Pode ser difícil escrever quando não há nada sobre o que escrever.

Em minha alma há uma espécie de

amontoado de imagens indistintas: memórias do primeiro amor, apaixonadas desta noite, primavera,
aventuras, amanheceres, corrida matinal, uma sensação de força própria, juventude. E acima de tudo -
como o mundo inteiro, com todas as suas experiências, passa por sua alma sensível, e começa a soar, e
você se segura com suas últimas forças para não cantar na rua, não dançar ao som da música, não rir na
sua voz, não escrever sobre tudo o que você pensa e não beijar qualquer um.

Agora a rua está enevoada, aqui e ali no chão você pode ver os restos de neve. Seco. A primavera ainda
está longe e não há cheiro dela no ar. Talvez seja isso que me mantém calmo. No entanto, essa frieza
me faz pensar em outra coisa. Sobre como eu agora andaria no gelo espesso de um lago congelado até o
buraco no gelo que fiz, descalço, descalço. Afundou lentamente no peito e depois completamente com a
cabeça. Como se ela estivesse no ventre da própria natureza, antes de seu próprio nascimento. E eu
sairia de novo, no gelo e na luz, e como se eu fosse nascer de novo. Não estaria frio de jeito nenhum, e
eu ficaria por alguns minutos assim, deixando passar todos os sons e sentimentos, os desejos de todos
os seres vivos por quilômetros ao redor, sua fome e medo, o desejo de viver, a paixão pela caça, a sede
de renda, o amor pela prole ... E minha própria vida não importaria muito aqui. Ela se dissolveria nos
outros tanto quanto nos outros em mim. Não seria assustador morrer, nem seria assustador viver. E
quando voltasse para as pessoas, seria a pessoa mais feliz da Terra.

Quantas pessoas sem sentido inventam. Ele não sabe por que está aqui, e isso causa grande tristeza. Ele
pensa no que as outras pessoas vão dizer, os vizinhos na escada, o chefe. Ele escolhe um emprego na
lista e o suporta por anos. Ele pensa muitas vezes em não ser ridicularizado. E toda a sua vida está no
eterno equilíbrio entre não mudar muito para si mesmo e para você, e que

Uma pessoa pensa muito sobre si mesma. Ele está tão absorto em si mesmo que mais machuca do que
ajuda. Isso porque em seus julgamentos ele não parte dos fatos, mas das ilusões - e tudo estaria bem se
apenas dois estivessem conectados nesta cadeia. Você gosta disso? Você gosta disso? Quem disse que
você não pode ir à loja com um vestido de noite? Essa pessoa não pode mais ser encontrada, mas todos
contam com ela. Quem disse que você precisa de uma universidade? Este homem está morto há muito
tempo, mas sua mãe prefere ouvi-lo do que seu próprio filho. Esta é a principal doença da humanidade.

O homem não morrerá mais de fome. As cidades não estão mais morrendo de fome, e por toda a
cidade, deixe alguém ajudar. Pelo mesmo motivo, ele não morrerá de frio. O homem não será mais
morto por animais selvagens - ele mesmo os mata. E então ele se esquece que existe algo mais do que
ele, que ele apareceu neste mundo mais forte. E que quando ele morrer, e um pouco depois de toda a
humanidade, ele será engolido pela terra, e a grama começará a crescer de seus olhos, e tudo o que era
ou não importante para ele será simplesmente coberto com neve.