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SUMÁRIO
Nesta comunicação apresenta-se uma fase preliminar do estudo em curso na FCT/UNL sobre o
comportamento de lajes alveoladas sujeitas a cargas concentradas. Descreve-se o trabalho
experimental, os modelos e os sistemas de ensaio utilizados. Os resultados experimentais
obtidos em ensaios já efectuados sobre modelos de laje em laboratório são comparados os com
os valores recomendados na pré-norma Europeia prEN 1168-1.
1. INTRODUÇÃO
Em obra, os painéis da laje são colocados lado a lado e apoiados em vigas em ambas as
extremidades. Estas vigas poderão ser em betão também pré-moldado ou, em alternativa,
moldado in situ. Também é frequente a utilização de vigas metálicas.
Embora possa ser conferida continuidade às lajes sobre os apoios, não é frequente tirar partido
desta faculdade, sendo corrente considerar as lajes como biapoiadas nas extremidades.
É ainda aconselhável, embora não seja indispensável, proceder em obra à betonagem de uma
camada de betão complementar, com 5 a 10 cm de espessura, armada perpendicularmente ao
vão dos painéis de laje. Para melhorar a resistência ao esforço transverso e garantir uma melhor
ligação aos apoios devem ser preenchidas com betão, e colocadas armaduras de ligação, as
extremidades de alguns alvéolos previamente rasgados para o efeito (ver figura 1). As juntas
entre painéis adjacentes devem também ser seladas com betão.
A esbelteza destas lajes (relação entre a espessura total da laje acabada e o vão entre eixos dos
apoios) varia entre 1/40 para pequenos vãos (até 8m), 1/30 para vãos médios (de 8m a 15m) e
1/20 para vãos até 20m. Os valores referidos são apenas indicativos, pois terá que ser analisado
caso a caso, em função do valor das cargas e das condições de apoio.
A utilização de lajes alveoladas na construção de pavimentos de edifícios de habitação, de
escritórios, comerciais e de auto-silos, ou em tabuleiros de pontes de pequeno vão, tem
verificado um incremento significativo nos tempos mais recentes. É frequente a utilização
desta solução em situações em que surgem cargas concentradas tais como: apoios pontuais de
máquinas, apoios indirectos em aberturas nos pavimentos ou cargas devido a rodados de
veículos. Sendo estas cargas relativamente elevadas e dado que esta solução é constituída por
um conjunto de elementos discretos torna-se necessário definir a sua resistência à flexão
transversal e ao punçoamento.
O presente estudo tem como principais objectivos analisar a forma como as lajes alveoladas
resistem a cargas concentradas e aferir os valores sugeridos pela regulamentação europeia.
Os principais factores que influenciam a resistência à flexão transversal e ao punçoamento são:
− As dimensões da área carregada,
− A posição da carga em relação ao eixo longitudinal do painel de laje,
− As características mecânicas do betão e o valor do pré-esforço instalado,
− A contribuição da camada de betão complementar moldada em obra,
− A contribuição dos alvéolos preenchidos com betão moldado em obra,
− A influência da continuidade transversal entre painéis de laje e do confinamento daí
resultante.
2. ESTADO DO CONHECIMENTO
Aswad e Jacques [3] efectuaram uma análise experimental sobre os efeitos de cargas
concentradas aplicadas no bordo de painéis de laje alveolada. Neste estudo foram analisados 25
painéi. Os autores concluíram que a rotura se dava, invariavelmente, por punçoamento sob a
carga ou por torção nas extremidades da laje, junto aos apoios.
Stanton [4] estudou a repartição transversal de cargas entre painéis adjacentes de pavimentos
constituídos por elementos pré-fabricados e desenvolveu um método numérico para determinar
os esforços internos nestes pavimentos.
Mais tarde Stanton [5] estudou a resposta de lajes alveoladas quando sujeitas a cargas
concentradas e lineares e desenvolveu um método numérico para definir a distribuição
transversal do esforço transverso junto ao apoio e do momento flector no centro do painel.
A prEN1168–1 [6] estabelece dois estados limite para os efeitos de cargas concentradas: o
primeiro é um estado limite de utilização e corresponde à formação de uma fenda longitudinal,
na face inferior da laje, em resultante da flexão transversal do painel; o segundo é um estado
limite último de rotura por punçoamento.
O estado limite de fendilhação por flexão transversal não conduz à rotura da laje, traduzindo-se
apenas na formação de fendas longitudinais que devem ser limitadas em fase de utilização.
Este fenómeno corresponde a um estado limite de utilização. Em geral, só após a formação
destas fendas longitudinais é possível formar-se o mecanismo de rotura por punçoamento.
Segundo a prEN1168-1 [6] o estado limite de formação das fendas longitudinais corresponde a
um valor característico da força concentrada (Fk) de:
Fk=3 WL fctk0.05 [1]
Onde:
WL representa o menor módulo de flexão relativo à fibra inferior, ou seja, o módulo de flexão
da fibra inferior por unidade de comprimento da secção longitudinal da laje, e
fctk0,05 é o valor característico inferior da resistência à tracção do betão.
45º 45º
45º 45º
No âmbito deste estudo foi elaborado um programa experimental dividido em quatro fases,
sendo que as primeiras três têm por objectivo analisar a resistência de um painel de laje
isolado, enquanto que na última fase se pretende estudar a contribuição para a resistência à
flexão transversal e ao punçoamento de um conjunto de quatro painéis de laje justapostos.
4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
Nesta comunicação apresentam-se apenas os resultados já obtidos nos ensaios da fase 1a)
(primeira fase com carga concentrada aplicada a eixo da laje, a meio vão). Foram efectuados
dois ensaios que seguiram o procedimento de aplicação de carga que se descreve em seguida.
A carga foi aplicada sobre uma chapa que foi colocada no centro do painel da laje. A laje
alveolada é do tipo LAP-20-6 fornecida pela Secil Prébetão. O esquema do ensaio apresenta-se
nas figuras 3 a 5.
0,20m
1,20m
Figura 3: Laje em análise: LAP-20-6 – secção transversal
Laje Alveolada
LAP-20-6
2,00m
1,20m
2,00m
Macaco Hidráulico
Tipo RRH 307
Laje Alveolada
LAP-20-6
Tela em Neoprene
Posteriormente a carga foi incrementada até se atingir, em simultâneo, a rotura por corte da
nervura carregada e a rotura da ligação desta nervura à restante laje ao longo do outro alvéolo
adjacente. A carga na rotura verificada para cada ensaio está também indicada na Tabela 1.
Os ensaios realizados revelam que as cargas concentradas aplicadas longe dos bordos dos
painéis conduzem, em primeiro lugar, ao aparecimento de fendas longitudinais em resultado da
flexão transversal da laje. Estas fendas dividem a laje longitudinalmente, reduzindo a sua
capacidade de distribuição transversal da carga aplicada pelas diferentes nervuras. A rotura por
punçoamento da laje acontece quando numa determinada secção transversal de uma nervura se
atinge a tensão da rotura do betão à tracção, em resultado das tensões tangenciais, devido à
força aplicada, e das tensões axiais de compressão, devido ao pré-esforço.
6. AGRADECIMENTOS
7. REFERÊNCIAS