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Entrada de dia 16 de dezembro de 2020

2020. 2020 não tem sido propriamente o ano mais simples de


todos, não só pela pandemia, mas por tudo o que ele trouxe
consigo, a tristeza, a distância, o afastamento, o medo, a solidão,
mas ao mesmo tempo a mudança, o sair da rotina, o aprender, o
cair, mas voltar a levantar. Na passagem do ano de 2019 para
2020 todos dizíamos que este ia ser O ano, e depois todos dizem
que burros fomos. Mas teremos mesmo sido burros em dizer
isso? Ou era necessária esta mudança? Esta nova maneira de ver
o mundo. Porque, pelo menos para mim, 2020 ensinou-me tanto,
ensinou-me a viver mais, ensinou-me a ter medo de perder as
pessoas que amo, ensinou-me a dar valor aos momentos por mais
pequenos que sejam, ensinou-me a amar-me. E de repente, todos
aqueles dramas, complicações, traumas e problemas deste
passado tão recente parecem tão distantes e ao mesmo tempo
tão presentes. Eu sinto que precisávamos disto. Precisávamos de
nos conectar novamente às pessoas. O verdadeiro isolamento já
estava a ser feito por nós, ao nos refugiarmos nos quartos, na
bebida, nas festas, nos falsos sorrisos e até mesmo, muitos nas
drogas. O isolamento, feito desde março, foi muito mais do que
um isolamento. Foi um reajustamento à vida, e ao mesmo tempo,
uma valorização da mesma, daqueles que nos rodeiam. Cada dia
que passa tento estar mais presente para os que me rodeiam e
sei que, para muitos pode não ser algo fácil, que se prefiram
isolar, e entendo, é sempre mais fácil escolher o caminho que dói
menos, mas é tão bom quando nos sentimos felizes,
verdadeiramente felizes e incluídos numa sociedade, num grupo,
numa família. E na base de tudo disso, para além do amor pelos
outros, vem o nosso amor próprio, o amor que pouco a pouco, sem
me aperceber, fui perdendo, fui desistindo de mim e que, graças
a 2020 o recuperei e aumentei. Finalmente consigo olhar me ao
espelho e gostar do que vejo, e se não gosto, trabalhar para
mudar. Emagreci 1.5k o que acho verdadeiramente incrível, mudei
o meu penteado, mas acima de tudo amei-me e vivi. E é isto que
levamos da vida. A alegria, os bons momentos, as boas memórias.

“The teenager years are a limbo. You are somehere


between being a kid and an adult and the world tells you to be
mature and express yourself, but the minute that you do they
tells you to shut up. Adults are just scarred kids who were lucky
enought to get out of the limbo alive.” – Chemical Hearts

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