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segunda-feira, 21 de julho de 2008 09:38:03
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Norma Regulamentadora de
Segurança e Saúde nos
Trabalhos em Espaços
Confinados - NR33
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

Índice:

1. Introdução 3
2. Legislação 4
3. Condição de Entrada 15
4. Atmosfera de Risco 16
4.1 Gases e Vapores Inflamáveis 16
4.2 Poeiras Combustíveis 29
4.3 Deficiência e Excesso de Oxigênio 32
4.4 Gases Tóxicos (LT, IPVS) 35
5. Riscos Físicos 40
5.1 Atmosfera Aquecida / Atmosfera Fria 40
5.2 Riscos de Queda 43
5.3 Indução de Corrente 43
5.4 Radiações Ionizantes / Não Ionizantes 44
5.5 Vibração e Ruído 44
6. Riscos Biológicos 46
7. Riscos Químicos 51
8. Riscos Ergonômicos 52
9. Riscos Mecânicos 52
10. Definições 53
11. Bibliografia 58
1. Introdução

Importância da NR

Ÿ Riscos “Invisíveis” existentes


Ÿ Gravidade dos Acidentes
Ÿ Mortes em “Série”
Ÿ Diversidade dos Espaços Confinados
Ÿ Reduzido número de profissionais com conhecimento do assunto

Legislação Utilizada

Ÿ NBR 14787 da ABNT (Espaço confinado – Prevenção de acidentes, procedimentos e


medidas de proteção, publicada em dezembro/2001, sob coordenação de Paula Scardino)

Ÿ NORMA NIOSH (Trabalhando em Espaços Confinados)

Ÿ NORMA OSHA (Espaço confinado que requer permissão de entrada )

Consulta Pública

Ÿ Portaria Nº 30, de 22/10/2002


(90 dias para o recebimento de sugestões )

Ÿ Portaria Nº 46, de 06/03/2003


(Prorroga por 90 dias o prazo para sugestões )

Comissão Tripartite Paritária Permanente

Ÿ Aprovação na 47ª Reunião Ordinária da CTPP, realizada em 14/09/2006

Ÿ Publicação no D.O.U. em 27/12/2006


(Entrada em vigor 90 dias após a publicação)

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

2. Legislação: NR-33

33.1 Objetivos e definições

33.2 Responsabilidades

33.3 Gestão de SST em espaços confinados

33.4 Emergência e Salvamento

33.5 Disposições Gerais

33.1 Objetivos e definições

Estabelecer requisitos mínimos para identificação dos espaços confinados e o


reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a
garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente nestes espaços.

a)...qualquer área não projetada para ocupação contínua


b)... a qual tem meios limitados de entrada e saída
c)... ou na qual a ventilação existente é insuficiente para remover
contaminantes perigosos e/ou deficiência/ enriquecimento de oxigênio
que possam existir ou se desenvolverem.

4
33.2 Responsabilidades

33.2.1 Cabe ao Empregador

• Indicar formalmente um responsável técnico pelo cumprimento da Norma;

• Identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento ou de sua


responsabilidade;

• Identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;

• Implementar a gestão em SST em espaços confinados, por medidas técnicas,


administrativas, pessoais e de emergência e salvamento,

• Garantir a capacitação continuada dos trabalhadores;

• Garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão da


PET – Permissão de Entrada e Trabalho;

• Fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde


desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores;

• Acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores


das empresas contratadas provendo os meios e condições para que eles possam atuar
em conformidade com esta NR;

• Interromper o trabalho em caso de suspeição de condição de riscos grave e iminente,


procedendo ao imediato abandono do local;

• Garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada


acesso aos espaços confinados;

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

2. Legislação: NR-33

33.2.2 Cabe aos Trabalhadores

• Colaborar com a empresa no cumprimento desta NR;

• Utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa

• Comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de risco para sua segurança


e saúde ou de terceiros, que sejam de seu conhecimento;

• Cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com


relação aos espaços confinados;

33.3 Gestão de SST nos trabalhos em espaços confinados

• A gestão de segurança e saúde deve ser planejada, programada, implementada e


avaliada, incluindo medidas técnicas, medidas administrativas e medidas pessoais e
capacitação para trabalho em espaços confinados;

33.3.2 Medidas Técnicas

• Identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de


pessoas não autorizadas;

• Antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;

• Proceder à avaliação e controle dos riscos atmosféricos, físicos, químicos,


biológicos, ergonômicos e mecânicos;

• Prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;

• Avaliar a atmosfera nos espaços confinados para verificar se as condições de


entrada são seguras;

• Manter condições atmosféricas aceitáveis na


entrada e durante toda a realização dos
trabalhos, monitorando, ventilando, purgando,
lavando ou inertizando o espaço confinado;

6
Monitorar continuamente a atmosfera nos espaços
Ÿ
confinados nas áreas onde os trabalhadores estiverem
desempenhando as suas tarefas, para verificar se as
condições de acesso e permanência são seguras;

Proibir a ventilação com oxigênio puro;


Ÿ

Testar os equipamentos antes de cada utilização;


Ÿ

As avaliações atmosféricas iniciais devem ser realizadas fora do espaço


Ÿ
confinado;

Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio ou explosão em


Ÿ
trabalhos a quente, tais como solda, aquecimento, esmerilhamento, corte ou outros que
liberem chama aberta, faíscas ou calor;

Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação,


Ÿ
soterramento, engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade estática,
queimaduras, quedas, escorregamentos, impactos, esmagamentos, amputações e outros
que possam afetar a segurança e saúde dos trabalhadores;

33.3.3 Medidas Administrativas

Ÿ Definir medidas para isolar, sinalizar, eliminar ou controlar os riscos do espaço


confinado;

Manter a sinalização ao lado permanente junto à entrada


Ÿ
do espaço confinado:

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

2. Legislação: NR-33

33.3.3 Medidas Administrativas

• Manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive os


desativados, e respectivos riscos;

CADASTRO DEDEESPA
CADASTRO ÇOSCONFINADOS
ESPAÇOS CONFINADOS

1. IDENTIFICAÇÃO

Número:

Área:

Localização:

Nome do Equipamento: FOTO DO EQUIPAMENTO

Tipo de Equipamento:

Periodicidade de Abertura:

Posição:

Altura: Ventilação Necesssária:

2. ACESSOS
2. ACESSOS (Bocas
(Bocas de de Visitas)
Visitas)

Quantidade: Dimensão:

Nota:
3. PRODUTOS PRESENTES NO EQUIPAMENTO (Informa ções Físico-Químicas e Toxicológica)

4. ANÁLISE DE RISCOS e SISTEMAS DE BLOQUEIO

Risco Químico

Risco Físico

Risco Biológico

Risco Ergonômico

Risco de Acidente

5. SISTEMA DE RESGATE / EQUIPE DE RESGATE

Equipe:

Tipo de Resgate:

Equipamentos de Resgate:

DESENHO (Lay out interno, pontos de ancoragens,


sistemas de resgate, etc..)

OBS:

Detalhar a forma de resgate,

sistemas de resgate utilizados, etc...

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Adaptar
Ÿ o modelo de PET, previsto no Anexo II, às peculiaridades da empresa e dos seus
espaços confinados;

Possuir
Ÿ um sistema de controle que permita a rastreabilidade da PET;

Entregar
Ÿ para um dos trabalhadores autorizados e ao Vigia cópia da PET;

Encerrar
Ÿ a PET quando as operações forem completadas, quando ocorrer uma condição
não prevista ou quando houver pausa ou interrupção dos trabalhos;

Manter
Ÿ arquivados os procedimentos e as PETs por 5 anos;

Disponibilizar
Ÿ os procedimentos e PET para o conhecimento dos trabalhadores
autorizados, seus representantes e FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO;

Designar
Ÿ as pessoas que participarão das operações de entrada, identificando os deveres
de cada trabalhador e providenciando a capacitação requerida;

Estabelecer
Ÿ procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e interior dos espaços
confinados;

Assegurar
Ÿ que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciado com acompanhamento
e autorização de supervisão capacitada;

Garantir
Ÿ que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e medidas de controle
existentes no local de trabalho;

Implementar
Ÿ um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise do risco,
considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido;

• A PET é valida somente para uma entrada;

O procedimento para trabalho deve contemplar, no mínimo: objetivo, campo de aplicação,


Ÿ
base técnica, responsabilidades, competências, preparação, emissão, uso e cancelamento da
PET, capacitação para os trabalhadores, análise de risco e medidas de controle;

Os procedimentos para trabalho em espaços confinados e a PET devem ser avaliados no


Ÿ
mínimo uma vez ao ano e revisadas sempre que houver alteração dos riscos, com a
participação do SESMT e da CIPA.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

2. Legislação: NR-33

33.3.3 Medidas Administrativas

• Os procedimentos de entrada em espaços confinados devem ser revistos quando


da ocorrência de qualquer uma das circunstâncias abaixo:

a) entrada não autorizada num espaço confinado;


b) identificação de riscos não descritos na PET;
c) acidente, incidente, ou condição não prevista durante a entrada;
d) qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na configuração do espaço confinado;
e) solicitação do SESMT ou da CIPA;
f) identificação de condição de trabalho mais segura;

33.3.4 Medidas Pessoais

• Todo o trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve ser submetido a
exames médicos específicos para a função que irá desempenhar, conforme estabelecem as
NRs 7 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais
com a emissão do respectivo ASO;

• Capacitar todos os trabalhadores envolvidos direta ou


indiretamente com os espaços confinados, sobre seus
direitos, deveres, riscos e medidas de controle;

• É vedada a realização de qualquer trabalho em


espaços confinados de forma individual ou isolada;

Recomendação ANAMT - Saúde Física e Mental:

Algumas características sobre os profissionais selecionados, restrições:


Excesso de peso;
Alergia respiratória tipo asma, rinite alérgica (necessidade de uso de máscaras contra gases,
vapores ou poeiras, ou suprimento de ar puro);
doença cardiovascular com hipertensão arterial; arritmia cardíaca, insuficiência coronariana;
transtornos mentais e neurológicos como ansiedade, esquizofrenia, depressão, distúrbio
bipolar, epilepsia, fobia de altura (acrofobia), fobia de locais fechados (claustrofobia) e outras;
Fonte: ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho

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Boas Práticas:

Qualquer doença em fase aguda desde gripe, sinusite,


dermatose e outras – é importante perguntar ao trabalhador
sobre seu estado de saúde ANTES do ingresso ao espaço
confinado.

Riscos Psicossociais: influência na saúde mental dos


trabalhadores, provocadas pelas tensões da vida diária,
pressão do trabalho e outros fatores adversos.

O número de trabalhadores envolvidos na execução dos trabalhos em espaços


confinados deve ser determinado conforme a análise de risco:

Responsável Supervisor Vigia Trabalhador


Técnico de Entrada Autorizado

O Supervisor de Entrada deve desempenhar as seguintes funções:

a) emitir a PET antes do início das atividades;


b) executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos contidos na PET;
c) assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam disponíveis;
d) cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando necessário;
e) encerrar a PET após o término dos serviços;

O Supervisor de Entrada pode desempenhar a função de vigia;

O Vigia deve desempenhar as seguintes funções:

a) manter continuamente a contagem precisa do número autorizado nos espaços


confinados e assegurar que todos saiam ao término da atividade;
b) permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato permanente com os
trabalhadores autorizados;
c) adotar procedimentos de emergência, acionando a equipe de salvamento, pública ou
privada, quando necessário;
d) operar os movimentadores de pessoas;
e) não realizar outras tarefas que possam comprometer o dever principal que é o de
monitorar e proteger os trabalhadores autorizados;
f) ordenar o abandono do espaço confinado sempreque reconhecer algum sinal de alarme,
perigo, sintoma, queixa, condição proibida, acidente, situação não prevista ou quando não
puder desempenhar efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro vigia;

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

2. Legislação: NR-33

Cabe ao empregador fornecer e garantir que todos os trabalhadores que adentrem em


Ÿ
espaços confinados disponham de todos os equipamentos para controle de riscos,
previstos na PET;

Em caso de existência de atmosfera IPVS, o espaço confinado somente pode ser


Ÿ
adentrado com a utilização de máscara autônoma com demanda de pressão positiva ou
com respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape;

33.3.5 Capacitação para trabalhos em espaços confinados

É vedada a designação para trabalhos em espaços


Ÿ
confinados sem a prévia capacitação do trabalhador;

Os trabalhadores autorizados e vigias devem


Ÿ
receber capacitação periodicamente, a cada 12 meses;

A capacitação dos trabalhadores e vigias deve ter


Ÿ
carga horária mínima de 16 horas e ser realizada
dentro do horário de trabalho;

Conteúdo Programático Vigias e Trabalhadores Autorizados

Definições;
Ÿ
Reconhecimento, avaliação e controle dos riscos;
Ÿ
Funcionamento de equipamentos utilizados;
Ÿ
Procedimentos e utilização da PET;
Ÿ
Noções de Resgate e Primeiros Socorros
Ÿ

Capacitação para Supervisores de entrada

Os Supervisores de Entrada devem receber capacitação específica, com carga horária


Ÿ
mínima de 40 horas, e ser realizada dentro do horário de trabalho;

• Os instrutores designados pelo responsável técnico, devem possuir comprovada


proficiência no assunto.

* Proficiência: competência, aptidão, capacitação e habilidade aliadas à experiência.

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Conteúdo Programático para Supervisores de Entrada

Ÿ Definições;

Ÿ Reconhecimento, avaliação e controle dos riscos;

Ÿ Funcionamento de equipamentos utilizados;

Ÿ Procedimentos e utilização da PET;

Ÿ Noções de Resgate e Primeiros Socorros;

Ÿ Identificação dos Espaços Confinados;

Ÿ Critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos;

Ÿ Conhecimentos sobre práticas seguras;

Ÿ Legislação de segurança e Saúde no Trabalho;

Ÿ Programa de Proteção Respiratória;

Ÿ Área Classificada;

Ÿ Operações de salvamento.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

2. Legislação: NR-33

Emergência e Salvamento

O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de emergência e resgate


adequados aos espaços confinados incluindo:

a) descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da


Análise de Risco;
b) descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros em caso
de emergência;
c) seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação,
iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e
transporte de vítimas;
d) acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela
execução das medidas de resgate e primeiros socorros para cada
serviço a ser realizado;
e) exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de
acidentes em espaços confinados;

Ÿ O pessoal responsável pela execução das medidas de salvamento deve possuir aptidão
física e mental compatível com a atividade a desempenhar;

Ÿ A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos os possíveis cenários de


acidentes identificados na análise de risco;

33.3.5 Disposições Gerais

Ÿ O empregador deve garantir que os trabalhadores possam interromper suas atividades e


abandonar o local de trabalho, sempre que suspeitarem da existência de RISCO GRAVE E
IMINENTE para a sua segurança e saúde ou a de terceiros;

Ÿ São solidariamente responsáveis pelo cumprimento desta NR os contratantes e


contratados;

Ÿ É VEDADA a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços confinados sem a


emissão da PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO.

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3. Condição de Entrada:

Condições ambientais que devem permitir a entrada em


um espaço confinado onde haja critérios técnicos de
proteção para riscos atmosféricos, físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e/ou mecânicos que garantam
a segurança dos trabalhadores.

Ação pela qual as pessoas ingressam através de uma


abertura para o interior de um espaço confinado.

Essa ação passa a ser considerada como tendo


ocorrido logo que alguma parte do corpo do trabalhador
ultrapasse o plano de uma abertura no espaço
confinado.

Em espaços confinados precisamos ter certeza da


eficiência da comunicação entre vigia e trabalhador(es).

Se não for possível a comunicação por rádio, outra


forma deverá ser estabelecida.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

4. Atmosfera de Risco:

Condição em que a atmosfera, em um espaço confinado, possa oferecer riscos ao local e


expor os trabalhadores ao perigo de morte, incapacitação, restrição da habilidade para
auto–resgate, lesão ou doença aguda causada por uma ou mais das seguintes causas:

4.1 Gases e Vapores Inflamáveis

Gás/Vapor ou névoa inflamável


em concentrações superiores a
10% do seu Limite Inferior de
Inflamabilidade LII ou Lower
Explosive Limit LEL;

LII, LIE (limite inferior de explosividade),


ou LEL = fração expressa em volume

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4.1 Gases e Vapores Inflamáveis

ŸL.I.I é o ponto onde existe a mínima


concentração para que uma mistura de ar +
gás/vapor se inflame.

ŸL.S.I. é o ponto máximo onde ainda existe


uma concentração de mistura de ar +
gás/vapor capaz de se inflamar.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

4.1 Gases e Vapores Inflamáveis

Área Classificada:

Área na qual uma atmosfera explosiva de gás está presente ou na qual é provável
sua ocorrência a ponto de exigir precauções especiais para construção, instalação e
utilização de equipamento elétrico.

Equipamento à Prova de Explosão Ex d

É todo equipamento que está encerrado em um invólucro capaz de


suportar a pressão de explosão interna e não permitir que essa
explosão se propague para o meio externo.

Equipamento Intrinsecamente Seguro Ex-i

Um equipamento é intrinsecamente seguro quando não é capaz R L


de liberar energia elétrica (faísca) ou térmica suficiente para, em
condições normais (isto é, abrindo ou fechando o circuito) ou C
anormais (por exemplo, curto-circuito ou falta à terra), causar
a ignição de uma dada atmosfera explosiva, conforme expresso
no certificado de conformidade do equipamento.

Incêndio em andaime causa morte de operário em São Paulo

Folha de S.Paulo - De acordo com testemunhas, a explosão ocorreu quando o operário


José Roberto da Conceição Santos, 36, acendeu um cigarro no andaime, onde havia latas
do produto inflamável thinner. Ele caiu de uma altura de 86 metros e morreu.
14/09/2006

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Gases e Líquidos Inflamáveis: (Fonte: Manual de Atmosferas Explosivas - Dácio de Miranda Jordão)

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

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Lei de Le Chatelier: (Qualificação de Atmosfera Inflamável)

Quando na atmosfera se encontrar a


presença de mais de um gás inflamável,
identificamos a mesma para obtenção
dos Limites (inferior + superior) da
atmosfera inflamável MISTA.

LII = P1 + P2 + P3 (% Vol)
P1 + P2 + P3 Sendo:
LII1 LII2 LII3 Pn a fração
de uma mistura
LSI = P1 + P2 + P3 (% Vol)
P1 + P2 + P3
LSI1 LSI2 LSI3

Lei de Le Chatelier: (Exemplo)

1) Hexano 60%, LII = 1,2 Vol


2) Propano 20%, LII = 2,0 Vol
3) Butano 20%, LII = 1,5 Vol

Então, aplicando-se a fórmula, teremos o novo LII na atmosfera acima:

LII = 60 + 20 + 20 = 1,36 % Vol


60/1,2 + 20/2,0 + 20/1,5

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

4.1 Gases e Vapores Inflamáveis

Correlação de Gases Inflamáveis x Instrumentação

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Identificação de Inflamáveis: (Para medidas corretas)

Detector de gás: Cromatógrafo:


quantifica uma atmosfera inflamável. qualifica e quantifica qual gás
inflamável está presente.

Cada substância inflamável possui um L.I.I. % de Volume

O sensor de gás inflamável do detector deve ser calibrado com um gás


padrão, que será a referência do mesmo em % de volume;
Quando um detector for calibrado com gás metano, LII = 5,0% VOL (por ex.),
e encontrar com uma atmosfera com gás hexano, LII = 1,2% VOL,
a leitura de 25% do LII será, na verdade, de 104% do LII

( 5,0 = 4,16 como fator de multiplicação);


1,2
Medir em diferentes níveis de altura, devido a densidade dos gases que poderão estar
no interior do E.C.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

4.1 Gases e Vapores Inflamáveis

Amostragem em zona 0 (área onde uma mistura explosiva ar/gás está continuamente
ou presente por longos períodos)

ŸEm zona 0 somente poderemos utilizar


instrumentos que na sua totalidade sejam
classificados e certificados por OCC do
Inmetro, como sendo intrinsecamente seguro
Ex ia.

ŸImportante: Caso o instrumento não seja


apropriado para zona especificada,
deveremos fazer uso de sistema de
amostragem, tipo bomba (elétrica ou manual)
succionando a amostra para o equipamento
que deverá estar localizado no lado externo
do espaço onde exista a atmosfera
potencialmente explosiva.

Interferência em detectores de gás

Ex: Interferência para sensor de monóxido de carbono


(cada fabricante deverá fornecer estes dados)

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4.2 Poeiras Combustíveis

Poeira combustível viável em uma


concentração que se encontre ou exceda
o Limite Inferior de Inflamabilidade (LII)
ou Lower Explosive Limit (LEL);

Misturas de partículas combustíveis


com ar somente podem sofrer
ignição dentro de suas faixas
explosivas as quais são definidas
pelo limite inferior de inflamabilidade
(LII) e o limite superior de
inflamabilidade (LSI).

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

4.2 Poeiras Combustíveis

Os riscos do processo:

A maioria dos grãos é suscetível de desenvolver um processo rápido de combustão quando o


tamanho das partículas for suficientemente pequeno.

Sob confinamento, essa combustão adquirirá condições para originar uma explosão, produzindo
gases quentes, que por sua vez geram um aumento de pressão.

Como no caso de explosões com gases, para haver uma explosão com poeiras, uma fonte de
ignição e uma atmosfera explosiva são necessárias ao mesmo tempo.

Centelhas produzidas por equipamentos elétricos (motores, dispositivos de comando,


luminárias, entre outros), são as fontes de ignição mais comumente encontradas nas
instalações com atmosferas explosivas.

Cabe ressaltar que o comportamento da poeira combustível é completamente diferente dos


gases:

• Enquanto os gases inflamáveis difundem-se facilmente no ar, buscando uma concentração


homogênea, as partículas de poeiras tendem a assentar-se, produzindo acumulações na forma
de montes ou camadas.

• As partículas podem permanecer em suspensão por alguns momentos, dependendo de sua


densidade e do diâmetro das partículas, e podem viajar do ponto que são liberadas até outros
locais da planta.

• Podem vazar de equipamentos e migrar para o interior de outros componentes (por exemplo,
de um funil para uma caixa terminal de eletricidade).

• Acumulam no piso, nas tubulações, nas superfícies de equipamentos, nas bandejas de cabos,
nos eixos dos motores elétricos, etc.

• As partículas de pó podem entrar em contato com fontes de ignição quando acumuladas em


camadas e também ao formarem uma nuvem, ao serem postas em suspensão acidentalmente,
ou mesmo por meio de uma operação “normal” (por exemplo, operações de limpeza com
varrição).

• Se uma nuvem de poeira potencialmente explosiva entrar em contato com uma fonte de
ignição suficientemente poderosa (alguns milijoules são suficientes), uma ignição inicial será
produzida.

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Fatores que influenciam o processo de combustão/explosão:

Para que se produza uma explosão de poeiras, devem concorrer simultaneamente as


seguintes condições:

• Partícula combustível em suspensão;

• A concentração de poeira em suspensão deve estar acima do limite inferior de


inflamabilidade (LII);

• Partículas de tamanho conveniente;

• Ar (oxigênio) presente;

• Fonte de ignição de potência adequada;

• Espaço Confinado.

Medidas preventivas: Adequação das fontes de riscos

ŸNo caso dos equipamentos elétricos, apenas aqueles que possuam


Certificado de Conformidade Brasileiro emitido por um organismo de
certificação credenciado pelo INMETRO, garantindo seu uso seguro em
atmosferas explosivas, devem ser permitidos (Portaria INMETRO 083 de
03/04/2006);

• Limitação da concentração de oxigênio: – por exemplo, introduzindo-se


gases inertes nos espaços confinados.

Novas Normas ABNT:

• NBR IEC 61241-0 - Equipamentos elétricos para utilização em presença


de poeira combustível. Parte 0: Requisitos gerais e,

• NBR IEC 61241-1 - Equipamentos elétricos para utilização em presença


de poeira combustível. Parte 1: Proteção por invólucros tipo "tD“.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

4.3 Deficiência e Excesso de Oxigênio

Concentração de oxigênio atmosférico abaixo de 19,5 % ou


acima de 23 % em volume; IPVS = < 12,5% (em volume ao
nível do mar).

23% Aumento da inflamabilidade dos materiais.

20.9% Nivel normal de oxígenio no ar.


19.5% Nivel mínimo de oxígenio para uma entrada segura.

Teores abaixo de 19,5% podem causar:

10-11% A respiração se acelera e falta de coordenação,


incremento da pulsação, euforia e dor de cabeça.
6-10% Nauseas e vômitos, dificuldade de movimentos, perda
de conhecimento, falhas mentais, rosto palido e labios azuis.
< 6% A respiração cessa, seguindo de parada respiratória e a
morte em minutos.

Causas da deficiência de oxigênio (1):

Consumo:
Ocorre tanto na combustão, quando o O2 do ar reage
com o material combustível (incêndios, por ex.), como
na oxidação de metais (nas superfícies internas de
reservatórios, em equipamentos de processo de aço-
carbono sem pintura e fechados, e que sofreram
jateamento recente, ou tratamento equivalente:
paredes metálicas polidas podem oxidar resultando
consumo de oxigênio presente e atingir condições
IPVS)

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Causas da deficiência de oxigênio (2):

Inertização:
Procedimento de segurança num espaço confinado que visa evitar uma atmosfera
potencialmente explosiva através da diluição da mesma por um fluído inerte. Este
procedimento produz uma atmosfera IPVS deficiente de oxigênio.

(modelos: pistão ou mistura perfeita)

Diluição:
Dá-se a diluição quando gases inertes são utilizados na inertização
de tanques ou de equipamentos que vão sofrer manutenção.

Inertizar...
O processo de inertização ocorre geralmente pela diluição da atmosfera interior pelo gás
inerte (N2, CO2, Argônio, Hélio, etc..). Este deslocamento da atmosfera devido a entrada do
gás inerte, é uma inertização que impede a explosão.

Portanto a inertização substitui uma atmosfera inflamável /explosiva por uma atmosfera
asfixiante, geralmente IPVS.

Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas em um bueiro de 6 metros no


município de Pombos, no Agreste de Pernambuco, nesta terça-feira (4). De acordo com
informações do Corpo de Bombeiros, um jovem de 15 anos estava tentando limpar o local
quando passou mal e caiu no buraco. Dois irmãos, de 15 e 26 anos, tentaram resgatá-lo e
também acabaram morrendo. Os bombeiros
resgataram com vida outros três homens, que
desceram no buraco para tentar ajudar os amigos.
Eles foram internados em hospitais da região.
Segundo informações de testemunhas, o rapaz32 teria
sido pago por um morador das redondezas para
limpar o local - a água que corria por essa tubulação
seria dada aos animais criados por esse homem,
ainda não identificado.

33
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

4.3 Deficiência e Excesso de Oxigênio

Causas da deficiência de oxigênio (3):

Adsorção: ADSORÇÃO:
Pode ocorrer em leitos de Apresamento e acumulação de gases, vapores ou
carvão ativo no interior de matérias em solução na superfície de corpos sólidos com
reatores ou câmaras, os quais entram em contato, por adesão molecular. Cf
tornando perigosas as absorção.
operações de inspeção,
recarga ou manutenção. ABSORÇÃO:
Ato de impregnar-se de um líquido, gás etc., por ação
capilar, osmótica, química ou solvente: Absorção de água
pela madeira. 3 Fisiol Penetração de uma substância
através das mucosas ou da pele ou da membrana celular
para o meio interno ou para o protoplasma. 4 Quím Ato
pelo qual um gás ou um vapor penetra intimamente em
uma substância inorgânica.

Atmosfera Enriquecida de Oxigênio

O respirar excesso de Efeitos:


oxigênio se chama
Hiperoxia 1; vaso dilatação cerebral (risco de edema)

2; riscos no pulmão: bronco displasia (inflamação e


espessamento)

3; aumento de radicais livres de oxigênio no sangue, e


como conseqüência: lesão no Sistema Nervoso Central,
o que por sua vez pode piorar o descrito no item 1.

34
4.4 Gases Tóxicos (LT, IPVS)

Deve-se manter a exposição do trabalhador abaixo do Limite de


Tolerância (publicado na NR-15 do MTbE ou
em recomendação mais restritiva – ACGIH - American Conference
of Governmental Industrial Hygienists.

Comparar LT’s da NR-15 e ACGIH e adotar o mais restritivo.

Buscar informção na FISPQ – Ficha de Informação de Segurança


de Produto Químico.

FISPQ – Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico

• Identificação do produto e da empresa;


• Composição e informação sobre os ingredientes;
• Identificação de perigos;
• Medidas de primeiros socorros;
• Medidas de combate a incêndio;
• Medidas de controle para derramamento ou vazamento;
• Manuseio e armazenamento;
• Controle de exposição e proteção individual;
• Propriedades físico-químicas;
• Estabilidade e reatividade;
• Informações toxicológicas e ecológicas;
• Considerações sobre tratamento e disposição;
• Informações sobre transporte;
• Regulamentações.

Em casos de trabalho em atmosfera IPVS ou potencialmente capaz de atingir níveis de


atmosfera IPVS, os trabalhadores deverão
32 estar treinados e utilizar EPI’s (equipamentos de
proteção individual) que garantam sua saúde e integridade física.

Se uma atmosfera perigosa for detectada durante a entrada: O espaço deverá ser
analisado para determinar como a atmosfera perigosa se desenvolveu.

35
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

4.4 Gases Tóxicos (LT, IPVS)

Asfixiante Simples: São gases inertes, cuja presença em ambientes confinados poderá
ocasionar ausência total de oxigênio. (Dióxido de Carbono, Nitrogênio, Hélio, Argônio,
Metano e outros).

Asfixiantes Químicos: Gases que agem bloqueando a fixação das moléculas de oxigênio
pelas hemoglobinas. (Monóxido de Carbono e outros).

Irritantes: são substâncias que agridem as vias aéreas (nariz, garganta e laringe), os
pulmões e os olhos. (Gás Sulfídrico, Óxidos de Nitrogênio e outros).

Atmosfera IPVS: (Condição imediatamente Perigosa á vida ou à Saúde)

Qualquer condição que cause uma ameaça imediata à vida ou que possa causar efeitos
adversos irreversíveis à saúde (instantânea ou retardada, ou exposições agudas aos olhos
que impeçam a fuga da atmosfera perigosa) ou que interfira com a habilidade dos
indivíduos para escapar de um espaço confinado sem ajuda.

Nota: Algumas substâncias podem produzir efeitos transientes imediatos que, apesar de
severos, possam passar sem atenção médica, mas são seguidos de repentina possibilidade
de colapso fatal após 12 – 72 horas de exposição. A vítima pode não apresentar sintomas
de mal-estar durante a recuperação de efeitos transientes, porém está sujeita a sofrer um
colapso. Tais substâncias em concentrações perigosas são consideradas como sendo
“imediatamente” perigosas à vida ou à saúde.

IPVS = IDLH – Immediately Dangerous to Health and Life.

36
Agente Químico: vias de entrada no organismo

Respiratória:
Inalação (gases, vapores ou aerossóis) – principal
via de penetração de sustâncias tóxicas no
organismo

Gastrointestinal:
Ingestão, absorção (quando o trabalhador fuma
ou come no ambiente de trabalho)

Cutânea:
Os agentes tóxicos podem atuar na pele por
reação direta ou penetrando-a

37
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

4.4 Gases Tóxicos (LT, IPVS)

Monóxido de Carbono Gás Tóxico, Asfixiante


Bioquímico e Inflamável
Não apresenta odor nem cor

É absorvido pelo pulmão até 100 vezes mais rápido que o Oxigênio.

IPVS = 1200 ppm


Limite de Tolerância (Brasil) = 39 ppm;
TLV(EUA) = 25 ppm

Efeitos do CO (concentração x tempo de exposição):

• Ligeira dor de cabeça, desconforto (200ppm x 3hs)


• Dor de cabeça, desconforto (600ppm x 1 h)
• Confusão, dor de cabeça (1000 a 2.000 ppm x 2 hs)
• Tendência a cambalear (1.000 a 2.000 ppm x 1,5 hs)
• Palpitação leve (1.000 a 2.000 ppm x 30 minutos);
• Inconsciência (2.000 a 5.000 ppm);
• Fatal (10.000 ppm).

Limites de inflamabilidade no ar:


Limite Superior: 75 %
Limite Inferior: 12 %

Crenças sem sentido . . .

32

38
Gás Sulfídrico ou Sulfeto de Hidrogênio Gás Tóxico,
Asfixiante Bioquímico e Inflamável

Considerado um dos piores agentes ambientais agressivos


ao ser humano. Em concentrações médias, inibe o olfato.

IPVS =100 ppm


Limite de Tolerância (Brasil) LT = 8ppm
TLV (EUA) = 10ppm

Efeitos do H2S (concentração x tempo de exposição):

• Nenhum (8 ppm x 8 hs)


• Irritação moderada nos olhos e garganta (50 a 100 ppm x 1 h)
• Forte irritação (200 a 300 ppm x 1 h)
• Inconsciência e morte por paralisia respiratória (500 a 700 ppm x 1,5 h)
• Inconsciência e morte por paralisia respiratória (>1000 ppm x minutos).

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

5. Riscos Físicos

5.1 Atmosfera Aquecida


Os ambientes quentes representam um dos pontos
mais importantes da patologia ocupacional devido a:

• Alta fadiga física;

• Perda de produtividade, motivação, velocidade,


precisão, continuidade e aumento da incidência de
acidentes.

Principais distúrbios por exposição ao calor:

• Instabilidade do sistema cardiocirculatório (edema do calor e sincope do calor);

• Distúrbios hidroeletrolíticos (desidratação, depleção de sal) – hiponatremia (excessiva


ingestão de água, diminuindo a concentração de sódio), cãimbras;

• Distúrbios dermatológicos (erupção cutânea);

• Distúrbio do bloqueio do sistema de termoregulação (hipertermia).

40
Avaliação de Conforto Térmico

Pode ser avaliado pelo uso do Medidor de Stress Térmico -


IBUTG.

NHO – 06, Item 5.2.2: é permitida a utilização de


equipamento eletrônico ... desde que, para quaisquer
condições de trabalho avaliadas, apresentem resultados
equivalentes.

41
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

5.1 Atmosfera Aquecida

Fatores que influenciam a troca térmica no


interior do espaço confinado:

Ÿ Temperatura do ar;

Ÿ Velocidade do fluxo de ar;

• Umidade relativa do ar;

Ÿ Calor radiante;

Umidade e calor radiante são difíceis de


controlar;

Quando a temperatura do corpo atinge 38,9ºC,


a probabilidade do trabalhador ser acometido de
distúrbio por calor é muito grande.

Atmosfera Fria

Ÿ O frio pode causar geladuras, congelamento


das extremidades e hipotermia.

Ÿ A hipotermia pode causar lesões permanentes


na pele, e pode levar a morte.

42
5.2 Riscos de Queda

5.3 Indução de Corrente

Trava: Dispositivo (como chave ou cadeado) utilizado para garantir isolamento dos
dispositivos que possam liberar energia elétrica ou mecânica de forma acidental.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

5.4 Radiações Ionizantes / Não Ionizantes

Ionizante: Análise de toda qualquer fonte de radiação ionizante, eventualmente presente no


interior do EC que possa resultar na exposição do trabalhador;

Não Ionizantes: Observar possível interferência de rádio nos equipamentos eletrônicos (ex.
detectores de gases), a fim de evitar alarmes falsos.

5.5 Vibração e Ruído


Tipos de vibrações:

• Transmitidas ao corpo inteiro;

• Vibrações localizadas.

Acima dos Limites de Tolerância do Anexo 8,


da NR-15 ISO 2631 e ISO / DIS 5349).

Técnica de medição - Vibração

44
Efeitos da vibração:

• Visão turva – a partir de 4 Hz;

• Perda de equilíbrio – degeneração gradativa dos tecidos muscular e nervoso;

• Danos permanentes de órgãos do corpo;

• Falta de concentração.

Ruído

• É necessário utilizar os protetores auditivos adequados ao


local onde estaremos expostos.

• A ausência do EPI em questão, poderá ocasionar perda


auditiva e conseqüente diminuição na qualidade de vida.

NHO – 01, item 6.2 Equipamentos de Medição Ruído

• Item 6.2.1 Especificações mínimas

• Item 6.2.1.1 Medidores integradores de uso pessoal: ...


devem atender às especificações ...
Norma ANSI S1.25 – 1991 ... ter classificação
mínima do tipo 2 ...

• NHO – 01, item 6.2.3 Aferição e certificação dos


equipamentos: Os medidores e calibradores deverão ser
periodicamente aferidos e certificados pelo fabricante,
assistência técnica.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

6. Riscos Biológicos

Baratas

A barata de esgoto normalmente


habita locais com muita gordura e
matéria orgânica em abundância
como galerias de esgoto, bueiros,
caixas de gordura e de inspeção.
São excelentes voadores.

Importância para a saúde:

As baratas domésticas são


responsáveis pela transmissão de
várias doenças, principalmente
gastroenterites, carregando vários
agentes patogênicos através de seu
corpo, patas e fezes, pelos locais por
onde passam (são por isso
consideradas vetores mecânicos).

46
Carrapato - Estrela

Seu ataque freqüentemente resulta em intenso prurido


no homem, que comumente conduz à formação de
lesões nos locais das picadas, causadas pelo ato de
coçar. A cicatrização dessas lesões é lenta, podendo
demorar meses.

Os sintomas clássicos iniciais da doença incluem febre,


náuseas, cefaléias, mialgia e máculas. Estas,
inicialmente, são pequenas, achatadas e rosadas.
Surgem nas palmas e nas solas dos pés, pulsos e no
braço anterior, progredindo pelo resto dos membros até
alcançar o tórax e o abdome. A lesão característica de
petéquias vermelhas da febre maculosa geralmente
aparece após o sexto dia. Quando o quadro clínico
atinge tal magnitude, o diagnóstico é desfavorável. Se
não tratada a tempo, essa enfermidade pode levar à
morte.

Animais Peçonhentos

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

6. Riscos Biológicos

Locais com ferrugem, oxidação

Tétano: A bactéria é encontrada nas fezes de animais ou


humanos que se depositam na areia ou na terra. A infecção
se dá pela entrada das bactérias por qualquer tipo de
ferimento na pele contaminado com areia ou terra.
Queimaduras e tecidos necrosados também são porta de
entrada para a bactéria.

O tétano caracteriza-se pelos espasmos musculares e suas


complicações. Eles são provocados pelos mais pequenos
impulsos, como barulhos e luzes, e continuam durante
períodos prolongados.

O primeiro sinal de tétano é o tristus, ou seja contração dos


músculos mandibulares, não permitindo a abertura da boca.
Isto é seguido pela rigidez do pescoço, costas, risus
sardonicius,(riso causado pelo espasmo dos músculos em
volta da boca), dificuldade de deglutição, rigidez muscular do
abdômen.O paciente permanece lúcido e sem febre.

48
Presença de ratos

A leptospirose é causada por uma bactéria, a Leptospira


interrogans, que é eliminada através da urina de animais,
principalmente o rato de esgoto, e sobrevive no solo úmido
e na água. As inundações facilitam o contato da bactéria
com seres humanos.

A leptospira interrogans pode penetrar no


organismo através do contato da pele e de
mucosas com a água e a lama das enchentes. A
infecção também pode ocorrer por ingestão, uma
vez que as inundações podem contaminar a
água de uso doméstico e os alimentos.
As manifestações, quando ocorrem, aparecem
entre 2 e 30 dias após a infecção.

Não existe vacina para humanos.


Utilizar EPI adequado.

Presença de esgoto doméstico, efluente industrial

A hepatite A é causada por um vírus. A transmissão do vírus


da hepatite A é fecal-oral, e pode ocorrer por meio da
ingestão de água e alimentos contaminados ou diretamente
de uma pessoa para outra.

A infecção é muito comum onde o saneamento básico é


deficiente ou não existe, mesmo sem a ocorrência de
inundações. Como conseqüência, a maioria da população
dessas áreas foi infectada quando criança e tem imunidade
contra a doença.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

6. Riscos Biológicos

A Hepatite E, para a qual ainda não existe vacina disponível, tem transmissão e evolução
semelhantes às da hepatite A, porém está mais associada a inundações.

A Hepatite B é transmitida por relações sexuais e por transfusões de sangue. A vacinação


produz imunidade apenas após a aplicação de três doses, que são feitas ao longo de seis
meses. Portanto, a vacinação contra a hepatite B não é procedimento útil em caso de
enchentes.

A Febre tifóide é uma doença causada pela Salmonella typhi, uma bactéria que é adquirida
através da ingestão de água e alimentos contaminados. Pode haver contaminação de poços,
sistemas de abstecimento e de alimentos, com subsequente proliferação bacteriana
possibilitando a ocorrência de casos.
Obs: Não tem nenhuma associação com o TIFO.

Programa de vacinação recomendada

O controle de riscos biológicos depende da


avaliação do médico do trabalho e da identificação
do tipo de espaço confinado. Só o médico pode
avaliar a necessidade de um programa de
vacinação.

Várias infecções de pele podem ser causadas


pelo contato com matéria orgânica infectada de
microorganismo.

Todas evitáveis com o uso de equipamentos de


proteção adequados.

50
7. Riscos Químicos

Análise da atividade a ser desenvolvida no local

Processos de limpeza, pintura, impermeabilização, solda,


jateamento, etc., poderão gerar atmosferas perigosas.
A APR é obrigatória e fundamental para a análise do
trabalho a ser executado.

Acidente: pintor de 18 anos executando pintura com tinta


a óleo em um reservatório de água e Londrina-PR, 2007.

Três homens passaram mal e perderam o controle dos


movimentos quando aplicavam um impermeabilizante na
parede interna do reservatório, que tem 3 metros de
diâmetro por 20 metros de altura. De quatro homens que
entraram no reservatório, só um conseguiu sair para
pedir socorro.

GÁS:

Segundo os bombeiros, o produto exalava um gás com cheiro parecido ao de cola de


sapateiro, que atinge diretamente o sistema nervoso central, comprometendo os
movimentos e a iniciativa das pessoas. A aplicação do produto deveria ser feita no dia
seguinte ao acidente. Mas um operário resolveu verificar a qualidade do
impermeabilizante e entrou no reservatório. À medida que os outros foram atrás deles,
acabaram sendo intoxicados também.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

8. Riscos Ergonômicos

Os problemas ergonômicos, normalmente, estão


associados às reduzidas dimensões do acesso ao
espaço confinado (exigindo contorções do corpo,
o uso das mãos e dificultando o resgate em caso
de acidente).

9. Riscos Mecânicos

• Andaimes
• Tubos
• Pranchões de madeira
• Chapas metálicas
• Queda de ferramentas
• Movimentação de carga
• etc..

52
10. Definições

Permissão de Entrada e Trabalho - PET

Modelo de caráter informativo no Anexo I da NBR 14787 e na NR-33


Adequar a PET aos riscos específicos de cada segmento

Conteúdo Mínimo:

• espaço confinado a ser adentrado;

• objetivo da entrada;

• data e duração da autorização da permissão de entrada;

• trabalhadores autorizados a entrar num espaço confinado, que devem ser


relacionados e identificados pelo nome e pela função que irão desempenhar;

• assinatura e identificação do supervisor que autorizou a entrada;

• riscos do espaço confinado a ser adentrado;

• medidas usadas para isolar o espaço confinado e para eliminar ou controlar os riscos do
espaço confinado antes da entrada;

• salvamento e emergência.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

10. Definições

Análise Preliminar de Risco – APR

Processo de análise onde os riscos aos quais


os trabalhadores possam estar expostos num
espaço confinado são identificados e
quantificados. A APR deverá levar em conta,
especialmente qual o tipo de serviço será
executado no interior do espaço confinado.

NOTA: recomenda-se a participação dos


executantes na elaboração da APR.

NÚMERO

DATA
APR – Análise Preliminar de Riscos

Área: Equipamento:
Trabalho a executar:
Evento Causa Detecção Efeito Recomendações

Responsáveis pela análise:


Nome
Cargo

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Engolfamento / Envolvimento

Condição em que uma substância sólida ou líquida,


finamente dividida e flutuante na atmosfera, possa
envolver uma pessoa e no processo de inalação,
possa causar inconsciência ou morte por asfixia.

Condição proibitiva de entrada

Qualquer condição de risco que não permita a entrada em um espaço confinado.

Emergência

Qualquer interferência (incluindo qualquer falha nos


equipamentos de controle e monitoração de riscos) ou evento
interno ou externo, no espaço confinado, que possa causar
perigo aos trabalhadores.

Observar:
calibração e teste antes do uso de instrumentos para detecção
de gás

55
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

10. Definições

Isolamento

Separação física de uma área ou espaço


considerado próprio e permitido ao
adentramento, de uma área ou espaço
considerado impróprio (perigoso).

Retirada da tampa de acesso ao EC

Deverão ser eliminadas quaisquer condições


que os tornem inseguros no momento anterior
à remoção de um vêdo, tampa ou tampão de
entrada.

56
Atividades Agravantes

Os trabalhos de solda, cortes a quente, tratamento


térmico, funcionamento de motores a combustão no
interior de espaços confinados, pode criar atmosferas de
alto risco ou perigosas. A deficiência de oxigênio é
causada pelo seu consumo, nas reações de combustão
ou nos processos de oxidação, ou ainda deslocado
pelos produtos de combustão.

Os gases tóxicos, como o CO, são produzidos pela


incompleta combustão. Outros gases podem ser
produzidos pelo material aquecido; cádmio, por
exemplo, vapores de mercúrio, chumbo e outros
metais pesados.

Reinício dos Trabalhos / Pausa

O reinício dos trabalhos, após uma paralisação, em função de anormalidades que coloquem
em risco a segurança do trabalho, deverá ser precedido de uma reavaliação geral por todos
os envolvidos, das condições ambientais de forma a garantir a segurança das atividades e
dos seus executantes.

Abandono do Local

A saída de um espaço confinado deve ser processada imediatamente se:

• o vigia e/ou o supervisor de entrada ordenarem abandono;

• o trabalhador reconhecer algum sinal de perigo, risco ou sintoma de exposição a uma


situação perigosa;

• um alarme de abandono for ativado.

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Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

11. Bibliografia

• NR - 33

• NBR 14787 da ABNT

• Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo -


Atmosferas Explosivas
Autor: Engº Dácio de Miranda Jordão - 3ª Edição
Editora Qualitymark - Tel.: 21-3860- 8422 Site: www.qualitymark.com.br

• Manual de Proteção Respiratória


Autores: Maurício Torloni e Antonio Vladimir Vieira
Site: www.abho.com.br

• TLV´s e BEIs – Limites de Exposição para substâncias químicas, agentes físicos Site:
www.abho.com.br

• Limites de tolerância atualizados, fichas técnicas de substâncias: www.cetesb.sp.gov.br


emergências químicas – manual de produtos químicos perigosos.

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segunda-feira, 21 de julho de 2008 09:38:03

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