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Atitudes:
As atitudes organizam-nos, nós construímos atitudes que têm esta relação essencial
sendo disposições de natureza individual (cada um organiza as suas próprias atitudes) em
relação a TODOS os aspectos da nossa actividade.
Sendo que essas atitudes, na sequência do que acontece com a forma como
construímos a personalidade, identidade, etc, são sempre processos infiltrados socialmente,
estas disposições individuais têm origem social.
Não há atitudes que sejam genéticas, as pessoas não nascem propriamente com
atitudes embora alguns autores afirmam que há algumas atitudes que são genéticas.
Por exemplo: Há atitudes defensivas que são genéticas, esses autores referem-se a
existirem alguns reflexos condicionados que fazem parte das capacidades precoces, como por
exemplo, reflexo de sucção, ou seja, nós não nascemos completamente desarmados mas sim
com alguns comportamentos que são reflexos, que são arcaicos, que se perdem pouco depois
pelo processo de maturação do sistema nervoso e na altura eram identificados como atitude.
Sendo certo que os bebés não tem todos exactamente o mesmo comportamento
embora partilhem deste tipo de reflexos, verdadeiramente não é atitude na medida em que
atitude incorpora conteúdos que são de natureza avaliativa, (isto é, quando tomamos uma
atitude positiva ou negativa relativamente a um objecto que gostamos ou não gostamos) e
tem um conteúdo social e portanto os bebés não tendo isso, não se pode verdadeiramente
falar de atitude.
As atitudes têm sempre de ter uma origem social, (as atitudes que nós organizamos
são individuais mas tem uma origem social) o que tornou este tema central na psicologia social
exactamente porque cruza a psicologia da personalidade com as dimensões sociais da
psicologia.
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Ex. Dois colegas a cumprimentarem-se de forma afectuosa, com base neste
comportamento inferimos que eles têm uma atitude positiva um em relação ao outro,
observamos assim comportamentos e “adivinhamos” a atitude.
Isto significa que as atitudes, que nós identificamos nos outros são permeáveis a erro de
inferência, isto é, podemos observar um determinado comportamento e ao inferir a atitude
enganarmo-nos nesse processo de inferência, sendo que o comportamento que observamos
pode não significar aquela atitude.
Por exemplo, uma pessoa pode ter um comportamento agressivo e nós inferirmos que a
pessoa é agressiva esta inferência pode estar errada bastando para isso que o comportamento
tenha sido uma reacção, isto é, uma resposta provocada pelo contexto, pode haver alguma
coisa que tenha provocado um comportamento mais agressivo sem que isso signifique que a
pessoa tem uma atitude agressiva.
Por isso quando nós medimos atitude, o que nós estamos a medir verdadeiramente são
comportamentos, que não são atitudes, mas assumimos que estamos a medir atitudes,
acontece porem que há atitudes que são implícitas no comportamento e há atitudes que são
explícitas. Criou-se então medidas directas (para as atitudes explícitas) e indirectas (para as
atitudes implícitas).
Atitude ≠ Opinião
Atitude Opinião
Para além do conteúdo cognitivo, Essencialmente um conteúdo cognitivo
existe o conteúdo emocional/afectivo, (natureza cognitiva), eu sei porque tenho
dimensão comportamental e a orientação essa opinião e elaboro essa opinião.
para a acção.
Mais estável - Nós podemos estar anos Mais facilmente alterável, nós mudamos
com uma atitude favorável ou desfavorável mais facilmente de opinião, isto é, se alguém
relativamente a um determinado objecto, a tiver argumentos que sustentam opiniões
atitude não muda, e é muito mais estável. contrárias nós não temos problema de mudar
de opinião, sinal de inteligência, olhar para os
argumentos e perceber que estava enganado,
mudar de opinião é um conteúdo cognitivo
que não é mudar de atitude mas que
incorpora a atitude.
E há uma dimensão comportamental, associada à atitude, há-de existir uma relação entre
atitude e comportamento, se não, não existiria sentido em aferir atitudes a partir de
comportamento. Isto dá estabilidade as atitudes.
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ser honesto é algo do domínio do traço de personalidade que é ainda mais estável do que as
atitudes.
Nós podemos considerar que a pessoa é honesta sem ter tido uma atitude honesta,
bastando ver comportamentos honestos, que as vezes, podem ser contra-atitudinais.
Mas os traços de personalidade são ainda mais estáveis que as atitudes.
Comportamento contra-atitudinal
Eu posso ter um comportamento que seja contra atitudinal e justificar isso, por exemplo
se eu tenho uma atitude racista, quero a exclusão da raça negra, por exemplo, mas se tiver
inserida numa sociedade e num grupo que promove o comportamento de inclusão posso ter
esse comportamento, ou seja, tenho um comportamento contra atitudinal.
Este comportamento contra atitudinal só pode ser verificado a partir de medidas das
atitudes implícitas pois estas não são manipuláveis pelo sujeito, uma vez que se tornam
automáticas. Se só for analisado as atitudes explícitas (caso da escala de Likert, falava mais à
frente) o sujeito manipula a sua resposta.
Traços de Personalidade
Estados emocionais
3. Tem uma dimensão avaliativa: Não há nenhuma atitude neutra, apesar de na escala
de Likert existir a atitude neutra, em 5 pontos o 3 é neutro, e pode colocar-se a questão: se a
atitude tem uma valência emocional, faz sentido avaliar, mas fará sentido ter um ponto
neutro? Do ponto de vista de Likert, faz sentido: não só do ponto de vista da medida
(propriedades psicométricas da medida, que faz sentido ter aquele ponto) é também do ponto
de vista da reflexão que se faz sobre a realidade psicológica (é que, por vezes, nós sobre um
objecto, há momentos de indecisão, existem prós e contras do ponto de vista cognitivo que
nos deixa do ponto de vista emocional hesitantes, esperando para ver, ainda não sei bem,
existem coisas que gosto, outras que não gosto), logo tem logica que a escala de Likert tenha
esse ponto, apesar de se dizer que as atitudes ou são a favor ou são contra mas no seu
processo evolutivo á momentos de 0, dai que a escala de Likert seja preferida em relação a
outras escalas, porque se aproxima mais do constructo psicológico.
4. São dirigidas a objectos específicos: Não existe uma atitude por si só, existe uma
atitude em relação a alguma coisa, só fazemos atitudes relativamente a realidades não temos
atitudes no vazio, isso não existe.
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1. Direcção (favorável/desfavorável)
Ex: Podemos ter uma atitude muito favorável relativamente à produção de milho
geneticamente manipulado, que formámos com base num artigo que lemos num jornal. No
entanto, como é uma atitude que usamos raramente, o tempo de acesso ao nosso próprio
posicionamento atitudinal é mais lento do que o de uma outra atitude com a qual já nos
tenhamos confrontado mais vezes, ou que tenhamos adquirido por experiência directa (Ex. A
atitude face à despenalização da interrupção voluntária da gravidez).
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A atitude expressa-se sempre por respostas avaliativas, e estas respostas avaliativas
podem ter vários tipos.
A separação destas três modalidades de respostas avaliativas, correspondem a outras
formas de expressão das atitudes:
No entanto, a investigação tem mostrado que essas três classes de respostas não
representam três factores independentes e que não é necessário que as três classes estejam
representadas numa atitude.
Ex: uma atitude pode consistir apenas numa componente afectiva.
Eagly e Chaiken (1993) propõem que essas componentes exerçam relações de sinergia
entre si, reforçando-se mutuamente.
Atitudes Sociais: Referem-se a grupos sociais específicos (atitudes face aos negros/
atitudes sobre as manifestações).
Atitudes políticas: As atitudes que se referem a objectos que têm implicações políticas
(as atitudes face ao governo/ atitudes face a políticos).
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Atitudes relativamente a pessoas específicas: são normalmente enquadradas dentro
do campo de estudos que se designa atracção interpessoal (e assim o amor seria um caso
extremo de atitude positiva face a um indivíduo/ atitude face a Mandela)
Eagly e Chaiken (1993) citado Vala e Monteiro (2013) explicitam ainda que as atitudes são
uma tendência psicológica, o que nos permite distinguir as atitudes de outros constructos
hipotéticos.
Por tendência psicológica entende-se um estado interior, tem alguma estabilidade
temporal. A grande maioria dos autores considera as atitudes como aprendidas e, portanto
alteráveis
A definição apresentada explica que as atitudes se referem sempre a objectos
específicos que estão presentes ou que são lembrados através de um indício do objecto.
Assim, quando encontro uma fotografia ou uma carta de um amigo que já não vejo há
muito tempo, é activada a minha atitude face a essa pessoa, tal como quando a encontro
pessoalmente.
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Para que servem as atitudes? A resposta para esta pergunta tem sido encontrada por
quatro vias:
No início do estudo das atitudes, estava implícita na perspectiva dos seus autores a
coerência entre atitudes e comportamentos, e por isso, a construção por parte dos psicólogos
socias de escalas de atitudes.
Porém, a questão do poder preditivo das atitudes avaliadas por questionários foi
claramente colocada por LaPierre (1934), nos anos 30, em que havia um forte preconceito
contra os Chineses nos EUA (havia lojas com uma placa à porta com a seguinte inscrição “É
proibida a entrada a chineses e a cães”). LaPierre, viajou para os EUA acompanhado por um
casal de chineses, anotando as reacções dos funcionários dos diversos estabelecimentos
hoteleiros que utilizaram. Nesta viagem foram atendidos em 66 hotéis e em 184 restaurantes
e cafés, tendo apenas sofrido uma recusa num hotel. Algum tempo depois foi enviada uma
carta a cada um destes estabelecimentos, perguntando se aceitariam chineses como clientes.
Dos 81 restaurantes e 47 hotéis que responderam, 92% disseram que não, tendo os restantes
afirmado que dependia das circunstâncias.
Estes resultados mostraram que é possível haver uma manifestação de tolerância ao
nível comportamental e, simultaneamente, uma expressão de intolerância ao nível atitudinal,
pelo que foram interpretados como reflectindo uma inconsistência entre atitudes e
comportamentos.
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Esta discrepância entre atitudes e comportamentos está bem ilustrada empiricamente,
quer por réplicas do estudo de LaPierre, que por estudos de orientação psicométrica, relativos
à validade preditiva de escalas de atitudes.
Atitude ≠ Comportamento
Intenção:
Pires (2007) mostrou para o caso da predição do exercício físico, a atitude específica
seria apenas um dos dois factores importantes na decisão.
Esta atitude face ao comportamento é vista neste modelo, de acordo com as
perspectivas de expectativa-valor, ou seja, como o resultado do somatório das crenças acerca
das consequências do comportamento (expectativa) pesadas pela avaliação dessas
consequências (valor).
Norma subjectiva:
Outro factor importante na definição da intenção comportamental tenta integrar as
pressões sociais e refere-se à norma subjectiva face ao comportamento, isto é, às pressões
percebidas por parte de outros significantes que afectam a realização do comportamento.
Também esta norma subjectiva é vista como o resultado do somatório das crenças normativas
(Expectativas acerca do comportamento que os outros significantes pretendem que o
indivíduo adopte), e também pelo valor destas crenças (a motivação para seguir um dos
referentes).
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Atitude:
Self
As atitudes têm uma origem social (é quase um retracto, algo psicológico que a gente
adquire) mas que tem origem social.
A maneira como nós pensamos a realidade também é determinada socialmente, na
medida em que nós não processamos toda a informação disponível, e aquela que processamos
é guiada pelas nossas atitudes.
A maneira como nós sentimos é ainda determinada socialmente, as nossas emoções, a
nossa sensibilidade é determinada socialmente.
Haverá qualquer coisa na nossa arquitectura individual que determina a nossa maneira
de pensar ou a nossa maneira de pensar é cultural? A segunda.
São construídas socialmente, o que leva a reafirmar que a nossa identidade é social, é
construída socialmente, há uma identidade individual mas será possível construir essa
identidade sem ser com base nos outros?
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Quem é que verdadeiramente nós somos? Seremos pessoas honestas? O que é que
isso quer dizer ao certo? Mentir é uma coisa honesta? Entao e somos arrogantes e humildes ao
mesmo tempo?
O que nos define? Quem é que nós somos? Vejam o que dizia este autor, ainda no
século XIX:
O autor diz que nós somos o conjunto de características relativamente às quais nós
desenvolvemos uma noção de eu, somos um conhecimento a cerca de nós.
Este processo de nos conhecermos, o autor diz que somos simultaneamente o livro e o
leitor, somos um conteúdo e ao mesmo tempo o processo de conhecimento sobre esse
próprio conteúdo, nós pensamos sobre nós próprios, temos um conceito de nós (self) e pelo
processo do reconhecimento de nós.
O autor afirma que somos conjugados para nos dar um sentimento coerente de nós
próprios, apesar de que este conceito já não se usa esta terminologia.
Nos vamos aprendendo um conteúdo que define o nosso próprio auto-conceito, que
conhecimento tenho de mim (self).
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Tendo estas características todas, reconhecemo-nos mais numas do que noutras, de
facto, o honesto e o desonesto é um contínuo, nós não estamos nos extremos, somos as duas
coisas, e estamos algures nesse contínuo.
“As pessoas fazem o que podem para chegar a casa” isto é, fazem o que podem para ir
ao encontro de um conjunto de valores que são culturalmente definidos.
Ser honesto é uma coisa boa, tímido é uma coisa má, etc… Existem coisas na lista em
cima que valorizamos mais e outras menos.
Arrogante é uma coisa má, mas não temos todos de vez em quando actos de
arrogância? Temos, mas isso não faz com que pensemos em nós como pessoas arrogantes.
Não quer dizer que os outros não vejam em nós arrogância só significa que o nosso
autoconceito é definido no cruzamento destas características com valorização cultural cujos
valores estão associados a cada uma destas características.
Construímos uma unidade de sentido ex. self , uma unidade coerente com sentido.
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Esta teoria de Self-awareness o que nos diz é que quando nos centramos em nós,
comparamos os nosso valores padrão, isto é, as características e valores associados que é
definido culturalmente com o nosso comportamento para ver se “bate certo”.
Uma pessoa pode cometer ex. batota, não é grave mas não está certo.
Se eu tenho o auto-conceito de que sou honesto e depois digo que não aguentei ela
era tão linda, o que o sujeito está a fazer é a encontrar uma discrepância nesta avaliação que
faz do seu comportamento e dos seus valores, cria um cenário de auto-centração aversiva.
Auto-centração aversiva: O sujeito vê-se como pessoa honesta, com valores ex.
casamento para toda a vida, e pula a cerca, o sujeito procura reduzir o desconforto que gera
esta auto-centração, a consciência de si. Ou introduz uma mudança de valores, uma variação
do auto-conceito e reconhece que não é quem pensava que era, e este processo de mudança é
sempre difícil, ou então, encontra explicações para o seu comportamento que atenuem este
desconforto/dimensão agressiva do comportamento, que tem consequências muito negativas,
algo pode ser tão aversivo que o sujeito evita pensar nisso.
Discrepância entre o que pensava que era e o que me vejo a ser. O sujeito não nasce
assim, incorpora um conjunto de valores, de conteúdos/ de características que faz com que de
repente, se surpreenda com comportamentos que não acompanhem o auto-conceito.
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A teoria da causalidade está relacionada com a auto-centração aversiva onde o sujeito
procura explicações causais para explicar as nossas acções.
As teorias causais têm uma base cultural, a nossa cultura (do fadista) já não tem esse
efeito, é uma explicação causal que está relacionada com valores e parte social. Temos
tendência para dizer “eu não sou assim”. É uma explicação com base cultural e social.
Nós usamos a explicação causal que nos parece razoável (o barulho é uma coisa
incomodativa logo é natural que baixe a apreciação do filme) na verdade não baixa, mas serve
de explicação na mesma, porque tem um efeito no auto-conceito (eu podia ter apreciado
melhor se não fosse este ruído).
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recolheu os dados perguntou-lhes se achavam que as horas de sono iam influenciar o humor,
ao que responderam que sim.
Os dados demonstram que, apesar de se esperar uma correlação entre as duas
variáveis, tal não ocorre, não existe correlação.
Na verdade as horas de sono não influenciam o estado de espírito e, pelo contrário até
havia uma tendência inversa em que sujeitos reportam que durante a semana nas noites em
que dormiram pior andavam mais “spidados”.
Temos causas que são socialmente apreendidas (teorias causais) mas existem causas
que não tem nenhum suporte social, as que tem suporte social evitam que eu seja forçado a
mudar de auto-conceito, explicam o meu comportamento. Quando não existe suporte social,
aos poucos vou mudando a noção que tenho de mim.
O exemplo é auto-descritivo desta teoria, cada um sabe do que gosta e isso faz parte
da auto-descrição que cada sujeito faz de si, do auto-conceito.
Mas como aprendemos a definir estas coisas? Muito com base nas nossas experiências
pessoais, os comportamentos que nós vamos tendo, observando as consequências desses
comportamentos.
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Se eu oiço uma música no carro e digo que gostei posso me descrever como um tipo
de pessoa que houve esse tipo de música? Eu de facto posso dizer isso porque ouvi e gostei,
mas a circunstancia em que me encontro também interferiu (a filha gosta de Evanescence e
pôs o pai a ouvir), se o sujeito voluntariamente não ouve esse tipo de música, não vou por no
rádio uma estação que só passe esse tipo de música.
O que a teoria da auto-percepção nos diz é que vamos experimentando coisas, que
resulta numa experiência emocional, mas em alguns casos, isso é condicionado pela
circunstância, não é que o sujeito o procure voluntariamente, logo não isso que o
autodescreve.
Uma motivação extrínseca é gerada por uma recompensa, ex: come a sopa toda que a
seguir comes gelado, a criança come a sopa mas a sua motivação não é por ter gosto em fazer
mas só faz porque tem a recompensa.
É o que se passa com a leitura, os professores sabem que ler é uma coisa muito boa,
para isso acontecer, os professores tem a tendência a premiar as crianças que lêem, o que vai
acontecer é que as crianças só lêem porque vão receber algo em troca.
Se são motivados por prémios exteriores, não significa que sejam assim.
A motivação intrínseca é algo que não precisam que me dêem um prémio, ex. se gosto
de brincar com este brinquedo não preciso de ter recompensa para o fazer.
Estas motivações que são interiormente determinadas, são mais descritivas de mim do
que a motivação extrínseca.
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A “história” do prémio tem um dark side, estas estratégias que eram utilizadas para as
crianças lerem os livros, tem uma espécie de ricochete, que é chamado o efeito de sobre-
justificação.
Há uma experiência feita por estes autores, com crianças de um jardim-de-infância que
brincavam, identificavam o que é que as crianças brincavam preferencialmente, o grupo de
controlo continuavam a brincar, e ao grupo experimental os experimentadores premiavam-nos
cada vez que eles brincavam com um brinquedo em específico, de tal maneira, que as crianças
perceberam que tinham um valor experimental ao brincar com um brinquedo em específico,
isto é, pouco e pouco eles deixaram de sentir que brincar porque gostam mas sim brincavam
com aquele brinquedo porque eram premiados por isso.
O que é que acontece quando eles retiram o prémio? O grupo de controlo contínuo a
brincar como brincavam, mas os do grupo experimental caiu a pique as vezes que iam brincar
com esse boneco a partir do momento que deixaram de ter prémio, é como se através da
retirada do prémio tomassem consciência que não são o tipo de criança que brinca com esse
tipo de brinquedo.
Este é um efeito, que regra geral os educadores não têm em conta, o recurso
sistemático do prémio quando ainda a criança não descobriu o interesse por essa coisa
(motivação intrínseca) leva a um efeito estilo ricochete em que pode até fazer sentir um
dessentido quando o prémio é retirado.
A nossa cultura (em Portugal) funciona muito á base do prémio, e da punição externa.
Nos vivemos muito com base neste tipo de punição, de consequência externa, e
portanto, a nossa motivação está longe de ser intrínseca, de bom cidadão. Porque a educação
se não vai a bem vai a mal.
Como nós, tentamos ser coerentes com a nossa auto-percepção temos tendência a
fazer comportamentos que não são adequados, a menos que haja a tal punição.
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Outra maneira de nos autodescrevermo-nos é através do Mindsets.
A autora, Carol Dwerk, o que nos diz é nos temos um estigma cognitivo para nos
conhecermos, por exemplo, há pessoas que se autodescrevem como competentes, e
abençoadas por Deus, há qualquer coisa de inato, temos jeito para, e não tenho jeito para, e
nós descrevemo-nos dessa maneira.
Há pessoas que não se descrevem dessa maneira, isto é, descrevem-se mais próximo
daquilo que é chamado ética protestante do trabalho, que nos diz que se eu quero posso fazer
acontecer, com muito trabalho consegue-se chegar onde quisermos.
A nossa cultura favorece o Mindset Fixo: ex. não tens jeito nenhum para desenho, e
como não tenho jeito para desenho não vou para arquitecto, mas o desenho treina-se.
Mas há comportamentos precoces, que não são possíveis de explicar, pela teoria do
Mindset desenvolvimental, há miúdos com três anos que conseguem ler, sem ninguém ter tido
a noção de os ter ensinado.
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Aquilo que os outros dizem de mim também tem uma grande importância. Uma das
coisas mais importantes no auto-conceito e na auto-estima, que vamos falar a seguir, é a
importância dos outros.
Ex. Eu só sei que desenho mal porque comparo os meus desenhos com os outros e
vejo que existem pessoas que fazem os desenhos mais perfeitos que os meus.
Mas isto também pode ocorrer a nível dos valores, eu sou uma pessoa generosa?
Como é que eu chego à conclusão de que sou generoso? Ex. Campanha de arredondar do Lidl
se eu arredondo de 16,99 para 17€ dou 0,01€, isso é ser generoso? É mais generoso do que eu
dizer que não quero arredondar, e que o Estado é que está lá para ajudar as pessoas que
precisam.
O que define uma pessoa generosa? Valor mais do que comportamento, e nos
definimos isso comparando-nos com os outros, vêem o que os outros fazem e logo se medem.
Quando é que nos comparamos? Não existe um padrão claro, é ambíguo. Podem dar
5€ e numa circunstância as pessoas ficam a pensar que somos generosos e noutras
circunstâncias não (ex. dar 5€ a um mendigo vs. Ir para um leilão para a caridade e só dar 5€).
- Ascendente: Olho para cima, para os que são melhores que eu, e defino um ideal de
eu. Ex. Comparo-me com pessoas que tiveram notas superiores à minha.
Define níveis de aspiração mais altos, que estão correlacionados com melhor
sucesso seja em que área for. Maior aspiração – Maior desempenho.
- Descendente: Olho para baixo, para os que são piores que eu. Ex. Comparo-me com
pessoas que tiveram notas inferiores à minha.
Quem faz este tipo de comparação tem tendência a não investir muito,
vantagem de deixar confortável.
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Seja qual for a comparação, isto permite inferir as minhas qualidades, tenho um
espelho que os outros me dão do que é a minha competência.
O Looking-Glass Self é um conceito relativamente antigo, que nos diz que nos vemos
com os olhos dos outros, quer dizer que os outros relevantes na nossa vida (pais, professores,
pares) e se eles olham para mim e “torcem o nariz” começo a definir o auto-conceito
empobrecido, mas se os outros olham para mim e me favorecem eu acho que sou um máximo.
Este conceito deu origem a outro chamado Social tuning que afinações sociais, se eu
vejo os outros a comportarem-se de uma determinada maneira que não a minha eu tenho
tendência a conformar-me/afinar a minha atitude à determinado comportamento, se os
outros são relevantes, isto é, eu tenho uma pessoa relevante que tem comportamentos de
grande responsabilidade, eu conformo-me a esse comportamento, isto é, afino por esse
padrão.
O estudo destes autores Sinclair et al, que demonstra que isto funciona mesmo
quando nós não estamos com consciência disso, alias normalmente não tem consciência disso.
No IAT (que mede atitudes implícitas) escapa a nossa consciência, as reacções que temos vai
muito a deduzir uma atitude implícita que nós nem temos noção que a temos, e que nos
desgosta.
O que Sinclair fez é algo parecido, os sujeitos tinham de carregar numa tecla, numa
coisa que significava bom e clicar noutra quando a coisa significava algo mau, e punha no ecrã
a palavra bom ou mau esta era a tarefa que deu aos dois grupos de sujeitos, o que ela fez foi
no grupo experimental fez uma apresentação subliminar com imagens de uma pessoa branca e
uma pessoa negra. Se as pessoas fossem enviesadas relativamente aos brancos ou aos negros
tendiam mais rapidamente e com menos erros a carregar no bom quando a palavra bom
aparecia quando a imagem subliminar (aquelas imagens que passam tão rápido que nos
pensamos que não vimos mas que o cérebro processou esta informação) fosse de uma pessoa
branca, se for consistente. Assim vemos se há enviesamentos de natureza racista.
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vocês já ganham ECT’s por participarem por isso não vos dou rebocados (pessoa antipática). O
que acontece é que a pessoa simpática tem uma t-shirt que diz não ao racismo, nunca fala a
pessoa de racismo, aquilo que acontece é que as pessoas que estavam com este
experimentador simpático são muito menos enviesadas do que as que estavam com o
antipático.
O facto de eu identificar numa pessoa de quem eu gosto e que manifesta uma atitude
positiva relativamente à integração racial influencia-me através do Social Tunning sem que eu
me aperceba, assumo uma atitude mais favorável à integração racial, mostrando até onde vai
esta nossa necessidade de nos identificarmos aos outros.
Quando uma pessoa que é valorizada pelo sujeito a nível emocional que tenha atitudes
em alguns aspectos diferentes da do sujeito, até que se oponham ao sujeito, fica tão
insuportável que ocorre uma das seguintes hipóteses:
- Ou eu mudo um pouco, e nem me apercebo que mudei, que é o que acontece regra
geral.
- Ou então deixo de me dar com a pessoa, mas quando me vou embora, vou-me
embora um pouco diferente, devido ao Social Tunning não vou da mesma maneira.
Auto-estima
Para simplificar, existem pessoas que gostam muito pouco de si mesmas, definem um
auto-conceito, identificam as características que tem e desgostam-se por causa disso,
gostariam de ser diferentes, gostavam de ter 1,80 olhos verdes, etc, vêem-se ao espelho e não
se gostam, acham que os outros também não gostam, tem tendência a isolar-se. E acabam por
receber em Looking- Glass Self dos outros essa imagem de antipático, etc.
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Não é só a maneira como eu me descrevo, a maneira como eu me descrevo em si
mesmo, não é bom nem é mau, a maneira como eu avalio essa descrição é que é relevante, e é
isso chama-se estima de si, ou auto-estima.
Auto-estima é o sentimento de valor próprio, quando já sei quem sou mas isso vale
alguma coisa? Há professores no ISPA que publicam em poucos anos muitos artigos científicos,
outros não, isto estabelece inevitavelmente comparações avaliativas, que incorporam o nosso
comportamento, os nossos valores, a nossa maneira de sentir e de pensar a vida é influenciado
por essa auto-estima.
Eu posso ser muito competente e achar que isso não vale nada, ex. eu posso ser muito
bom a jogar carica, agora quando me apresento não digo “Olá, sou o sou “fulano de tal” e jogo
muito bem à carica”, eu realmente sou muito bom mas não vale nada, não chega ser muito
bom, um aluno pode ter 19 a todas as cadeiras e continuar com um sentimento de
insuficiência, não é difícil chegar a esse ponto, basta ter nascido num ambiente me que
chegam a casa com um 19 e a resposta é porque é que não tiraste 20.
Pelo contrário, se sou popular e tenho fracas capacidades académicas, digo que para
ser feliz é preciso é ser popular, estar com os outros e não ser rato da biblioteca e passar o dia
a ler, e a desperdiçar a vida, ou seja, faço uma interpretação totalmente oposta, para que? É
sempre no sentido de manter uma auto-estima positiva.
Nós não fazemos só isso com a compreensão das nossas competências, desvalorizar
aquelas em que não somos bons e valorizar aquelas em que somos bons, nós fazemos mesmo
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comparações enviesadas com os outros, neste estudo de Weinstein o que foi pedido é que
cada sujeito dissesse o que o futuro lhe reserva daqui a 20 anos, se vai viver bem, se vai ter
emprego, etc, cada um faz de si, e depois cada um foi-lhes perguntado se dos colegas
presentes se acham que o sonho vai acontecer no futuro. Aquilo que as pessoas fazem é uma
desvalorização, na conjectura actual, alguns sim outros não, isto é, quando nós comparamo-
nos com os outros sobrevalorizamos a nossa probabilidade de sucesso no futuro, quando nos
comparamos com os outros.
A preocupação de Tajfel é com a insensibilidade aos outros, que são processos de infra
humanização em relação aos outros, “os outros não sentem o mesmo que nós”, cria-se assim
uma cegueira social, através do qual se pode ocorrer processos de violência extrema.
Nós não construímos a autoestima isolados, têm que existir grupos nos quais nos
incluamos, esta autoestima é criada em “grupo”, e é através do mesmo que construímos uma
identidade social.
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Os processos cognitivos na formação de uma identidade social são:
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Mudar de grupo
Embora nos esforcemos por nos distinguirmos dos outros e por nos vermos com
entidades separadas, o certo é que somos seres sociais e por isso não podemos dispensar as
outras pessoas. Isto é verdade no que se refere à nossa identidade, pois uma parte daquilo
que nos serve para nos definirmos serve também para definirmos outras pessoas com quem
estabelecemos laços de afinidade e com quem nos identificamos pelo menos em alguns
aspectos importantes para a nossa auto-imagem. A nossa identidade, tem portanto, uma
componente social a que se chama identidade social. A teoria da identidade social abordada
por Tajfel (1982), é considerada como a teoria mais importante no quadro actual dos modelos
sobre as relações intergrupais em psicologia social. A perspectiva da identidade social veio dar
um contributo notável à psicologia social uma vez que renovou certos conceitos: a relação
indivíduo-grupo, os processos grupo, a questão do preconceito e das relação intergrupais, o
auto-conceito e a personalidade.
Segundo Tajfel (1982), supõe-se que um membro do grupo tende a manter-se como
membro e a procurar a pertencer a novos grupos se esses grupos contribuírem de alguma
maneira para as aspectos positivos da sua identidade social. Em contra partida, o que muitas
vezes acontece, se o grupo não preenche esse requisito, o individuo tenderá a abandoná-lo a
não ser que não seja possível abandoná-lo por razoes objectivas ou por essa decisão entrar em
conflito com valores importantes e que compõem a auto-imagem aceitável do “eu” (do
próprio individuo).
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Como traduzimos comparações enviesadas em relação a outros grupos, mesmo que
sem critérios de afinidade, existe uma invasão de grupos artificialmente na medida em que a
organização de escolha não é da sua auto-estima.
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Existem um conjunto de normas, que não tem necessariamente de serem explícitas,
ex. é proibido estacionar em cima do passeio, isto é uma norma social que nós respeitamos e
que tem uma penalização caso não seja cumprida, mas há normas que não estão escritas em
lado nenhum, e apesar de não estarem escritas em lado nenhum, nós tentamos observar essas
normas porque fazem parte do código de conduta dos nossos grupos, ex. a ideia de
solidariedade.
Como exemplo de proximidade, tem-se uma fila para pagar o IRS nas finanças, nessa
fila as pessoas estão próximas, é normal, tão perto que as vezes existem pequenos toques, ou
com a mala, ou com o casaco, etc., mas não se sente um grande desconforto nisso. Se
imaginarmos que é um cenário de apanhados, em que as oito últimas pessoas são comparsas,
e que a um sinal se escondem.
De repente, os últimos dois da fila apercebem-se que estão muito perto um do outro,
e que não está mais ninguém á volta. Nessa situação já se nota estranheza, uma pessoa nesta
situação afasta-se da pessoa que está à sua frente.
Numa fila normal, á medida que o número de pessoas aumenta, a distância entre elas
diminui. Dado que isto acontece sempre, é como se existisse uma norma escrita que explicasse
a distância aceitável para cada situação.
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O desconforto vem da violação da norma, quando fazemos parte de um grupo,
qualquer violação da norma gera-nos desconforto, que nos leva a repor cenário de satisfação,
de bem-estar (afastar-se) são normas implícitas.
As normas explícitas, regra geral têm uma consequência, a violação da norma explícita
resulta de um cenário com consequências, se ninguém vê passa. Ex. Alunos não podem fazer
plágio, se forem apanhados tem uma consequência, se uma pessoa conseguir cabular sem ser
apanhado não tem consequências.
Norma da responsabilidade
social
Compromisso: Ex. Trabalhos de grupo, quando uma pessoa diz que faz a sua parte nós
esperamos que ela cumpra. A violação do compromisso é altamente penalizadora.
Reciprocidade: Ex. Troca de prendas, se alguém não traz prenda para trocar e mesmo
assim recebe, fica a sentir-se mal.
Responsabilidade social: Norma implícita, quando alguém está em aflição, nós temos
tendência a prestar ajuda, ex. se alguém pergunta as horas, nós temos tendência de dizer as
horas.
Todas estas normas existem, mas nós não as temos igualmente activas, as normas são
activas pela circunstância.
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Quando eu quero obter um ganho, activo a norma do compromisso e a partir dai
começo a obter aquilo que quero.
Quando estou a pedir um favor, não estou a activar a norma de compromisso mas sim
de responsabilidade social.
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Depois de dizer que sim, fica mais difícil dizer que não.
As normas não têm todas o mesmo valor? E pelos vistos não tem, por exemplo, a
norma de responsabilidade social facilmente é substituída pela norma do comportamento, ou
da reciprocidade.
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Normas prescritivas implicam uma sanção clara, ex. deitar lixo para o chão, é uma
violação da regra do código, acontece que esta norma é facilmente violada se uma norma de
natureza descritiva for activada.
Fazer o que os outros realmente fazem, por exemplo, não se pode estacionar o carro
em cima do passeio, mas se já estiverem em cima do passeio vários carros, é só mais um, não
há problema, e a tendência é por o nosso carro em cima do passeio.
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Efeito de espectador - Comporto-me da maneira que os outros se comportam.
Relações intergrupais
Ex. Eu pertenço ao grupo verde, e os membros do meu grupo e eu; pertencendo todos
ao grupo verde, são diferentes entre si, mas com uma identidade comum. Sendo membros da
mesma categoria vejo como unidades, simplificando apesar de perder alguma informação.
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As pessoas não se limitam a categorizar, isto é, não se limitam a identificar o que nos
separa dos outros grupos têm-se a necessidade de construir a auto-estima com base nisso.
Essa auto-estima “faço-a” a nível da identidade individual.
Cria-se assim a problemática das relações intergrupais, se é verdade o que foi dito
anteriormente, cria-se um problema entre os grupos, pois os grupos organizam-se não só para
simplificar a realidade, mas para produzir uma diferenciação vantajosa relativamente aos
outros grupos, criando cenários que permitam organizar estereótipos, preconceitos, exclusão,
hostilidade entre grupos, etc.
Todos estes fenómenos, tem constantemente episódios deste género, que nos faz
pensar até que ponto pode-se criar uma sociedade que não organize este tipo de
comportamentos sociais. Porque a nossa arquitectura cognitiva leva á simplificação, a tornar
iguais os membros de um grupo, ver todos os membros da mesma maneira e inferiores ao
meu grupo, o que por extensão, os torna inferiores a mim.
Nos estudos das relações intergrupos, emerge uma questão central é o preconceito
(como se organiza, qual a relação entre preconceito e estereótipo, até que ponto o estereótipo
é realidade).
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O Robert Pattinson, é da categoria homem, é um estímulo simples, sem termos
necessidade de pensar sobre o assunto, este estímulo convoca na pessoa pensamentos
completamente diferente do outro sujeito (que até podia ser a mesma pessoa vestida de outra
maneira). Olhando para ambos cria-se uma dificuldade em sentir que fazem parte do mesmo
grupo.
Eles convocam categorias diferentes e, sendo categorias diferentes, não tem para nós
o mesmo valor, quando accionamos categorias cognitivas, atribui-se valor em função da nossa
identidade, isto é, genericamente, as pessoas tendem a ver no Robert Pattinson um sujeito
mais próximo do que somos, do que o sujeito da esquerda (claro que se os sujeitos para quem
estivermos a referir for diferente ex. um grupo de pais de angola, secalhar identificam-se mais
com o sujeito da esquerda.
E organizamos o estereótipo.
Estereótipo:
Existem categorias, ex. britânico, que são vistos como pontual, mas podia ser visto
como hostil, ameaçador, etc., o processo de categorização só por si não gera estereótipos, o
estereótipo ocorre quando as pessoas associação uma característica, atributo ou traço quase
de personalidade social ao grupo e generalizam com base na crença.
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Cria-se uma expectativa, que vai fazer com que as pessoas se comportem de acordo
com essa expectativa.
Um estereótipo pode ser ou não ajustado á realidade, ex. dizer que uma mulher é
maternal e má a conduzir, são duas características que não têm o mesmo ajustamento à
realidade.
O estereótipo não tem de ser negativo, alguns podem ser elogiosos. Ex. As mulheres
são maternais, mas duas mulheres não têm o mesmo comportamento em relação a uma
criança.
Ex: Se a minha expectativa é que a mulher seja maternal é como se existisse uma
pressão social para que a mulher se comporte dessa forma.
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Se organizo um estereótipo perante o outro o meu comportamento organiza-se. Ex. Se
eu acho que aquela pessoa é assustadora eu organizo um comportamento para evitar aquela
pessoa, que por sua vez vai perceber este comportamento de evitamento e se afasta, o que
gera clivagens (afastamentos) entre grupos sociais.
Os estereótipos têm tendência a ser menos ajustado à realidade, uma vez que é difícil
de definir a realidade associada a eles, mas isso só faz com que existam uns estereótipos mais
próximo da realidade e outros mais distantes, porque essa realidade existe mesmo não
sabendo exactamente o que ela é.
Preconceito:
Allport (1954) definiu inicialmente o preconceito de uma forma simples: “pensar mal
dos outros sem fundamento suficiente”, mas uma análise aprofundada do significado dessa
frase, no contexto da sua centração sobre os problemas interétnicos, levou a uma primeira
definição mais precisa, que colocou o preconceito no domínio das relações intergrupais.
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Presume-se que ela tem características censuráveis atribuídas a esse grupo. Esta
definição acentua o facto de o preconceito étnico da vida quotidiana ter a ver com as pessoas
enquanto indivíduos, mas simultaneamente conter uma ideia infundamentada em relação a
um grupo como um todo.
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Esses traços de personalidade de um grupo geram conteúdos emocionais, não nos
limitamos a dizer que determinadas pessoas são perigosas/hostis isso gera medo e
insegurança, e como isso é algo que queremos anular afastamo-nos destes grupos, e isso
afasta ainda mais culturas diferentes.
De certa maneira parece estrutural á pessoa (quase natureza humana porque não
conseguimos fazer não parte de um grupo e fazer parte do grupo sem olhar para os outros de
uma maneira diminuída) quando pensamos na teoria de identidade social, percepcionar que as
pessoas quando organizam grupos começam a diminuir os outros grupos, sendo que isso
acontece por várias razões; uma delas tem a ver com a necessidade de nós mantermos uma
identidade social adequada, ajustada e beneficiar a nossa auto-estima, como se para manter
uma boa auto-estima preciso de olhar para os outros grupos como sendo inferiores.
Existe então uma explicação social com base social e cognitiva na teoria da identidade
social. Mas fazendo nós parte de grupos, não somos todos iguais, podemos ter preconceitos
(impossível não ter algum tipo de preconceito) mas somos capazes de controlar esse
preconceito não passando ao acto constantemente (não temos de ser violentos).
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A teoria da frustração-agressão diz-nos que a agressão resulta sempre de uma
frustração e a frustração tende sempre á agressão, ou seja, as pessoas reagem agressivamente
porque sentem alguma espécie de frustração.
Se alguém está na origem dessa frustração, essa pessoa é alvo de agressão. – Princípio
genérico.
Ex. Princípio da realidade e do prazer: a realidade impõe um limite que pode não ser
agradável, e a negociação desses limites é gerador de alguma frustração e as pessoas
aprendem a negociar esses limites resolvendo a frustração.
Do ponto de vista dessa agressão maciça, o controlo social exige que as pessoas não
passem ao acto dependendo não só da maneira como a pessoa lida com a frustração mas
também do alvo.
Ex: Se o alvo de frustração for o chefe que traz mau estar e frustração mas a pessoa
não tem necessariamente de passar ao acto de agressão, do ponto de vista desta teoria, o que
as pessoas fazem é não passar ao acto com essa pessoa por causa das questões do controlo
social mas deslocam para alvos mais acessíveis, sendo estes, os mais vulneráveis, os mais
próximos e os diferentes (os que não configuram a norma).
A teoria sustenta que a agressão é sistemática, tem uma base social mas é activada
individualmente, sendo activada individualmente. Ideia da análise sincrónica (que é simultanea
no tempo). Esta análise explica a violência em relação de grupos dirigida a esse próprio grupo,
isto é, existem cenários de violência interna entre grupos (ex. guerra civil – grupo de pessoas
de determinada nacionalidade): um é o effect black sheep que corresponde aos grupos com
base na norma, um elemento que não esteja ao nível da espectativa definida pela norma é
“atacado” internamente ao grupo.
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elevam os níveis de criminalidade e baixa os índices de resistência à frustração de onde resulta
mais agressão).
Esse tipo de educação muito rígida, em que os horários tem de ser cumpridos
rigorosamente, estruturação através de rotina mas absoluta.
Normalmente uma pessoa que tem um preconceito racional tem outro tipo de
preconceito do mesmo género. Por exemplo, uma pessoa homofóbica muito facilmente é
racista, etc, com base na ideia da personalidade autoritária e no facto de as pessoas que
desenvolvem este tipo de alteração relativamente aos outros, normalmente tendem a
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procurar outros que confirmem a sua crença, uma pessoa racista tende a associar-se a outras
pessoas que tem o mesmo tipo de crença que confirme a sua.
A pessoa confirma que tem razão, que os outros são inferiores, porque encontra
alguém que tem a mesma atitude em relação aos outros, criando grupos tipo skined, criando
crenças que se tornam resistentes até a maneira que olham para figuras publicas que
evidenciam características positivas (racistas contra o Obama), criando representações da
realidade iguais as crenças que se têm.
A crença é muito difícil de mudar mesmo com nova informação, e sobretudo torna-a
socialmente legítima.
A teoria da privação relativa vem explicar que a questão central não é não ter alguma
coisa, mas sim, eu não ter alguma coisa e achar que devia ter. Ideia que quando existe uma
comparação, o indivíduo acha que tem tanto direito a ter algo como ao indivíduo do lado, e se
não têm cria-se uma situação de privação relativa.
Para Durkheim o que é preciso para reinar a ordem social é que a grande massa das
pessoas esteja satisfeita com aquilo que tem. Mas para que elas estejam satisfeitas não é
preciso que tenham mais ou menos, mas sim que estejam convencidas de que não têm direito
a mais”.
O que cria preconceito e conflito não é umas pessoas terem muito e outras terem
pouco, é sim, as pessoas que têm tendo muito ou pouco acharem que não têm aquilo que
merecem – princípio central da teoria da privação relativa. Isto gera um sentimento de estar a
ser excluído de alguma maneira, e a percepção de estar a ser excluído não depende daquilo
que me cabe mas sim do que me cabe comparando com o que cabe aos outros.
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Pode existir conflito no topo (os que têm mais) relativamente a quem tem menos, para
isso basta os que têm mais olhem para quem têm menos e achem que os que têm menos têm
mais do que o que merecem, isto explica porque é que pessoas que estão no topo da pirâmide
social desenvolvem preconceito e atitude conflituantes relativamente a grupos
desfavorecidos. Ex. Descontentamento quando se faz discriminação positiva, que nem sempre
é vista de uma maneira aceitável. A discriminação é dar a uns e não dar a outros, a
discriminação viola um princípio de justiça social, quem tem o papel de fazer a discriminação
positiva na nossa sociedade é o estado pois é o regulador que tenta atenuar injustiças e
desigualdades sociais, por exemplo, o estado assegura que exista escolas mesmo para as
crianças que não têm direito a ir a escola, o dar livros não é para todas as crianças é só para
algumas.
Não significa que todas as pessoas concordem com esta discriminação positiva, é uma
maneira de atenuar desigualdades mas há pessoas que se questionam sobre essas
desigualdades, do porquê deles necessitarem desse apoio, e chegam a conclusão que as
pessoas que são discriminadas positivamente necessitam desse apoio porque não merecem,
que o princípio de justiça social é meritocrático (há um critério de distribuição de riqueza em
que quem merece mais tem mais, quem merece menos tem menos), este tipo de discurso é
pessoas que estão em cima da pirâmide social e acham que os que estão por baixo têm mais
do que merecem, o que gera conflitualidade.
A teoria dos conflitos realistas explica que os grupos quando se organizam e entre eles
existe necessidades comuns, ou seja, os dois grupos pretendem um bem escasso, disputam-no
entrando em conflito.
41
Sempre que há competição, a competição lança as bases sociais da discriminação, do
conflito e do preconceito.
O importante já não é uma percepção relativa mas sim a apropriação, isto é, quando
dois grupos se organizam em confronto e disputam o mesmo objectivo entram em conflito, na
perspectiva estrita dos conflitos realistas.
Sempre que os recursos sejam divergentes, mas os grupos precisarem de interagir para
os defender, ou sempre que os interesses forem convergentes, mas os recursos forem
limitados ou indivisíveis, é possível predizer que se desenha uma relação de conflito, traduzida
em atitudes intergrupais etnocêntricas e competitivas que podem atingir formas elevadas de
hostilidade, de discriminação e até mesmo de agressão. Pelo contrário, quando os interesses
objectivos de dois grupos forem convergentes e os recursos suficientes, é possível predizer
que se desenha uma relação de cooperação, sendo então as atitudes e os comportamentos
menos etnocêntricos, mais centrados na resolução de problemas do que nas características
estereotípicas dos grupos e na sua diferenciação.
Exemplo de uma experiência clássica em Psicologia Social, que foi organizada por
Sherif com grupos de rapazes de 12 anos e fez uma experiência dos grupos mínimos,
organizando dois grupos ao acaso e permitiu que os grupos escolhessem um nome, criassem
sinais secundários de identidade (hino, bandeira, etc.) e organizou jogos de competição que
começaram por rivalidade (discriminação derrogada do outro grupo) e no quadro dos jogos
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competitivos em que um ganha e o outro perde gerou-se agressão e retaliação (violência)
sobre o outro grupo, chegando a queimar sinais secundários de outro grupo (queimando a
bandeira).
Este estudo foi repetido várias vezes com variantes mas o padrão básico é este, só a
interdependência é que resolve problemas de rivalidade intergrupos.
Racismo
O racismo é um preconceito racial, apesar de já não existir com tanta frequência um
racismo mais explícito, existe racismo mas de uma maneira mais subtil.
Para além deste reconhecimento, estes conceitos propõem diferentes explicações para
as formas que o preconceito assume para lidar com o conflito interno descrito por Allport, mas
mantêm o pressuposto segundo o qual a maioria lida com esse conflito adoptando
comportamentos que podem ser justificados por outras razões que não o preconceito racial.
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próximas, e as pessoas que nos estão mais próximas são aquelas que circulam no mesmo
espaço que nós.
O racismo simbólico tem a ver com a ideia da oposição ao subsídio para as pessoas que
fazem parte de minorias, todas as medidas de discriminação positiva, por as pessoas terem as
coisas mas estragam, sendo que não partilham os mesmos valores.
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Este tipo de racismo continua a ser subtil, já não é assumido na medida em que não é
por exemplo um racismo onde as pessoas não deixem entrar um negro no restaurante mas
demonstram o seu racismo através de ideias onde por exemplo, tem ideia que as minorias são
mais criminosos que as pessoas que não são das minorias.
Isto é, como se os membros dos outros grupos sendo humanos e tendo as mesmas
características, mesma capacidade emocional têm só ao nível das emoções primárias como se
determinados grupos não fossem capazes de sublime. Ex. Não se vê muitas pessoas de etnia
cigana num museu a olhar para um quadro. Mas isso não significa que não são capazes de ter
boa percepção estética.
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O enviesamento perceptivo por infra-humanização do exogrupo acontece quando, por
exemplo, ouvimos uma notícia onde 20 pessoas morreram na Síria, não é a mesma coisa do
que quando morre uma pessoa que nós conhecemos, é como se existisse uma percepção de
infra-humanização da capacidade de sofrimento dos outros, temos tendência a criar um
processo de derrogação do exogrupo. É mais fácil ter um gesto de agressão a uma pessoa que
está a ser infra-humanizada (ex. extremo é a escravatura).
Redução do Preconceito
Criou-se modelos para perceber como se pode reduzir o preconceito:
- Modelo de descategorização
Todos eles têm inconvenientes e todos funcionam, não existe um que é melhor que os
outros, em determinados contextos pode não funcionar uma abordagem mas funcionar outra.
Neste modelo que assenta no princípio de identidade social em que fazemos uma
categorização produzindo um enviesamento endogrupo, sendo que isso é um preconceito.
Para resolver isso, de acordo com este princípio, conseguir desmontar o processo de
categorização, sendo certo que os seres humanos categorizam, é um processo automático
(não consciente) e categorizam para simplificar a realidade compreensível e controlável.
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O que existiria para descrever os outros grupos não era ex. cabo-verdianos, angolanos,
etc., mas sim esta pessoa tem estes atributos, tem este tipo de personalidade, etc. Trazendo o
conhecimento dos outros independentemente da sua origem.
Uma crítica a este modelo é a homogeneização que este provoca, ou seja, não existe
origem, não existe distinção como se existisse um exercício de etnocentrismo em que a cultura
dominante descaracteriza os outros como pretexto de reduzir o preconceito, pois se eles
forem iguais a mim deixo de ter preconceito.
Apesar disso, não quer dizer que este modelo não funcione, pois é eficaz na medida de
uma desconstrução do processo de categorização.
Assenta no princípio de que se eu tiver uma relação do outro grupo enquanto grupo, o
meu grupo enriquece com isso. Este modelo evita a homogeneização, mantendo os traços de
identidade cultural.
Críticas a este modelo são relativamente a ele manter a separação, não criando
autonomia na relação com outros grupos.
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Este modelo procura é eliminar os processos de categorização, não para relacionarmo-
nos elemento com elemento mas criando uma categorização superior, ex. uns são do norte
outros são do sul, mas existe algo que nos engloba que é Portugal.
A crítica a este modelo é este limite exige outros limites, isto é, exige competição com
outros grupos, ex. os nacionalismos são fundados nisso. Porque não há limites de grupo que
não exija outro grupo com o qual se define.
Dilemas Sociais
A questão dos dilemas sociais é uma questão de ética, explica qual a motivação que
levou os seres humanos a organizar-se, a formar associações, comunidades, nações e grupos,
essa motivação foi pela protecção e concretização de objectivos, isto é, as pessoas juntam-se
na medida em que sentem que é mais exequível cumprir as suas aspirações se tiverem em
sociedade do que se estiverem sozinhos.
O conflito individual gera o dilema, isto é, quando o interesse individual conflitua com
o interesse do grupo gera-se o dilema social.
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Ex. Nós queremos uma democracia, gostamos de pensar que quem nos governa tem
esse poder porque o povo o escolheu, e preferimos uma democracia a uma ditadura, o
interesse do grupo é manter a democracia, o dever cívico é ir votar, dados os níveis de
abstenção existem pessoas que não foram votar criando um dilema social. Se todos deixarem
de ir votar num determinado momento a democracia colapsa. A minha retirada relativamente
a um dever cívico orientada pelo interesse individual contende a manter o grupo em que me
incluo.
Sempre que existe um conflito em que o sujeito toma a decisão mais vantajosa para si,
uma medida autocentrada, tem um efeito negativo cuja escala não se percebe, só se percebe
se a maioria dos indivíduos tomarem essa decisão.
Existe uma relação custo/benefício, tem de existir espaço para o interesse individual,
apesar de ter de existir uma regulação do grupo mas também gostamos que exista poder de
escolha dentro dessa regulação, tem de existir um equilíbrio (tensão dialéctica) entre o
interesse individual (pulsão individual) e a necessidade de proteger o interesse do grupo que
resulta me dilema social.
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Estando na posição 1 tem duas opções (uma opção X e uma opção Y) se escolher a
opção X é o que acontece a este sujeito e a opção Y é o que acontece ao parceiro. Se o sujeito
escolher a opção X pode ganhar 3 qual é, ou pode perder seis dependendo da opção do outro
que não se sabe qual é. Se escolher a opção Y pode ganhar 6 ou pode perder 1.
Social loafing:
O esforço que cada um faz quando está em grupo é menor do que o esforço que faz
sozinho, o trabalhar em grupo a probabilidade de ter melhor resultado é grande, sendo que,
cada um dos elementos investe menos do que se tivesse sozinho. Isso não significa que o
resultado do trabalho de grupo seja pior do que um trabalho individual significa que fazemos
loafing (relaxamento) quando estamos em grupo.
O dilema clássico é o dilema de renovação de recursos que nos diz que existem uma
série de recursos que são renováveis se soubermos gerir esses recursos. Ex. O pescado, se
tivermos cuidado o peixe não desaparece, renova-se e é um património mundial.
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Se analisarmos do ponto de vista da relação custo/benefício podem acontecer dois
cenários diferentes, o primeiro é pescar o mais possível enquanto dure porque já não vai durar
muito, é um comportamento predador sobre os recursos naturais, se isso acontecer vai chegar
a um ponto que já ninguém tem o que pescar. O segundo cenário é tomar consciência e a
decisão de não pescar só pensando em mim utilizando conscienciosamente os recursos,
podendo acontecer que os outros não tenham esta consciência o que vai provocar uma dupla
penalização, na medida em que, não só deixo de poder pescar como não ganhei tanto como
poderia ter ganho se tivesse pescado sem consciencialização anteriormente, dado que o
resultado seria o mesmo. O comportamento lógico é pescar o mais possível, pois pensando nas
opções que se tem, fica-se a ganhar se pescar o mais possível antes do peixe esgotar.
A maioria dos grupos experimentais não devolveu o dinheiro, como se existisse uma
desconfiança.
Explicações possíveis:
Será que é o medo que motiva as pessoas ou será que é a vontade de ter mais? A
pessoa pensa “eu não vou dar porque depois ninguém dá e eu vou perder os cinco euros” ou
pensam “eu não vou dar porque as pessoas vão dar e assim em vez de ganhar cinco euros
ganho quinze”.
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Era de esperar que as pessoas, não tendo este medo, dessem os seus cinco euros, pois
esses estavam garantidos, contudo o comportamento não se alterou. Chegando-se a conclusão
que não é por medo de perder o dinheiro pois esse medo foi anulado.
Ex. Grupos mínimos em que as experiencias demonstram que as pessoas querem ter
uma vantagem relativa onde a pessoa tem menos mas os outros também tem menos. O
modelo da mútua diferenciação intergrupal, onde o que interessava não era ter muito mas sim
ter mais do que os outros, onde existe uma comparação sistemática.
Outras explicações:
Há sociedades que são mais cooperativas e outras mais competitivas, sociedades mais
concentradas na meritocracia, isto é, na distinção individual são mais competitivas, para alem
disso, o mérito individual tem uma natureza normativa.
Existem estudos que comprovam que as mulheres são mais cooperativas do que os
homens. Os homens tem tendência a ser mais competitivos.
Existem diferenças individuais, isto é, num grupo por exemplo só de mulheres, existem
mulheres mais competitivas do que outras.
Não é algo genético, é construído, esta orientação para o grupo ou mais individualista,
é algo construído, “nós não somos assim, nós fazemo-nos”.
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Interdependência de tarefas:
Quem utiliza paga, como as pessoas fogem aos impostos, passamos a ninguém pagar
imposto e cada vez que precisam de algo tem de pagar. Ex. Portagens para andar nas auto-
estradas.
Interdependência Social:
Contribuir para reforçar a convicção de que se o meu grupo tiver qualidade vou
recolher dividendos, se a minha pool de formação for boa, vou beneficiar desse prestígio.
Quanto mais reforçar a identidade social menor é o risco de resolver o dilema numa
perspectiva individualista.
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