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Rio de Janeiro
2018
MARIANA HENRIQUE BRAND
Aprovado por:
___________________________________________
Prof. Ricardo Rodrigues de Araujo, D.Sc. – CEFET/RJ (Orientador)
___________________________________________
Prof. Marcos Araujo Braz de Oliveira, M.Sc. – CEFET/RJ
___________________________________________
Prof. Marcelo de Jesus Rodrigues da Nóbrega, D.Sc. – CEFET/RJ
Dedico este trabalho à minha mãe
Jovelina, que batalhou muito na vida e
assim me ensinou a lutar para alcançar
meus sonhos.
AGRADECIMENTOS
Ayrton Senna
RESUMO
3.4 Solução......................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 87
1 INTRODUÇÃO
A carga crítica de flambagem Pcr é o valor máximo de carga axial que uma
coluna suporta na iminência da flambagem e qualquer valor adicional causará uma
deflexão lateral (Hibbeler, 2010). A Figura 2 ilustra esta definição.
Figura 2 – Carga crítica de flambagem.
Pcr P > Pcr
Onde:
𝑃 – Carga crítica de flambagem ou carga de Euler;
𝐸 – Módulo de elasticidade do material;
𝐼 – Momento de inércia da seção;
𝐿 – Comprimento efetivo de flambagem.
Novos sistemas construtivos vêm sendo desenvolvidos a fim de aumentar a
carga crítica de flambagem e reduzir a deflexão lateral para que desta forma maiores
vãos possam ser vencidos. A partir dessa proposta surgem as colunas com inserção
de estais e aplicação de protensão.
Os estais são elementos constituídos na maioria das vezes por barras ou
cabos de aço, possuem as características de leveza, maleabilidade, resistência e
estética. Por isso são amplamente empregados na construção civil, podem ser
utilizados em pontes, viadutos e passarelas. Como exemplos podem ser citadas a
Ponte do Saber no Rio de Janeiro (Figura 3), a Ponte Octávio Frias de Oliveira
(Figura 4) e o Viaduto Cidade de Guarulhos em São Paulo (Figura 5).
1.1 Objetivo
Dar continuidade aos estudos anteriores, principalmente ao trabalho de
Araujo (2005, 2009), analisando o comportamento estrutural de colunas de aço
estaiadas e protendidas com três braços e aplicação da imperfeição inicial na
bissetriz de dois braços. Além de acrescentar a revisão bibliográfica do tema e
discutir o problema da flambagem em colunas esbeltas de aço. Modelos estruturais
com diferentes níveis de protensão serão executados e as melhores situações
extraídas como proposta para uma suposta execução.
24
1.2 Justificativa
Este trabalho dá sequência a uma linha de estudos que visa melhorar a
capacidade de carga de colunas de aço esbeltas e reduzir o comprimento de
flambagem por meio de um sistema estrutural composto de braços e estais
protendidos.
Estudos anteriores concluem que a simples utilização de estais pode
melhorar em até 100% a capacidade de carga de uma coluna de aço e quando
utilizada a protensão ótima este valor pode chegar em 200%. Por isso, é de suma
importância o desenvolvimento de métodos estruturais que conseguem vencer vãos
cada vez maiores, aumentar a capacidade de carga e reduzir tanto o espaço
utilizado quanto o peso da estrutura.
Trabalhos anteriores analisaram diferentes tipos de aço, diversos
comprimentos de braços, compararam resultados teóricos e experimentais e este
tem como base a utilização de três braços.
25
1.3 Metodologia
O estudo foi realizado de forma teórica através de dados extraídos do
software ANSYS®. Inicialmente são selecionadas as características desejadas para
cada coluna e estas são inseridas em uma rotina de programação. Neste momento
os dados inseridos são parametrizados para que a simulação ocorra de forma
otimizada. Essa rotina de programação é introduzida no software executando um
modelo com um conjunto de três braços localizado no ponto central da coluna
principal e com imperfeição de 8 m, onde será melhor apresentado no item 3.2 deste
trabalho. Após o processamento de dados serão extraídos os resultados de
interesse e a análise será executada.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
estais estão ativos e ocorre quando a carga de protensão inicial não permite
afrouxamento dos estais até a carga de flambagem. E no Tipo C, dois estais estão
ativos e ocorre após o Tipo A, Tipo B ou o estado inicial (sem protensão).
Figura 20 – Tipos de flambagem para o Modo II.
2500 mm
5000 mm
Fonte: Servitota e Machacek (2011)
Com a utilização do programa ANSYS de modelagem computacional que
usa o método de elementos finitos, Servitota e Machacek (2011) realizaram análise
numérica além da análise experimental descrita anteriormente. As características da
estrutura utilizada na modelagem são apresentadas na Tabela 2. O aço inox foi
utilizado na coluna principal e o aço carbono nos estais.
Tabela 2 – Propriedades mecânicas em MPa dos aços utilizados na modelagem
computacional.
2
CALCULAR A ESBELTEZ ((λ) DA COLUNA SEM ESTAIS
3
DETERMINAR O COMPRIMENTO DOS BRAÇOS
4
CALCULAR A PROTENSÃO MÍNIMA
5
CALCULAR A CARGA CRÍTICA MÁXIMA PARA O 1º MODO E 2º MODO DE FLAMBAGEM
6
DETERMINAR O MODO DE FLAMBAGEM CRÍTICO, O MENOR VALOR DA ETAPA ANTERIOR
7
CALCULAR A PROTENSÃO ÓTIMA
8
ADOTAR UM NÍVEL DE PROTENSÃO DE PROJETO SUPERIOR À PROTENSÃO ÓTIMA
9
CONFERIR A TENSÃO NO CABO
10
CALCULAR A CARGA CRÍTICA PARA O NÍVEL DE PROTENSÃO ADOTADO
11
ADOTAR UMA IMPERFEIÇÃO INICIAL MÁXIMA
12
CALCULAR A CARGA MÁXIMA DA COLUNA ESTAIADA IMPERFEITA
13
CONFERIR A CONDIÇÃO DA EQUAÇÃO DESCRITA ABAIXO
𝑁𝑒𝑑
≤ 1,0 (3)
𝑁𝑚𝑎𝑥/𝛾
Sendo:
Ned: carga de Euler (sem consideração dos estais);
Nmax: (máxima carga da coluna estaiada);
𝛾 : fator de segurança para a máxima carga da coluna imperfeita.
𝑛𝜋𝑌
𝑋(𝑦) = (𝛿𝑠𝑒𝑛( )) (4)
𝐿
47
Onde:
X(y) = deslocamento em função da posição y;
δ = imperfeição inicial;
n = número de imperfeições;
Y = comprimento do elemento;
L = altura da coluna.
Almeida (2014) em seu estudo gerou 56 modelos estruturais combinando as
quatro imperfeições iniciais com seis níveis de protensão em dois sistemais
estruturais, além da coluna sem a utilização de cabos.
Foi concluído que através de funções senoidais e rotinas de programação
associadas ao APDL é possível gerar distintos modelos estruturais variando as
imperfeições iniciais, o número de braços, a protensão inicial e outras caracteristicas
de forma ágil e eficiente.
determinadas em cada protensão para esta coluna com o dado valor de inclinação
de estai.”
No gráfico da Figura 35 é possível observar que quanto maior a inclinação
dos estais maior a carga crítica da coluna
coluna,, além disso, a protensão ótima resulta em
um valor de carga crítica maior para todos os níveis inclinação de estais.
estai
Figura 35 – Gráfico da relação entre inclinação dos estais versus carga crítica de
flambagem.
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
Pcr (kN)
50,00
40,00
Carga Crítica para Protensão Ótima
30,00
20,00 Carga Crítica para Estais sem Protensão
10,00
0,00
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%
Figura 38 – Modos de flambagem (a) Modo I (b) Modo II (c) Modo III.
Outra conclusão obtida neste estudo foi que estais sem protensão melhoram
efetivamente a capacidade de carga de colunas de aço, pois a rigidez dos estais é
ativada quando a deformação na coluna principal inicia.
59
3 MODELAGEM NUMÉRICA
criadas terão dimensão finita e por isso o nome do método desenvolvido por Ray
Clough na década de 50. Cada elemento finito é conectado aos demais por meio de
nós e este conjunto é chamado malha de elementos finitos como apresentado na
Figura 42.
Figura 42 – Malha de Elementos Finitos.
Comprimento 600 mm
Diâmetro externo (Øb) 42,6 mm
Espessura (tb) 3,0 mm
Diâmetro (Øe) 6,35 mm
Estais
3.4 Solução
Para iniciar o processo de solução deve-se ir em Main Menu > Preferences >
Solution > Analysis Type > New Analysis, a Figura 47 apresenta a janela que será
aberta. Foi clicado em “Static” e depois em OK. Desta forma será realizada uma
análise estática da estrutura.
67
Main Menu > Preferences > Solution > Define Loads > Apply > Structural
> Displacement > On Nodes
Nodes.
A janela presente na Figura 52 será aberta e nela deverá ser colocado o
número do nó em que o deslocamento deverá ser aplicado. No caso, será o nó 13
que é o a extremidade superior da coluna principal. Quando clicado OK uma nova
janela será aberta como a da Figura 53 e nela deverá mais uma vez ser escolhido o
eixo Y para inserir o deslocamento clicando em “UY” e abaixo deverá ser colocado o
valor deste deslocamento. É necessário atenção nesta etapa pois o valor a ser
inserido deve ser um valor negativo a fim de causar compressão na colu
coluna.
Figura 52 – Aplicação do deslocamento no nó 13.
4 ANÁLISE PARAMÉTRICA
25,00
20,00
Pcr (kN)
15,00
10,00
5,00
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Protensão (kN)
27,00
22,00
17,00
Pcr (kN)
12,00
7,00
2,00
-3,00
-8,00
-260,00 -210,00 -160,00 -110,00 -60,00 -10,00
30,00
25,00
Pcr (kN)
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Protensão (kN)
Coluna com três braços Coluna com quatro braços de Santos (2017)
30%
24%
25%
Variação
20%
16%
15%
15% 13%
10%
5%
0%
0,00 0,02 0,16 1,57 2,35 3,14 4,71
Protensão (kN)
6,00
Força no cabo 20 (kN)
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
-250,00 -200,00 -150,00 -100,00 -50,00 0,00
5,00
Força no cabo 19 (kN)
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
-250,00 -200,00 -150,00 -100,00 -50,00 0,00
10
8
Força (kN)
0
-10 40 90 140 190 240 290 340
1,40
Força no braço17 (kN)
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
-250,00 -200,00 -150,00 -100,00 -50,00 0,00
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
-250,00 -200,00 -150,00 -100,00 -50,00 0,00
3,0
2,5
Força (kN)
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
-10 40 90 140 190 240 290 340
100
50
0
0,00 0,02 0,16 1,57 2,35 3,14 4,71
Protensão (kN)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BELLEI, Ildony Helio. Edifícios Industriais em Aço - 6ª Ed.. São Paulo: Pini, 2008.
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HAFEZ, Hisham Hussein; Temple, Murray. C.; Ellis, John S.; Pretensioning of
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LI, Pengcheng; Liang, Ce; Yuan, Jun; Qiao, Ke. Stability of steel columns
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88
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Wattel, François. Optimum design of stayed columns with split-up cross arm.
Brussels: Advanced in Engineering Software, Elsevier, 2005.
TEMPLE, Murray C.. Buckling of stayed. Ontario: Journal of the Structural Division,
ASCE, 1977.
WONG, Kevin C.; Temple, Murray C.; Stayed column with initial imperfection.
Ontario: Journal of the Structural Division, ASCE,1979.
27,00
22,00
17,00
Pcr (kN)
12,00
7,00
2,00
-8,00 -7,00 -6,00 -5,00 -4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00 -3,00
-8,00
Deslocamento em Y no ponto central da coluna (mm)
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
-7,60 -6,60 -5,60 -4,60 -3,60 -2,60 -1,60 -0,60
4,50
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
-7,60 -6,60 -5,60 -4,60 -3,60 -2,60 -1,60 -0,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
-7,80 -6,80 -5,80 -4,80 -3,80 -2,80 -1,80 -0,80 0,20
1,00
Força no braço 16 (kN)
0,90
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
-7,60 -6,60 -5,60 -4,60 -3,60 -2,60 -1,60 -0,60