2020. 2020 não tem sido propriamente o ano mais simples de
todos, não só pela pandemia, mas por tudo o que ele trouxe consigo, a tristeza, a distância, o afastamento, o medo, a solidão, mas ao mesmo tempo a mudança, o sair da rotina, o aprender, o cair, mas voltar a levantar. Na passagem do ano de 2019 para 2020 todos dizíamos que este ia ser O ano, e depois todos dizem que burros fomos. Mas teremos mesmo sido burros em dizer isso? Ou era necessária esta mudança? Esta nova maneira de ver o mundo. Porque, pelo menos para mim, 2020 ensinou-me tanto, ensinou-me a viver mais, ensinou-me a ter medo de perder as pessoas que amo, ensinou-me a dar valor aos momentos por mais pequenos que sejam, ensinou-me a amar-me. E de repente, todos aqueles dramas, complicações, traumas e problemas deste passado tão recente parecem tão distantes e ao mesmo tempo tão presentes. Eu sinto que precisávamos disto. Precisávamos de nos conectar novamente às pessoas. O verdadeiro isolamento já estava a ser feito por nós, ao nos refugiarmos nos quartos, na bebida, nas festas, nos falsos sorrisos e até mesmo, muitos nas drogas. O isolamento, feito desde março, foi muito mais do que um isolamento. Foi um reajustamento à vida, e ao mesmo tempo, uma valorização da mesma, daqueles que nos rodeiam. Cada dia que passa tento estar mais presente para os que me rodeiam e sei que, para muitos pode não ser algo fácil, que se prefiram isolar, e entendo, é sempre mais fácil escolher o caminho que dói menos, mas é tão bom quando nos sentimos felizes, verdadeiramente felizes e incluídos numa sociedade, num grupo, numa família. E na base de tudo disso, para além do amor pelos outros, vem o nosso amor próprio, o amor que pouco a pouco, sem me aperceber, fui perdendo, fui desistindo de mim e que, graças a 2020 o recuperei e aumentei. Finalmente consigo olhar me ao espelho e gostar do que vejo, e se não gosto, trabalhar para mudar. Emagreci 1.5k o que acho verdadeiramente incrível, mudei o meu penteado, mas acima de tudo amei-me e vivi. E é isto que levamos da vida. A alegria, os bons momentos, as boas memórias.
“The teenager years are a limbo. You are somehere
between being a kid and an adult and the world tells you to be mature and express yourself, but the minute that you do they tells you to shut up. Adults are just scarred kids who were lucky enought to get out of the limbo alive.” – Chemical Hearts