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Layout para Uma Serralheria
Layout para Uma Serralheria
ESTUDO E PLANEJAMENTO DE UM
LAYOUT PARA UMA EMPRESA
PRODUTORA DE MÁQUINAS
INDUSTRIAIS DO SETOR AGRÍCOLA
NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE - PB
(STUDY AND PLANNING OF A LAYOUT
FOR A COMPANY PRODUCING
INDUSTRIAL MACHINES IN THE
AGRICULTURAL SECTOR IN THE
CITY OF
Larissa Farias Almeida (UFCG)
almlarissa@gmail.com
SUSANE DE FARIAS GOMES (UFCG)
susinha_farias@hotmail.com
Cristiane Henrique da Silva (UFCG)
cristianehs@yahoo.com.br
jamilton rodrigues dos santos (UFCG)
jamiltonr@yahoo.com.br
Helenaldo Firmino de Azevedo (UFCG)
heldesigner@hotmail.com
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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
1. Introdução
O planejamento do macroespaço de uma fábrica é frequentemente o nível mais importante do
planejamento de uma instalação (LEE, 1998). Partindo desta premissa, o presente artigo
refere-se ao estudo do arranjo físico de uma empresa produtora de máquinas agrícolas. A
partir deste estudo elaborou-se uma proposta de layout, a qual segue as recomendações das
normas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a saber: NR 8 - Edificações,
NR 12 – Máquinas e equipamentos, NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de
trabalho, NR 23 - Proteção contra incêndios e NR 26 - Sinalização e Segurança. Os estudos
referentes aos arranjos físicos das fábricas se configuram como um elemento de referência
para o desenvolvimento de melhoria produtiva, uma vez que tais estudos podem auxiliar na
escolha de um fluxo mais adequado, e com isso reduzir os custos com deslocamento e tempos
operacionais. A importância deste trabalho está relacionada ao grande desperdício de tempo
provocado pelo excesso de movimentação ocasionado à má distribuição física dos
equipamentos e máquinas.
Para o desenvolvimento do arranjo físico proposto levou-se em consideração também, as
questões de segurança referentes ao sistema de proteção contra incêndio, de modo que os
setores, máquinas e equipamentos foram alocadas de forma a otimizar esse sistema. O arranjo
físico do setor produtivo da empresa em estudo é o resultado de uma expansão desordenada e,
por isso apresenta um conjunto de deficiências. Desta forma, o objetivo deste trabalho é
desenvolver um layout racional de modo que se tenha um melhor fluxo de pessoas, materiais
e produtos acabados, e que atenda aos critérios de segurança nos processos de trabalho.
2. Referencial Teórico
2.1. O Layout Industrial
O layout de instalações industriais é a definição da disposição de recursos de produção e sua
interação em um espaço delimitado. Baseado na programação e volumes de produção,
combinação de produtos (suas variações) e processos, Francis e White (1974) definem os
seguintes objetivos principais para o estudo da otimização de layout de uma instalação:
Melhorar o aproveitamento de espaço físico, a segurança e o conforto dos colaboradores;
Minimizar o tempo total de produção;
Reduzir o custo de manuseio de materiais;
Diminuir a variação de tipos de equipamentos de manuseio de materiais;
Minimizar os investimentos em equipamentos;
Preservar a flexibilidade do arranjo dos equipamentos e operações;
Otimizar o processo de manufatura e a estrutura organizacional.
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Classe Características
Classe A Fogo em materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e
profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibra, etc.
Classe B Fogo em produtos inflamáveis que queimam somente em sua superfície, não deixando
resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.
Classe C Fogo que ocorre em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores,
quadros de distribuição, fios, etc.
Classe D Fogo em elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.
Fonte: Adaptado da NR 23
Tabela 1 – Classificação do fogo
Observa-se, que a área de domínio da unidade extintora decresce com o aumento do risco, por
isso, é importante deixar próximas as áreas que possuem os mesmos riscos de incêndio,
otimizando, desta forma, a quantidade de extintores necessários. É importante ressaltar que a
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Atualmente, a empresa apresenta uma produção mensal de 250 a 350 máquinas, sendo
diversificada e distribuída por 10 diferentes linhas de produtos. Em virtude de um aumento
considerável da demanda a Laboremus possui um projeto de expansão do setor de produção
que aumentará a produção mensal para cerca de 400 máquinas. Seus principais clientes são: B
Motores – Campina Grande /PB; Casa do Agricultor – Campina Grande /PB; Trans Ocean -
Macaé /RJ; Mac Nelson - Feira de Santana /BA; Floresta Máquinas – Campina Grande /PB;
Rancho Alegre – Natal /RN.
A Laboremus atua tanto na fabricação de máquinas agrícolas quanto na assistência técnicas
desses produtos, seja os por ela produzidos quanto de outras marcas. As linhas de produtos
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Virad.
manual Virad. Hid.
Forja
Solda
Prensa hidráulica
Processos de
tranformação
Estoque
Espera
Transporte
Acabamento
Solda
Montagem
Montagem rotor
Limpeza
Pintura
Secagem
Montagem Final
Expedição
5. Postos de Trabalho
Os funcionários do setor produtivo possuem idade entre 22 e 55 anos, sendo todos eles do
sexo masculino. Outro aspecto a ser ressaltado, diz respeito ao nível de escolaridade dos
operários que varia desde analfabetos funcionais até o ensino médio completo. Já o pessoal de
projeto possui curso superior.
Embora o grau de escolaridade dos operários seja baixo, a experiência de vida com relação à
função que exercem proporciona um bom desempenho do trabalho, sendo desta forma,
considerados fundamentais para o sucesso do processo. Porém, como a empresa está passando
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por um processo de reestruturação, aos novos operários são exigidos cursos de qualificação
profissional de nível técnico e escolaridade de nível médio. Tal necessidade é proveniente,
principalmente, da aquisição de uma nova máquina, a qual possui comando numérico
computadorizado, e também da necessidade de padronização das máquinas produzidas e do
controle de qualidade.
Quanto às condições ambientais, faz-se necessário um estudo aprofundado nos quesitos de
iluminação, conforto térmico e condições ergonômicas posturais. De maneira geral, observa-
se, um ambiente típico de oficina que se expandiu de maneira desordenada. Existem muitos
materiais que não fazem parte do processo produtivo distribuídos pela fábrica, pouca
organização, além da não utilização de equipamentos de proteção por alguns funcionários e
dificuldade ao acesso de equipamentos de proteção coletiva, como é o caso dos extintores de
incêndio.
As máquinas existentes no setor produtivo são muito antigas, e além disso, só são feitas
manutenções corretivas nelas. As máquinas presentes na empresa e suas respectivas funções
estão apresentadas na Tabela 3.
Máquinas Descrição
Torno Máquina-ferramenta que permite usinar peças. Girando-a enquanto uma
ou diversas ferramentas de corte são pressionadas em um movimento
regulável de avanço de encontro à superfície da peça.
Prensa excêntrica Máquinas utilizadas para fazer pressão em materiais, permitindo a criação
de formas complexas e o fabrico em linha de montagem.
Serra Ferramenta utilizada para cortar madeira, plásticos, metais ou outros
materiais e consiste numa folha de aço com uma série de recortes num dos
seus rebordos.
Guilhotina A guilhotina é um equipamento de alta eficiência, que permite um corte
rápido de chapa metálicas.
Prensa hidráulica Máquina utilizada para pressionar materiais, com objetivo de criar formas,
utilizando para isso o principio da hidráulica.
Viradeira São máquinas que dobram facilmente diversos tipos de materiais
metálicos,
Plaina Máquina-ferramenta utilizada para nivelar e determinar a espessura das
peças e para a sua fabricação.
Fresa Máquina-ferramenta, que pode executar a função de aplainar, ou seja,
transferir de um gabarito (matriz) para outro material
Calandra Máquina que tem a capacidade de dobrar tubos redondos, chato, quadrado
e retangular.
Forja Máquina utilizada para aquecer o metal, tornando-o maleável, com o
intuito de se conseguir a forma desejada.
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Dentro da fábrica, observa-se que a movimentação é feita na maioria das vezes de forma
manual. Desse modo, percebe-se que o manuseio muitas vezes ocorre de forma
ergonomicamente incorreta, pois há peças que podem ser consideradas pesadas, tais como, o
disco e o rotor. Outros aspectos que dificultam tal movimentação são de suas formas e
dimensões. Em alguns casos, utiliza-se um equipamento conhecido como “patinha” para a
movimentação de materiais muito pesados. Outra dificuldade referente ao manuseio e
movimentação ocorre com as chapas de aço, pois estas possuem uma extensa área e espessura
fina o que dificulta a pega.
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6. Resolução e Proposta
O processo de fabricação da empresa em estudo é composto pelo conjunto de processos
individuais das principais peças que compõem os produtos, que são: Faca, Disco, Eixo e a
Caixa. Neste sentido, a proposta de layout fundamentou-se no fluxo produtivo dessas
principais peças. Na figura 3 está apresentada a proposta de layout da empresa, juntamente
com os fluxos.
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para cada setor de produção, bem como a localização destes. A Tabela 5 apresenta o
dimensionamento dos extintores que deverão compor o sistema de segurança da empresa em
estudo e na figura 5 está representada a sua localização.
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Foi incluída nesta proposta a construção de dois banheiros e uma área para a localização de
um bebedouro. O estoque de produto acabado também foi ampliado, pois em entrevista com o
proprietário da empresa foi informado que a demanda tem crescido muito.
4. Recomendações Finais
Como principal recomendação sugere-se que os proprietários da empresa implante o sistema
de qualidade 5S tendo em vista que o setor produtivo está tumultuado devido a grande
quantidade de objetos sem uso, os quais estão espalhados por toda a empresa. É importante
fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) adequados aos seus funcionários.
Segundo a NR 17 do Ministério do trabalho toda empresa é obrigada a fornecer aos
empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
É sabido que é de responsabilidade do empregador adquirir EPI adequado ao risco de cada
atividade, exigir seu uso, fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, orientar e treinar o trabalhador
sobre o uso adequado, guarda e conservação, substituir imediatamente, quando danificado ou
extraviado e responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica desses
equipamentos. De acordo com o tipo de atividade presente na Laboremus, sugerimos os
seguintes equipamentos: Protetor auditivo, óculos, máscara de solda, vestimentas, luvas.
Outro ponto bastante significativo que levamos em consideração é a aquisição de um novo
maquinário. A partir das observações realizadas in loco, observamos que certas máquinas
estão ultrapassadas e obsoletas. Sugere-se então, a renovação das máquinas, tanto pelas
inovações presentes que facilitam seu manuseio, bem como a redução dos custos envolvidos
com manutenção e também.
A iluminação pode melhorar a operação industrial e sua lucratividade. Em dependências
industriais deve atender a rigorosas exigências, sempre respeitando os níveis de iluminação
presentes nas normas, desde a linha de produção até o estoque. Há alguns pontos que devem
ser levados em consideração no momento da realização do projeto de iluminação. Os pontos
são os seguintes: produtividade, redução do consumo de energia, redução dos custos de
descarte, redução de danos e de tempo perdido com acidentes, além da satisfação dos clientes
e funcionários.
Outro aspecto importante é a implantação de exaustores, pois o sistema de ventilação também
apresenta algumas deficiências, de preferência eólicos, que podem ser utilizados nos mais
diversos tipos de instalações e dispensam o uso de motor elétrico. É, portanto, econômico,
seguro e silencioso. Para seu funcionamento, esses exaustores utilizam o deslocamento das
massas de ar atmosférico e o efeito da convecção da massa de ar interna, proporcionando uma
exaustão ininterrupta de gases, fumaça, renovando e circulando o ar ambiente.
Com relação aos estoques (de matéria-prima, de produto acabado e de material em
processamento), recomenda-se um estudo mais específico para a o desenvolvimento de
estruturas que possam guardar estes matérias de forma organizada e com identificação dos
mesmos. Além disso, deve-se observar as recomendações com relação ao manuseio e
movimentação de cargas propostas pela ergonomia.
Referências
ASKIN, R. G.; STANDRIDGE, C. R. Modeling and analysis of manufacturing systems. New Jersey: John
Wiley & Sons, 1993.
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Prentice-Hall, 1974.
GROOVER, M. P. Automation, Production Systems, and Computer Integrated Manufacturing. 2 ed. New
Jersey: Prentice-Hall, 2000.
HERAGU, S. S. Facilities Design. 2 ed. Boston: PWS Publishing Co., 1997.
LEE, Q. Projeto de Instalações e Local de Trabalho. São Paulo: IMAM, 1998.
NR-12. Normas Regulamentadoras. Disponível em:
http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentaDORAS/Default.asp. Acesso em: 25/03/2011.
NR-13. Normas Regulamentadoras. Disponível em:
http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentaDORAS/Default.asp. Acesso em: 25/03/2011.
NR-23. Normas Regulamentadoras. Disponível em:
http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentaDORAS/Default.asp. Acesso em: 25/03/2011.
NR-24. Normas Regulamentadoras. Disponível em:
http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentaDORAS/Default.asp. Acesso em: 25/03/2011.
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http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentaDORAS/Default.asp. Acesso em: 25/03/2011.
SILVA, E. L.; & MENEZES, E. M. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação – Laboratório de
Ensino à Distância da UFSC, 3 ed. Florianópolis, 2001.
TOMPKINS, J. A. et al. Facilities Planning. 3 ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 2003.
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