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TRISTES TRÓPICOS- LÉVI-STRAUSS

LÉVI-STRAUSS- antropologo, professor, filosofo, pai da antropologia


 PARADOXAL, AMBIGUO- “odeio as viagens”, afirma que odeia as viagens mas na
verdade odeia os relatos dos outros viajantes (o tipo de relatos)

CULTURA- não é homogenea, nem estatica (muda ao longo do tempo); não é determinante

O MITO DO BOM SELVAGEM


 DUAS IDEIAS:
o O povo primitivo seria o ser humano no seu estado mais puro
o O povo primitivo era atrasado

PORQUE TRISTE TRÓPICOS


 vivemos um momento de tédio
 o autor achava que o mundo estava ficando cada vez mais igual
 o homem branco começou a deixar o pior de si nos lugares que colonizava
 o grupo prevalece sobre os indivíduos

 a humanidade está adotando a monocultura, prepara-separa a civilização em massa

A SOCIEDADE PRIMITIVA- MORGAN

MORGAN- pai da antropologia moderna

EVOLUCIONISMO
 Defende o progresso como sendo único, unidirecional
 Pensamento social
 A evolução acontece por saltos

PRIMITIVAS- sociedades e culturas tidas como elementares e originais

 Apensar de considerar que há sociedades mais atrasadas que outras acredita que
todas vão chegar lá

ETAPAS DO MODELO DE MORGAN


 SELVAGEM
 BARABÁRIE
 CIVILIZAÇÃO

 A sociedade mais avançada num ranking maior é a sociedade civilizada, onde as


populações até chegar lá vão passar de primitiva e menos avançada para civilizada e
mais avançada
 A mudança social esta ilustrada por invenções e descobertas, que conduzem a uma
transformação da sociedade. Progresso através do qual existe uma acumulação do
saber empírico
 As etapas são definidas em função do criterio tecnológico
 Os evolucionistas demonstram principal preocupação pela origem da humanidade, e
todos as civilizações apresentam um fio condutor comum. No entanto, algumas
populações estagnaram numa das etapas primitivas
 O inicio de cada periodo tem origem numa invenção/ descoberta, sendo o seu final
determinado pela invenção/ descoberta que delimita o incio do periodo seguinte
 Os autores evolucionistas construiram hipóteses sobre a origem e evolução da
sociedade primitiva
 Morgan estudou in loco as sociedades sobre as quais escreveu

MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA- MARX

MARX- filosofo, sociólogo, pai da antropologia moderna


 Estuda o conflito entre classes
 Critica o capitalismo
 As sociedades humanas progridem através da luta de classes
 A base de toda mudança é a economia
 Preocupa-se com a classe dos oprimidos (operários)

 Foi o primeiro a considerar que a luta de classes conduzia à ditadura do proletariado

COMUNISMO- cidade sem classes


 Pretende com o comunismo acabar com as classes e com a exploração

PROLETARIADOS- operários, que tem a força de trabalho

CLASSE DOMINANTE- burguesia, capitalistas que tem o capital

LUTA DE CLASSES- motor da história, o derrube do capitalismo através da tomada de


consciência por parte do proletariado

 Para haver uma transformação do mundo em direção ao comunismo, era necessária


uma revolução violenta

CLASSES SOCIAIS- divisão da sociedade entre quem tem os meios de produção e quem
trabalha

CONSCIÊNCIA DE CLASSE- o reconhecimento de que pertence a uma classe de explorados

 Queria que os operarios tivessem noção de estar a ser explorados e se revoltassem

DITADURA DO PROLETARIADO- como a burguesia não irá abdicar do seu poder, resta ao
proletariado o derrube violento do modo de produção capitalista, instaurando a ditadura do
proletariado; situa-se entre o capitalismo e o comunismo

 A classe dominante quer conservar o modo de produção dominante e as classes sociais


exploradas querem transformá-lo

AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLOGICO- DURKHEIM

DURKHEIM- pai da sociologia


 Critica as teorias evolucionistas
 Critica a ideia de que a sociedade vai evoluindo de etapa a etapa no sentido do
progresso

FACTO SOCIAL- maneiras de agir, pensar e sentir que existem fora das conscencias individuais
 Afeta toda a sociedade
 REGRAS FUNDAMENTAIS QUE CARACTERIZAM:
o Generalidade- são coletivos e não individuais
o Exterioridade
o Coercitividade- poder/força da cultura
 Distingue-se dos fenómenos psíquicos, pois não tem como base a consciência
individual, mas sim a sociedade
 É preciso considerar factos sociais como coisas

SOLIDARIEDADE MECÂNICA- forte consciência coletiva, todos os indivíduos fazem tudo, não
existe consciência individual

SOLIDARIEDADE ORGANICA- forte consciência individual, divisão do trabalho social; mais


complexa e evoluida

 A ciência deve partir das sensações e não de conceitos


 Ele achava que era possivel estudar estados de alma coletivos
 Devemos partir das coisas para a ideia; não podemos partir da pré-noção, das ideias
 Devemos quebrar as noções do senso comum

COMPORTAMENTO HUMANO: LIBERDADE INDIVIDUAL OU DETERMINISMO SOCIAL


 Não precisa adotar uma posição contra ou a favor
 A vontade humana intervem na transformação social
 A sociologia e outras ciências podem colaborar com a psicologia

A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPIRITO DO CAPITALISMO- WEBER

WEBER- um dos fundadores da sociologia moderna

 Investiga a relação existente entre a conduta econômica e as suas raízes religiosas


 Prostestantes vs Catolicos
 Constatou que os proprietários do capital empresários e mão de obra qualificada,
eram em regra, de origem protestante

PROTESTANTISMO
 Racionalismo economico
 Queria reinvestir- para expandir e para o bem comum
 Teoria da predestinação- cada um tem aquilo merece
 Vocação
 Os bens materiais não eram vistos como uma ofensa a Deus

AFINIDADES ELETIVAS- é a força em virtude da qual duas substâncias diversas se procuram,


unem-se e se encontram

 O capitalismo + protestantismo foi o encontro perfeito


ESPIRITO DO CAPITALISMO- não é caracterizado pela busca do prazer e do dinheiro por si
mesmo, deve ser entendido como uma ética de vida, uma orientação em que o indivíduo vê a
dedicação ao trabalho e a busca sistemática de riqueza como um dever moral

 A religião pode então ser vista como um impulsionador da evolução em vez de um


travão

ENSAIO SOBRE A DÁDIVA- MAUSS

MAUSS- sobrinho de Durkheim, pai da etnologia

 Observa sociedade não ocidentais


 Investiga diferentes formas de reciprocidade em diferentes sociedades
 Forma e razão das trocas nas sociedades arcaicas
 Sustentou que, ao doar ou dar um objeto (presente), o doador cria uma obrigação em
face ao receptor, que fica de lhe devolver o presente
 As doações reciprocas estabelecem relações de forte alianças, hospitalidade, proteção
e assistência mútua
 As regras sociais e morais regem a troca
 Não receber ou retribuir gera impactos na relação
 As trocas permitem a consolidação de normas sociais, evitam guerras, combinam
casamentos, formam-se alianças
 Tem uma visão menos biológica dos factos sociais, para ele, os fenómenos sociais são
também fenómenos mentais

FACTO SOCIAL TOTAL- exprimem-se ao mesmo tempo todas as espécies de instituições:


religiosas, jurídicas, morais, políticas, familiares e econômicas (natal)
 Kula
 Mana
 Potlach

DÁDIVA- dar algo a alguem

TEORIA DA RECIPROCIDADE- deveres simétricos que obrigam a dar, a receber e a retribuir

DÁVIDA GERADORA DE RELAÇÕES SOCIAIS- cria uma relação social, a obrigação de haver
contacto segundo a retribuição

 A maneira de retribuir é diferente em todas as sociedades, existindo em comum em


todas elas a ideia de que a troca implica reciprocidade

WEIRD

WEIRD- western, educated, industrialized, rich and democratic

 Critica feita por alguns psicologos sobre a sua própria disciplina


o Geralmente os estudos são feitos usando estudantes de psicologia
o Número de pessoas é reduzido
 Não é problema ser weird, é um problema não saber que é
 Até que ponto se pode generalizar o comportamento da mente humana apenas com
base nesses estudantes?

TRABALHO DE CAMPO E OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE- RAUL ITURRA

OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE- envolvente; o investigador integra-se no grupo, interage no


dia-a-dia; o investigador integra-se, adapta-se ao estilo de vida e aos costumes do grupo que
pretende estudar, é aceite pela sociedade em questão, apesar de não ser necessário
envolvermo-nos totalmente a participar em todos os costumes
 Malinowski foi o primeiro a fazer trabalho de campo com observação participante
 Rutura com o que era feito antes, agora partem das coisas para as ideias

TRABALHO DE CAMPO- observa de longe e faz anotações

RAÇA E HISTÓRIA- CLAUDE LÉVI-STRAUSS

LÉVI-STRAUSS- antropólogo, fundador da escola estruturalista, pai da antropologia

OBJETIVO- combater o preconceito racista e que a diversidade cultural deve ser acolhida e não
descartada. Não se deve cair no particularismo cego

PALAVRAS CHAVE-
 RAÇA- conceito errôneo e equivocado, devido ao facto de biologicamente, todos os
seres humanos possuírem a mesma constituição, a mesma estrutura genética; termo
não cientifico que somente pode ter significado biológico quando o ser se apresenta
homogeneo, estritamente puro
 CULTURA- tudo aquilo que foi criado pelos seres humanos, incluindo a própria
sociedade, juntamente com o seu significado simbólico (não é homogenea, nem
estatica)
 ETNIA- refere-se a identidade social, resumida em parestesco, religião, lingua,
territorio compartilhado…
 HISTÓRIA CUMULATIVA- toda cultura que se desenvolve num sentido análogo ao
nosso, isto é, cujo desenvolvimento fosse dotado de significado para nós; acumula
achados
 HISTÓRIA ESTACIONÁRIA- a sua linha de desenvolvimento nada significa para nós
 ETNOCENTRISMO- ato de um determinado grupo étnico ou isolado membro, de
determinar que a sua cultura é superior e correta, e desse modo, julgar as demais
baseando-se numa análise unilateral; tendência para valorizar a nossa cultura e
desvalorizar a cultura do outro
 DIVERSIDADE CULTURAL- é necessário vermos a diversidade como necessária e única
possibilidade para a construção de uma história cumulativa
 RELATIVISMO CULTURAL- a importância de compreender cada cultura nos seus
próprios termos e a importância de relativizarmos a nossa própria cultura como
condição base para entender outra; permite a comunicação, o dialogo e a
compreensão entre culturas diferentes
SOCIEDADE- associação amistosa com outros; sistema de interações humanas
culturalmente padronizadas

FALSO EVOLUCIONISMO- tentativa para suprimir a diversidade das culturas fingindo


conhece-la completamente

IDEIA DE PROGRESSO- não é necessário, não é continuo, procede por saltos; não consite
em ir sempre mais longe na mesma direção, são acompanhados por mudanças de
orientação

DUPLO SENTIDO DO PROGRESSO- todo o progresso cultural é função de uma coligação


entre as culturas, é preciso colaboração para tentar manter ou restabelecer a
diversificação

EXISTEM DIFERNTES RAÇAS HUMANAS? Não, do ponto de vista biológico raças humanas
não existem

DIFERENÇA ENTRE RAÇA E ETNIA- enquanto a raça engloba caracteristicas fenotipicas


como a cor da pele, a etnia também compreende factores culturais, como a nacionalidade,
religião, lingua

COMO EXPLICAR A ENORME DIVERSIDADE DE CULTURAS HUMANAS- desejo de oposição;


diferenças sociais

 Não concordava com a divisão em civilizados e selvagens ou a divisão em superiores e


inferiores
 Para ele não faz sentido discutir o sentido de raça humana, pois o número das
diferenças baseadas em características corporais é muito pequeno quando comparado
com as semelhanças genéticas dos indivíduos
 A noção de superioridade racial foi criada apenas para justificar formas e ideias de
dominação
 Quando procuramos caracterizar as raças biológicas mediante propriedades
psicológicas particulares, afastamo-nos da verdade cientifica
 Não é a cor da nossa pele que nos vai definir e determinar os nossos comportamentos,
o que nos define como pessoas é a nossa etnia, a nossa cultura
 Nada permite afirmar a superioridade ou inferioridade de uma raça em relação a outra
 Operam simultaneamente, nas sociedades humanas, forças que atuam em direções
opostas, umas tendendo para a manutenção e acentuação dos particularismos, outras
agem no sentido da convergência e da afinidade
 A noção da diversidade das culturas humanas não deve ser concebida de uma
maneira estática
 As sociedades humanas nunca se encontram isoladas
 O progresso não é necessário nem continuo, procede por saltos que não consiste em ir
sempre mais longe na mesma direção, são acompanhadas por mudanças de
orientação
 As culturas parecem-nos mais ativas quanto mais se deslocam no sentido da nossa e
estacionária quando a orientação é divergente
 Todas as vezes que somo levados a qualificar uma cultura humana de inerte ou
estacionária devemos, pois, perguntarmo-nos se este imobilismo aparente não resulta
da nossa ignorância sobre os seus verdadeiros interesses, conscientes ou
inconscientes, e se, tendo critérios diferentes dos nossos, esta cultura não é, em
relação a nós, vítima da mesma ilusão
 A adesão ao género de vida ocidental, ou alguns dos seus aspetos, esta longe de ser
tão espontânea quanto os ocidentais gostariam que fosse, resulta menos de uma
decisão livre do que de uma ausência de escolha
 Todos os povos possuem e transformam, melhoram ou esquecem técnicas
suficientemente complexas para lhes permitir dominar o seu meio, sem o que teriam
desaparecido há muito tempo. A diferença não é pois, entre a história cumulativa e a
não cumulativa, toda a história é cumulativa, com diferenças de graus
 A proximidade pode criar afastamento cultural, pelo simples desejo das culturas de se
distinguirem
 Relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores ou
em bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença

A palavra raça caiu em desuso, por ter ganhado uma conotação pejorativa, pois esta
implicaria a superioridade de umas e, consequentemente, a inferioridade de outras.
No entanto, Lévi-Strauss tenta combater isto, afirmando que existem muito mais
culturas humanas, diferentes entre si, do que raças humanas, e que a mesma raça
possui várias culturas diferentes, não se podendo afirmar a superioridade de umas em
relação as outras

No que diz respeito ao etnocentrismo, tendemos a considerar “selvagem” tudo o que


esta, moral e culturalmente, mais afastados de nós. Centrados na nossa cultura e etnia, não
conseguimos olhar para as outras culturas pondo de parte a bagagem cultural que trazemos,
fazemos, inevitavelmente, julgamentos. Ou seja, é inevitavel o olhar etnocentrico que
lançamos sobre as outras culturas

O ESTUDO DO PARENTESCO- SERGE TORNAY

 O parentesco não é uma fatalidade biológica, é uma construção social e cultural


 O parentesco pertence a ordem da cultura e não a ordem da natureza

FENÓMENOS DE CONSANGUINIDADE- relação social entre pessoas que reconhecem ter


ao menos um antepassado comum

FENÓMENOS DE ALIANÇA- relação criada por um casamento

RELAÇÃO DE PARENTESCO- relação familiar

5 ORDENS DE FENÓMENOS DE PARENTESCO


 FILIAÇÃO- como se recrutam grupos de parentes e como se assegura a transmissão
de bens e estatutos
 RESIDÊNCIA- como se edificam as comunidades locais
 ALIANÇA- como as unidades sociais articulam entre si
 TERMOS DE PARENTESCO- como parentes e aliados se designam e se tratam
 ATITUDES- como se comportam em relação uns aos outros

FAMILIAS
 FAMILIA CONSANGUINEA- baseava-se no casamento entre irmãos e irmãs no seio de
um grupo
 FAMILIA PUNALUANA- casamento no seio de um grupo de um certo número de
irmãos/ irmãs um com as esposas/esposos de todos os outros
 FAMILIA POR PARES- casamentos de um homem com uma mulher sem coabitação
exclusiva
 FAMILIA PATRIARCAL- casamento de um homem com várias mulheres
 FAMILIA MONOGAMICA- casamento entre um só homem e uma só mulher

RELAÇÃO AGNÁTICA- quando a filiação é transferida através dos homens- sociedade


patrilinear

RELAÇÃO UTERINA- reconhecer a filiação em relação a familia da mãe- sociedade matriarcada

RELAÇÃO COGNÁTICA- é reconhecido ambos os pais

EXOGAMIA- regra sociológica que prescreve o casamento com alguém que seja
obrigatoriamente originário de outro grupo de filiação; proibição do incesto

 Acredita que mesmo sendo etnologos, ainda não aplicamos toda a nossa inteligência
no estudo dos nossos próprios sistemas de parentesco

A CRÍTICA DA RAZÃO IDOLENTE- BOAVENTURA SOUSA SANTOS

SENSO COMUM- conhecimento do dia-a-dia; maneira comum de pensar sobre o mundo fisico
e social

 A Crise do paradigma dominante é profunda e irreversivel e é resultado interativo de


condições sociais e condições teóricas
 Um paradigma não pode ser só cientifico tem que ser também social
 O conhecimento científico é caracterizado como sistemático, metódico e não acredita
nos sentidos, só em factos, provas. Rompe com o senso comum
 Há uma crise no paradigma dominante e nasce assim outro paradigma que tem como
função assumir e resolver as falhas do anterior, pois, o paradigma não pode ser só
científico, deve ser também social. Este paradigma surge da ruptura do atual
paradigma, o dominante, que ao definir uma barreira entre o conhecimento cientifico
e o conhecimento do senso comum, perde a capacidade de ter respostas para explicar
as novas realidades, dando assim lugar ao paradigma emergente, que assume as suas
funções e consegue dar respostas necessárias para a resolução dessa mesma crise que
o derrubou. O paradigma emergente não tem nome, ainda estamos na criação deste

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