr. Carlindo realiza a poda, como no
período de estágio já havia sido feita a colheita, realizamos a poda. Consiste em utilizar de
alguma ferramenta para retirar os galhos altos e um pouco abaixo, como um alicate ou foice.
Também é feita a limpeza abaixo do pé de café, onde utilizamos de rastelos para recolher as
folhas acumuladas. Lá são desenvolvidos os seguintes tipos de podas: Segundo Agrogalaxy
(2022), a desbrota evita tombamento e quebra dos brotos e deixando de dois a três brotos por
pé; o que desabafa o pé de café com a retirada dos galhos secos.
Também são utilizados alguns fungicidas e minerais como:
Fonte: Macedo, Ámyla Veiga; Gonçalves, Maria Alice Ribeiro de Souza. (2022).
Cacau:
Na plantação de cacau, o Sr. Carlindo realiza a poda e limpeza na base das plantas,
recolhendo os galhos secos e folhas. Não foi observada a aplicação de nenhum adubo ou
fungicida. É realizada apenas a poda recorrente de manutenção dos pés de cacau sendo
retirados galhos secos, ramos doentes e com má formação, o que melhora o desenvolvimento
da planta com a retirada de galhos não necessários.
Banana:
O plantel de bananeiras é bem disperso e variado e como observado, o Sr. Carlindo
apenas desbasta as folhas e faz o corte da bananeira, assim não realizando outros tipos de
cuidados.
Mandioca:
Os tratos culturais nestas plantas consistem em apenas carpir ao redor dos pés de
mandioca para retirar as plantas daninhas.
Gestão da propriedade
Para a irrigação, é usado um motor 7,5 CV com a bomba, o qual puxa água de uma
das nascentes da propriedade. Nas duas áreas de café (uma com 10 mil pés e outra com 4.500)
é realizada a irrigação por micro aspersão com o uso do microjet vermelho, o qual lança cerca
de 35 L de água por hora.
No período de estágio a alternante teve de realizar a retirada das mangueiras do
cafezal para serem reparadas e repostas, já que foram danificadas por uma roçagem em volta
dos pés de café, e foram muitas mangueiras a serem trocadas. Inclusive o cano principal, o
qual teve de ser trocado. Após a troca das mangueiras, o último passo foi colocá-las no lugar,
abaixo dos pés de café.
Também o encanamento que leva a água até as mangueiras é antigo e suscetível a
estourar e prejudicar a plantação.
De acordo com Matiello (2017), a irrigação dos cafezais é um fator importante em
função de problemas e mudanças climáticas, o que permite o desenvolvimento do cafezal na
época da seca, por isso é importante também que o sistema de irrigação seja revisado para
serem feitos reparos, evitando possíveis acidentes onde a plantação seja comprometida
negativamente.
Viveiro:
No viveiro de mudas de café é onde são cultivadas as mudas de café clonal, sendo de
diversas variedades como o 05, 06 e 08. É dividido em 24 canteiros, onde cabem 5 mil mudas,
espaçados por pequenos corredores e um corredor central. Tem um tamanho de 25 m de
comprimento e 25 m de largura, com um total de 625 m².
As atividades realizadas consistem em alinhar os canteiros, encher as sacolas com
terra (peneirada e misturada com calcário e NPK) e plantar os caules de broto de café por
meio de estaquia. A alternante realizou o plantio das hastes de 5cm em sacolas com um
tamanho de 10cm x 20cm no período da tarde nos dias de estágio, consistindo em mais de 5
mil brotos plantados, em média.
Imagem: processo de peneiragem e mistura da terra com elementos químicos.
Fonte: Fonte: GONÇALVES, Maria Alice Ribeiro de Souza. (2022)
No viveiro, a irrigação das mudas é realizada por meio de “bailarinas”, que são
ligadas por sistema automático a cada 20 min por uma válvula elétrica, já que como as hastes
hão de estar em desenvolvimento é necessário irrigar na quantia certa devido ao calor. Lá
deve sempre estar em observação se há concentração de água em alguma área específica, para
evitar empoçamentos. Observa-se que as “bailarinas” não estão bem posicionadas, o que
atinge diretamente as mudas, molhando mais determinada área e deixando de molhar outras,
sendo que algumas mudas morrem por conta da falta e da concentração de água.
Presente Futuro
Fonte: Gonçalves, Maria Alice Ribeiro de Souza (2022)
PLANO DE AÇÃO DA ANÁLISE FOFA