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MARIANA HENRIQUE BRAND

MODELAGEM COMPUTACIONAL DE COLUNAS DE


AÇO ESTAIADAS E PROTENDIDAS:
Estudo de caso

Projeto final apresentado em


cumprimento às normas do
Departamento de Educação Superior
do Centro Federal de Educação
Tecnológica Celso Suckow da
Fonseca, CEFET/RJ, como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Prof. Orientador: Ricardo Rodrigues de Araujo, D.Sc.

Rio de Janeiro
2018
MARIANA HENRIQUE BRAND

MODELAGEM COMPUTACIONAL DE COLUNAS DE


AÇO ESTAIADAS E PROTENDIDAS:
Estudo de caso

Projeto Final de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil do Centro


Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/RJ, como
parte dos requisitos necessários à conclusão do curso de graduação em Engenharia
Civil.

Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2018.

Aprovado por:

___________________________________________
Prof. Ricardo Rodrigues de Araujo, D.Sc. – CEFET/RJ (Orientador)

___________________________________________
Prof. Marcos Araujo Braz de Oliveira, M.Sc. – CEFET/RJ

___________________________________________
Prof. Marcelo de Jesus Rodrigues da Nóbrega, D.Sc. – CEFET/RJ
Dedico este trabalho à minha mãe
Jovelina, que batalhou muito na vida e
assim me ensinou a lutar para alcançar
meus sonhos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me proporcionar caminhos para que eu pudesse


chegar até aqui. Não foram caminhos fáceis, mas foram os necessários para que eu
pudesse evoluir, amadurecer e valorizar cada conquista.
À minha mãe, Jovelina, que sempre me apoiou e acreditou que eu
conseguiria, foi ela que me ouviu explicando as matérias antes das provas para eu
fixar melhor e levava lanchinho nos dias que o estudo durava mais tempo. Foi ela
também que aguentou meus nervosismos, meus choros e comemorou as
aprovações de cada período.
Às minhas irmãs, Daniele e Wanessa, que sempre me inspiraram, me
incentivaram e compartilharam momentos felizes. Daniele sempre ligando, querendo
saber como foi meu dia e se eu estava bem e, além disso, me dando um super
presente, minha sobrinha e afilhada Elisa. Wanessa que nunca foi de ligar muito,
mas sei que se eu precisar é só chamar, e de um tempo para cá nos unimos mais,
pois aprendi a respeitar nossas diferenças e valorizar suas qualidades. E também ao
meu sobrinho Daniel, meu pequeno príncipe, a educação em criança, um ser
humano sensível e incrível. Aos meus cunhados, o meu muito obrigada também.
Ao meu namorado José Pedro, minha paz nos momentos de estresse,
aquele que acompanhou cada nota, cada trabalho. Obrigada por estar sempre
presente, por aturar uma namorada chorona e impaciente e por ser essa pessoa de
bom coração, humilde e generoso. Eu não poderia me esquecer da sua família, seus
pais que sempre fizeram de tudo por mim, me buscaram na faculdade tarde e com
lanchinho, pois sabiam que eu estava cansada, as suas irmãs, seus cunhados e
seus sobrinhos que são especiais para mim e me fazem um bem enorme.
Ao meu orientador, professor Ricardo, por ter me ajudado, compartilhado
seus conhecimentos, além de estar sempre disponível para retirada de dúvidas.
Professor, sua orientação foi fundamental, sou extremamente grata.
Aos meus padrinhos, Mere e Rogério, por estarem sempre preocupados
comigo, por acompanharem cada fase da minha formação e por ajudarem a minha
mãe na luta. Obrigada por todos os momentos felizes de pescaria em Sahy, das
sopas de siri no fogão a lenha e dos nossos churrascos.
Aos meus amigos que encontrei na faculdade e pretendo levar para a vida
toda: Raphaela, André Ricardo, Thyara e Caio. Rapha, obrigada por tudo, muitas
vezes eu quis desistir de algumas matérias mas seus incentivos me ajudaram, você
é uma pessoa forte que me inspira, sua história de vida é brilhante, torço para que
você seja muito realizada. André, obrigada por toda sua sensibilidade comigo,
sempre presente, implicando comigo e eu implicando com as suas camisas de
Salvador de 10 anos atrás, furadas e um pouco amarrotadas. Caio e Thyara, meus
presentes ganhados através do José Pedro, meus parceiros de karaokê da feira de
São Cristóvão, obrigada por estarem comigo, pelas viagens na supervia e por serem
top’s.
À minha amiga Arlene, minha musa fitness, a minha mãezona, a pessoa que
eu me inspiro. Obrigada por todas as maluquices que a gente inventa que me fazem
feliz pra caramba, como nossa barraquinha no carnaval e o mergulho em Arraial do
Cabo.
À minha amiga Elizabeth, muito obrigada por todo carinho e toda força dada
a mim, desde que eu era criança. Lembro de ter sua presença na em cada fase, na
formatura do CPII, na crisma, sempre acompanhando meu crescimento e buscando
ajudar.
Ao DEPEC, por todo cuidado e carinho com seus alunos, principalmente o
professor José Artur d’Oliveira Mussi e a professora Rosana Dischinger Miranda.
Na adversidade, uns desistem, enquanto
outros batem recordes.

Ayrton Senna
RESUMO

Estruturas de aço possuem diversas vantagens perante materiais convencionais


como, por exemplo, leveza, agilidade no uso e capacidade de reutilização do
material. Sistemas estruturais com a finalidade de melhorar o comportamento de
colunas esbeltas de aço vêm sendo estudados e uma amostra disso são as colunas
estaiadas e protendidas. Trata-se de uma coluna principal conectada em braços
dispostos perpendicularmente com cabos de aço utilizados como estais interligando-
os. Esta solução reduz o comprimento de flambagem e eleva a capacidade de carga
da coluna sendo utilizada em locais onde é necessário o suporte de carga em
grandes alturas. O presente trabalho observa o comportamento de colunas de aço
estaiadas e protendidas compostas por um conjunto de três braços espaçados
igualmente localizado no ponto central coluna. Esta análise foi possível devido a
utilização de um software que trabalha com o método de elementos finitos, o
ANSYS®. Foi verificado o desempenho da coluna perante seis níveis de protensão
além do modelo sem protensão e a fim de encontrar a situação mais proveitosa para
a utilização na construção civil foi comparado o comportamento da coluna de três
braços com a coluna de quatro braços. Será observado que a direção e o sentido da
aplicação da imperfeição inicial influenciam consideravelmente os resultados, pois
os cabos e os braços mais próximos a imperfeição receberam mais força e foram
sendo carregados enquanto que o braço e cabo mais distante foram sendo
descarregados com o passar do tempo. Quando comparada a capacidade de carga
entre as colunas de três braços e de quatro braços observa-se que as colunas de
quatro braços apresentam um desempenho melhor além da constatação de que
quando a imperfeição se encontra na bissetriz, os braços mais próximos
compartilham o efeito diferindo de quando a imperfeição se encontra no mesmo eixo
de um braço.

Palavras-chave: Colunas estaiadas e protendidas. Estruturas de aço. Carga crítica


de flambagem.
ABSTRACT

Steel structures have several advantages over conventional materials such as


lightness, agility in use and reusability of the material, for example. Structural
systems with purpose of improving slender steel columns behavior have been
studied and a sample of this is the stayed and prestressed columns. That concern a
main column connected in perpendicularly arranged arms with steel cables used as
stay interconnecting them. This solution reduces buckling length and raises the
column load capacity being used where the load carrier is highly required. The
present work behold the behavior of stayed and prestressed steel columns
composed of a set of three equally spaced arms located at the central column. This
analysis was possible using a software that works with the finite element method,
ANSYS®. It was verified the performance of the column before six levels of
protension besides the model without prestressed and in order to find the most useful
situation for the use in the civil construction, the behavior of the three arms column
was compared to the four arms column. It will be observed that the way and direction
of the application of the initial imperfection considerably influence the results, since
the cables and the arms closer to the imperfection received more force and were
being loaded while that the arm and the cable more distant were being discharged
over time. When comparing the load capacity between the three-armed and four-
armed columns it evidences that the four-armed columns perform better, besides
realize that when the imperfection is in the bisector, the nearest arms share the effect
differing from when the imperfection is in the same axis of an arm.

Key-words: Stayed and prestressed columns. Steel structures. Critical load of


buckling.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estádio Governador Plácido Castelo após reformulação. ........................ 18


Figura 2 – Carga crítica de flambagem. .................................................................... 19
Figura 3 – Ponte do Saber. ....................................................................................... 20
Figura 4 – Ponte Octávio Frias de Oliveira. ............................................................... 21
Figura 5 – Viaduto Cidade de Guarulhos. ................................................................. 21
Figura 6 – Edifício do Chiswick Park em Londres. .................................................... 22
Figura 7 – Palco mundo do Rock in Rio 2001. .......................................................... 23
Figura 8 – Coluna estaiada versus andaime. ............................................................ 24
Figura 9 – Colunas estaiadas (a) Cruzamento simples; (b) Cruzamento duplo;
(c) Cruzamento triplo (tipo 1); (d) Cruzamento triplo (tipo 2). ............................. 27
Figura 10 – (a) Coluna estaiada protendida de dois painéis bi-roturada; (b) Modo I de
flambagem; (c) Modo II de flambagem. .............................................................. 28
Figura 11 – Ensaio realizado na coluna estaiada bidimensional com dois painéis. .. 29
Figura 12 – Gráfico comparativo entre a carga de flambagem obtida teoricamente e
experimentalmente. ............................................................................................ 30
Figura 13 – Comparativo entre resultados teóricos com e sem imperfeição inicial e os
resultados experimentais. .................................................................................. 31
Figura 14 – Representação da imperfeição inicial..................................................... 32
Figura 15 – Imperfeição inicial (a) Tipo I; (b) Tipo II. ................................................. 33
Figura 16 – Gráfico entre a carga de flambagem e protensão inicial. ....................... 33
Figura 17 – Modelo de coluna estaiada com restrição dupla. ................................... 34
Figura 18 – Gráfico da razão da carga crítica pela carga de Euler versus
comprimento de flambagem. .............................................................................. 35
Figura 19 – Modo simétrico e assimétrico de flambagem. ........................................ 36
Figura 20 – Tipos de flambagem para o Modo II. ...................................................... 37
Figura 21 – Variação no comprimento dos braços. ................................................... 37
Figura 22 – Variação no diâmetro dos estais. ........................................................... 38
Figura 23 – Variação no módulo de elasticidade dos estais. .................................... 38
Figura 24 – Gráfico de carga crítica versus protensão inicial para Modo I de
flambagem. ........................................................................................................ 39
Figura 25 – Gráfico comparativo entre modelo analítico e modelo numérico para
Modo I. ............................................................................................................... 39
Figura 26 – Coluna estaiada utilizada no Rock in Rio 2001. ..................................... 40
Figura 27 – Ensaio realizado por Araujo (2005, 2009) com a coluna em posição
horizontal............................................................................................................ 41
Figura 28 – Coluna de aço inoxidável de Servitota e Machacek (2011). ................... 43
Figura 29 – Procedimento para cálculo de carga admissível. ................................... 44
Figura 30 – Modos de flambagem (a) Simétrico (b) Antissimétrico (c) Assimétrico. . 45
Figura 31 – Comparativo entre os resultados teóricos e experimentais. ................... 46
Figura 32 – Colunas com um, dois e três conjuntos de braços. ................................ 48
Figura 33 – Combinação entre modos de flambagem............................................... 49
Figura 34 – Configuração da coluna com três braços. .............................................. 50
Figura 35 – Gráfico da relação entre inclinação dos estais versus carga crítica de
flambagem. ........................................................................................................ 53
Figura 36 – Deslocamentos horizontais da coluna sem protensão. .......................... 53
Figura 37 – Configuração estrutural da coluna.......................................................... 55
Figura 38 – Modos de flambagem (a) Modo I (b) Modo II (c) Modo III. .................... 57
Figura 39 – Carregamento axial versus deslocamento para diversos diâmetros de
estai e comprimento de braço fixado em 510 mm. ............................................. 57
Figura 40 – Influência do diâmetro dos estais e do comprimento dos braços na carga
crítica de flambagem. ......................................................................................... 58
Figura 41 – Apresentação da deformação exibida no ANSYS®. ............................... 59
Figura 42 – Malha de Elementos Finitos. .................................................................. 60
Figura 43 – Distribuição dos três braços no ponto central da coluna. ....................... 61
Figura 44 – Configuração da coluna estaiada de três braços. .................................. 62
Figura 45 – Modelagem dos nós da coluna. ............................................................. 65
Figura 46 – Enumeração dos elementos da coluna, dos braços e dos estais. .......... 66
Figura 47 – Janela “New Analysis”. ........................................................................... 67
Figura 48 – Janela “Solution Controls”. ..................................................................... 67
Figura 49 – Janela “Solve Current Load Step”. ......................................................... 68
Figura 50 – Janela “Restart”. ..................................................................................... 68
Figura 51 – Janela “Replace/Add Setting for DOF Constraints”. ............................... 69
Figura 52 – Aplicação do deslocamento no nó 13..................................................... 70
Figura 53 – Aplicação do deslocamento na extremidade superior da coluna. .......... 71
Figura 54 – Janela Time History Variables. ............................................................... 71
Figura 55 – Opções de resultados para visualização. ............................................... 72
Figura 56 – Carga crítica versus protensão............................................................... 74
Figura 57 – Comparativo entre protensão zero e protensão ótima. .......................... 75
Figura 58 – Comparativo entre a coluna estaiada protendida de 3 e 4 braços. ........ 76
Figura 59 – Variação entre os valores de Brand (2018) e Santos (2017). ................ 76
Figura 60 – Apresentação da localização dos estais. ............................................... 77
Figura 61 – Força no estai 20 versus deslocamento em X do nó 7........................... 78
Figura 62 – Força no estai 19 versus deslocamento em X do nó 7........................... 78
Figura 63 – Comparativo entre o estai mais carregado da coluna de 3 e de 4 braços
para a protensão ótima com deslocamento no mesmo sentido. ........................ 79
Figura 64 – Apresentação da localização dos braços. .............................................. 80
Figura 65 – Força no braço 17 versus deslocamento em X do nó 7. ........................ 81
Figura 66 – Força no braço 16 versus deslocamento em X do nó 7. ........................ 81
Figura 67 – Comparativo entre os braços mais carregados dos estudos de 3 e 4
braços para a protensão de 2,35 kN utilizando deslocamento no mesmo sentido.
........................................................................................................................... 82
Figura 68 – Comparativo entre o deslocamento na metade e em um quarto da
coluna................................................................................................................. 83
Figura 69 – Flambagem da coluna com 2,35 kN de protensão. ................................ 83
Figura 70 – Gráfico da carga crítica de flambagem versus deslocamento em Y da
coluna para a protensão ótima. .......................................................................... 89
Figura 71 – Gráfico da força no cabo 20 versus delocamento no eixo Y para
diferentes protensões. ........................................................................................ 89
Figura 72 – Gráfico da força no cabo 19 versus deslocamento no eixo Y para
diferentes protensões. ........................................................................................ 90
Figura 73 – Gráfico da força no braço 17 versus deslocamento no eixo Y para
diferentes protensões. ........................................................................................ 90
Figura 74 – Gráfico da força no braço 16 versus deslocamento no eixo Y para
diferentes protensões. ........................................................................................ 91
Figura 75 – Características do elemento LINK10. ..................................................... 92
Figura 76 – Características do elemento PIPE20...................................................... 93
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características da coluna utilizada no ensaio. ........................................ 41


Tabela 2 – Propriedades mecânicas em MPa dos aços utilizados na modelagem
computacional. ................................................................................................... 43
Tabela 3 – Aumento da carga crítica de flambagem oriundo da utilização de cabos
com e sem protensão. ........................................................................................ 52
Tabela 4 – Relação carga crítica de flambagem/comprimento dos braços. .............. 54
Tabela 5 – Parâmetros analíticos. ............................................................................. 55
Tabela 6 – Características geométricas. ................................................................... 61
Tabela 7– Características dos materiais da coluna principal, dos braços e dos estais.
........................................................................................................................... 62
Tabela 8 – Relação entre deformação e protensão inicial. ....................................... 63
Tabela 9 – Posição dos 13 nós da coluna. ................................................................ 65
Tabela 10 – Carga crítica versus protensão. ............................................................. 74
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APDL ANSYS Parametric Design Language


MEF Método dos Elementos Finitos
CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço
NIDA Nonlinear Integrated Design and Analisys
LISTA DE SÍMBOLOS

E Módulo de elasticidade do material


I Momento de inércia da seção
L Comprimento da coluna
Lf Comprimento efetivo de flambagem
M1 Momento na extremidade superior da coluna
M2 Momento na extremidade inferior da coluna
n Número de imperfeições
Ned Carga de Euler
Nmax Carga máxima da coluna estaiada
P Carga de compressão
Pcr Carga crítica de flambagem
v0 Imperfeição inicial
vm0 Imperfeição inicial no centro da coluna
x Ponto onde se deseja conhecer a imperfeição inicial
X(y) Deslocamento em função da posição y
Y Comprimento do elemento
δ Imperfeição inicial
Δ Deslocamento superior da coluna
y Tensão de escoamento
ν Coeficiente de Poisson
γM1 Fator de segurança
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 17

1.1 Objetivo ........................................................................................................ 23

1.2 Justificativa ................................................................................................... 24

1.3 Metodologia .................................................................................................. 25

1.4 Organização do Trabalho ............................................................................. 25

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 26

2.1 Belenya (1977) ............................................................................................. 26

2.2 Temple (1977) .............................................................................................. 26

2.3 Hafez e Temple (1979) ................................................................................. 28

2.4 Wong e Temple (1982) ................................................................................. 30

2.5 Chan (2002).................................................................................................. 31

2.6 Jan Van Steirteghem (2005) ......................................................................... 34

2.7 Saito (2008, 2009) ........................................................................................ 35

2.8 Araujo (2005, 2009) ...................................................................................... 40

2.9 Servitova e Machacek (2011) ....................................................................... 42

2.10 Wadee (2013) ............................................................................................... 44

2.11 Almeida (2014) ............................................................................................. 46

2.12 Serra et al. (2015) ......................................................................................... 47

2.13 Yu e Wadee (2015)....................................................................................... 47

2.14 Yu, Wadee et al. (2016) ................................................................................ 49

2.15 Ribeiro (2016) ............................................................................................... 50

2.16 Santos (2017) ............................................................................................... 52

2.17 Li et al. (2018) ............................................................................................... 54

3 MODELAGEM NUMÉRICA .......................................................................... 59

3.1 O software ANSYS® ..................................................................................... 59

3.2 Apresentação do modelo numérico .............................................................. 61


3.2.1 Características geométricas ......................................................................... 61

3.2.2 Características dos materiais ....................................................................... 62

3.2.3 Elementos de simulação ............................................................................... 63

3.2.4 Aplicação da força de protensão .................................................................. 63

3.2.5 Condições de contorno ................................................................................. 63

3.3 Etapas da modelagem .................................................................................. 64

3.4 Solução......................................................................................................... 66

3.4.1 Aplicação das cargas.................................................................................... 69

3.4.2 Visualização dos resultados ......................................................................... 71

4 ANÁLISE PARAMÉTRICA ............................................................................ 73

4.1 Análise da protensão ótima .......................................................................... 73

4.2 Análise da força nos cabos........................................................................... 77

4.3 Análise da força nos braços ......................................................................... 79

4.4 Análise do modo de flambagem ................................................................... 82

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 84

5.1 Sugestões para trabalhos futuros ................................................................. 86

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 87

APÊNDICE A – Gráficos comparativos. .................................................................... 89

ANEXO A – Elementos de simulação. ...................................................................... 92


17

1 INTRODUÇÃO

A construção em aço foi iniciada há cerca de 200 anos na Inglaterra, porém


foi por volta de 1880 que sua utilização em edifícios se tornou mais popular, mais
especificadamente nos Estados Unidos. No Brasil, foi entre o final do século XIX e o
início do século XX que o aço começou a ser utilizado, porém graças à importação.
Em 1946, com o início da operação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o
aço importado foi substituído pelo aço nacional, entretanto o destino do aço
produzido no Brasil neste momento era o setor industrial e paralelo a construção civil
se desenvolvia com base no concreto e na alvenaria.
No início do século XXI, a construção entra em crescimento e assim, as
obras passam a exigir rapidez, qualidade, processos racionalizados e
sustentabilidade. Em resposta às estas exigências o aço se populariza como
solução.
O Centro Brasileiro da Construção em Aço – CBCA (2015) afirma que “A
construção civil é o setor que mais consome produtos siderúrgicos no Brasil, assim
como no mundo todo. Atualmente, responde por 37% do total do consumo aparente
de aço no país. E a Pesquisa Industrial Anual do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) indica que a construção em aço no Brasil cresceu ao ritmo de
11% ao ano, em média, no período entre 2002 e 2012, atingindo o consumo de 1,7
milhão de toneladas. Enquanto isso, a construção civil como um todo crescia 4,3%
ao ano e o PIB nacional registrou média de apenas 3,9% no mesmo período.”
Atualmente tem-se com exemplo de construções em aço estádios de futebol,
aeroportos e diversos edifícios. O Estádio Governador Plácido Castelo, conhecido
como Castelão, em Fortaleza (Figura 1) é um exemplo, pois foi reformulado para a
Copa do Mundo 2014 e nesta nova formulação conta com 60 pórticos metálicos de
27 m de altura, tesouras treliçadas metálicas com 2,20 m de altura e 57 m de
comprimento. Os pórticos e os tirantes de baixo peso e alta resistência suportam
vãos de 60 m em balanço.
Dentre as principais vantagens do aço na construção podem ser destacadas,
segundo a CBCA, as seguintes:
 Maior agilidade na execução: a estrutura pode ser fabricada
paralelamente a execução das fundações, há a possibilidade de trabalho
18

simultâneo de diferentes frentes, a montagem da estrutura não é afetada


pela chuva, além da diminuição de formas e escoramentos. Todos estes
fatos podem levaram a uma redução de tempo execução de até 40% quando
comparado a processos tradicionais;
 Antecipação de ganhos: com uma velocidade maior, haverá um ganho
adicional pela antecipação do uso do empreendimento e consequente
retorno de capital investido;
 Alívio de cargas: por se tratar de estruturas mais leves, podem reduzir as
cargas na fundação e reduzir em até 30% os custos desta;
 Precisão construtiva: em estruturas de concreto a unidade empregada é o
centímetro, já em estruturas metálicas a unidade trabalhada é o milímetro
fazendo com que a estrutura seja mais nivelada e aprumada;
 Reciclabilidade: o aço é totalmente reciclável e suas estruturas podem ser
desmontadas e reaproveitadas.
Figura 1 – Estádio Governador Plácido Castelo após reformulação.

Fonte: Mega Engenharia (2013)


19

Após terem sido descritas algumas características do aço é nítida a


importância deste material para o desenvolvimento de novas tecnologias. Contudo,
quando a estrutura é esbelta, ela pode estar sujeita a uma deflexão conhecida como
flambagem.
Alguns elementos estruturais podem estar sujeitos à carga de
compressão e, se forem comprimidos e esbeltos, a carga
poderá ser grande o suficiente para provocar uma deflexão ou
uma oscilação lateral. Mais especificamente, elementos
estruturais compridos e esbeltos sujeitos a uma força de
compressão axial são denominados colunas, e a deflexão
lateral que ocorre é denominada flambagem (Hibbeler, 2010,
p.477).

A carga crítica de flambagem Pcr é o valor máximo de carga axial que uma
coluna suporta na iminência da flambagem e qualquer valor adicional causará uma
deflexão lateral (Hibbeler, 2010). A Figura 2 ilustra esta definição.
Figura 2 – Carga crítica de flambagem.
Pcr P > Pcr

Pcr P > Pcr


Fonte: Hibbeler (2010)
O valor da carga crítica de flambagem, também chamada de carga de Euler
devido ao matemático suíço Leonhard Euler ter sido o primeiro a resolver
matematicamente a flambagem, é expresso na Equação 1:
𝜋²𝐸𝐼
𝑃 = (1)
𝐿
20

Onde:
𝑃 – Carga crítica de flambagem ou carga de Euler;
𝐸 – Módulo de elasticidade do material;
𝐼 – Momento de inércia da seção;
𝐿 – Comprimento efetivo de flambagem.
Novos sistemas construtivos vêm sendo desenvolvidos a fim de aumentar a
carga crítica de flambagem e reduzir a deflexão lateral para que desta forma maiores
vãos possam ser vencidos. A partir dessa proposta surgem as colunas com inserção
de estais e aplicação de protensão.
Os estais são elementos constituídos na maioria das vezes por barras ou
cabos de aço, possuem as características de leveza, maleabilidade, resistência e
estética. Por isso são amplamente empregados na construção civil, podem ser
utilizados em pontes, viadutos e passarelas. Como exemplos podem ser citadas a
Ponte do Saber no Rio de Janeiro (Figura 3), a Ponte Octávio Frias de Oliveira
(Figura 4) e o Viaduto Cidade de Guarulhos em São Paulo (Figura 5).

Se tratando da utilização de estais em colunas de aço esbeltas a fim de


melhorar a capacidade de carga da coluna tem-se como exemplo a fachada do
Edifício do Chiswick Park em Londres mostrada na Figura 6.
Figura 3 – Ponte do Saber.

Fonte: Wikipedia (2012)


21

Figura 4 – Ponte Octávio Frias de Oliveira.

Fonte: Mega Engenharia (2012)

Figura 5 – Viaduto Cidade de Guarulhos.

Fonte: Portal Transporta Brasil (2010)


22

Figura 6 – Edifício do Chiswick Park em Londres.

Fonte: Ribeiro (2016)


Já no Brasil, tem-se como exemplo as colunas estaiadas que foram
utilizadas para a montagem do palco da terceira edição do evento “Rock in Rio” em
2001 (Figura 7). A montagem deste representou um grande desafio, pois era um dos
maiores palcos já produzidos no Brasil. A utilização de andaimes não foi bem
sucedida, pois devido à altura elevada eles necessitavam de escoras que ocupavam
espaço e impossibilitavam o avanço de outras frentes de montagem. Por isso, este
sistema inovador foi adotado para resolução do problema de escoramento do palco
principal (Figura 8).

Foram projetadas duas colunas, ambas com 29 metros de altura em aço


ASTM A-500. A primeira possuía capacidade de suportar 200 kN, com um diâmetro
externo de 219 mm e espessura de 4,75 mm. A segunda possuía capacidade de 90
kN, diâmetro externo de 165 mm e espessura de 3,75 mm. Os braços das colunas
tinham 1,50 metros (em torno de 10% de inclinação dos estais), com um diâmetro
externo de 88 mm e 3 mm de espessura. Os estais foram fabricados em barras de
aço ASTM A-36, com 19 mm de diâmetro e protensão inicial de 72 kN (36% da
carga de serviço) (Santos, 2017).
23

Figura 7 – Palco mundo do Rock in Rio 2001.

Fonte: Araujo (2005)


Araujo (2005, 2009) afirma que “estes elementos estruturais são excelentes
sistemas para situações onde se precisa suportar cargas a grandes alturas com
rapidez em sua montagem. Por ser um sistema estrutural muito esbelto, isto o torna
muito leve quando comparado a outros sistemas convencionais de suporte
temporário, como por exemplo, os andaimes. Estes últimos, que a partir de certa
altura, necessitam de estais para ancorá-los no solo para garantir sua estabilidade,
sendo menos eficientes, com montagem mais lenta e com maior custo.”

1.1 Objetivo
Dar continuidade aos estudos anteriores, principalmente ao trabalho de
Araujo (2005, 2009), analisando o comportamento estrutural de colunas de aço
estaiadas e protendidas com três braços e aplicação da imperfeição inicial na
bissetriz de dois braços. Além de acrescentar a revisão bibliográfica do tema e
discutir o problema da flambagem em colunas esbeltas de aço. Modelos estruturais
com diferentes níveis de protensão serão executados e as melhores situações
extraídas como proposta para uma suposta execução.
24

Figura 8 – Coluna estaiada versus andaime.

Fonte: Araujo (2005)

1.2 Justificativa
Este trabalho dá sequência a uma linha de estudos que visa melhorar a
capacidade de carga de colunas de aço esbeltas e reduzir o comprimento de
flambagem por meio de um sistema estrutural composto de braços e estais
protendidos.
Estudos anteriores concluem que a simples utilização de estais pode
melhorar em até 100% a capacidade de carga de uma coluna de aço e quando
utilizada a protensão ótima este valor pode chegar em 200%. Por isso, é de suma
importância o desenvolvimento de métodos estruturais que conseguem vencer vãos
cada vez maiores, aumentar a capacidade de carga e reduzir tanto o espaço
utilizado quanto o peso da estrutura.
Trabalhos anteriores analisaram diferentes tipos de aço, diversos
comprimentos de braços, compararam resultados teóricos e experimentais e este
tem como base a utilização de três braços.
25

1.3 Metodologia
O estudo foi realizado de forma teórica através de dados extraídos do
software ANSYS®. Inicialmente são selecionadas as características desejadas para
cada coluna e estas são inseridas em uma rotina de programação. Neste momento
os dados inseridos são parametrizados para que a simulação ocorra de forma
otimizada. Essa rotina de programação é introduzida no software executando um
modelo com um conjunto de três braços localizado no ponto central da coluna
principal e com imperfeição de 8 m, onde será melhor apresentado no item 3.2 deste
trabalho. Após o processamento de dados serão extraídos os resultados de
interesse e a análise será executada.

1.4 Organização do Trabalho


O trabalho foi organizado em cinco capítulos, sendo apresentada no primeiro
capítulo a introdução do tema, destacando-se: o objetivo, motivação, justificativa e
metodologia do trabalho.
O segundo capítulo apresenta a revisão bibliográfica realizada a partir de
pesquisas sobre o tema abordado neste trabalho. Foram citados dezessete autores
diferentes de diversos locais como Rússia, China, Reino Unido e Brasil. Os primeiros
estudos foram iniciados na década de 70 e a revisão bibliográfica buscou mostrar a
evolução dos estudos, dos experimentos, do uso de softwares e dos resultados
obtidos.
No terceiro capítulo é apresentado o modelo numérico como suas
características geométricas e dos materiais utilizados. Também é descrito o passo a
passo da modelagem no software de análise de elementos finitos ANSYS®. E por fim
são extraídos os resultados e é informado quais destes são importantes para este
trabalho.
No capítulo quatro são revelados os resultados obtidos em cada um dos sete
modelos, além da análise paramétrica. Neste capítulo há um comparativo com as
colunas de quatro braços abordadas em estudos anteriores.
No quinto e último capítulo, são apresentadas a conclusão deste trabalho e
as sugestões para trabalhos futuros, seguidas pelas referências bibliográficas, pelos
apêndices e pelos anexos.
26

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo faz uma reunião de estudos já publicados durante anos


sobre colunas estaiadas e protendidas de aço e desta forma mostra a evolução e
aperfeiçoamento dos resultados.
Estes estudos foram iniciados em 1970 pelo russo Voevodin e baseados
neste, outros autores no Brasil e no mundo deram continuidade às investigações do
comportamento deste tipo de coluna. Alguns exemplos são: Belenya (1977), Temple
(1977), Hafez et al. (1979), Wong et al. (1982), Chan (2002), Steirteghem et al.
(2005), Saito (2008, 2009), Araújo (2005, 2009), Serviota e Machacek (2011),
Wadee (2013), Almeida (2014), Serra et al.(2015), Yu e Wadee (2015), Yu, Wadee
et al.(2016), Ribeiro (2016), Santos (2017) e Li at al. (2018).
A principal finalidade de todas estas pesquisas é a utilização de colunas
esbeltas de aço de forma que a flambagem seja reduzida tornando assim este
sistema estrutural uma ótima solução para determinados problemas de engenharia
devido à leveza e à otimização de espaço.

2.1 Belenya (1977)


Baseando-se nos estudos de Voevodin (1970), Belenya (1977) apresenta
um modelo estrutural que contem barras dispostas perpendicularmente unidas à
coluna principal, chamadas de braços. Nas extremidades destes braços encontram-
se cabos para auxiliar o travamento e desta forma aumentar consideravelmente a
carga crítica de flambagem de uma coluna esbelta.
Para cálculo desta carga crítica utiliza-se um modelo estrutural com molas
elásticas na seção transversal. O efeito das tensões nos cabos e da rigidez dos
braços é simbolizado por molas elásticas.

2.2 Temple (1977)


Em seu trabalho, Temple (1977) afirma que a carga de flambagem elástica
aumenta quando ocorre o reforço da coluna com um cruzamento conectado
rigidamente e estais protendidos. São apresentados possíveis arranjos dos braços
transversais como simples, duplo ou triplo que são apresentados na Figura 9.
Quando ocorre apenas um cruzamento (simples), a estrutura é considerada
27

bidimensional e a flambagem ocorrerá em um plano que contenha as barras


transversais.
Figura 9 – Colunas estaiadas (a) Cruzamento simples; (b) Cruzamento duplo;
(c) Cruzamento triplo (tipo 1); (d) Cruzamento triplo (tipo 2).

Fonte: Temple (1977)


Temple (1977) apresenta um procedimento para o cálculo da carga de
flambagem elástica para colunas de cruzamento duplo. Duas abordagens são
executadas, a primeira utiliza o método dos elementos finitos e a segunda utiliza
funções de estabilidade para chegar a uma solução. O propósito do autor é não
otimizar a configuração destas colunas para a capacidade de carga máxima.
O método dos elementos finitos consiste na divisão da estrutura em vários
elementos que são assumidos interligados em pontos nodais. Foi decidido usar este
método por este ser flexível e poder ser aplicado a qualquer coluna estaiada além de
requerer dados de entrada mínimos e ser facilmente configurado para solução.
As seguintes premissas foram adotadas:
 A deformação axial dos braços transversais e da coluna tem um efeito
insignificante sobre a carga de flambagem;
 As conexões entre os braços transversais e a coluna são assumidas
como rígidas. As conexões entre os estais e a coluna, e entre os estais e os
braços transversais são assumidas como rótulas ideais;
 A coluna estaiada é completamente simétrica e o carregamento é
centralizado. Ou seja, não há excentricidade inicial e torção. Não haverá
deflexão lateral da coluna estaiada antes da flambagem;
28

 Supõe-se que no instante da flambagem existe uma pequena força de


protensão residual nos estais. O que torna os estais eficazes para resistir a
deslocamentos da coluna, isto é, nenhum dos estais está folgado antes da
flambagem;
 A carga axial nos braços transversais é insignificante em comparação
com a sua carga crítica.
Temple (1977) concluiu que é possível prever a carga de flambagem e a
correspondente forma de flambagem pelo método dos elementos finitos. Também foi
concluído que a forma de flambagem é considerada complexa e não apenas simples
ou dupla curvatura. E por fim, quando utilizado tubos de aço em oposição aos cabos,
devido ao alto módulo de elasticidade adicionam efeito na carga de flambagem.

2.3 Hafez e Temple (1979)


Hafez e Temple (1979) foram os responsáveis pelo início dos estudos
referentes ao comportamento da carga crítica de flambagem quando ocorre a
presença protensão nos estais. Deste modo, foi determinada a mínima protensão
efetiva, a protensão ótima e a máxima protensão possível.
A coluna estaiada protendida estudada é simétrica e a carga axial
concêntrica. Não foram considerados os efeitos da imperfeição e excentricidade
inicial. A carga de flambagem foi obtida pelo método dos elementos finitos. A Figura
10 demonstra o modelo de estudo.
Figura 10 – (a) Coluna estaiada protendida de dois painéis bi-roturada; (b) Modo I de
flambagem; (c) Modo II de flambagem.

Fonte: Hafez e Temple (1979)


29

Algumas considerações foram feitas para as ligações: nos encontro entre a


coluna central e os braços, a ligações foram consideradas rígidas, já os encontros
entre os estais e a coluna central ou entre os braços e a coluna central foram
considerados rótulas ideais.
Na utilização do método dos elementos finitos para a determinação da carga
crítica de flambagem, as deformações axiais da coluna e das barras perpendiculares
foram consideradas de efeito desprezível. Uma coluna estaiada protendida possui
dois limites para a carga de flambagem, o limite inferior é a carga de Euler, já o limite
superior é o encontrado pelo método dos elementos finitos.
Ensaios como o da Figura 11 foram realizados para avaliação da carga
crítica de acordo com a protensão inicial inserida. Os ensaios utilizaram uma coluna
estaiada com dois painéis e bidimensional.
Figura 11 – Ensaio realizado na coluna estaiada bidimensional com dois painéis.

Fonte: Hafez e Temple (1977)


A coluna possuía 3,05 m de comprimento e as barras perpendiculares
possuíam 305 mm. As seções e as propriedades mecânicas eram idênticas, o
diâmetro externo era de 38,1 mm e o diâmetro interno de 25,4 mm. O módulo de
elasticidade era de 201.000 MPa e a tensão de escoamento era de 338 MPa, além
de uma tensão de ruptura de 483 MPa. Para utilização como estais foram
30

empregadas barras de aço de 3,18 mm de diâmetro, tensão de ruptura de 614 MPa


e módulo de elasticidade de 202 GPa.
Um comparativo entre os resultados teóricos e experimentais é apresentado
na Figura 12.
Figura 12 – Gráfico comparativo entre a carga de flambagem obtida teoricamente e
experimentalmente.

Fonte: Hafez e Temple (1979)

2.4 Wong e Temple (1982)


Na Figura 12 referente aos resultados encontrados por Hafez e Temple
(1982) pode ser observada uma discrepância entre os valores da carga de
flambagem teórica e experimental, sendo esta última 20% menor. Esta diferença é
decorrente da imperfeição inicial da coluna principal que não foi considerada. Por
isso Wong e Temple (1982) estudaram as consequências da imperfeição inicial no
valor da carga de flambagem.
As imperfeições em um elemento real podem ser de dois tipos: imperfeições
geométricas que engloba a falta de linearidade e a falta de verticalidade, por
exemplo, e as imperfeições do material que engloba o comportamento não-linear e
as tensões residuais.
Para estudo do comportamento teórico foi utilizado o método dos elementos
finitos associado à análise não-linear através do processo de Newton-Raphson.
31

Utilizando o mesmo modelo de Hafez e Temple (1982), porém agora


considerando o efeito da imperfeição inicial, diversos ensaios foram realizados. Os
resultados são apresentados na Figura 13.
Figura 13 – Comparativo entre resultados teóricos com e sem imperfeição inicial e os
resultados experimentais.

Fonte: Wong e Temple (1982)

Os resultados teóricos obtidos utilizando a imperfeição inicial se


aproximaram muito mais do resultado experimental quando comparado ao resultado
teórico para uma coluna estaiada ideal.

2.5 Chan (2002)


Nos estudos de Chan (2002) sobre a coluna estaiada protendida foi utilizado
um programa computacional de elementos finitos, NIDA. Neste programa foi
utilizado um elemento inovador: o “pointwise equilibrium polynomial – PEP” para
representação de cabos sob alta tensão. Desta forma, foi analisado o
comportamento de colunas com diversos comprimentos, imperfeições iniciais e
forças e protensão nos estais.
Algumas considerações foram utilizadas para este estudo:
 O comportamento dos estais é linearmente elástico tanto durante a
aplicação da protensão quanto na aplicação do carregamento;
32

 As ligações são consideradas rígidas entre a coluna central e as barras


perpendiculares e rotuladas entre a coluna central e os estais e entre as
barras perpendiculares;
 Não ocorre excentricidade, a coluna é simétrica e o carregamento é axial;
 A imperfeição inicial foi calculada pela Equação 2.
2𝑥 (2)
𝑣 𝑣 [1 − ]
𝐿
Onde:
𝑣 : imperfeição inicial
𝑣 : imperfeição inicial no centro da coluna
𝑥: ponto onde se deseja conhecer a imperfeição inicial
𝐿: comprimento da coluna
Na Figura 14 pode ser observada a representação de 𝑣 e 𝑣 .
Figura 14 – Representação da imperfeição inicial.

Fonte: Chan (2002)


M1 e M2 representam os momentos nas extremidades da coluna.
As imperfeições iniciais foram classificadas como Tipo I e Tipo II (Figura 15)
de acordo com a sua magnitude.
33

Figura 15 – Imperfeição inicial (a) Tipo I; (b) Tipo II.

Fonte: Chan (2002)


As pesquisas de Chan (2002) concluíram que conforme ocorre o acréscimo
na imperfeição inicial a carga última de protensão é reduzida. Uma imperfeição
inicial de alto valor faz com que a carga de flambagem seja menor. Também foi
analisada como a variação relativamente pequena pode causar uma redução
considerável na carga de flambagem. No gráfico da Figura 16 pode-se notar que a
variação de 1 mm na imperfeição inicial de Modo I gerou diferença na carga de
flambagem de 9,4 kN.
Figura 16 – Gráfico entre a carga de flambagem e protensão inicial.

Fonte: Chan (2002)


34

2.6 Jan Van Steirteghem (2005)


Steirteghem (2005) realizou um estudo bidimensional para análise de uma
coluna com restrição dupla (Figura 17). As barras desta restrição se encontravam
fixadas ou rotuladas à coluna central e as ligações entre os estais e os braços são
rotulados.
Figura 17 – Modelo de coluna estaiada com restrição dupla.

Fonte: Steirteghem (2005)


A deformação axial dos braços não foi considerada, assim como a
imperfeição inicial na coluna principal. As extremidades da coluna principal foram
consideradas perfeitamente rotuladas. A protensão ótima foi calculada e aplicada
aos estais.
A análise da eficiência da coluna foi realizada por dois métodos: no primeiro,
o volume do material permanece constante e a carga de flambagem máxima é
calculada; no segundo, a carga de flambagem é fixada e a partir dela é calculado o
volume mínimo suficiente para sustento.
Na Figura 18 são apresentados os resultados para uma coluna com sistema
de travamento rotulado e engastado.
35

Figura 18 – Gráfico da razão da carga crítica pela carga de Euler versus


comprimento de flambagem.

Fonte: Steirteghem (2005)


Para o sistema com braços rotulados, o valor máximo da carga de
flambagem ocorre na razão de 1/3, ou seja, a um comprimento de flambagem de
L/3. Este valor máximo é de 9 vezes o valor da carga de Euler.

2.7 Saito (2008, 2009)


Em seus estudos, Saito (2008, 2009) buscou descrever praticamente todos
os efeitos que podem ocorrer na coluna principal e por isso se tornou um dos mais
completos trabalhos na área de colunas estaiadas protendidas.
O efeito da pós-flambagem foi abordado em seu trabalho de 2008. Para a
elaboração da modelagem da coluna, um dos métodos empregados é o através da
energia potencial total em conjunto com o método Rayleigh-Ritz. Utilizando a
minimização da energia potencial foram retiradas equações de equilíbrio algébricas
através do programa de computação MAPLE. Para comparativo de resultados, foi
executada uma modelagem numérica através do programa de calculo estrutural
ABAQUS.
36

Algumas considerações foram feitas para a modelagem:


 A coluna é simplesmente apoiada;
 As ligações entre a coluna central e as barras perpendiculares a coluna
central são rígidas;
 As ligações entre os estais e a coluna central e entre os estais e as barras
perpendiculares são rotuladas;
 O carregamento é axial, sem excentricidade e a coluna é perfeitamente
reta, ou seja, sem imperfeições;
 Não foram consideradas as deformações axiais dos braços e a
deformação por flexão dos estais;
 Os estais não possuem resistência a compressão e por isso se afrouxam
quando entram em compressão;
 A análise é somente elástica;
 Não é considerada a alteração na geometria pela aplicação de protensão.
Os possíveis modos de deformação em decorrência da flambagem para uma
coluna estaiada de travamento simples no centro do vão são dois. O primeiro, Modo
I, é um modo simétrico e o segundo, Modo II, assimétrico em relação ao ponto
central da coluna estaiada. Estes modos de flambagem são apresentados na Figura
19.
Figura 19 – Modo simétrico e assimétrico de flambagem.

Fonte: Saito (2008)


Na Figura 20 são apresentados os modos de deformação dos braços, que
dependem do estado de tensão nestes. No Tipo A, todos os estais afrouxam e
ocorre quando uma pequena carga de protensão é aplicada. No Tipo B todos os
37

estais estão ativos e ocorre quando a carga de protensão inicial não permite
afrouxamento dos estais até a carga de flambagem. E no Tipo C, dois estais estão
ativos e ocorre após o Tipo A, Tipo B ou o estado inicial (sem protensão).
Figura 20 – Tipos de flambagem para o Modo II.

Fonte: Saito (2008)


Saito (2008, 2009) utilizou a mesma coluna estudada por Hafez (1977) para
análises numéricas obtendo resultados referentes ao comprimento do braço (.

Figura 21), variação do diâmetro dos estais (Figura 22) e a variação do


módulo de elasticidade dos estais (Figura 23). Os símbolos presentes nos gráficos
(□), (O) e (◊) representam, respectivamente, 1, 2 e 3 graus de liberdade da
estrutura.
Figura 21 – Variação no comprimento dos braços.

Fonte: Saito (2008)


38

Figura 22 – Variação no diâmetro dos estais.

Fonte: Saito (2008)

Figura 23 – Variação no módulo de elasticidade dos estais.

Fonte: Saito (2008)


O resultado oriundo do modelo com dois graus de liberdade se encontrou
próximo da solução e assim, esse modelo foi usado para obtenção de soluções
precisas no comportamento de pós-flambagem.

Para investigação das mudanças nos resultados da pós-flambagem, oito


pontos foram coletados de cada diagrama (Modo I e Modo II). Na Figura 24, tem-se
a apresentação destes oito pontos para uma coluna de Modo I de flambagem.
39

Figura 24 – Gráfico de carga crítica versus protensão inicial para Modo I de


flambagem.

Fonte: Saito (2008)


Um modelo numérico utilizando o programa de elementos finitos Abacus foi
desenvolvido visando à realização de um comparativo entre os resultados obtidos
com os do modelo analítico. A Figura 25 apresenta os resultados obtidos nesta
comparação para o Modo I nos pontos 1, 3, 6, 7 e 8 (que se encontram na Figura
24).
Figura 25 – Gráfico comparativo entre modelo analítico e modelo numérico para
Modo I.

Fonte: Saito (2008)


40

Com estes experimentos, Saito (2008, 2009) concluiu que se tratando do


Modo I de flambagem, ocorre precisão quando a coluna estaiada é modelada com
dois graus de liberdade. Já para o Modo II de flambagem, os resultados do modelo
analítico e do modelo de elementos finitos foram aproximados com certa
discrepância que pode ser melhorada com o aumento dos graus de liberdade.

2.8 Araujo (2005, 2009)


Na realização da terceira edição do Rock in Rio em 2001, as grandes
dimensões e grandes cargas do Palco Mundo trouxeram dificuldades para a
montagem deste. Gruas, guindastes e andaimes foram utilizados, porém ocupavam
um espaço considerável que dificultou a logística da obra.
Para que houvesse otimização de tempo e espaço, foram utilizadas colunas
estaiadas protendidas travadas em seu ponto médio por quatro braços formando
uma cruz como pode ser observado na Figura 26.
Figura 26 – Coluna estaiada utilizada no Rock in Rio 2001.

Fonte: Araujo (2009)


Assim então, em 2005 Araujo (2005, 2009) em dissertação de mestrado
estudou o comportamento deste tipo de coluna. Sua pesquisa consistiu em um
comparativo entre os resultados de um modelo computacional no programa de
análise estrutural de elementos finitos ANSYS e os resultados oriundos de um
modelo experimental.
41

Para realização do ensaio experimental, Araujo (2005, 2009) encontrou


alguns empecilhos tais como o processo de fabricação, a realização de ensaio com
a coluna em escala real e a utilização desta em posição horizontal devido à
capacidade do laboratório, o que representou uma nova maneira para realização de
ensaios, conforme Figura 27.
Figura 27 – Ensaio realizado por Araujo (2005, 2009) com a coluna em posição
horizontal.

Fonte: Araujo (2005)


Em seu trabalho foram levados em consideração os efeitos da imperfeição
inicial, a rigidez longitudinal dos estais e a variação dos níveis de protensão. As
características da coluna utilizada seguem no Tabela 1.
Tabela 1 – Características da coluna utilizada no ensaio.
Altura da coluna (L) 12,00 m
Diâmetro externo do tubo principal (Øc) 89,30 mm
Espessura da Coluna (tc) 3,20 mm
Diâmetro externo dos braços (Øb) 42,60 mm
Diâmetro dos estais (Øe) 6,35 mm
Comprimento dos braços (Lb) 600 mm
Espessura dos braços (tb) 3,00 mm
Imperfeição inicial 8,00 mm
Módulo de elasticidade dos estais 100.000 MPa
Módulo de elasticidade da coluna e dos braços 205.000 MPa
Coeficiente de Poisson 0,3
Fonte: Araujo (2005) Adaptado
42

A avaliação entre os modelos baseou-se nas deformações, deslocamentos e


nos modos de flambagem. Nesse estudo, Araujo (2005, 2009) concluiu que a
utilização de estais pode aumentar a carga última em 100% e se utilizada a
protensão ótima, este valor pode ser elevado a 200%. Além disso, foi concluído que
esta elevação na carga última é decorrente da diminuição do comprimento efetivo de
flambagem causado pelo travamento central.
Em 2009, Araujo (2005, 2009) prosseguiu suas pesquisas e desta vez
estudou mais três colunas. Para uso como estais foram empregados em duas
colunas cabos de aço e na terceira foram utilizados vergalhões.
Foi verificado que quando se utilizou cabos de aço houve flambagem de
primeiro modo e quando se utilizou vergalhão ocorreu flambagem de segundo modo,
ou seja, a rigidez do cabo é responsável pelo modo de flambagem.
Araujo (2005, 2009) utilizou redes neurais bayesianas que possibilitou a
criação de dados de forma mais simples e mais fácil com redução de tempo das
simulações computacionais aprimorando os resultados.

2.9 Servitova e Machacek (2011)


Servitota e Machacek (2011) foram pioneiros no estudo de colunas
estaiadas protendidas em aço inoxidável. Tal estudo foi motivado pelo trabalho
desenvolvido por Araujo (2005, 2009).
O modelo de teste consistiu em uma coluna de 5 m de comprimento,
diâmetro externo de 50 mm e diâmetro interno de 46 mm, braços de 205 mm de
comprimento, 25 mm de diâmetro externo e 22 mm de diâmetro interno, e cabos de
4 mm de diâmetro para utilização como estais. Na Figura 28 é apresentada a coluna
de Servitota e Machacek (2011).
Os ensaios foram realizados com a coluna na posição vertical. Um dos
ensaios foi feito sem a utilização de estais e os outros com estais utilizando três
níveis de protensão: 3,9 kN, 4,54 kN e 5,44 kN. A carga crítica de flambagem
observada para o ensaio realizado sem estais foi de 7,04 kN. Quando utilizada a
protensão de 3,9 kN, 4,54 kN e 5,44 kN a carga crítica de flambagem resultante foi
de 17,75 kN, 14,93 kN e 16,23 kN, respectivamente.
43

Figura 28 – Coluna de aço inoxidável de Servitota e Machacek (2011).

2500 mm

5000 mm
Fonte: Servitota e Machacek (2011)
Com a utilização do programa ANSYS de modelagem computacional que
usa o método de elementos finitos, Servitota e Machacek (2011) realizaram análise
numérica além da análise experimental descrita anteriormente. As características da
estrutura utilizada na modelagem são apresentadas na Tabela 2. O aço inox foi
utilizado na coluna principal e o aço carbono nos estais.
Tabela 2 – Propriedades mecânicas em MPa dos aços utilizados na modelagem
computacional.

Fonte: Servitota e Machacek (2011)

Os resultados encontrados utilizando imperfeição inicial de 10 mm foram


comparados com os obtidos na análise experimental. Quando utilizada a protensão
de 3,9 kN o valor da carga crítica de flambagem encontrada foi de 23,61 kN, 30%
maior do que o encotrado no experimento, já quando utilizada a protensão de 5,54
kN o valor da carga crítica de flambagem encontrada foi de 21,9 kN, 35% maior do
44

que o encotrado no experimento. A protensão de 4,54 kN foi a única que obteve


resultados inferiores na modelagem quando comparada aos valores oriundos do
experimental.

2.10 Wadee (2013)


No Reino Unido,
ido, o enge
engenheiro
nheiro e pesquisador Wadee (2013)
(2013 revisou os
estudos já desenvolvidos sobre a resistência das colunas de aço estaiadas e
protendidas a flambagem até aquele momento e apresentou um procedimento com
equações para determinação da carga admissível ccomo
omo mostra a Figura 29 e a
Equação 4.
Figura 29 – Procedimento para cálculo de carga admissível.
1
DETERMINAR A CARGA DE EULER Ned

2
CALCULAR A ESBELTEZ ((λ) DA COLUNA SEM ESTAIS

3
DETERMINAR O COMPRIMENTO DOS BRAÇOS

4
CALCULAR A PROTENSÃO MÍNIMA

5
CALCULAR A CARGA CRÍTICA MÁXIMA PARA O 1º MODO E 2º MODO DE FLAMBAGEM

6
DETERMINAR O MODO DE FLAMBAGEM CRÍTICO, O MENOR VALOR DA ETAPA ANTERIOR

7
CALCULAR A PROTENSÃO ÓTIMA

8
ADOTAR UM NÍVEL DE PROTENSÃO DE PROJETO SUPERIOR À PROTENSÃO ÓTIMA

9
CONFERIR A TENSÃO NO CABO

10
CALCULAR A CARGA CRÍTICA PARA O NÍVEL DE PROTENSÃO ADOTADO

11
ADOTAR UMA IMPERFEIÇÃO INICIAL MÁXIMA

12
CALCULAR A CARGA MÁXIMA DA COLUNA ESTAIADA IMPERFEITA

13
CONFERIR A CONDIÇÃO DA EQUAÇÃO DESCRITA ABAIXO

Fonte: Wadee (2013) Adaptado


45

𝑁𝑒𝑑
≤ 1,0 (3)
𝑁𝑚𝑎𝑥/𝛾
Sendo:
Ned: carga de Euler (sem consideração dos estais);
Nmax: (máxima carga da coluna estaiada);
𝛾 : fator de segurança para a máxima carga da coluna imperfeita.

Wadee (2013) apresenta além dos modos de flambagem simétrico e


antissimétrico, um comportamento chamado de assimétrico de flambagem como é
apresentado na Figura 30.
Figura 30 – Modos de flambagem (a) Simétrico (b) Antissimétrico (c) Assimétrico.

Fonte: Wadee (2013)


Para este estudo foi considerado a variação do comprimento dos braços, a
protensão variando de zero a três vezes a protensão ótima e a imperfeição global
como sendo L/1000, L/400 e L/200. Em suas conclusões, Wadee (2013) verificou
que quando aplicado até 0,4 da protensão ótima, a carga teórica é inferior a carga
de flambagem, quando ultrapassa-se 0,4 da protensão ótima, a carga teórica é
superior como é mostrado na Figura 31, sendo Nc a carga teórica e T a protensão.
46

Figura 31 – Comparativo entre os resultados teóricos e experimentais.

Fonte: Wadee (2013)

2.11 Almeida (2014)

O trabalho de Almeida (2014) consistiu na otimização de modelagens


computacionais de colunas de aço esbeltas estaiadas e protendidas. O foco foi
poder gerar modelos com diferentes imperfeições iniciais, número de braços e estais
de forma precisa, eficiente e rápida.
Foram utilizados quatros valores de imperfeição inicial:
 8 mm: imperfeição máxima encontrada no modelo experimental de
Araújo (2005, 2009);
 4 mm: utilização da imperfeição inicial de 8 mm no segundo modo de
flambagem;
 L/500: limite especificado na NBR 8800/2008, caracterizando 24 mm.
 L/300: limite especificado no Eurocode EN 1993, resultando em uma
imperfeição de 40 mm.
A Equação 5 foi utilizada para descrever o comportamento da coluna:

𝑛𝜋𝑌
𝑋(𝑦) = (𝛿𝑠𝑒𝑛( )) (4)
𝐿
47

Onde:
X(y) = deslocamento em função da posição y;
δ = imperfeição inicial;
n = número de imperfeições;
Y = comprimento do elemento;
L = altura da coluna.
Almeida (2014) em seu estudo gerou 56 modelos estruturais combinando as
quatro imperfeições iniciais com seis níveis de protensão em dois sistemais
estruturais, além da coluna sem a utilização de cabos.
Foi concluído que através de funções senoidais e rotinas de programação
associadas ao APDL é possível gerar distintos modelos estruturais variando as
imperfeições iniciais, o número de braços, a protensão inicial e outras caracteristicas
de forma ágil e eficiente.

2.12 Serra et al. (2015)


Para maior entendimento do comportamento de colunas estaiadas
protendidas, Serra et al. (2015) realizaram ensaios experimentais utilizando colunas
com 12 metros de comprimento. Foram realizados 44 testes para análise da
resistência a compressão com a seção transversal da coluna variando, dois tipos de
aço diferentes, dois diâmetros de estais diferentes e cinco níveis de protensão
inicial.
Serra et al. (2015) concluíram que ao se utilizar estais em uma coluna
esbelta ocorre aumento na carga crítica de flambagem. Além disto, que já havia sido
constatado em outros estudos, também foi concluído que a seção da coluna tem
relação intrínseca com a carga crítica de flambagem. Outra verificação importante é
que quando a protensão nos cabos é elevada, a carga crítica aumenta e que
colunas protendidas são vulneráveis a geometria e a imperfeição.

2.13 Yu e Wadee (2015)


Através do método de elementos finitos, Yu e Wadee (2015) estudaram
colunas de aço estaiadas e protendidas com diversos conjuntos de braços em seu
comprimento e para isto foi utilizado o software ABAQUS. A imperfeição inicial, a
48

variação do diâmetro dos estais e a posição dos braços ao longo do comprimento da


coluna foram comtemplados no estudo.
Na Figura 32 são apresentados exemplos de colunas com mais de uma
restrição. Quando há três restrições em forma de cruz ocorre mais eficiência do que
quando há duas restrições pois neste último não há rigidez lateral no centro do vão.
No sistema de tripla restrição, caso os braços apresentem o mesmo comprimento,
ocorre redução na capacidade de carga chegando a se equiparar ao caso de dupla
restrição.
Figura 32 – Colunas com um, dois e três conjuntos de braços.

Fonte: Yu e Wadee (2015)


Usando uma coluna com três conjuntos de braços transversais, Yu e Wadee
(2015) combinaram os dois modos de flambagem para proporcionar a interação
entre instabilidades na análise de elementos finitos como pode ser observado na
Figura 33 .
As conclusões encontradas foram que quanto maior a imperfeição inicial,
menor a capacidade de carga. Quando ocorre a interação entre instabilidades, a
situação mais crítica é quando o Modo II de flambagem predomina.
49

Figura 33 – Combinação entre modos de flambagem.

Fonte: Yu e Wadee (2015)

2.14 Yu, Wadee et al. (2016)


O estudo de Yu, Wadee et al. (2016) contemplou o caso de colunas
estaiadas protendidas com um conjunto de braços composto por três braços
espaçados 120 graus no ponto central da coluna. Foram utilizados cinco
comprimentos de braço diferentes, sete diâmetros de estais e várias imperfeições
iniciais. Houve manutenção da simetria no eixo XY. O modelo de estudo é
apresentado na Figura 34.
Foi concluído que o modo de flambagem deste tipo de configuração de
coluna estaiada protendida pode ser simétrico ou antissimétrico decorrendo da
rigidez da estrutura. Também é conclusão deste estudo que colunas com a mesma
imperfeição porém com disposição diferente apresentam comportamento distinto.
50

Figura 34 – Configuração da coluna com três braços.

Fonte: Yu, Wadee et al. (2016)

2.15 Ribeiro (2016)


Em seus estudos, Ribeiro (2016) faz uma análise de colunas estaiadas
protendidas feitas de diferentes tipos de aço inoxidáveis. Modelos feitos no software
ANSYS foram utilizados para determinar a carga crítica de flambagem e a protensão
ótima para cada caso.
Foram contemplados três tipos de aço inoxidável: austenítico, ferrítico e
duplex; além da variação da imperfeição inicial e do nível de protensão. Os
resultados encontrados foram comparados com os oriundos do modelo de aço
carbono.
Os três aços inoxidáveis utilizados nos trabalhos de Ribeiro (2016) foram
definidos no estudo da seguinte forma:
 Austeníticos: são ligas não-magnéticas de ferro-cromo-níquel que não
podem ser endurecidos por tratamento térmico, tendo o nível de teor de
carbono restrito. Dependendo do teor de níquel, respondem a trabalho a frio
51

com aumento da resistência mecânica, podendo ser utilizado em operações


severas de conformação, evitando ruptura prematura e trinca. Podem ser
endurecidos por deformação e, neste estado, são ligeiramente magnéticos.
A adição de elementos de liga, como o molibdênio, aumenta sua resistência
a corrosão;
 Ferríticos: são ligas ferro-cromo com teores tipicamente entre 11 e 17 %
de cromo. O teor de carbono é mantido baixo resultando em uma limitada
resistência mecânica. Não são endurecíveis por tratamento térmico. Estes
aços apresentam baixo custo e tem limitada resistência à corrosão
comparados com os austeníticos mais comuns. Da mesma forma, são
limitados na tenacidade, conformabilidade e soldabilidade em comparação
aos austeníticos;
 Duplex: possuem uma estrutura mista de austenita e ferrita e como
resultado apresentam características desses dois tipos de aços. Uma
composição química típica tem 22% de cromo, 5% de níquel e 3%
molibdênio com pequena adição de nitrogênio. Estes aços são endurecidos
por tratamento térmico e são mais duros que os aços ferrítico e austenítico
na condição recozida mole. Como os aços ferríticos são ferro magnéticos e
apresentam uma boa conformabilidade e soldabilidade como os aços
austeníticos. Podem ser utilizados em projeto com seções mais finas que os
aços austeníticos e sua grande vantagem é sua maior resistência a corrosão
sob tensão. O molibdênio é normalmente adicionado para aumentar a
resistência à corrosão galvânica e por pite.
Foi verificado quem quando utilizados cabos sem protensão, a carga crítica
de flambagem sofre um acréscimo por volta de 100% e quando utilizada a protensão
ótima, o aumento supera 200%. Alguns dos principais resultados encontrados por
Ribeiro (2016) em sua tese de mestrado são apresentados na Tabela 3.
Outra importante conclusão foi que quando a coluna estaiada utiliza
protensão, seu comprimento de flambagem é reduzido e isso gera um aumento na
carga crítica de flambagem.
52

Tabela 3 – Aumento da carga crítica de flambagem oriundo da utilização de cabos


com e sem protensão.
Pcr (kN)
Acréscimo Acréscimo
Pcr da
de Carga Melhor de Carga em
Imperfeição melhor
Aço em função Protensão função da
(mm) sem cabo protensão
dos cabos (kN) Protensão
cabo esticado (kN)
(%) (%)

8 6,05 11,94 97,36 1,86 19,39 220,5

10 5,9 11,63 97,12 2,33 18,76 217,97


Austenítico
15 5,62 10,96 95,02 2,16 17,39 209,43

20 5,37 10,37 93,11 2,82 16,19 201,43

8 6,26 12,25 95,69 2,5 20,13 221,57

10 6,16 11,98 94,48 2,3 19,55 217,37


Ferrítico
15 5,94 11,33 90,74 2,8 18,2 206,4

20 6,05 10,77 78,02 3,3 17,04 181,65

8 6,07 11,97 97,2 2,3 19,84 226,85

10 6 11,69 94,83 2,8 19,25 220,83


Duplex
15 5,84 11,07 89,55 3,3 17,99 208,05

20 5,7 10,54 84,91 3,3 17,01 198,42

10 6,6 12,19 84,7 2,8 19,87 201,06


Carbono
20 6,28 11,05 75,96 3,8 17,65 181,05

Fonte: Ribeiro (2016) Adaptado

2.16 Santos (2017)


Santos (2017) realizou um estudo numérico através do software de
elementos finitos ANSYS visando analisar o comportamento de colunas estaiadas
protendidas com diferentes inclinações dos estais e diferentes níveis de protensão.
No total foram gerados 112 modelos oriundos da combinação entre 6 níveis
de protensão mais o caso da coluna com cabos esticados sem protensão com 16
inclinações diferentes de estais. A imperfeição utilizada foi a de 8 mm devido ser a
imperfeição máxima observada no modelo de Araújo (2005, 2009).
Para cada inclinação determinou-se a melhor protensão, ou seja, a
protensão ótima. Santos (2017) caracterizou a protensão ótima como sendo “[..] a
protensão onde há a maior carga crítica de flambagem dentre todas as cargas
53

determinadas em cada protensão para esta coluna com o dado valor de inclinação
de estai.”
No gráfico da Figura 35 é possível observar que quanto maior a inclinação
dos estais maior a carga crítica da coluna
coluna,, além disso, a protensão ótima resulta em
um valor de carga crítica maior para todos os níveis inclinação de estais.
estai
Figura 35 – Gráfico da relação entre inclinação dos estais versus carga crítica de
flambagem.
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
Pcr (kN)

50,00
40,00
Carga Crítica para Protensão Ótima
30,00
20,00 Carga Crítica para Estais sem Protensão
10,00
0,00
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%

Inclinação dos Estais

Fonte: Santos (2017)


Outra verificação importante oriunda do estudo de Santos (2017) é
apresentada na Figura 36
36.. O deslocamento a ¼ do comprimento da coluna se torna
maior do que o deslocamento a ½ do comprimento a partir da inclinação de 25%,
isso faz com que a coluna deixe de ter Modo I de flambagem e passe a apresentar
Modo II de flambagem.
Figura 36 – Deslocamento
Deslocamentos horizontais da coluna sem
m protensão.
450,00
400,00 Desloc. X ¼ Coluna
350,00
300,00 Desloc. X ½ Coluna
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00

Fonte: Santos (2017)


54

Na Tabela 4 é apresentada a relação entre a carga crítica e o comprimento


dos braços. A relação carga crítica/comprimento dos braços passa a diminuir a partir
da coluna de inclinação dos estais de 20% e a variação do aumento de carga crítica
em função da carga crítica anterior se torna pequena a partir da inclinação de estais
de 40% e comprimento dos braços 2,4 m.

Tabela 4 – Relação carga crítica de flambagem/comprimento dos braços.

Carga Crítica Variação


Comprimento Relação Carga
Inclinação para melhor da carga
dos Braços Crítica/Comprimento
dos estais protensão crítica
(m) dos Braços
(kN) (%)
0,3 5% 14,96 - 49,87
0,4 6% 17,20 15,0% 47,78
0,4 7% 19,77 14,9% 47,07
0,5 8% 23,06 16,6% 48,05
0,5 9% 26,79 16,2% 49,62
0,6 10% 30,36 13,3% 50,6
0,7 12% 38,85 28,0% 53,96
0,9 15% 51,64 32,9% 57,38
1,2 20% 67,91 31,5% 56,59
1,5 25% 78,61 15,8% 52,41
1,8 30% 84,7 7,7% 47,05
2,4 40% 88,42 4,4% 36,84
3,0 50% 90,56 2,4% 30,19
3,6 60% 92,59 2,2% 25,72
4,8 80% 92,63 0,0% 19,3
6,0 100% 92,02 -0,7% 15,34

Fonte: Santos (2017)


2.17 Li et al. (2018)

O trabalho objetivou investigar o comportamento de colunas de aço


estaiadas protendidas enrijecidas com dois conjuntos de braços sendo cada
conjunto formado por quatro braços, conforme apresentado na Figura 37.
55

Figura 37 – Configuração estrutural da coluna.

Fonte: Li at al. (2018) Adaptado


Os braços possuem o mesmo comprimento e os conjuntos destes foram
aplicados nos pontos de trisecção da coluna principal. Na prática as cruzes podem
ser fixadas por pinos ou conectadas rigidamente a coluna principal, porém Li at al.
(2018) considerou apenas o caso de conexão rígida. Já nas extremidades a coluna é
suportada por pinos. Durante o estudo foram executadas análises numéricas, com
base na avaliação de elementos finitos, em conjunto com análises geométricas.
O modo crítico de flambagem é um fator crucial para a determinação do
comportamento pós-flambagem. Desta forma, os parâmetros estruturais como o
comprimento dos braços e o diâmetro dos estais foram variados para que por meio
de análises estas características possam ser relacionadas com os modos críticos de
flambagem. Na Tabela 5 são apresentados os parâmetros estruturais utilizados.
Tabela 5 – Parâmetros analíticos.
Comprimento dos braços (mm) 255 382,5 510 637,5 765
Diâmetro dos estais (mm) 1,6 3,2 4,8 6,4 8,0
Fonte: Li at al. (2018) Adaptado
56

O comprimento da coluna foi fixado em 5100 mm, os tubos circulares de aço


utilizados para a coluna e para os braços possuem diâmetro externo de 38,1 mm e
interno de 25,4 mm com módulo de Young igual a 201 GPa. Os estais utilizados são
os mesmos de Hafez e Temple (1979) com módulo de Young igual a 202 GPa.
O processo analítico foi resumido da maneira abaixo:
1- Análise de pré-flambagem: consiste em uma análise geométrica da
deformação a fim de obter a fórmula matemática usada para calcular a
protensão inicial nos estais;
2- Análise da flambagem linear: é baseada na configuração não deformada
e objetiva obter a carga crítica de flambagem e o correspondente modo
de flambagem;
3- Análise da flambagem não linear: examina a carga crítica de flambagem
real e analisa se a flambagem interativa deve ser considerada ao projetar
este tipo de coluna. Além disto, um estudo paramétrico investiga os
fatores de influência para a carga crítica de flambagem.
Para poder estabelecer uma relação entre carga crítica de flambagem e a
protensão nos estais por análise geométrica, as seguintes suposições foram
utilizadas:
 Os deslocamentos são pequenos de modo que as fórmulas podem
ser baseadas na configuração geométrica não deformada;
 A deformação de flexão dos braços pode ser ignorada.
Após execução de uma análise não linear, três modos de flambagem foram
encontrados conforme mostrado na Figura 38: o Modo I (Figura 30 (a)) que
apresenta configuração de meia onda senoidal, o Modo II (Figura 30 (b)) que
apresenta uma onda senoidal completa e o Modo III (Figura 30 (c)) que apresenta
uma onda senoidal e meia.
Li at al. (2018) concluíram que a capacidade de carga é afetada pelo
diâmetro dos estais. A carga crítica de flambagem é maior quando se aumenta o
diâmetro dos estais, principalmente para valores menores que 4,8 mm. Isto pode ser
observado na Figura 39.

A Figura 40 resume a capacidade de carga de colunas estaiadas


protendidas com dois conjuntos de braços para a protensão igual a zero e para a
protensão ótima, o comprimento dos braços varia entre 255 mm e 765 mm.
57

Figura 38 – Modos de flambagem (a) Modo I (b) Modo II (c) Modo III.

Fonte: Li at al. (2018)

Figura 39 – Carregamento axial versus deslocamento para diversos diâmetros de


estai e comprimento de braço fixado em 510 mm.

Fonte: Li at al. (2018)


58

Figura 40 – Influência do diâmetro dos estais e do comprimento dos braços na carga


crítica de flambagem.

Fonte: Li at al. (2018)

Como dito anteriormente pode-se observar que conforme ocorre o aumento


do diâmetro dos estais melhora capacidade de carga da coluna, porém nota-se que
a capacidade de carga pode diminuir quando aumenta-se o comprimento dos
braços, este fato ocorre devido a rigidez axial que se torna pequena quando o
comprimento é aumentado.

Outra conclusão obtida neste estudo foi que estais sem protensão melhoram
efetivamente a capacidade de carga de colunas de aço, pois a rigidez dos estais é
ativada quando a deformação na coluna principal inicia.
59

3 MODELAGEM NUMÉRICA

3.1 O software ANSYS®


O ANSYS® é um programa que executa modelos e desenvolve análises para
diversos campos da Engenharia (Figura 41), como por exemplo: análise estrutural,
eletromagnética, de transmissão de calor e fluidodinâmica. Estas análises se tornam
viáveis devido ao Método de Elementos Finitos (MEF).
Figura 41 – Apresentação da deformação exibida no ANSYS®.

Fonte: ESSS (2016)


Soriano (2003) em seu livro Método de Elementos Finitos em Análise de
Estruturas afirma que o MEF é um método numérico desenvolvido para análise de
meios contínuos possibilitando investigação da maior parte dos problemas de
Engenharia. As formas contínuas são usualmente muito complexas para execução
de análise e assim hipóteses simplificadas são criadas.
Segundo De Souza (2003) o MEF é um método que pode ser aplicado para os
diversos setores da engenharia e que consiste na idéia da discretização do domínio
do problema subdividindo-o em pequenas regiões de geometria simplificada, como
por exemplo, formatos triangulares e quadrilaterais. Ou seja, a intenção é dividir um
problema complexo em uma série de problemas mais simples. As subregiões
60

criadas terão dimensão finita e por isso o nome do método desenvolvido por Ray
Clough na década de 50. Cada elemento finito é conectado aos demais por meio de
nós e este conjunto é chamado malha de elementos finitos como apresentado na
Figura 42.
Figura 42 – Malha de Elementos Finitos.

Fonte: De Souza (2003)


Quanto maior a quantidade de nós e elementos presentes na malha, maior a
precisão do método. Em uma malha contundente o tamanho dos elementos finitos
tende a zero e assim o número de nós tende a infinito. Desta forma, mesmo o
método sendo considerado aproximado, a solução converge para a exatidão.
Dentro ANSYS® existem interfaces como o Workbench que é uma interface
mais moderna que vem sendo aperfeiçoada para que a modelagem se torne mais
fácil e ágil, além dela existe também o APDL (ANSYS Parametric Design Language)
que é uma versão tradicional, clássica, a versão fundamental que possui todas as
funcionalidades presentes no programa.
A modelagem da coluna estaiada protendida de três braços foi realizada no
APDL utilizando como base um modelo parametrizado em linguagem de
programação desenvolvido por Almeida (2014). Esta parametrização torna mais
simples e ágil alterar características como a imperfeição inicial, a quantidade de
braços, a inclinação destes, o material e o comprimento da coluna principal.
61

3.2 Apresentação do modelo numérico

3.2.1 Características geométricas


A Tabela 6 apresenta as características geométricas do modelo estrutural.
Tabela 6 – Características geométricas.
Altura (L) 12000 mm
Principal
Coluna

Diâmetro externo (Ø) 89,3 mm


Espessura (tc) 3,2 mm
Imperfeição inicial 8 mm
Quantidade 3
Espaçamento 120°
Braços

Comprimento 600 mm
Diâmetro externo (Øb) 42,6 mm
Espessura (tb) 3,0 mm
Diâmetro (Øe) 6,35 mm
Estais

Deformação inicial (Ɛ) Em função da protensão


Inclinação 10%
Protensão 7 níveis
Fonte: O autor (2018)
A Figura 43 apresenta a distribuição dos braços e a Figura 44 apresenta a
configuração da coluna estaiada modelada no ANSYS®.
Figura 43 – Distribuição dos três braços no ponto central da coluna.

Fonte: O autor (2018)


62

Figura 44 – Configuração da coluna estaiada de três braços.

Fonte: O autor (2018)

3.2.2 Características dos materiais


A Tabela 7 apresenta as características consideradas durante a modelagem.
Tabela 7– Características dos materiais da coluna principal, dos braços e dos estais.
Coluna e braços Estais

Módulo de Elasticidade 200.000 MPa 100.000 MPa

Coeficiente de Poisson (ν) 0,3 0,3

Tensão de Escoamento (y) 380 MPa 750 MPa

Módulo Tangente 20.000 MPa 10.000 MPa

Fonte: Araujo (2005, 2009) Adaptado


63

3.2.3 Elementos de simulação


Para representar a coluna e os braços foi escolhido o elemento PIPE 20 e
para a representação dos estais o LINK 10. O PIPE 20 é um elemento uniaxial com
capacidades de compressão, de tensão, flexão e torção. O elemento tem seis graus
de liberdade em cada nó. O LINK 10 apresenta características que permitem a
simulação de elementos tridimensionais com três graus de liberdade em cada nó,
podendo assim ser utilizado para a simulação de cabos. (Santos, 2017).
A Figura 75 e a Figura 76 do Anexo A apresentam mais detalhadamente as
características destes elementos.

3.2.4 Aplicação da força de protensão


Araujo (2005, 2009) afirma que no ANSYS® a protensão pode ser aplicada
por meio de dois elementos: o PRESTS179 e o LINK10. Este último foi utilizado
devido o PRESTS179 necessitar de uma superfície para aplicação. O LINK10
permite a inserção de protensão por meio de uma deformação inicial nos estais. O
valor da deformação é declarado durante o pré-processamento na fase de
parametrização e cada valor corresponde a um nível de protensão conforme
apresentado na Tabela 8. Será trabalhado com seis níveis de protensão e um
modelo sem protensão.
Tabela 8 – Relação entre deformação e protensão inicial.

Deformação Inicial Protensão Inicial


(m) (kN)
0,00000 0,000
0,00001 0,020
0,00010 0,160
0,00100 1,570
0,00150 2,350
0,00200 3,140
0,00300 4,710
Fonte: O autor (2018)

3.2.5 Condições de contorno


Neste momento serão definidas as condições de restrição do modelo, estas
restrições ocorrerão nos nós das extremidades. No nó 1, ou seja o nó da
64

extremidade inferior, serão restringidos os deslocamentos dos eixos X, Y e Z, além


da rotação em torno do eixo Y. No nó 13, a extremidade superior, a restrição dos
deslocamentos ocorre apenas nos eixos X e Z devido a necessidade do eixo Y estar
livre para que a carga seja aplicada.

3.3 Etapas da modelagem


A modelagem inicia-se com as parametrizações. Nesta etapa são
declaradas as variáveis dos seguintes itens:
 Elementos: assim como no trabalho de Araujo (2005, 2009) foi utilizado o
PIPE 20 para a coluna e para os braços e o LINK 10 para os estais;
 Materiais: definição do módulo de elasticidade, do coeficiente de Poisson,
da tensão de escoamento e do módulo tangente;
 Constantes reais: inserção do diâmetro e da espessura do tubo utilizado
para a coluna e do tubo utilizados para os braços, além da área dos
cabos;
 Geometria da coluna: é definido o comprimento total da coluna, que é de
12 metros, o comprimento de cada elemento, que foi definido como 1
metro, totalizando desta forma 12 elementos de 1 metro. Também são
declarados os valores totais das imperfeições iniciais nos eixos X e Z;
 Geometria dos braços: determinação da posição onde se encontra o
conjunto de braços ao longo da coluna, que neste caso é no ponto
central, a quantidade de braços e a quantidade de elementos em cada
braço.
Após a etapa de parametrização inicia-se a etapa das constantes, que é o
momento em que são definidas as equações para as extremidades da coluna, dos
braços e dos estais, além do ângulo inicial de rotação para que sejam gerados os
nós e os elementos dos braços.
Nesta fase da modelagem, os nós da coluna começam a ser definidos. A
partir da Equação 4 de Almeida (2014) pode-se determinar em que coordenadas dos
eixos X, Y e Z estão os 13 nós da coluna levando em consideração a imperfeição
inicial. A imperfeição máxima observada por Araujo (2005, 2009) foi de 8 mm e esta
foi distribuída no eixo –X de acordo com a Tabela 9.
65

Tabela 9 – Posição dos 13 nós da coluna.


NÓ POSIÇÃO X POSIÇÃO Y POSIÇÃO Z
1 0,0000 0 0
2 -0,0021 1 0
3 -0,0040 2 0
4 -0,0057 3 0
5 -0,0069 4 0
6 -0,0077 5 0
7 -0,0080 6 0
8 -0,0077 7 0
9 -0,0069 8 0
10 -0,0057 9 0
11 -0,0040 10 0
12 -0,0021 11 0
13 0,0000 12 0
Fonte: O autor (2018)
Desta forma, são criados os nós da coluna como apresentado na Figura 45.
Figura 45 – Modelagem dos nós da coluna.

Fonte: O autor (2018)


66

Em seguida foram gerados os nós dos braços e os elementos para a coluna,


os braços e os estais. Com isso, a coluna completa conta com 24 elementos: 12
elementos para colunas, 6 elementos para os braços e 6 também para os estais. A
Figura 46 apresenta a enumeração dos elementos, de 1 a 12 os elementos da
coluna, de 13 a 18 os elementos dos braços e de 19 a 24 os elementos dos estais.
Figura 46 – Enumeração dos elementos da coluna, dos braços e dos estais.

Fonte: O autor (2018)

3.4 Solução
Para iniciar o processo de solução deve-se ir em Main Menu > Preferences >
Solution > Analysis Type > New Analysis, a Figura 47 apresenta a janela que será
aberta. Foi clicado em “Static” e depois em OK. Desta forma será realizada uma
análise estática da estrutura.
67

Figura 47 – Janela “New Analysis”.

Fonte: O autor (2018)

Para que uma


a análise não linear seja realizada no modelo deve
deve-se ir em
Main Menu > Preferences > Solution > Analysis Type > Sol’n Control. Em “Analysis
Options” a opção “Large
Large Displacement Static
Static” será selecionada, assim como a
opção “Calcule
Calcule prestress effects
effects”. Em “Frequency” colacar “Write
Write every substep”.
substep
Também é necessário estabelecer o número de “substeps” conforme apresentado
na Figura 48. Após selecionar estas características clicar em OK.
Figura 48 – Janela “Solution Controls”.

Fonte: O autor (2018)


68

Após o processo descrito anteriormente, deve


deve-se
se ir em Main Menu >
Preferences > Solution > Solve > Current LS. A janela da Figura
ura 49 será aberta e
deverá apenas ser clicado em OK.
Figura
ura 49 – Janela “Solve Current Load Step””.

Fonte: O autor (2018)


O item “Restart”” precisou ser acionado nos modelos com protensão pois
este recurso possibilita que a análise de convergência do modelo continue por mais
etapas. Para
ra que este processo seja efetuado, tem
tem-se
se que ir em Main Menu >
Preferences > Solution > Analysis Type > Restart. A
As Janelas
s da Figura 50 serão
abertas e os campos “Load Step Number” e “Sub
Sub Step Number”
Number deverão ser
preenchidos com
m os valores da última etapa encontrados na janela que abre por
trás. No caso do exemplo contido na Figura 50 os campos serão preenchidos com 1
e 15, respectivamente. No campo “Action” a ação a ser escolhida é “Continue”.
Figura 50 – Janela “Restart”.

Fonte: O autor (2018)


69

3.4.1 Aplicação das cargas


Para que a inserção de carga na coluna ocorra de forma controlada durante
a fase não linear, Araujo (2005, 2009) executou este procedimento por meio de um
deslocamento
camento no nó da extremidade superior da coluna principal, o nó 13. Desta
maneira, é possível que um gráfico carga versus deslocamento seja elaborado de
onde é retirado o valor da carga crítica de flambagem e seu respectivo
deslocamento. O processo é apres
apresentado a seguir:
 Main Menu > Preferences > Solution > Define Loads > Settings > Replace
versus Add > Constraints
Constraints.
Em “[DOFSEL] DOFs to be affected” o eixo Y deverá ser escolhido pois
através dele que a carga será inserida em forma de deslocamento. Em “Open New
DOF values will” a opção a ser escolhida deverá ser “Add to existing”, para que o
step e substeps subsequentes sejam adicionados aos anteriores. A Figura 51
apresenta este procedimento.
Figura 51 – Ja
Janela “Replace/Add Setting for DOF Constraints”.
Constraints

Fonte: O autor (2018)


70

 Main Menu > Preferences > Solution > Define Loads > Apply > Structural
> Displacement > On Nodes
Nodes.
A janela presente na Figura 52 será aberta e nela deverá ser colocado o
número do nó em que o deslocamento deverá ser aplicado. No caso, será o nó 13
que é o a extremidade superior da coluna principal. Quando clicado OK uma nova
janela será aberta como a da Figura 53 e nela deverá mais uma vez ser escolhido o
eixo Y para inserir o deslocamento clicando em “UY” e abaixo deverá ser colocado o
valor deste deslocamento. É necessário atenção nesta etapa pois o valor a ser
inserido deve ser um valor negativo a fim de causar compressão na colu
coluna.
Figura 52 – Aplicação do deslocamento no nó 13.

Fonte: O autor (2018)


71

Figura 53 – Aplicação do deslocamento na extremidade superior da coluna.

Fonte: O autor (2018)


Após este procedimento, a ssolução
olução deve ser gerada por meio do Main Menu
> Preferences > Solution > Solve > Current LS já apresentado anteriormente.

3.4.2 Visualização dos resultados


Ao clicar no item “TimeHist Postpro”,, localizado em Main Menu >
Preferences > TimeHist Postpro, a janela d
da Figura 54 será aberta e ao selecionar o
item “Add Data” a janela da Figura 55 surgirá e nela é possível selecionar os dados
que o usuário quer visualizar.
Figura 54 – Janela Time History Variables.

Fonte: O autor (2018)


72

Figura 55 – Opções de resultados para visualização.

Fonte: O autor (2018)


Para este trabalho os resultados necessários a serem obtidos nesta fase são
os seguintes:
 Carga crítica de flambagem;
 Deslocamento dos nós situados a ¼ e a ½ da coluna;
 Força nos braços;
 Força nos cabos inferiores e nos cabos superiores.
73

4 ANÁLISE PARAMÉTRICA

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos nos processos de


modelagem e também serão comparados a capacidade de carga, a força nos estais,
a força nos braços e os deslocamentos da coluna.
Serão utilizados os resultados oriundos dos estudos de Santos (2017) a fim
de executar um comparativo entre o desempenho de colunas com quatro e três
braços. Santos (2017) também verificou o comportamento de colunas de aço
estaiadas protendidas com 10% de inclinação nos estais e 8 mm de imperfeição
inicial, porém com um modelo que continha um conjunto de quatro braços no ponto
central da coluna principal.
A análise paramétrica será elaborada da seguinte forma:
 Definição da protensão ótima. A protensão ótima será aquela em que há o
valor máximo de carga crítica de flambagem dentre todas as protensões
analisadas;
 Comparativo entre a capacidade de carga oriunda da protensão ótima do
modelo de três braços e do modelo de quatro braços;
 Análise da força nos cabos relacionando-as com o deslocamento no nó
central (nó 7) da coluna;
 Comparativo entre a força nos cabos oriunda do modelo de três braços e
do modelo de quatro braços;
 Análise da força nos braços relacionando-as com o deslocamento no nó
central (nó 7) da coluna;
 Comparativo entre a força nos braços oriunda do modelo de três braços e
do modelo de quatro braços.

4.1 Análise da protensão ótima


Ao todo foram analisados sete modelos diferentes, um modelo sem
protensão e outros seis com protensão variando de 0,02 kN a 4,71 kN. Em cada
caso foi extraída a carga crítica de flambagem da coluna e os resultados estão
presentes na Tabela 10 e no gráfico da Figura 56.
74

Tabela 10 – Carga crítica versus protensão.

Protensão (kN) Carga crítica de flambagem (kN)


0,00 15,14
0,02 15,20
0,16 15,61
1,57 23,55
2,35 26,14
3,14 26,08
4,71 25,32
Fonte: O autor (2018)

Figura 56 – Carga crítica versus protensão.


30,00

25,00

20,00
Pcr (kN)

15,00

10,00

5,00

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Protensão (kN)

Fonte: O autor (2018)


De acordo com os dados apresentados, pode
pode-se
se constatar que o melhor
caso ocorre quando a protensão adotada é de 2,35 kN. Ou seja, é nesta pr
protensão
que a coluna tem a melhor capacidade de carga. Então, neste trabalho a protensão
ótima adotada é a de 2,35 kN.
Quando se compara a protensão zero com a protensão ótima observa-se
que a coluna tem um desempenho 73% melhor se tratando de carga crítica de
flambagem.. No momento em que ocorre a carga crítica a variação entre os
75

deslocamentos no eixo X no ponto central da coluna supera 100% pois na coluna


com estais em protensão ótima a melhor capacidade de carga ocorre quando o
deslocamento é de -72,65 mm, já na coluna com estais sem protensão a melhor
capacidade de carga ocorre quando o deslocamento é de -146,46 mm. Esse fato
pode ser observado no gráfico da Figura 57. Sendo assim, conclui-se que a coluna
fica mais rígida com o aumento da protensão.
Figura 57 – Comparativo entre protensão zero e protensão ótima.

27,00

22,00

17,00
Pcr (kN)

12,00

7,00

2,00

-3,00

-8,00
-260,00 -210,00 -160,00 -110,00 -60,00 -10,00

Deslocamento em X no ponto central da coluna (mm)


Protensão Zero Protensão Ótima

Fonte: O autor (2018)


Neste momento será comparado o comportamento da coluna estaiada
prontendida com três e com quatro braços. Os estudos de Santos (2017) também
encontraram como protensão ótima o valor de 2,35 kN porém a coluna de quatro
braços apresenta um desempenho melhor que a três braços quando se fala em
carga crítica de flambagem. Para a protensão ótima, a coluna de quatro braços tem
uma capacidade de carga de 30,36 kN, o que representa em torno de 16% a mais. A
diferença para cada nível de protensão é apresentada da Figura 58 e a variação
para cada protensão é expressa na Figura 59.
76

Figura 58 – Comparativo entre a coluna estaiada protendida de 3 e 4 braços.


35,00

30,00

25,00
Pcr (kN)

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Protensão (kN)
Coluna com três braços Coluna com quatro braços de Santos (2017)

Fonte: O autor (2018)

Figura 59 – Variação entre os valores de Brand (2018) e Santos (2017).


40% 37% 36%
35%
35%

30%
24%
25%
Variação

20%
16%
15%
15% 13%

10%

5%

0%
0,00 0,02 0,16 1,57 2,35 3,14 4,71

Protensão (kN)

Fonte: O autor (2018)


77

4.2 Análise da força nos cabos


A coluna estaiada protendida com três braços possui três estais, que foram
numerados como 19, 20 e 21. O estai 19 é o estai que passa pelo braço que está no
eixo X. Os estais 20 e 21 são os estais mais próximos ao sentido da imperfeição
inicial e desta forma, foram os estais mais sobrecarregados, eles apresentaram o
mesmo comportamento devido à equidistância do local de aplicação da imperfeição
inicial. A localização dos estais é apresentada na Figura 60.
Figura 60 – Apresentação da localização dos estais.

Fonte: O autor (2018)


Observando a Figura 61 pode-se concluir que os estais 20 e 21 (pois
apresentam comportamento idêntico) estão executando mais força conforme a
coluna se desloca e que quanto mais protensão é aplicada, mais força é necessária.
Já no estai 19, mostrado na Figura 62 ocorre o contrário, conforme a coluna se
desloca, o estai é relaxado.
78

Figura 61 – Força no estai 20 versus deslocamento em X do nó 7.


7,00

6,00
Força no cabo 20 (kN)

5,00

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
-250,00 -200,00 -150,00 -100,00 -50,00 0,00

Deslocamento em X do ponto central da coluna (mm)

Protensão 0,00 kN Protensão 0,02 kN Protensão 0,16 kN Protensão 1,57 kN


Protensão 2,35 kN Protensão 3,14 kN Protensão 4,71 kN

Fonte: O autor (2018)

Figura 62 – Força no estai 19 versus deslocamento em X do nó 7.

5,00
Força no cabo 19 (kN)

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
-250,00 -200,00 -150,00 -100,00 -50,00 0,00

Deslocamento em X do ponto central da coluna (mm)

Protensão 0,00 kN Protensão 0,02 kN Protensão 0,16 kN Protensão 1,57 kN


Protensão 2,35 kN Protensão 3,14 kN Protensão 4,71 kN

Fonte: O autor (2018)


79

Quando compara-se o comportamento do estai mais carregado oriundo da


coluna com três braços e da coluna de quatro braços na protensão de 2,35 kN pela
Figura 63 é observado que na coluna de quatro braços o estai mais carregado
suporta muito mais força do que em coluna de três braços. Vale ressaltar que o
deslocamento de Santos (2017) ocorre no eixo positivo de X e isso diferencia-se do
trabalho atual pois neste a imperfeição inicial foi de 8 mm no eixo negativo de X e a
imperfeição inicial do estudo anterior foi também de 8 mm porém no eixo positivo de
X.

Figura 63 – Comparativo entre o estai mais carregado da coluna de 3 e de 4 braços


para a protensão ótima com deslocamento no mesmo sentido.

10

8
Força (kN)

0
-10 40 90 140 190 240 290 340

Descolamento em X do nó cetral da coluna (mm)


Estai mais carregado de Brand (2018) Estai mais carregado de Santos (2017)

Fonte: O autor (2018)


A variação da força máxima dos estais chega a 130% pois a coluna do atual
estudo possui como força máxima nos estais de 4,35 kN e na coluna de quatro
braços a força máxima é de 10,04 kN.

4.3 Análise da força nos braços


Assim como ocorreu nos estais, os braços mais próximos da imperfeição
inicial, nomeados de braço 17 e 18, foram mais carregados do que o braço que
80

estava sobre o eixo X, nomeado de braço 16. A localização doa braços é


apresentada na Figura 64.
A Figura 65 apresenta o comportamento do braço 17, que é idêntico ao
comportamento do braço 18 pelo mesmo motivo dos estais. Nota-se o carregamento
do braço conforme a coluna se desloca e também que quanto maior o nível de
protensão, maior a força exigida. Já o braço 16, exibido na Figura 66, é
descarregado conforme o deslocamento ocorre.
Figura 64 – Apresentação da localização dos braços.

Fonte: O autor (2018)


Quando comparado o comportamento do braço mais carregado oriundo do
estudo da coluna de quatro braços com o comportamento do braço mais carregado
do presente estudo para a protensão ótima é possível perceber a variação entre os
valores na Figura 67. Nos estudos de Santos (2017) o valor máximo encontrado de
força em um braço foi de 3,11 kN, já neste trabalho o valor máximo é de 1,03 kN,
que representa uma variação de aproximadamente 203%.
81

Figura 65 – Força no braço 17 versus deslocamento em X do nó 7.


1,60

1,40
Força no braço17 (kN)

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
-250,00 -200,00 -150,00 -100,00 -50,00 0,00

Deslocamento em X do ponto central da coluna (mm)

Protensão 0,00 kN Protensão 0,02 kN Protensão 0,16 kN Protensão 1,57 kN


Protensão 2,35 kN Protensão 3,14 kN Protensão 4,71 kN

Fonte: O autor (2018)

Figura 66 – Força no braço 16 versus deslocamento em X do nó 7.


1,00
0,90
Força no braço 16 (kN)

0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
-250,00 -200,00 -150,00 -100,00 -50,00 0,00

Deslocamento em X do ponto central da coluna (mm)

Protensão 0,00 kN Protensão 0,02 kN Protensão 0,16 kN Protensão 1,57 kN


Protensão 2,35 kN Protensão 3,14 kN Protensão 4,71 kN

Fonte: O autor (2018)


82

Figura 67 – Comparativo entre os braços mais carregados dos estudos de 3 e 4


braços para a protensão de 2,35 kN utilizando deslocamento no mesmo sentido.
3,5

3,0

2,5
Força (kN)

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
-10 40 90 140 190 240 290 340

Deslocamento em X do ponto central da coluna (mm)


Braço mais carregado de Brand (2018)

Braço mais carregado de Santos (2017)

Fonte: O autor (2018)

4.4 Análise do modo de flambagem


Para analisar o modo de flambagem de cada um dos sete modelos é
necessário comparar o deslocamento na metade da coluna (o nó sete) com o
deslocamento em um quarto da coluna (o nó quatro). Caso o deslocamento no
centro seja maior é possível concluir que ocorreu o Modo I de flambagem, ou seja, a
coluna flamba no formato de meia onda senoidal, caso o deslocamento em um
quarto seja maior é possível concluir que ocorreu o Modo II de flambagem e a
coluna apresentou dupla curvatura.
A Figura 68 apresenta este comparativo e a partir dela é possível concluir
que todos os sete modelos apresentaram a flambagem Modo I. A Figura 69
apresenta a imagem da coluna com protensão ótima após flambagem.
83

Figura 68 – Comparativo entre o deslocamento na metade e em um quarto da


coluna.
300
Deslocamento em módulo 250
200
150
de X (mm)

100
50
0
0,00 0,02 0,16 1,57 2,35 3,14 4,71
Protensão (kN)

Deslocamento X 1/2 coluna Deslocamento X 1/4 coluna

Fonte: O autor (2018)

Figura 69 – Flambagem da coluna com 2,35 kN de protensão.

Fonte: O autor (2018)


84

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estruturas de aço possuem diversas vantagens perante materiais


convencionais como, por exemplo, leveza, agilidade no uso e capacidade de
reutilização do material. Sistemas estruturais com a finalidade de melhorar o
comportamento de colunas esbeltas de aço vêm sendo estudados e uma amostra
disso são as colunas estaiadas e protendidas. Trata-se de uma coluna principal
conectada em braços dispostos perpendicularmente com cabos de aço utilizados
como estais interligando-os. Esta solução reduz o comprimento de flambagem e
eleva a capacidade de carga da coluna sendo utilizada em locais onde é necessário
o suporte de carga em grandes alturas.
O presente trabalho observou o comportamento de colunas de aço estaiadas
e protendidas compostas por um conjunto de três braços espaçados igualmente
localizado no ponto central coluna. Esta análise foi possível devido a utilização de
um software que trabalha com o método de elementos finitos, o ANSYS®. Foi
verificado o desempenho da coluna perante seis níveis de protensão além do
modelo sem protensão e a fim de encontrar a situação mais proveitosa para a
utilização na construção civil foi comparado o comportamento da coluna de três
braços com a coluna de quatro braços estudada por Santos (2017).
Após a revisão bibliográfica que abordou dezessete autores diferentes no
capítulo 2, o capítulo 3 apresentou as características geométricas e dos materiais do
modelo, descreveu o processo de modelagem e o procedimento para extração de
resultados. O processo para execução dos sete modelos foi facilitado pela
linguagem de programação utilizada por Almeida (2014) e para a obtenção da carga
crítica de flambagem foi necessário inserir um deslocamento no nó da extremidade
superior da coluna.
No capítulo 4 foi realizada a análise dos resultados obtidos no capítulo 3.
Foram comparados os seis modelos com protensão de 0,02 kN, 0,16 kN, 1,57 kN,
2,35 kN, 3,14 kN e 4,71 kN, desta maneira foi definida a protensão ótima como
aquela protensão em que a coluna apresentou a melhor capacidade de carga. Foi
verificada a diferença entre a carga crítica de flambagem oriunda dos estais sem
protensão e dos estais com protensão ótima, além da diferença entre os sete
85

modelos de três braços e os sete modelos de quatro braços. Características como


força nos estais, força nos braços e deslocamentos também foram analisadas.
Através dos resultados obtidos foi possível chegar às seguintes conclusões:
 A direção e o sentido da aplicação da imperfeição inicial influenciam
consideravelmente os resultados, assim como foi constatado em estudos
anteriores. Foi observado que o deslocamento apresentado pela coluna no
eixo X foi na mesma direção da aplicação da imperfeição;
 Os cabos e os braços mais próximos a imperfeição, que estavam
formando a bissetriz onde esta estava presente, receberam mais força e
foram sendo carregados com o passar do tempo, já o braço e cabo mais
distante foram sendo descarregados com o passar do tempo;
 A protensão ótima em uma coluna estaiada protendida de três braços,
inclinação de 10% nos estais e imperfeição inicial de 8 mm aplicada na
bissetriz de dois braços pode aumentar em 73% a carga crítica de
flambagem;
 Quando comparada a capacidade de carga entre as colunas de três
braços do presente estudo e as de quatro braços do estudo de Santos
(2017) observa-se que as colunas de quatro braços apresentam um
desempenho melhor. Quando utilizada a protensão ótima a variação entre os
valores chega a 16%;
 O sistema de protensão proporciona a coluna rigidez e isto é concluído
observando-se o deslocamento dos nós da coluna proncipal;
 Comparando os braços e os estais mais carregados de força na
protensão ótima do atual estudo com o estudo de Santos (2017) é possível
notar uma variação considerável. A força no estai mais carregado de Santos
(2017) supera 130% a força no estai mais carregado do trabalho atual. Já
nos braços, esta variação chega a 203%. Este fato pode ser explicado pela
localização da imperfeição inicial. No estudo da coluna de quatro braços, a
imperfeição é localizada na mesma direção de um dos braços, o que o torna
mais carregado e faz o estai que passa por este braço ser o mais carregado
também. Já neste trabalho, a imperfeição é localizada na bissetriz de dois
braços fazendo com que estes braços apresentem comportamento idêntico,
assim como os estais que passam por estes braços. Ou seja, o efeito da
86

imperfeição inicial que foi concentrado em dois braços, no estudo de Santos


(2017) foi concentrado em apenas um;
 Todos os sete modelos com diferentes níveis de protensão apresentaram
curvatura simples.

5.1 Sugestões para trabalhos futuros


Os itens abaixo são sugestões de temas para trabalhos futuros:
 Modelagem de colunas com três braços com diferentes valores de
imperfeição inicial;
 Estudo de colunas com quatro braços com a imperfeição inicial aplicada
na bissetriz;
 Modelagem de colunas com três braços com a imperfeição inicial
localizada no outros eixos de um dos braços;
 Utilização de mais de um conjunto de braços.
87

REFERÊNCIAS

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Estaiadas e Protendidas. Projeto de Graduação; Depto de Estruturas e Fundações
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Colunas de Aço Estaiadas e Protendidas. DSc Tese, CIV-PUC, Pontifícia
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HIBBELER, Russell Charles. Resistência Dos Materiais - 7ª Ed. São Paulo:


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89

APÊNDICE A – Gráficos comparativos.

Figura 70 – Gráfico da carga crítica de flambagem versus deslocamento em Y da


coluna para a protensão ótima.

27,00

22,00

17,00
Pcr (kN)

12,00

7,00

2,00

-8,00 -7,00 -6,00 -5,00 -4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00 -3,00

-8,00
Deslocamento em Y no ponto central da coluna (mm)

Protensão Zero Protensão Ótima

Fonte: O autor (2018)

Figura 71 – Gráfico da força no cabo 20 versus delocamento no eixo Y para


diferentes protensões.
7,00
Força no cabo 20 (kN)

6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
-7,60 -6,60 -5,60 -4,60 -3,60 -2,60 -1,60 -0,60

Deslocamento em Y do ponto central da coluna (mm)

Protensão 0,00 kN Protensão 0,02 kN Protensão 0,16 kN


Protensão 1,57 kN Protensão 2,35 kN Protensão 3,14 kN
Protensão 4,71 kN

Fonte: O autor (2018)


90

Figura 72 – Gráfico da força no cabo 19 versus deslocamento no eixo Y para


diferentes protensões.
5,00
Força no cabo 19 (kN)

4,50
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
-7,60 -6,60 -5,60 -4,60 -3,60 -2,60 -1,60 -0,60

Deslocamento em Y do ponto central da coluna (mm)


Protensão 0,00 kN Protensão 0,02 kN Protensão 0,16 kN
Protensão 1,57 kN Protensão 2,35 kN Protensão 3,14 kN
Protensão 4,71 kN

Fonte: O autor (2018)

Figura 73 – Gráfico da força no braço 17 versus deslocamento no eixo Y para


diferentes protensões.
1,60
Força no braço 17 (kN)

1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
-7,80 -6,80 -5,80 -4,80 -3,80 -2,80 -1,80 -0,80 0,20

Deslocamento em Y do ponto central da coluna (mm)


Protensão 0,00 kN Protensão 0,02 kN Protensão 0,16 kN
Protensão 1,57 kN Protensão 2,35 kN Protensão 3,14 kN
Protensão 4,71 kN

Fonte: O autor (2018)


91

Figura 74 – Gráfico da força no braço 16 versus deslocamento no eixo Y para


diferentes protensões.

1,00
Força no braço 16 (kN)

0,90
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
-7,60 -6,60 -5,60 -4,60 -3,60 -2,60 -1,60 -0,60

Deslocamento em Y do ponto central da coluna (mm)

Protensão 0,00 kN Protensão 0,02 kN Protensão 0,16 kN Protensão 1,57 kN


Protensão 2,35 kN Protensão 3,14 kN Protensão 4,71 kN

Fonte: O autor (2018)


92

ANEXO A – Elementos de simulação.

Figura 75 – Características do elemento LINK10.

Fonte: ANSYS Help (2018)


93

Figura 76 – Características do elemento PIPE20.

Fonte: ANSYS Help (2018)

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