Você está na página 1de 49

Resultados do inquérito sobre

o Impacto da COVID-19 nas empresas

2020
Resultados do inquérito sobre
Impacto da COVID-19 nas empresas

I Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Resultados do inquérito sobre Impacto da COVID-19 nas empresas

© 2020 Instituto Nacional de Estatística – Moçambique


Reprodução autorizada, excepto para fins comerciais, com indicação da fonte bibliográfica

PRESIDÊNCIA DO INE Ficha Técnica:

Título
Eliza Monica Ana Magaua
Resultados do inquérito sobre Impacto do COVId-19 nas empresas :
Presidente Abril-Junho 2020

Editor
Instituto Nacional de Estatística
DIRECÇÃO Direcção de Estatísticas Sectoriais e de Empresas
Av. 24 de Julho, nº 1989, Caixa Postal 493, Maputo
Adriano Matsimbe
7º Andar.
Director de Estatísticas Sectoriais e de Empresas
Telefone: + 258 21 498 141
Fax: + 258 21 490 507
Natércia Macuacua E-Mail: info@ine.gov.mz /vendas@ine.gov.mz
Directora Adjunta de Estatísticas Sectoriais Homepage: www.ine.gov.mz
e de Empresas

Produção

Alberto Francisco Cossa - Coordenador Nacional


Geraldo Timbe
Ildefonso Alves
Marcelo Amós
Venâncio Munhangane
Ernesto Daniel Langa

Difusão
Instituto Nacional de Estatística
Departamento de Documento, Difusão e Marketing

O Instituto Nacional de Estatística (INE) é órgão SEGREDO ESTATÍSTICO


executivo central do Sistema Estatístico Nacional de informação estatística oficial de interesse O princípio do segredo estatístico consiste na
(SEN) que tem por objectivo a notação, nacional, de que se destaca a realização de obrigação do INE de proteger os dados estatísticos
apuramento, coordenação e difusão da informação recenseamentos, inquéritos correntes e eventuais, a individuais, relativos a pessoas singulares ou
estatística oficial do País. elaboração das contas nacionais e de indicadores colectivas recolhidos para produção de estatística,
económicos, sociais e demográficos, bem como a contra qualquer utilização não estatística e
O Instituto Nacional de Estatística subordina-se ao realização de estudos, análises e investigação divulgação não autorizada, visando salvaguardar a
Conselho de Ministros. aplicada. privacidade dos cidadãos, preservar a concorrência
(in Lei nº 7/96 de Julho) entre os agentes económicos e garantir a confiança
AUTORIDADE ESTATÍSTICA dos inquiridos.
Sistema Estatístico Nacional (SEN) é o conjunto O princípio da autoridade estatística consiste no
orgânico integrado pelas instituições a quem (Lei nº 7/96 de 5 de Julho)
poder conferido ao Instituto Nacional de Estatística
compete o exercício da actividade estatística oficial. de, no exercício das actividades estatísticas, realizar
inquéritos com obrigatoriedade de resposta nos ESCLARECIMENTOS AOS UTILIZADORES
ACTIVIDADE ESTATÍSTICA OFICIAL prazos que forem fixados, bem como efectuar todas Devido aos arredondamentos, os totais podem não
Por actividade estatística oficial entende-se, o as diligências necessárias à produção das corresponder à soma das parcelas.
conjunto de métodos, técnicas e procedimentos de estatísticas.
concepção, recolha, tratamento, análise e difusão

II Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
ABREVIATURAS

AT Autoridade Tributária de Moçambique


CAE-Rev.2 Classificação das Actividades Económicas, Revisão 2
Cont. Continuado
HT Horas trabalhados por trabalhador
INE Instituto Nacional de Estatística
DT Dias trabalhados por trabalhador
IVA Imposto sobre valor acrescentado
Km2 Quilómetro quadrado
Mt Metical
n.e Não especificado
Nº Número
Q Quadro
G Gráfico
Trim Trimestre
unid Unidade

SINAIS CONVENCIONAIS
.. Categoria não aplicável
… Dados não disponíveis à data da publicação
0 Dado inferior à metade da unidade utilizada
X Dados sujeitos a segredo estatístico
% Percentagem

III Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Resumo

Os resultados do inquérito sobre o impacto da Covid-19 nas empresas mostram que de um total
de 89 385 empresas abrangidas por este estudo, 90,4% foram afectadas pela Covid-19.

Pela distribuição geográfica, as quatro províncias da zona sul do País são as mais afectadas com
percentagem média desta região a situar-se em 95,0%, com destaque para a Província de
Inhambane como a mais afectada em todo o País com 98,8% das suas empresas afectadas pela
Covid-19.

No que diz respeito aos ramos de actividades, os actividades de educação e as artísticas, de


espectáculos, desportivas e recreativas foram afectadas na sua totalidade (100%).

Na classificação segundo a dimensão de empresas, as grandes empresas, que representam cerca


de 0,5% do universo, foram as mais afectadas com 91,1%. Em termos de impacto visível,
destaca-se o facto de mais de 70 000 pequenas empresas terem sido afectadas pela Covid-19.

No capítulo referente as medidas adoptadas para minimizar o impacto nos trabalhadores, 56,0%
das empresas afectadas optaram pelo regime de rotatividade, onde dentre elas, 41,7% aplicram
a rotatividade semanal.

As empresas que foram forçadas a encerrar representam perto de 3,0% do universo afectado,
tendo esta medida tirado emprego a 43 578 trabalhadores, sendo o sector de Comércio por
grosso e a retalhado, reparação e manutenção de viaturas o que maior número de trabalhadores
afectou (24 200).

Nos meses de Abril, Maio e Junho apenas 87,3%, 80,9% e 80,2% de empresas conseguiram
pagar as remunerações dos seus trabalhadores na totalidade, respectivamente.

Os resultados do inquérito mostram, também, que comparativamente ao 1º semestre de 2019,


as receitas das empresas baixaram em 41%.

IV Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
ÍNDICE
RESUMO .............................................................................................................................................................................. IV

INTRODUÇÃO......................................................................................................................................................................... 1

1.EMPRESAS AFECTADAS PELO ESTADO DE EMERGÊNCIA ..................................................................................................... 2

G1.1-EMPRESAS AFECTADAS E PESSOAL PELA COVID-19 EM MOÇAMBIQUE ABRIL –JUNHO 2020 (%) ........................................................... 2
Q1.1-EMPRESAS AFECTADAS PELA COVID-19 SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO ABRIL-JUNHO 2020 ....................................................................... 2
Q1.2-EMPRESAS AFECTADAS PELA COVID-19 SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO, SUPERFÍCIE E HABITANTES ABRIL-JUNHO 2020 .................................. 3
Q1.3-EMPRESAS AFECTADAS PELA COVID-19 POR ACTIVIDADE ECONÓMICA ABRIL-JUNHO 2020 .................................................................. 4
Q1.4-EMPRESAS AFECTADAS PELA COVID-19 POR ESTATUTO JURÍDICO ..................................................................................................... 5
Q1.5-EMPRESAS AFECTADAS PELA COVID-19 POR SUA DIMENSÃO ........................................................................................................... 5

2. MEDIDAS ADOPTADAS PELAS EMPRESAS FACE AO DECRETO DE ESTADO DE EMERGÊNCIA ............................................... 6

Q2.1-EMPRESAS E PESSOAL AFECTADO POR COVID-19 SEGUNDO A MEDIDA ADOPTADA EM MOÇAMBIQUE ABRIL-JUNHO 2020 ....................... 6
Q2.2-EMPRESAS AFECTADAS QUE ADOPTARAM O REGIME DE ROTATIVIDADE SEGUNDO A PERIODICIDADE ABRIL-JUNHO 2020 ............................ 7
G2.1-EMPRESAS AFECTADAS PELA COVID-19 SEGUNDO MEDIDAS SENSÍVEIS AOS TRABALHADORES ABRIL-JUNHO 2020(%) ............................. 8
Q2.3-EMPRESAS E PESSOAL AFECTADO PELA COVID-19 SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO E MEDIDAS SENSÍVEIS ADOPTADAS ...................................... 8
Q2.4-EMPRESAS E PESSOAL AFECTADO PELA COVID-19 SEGUNDO ACTIVIDADE E MEDIDAS SENSÍVEIS ADOPTADAS ........................................... 9
Q2.5-EMPRESAS E PESSOAL AFECTADO PELA COVID-19 SEGUNDO A DIMENSÃO E MEDIDAS SENSÍVEIS ADOPTADAS ........................................ 10

3.BENEFICIOS E FACILIDADES CONCEDIDAS PELO ESTADO ................................................................................................... 10

Q3.1-EMPRESAS AFECTADAS QUE PLANEAM OU BENEFICIARAM DE ALGUMAS FACILIDADES CONCEDIDAS PELO ESTADO (%) ............................... 11
Q3.2-EMPRESAS AFECTADAS QUE PLANEIAM OU BENEFICIARAM DE ALGUMAS FACILIDADES SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO (%) ............................... 11
Q3.3-EMPRESAS AFECTADAS QUE PLANEAM OU BENEFICIARAM DE ALGUMAS FACILIDADES SEGUNDO ACTIVIDADE (%) ..................................... 12
Q3.4-EMPRESAS AFECTADAS QUE PLANEAM OU BENEFICIARAM DE ALGUMAS FACILIDADES SEGUNDO A DIMENSÃO (%).................................... 13

4.IMPACTOS NO EMPREGO, TRABALHO E FACTURAÇÃO ..................................................................................................... 13

Q4.1-INDICADORES DE EMPREGO, TRABALHO E VOLUME DE NEGÓCIOS NO PRIMEIRO SEMESTRE EM MOÇAMBIQUE 2020................................ 13


G4.1-TENDÊNCIA DA DIMENSÃO DO PESSOAL E PRODUTIVIDADE APARENTE EM MOÇAMBIQUE 2020 ........................................................... 14
4.1.IMPACTOS DA COVID-19 NO PESSOAL AO SERVIÇO ....................................................................................................................... 15
Q4.1.1-Pessoal ao serviço por sexo e por trimestre segundo a localização geográfica em 2020 ......................... 15
Q4.1.2-Pessoal ao serviço por sexo e por trimestre segundo actividade económica em 2020 ............................. 16
Q4.1.3-Pessoal ao serviço por sexo por trimestre segundo a dimensão da empresa em 2020 ............................ 16
4.2.IMPACTOS DA COVID-19 NOS DIAS E HORAS DE TRABALHOS PERCAPITAS .......................................................................................... 17
Q4.2.1-Dias e horas de trabalho percapitas por trimestre segundo a localização geográfica em 2020 .............. 17
Q4.2.2-Dias e horas de trabalho percapitas por trimestre segundo actividade económica em 2020 ................... 18
Q4.2.3-Dias e horas de trabalho percapitas por trimestre segundo a dimensão da empresa em 2020 .............. 18
4.3.IMPACTOS DA COVID-19 NO VOLUME DE NEGÓCIOS..................................................................................................................... 19
Q4.3.1-Volume de negócios por trimestre segundo a localização geográfica 2019/2020 ...................................... 19
Q4.3.2-Volume de negócios por trimestre segundo actividade económica 2019/2020 .......................................... 20
Q4.3.3-Volume de negócios por trimestre segundo a dimensão da empresa 2019/2020 ..................................... 21
5. IMPACTOS DA COVID-19 NA REMUNERAÇÃO AOS TRABALHADORES ................................................................................................... 21
Q5.1-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO AS FORMAS DE REMUNERAÇÃO AO PESSOAL DURANTE O ESTADO DE EMERGÊNCIA ................................ 21
G5.1-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO A TENDÊNCIA DE ALGUMAS FORMAS DE PAGAMENTO (%) ................................................................ 22
Q5.2-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO E FORMAS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO NO SEGUNDO TRIMESTRE (%) .......................... 22
Q5.3-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO ACTIVIDADE E FORMAS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO NO SEGUNDO TRIMESTRE (%)............................... 23
V Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q5.4-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO A SUA DIMENSÃO E FORMAS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO NO SEGUNDO TRIMESTRE (%) ....................... 23

6. IMPACTOS DA COVID-19 NO PAGAMENTOS DE IMPOSTOS E TAXAS AO ESTADO ............................................................ 24

Q6.1-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO A SITUAÇÃO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E TAXAS (%) ................................................................. 24


Q6.2-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO E PELA SITUAÇÃO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E TAXAS (%) ..................................... 25
Q6.3-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO ACTIVIDADE E PELA SITUAÇÃO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E TAXAS (%) .......................................... 26
Q6.4-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO A DIMENSÃO E PELA SITUAÇÃO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E TAXAS (%) ......................................... 26

7.PRINCIPAIS CONSTRIMENTOS DAS EMPRESAS AFECTADAS .............................................................................................. 27

G7.1-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO OS PRINCIPAIS CONSTRANGIMENTOS DURANTE O ESTADO DE EMERGÊNCIA (%) .................................... 27
Q7.1-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO E CONSTRANGIMENTOS DURANTE O ESTADO DE EMERGÊNCIA (%) ............................... 28
Q7.2-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO ACTIVIDADE E CONSTRANGIMENTOS DURANTE O ESTADO DE EMERGÊNCIA (%) .................................... 29
Q7.4-EMPRESAS AFECTADAS SEGUNDO A DIMENSÃO E CONSTRANGIMENTOS DURANTE O ESTADO DE EMERGÊNCIA (%) ................................... 29

8.EXPECTATIVAS DOS EMPRESÁRIOS AFECTADOS PELA COVID-19 ....................................................................................... 30

G8.1-EMPRESÁRIOS AFECTADOS PELO ESTADO DE EMERGÊNCIA SEGUNDO EXPECTATIVAS PARA O TERCEIRO TRIMESTRE (%) .............................. 30
8.1.EXPECTATIVAS DE EMPREGO ...................................................................................................................................................... 31
Q8.1.1-Empresas afectadas segundo a localização e por suas expectativas de emprego (%) ............................. 31
Q8.1.2-Empresas afectadas segundo actividade e por suas expectativas de emprego (%) ................................. 32
Q8.1.3-Empresas afectadas segundo dimensão e por suas expectativas de emprego (%) .................................. 32
8.2.EXPECTATIVAS DA PROCURA ...................................................................................................................................................... 33
Q8.2.1-Empresas afectadas segundo a localização e por suas expectativas da procura (%) ............................... 33
Q8.2.2-Empresas afectadas segundo e por suas expectativas da procura (%) ...................................................... 34
Q8.2.3-Empresas afectadas segundo a dimensão e por suas expectativas da procura (%) ................................. 34
8.3.EXPECTATIVAS DOS PREÇOS ....................................................................................................................................................... 35
Q8.3.1-Empresas afectadas segundo a localização e por suas expectativas dos preços (%) ............................... 35
Q8.3.2-Empresas afectadas segundo actividade e por suas expectativas de preços (%) .................................... 36
Q8.3.3-Empresas afectadas segundo a dimensão e pelas suas expectativas de preços (%) ................................ 36
8.4.EXPECTATIVAS DO VOLUME DE NEGÓCIOS .................................................................................................................................... 37
Q8.4.1-Empresas afectadas segundo a localização e por suas expectativas do volume de negócios (%) .......... 37
Q8.4.2-Empresas afectadas segundo actividade e por suas expectativas do volume de negócios (%) .............. 38
Q8.4.3-Empresas afectadas segundo a dimensão e por suas expectativas do volume de negócios (%) ........... 38
9.ANEXOS ............................................................................................................................................................................ 39

9.1.NOTA METODOLÓGICA ............................................................................................................................................................. 39

VI Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
INTRODUÇÃO

O Instituto Nacional de Estatística (INE) apresenta a publicação dos resultados do inquérito sobre o
impacto da Covid-19 nas empresas. Trata-se de um estudo realizado entre Junho e Julho de 2020 com
vista a obter uma informação estatística mais precisa, fiável e consistente, que pudesse responder ao
contexto económico que o País está atravessar face à pandemia da Covid-19 e às medidas de restrição
impostas pelos decretos presidenciais. O Inquérito visava obter informação estatística sobre as mudanças
conjunturais e estruturais do sector empresarial do País, face à pandemia causada pela SARS CoV-2.

A informação contida nesta publicação permite conhecer o número de empresas e de trabalhadores


afectados pela Covid-19, medidas tomadas para lidar-se com a pandemia, situação de pagamento de
impostos e salários, volume de receitas perdidas pelas empresas, conhecimento sobre facilidades
concedidas pelo estado, constrangimentos e tendência do emprego e facturação entre Janeiro e Junho
de 2020. A informação recolhida pemite também comparar a situação económica das empresas nos
períodos referentes ao 1º semestre de 2019 e 1º semestre de 2020.

Pela natureza da pesquisa realizada, foram abrangidas todas as províncias e todos ramos de actividades
económicas classificadas na Classificação de Actividades Económicas (CAE-Rev2), exceptuando-se:

 ACTIVIDADES DAS FAMÍLIAS EMPREGADORAS DE PESSOAL DOMESTICO E ACTIVIDADES DE


PRODUÇÃO DAS FAMÍLIAS PARA USO PRÓPRIO

 ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E DEFESA; SEGURANÇA SOCIAL OBRIGATÓRIA

 ACTIVIDADES DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRA –


TERRITORIAIS
A estrutura da publicação apresenta sete capítulos, destacando-se a análise global dos resultados em
forma de comentários e de quadros estatísticos, segmentados por Província, forma jurídica, dimensão da
empresa e ramo de actividade económica.

O INE enaltece e agradece os esforços empreendidos pelas empresas fornecedoras de dados que
permitiram a compilação da presente publicação.

A todos os que se dignarem a enviar críticas e sugestões que permitam melhorar as próximas publicações
vão, antecipadamente, as nossas saudações.

Maputo, Setembro 2020

1 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
1.Empresas afectadas pelo estado de emergência

Os resultados do inquérito apuraram 80765 empresas afectadas pelo decreto de estado emergência,
motivada pelo COVID-19 entre Abril e Junho de 2020 (G1.1). As empresas afectadas corresponderam a
90,4% do total das empresas e empregavam 3,3 milhões de trabalhadores, equivalente a 89%.

G1.1-Empresas afectadas e pessoal pela Covid-19 em Moçambique Abril –Junho 2020 (%)

100,0 90,4 89,1


90,0
80,0 Afectada N.afectada Total
(nº) (nº) (nº)
70,0
Empresa 80 765 8 620 89 385
60,0
50,0 Pessoal 3 316 361 404 841 3 721 202
40,0
30,0
20,0 10,9
9,6
10,0
0,0
Empresas Pessoal
Afectado Não afectado

De acordo com a localização geográfica, as províncias de Inhambane (98%), Gaza (94%) e de Maputo
província (94%) apresentaram a maior proporção de empresas afectadas (Q1.1) face a Zambézia (77%)
e Cabo Delgado (78%) que registaram a mais baixa proporção de empresas.

Q1.1-Empresas afectadas pela Covid-19 segundo a localização Abril-Junho 2020

Empresas
Província
Total (nº) % Afectadas (Nº) %
Niassa 2 450 2,7 2 116 86,4
Cabo Delgado 4 634 5,2 3 619 78,1
Nampula 7 862 8,8 7 004 89,1
Zambézia 5 825 6,5 4 488 77,0
Tete 5 324 6,0 4 813 90,4
Manica 4 411 4,9 3 591 81,4
Sofala 9 084 10,2 8 432 92,8
Inhambane 5 382 6,0 5 317 98,8
Gaza 5 414 6,1 5 131 94,8
Maputo Província 13 672 15,3 12 857 94,0
Maputo Cidade 25 327 28,3 23 397 92,4
Moçambique Total 89 385 100,0 80 765 90,4

2 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Segundo a superfície e o número de habitantes, os resultados do inquérito constataramm que em cada
1000 quilómetros quadrados do território nacional, existiam no período de referência do estudo 101
empresas afectadas pela COVID-19, o que correspondeu a 27 trabalhadores afectadas em cada 10000
habitantes no segundo trimestre de 2020 (Q1.2). Esta situação foi influenciada pela Cidade de Maputo,
províncias de Maputo e de Sofala que apresentaram maior proproção de empresas face as restantes
províncias que estão abaixo da média nacional.

Q1.2-Empresas afectadas pela COViD-19 segundo a localização, superfície e habitantes Abril-Junho 2020

Empresas/10000
Área População habitante Empresas/1000 km2
Província habitantes

km2 nº
Niassa 129 056 2 349 195 16 9
Cabo Delgado 82 625 2 525 416 44 14
Nampula 81 606 6 183 863 86 11
Zambézia 105 008 5 567 252 43 8
Tete 100 724 2 900 213 48 17
Manica 61 661 2 114 507 58 17
Sofala 68 018 2 457 828 124 34
Inhambane 68 615 1 531 959 77 35
Gaza 75 709 1 445 896 68 35
Maputo 26 058 2 216 460 493 58
Cidade de Maputo 300 1 124 988 77 990 208
Moçambique Total 799 380 30 417 577 101 27

Considerando o sector, ao nível do seu grande agrupamento (secção da CAE), as empresas dedicadas às
actividades de educação; às actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreação, como
actividade principal foram todas afectadas (Q1.3).
As actividades com empresas menos afectadas foram as dedicadas à venda e arrendamento de casas e
edifícios (48%), Captação, Tratamento e distribuição de Água, Saneamento, Gestão de resíduos e
despoluição (52%) e Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas (76%).

3 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q1.3-Empresas afectadas pela Covid-19 por actividade económica Abril-Junho 2020

Empresas
Actividade Económica (Secção da CAE)
Afectadas
Total (nº) % %
(Nº)

Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 1 689 1,9 1 284 76,0

Indústrias Extractivas 270 0,3 223 82,6

Indústrias Transformadoras 6 040 6,8 5 189 85,9

Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio 48 0,1 47 97,9

Captação, Tratamento e distribuição de Água, Saneamento, Gestão de


465 0,5 243 52,3
resíduos e despoluição

Construção 4 540 5,1 4 099 90,3

Comércio por grosso e a retalho; Reparação de Veículos Automóveis e


43 143 48,3 39 875 92,4
Motociclos

Transportes e Armazenagem 4 481 5,0 4 000 89,3

Alojamento, Restauração e similares 5 669 6,3 5 507 97,1

Actividades de informação e comunicação 1 497 1,7 1 399 93,5

Actividades financeiras e de seguros 704 0,8 606 86,1

Actividades Imobiliárias 632 0,7 304 48,1

Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e similares 7 591 8,5 6 791 89,5

Actividades administrativas e de serviços de apoio 3 340 3,7 2 814 84,3

Actividades de Educação 946 1,1 946 100,0

Actividades de saude humana e acção social 826 0,9 720 87,2

Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas 343 0,4 343 100,0

Outras actividades de serviços 7 161 8,0 6 375 89,0

Total 89 385 100,0 80 765 90,4

No que se refere ao estatuto legal, as cooperativas e as outras sociedades foram afectadas na totalidade
pela Covid-19 (Q1.4), situação explicada pelo facto da maior parte destas realizar actividades de educação;
Actividades artísticas, espectáculos, desporto e recreação. Os resultados constataram, também, que as
empresas públicas ou estatais foram as menos afectadas (80%).

4 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q1.4-Empresas afectadas pela Covid-19 por estatuto jurídico

Empresas

Estatuto Jurídico
Afectadas
Total (nº) % %
(Nº)

Sociedade anónima 7 081 7,9 6 784 95,8

Sociedade por quotas 57 863 64,7 51 868 89,6

Socieade unipessoal 7 763 8,7 6 875 88,6

Cooperativa 53 0,1 53 100,0

Empresa pública/estatal 207 0,2 166 80,2

Outra sociedade 121 0,1 121 100,0

Empresário em nome individual 16 297 18,2 14 898 91,4

Total 89 385 100,0 80 765 90,4

Quanto à dimensão, os resultados não revelam diferença estatisticamente significativa de proporção de


empresas afectadas pela pandemia em relação à média nacional pois esta situou-se ao nível de 90%
(Q1.5).

Q1.5-Empresas afectadas pela Covid-19 por dimensão

Empresas
Dimensão
Total (nº) % Afectadas (Nº) %

Pequena empresa 77 512 86,7 70 135 90,5

Média empresa 11 447 12,8 10 242 89,5

Grande empresa 426 0,5 388 91,1

Total 89 385 100,0 80 765 90,4

5 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
2. Medidas adoptadas pelas empresas face ao decreto de estado de emergência

Para lidar-se com o estado de emergência, motivado pela pandemia da COVID-19, os resultados do
inquérito ressaltam que mais de metade (56%) das empresas afectadas adoptou o regime de rotatividade,
seguido de redução de horas de trabalho com 20.7% e teletrabalho com 14.3% do total das empresas
(Q2.1). Essas três modalidades acabaram sendo as que apresentaram maior número de trabalhadores
afectados em magnitude de 38.5% para rotatividade, 12.1% para redução de horas de trabalho e 6.4%
para teletrabalho.

Q2.1-Empresas e pessoal afectado pela COVID-19 segundo a medida adoptada

Empresas Trabalhadores
Medida adoptada
Nº % global Nº % global

Encerramento da empresa 2 316 2,9 43 578 1,3

Suspensão de actividades 3 163 3,9 49 612 1,5

Suspensão de contratos 6 151 7,6 62 700 1,9

Férias colectivas 2 126 2,6 65 512 2,0

Rescisão de contratos 3 619 4,5 77 489 2,3

Regime rotatividade 45 238 56,0 1 275 413 38,5

Teletrabalho 11 564 14,3 210 893 6,4

Redução horas de trabalho 16 739 20,7 400 785 12,1

Solicitou autorização trabalhar com mais de 1/3 1 132 1,4 53 832 1,6

Mudança de actividade, produto ou serviço 3 075 3,8 -

Outra medida n.e 16 392 20,3 412 926 12,5

Global 80 765 3 316 361

6 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Avaliando a medida mais adoptada pelas empresas, que foi o regime de rotiavidade, os resultados indicam
que 41.7% das empresas optaram por uma rotatividade semanal dos seus trabalhadores, seguido de
diário com uma quota de 32.7% (Q2.2). Apenas 19.7% das empresas adoptaram o regime de rotatividade
quinzenal, equivalentes a 8922 unidades económicas, que é o que era recomendado pelo Ministério de
Saúde.

Q2.2-Empresas afectadas que adoptaram o regime de rotatividade segundo a periodicidade

Empresas
Periodicidade
Nº %

Diária 14 798 32,7

Semanal 18 881 41,7

Quinzenal 8 922 19,7

Mensal 1 915 4,2

Outra n.e 722 1,6

Total 45 238 100,0

Para as medidas jurídicas sensíveis, por colocar em risco o emprego e a situação económica das famílias,
os resultados do inquérito revelam que a suspensão de contratos foi a medida mais adoptada pelas
empresas (7.6%), afectando 62 700 trabalhadores, equivalentes a 1.9% do pessoal afectado (G2.1). No
entanto, foi a rescisão de contratos adoptada por 4,5% de empresas que afectou mais trabalhadores na
magnitude de 77 489, que correspondeu a 2,3% do total de afectados em todas empresas.

O encerramento das empresas, como medida mais drástica, foi adpotado por 2,3% do total das empresas
afectadas, prejudicando 1,3% de trabalhadores, correspondentes a 43 579.

7 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
G2.1-Empresas afectadas pela COVID-19 segundo medidas sensíveis aos trabalhadores

Rescisão de contratos 2,3


4,5

Férias colectivas 2,0


2,6

Suspensão de contratos 1,9


7,6

Suspensão de actividades 1,5


3,9

Encerramento da empresa 1,3


2,9

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0

Pessoal Empresas

Por localização geográfica, os resultados do inquérito indicam que Zambézia é a província com mais
empresas encerradas (13.6%) prejudicando 27 726 trabalhadores (Q2.3). Na medida de suspensão de
contratos, os resultados sugerem que as províncias de Cabo Delgado (20.2%) e Manica (12,9%) tiveram
maior número de empresas mas foram as províncias de Inhambane, Maputo e Sofala que tiveram mais
trabalhadores afectados.

Q2.3-Empresas e trabalhadores afectado pela COVID-19 segundo a localização e medidas sensíveis adoptadas

Empresas Encerradas Suspensão contratos Rescisão contratos


Província Empresas Trabalhadores Empresas Trabalhadores Empresas Trabalhadores
% prov Nº %prov Nº %prov Nº
Niassa 1,5 366 10,2 2 525 5,6 250
Cabo Delgado 3,1 1 409 20,2 3 397 8,1 2 278
Nampula 0,9 261 4,5 2 689 1,4 1 124
Zambézia 13,6 27 726 3,3 1 754 0,4 38
Tete 2,8 948 5,8 2 963 7,2 5 827
Manica 0,6 98 12,9 4 709 1,6 1 411
Sofala 6,3 2 972 8,0 7 802 3,4 7 558
Inhambane 0,7 186 8,8 8 595 3,9 1 694
Gaza 7,0 1 018 7,7 3 211 6,0 787
Maputo 1,4 4 136 3,9 7 714 2,3 4 533
Cidade de Maputo 1,0 4 458 8,4 17 341 6,8 51 989
Moçambique 2,9 43 578 7,6 62 700 4,5 77 489

8 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
A rescisão de contratos foi mais adoptada por empresas de Cabo Delgado (8.1%) e Cidade de Maputo
(6.8%) mas foi a Cidade de Maputo e as províncias de Sofala e Tete com maior número de trabalhadores
despedidos, em ordem de importância.

Por actividade, os resultados revelam que as empresas dedicadas às actividades de alojamento,


restauração e similares foram as que mais adoptaram a modalidade de suspensão de contratos, com
19.7% e rescisão de contratos com 17.5% das unidades produtivas (Q2.4). Nesta actividade, 15 997
trabalhadores viram seus contratos suspensos e 15 690 rescindidos. No entanto, as empresas que
dedicam-se às Actividades administrativas e de serviços de apoio que corresponderam 16,8% das que
rescindiram contratos, foram as que mais despediram trabalhadores, numa magnitude de 28 786.

Q2.4-Empresas e pessoal afectado pela COVID-19 segundo actividade e medidas sensíveis adoptadas
Empresas
Suspensão contratos Rescisão contratos
encerradas
Actividade económica Empresa Trab. Empresa Trab. Empresas Trab.
% act Nº %act Nº %act Nº
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 6,5 249 6,1 787 5,8 227
Indústrias Extractivas 5,8 330 7,2 1 219 2,2 20
Indústrias Transformadoras 2,2 4 428 4,1 4 434 3,1 4 845
Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar
0,0 0 0,0 0 0,0 0
Frio
Captação, Tratamento e distribuição de Água,
0,0 0 12,3 112 9,1 75
Saneamento, Gestão de resíduos e despoluição
Construção 1,5 984 17,5 13 282 4,6 5 169
Comércio por grosso e a retalho; Reparação de
1,9 24 200 4,5 5 700 2,2 7 107
Veículos Automóveis e Motociclos
Transportes e Armazenagem 1,8 264 10,6 3 376 3,0 1 142
Alojamento, Restauração e similares 7,4 7 621 19,7 15 997 17,5 15 690
Actividades de informação e comunicação 4,9 255 10,2 225 9,8 756
Actividades financeiras e de seguros 0,0 0 0,0 0 0,0 0
Actividades Imobiliárias 0,0 0 0,0 0 0,0 0
Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e
3,5 3 144 11,0 6 237 6,9 3 375
similares
Actividades administrativas e de serviços de apoio 3,8 642 10,9 7 995 16,8 28 786
Actividades de Educação 3,1 125 1,7 183 0,0 0
Actividades de saude humana e acção social 1,5 176 1,8 39 0,0 0
Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e
11,7 269 16,0 2 174 12,5 9 933
recreativas
Outras actividades de serviços 5,0 891 8,2 940 1,4 364
Total 2,9 43 578 7,6 62 700 4,5 77 489

O encerramento foi mais adpotado pelas empresas dedicadas às Actividades artísticas, de espectáculos,
desportivas e recreativas mas foram as empresas do sector de Comércio por grosso e a retalho; Reparação

9 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
de Veículos Automóveis e Motociclos que apesar de corresponderem a 1.9% das empresas, prejudicaram
maior número de trabalhadores ao abranger um total de 24 200. Isto é explicado pelo facto deste sector
ocupar muitas pessoas ao serviço que as outras actividades.

Segundo a dimensão, as pequenas empresas foram as que mais encerraram actividades (3.1%), afectando
41 394 trabalhadores (Q2.5). Nas modalidades de suspensão e rescisão de contratos, as pequenas
empresas apresentaram maior proporção de empresas afectadas, bem como em termos de trabalhadores
afectados, com magnitudes de 48 925 e 71 777 respectivamente.

Q2.5-Empresas e pessoal afectado pela COVID-19 segundo a dimensão e medidas sensíveis adoptadas
Empresas Encerradas Suspensão contratos Rescisão contratos

Empresas Trab. Empresas Trabalhadores Empresas Trabalhadores


Dimensão
% dim Nº %dim Nº %dim Nº

Pequena empresa 3,1 41 394 7,0 48 925 4,3 71 777

Média empresa 1,3 2 162 11,5 11 444 5,7 5 179

Grande empresa 0,5 22 11,1 2 331 5,9 533

Total 2,9 43 578 7,6 62 700 4,5 77 489

3. Benefícios e facilidades concedidas pelo Estado

Para mitigação da problemática decorrente da Covid-19, o Governo anucnciou uma série de medidas,
facilidades e benefícios ao sector empresarial. O inquérito procurou avaliar se os empresários planeiam ou
já beneficiaram de algumas dessas medidas.

Dos benefícios e facilidades enumerados como alternativa de resposta do inquérito, os resultados


apuraram que apenas 20,9% das empresas afectadas planeiavam ou beneficiaram de alguma suspensão
de obrigações tributárias ou contribuitivas (Q3.1). Depois dessa medida, seguiu-se o novo crédito bancário
com juros bonificados ou garantias do Estado adoptados por 15,2% das empresas afectadas. Isto pode
signficar que a maioria das empresas não conhecia esses beneficios ou facilidades.

10 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q3.1-Empresas afectadas que planeam ou beneficiaram de algumas facilidades concedidas pelo estado

Empresas
Facilidades Concedidas
Nº %
Alguma suspensão de obrigações tributárias ou contribuitivas 16 871 20,9
Crédito para importação, anunciado pelo Banco de Moçambique 8 096 10,0
Moratória de pagamento de juros e capital de crédito bancário 8 140 10,1
Novo crédito bancário com juros bonificados ou garantias do Estado 12 303 15,2
Algo diferente (n.e) 2 639 3,3

Na perspectiva geográfica, foram as Províncias de Maputo (36,4%), Tete (29,9%) e Cabo Delgado (26,2%)
que apresentaram maior proporção de empresas que planeiavam ou beneficiaram de alguma suspensão
de obrigações tributárias ou contribuitivas (Q3.2).

Q3.2-Empresas afectadas que planeiam ou beneficiaram de algumas facilidades segundo a localização (%)

Alguma suspensão Crédito para Moratória de


de obrigações importação, pagamento de Novo crédito
Província
tributárias ou anunciado pelo Banco juros e capital de bancário
contribuitivas de Moçambique crédito bancário
Niassa 9,2 0,5 4,2 0,5
Cabo Delgado 26,2 23,2 10,8 10,6
Nampula 16,2 1,4 11,7 5,9
Zambézia 17,0 2,8 8,8 4,8
Tete 29,9 7,1 8,7 8,8
Manica 20,4 2,9 8,6 12,9
Sofala 10,5 4,0 2,9 6,4
Inhambane 15,1 5,5 6,0 7,6
Gaza 2,6 14,1 9,4 53,5
Maputo 36,4 25,0 16,4 25,1
Cidade de Maputo 22,1 8,7 11,0 14,8
Moçambique 20,9 10,0 10,1 15,2

Em termos de actividade económica (Q3.3), os resultados apontam que das empresas que beneficiaram
ou planeiavam alguma suspensão de obrigações tributárias ou contribuitivas 41,5% dedicam-se às
Actividades de Consultoria, 30,2% às actividades de alojamento e restauração e 29,8% às actividades de
educação.

11 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q3.3-Empresas afectadas que planeiam ou beneficiaram de algumas facilidades segundo actividade (%)

Crédito para Moratória de


Suspensão de
importação, pagamento de
obrigações Novo crédito
Activida económica anunciado pelo juros e capital
tributárias ou bancário
Banco de de crédito
contribuitivas
Moçambique bancário
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 12,5 12,3 13,4 19,6

Indústrias Extractivas 11,7 2,3 1,4 4,7

Indústrias Transformadoras 19,8 8,7 8,3 13,8


Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar
4,3 46,8 0,0 4,3
Frio
Captação, Tratamento e distribuição de Água,
18,5 21,8 15,2 23,0
Saneamento, Gestão de resíduos e despoluição
Construção 23,6 6,7 5,7 15,8
Comércio por grosso e a retalho; Reparação de
17,0 11,1 11,1 14,3
Veículos Automóveis e Motociclos
Transportes e Armazenagem 22,8 17,4 13,6 19,1

Alojamento, Restauração e similares 30,2 8,4 12,4 25,4

Actividades de informação e comunicação 15,7 10,6 4,6 16,2

Actividades financeiras e de seguros 18,8 0,0 2,0 2,0

Actividades Imobiliárias 9,5 0,0 0,0 11,5


Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e
41,5 4,3 7,4 14,2
similares
Actividades administrativas e de serviços de apoio 29,5 8,8 10,2 9,1

Actividades de Educação 29,8 6,4 12,4 25,3

Actividades de saude humana e acção social 19,9 20,4 19,2 18,5


Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e
9,6 0,0 16,6 9,3
recreativas
Outras actividades de serviços 12,4 10,1 7,0 13,1

Total 20,9 10,0 10,1 15,2

Em termos de dimensão (Q3.4), o inquérito apurou que 23,7% das grandes empresas planeiam ou
beneficiaram de alguma suspensão de obrigações tributárias ou contribuitivas, 10,9% das médias
empresas planeiavam ou beneficiaram do crédito para importação, anunciado pelo Banco de Moçambique,
e 15,2% beneficiaram ou planeiavam ter uma moratória de pagamento de juros e capital de crédito
bancário.

12 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q3.4-Empresas afectadas que planeam ou beneficiaram de algumas facilidades segundo a dimensão (%)

Crédito para Moratória de


Suspensão de
importação, pagamento de
obrigações Novo crédito
Dimensão anunciado juros e capital
tributárias ou bancário
pelo Banco de de crédito
contribuitivas
Moçambique bancário
Pequena empresa 21,4 9,9 9,3 15,1
Média empresa 17,6 10,9 15,2 16,2
Grande empresa 23,7 6,7 10,8 10,8
Total 20,9 10,0 10,1 15,2

4. Impacto no Emprego, trabalho e facturação

Os resultados do inquérito indicam uma queda do número de trabalhadores (HM), horas trabalhadas
percapita (HT), Dias trabalhados percapita (DT) e volume de negócios em empresas afectadas no II
trimestre face ao I trimestre de 2020 (Q4.1). Com efeito, os resultados do inquérito indicam que o número
total de trabalhadores, avaliados em 3,3 milhões, no II trimestre representou uma redução de 5,9%. O
impacto da COVID-19 no emprego foi mais severo em trabalhadores do sexo feminino, ao reduzir 7%
face aos homens que reduziram 5,5% no período de análise. Os resultados indicam que o mês de Abril
foi o que registou maior redução de todos indicadores em análise.

Q4.1-Indicadores de emprego, trabalho e volume de negócios no primeiro semestre em Moçambique 2020

Indicadores de emprego e trabalho Volume de negócios


VH
Meses H M HM DT HT 2020 2019
1000 106Mt %
Janeiro 2 668 859 3 527 22,9 7,9 1 737 164 2 281 859 -23,9
Fevereiro 2 650 874 3 524 22,0 7,9 2 287 499 3 126 796 -26,8
Março 2 648 871 3 519 22,8 7,9 2 236 291 3 040 882 -26,5
I Trimestre 2 655 868 3 523 22,6 7,9 6 260 954 8 449 536 -25,9

Abril 2 545 824 3 369 18,9 7,3 1 498 551 3 812 567 -60,7
Maio 2 476 810 3 286 18,5 7,3 2 006 950 3 824 388 -47,5
Junho 2 507 787 3 295 18,4 7,8 1 228 322 2 551 371 -51,9
II Trimestre 2 509 807 3 316 18,6 7,5 4 733 824 10 188 327 -53,5
Variação em cadeia (%)
Janeiro - - - - - - - -
Fevereiro -0,7 1,8 -0,1 -3,9 0,0 31,7 37,0 -
Março -0,1 -0,4 -0,2 3,6 0,0 -2,2 -2,7 -
Abril -3,9 -5,4 -4,3 -17,1 -7,6 -33,0 25,4 -
Maio -2,7 -1,7 -2,5 -2,1 0,0 33,9 0,3 -
Junho 1,3 -2,8 0,3 -0,5 6,8 -38,8 -33,3 -
I Trimestre - - - - - - - -
II Trimestre -5,5 -7,0 -5,9 -17,6 -5,5 -24,4 20,6 -

13 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Os DT reduziram 17,6% ao passar de 22,6 dias no I trimestre para 18,6 dias por trabalhador no II trimestre
de 2020, facto que resulta da rotatividade, já referida no segundo capitulo, em muitas empresas afectadas.
As HT cairam 5,5% ao passar duma média de 7,9 horas por trabalhador por dia no I trimestre para 7,5
horas no II trimestre. Como consequência, o volume de negócios das empresas afectadas foi de 4 733 824
milhões Mt no II trimestre, equivalentes a uma queda de 24,4% face ao I trimestre e 53,5% de redução
do trimestre homólogo (VH).

Considerando a dimensão média de trabalhadores e produtividade aparante (volume de negócios por


trabalhador por dia), o impacto da COVID-19 verificou-se a partir de Abril, com uma queda drástica para
os dois indicadores. Para tanto, a dimensão de trabalhadores registou uma tendência de estabilidade
entre Janeiro e Março a volta de 43,6 pessoas por empresa, contraindo-se até Maio para 40,7 e registando
uma ténue recuperação para 40,8 em Junho (G4.1). O Volume de negócios por trabalhador por dia registou
uma tendência oscilatória. Isto é, ascendente de Janeiro a Fevereiro, atingindo 29,5 mil Mt, depois segue
um ciclo descendente desde então até Abril onde atinge 23,5 mil Mt, voltando a subir em Maio com 33
mil Mt e caindo 20,3 mil Mt em Junho.

G4.1-Tendência da dimensão do pessoal e produtividade aparente em Moçambique 2020

35,0 43,6 44,0


43,6
33,0
43,5
30,0 43,7
43,0
29,5
25,0 42,5
27,9 23,5
21,5 42,0
20,0 20,3
41,7
41,5
15,0
41,0
40,8
10,0 40,5
40,7
40,0
5,0
39,5

0,0 39,0
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Volume negócios por trabalhador por dia (1000 Mt) Dimensão média pessoal (Nº)

14 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
4.1 Impacto da COVID-19 nos trabalhadores

A redução de emprego nas empresas afectadas foi mais agravada ao nível geográfico nas províncias de
Zambézia, Gaza e Inhambane, ao registar uma contração de trabalhadores em 18,2%, 10,6% e 10,4%
respectivamente no segundo trimestre devido, em termos de género, à maior diminuição nas mesmas
províncias (Q4.1.1). Entre as mulheres trabalhadoras, a situação foi mais drástica em Gaza com quebra
de 16% e Zambézia com redução de 12,2% no segundo trimestre.

Q4.1.1- Trabalhadores por sexo e por trimestre segundo a localização geográfica em 2020

H M Variação
Província I Trim II Trim I Trim II Trim H M HM
1000 %
Niassa 26 23 6 5 -10,4 -8,7 -10,1
Cabo Delgado 51 45 11 11 -12,3 2,0 -9,8
Nampula 229 212 37 34 -7,5 -7,1 -7,5
Zambézia 100 81 16 14 -19,2 -12,2 -18,2
Tete 167 160 25 24 -4,2 -3,5 -4,1
Manica 76 73 21 20 -4,1 -7,1 -4,7
Sofala 283 276 58 58 -2,2 -1,4 -2,0
Inhambane 83 74 28 26 -11,6 -6,9 -10,4
Gaza 47 43 20 17 -8,2 -16,0 -10,6
Maputo 500 482 218 208 -3,6 -4,8 -3,9
Cidade de Maputo 1 093 1 040 426 390 -4,9 -8,7 -5,9
Moçambique 2 655 2 509 868 807 -5,5 -7,0 -5,9

Ao nível de actividades económicas, a queda generalizada de emprego no II trimestre foi influenciada


pelas actividades Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas com 43% de variação
negativa, indústrias extractivas com 18,2% de queda, alojamento, restauração e similares com 17,6% de
diminuição (Q4.1.2).

No entanto, os sectores de Electricidade, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio e de Captação e


distribuição Água e saneamento com 2,2% e 2,8% de variação positiva respectivamente foram os únicos
que registaram aumento de emprego nas empresas afectadas.

Por género, as mulheres sofreram maior redução de emprego nas actividades artisticas com 45,8% e
alojamento com 21%. Os homens face as mullheres tiveram maior redução de emprego nas indústrias
extrativas com 20,2%, e construção com 13,6%.

15 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q4.1.2 - Trabalhadores por sexo e por trimestre segundo actividade económica em 2020

H M Variação
Actividade Económica I Trim II Trim I Trim II Trim H M HM
1000 %
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 70 70 32 31 -0,4 -3,2 -1,3

Indústrias Extractivas 23 18 2 2 -20,2 0,4 -18,2

Indústrias Transformadoras 283 268 85 93 -5,3 9,3 -1,9

Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio 2 2 1 1 2,6 0,9 2,2

Captação, Trat. e distrib. Água, Saneamento.e despoluição 5 6 2 2 3,5 0,8 2,8

Construção 148 128 17 15 -13,6 -11,1 -13,4

Comércio por grosso e a retalho; Rep.Veículos Autom. 1 042 979 317 293 -6,1 -7,6 -6,4

Transportes e Armazenagem 196 188 23 22 -4,2 -4,4 -4,3

Alojamento, Restauração e similares 134 113 81 64 -15,6 -21,0 -17,6

Actividades de informação e comunicação 21 21 10 9 -0,1 -11,6 -3,9

Actividades financeiras e de seguros 54 53 48 47 -2,1 -0,8 -1,5

Actividades Imobiliárias 3 3 2 2 -2,1 -0,6 -1,5

Actividades de Consultoria.similares 95 90 46 42 -5,3 -8,0 -6,2

Actividades administrativas e de serviços de apoio 460 461 131 121 0,2 -7,7 -1,6

Actividades de Educação 24 24 16 16 -1,2 -0,9 -1,1

Actividades de saude humana e acção social 9 9 9 8 -2,1 -8,2 -5,2

Actividades artísticas, de esp.desp. recreativas 14 8 14 7 -40,2 -45,8 -43,0

Outras actividades de serviços 71 69 33 31 -3,2 -3,9 -3,4

Moçambique Total 2 655 2 509 868 807 -5,5 -7,0 -5,9

Por dimensão da empresa, a situação de emprego foi influenciada grandemente pelas pequenas empresas
que reduziram 6,2% do seu pessoal total, com maior ênfase as mulheres trabalhadoras do mesmo grupo
de empresas com 7,3% de redução (Q4.1.3). Refira-se que todas dimensões de empresas registraram
uma redução de emprego no II trimestre.

Q4.1.3 - Trabalhadores por sexo por trimestre segundo a dimensão da empresa em 2020

H M Variação
Dimensão I Trim II Trim I Trim II Trim H M HM
nº %
Pequena empresa 1 941 1 828 646 599 -5,8 -7,3 -6,2
Média empresa 610 582 192 180 -4,7 -6,1 -5,0
Grande empresa 104 100 30 28 -3,9 -6,1 -4,4
Moçambique 2 655 2 509 868 807 -5,5 -7,0 -5,9

16 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
4.2 Impacto da COVID-19 nos dias e horas de trabalhos percapitas

A média de dias de trabalho por cada trabalhador foi reduzida em 17,6% ao nível nacional nas empresas
afectadas. Em termos geográficos, o impacto foi maior nas empresas localizadas nas províncias de
Nampula (-26,9%), Zambézia (-22,3%), Inhamabnae (-22,1%) e na Cidade de Maputo (-20,4%) (Q4.2.1).
Em relação às horas trabalhadas por trabalhador, a redução foi mais elevada nas províncias de Gaza (-
12,8%) e Maputo (11,2). Ressalta-se, paradoxalmente, que em Inhambane (29,8%) e Manica (3,8%),
apesar de redução de dias de trabalho, aumentaram as horas trabalhadas por trabalhador no II trimestre.

Q4.2.1-Dias e horas de trabalho percapitas por trimestre segundo a localização geográfica em 2020

Horas de
Dias de trabalho Variação %
trabalho
Província
I Trim II Trim I Trim II Trim DT HT
Nº %
Niassa 25,3 22,0 8,1 7,5 -13,2 -7,3
Cabo Delgado 22,4 18,7 7,5 6,8 -16,3 -8,9
Nampula 22,4 16,4 7,9 7,8 -26,9 -1,8
Zambézia 24,7 19,2 8,0 7,2 -22,3 -9,4
Tete 23,6 21,5 7,9 7,3 -8,8 -7,3
Manica 24,1 23,9 7,7 8,0 -0,5 3,8
Sofala 20,4 18,5 7,7 7,0 -9,5 -8,4
Inhambane 24,1 18,8 7,9 10,3 -22,1 29,8
Gaza 23,3 20,1 7,9 6,9 -13,9 -12,8
Maputo 22,6 18,1 8,0 7,1 -19,8 -11,2
Cidade de Maputo 21,9 17,4 7,9 7,4 -20,4 -7,3
Moçambique 22,6 18,6 7,9 7,5 -17,6 -5,2

Por ramo de actividade, os dias e as horas trabalhadas diminuiram mais em actividades financeiras e de
seguros e na educação, no II trimestre (Q4.2.2). O sector financeiro e de seguro reduziu os dias de
trabalho em 36.8% e as horas de trabalho em 23,6%. O sector de educação reduziu os dias de trabalho
em 35.8% e 23,6% de horas de trabalho. As actividades de Electrcidade, gás, vapor de água e gelo foram
as únicas que registaram aumento de horas trabalhadas em 2,7%.

17 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q4.2.2-Dias e horas de trabalho percapitas por trimestre segundo actividade económica em 2020

Dias de trabalho Horas de trabalho Variação


Activida económica I Trim II Trim I Trim II Trim DT HT
Nº %
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 23,5 19,8 7,7 7,2 -16,0 -6,2
Indústrias Extractivas 23,0 17,9 7,9 7,6 -22,3 -4,3
Indústrias Transformadoras 22,4 18,4 7,9 7,3 -18,1 -6,6
Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio 24,1 22,7 7,8 8,0 -5,6 2,7
Captação, Trat. e distrib. Água, Saneamento.e despoluição 23,7 20,5 8,0 7,6 -13,8 -5,3
Construção 23,0 18,7 7,9 7,2 -18,5 -8,3
Comércio por grosso e a retalho; Rep.Veículos Autom. 22,5 19,3 7,9 7,8 -14,2 -0,4
Transportes e Armazenagem 23,3 20,0 7,9 7,5 -14,4 -4,7
Alojamento, Restauração e similares 24,4 18,4 8,0 6,6 -24,8 -17,0
Actividades de informação e comunicação 22,4 18,0 8,0 7,2 -19,9 -10,1
Actividades financeiras e de seguros 23,4 14,8 8,0 6,1 -36,8 -23,6
Actividades Imobiliárias 23,3 22,2 7,9 7,8 -4,9 -1,1
Actividades de Consultoria.similares 22,2 16,7 8,0 7,2 -24,7 -10,7
Actividades administrativas e de serviços de apoio 22,1 18,2 7,8 7,3 -17,7 -6,4
Actividades de Educação 21,6 13,9 7,8 5,9 -35,8 -23,6
Actividades de saude humana e acção social 20,7 17,1 8,2 7,9 -17,4 -3,5
Actividades artísticas, de esp.desp. recreativas 22,2 16,9 7,7 6,3 -24,0 -18,6
Outras actividades de serviços 21,7 17,0 7,8 7,0 -21,8 -9,9
Total 22,6 18,6 7,9 7,5 -17,6 -5,2

Por dimensão, os resultados apontam que a redução de dias e de horas trabalhadasfoi generalizada, mas
foi mais aguda nas pequenas empresas ao registar 18% e 5,3% de redução no II trimestre,
respectivamente (Q4.2.3).

Q4.2.3-Dias e horas de trabalho percapitas por trimestre segundo a dimensão da empresa em 2020

Dias de trabalho Horas de trabalho Variação


Dimensão I Trim II Trim I Trim II Trim DT HT
Nº %
Pequena empresa 22,59 18,51 7,85 7,43 -18,0 -5,3
Média empresa 22,61 19,28 8,05 7,73 -14,7 -4,0
Grande empresa 22,60 19,02 8,10 7,89 -15,8 -2,6
Total 22,59 18,61 7,88 7,47 -17,6 -5,2

18 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
4.3. Impacto da COVID-19 no volume de negócios

Ao nivel geográfico, foram as províncias de Manica (-80,2%), Inhambane (-70,5%) e Niassa (-67,9%)
que registaram, no primeiro semestre de 2020, em termos homólogos a maior redução do volume de
negócios, que ao nivel nacional foi de 41% (Q4.3.1). Se a análise incidir no II trimestre em comparação
com o I trimestre de 2020, os resultados apontam para as províncias de Niassa (-69,3%) e Sofala (-50,9%)
como as que registram maior diminuição da facturação.

Q4.3.1-Volume de negócios por trimestre segundo a localização geográfica 2019/2020

Volume de negócios
Variação
I Trim 2020 II Trim 2020 I Trim 2019 II Trim 2019 IIT/IT IIT20/ 2020/
Província
2020 IIT19 2019
106 Mt %
Niassa 11 968 3 674 34 401 14 283 -69,3 -74,3 -67,9
Cabo Delgado 10 681 9 950 11 789 19 332 -6,8 -48,5 -33,7
Nampula 319 803 345 931 597 195 888 250 8,2 -61,1 -55,2
Zambézia 47 255 35 141 41 811 42 164 -25,6 -16,7 -1,9
Tete 62 338 45 660 74 561 189 592 -26,8 -75,9 -59,1
Manica 14 459 7 095 46 515 62 548 -50,9 -88,7 -80,2
Sofala 180 693 135 139 511 257 157 510 -25,2 -14,2 -52,8
Inhambane 2 442 363 1 613 098 1 288 697 1 089 896 -34,0 48,0 70,5
Gaza 7 877 6 789 10 849 11 337 -13,8 -40,1 -33,9
Maputo 315 879 199 318 304 332 295 610 -36,9 -32,6 -14,1
Cidade de Maputo 2 847 638 2 332 029 5 528 130 7 417 806 -18,1 -68,6 -60,0
Moçambique 6 260 954 4 733 824 8 449 536 10 188 327 -24,4 -53,5 -41,0

19 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Por actividade, os resultados revelam que as actividades de educação com uma redução de 82,6% e de
transportes e armazenagem com queda de 78,5% de volume de negócios foram as que registaram maior
diminuição no II trimestre em termos homólogos, ao nivel do primeiro semestre de 2020 (Q4.3.2). Na
análise em cadeia, os resultados indicam que Actividades artísticas, de espectáculos e desportivas; de
construção e de educação, foram as que registaram maior redução de facturação no II trimestre se
comparado com o primeiro trimestre do mesmo ano em ordem de importância, com 92,7%; 82,9%; e
74,6% respectivamente.

Q4.3.2-Volume de negócios por trimestre segundo actividade económica 2019/2020

Volume de negócios
Variação
I Trim II Trim I Trim II Trim
IIT/IT IIT20/ 2020/
Actividade económica 2020 2020 2019 2019
2020 IIT19 2019
106 Mt %
Agricultura, Produção Animal, Caça,
Florestas e Pescas 73 593 36 537 77 505 85 925 -50,4 -57,5 -32,6
Indústrias Extractivas 23 960 16 398 31 147 20 188 -31,6 -18,8 -21,4
Indústrias Transformadoras 517 431 347 092 583 314 560 580 -32,9 -38,1 -24,4
Electricidade, Gás, Vapor de àgua
quente e Fria e Ar Frio 2 850 2 493 2 654 2 569 -12,5 -3,0 2,3

Captação, Trat. e distrib. Água,


Saneamento.e despoluição 19 947 19 310 18 823 22 341 -3,2 -13,6 -4,6

Construção 721 463 123 362 684 443 330 419 -82,9 -62,7 -16,8
Comércio por grosso e a retalho;
Rep.Veículos Autom. 3 592 046 3 417 151 4 723 930 6 185 625 -4,9 -44,8 -35,8

Transportes e Armazenagem 349 080 132 225 769 911 1 464 525 -62,1 -91,0 -78,5
Alojamento, Restauração e similares 355 228 155 057 444 645 579 715 -56,3 -73,3 -50,2
Actividades de informação e
comunicação 38 360 39 932 37 169 38 387 4,1 4,0 3,6

Actividades financeiras e de seguros 73 760 89 040 87 586 91 358 20,7 -2,5 -9,0
Actividades Imobiliárias 3 740 2 708 4 275 3 073 -27,6 -11,9 -12,3
Actividades de Consultoria.similares 220 603 174 634 425 748 399 814 -20,8 -56,3 -52,1
Actividades administrativas e de
65 422 69 572 104 921 54 245 6,3 28,3 -15,2
serviços de apoio
Actividades de Educação 46 087 11 693 201 390 131 413 -74,6 -91,1 -82,6
Actividades de saude humana e
acção social 39 441 49 296 42 842 78 235 25,0 -37,0 -26,7

Actividades artísticas, de esp.desp.


recreativas 15 597 1 142 14 676 13 802 -92,7 -91,7 -41,2

Outras actividades de serviços 102 347 46 181 194 556 126 111 -54,9 -63,4 -53,7
Total 6 260 954 4 733 824 8 449 536 10 188 327 -24,4 -53,5 -41,0

Por dimensão, o impacto da COVID-19 foi muito devastador nas pequena empresas, ao reduzir as vendas
em 48,7% no primeiro semestre de 2020 em termos homólogos, e 28,2% do II trimestre de 2020 se
comparado com o primeiro trimestre do mesmo ano (Q4.3.3).

20 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q4.3.3-Volume de negócios por trimestre segundo a dimensão da empresa 2019/2020

Variação
I Trim 2020 II Trim 2020 I Trim 2019 II Trim 2019 IIT/IT 2020/
Dimensão IIT20/IIT19
2020 2019

106 Mt %
Pequena empresa 3 950 648 2 835 880 6 406 211 6 816 880 -28,2 -58,4 -48,7
Média empresa 2 193 015 1 784 739 1 875 493 3 244 484 -18,6 -45,0 -22,3
Grande empresa 117 291 113 205 167 833 126 963 -3,5 -10,8 -21,8
Moçambique Total 6 260 954 4 733 824 8 449 536 10 188 327 -24,4 -53,5 -41,0

5. Impacto da COVID-19 na remuneração aos trabalhadores

A avaliação do impacto da covid-19 sobre os salários foi realizada de forma qualitativa através duma
pergunta ao empresário sobre as formas de pagamento feitas ao longo dos meses de Abril, Maio e Junho.
Nesse sentido, os resultados apuraram que a maior parte de empresas afectadas que continuaran em
funcionamento pagou os salários do seu pessoal na totalidade durante o estado de emergência, embora
houvesse uma tendência de redução ao longo do período de emergência (Q5.1).

Q5.1-Empresas afectadas segundo as formas de pagamento das remuneração aos trabalhadores

Empresas
Forma de pagamento Mês
Nº %
Abril 70 492 87,3
Totalidade Salário Maio 65 377 80,9
Junho 64 806 80,2
Abril 3 352 4,2
75% do Salário Maio 4 193 5,2
Junho 3 716 4,6
Abril 2 542 3,1
50% do Salário Maio 5 103 6,3
Junho 3 817 4,7
Abril 927 1,1
25% do Salário Maio 1 398 1,7
Junho 3 183 3,9
Abril 1 095 1,4
Outra forma n.e Maio 1 791 2,2
Junho 1 618 2,0

Isso significa que à medida que o estado de emergência decorria, as empresas que efectuavam
pagamento na totalidade das remunerações foi diminuindo, saindo de mais de 70 mil em Abril para perto

21 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
de 65 mil em Junho. No sentido inverso, as empresas que apenas pagaram 25% das remunerações foi
crescendo, tendo passado de cerca de 900 em Abril para mais de 3 000 em Junho. (G5.1).

G5.1-Empresas afectadas segundo a tendência de algumas formas de pagamento (%)

0
Abril Maio Junho Abril Maio Junho Abril Maio Junho
75% do Salário 50% do Salário 25% do Salário

A província de Cabo Delgado foi a unidade geográfica com menor proporção de empresas do país a pagar
na totalidade os salários aos trabalhadores, ao registar 69.3% e maior proporção das que pagaram 50%
durante o segundo trimestre (Q5.2).

Q5.2-Empresas afectadas segundo a localização e formas de pagamento do salário no segundo trimestre (%)

Totalidade 75%
Província 50% salário 25% salário
Salário salário
Niassa 84,1 4,0 7,2 2,3
Cabo Delgado 69,3 6,1 14,8 0,2
Nampula 82,9 4,0 4,7 0,2
Zambézia 72,3 9,2 3,9 10,5
Tete 83,3 3,9 4,0 2,4
Manica 78,6 2,5 2,5 5,0
Sofala 84,2 2,9 4,2 1,8
Inhambane 78,9 4,2 8,4 4,1
Gaza 78,8 5,4 4,2 1,2
Maputo 88,1 2,5 4,5 1,2
Cidade de Maputo 85,7 6,0 3,2 1,8
Moçambique Total 82,8 4,6 4,7 2,3

As actividades de alojamento, restauração e similares; de educação e actividades artísticas, de


espectáculos, desportivas e recreação registaram a menor proporção de empresas que pagou os salários
22 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
na totalidade, maior proporção que pagou de 75% e 50% do salário do contrato (Q5.3) provavelmente
devido ao facto de parte importante delas estar encerradas ou com actividades suspensas.

Q5.3-Empresas afectadas segundo actividade e formas de pagamento do salário no segundo trimestre (%)
Totalidad 75%
Actividade económica 50% salário 25% salário
e Salário salário

Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 89,5 2,4 5,4 0,0

Indústrias Extractivas 92,4 0,3 1,0 0,0

Indústrias Transformadoras 90,1 1,3 2,7 0,2

Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio 95,7 0,0 0,0 4,3
Captação, Tratamento e distribuição de água, Saneamento, Gestão de
resíduos e despoluição 72,6 6,6 13,9 4,4

Construção 76,9 7,0 6,0 3,1


Comércio por grosso e a retalho; Reparação de Veículos Automóveis e
Motociclos 90,4 2,6 2,6 1,3

Transportes e Armazenagem 79,8 4,2 7,0 2,5

Alojamento, Restauração e similares 44,3 16,5 20,1 5,6

Actividades de informação e comunicação 79,7 5,9 1,9 2,0

Actividades financeiras e de seguros 80,5 6,1 8,0 5,4

Actividades Imobiliárias 96,1 0,0 0,0 0,0

Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e similares 82,4 6,2 4,1 3,3

Actividades administrativas e de serviços de apoio 81,7 5,5 4,2 1,6

Actividades de Educação 43,4 8,8 14,1 8,1

Actividades de saude humana e acção social 79,4 17,5 0,4 0,4

Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas 55,8 16,1 12,1 5,2

Outras actividades de serviços 76,2 4,5 3,9 5,0

Total 82,8 4,6 4,7 2,3

De acordo com a dimensão da empresa, os resultados do inquérito revelam que as pequenas empresas
tiveram a mais baixa proporção de empresas que pagou na totalidade os salários (82.2%) e maior
proporção das que pagaram 50% do salário (5.1%) nos três meses de observação (Q5.4).

Q5.4-Empresas afectadas segundo a sua dimensão e formas de pagamento do salário no segundo trimestre (%)
Totalidade 75%
Dimensão 50% salário 25% salário
Salário salário

Pequena empresa 82,2 4,7 5,1 2,2

Média empresa 87,1 4,2 2,5 2,8

Grande empresa 88,7 5,8 2,1 0,6

Total 82,8 4,6 4,7 2,3

23 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
6. Impacto da COVID-19 no pagamentos de impostos e taxas ao estado

O objectivo deste tema foi avaliar de forma qualitativa as receitas perdidas pelo Estado, recorrendo neste
caso, à informação do próprio empresário se tinha pago na totalidade, parcialmente ou não tinha pago
impostos e taxas devidas ao Estado. Os resultados do inquérito apuraram que mais de 80% de empresas
referiu que pagou na totalidade nos meses de Abril e Maio, tendo essa proporção reduzida para 79% em
Junho (Q6.1)

Q6.1-Empresas afectadas segundo a situação de pagamento de impostos e taxas (%)

Abril Maio Junho


Situação de pagamento de impostos e taxas
% % %

Pagou totalidade iva e outros 84,0 84,5 79,4

Pagou 75-99% iva e outros 1,8 0,0 2,1

Pagou 50-74% iva e outros 1,6 1,7 2,0

Pagou 25-49% iva e outros 0,5 1,0 0,9

Pagou abaixo 25% iva e outros 0,7 0,6 0,9

Não Pagou iva e outros 11,4 12,2 14,7

Total 100,0 100,0 100,0

No mesmo período as empresas que não pagaram tributo tiveram tendência de subida, ao registar
11,4% em Abril, 12,2% em Maio e 14.7% em Junho. Isto significa que o estado terá perdido cerca de
13% de receita nos primeiros três meses da vigência do Estado de Emergência.

A maior parte de empresas que não pagou os impostos e taxas em todos primeiros três meses de vigência
do Estado de Emergência, situam-se nas províncias de Niassa, Inhambane e Maputo (Q6.2)

24 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q6.2-Empresas afectadas segundo a localização e pela situação de pagamento de impostos e taxas (%)

Não pagou IVA e outros impostos


Província Abril Maio Junho
% % %
Niassa 25,7 30,4 28,6
Cabo Delgado 11,3 13,6 14,2
Nampula 7,7 8,8 13,1
Zambézia 8,2 10,5 9,8
Tete 3,5 3,5 12,6
Manica 7,3 7,3 11,9
Sofala 11,4 11,6 12,1
Inhambane 25,2 21,9 24,5
Gaza 9,7 10,4 20,3
Maputo Província 21,1 22,2 23,8
Maputo Cidade 5,7 7,0 8,3
Moçambique 11,4 12,2 14,7

Em termos de actividade económica, a maior parte de empresas que não pagou impostos no mêses de
Abril e Maio dedicava-se, em ordem de importância, às actividades artísticas, de espectáculos, desportivas
e recreativas; de Educação e de Consultoria, cientifica, técnica e similares (Q6.3).

Os resultados revelam ainda que no mês de Junho continuaram as empresas que dedicam-se às
actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas e de Educação com maior porporção sem
pagar impostos, tendo-se adicionados as dedicadas às actividades de Captação, Tratamento e distribuição
de Água, Saneamento, Gestão de resíduos e despoluição bem como as de Alojamento, Restauração e
similares.

25 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q6.3-Empresas afectadas segundo actividade e pela situação de pagamento de impostos e taxas (%)

Não pagou IVA e outros impostos


Actividade económica Abril Maio Junho
% % %
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 19,3 21,1 17,6
Indústrias Extractivas 16,8 16,8 18,2
Indústrias Transformadoras 11,9 12,7 14,9
Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio 0,0 0,0 10,6
Captação, Tratamento e distribuição DE ÁGUA, Saneamento, Gestão de resíduos e despoluição 6,5 16,4 25,1
Construção 16,8 17,2 17,1
Comércio por grosso e a retalho; Reparação de Veículos Automóveis e Motociclos 7,9 7,7 10,4
Transportes e Armazenagem 5,6 10,2 14,4
Alojamento, Restauração e similares 13,4 18,4 24,3
Actividades de informação e comunicação 17,1 17,1 17,7
Actividades financeiras e de seguros 17,6 21,5 19,8
Actividades Imobiliárias 0,8 0,8 4,9
Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e similares 21,3 21,7 22,8
Actividades administrativas e de serviços de apoio 5,9 7,6 11,4
Actividades de Educação 26,9 31,4 39,0
Actividades de saude humana e acção social 7,3 7,7 9,0
Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas 36,7 47,9 59,8
Outras actividades de serviços 17,9 18,4 17,8
Total 11,4 12,2 14,7

Por dimensão, as pequenas empresas foram as que mais não pagaram impostos com 12,2%,
13,0% e 15,6% respectivamente entre os meses de Abril e Junho (Q6.4).

Q6.4-Empresas afectadas segundo a dimensão e pela situação de pagamento de impostos e taxas (%)

Não pagou IVA e outros impostos


Dimensão Abril Maio Junho
% % %
Pequena empresa 12,2 13,0 15,6
Média empresa 6,6 7,6 8,9
Grande empresa 10,2 10,1 11,6
Total 11,4 12,2 14,7

26 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
7. Principais constrimentos das empresas afectadas

Na pergunta sobre os constrangimentos, os empresários tinham opção de dizer sim ou não a cada uma
das alternativas de respostas propostas pelo questionário do inquérito. Os resultados do inquérito
apuraram que a maioria dos agentes económicos afecatados declarou a baixa procura de bens e serviços
(75.5%), dificuldades de tesouraria (47.8%), dificuldades de compras ou vendas no estrangeiro (43.9%)
e falta de matéria-prima ou mercadoria (39.8%) como principais constrangimentos enfrentado durante os
meses de Abril a Junho (G7.1).

G7.1-Empresas afectadas segundo os principais constrangimentos durante o estado de emergência (%)

Baixa procura/encomenda de bens/serviços 75,5%

Dificuldades de tesouraria 47,8%

Dificuldades importação/exportação 43,9%

Falta de matéria-prima/ Mercadorias 39,8%

Redução de pessoal ao serviço 28,1%

Dificuldades acesso ao crédito bancário 17,6%

Outros (enumere) 6,1%

Segundo a localização geográfica (Q7.1), os resultados revelam que a baixa procura afectou quase todas
as empresas nas províncias de Inhambane (87.5%), Tete (87.2%) e Gaza (85.0% enquanto que as
dificuldades de tesouraria se fizeram sentir mais nas províncias de Inhambane (68.8%), Maputo (64.1%)
27 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
e Cabo Delgado (62.4%). A Província que enfrentou maior redução de pessoal ao serviço foi Cabo Delgado
(42.1%) e a que mais problemas relacionados com falta de matéria-prima teve, foi Niassa (64.1%).

Q7.1-Empresas afectadas segundo a localização e constrangimentos

Falta de
Redução de Baixa Importação Acesso ao Dificuldades
matéria-
Província pessoas ao procura/en / crédito de
prima/
serviço comenda exportação bancário tesouraria
Mercadorias
Niassa 23,6 64,1 83,3 54,8 32,3 38,6
Cabo Delgado 42,1 39,8 81,6 25,8 20,6 62,4
Nampula 17,3 30,7 69,7 49,5 14,5 29,6
Zambézia 30,9 33,8 68,5 29,1 18,5 23,4
Tete 27,4 35,6 87,2 46,3 26,2 57,6
Manica 22,9 35,9 77,4 41 15,7 46
Sofala 26,1 30,3 66,2 40,4 17,2 42,7
Inhambane 29,9 55,6 87,9 34,5 17,5 68,8
Gaza 11,9 18,6 85 25,2 0,3 19,7
Maputo 18,9 49 75,2 54,7 15,1 64,1
Cidade de Maputo 39,3 42,5 72,9 48,3 20,5 49,1
Moçambique 28,1 39,8 75,5 43,9 17,6 47,8

Por sector, os resultados do inquérito apontam empresas dedicadas às Actividades Imobiliárias (95.4%),
Actividades financeiras e de seguros (93.2%) e Alojamento, Restauração e similares (92.3%) como as que
mais enfrentaram a baixa procura de bens e serviço como principal obstáculo (Q7.2).

28 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q7.2-Empresas afectadas segundo actividade e constrangimentos

Falta
Baixa procura Importação Dificuldades
Redução matéria-
de / de
Actividade económica pessoal prima/
bens/serviços exportação tesouraria
Mercadorias

%
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e P. 17,2 43,8 66,7 40,8 45,2
Indústrias Extractivas 14,5 29,4 73,8 51,9 53,3
Indústrias Transformadoras 17,3 48,7 68,9 49,3 41,9
Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria… 19,1 61,7 97,9 68,1 23,4

Captação, Tratamento e distribuição Água,


24,7 33,3 66,7 36,2 69,5
Saneamento, Gestão de resíduos e despoluição
Construção 44,9 39,4 71,2 41,4 46,2

Comércio por grosso e a retalho; Reparação de


19,7 45,9 73,7 51,2 45
Veículos Automóveis e Motociclos

Transportes e Armazenagem 35,7 32,5 78,4 43,4 43,4


Alojamento, Restauração e similares 59,3 18,9 92,3 23,2 55,1
Actividades de informação e comunicação 18,7 35,5 67,2 57 45,2
Actividades financeiras e de seguros 52,5 13,7 93,2 0,7 36,6
Actividades Imobiliárias 69,1 58,6 95,4 64,5 76,3
Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e 31,9 22,9 84,1 33 66,5
similares
Actividades administrativas e de serviços de apoio 26 21,8 71,1 25,9 44,8
Actividades de Educação 34,9 21,1 63,5 22,8 75,4
Actividades de saude humana e acção social 50,1 51,8 87,6 52,6 47,1
Actividades artísticas, de espectáculos,
31,8 3,8 40,8 32,4 40,5
desportivas e recreativas
Outras actividades de serviços 41,6 49,7 74,8 37,5 45,3
Total 28,2 39,9 75,5 44 47,8

No que se refere à dimensão, as pequenas (76.4%) e as médias empresas (69.7%) foram as que tiveram
maior baixa procura de bens ou serviços (Q7.3). As grandes empresas tiveram mais dificuldades de
importação/exportação provavelmente devido ao encerramento das fronteiras e transportes aéreos.

Q7.4-Empresas afectadas segundo a dimensão e constrangimentos

Acesso
Falta
Redução Baixa Importação ao
matéria- Tesourari
Dimensão da de procura/encomend / crédito Outros
prima/ a
empresa pessoal a de bens/serviços exportação bancári
Mercadoria
o
%
Pequena empresa 27,9 40,8 76,4 43,8 17,7 47,6 5,8
Média empresa 29,7 33,8 69,7 45 17,3 49,5 8,1
Grande empresa 34,8 32,5 67,3 50 12,4 41,8 3,1
Total 28,1 39,8 75,5 43,9 17,6 47,8 6,1

29 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
8. Expectativas dos empresários afectados pela COVID-19

A avaliação do impacto da covid-19 sobre as expectativas nos agentes económicos foi realizada de forma
qualitativa através de 4 perguntas, sobre número de trabalhadores, procura de bens ou serviços, volume
de negócios e os preços de bens ou serviços para os próximos meses. Os resultados do inquérito indicam
que a maior parte de empresas espera manter o emprego e os preços com 70,4% e 69,3%
respectivamente (G8.1). A procura e o volume de negócios são indicadores esperados a reduzir para 39.6%
e 41,3% de empresas, respectivamente (G8.1).

G8.1-Empresários afectados segundo expectativas para o terceiro trimestre (%)

50 000 80,0

45 000
70,4 69,3 70,0

40 000
60,0
35 000

50,0
30 000

25 000 41,3 40,0


39,6

20 000 32,4
30,3 30,0
28,4 27,9
15 000 23,0
20,0
10 000 15,0 15,7

10,0
5 000
6,6

0 0,0
manter

manter

manter

manter
aumentar

aumentar

aumentar

aumentar
diminuir

diminuir

diminuir

diminuir

Pessoal ao Serviço Volume de Negócios Procura de bens e serviços Preço de bens ou Serviços

Nº %

30 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
8.1 Expectativas de emprego

As expectativas sobre as pessoas ao serviço por Província, de acordo com os resultados do inquérito,
apontam que Niassa, Tete e Cidade de Maputo são as províncias que apresentam mais empresas que
esperam manter o emprego com 87,2%, 86,6% e 81,9% respectivamente (Q8.1.1). Em contrapartida, as
províncias de Nampula com 55,3% e Inhambane com 49,7% das empresas esperam diminuir
trabalhadores.

Q8.1.1-Empresas afectadas segundo a localização e por suas expectativas de emprego (%)

Emprego
Província Aumentar Manter Diminuir
Niassa 8,3 87,2 4,5
Cabo Delgado 9,9 70,6 19,6
Nampula 3,4 41,3 55,3
Zambézia 1,9 60,1 38
Tete 6,2 86,6 7,2
Manica 3,7 67,9 28,3
Sofala 7,3 69,3 23,4
Inhambane 10,8 39,5 49,7
Gaza 6,4 74,2 19,4
Maputo 8,6 79,7 11,7
Cidade de Maputo 6,7 81,9 11,4
Moçambique 6,6 70,4 23

Segundo o ramo de actividade, as empresas dedicadas às actividades imobiliárias (92.3%) e Outras


actividades de serviços (90%) são as que apresentaram mais empresas que esperam manter o seu
pressoal (Q8.1.2).

31 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q8.1.2-Empresas afectadas segundo actividade e por suas expectativas de emprego (%)

Emprego
Actividade económica
Aumentar Manter Diminuir
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 5,0 68,1 26,8
Indústrias Extractivas 3,1 87,2 9,7
Indústrias Transformadoras 8,4 63,8 27,8
Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio 0,3 20,9 78,8
Captação, Tratamento e distribuição de água, Saneamento, Gestão de resíduos e despoluição 24,5 67,2 8,3
Construção 22,6 47,6 29,8
Comércio por grosso e a retalho; Reparação de Veículos Automóveis e Motociclos 3,9 75,6 20,5
Transportes e Armazenagem 5,4 76,4 18,2
Alojamento, Restauração e similares 9,6 56,5 33,9
Actividades de informação e comunicação 3,1 45,6 51,4
Actividades financeiras e de seguros 15,9 79,1 5,0
Actividades Imobiliárias 0,0 92,3 7,7
Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e similares 5,8 78,0 16,1
Actividades administrativas e de serviços de apoio 10,4 67,0 22,6
Actividades de Educação 19,1 57,6 23,3
Actividades de saude humana e acção social 20,8 54,5 24,7
Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas 6,5 73,4 20,1
Outras actividades de serviços 5,4 90,1 4,5
Moçambique Total 6,6 70,4 23,0

Por dimensão, tanto a maioria das pequenas como das médias e grandes empresas esperam manter o
seu pessoal ao serviço (Q8.1.3).

Q8.1.3-Empresas afectadas segundo dimensão e por suas expectativas de emprego (%)

Emprego
Dimensão
Aumentar Manter Diminuir
Pequena empresa 6,6 70,4 23,0
Média empresa 8,6 69,5 21,9
Grande empresa 14,5 60,3 25,1
Moçambique Total 6,6 70,4 23,0

32 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
8.2 Expectativas da procura

Analisando as expectativas da Procura de Bens ou Serviços por Província, os resultados apontam que
Nampula, Inhambane e Zambézia são as províncias que apresentam mais empresas que esperam
diminuição da procura com 62,1%, 57,3% e 55,2% respectivamente (Q8.2.1).

Q8.2.1-Empresas afectadas segundo a localização e por suas expectativas da procura (%)

Procura de Bens ou Serviços


Província
Aumentar Manter Diminuir
Niassa 44,6 28,7 26,8
Cabo Delgado 34,4 43,7 21,9
Nampula 13,9 24,0 62,1
Zambézia 5,5 39,3 55,2
Tete 58,4 25,7 15,9
Manica 25,8 42,9 31,3
Sofala 18,2 45,4 36,4
Inhambane 25,4 17,3 57,3
Gaza 27,1 24,8 48,2
Maputo Província 32,2 27,4 40,4
Maputo Cidade 32,9 35,2 31,9
Moçambique 27,9 32,4 39,6

Segundo o sector, as empresas dedicadas à Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio com
78,8%, das Actividades de informação e comunicação com 58,2% e do sector de Alojamento, Restauração
e similares com 52,4% esperam, em maior número, ocorrer uma redução na procura de bens ou Serviços.
Em contra partida, nas empresas dedicadas às outras Actividades de serviços com 47,7% das afecatadas
esperam que a procura aumente nos próximos meses (Q8.2.2).

33 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q8.2.2-Empresas afectadas por secção, segundo suas expectativas da procura (%)

Procura de Bens ou Serviços


Actividade económica
Aumentar Manter Diminuir
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 20,7 51,5 27,7
Indústrias Extractivas 4,4 52,2 43,4
Indústrias Transformadoras 19,2 30,4 50,4
Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio 18,9 2,2 78,8
Captação, Tratamento e distribuição de água, Saneamento, Gestão de resíduos e despoluição 39,3 34,5 26,2
Construção 37,8 28,1 34,1
Comércio por grosso e a retalho; Reparação de Veículos Automóveis e Motociclos 26,4 31,0 42,6
Transportes e Armazenagem 19,2 44,1 36,7
Alojamento, Restauração e similares 32,6 15,0 52,4
Actividades de informação e comunicação 22,4 19,4 58,2
Actividades financeiras e de seguros 31,3 47,1 21,7
Actividades Imobiliárias 8,1 47,9 44,0
Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e similares 25,8 41,0 33,1
Actividades administrativas e de serviços de apoio 32,9 34,4 32,7
Actividades de Educação 27,7 52,9 19,4
Actividades de saude humana e acção social 17,9 51,0 31,1
Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas 30,4 49,7 19,9
Outras actividades de serviços 47,7 40,9 11,4
Total 27,9 32,4 39,6

Por dimensão, aproximadamente 40% das pequenas empresas afirmam que a procura vai diminuir nos
próximos meses, face as grandes (45.3%) e médias empresas (39%) que esperam manutenção dos níveis
da procura (Q8.2.3).

Q8.2.3-Empresas afectadas segundo a dimensão e por suas expectativas da procura (%)

Procura de Bens ou Serviços


Dimensão
Aumentar Manter Diminuir
Pequena empresa 27,9 32,4 39,7
Media empresa 26,7 39,0 34,3
Grande empresa 24,6 45,3 30,2
Moçambique Total 27,9 32,4 39,6

34 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
8.3 Expectativas dos preços

No que se refere aos Preços de Bens ou Serviços, a maioria de empresas localizadas nas províncias de
Niassa (94.3%) e Zambézia (92%) esperam a manutenção, contrariarmente a Nampula com 52.9% das
empresas que esperam diminuir e Inhambane 46,9% espera aumentar os preços nos próximos meses
(Q8.3.1).

Q8.3.1-Empresas afectadas segundo a localização e por suas expectativas dos preços (%)

Preço dos bens ou serviços


Província
Aumentar Manter Diminuir
Niassa 2,4 94,3 3,3
Cabo Delgado 9,2 81,6 9,2
Nampula 7,6 39,5 52,9
Zambézia 3,0 92,0 5,0
Tete 22,7 70,8 6,4
Manica 1,0 83,2 15,7
Sofala 7,4 75,3 17,3
Inhambane 46,9 44,6 8,6
Gaza 20,5 69,0 10,5
Maputo Província 10,9 75,9 13,2
Maputo Cidade 18,9 68,3 12,8
Moçambique 15,0 69,3 15,7

35 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Segundo o sector de actividade, os resultados do inquérito constatam que os empresários ligados às
Outras actividades de serviços com 93,8%, Actividades de saúde humana e acção social com 93% e
Transportes e Armazenagem com 86,7%, são as que apresentam mais empresas que esperam manter
os preços de bens ou Serviços. Em contra partida nas actividades de Electricidade, Gás, Vapor de àgua
quente e Fria e Ar Frio (78,7%), os empresários esperam que os preços aumentem (Q8.3.2).

Q8.3.2-Empresas afectadas segundo actividade e por suas expectativas de preços (%)

Preço de Bens ou Serviços


Actividade económica
Aumentar Manter Diminuir
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 15,2 72,1 12,6
Indústrias Extractivas 3,1 85,5 11,5
Indústrias Transformadoras 11,5 60,2 28,2
Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio 0,0 21,3 78,7
Captação, Tratamento e distribuição DE ÁGUA, Saneamento, Gestão de resíduos e despoluição 12,1 76,7 11,2
Construção 20,4 55,2 24,4
Comércio por grosso e a retalho; Reparação de Veículos Automóveis e Motociclos 22,4 71,7 5,9
Transportes e Armazenagem 1,8 86,7 11,5
Alojamento, Restauração e similares 3,5 68,4 28,2
Actividades de informação e comunicação 5,9 55,0 39,1
Actividades financeiras e de seguros 0,4 62,3 37,2
Actividades Imobiliárias 4,3 53,4 42,2
Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e similares 25,8 57,2 17,0
Actividades administrativas e de serviços de apoio 19,9 60,2 20,0
Actividades de Educação 3,6 70,9 25,4
Actividades de saude humana e acção social 2,5 93,0 4,5
Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas 7,9 72,6 19,5
Outras actividades de serviços 0,0 93,8 6,2
Total 15,0 69,3 15,7

Por dimensão da empresa, tanto a maioria das pequenas, médias e grandes empresas esperam manter
os preços nos próximos meses (Q8.3.3).

Q8.3.3-Empresas afectadas segundo a dimensão e suas expectativas de preços (%)

Preço de Bens ou Serviços


Dimensão
Aumentar Manter Diminuir
Pequena empresa 15,0 69,3 15,7
Media empresa 15,2 70,5 14,3
Grande empresa 14,5 68,2 17,3
Total 15,0 69,3 15,7

36 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
8.4 Expectativas do volume de negócios

No que se refere às expectativas do volume de negócios por Província, os resultados do inquérito ressaltam
que em Nampula, Inhambane e Zambézia houve mais empresas que esperam baixa de facturação nos
próximos meses com 67,2%, 62,0% e 53,2% respectivamente (Q8.4.1) face às províncias de Tete, com
70,1% e Niassa com 42,9%, que esperam aumentar o seu volume de negócios.

Q8.4.1-Empresas afectadas segundo a localização e por suas expectativas do volume de negócios (%)
Volume de Negócios
Província
Aumentar Manter Diminuir
Niassa 42,9 29,4 27,7
Cabo Delgado 21,0 48,9 30,0
Nampula 18,0 14,9 67,2
Zambézia 5,8 40,9 53,2
Tete 70,1 15,5 14,4
Manica 6,2 55,5 38,3
Sofala 26,7 36,1 37,2
Inhambane 24,2 13,8 62,0
Gaza 27,6 27,3 45,1
Maputo Província 31,7 27,0 41,3
Maputo Cidade 31,5 34,8 33,7
Moçambique 28,4 30,3 41,3

Segundo o sector de actividade, a maioria de empresas dedicadas à Electricidade, Gás, Vapor de àgua
quente e Fria e Ar Frio (79%) e às Actividades de informação e comunicação (58% ) esperam que os
preços diminuam nos próximos meses (Q8.4.2).

37 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Q8.4.2-Empresas afectadas segundo actividade e por suas expectativas do volume de negócios (%)

Volume de Negócios
Actividade económica
Aumentar Manter Diminuir
Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas 18,3 50,5 31,2
Indústrias Extractivas 8,3 56,1 35,5
Indústrias Transformadoras 15,8 27,0 57,1
Electricidade, Gás, Vapor de àgua quente e Fria e Ar Frio 18,9 1,8 79,3
Captação, Tratamento e distribuição de água, Saneamento, Gestão de resíduos
e despoluição 32,3 34,5 33,2
Construção 37,7 21,2 41,1
Comércio por grosso e a retalho; Reparação de Veículos Automóveis e
Motociclos 25,8 31,8 42,4
Transportes e Armazenagem 40,4 21,6 38,0
Alojamento, Restauração e similares 32,7 17,7 49,6
Actividades de informação e comunicação 16,8 25,2 58,0
Actividades financeiras e de seguros 38,5 40,2 21,3
Actividades Imobiliárias 33,8 47,9 18,3
Actividades de Consultoria, cientifica, tecnica e similares 42,0 28,5 29,5
Actividades administrativas e de serviços de apoio 32,1 19,9 48,1
Actividades de Educação 21,0 29,4 49,6
Actividades de saude humana e acção social 48,3 17,6 34,0
Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas 20,7 50,8 28,5
Outras actividades de serviços 33,8 53,3 12,8
Total 28,4 30,3 41,3

Por dimensão da empresa, 41,3% das pequenas empresas afirmam que o volume de negócios vai diminuir
numa situação em que 39,1% das grandes e 39,0% das médias empresas esperam manter (Q8.4.3).

Q8.4.3-Empresas afectadas segundo a dimensão e suas expectativas do volume de negócios (%)

Volume de Negócios
Dimensão
Aumentar Manter Diminuir
Pequena empresa 28,4 30,3 41,3
Média empresa 26,7 39,0 34,3
Grande empresa 25,7 39,1 35,2
Total 28,4 30,3 41,3

38 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
9. ANEXOS

9.1. Nota metodológica

População alvo

A população base deste inquérito correspondeu às entidades legais, designadamente, empresas. Não
foram abrangidas os seguintes ramos de actividade:

 ACTIVIDADES DAS FAMÍLIAS EMPREGADORAS DE PESSOAL DOMESTICO E ACTIVIDADES DE


PRODUÇÃO DAS FAMÍLIAS PARA USO PRÓPRIO

 ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E DEFESA; SEGURANÇA SOCIAL OBRIGATÓRIA

 ACTIVIDADES DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRA –


TERRITORIAIS

Para o desenho da amotra teve-se como base o Ficheiro de Unidades Estatísticas (FUE) do INE que para
o ano 2020 regista 90 505 empresas. Atendendo que este inquérito foi realizado tendo uma componente
comparativa entre o primeiro semestre de 2019 e o primeiro de 2020, a base amostral foi fixada em
89 385 empresas, correspondentes ao número de empresas que estiveram activas em 1 de Janeiro de
2019 e continuaram, sem interrupção, até 31 de Março de 2020.

A abordagem técnica utilizada para este inquérito foi de uma amostra exaustiva (para as grandes empresas
dentro dos ramos de actividade) e probabilística (para as restantes), com desenho amostral a partir do
FUE. A dimensão da amostra e sua repartição foi calculada de forma a garantir que o intervalo de confiança
seja de 95% para a variável trabalhadores, como estimador, com erro amostral de 5%.

Para este inquérito considera-se Empresa afectada pela Covid-19 toda a empresa que face a esta
situação da pandemia tenha aplicado alguma modalidade de trabalho para os seus trabalhadores (redução
de horas, rotatividade, teletrabalho, suspensão, entre outra) assim como toda a empresa que tenha
reduzido a sua facturação como resultado de baixa procura de bens ou serviços e outras dificuldades que
as empresas sentiram desde a declaração do primeiro Estado de Emergência.

Cobertura geográfica

Os resultados do inquérito cobrem todo o território nacional, todas províncias.

39 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Recolha, Tratamento e Análise de dados

A recolha e entrada de dados foi feita por técnicos do INE, ao nível central e das províncias, junto às
empresas, através de entrevistas directas aos gestores/proprietários ou seus representantes, numa
espécie de campanha porta a porta, segundo a amostra. Como medida de prevenção à propogação da
Covid-19, pontenciamos, também a recolha via telefone, bem como o envio do questionário via email. A
recomendação observada é que fosse entrevistada uma pessoa com capacidade de decisão ao nível de
cada empresa.

Na recolha de dados foram utilizados questionários em papel que, depois de criticados, foram digitados,
ainda nas províncias, num aplicativo informático concebido para o efeito, com algumas regras de validação
já incorporadas. Para além de entrevistas junto as empresas também foram feitas entrevistas via telefone
e envio de questionários por email.

A recolha de dados junto às empresas foi feita de 22 de Junho a 24 de Julho de 2020.

Principais conceitos e definições

Actividade económica: resultado da combinação de factores produtivos (mão-de-obra, matéria-primas,


equipamentos, etc.) com vista à produção de bens ou serviços.

Actividade económica principal: actividade que representa a maior importância no conjunto das
actividades exercidas por uma unidade de observação estatística. Na impossibilidade da determinação do
maior volume de vendas das actividades exercidas. Considera-se como principal a actividade que ocupa,
com carácter de permanência, o maior número de pessoal ao serviço.

Actividade económica secundária: corresponde à actividade produtora de bens ou serviços para


terceiros, diferente da actividade principal da unidade de observação estatística.

A base de classificação da actividade económica utilizada nesta publicação foi a CAE rev2.

Cooperativas: pessoas colectivas autónomas, de livre constituição de capital e composição variáveis e


de controlo democrático, em que os seus membros obrigam-se a contribuir com bens e serviços para o
exercício de uma actividade económica de proveito comum, através de acções mútuas e mediante partilha
de risco, com vista à satisfação das suas necessidades e aspirações económicas e um retomo patrimonial
predominantemente realizado na proporção de suas operações.

40 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Empresa: entidade (correspondendo a uma única unidade jurídica ou ao mais pequeno agrupamento de
unidades jurídicas ou institucionais) dotada de autonomia de organização e de decisão dos recursos às
suas actividades de produção, exercendo uma ou várias actividades num ou vários locais.

Empresário em nome individual: formada por uma pessoa física que se designa empresário, que
atribui o seu nome à firma constituída ficando como único responsável pela empresa.

Empresa pública: pessoa colectiva dotada de personalidade jurídica e de autonomia administrativa,


financeira e patrimonial. A capacidade jurídica da empresa pública compreende todos os direitos e
obrigações necessários à prossecução do seu objectivo, tal como fixado nos respectivos estatutos.

Empresa estatal: entidade jurídica que constitui integralmente propriedade do Estado. Geralmente, é
resultado do processo de conversão de uma empresa privada em património do Estado.

Forma jurídica: Conceito que caracteriza o modelo de funcionamento da organização, ou seja, a forma
como uma pessoa jurídica se apresenta perante a sociedade. Subdivide-se em:

a) Empresa individual ou empresário em nome individual;


b) Sociedade comercial;
c) Sociedade civil

Grande empresa – toda empresa com 100 ou mais pessoas ao serviço ou com volume de negócios igual
ou superior a 29.700.000,00 Mt.

Instituições Sem Fins Lucrativos: entidades jurídicas ou sociais criadas para produzir bens ou serviços
cujo estatuto não lhes permite ser uma fonte de rendimento, lucro ou outros ganhos financeiros para as
unidades que as estabelecem. controlam ou financiam.

Média Empresa: toda empresa com 50 a 99 pessoas ao serviço ou com volume de negócios entre
14.700.000,00 Mt e 29.700.000,00 Mt.

NUIT (número único de identificação tributária): identificador de pessoas singulares, de pessoas


colectivas e entidades comparadas, que deve ser usado em todos os tributos fiscais e aduaneiros. É
atribuído pelo órgão competente da Autoridade Tributária.

Pequena empresa: toda aquela empresa com menos de 50 pessoas ao serviço ou com volume de
negócios anual até 14.700.000,00 Mt.

41 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas
Pessoas ao serviço: número de pessoas que, no período em referência, participaram efectivamente na
actividade da empresa, independentemente do vínculo que tenham.

Receitas: recursos financeiros recebidos provenientes de de outras pessoas de direito público ou privado,
quando destinados a atender a despesas de manutenção e funcionamento (compreende as receitas fiscais,
não fiscais, as consignadas e as de donativos).

Sociedade: conjunto de indivíduos (regulado por legislação comercial em vigor) que se juntam para
realizar uma actividade mercantil. As sociedades empresariais distinguem-se por:

Sociedade por quotas: É a que pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único
accionista ou quotista, respectivamente, sociedade moçambicana. A sociedade por quotas poderá adoptar
como nome empresarial uma firma-nome ou uma firma – denominação, que deverá ser seguida da palavra
“Limitada” ou da forma abreviada “Lda” e “unipessoal”.

Sociedade anónima: É a sociedade que se caracteriza pela divisão do capital em acções, pela
responsabilidade social face a terceiros e pela responsabilidade dos accionistas perante a sociedade,
limitada ao capital subscrito.

Volume de Negócios: valor total da facturação (com exclusão do IVA) realizada pela unidade estatística
de observação (estabelecimento ou unidade local) durante o período de referência, correspondente à
venda de mercadorias, produtos acabados e intermédios, subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos e
à prestação de serviços a terceiros.

42 Instituto Nacional de Estatística - Resultados do inquérito sobre o Impacto da COVID-19 nas empresas

Você também pode gostar