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 RESUMOS DE ONTOLOGIA


PARTE 1 – INTRODUÇÃO À METAFISICA
 A METAFÍSICA é considerada a filosofia primeira, porém essa
concepção varia entre as correntes filosóficas.
 Na Idade Antiga e Média, a METAFÍSICA tinha destaque dentre as
outras áreas do conhecimento filosófico. Na Idade MODERNA,
esse destaque foi transferido para a Teoria do Conhecimento, e na
pós-modernidade a Filosofia da Linguagem tem maior ênfase.
 O questionamento fundamental lançado pela metafísica é a seguinte:
“Por que existe algo em vez de nada?” (Leibniz).
 A Met. procura acessar os fundamentos da realidade,
ultrapassando o MUNDO FENOMÊNICO, mundo sensível.
 É um estudo para além da realidade, mas fundado na realidade.
 O termo ‘Metafísica’ está associado a um conto envolvendo
‘Andrônico de Rodes’, o qual, ao organizar as obras de Aristóteles,
teria locado as obras aristotélicas em vários grupos segundo a
temática. As obras cujos assuntos não se encaixavam nas
classificações foram colocadas por Andrônico após os livros da
Física, e assim os locou no espaço da Metafísica.
 O termo ‘Metafísica’ quer dizer: além da física.
 É considerada uma ciência do IMATERIAL.
 O que a metafísica estuda é portanto aquilo que não está
submetido ao tempo, ao espaço, ao movimento.
 Objeto de estudo da metafísica: ‘O ser enquanto ser.’ (Aristóteles)
 Os conhecimentos apresentam três graus de abstração ou de
distanciamento da realidade sensível.
 1º grau: As Ciências físicas (a realidade física)
 2º grau: A Matemática (as realidades físicas substituem-se pelo
número)
 3º grau: A Metafísica (O Ser)
 A Met. busca abstrair (afastar-se) da individualidade das coisas.
 Todos os entes em alguma estância possuem propriedades
comuns.
 ‘Objeto de estudo’ da metafísica variou conforme a história
filosófica
¬ Idade Antiga: O ser enquanto ser. (Aristóteles)
¬ Idade Média: Conforme a Antiga.
¬ Idade Moderna
¬ Descartes: ‘A alma e Deus’.
¬ Kant: ‘Ciência do real em si mesmo contraposto ao fenômeno’ (o
númeno).
¬ Positivistas: ‘Coisas incognoscíveis’.
¬ Hegel: ‘Os absolutos’.
¬ Cristian Wolf (discípulo de Leibniz) fez uma sistematização da
Metafísica.
- Met. Geral: Ontologia (estudo do ser)
- Met. Especial: - Teologia racional - Teodicéia (Estudo do
Absoluto)
- Psicologia racional - Teoria do Conhecimento
(Alma)
- Cosmologia racional (Mundo)
 A Metafísica é a ciência autônoma pois ela define seus próprios
princípios.
 A Met. justifica os princípios de todas as demais ciências.
 Outra divisão da Metafísica
¬ Intrínseca. Obj. de estudo (O Ser)
¬ Extrínseca. Obj. de estudo (Deus)

Ontologia
 – Ser.  – estudo.
 É o estudo do ENTE enquanto SER.
 O que interessa não é a diferença entre as coisas, mas o ‘esse
commune’, o que há de comum entre todas as coisas.
 O ‘esse commune’ é o ser, a existência.
 Métodos das ciências
 Método indutivo. Partindo do conhec. do particular chegar ao
conhec. do universal. (Met. Aristotélica)
 Método dedutivo. Partindo-se de um conhec. Universal, chegar-se a
um particular. (Cartesianos)
 Método intuitivo. Conhec. Iluminação.
 Método reflexivo.

PARTE II - HISTÓRIA DA METAFÍSICA


 A história da Metafísica passa pelas fases de construção,
desconstrução, reconstrução.
 CONSTRUÇÃO
 A filosofia é antecedida pelo “Mythos”.
 Jônicos: romperam com o mito, na busca do arché (um princípio
natural gerador de todas as coisas). (Água, ar, fogo, 4 elementos,
apeyron, átomos)
 Heráclito: devir
 Parmênides: tudo está parado, pois o que existe é o SER. Pai da
ontologia.
 Embate teórico: Heráclito X Parmênides.
 Platão resolve esta questão: O ‘ser’ em Platão encontra lugar na
teoria da idéias. Mundo fenomênico: mutável. Mundo das idéias -
estático.
 Aristóteles combate Platão trazendo o ser para a coisa.
 O ser é um [sínolo de matéria e forma]. Hilemorfismo.
 O que predomina no caráter metafísico, a forma ou a matéria?
 Existe um ser puramente material? Existe um ser puramente
formal?
 O pensamento Aristotélico que é fundante para a Metafísica está em
seu livro denominado ‘Metafísica’.
 Aristóteles não usa o termo metafísica, mas equivalentemente usa os
termos ‘filosofia primeira’, ‘filosofia’, e outros.
 Esta obra é composta de 14 livros ou volumes.
 I – ; II – ; III – ; IV – ; V – ; VI – E; VII – ; VIII –;
IX – ; X – ; XI – ; XII –  XIII – ; XIV – .
 Metafísica de Aristóteles
 Contém:
 Ontologia: estudo do ser enquanto ser.
 Aitiologia: estudo das causas primeiras.
 Usiologia: estudo da substância.
 Teologia: estudo da causa suprema.
 Principais livros: I, IV, VI, IX.
 Livro I aborda: > o problema das quatro causas. >comparação
filosofia em relação às outras ciências. > Filosofia: busca a causa do
ser, não conhece apenas a coisa, mas sua causa última.
 Causas: Intrínsecas [Material, formal,]. Extrínsecas: [Eficiente
(quem produziu); Finalidade (com que objetivo).
 A causa final antecede as outras, pois quem criou algo para um fim,
primeiro pensou em tal fim.
 Jônicos: tematizaram sobre a causa material.
 Empédocles tematizou sobre a causa eficiente: amor e repulsão entre
os elementos.
 Livros 6-9
 Crítica ao platonismo (mundo das idéias)
 Livro IV
 Ontologia-Usiologia.
 Princípio de não contradição.
 Princípio do 3º excluído. ‘Entre duas ideias contrárias não pode a
haver uma terceira’.
 
 Ciências são do tipo: éticas (moral), poiéticas (em vistas da
produção de algo).
 A filosofia primeira não tem um fim prático.
 Livro VII.
 O problema do ser e o problema da substância.
 Existe ou não substâncias suprassensíveis?
 Que coisa é a substância em geral?
 Substância = matéria?
 Substância = forma?
 Hilemorfismo. Ser = matéria + forma.

 Santo Agostinho. Retoma Platão, Plotino.


 Principal obra: Cidade de Deus. Separação entre a cidade de Deus e
a cidade dos homens. Relação com o mundo material e das idéias da
teoria platônica.
 O conceito de Criação (novidade da filosofia cristã). ‘Ex nihilo’
 Tomás de Aquino
 Apresenta o pensamento aristótelico ao mundo cristão. O
pensamento aristotélico tinha divergências com o pensamento
cristão.
 Tomás faz uma síntese dos pensadores cristãos.
 Principais fontes: Boécio | Agostinho.
 Contribuição judaico-cristã:
 Criação ‘ex nihilo’.
 Conceito de participação no ser de Deus.
 O ser das coisas é efeito do SER da Causa Prima. Assim o criado
participa de algumas propriedades da causa.
 A partir do efeito pode-se chegar à causa.
 Deus: ‘ser ipsum subsistens’ = ser que existe por si mesmo.

DESCONSTRUÇÃO DA METAFÍSICA
 Descartes
 C. histórico: Renascimento e prelúdio da modernidade.
 Investigação da razão: a razão de fato conhece?
 Supremacia da razão
 Matematização do conhecimento.
 Obra: Discurso do método.
 Dúvida metódica. Desconfiar do que pensamos que sabemos.
 Se duvido, penso e se penso, logo existo. Cogito, ergo sum.
 Divide o mundo em ‘res cogitans’ (pensamento), ‘res extensa’
(matéria).
 O estudo da ‘res extensa’ Mundo material: Física, Química.
 O estudo da ‘res cogitans’ Pensamento: Metafísica.
 O pensamento sobre Deus e a alma, para Descartes é inato.
 Reduz o escopo da metafísica.
 Ataques à Metafísica: Racionalismo francês (Descartes); Empirismo
inglês (Bacon, Hume...)
 Hume: crítica do princípio da causalidade. Diz que esta é
meramente mental.
 Immanuel Kant: conciliação do Racionalismo francês e do
Empirismo Inglês.
 Filosofia transcendental
 Obras: Crítica da razão pura, crítica da razão prática, crítica da
faculdade de julgar.
 Crítica da razão pura: dualidade entre sensibilidade e intelecto.
 Intelecto – categorias :: conhecimento a priori.
 A sensibilidade conhece o fenômeno – a posteriori
 Kant fará um forte ataque à metafísica, pois faz o conhecimento
válido depender totalmente da experiência sensível.
 As categorias são a forma do pensamento. [[[É o conteúdo que resta
a Metafísica.]]]
 Além disso, Kant ressalva a Metafísica na Crítica da razão prática,
pois segundo ele, as normas morais são inatas.
 A TEORIA DO CONHECIMENTO assume o lugar de filosofia
primeira.
 Positivismo lógico – Filosofia analítica
 Círculo de Viena.
 Wittgenstein: Indicado por Fregel para estudar com Husserl.
Cambridge.
 Escreveu o Tractatus – 7 sentenças.
 Revolução da linguagem.
 Sentença 7. Daquilo que não se pode falar, deve-se calar.
 Círculo de Viena – Analisar o Tractatus.
 Embate entre Carnap (detrator da metafísica) e Heidegger.
 Filosofia analítica (Estados Unidos). Contrária a metafísica.
 Quine, Planting.
 Puntel. Síntese da filosofia analítica e da filosofia europeia.

RECONSTRUÇÃO
 Hegel
 Linguagem hermética.
 Idealismo alemão.
 Fichte critica Kant.
 Para Kant o ser não pode ser acessado pelo pensamento. Kant se
contradiz, pois na sua tese o pensamento conhece a si mesmo (daí
suas categorias do pensamento), e as categorias são coisas em si.
 Schelling
 Pensamento equivalente ao Ser (Natureza).
 O mundo natural é pensamento.
 Hegel: A identificação do pensamento com o ser só se dá com o
andamento da história.
 Obra: Fenomenologia do espírito.
 Hegel é panteísta.
 Sistema hegeliano
 O pensamento do pensamento (Ser supremo)
 Natureza (física, química, biológica)
 Filosofia do Espírito
 Espírito subjetivo: homem.
 Espírito objetivo: cultura.
 Espírito Absoluto
 Áreas que se aproximam do Espírito Absoluto: Arte, Religião,
Filosofia.
 Espírito que é pensamento, reflexão.
 Hegel pensava ter finalizado a Filosofia, porém com sua filosofia
ele abriu novos horizontes de pesquisa.
 No Círculo de Viena emergiu a disputa entre Heidegger e Gadamer.
 Heidegger estudou com Hussell
 A obra heideggeriana caracteriza-se por uma fase existencialista e
uma fase metafísica.
 Fase existencialista: O ser e o tempo (1927). Estudo do Ser
Humano. Aquele que detém o ser. Historicidade da razão.
 Fundamentação da fenomenologia.
 Fenômeno aparece à consciência.
 Da-sein: Ser-aí: espacialidade.
 Fase metafísica: Introdução à Metafísica.
 O ser é nada – no-thing – Pura indeterminação.
 Heidegger cria um vocabulário próprio por julgar que as palavras
existentes muitas vezes não bastam pra designar certas
compreensões.
 Neste período a pesquisa filosófica tem dois pólos: A filosofia
analítica (linguagem lógica); filosofia continental (abordagem
poética)
 A princípio a filosofia analítica exclui a metafísica, em um segundo
momento ela irá abordar temas de metafísica especial (não
ontologia), tais como Deus, a alma.
 Puntel buscará fazer uma conciliação entre as filosofias analítica e
continental.

PARTE III - ONTOLOGIA


 Ser real possui essência e existência.
 Essência: propriedades básicas que compreende um dado ser.
 Existência: existência no mundo real.
 O ser metafísico possui apenas essência, mesmo os fictícios como
Super-homem, Lobisomem.
 O ser absoluto ou geral tem como característica a ‘indeterminação’.
 O ser particular é determinado. O ser do cachorro, da cadeira.
 ‘Ens’ é ser concreto. O sujeito exercendo a existência.
 ‘Quididade’: Essência.
 Essência: ‘propriedades não contraditórias’. Logo, um círculo
quadrado não tem essência.
 Ens, entia. Ser, seres.
 Tanto o ser atual quanto o ser possível são ‘reais’.
 Juízos ou são contingentes (relativos aos seres contingentes) ou são
relativos a Deus.
 Não existe acidente sem substância. Embora o acidente seja ser, ele
é menos ser que a substância.
O ser é análogo pois o ser se apresenta em proporcionalidades
diferentes entre os sujeitos.
 Analogia do ser
 O ‘ser’ não é um gênero.
 Espécie: um ‘universal lógico’ que designa um conjunto de
indivíduos que tem a mesma natureza.
 Gênero: um ‘universal lógico’ que contém espécies múltiplas.
 Espécie deriva do gênero com adição de uma diferença específica.
 O ‘ser’ não é um gênero. Ao ser nada podemos acrescentar. As
diferenças ou diversidades do ser não lhe são exteriores.
 O ser não é um universal.
 Universal: quando abstraio as diferenças entre as coisas
consideradas.
 O ser é um ‘transcendental’.
 O ‘ser’ não é apenas o que os seres múltiplos têm em comum, mas
também o que eles têm de próprio.
 O ser contém em ato todos os modos possíveis sob os quais pode ser
realizado.
 O ser se aplica a tudo o que ‘é’ e ‘pode ser’.
 O ser está em todas as categorias, mas nenhuma o contém
totalmente.
 O ser é imanente (está contido) , transcendente (supera) em relação
às categorias. Nenhuma das categorias é o ser, mas contém o ser.
 O ser é análogo: proporcional. O ser está presente de maneira
proporcional nos diversos sujeito.
 Analogia: conceito que aplicado entre coisas diversas, é em parte
igual e em parte diferente.
 Unívoco: se pode atribuir de maneira idêntica a todos os sujeitos.
 Equívoco: não se pode atribuir senão de maneira distinta para cada
sujeito.
 Exclusão da univocidade: Ser pode ser atribuído a espécies que são
essencialmente diferentes.
 Exclusão da equivocidade: o conceito de ser exprime realmente algo
comum a seres diversos.
 Ato e potência
 Análise da mudança
 Substância: é o que existe em si mesmo.
 Fato mutação: O ser vem antes da mudança. Se a mudança precede
o ser significaria que ‘o que muda’ não é.
 Inteligibilidade da mudança: A mudança não decorre do ser em ato,
nem do não-ser, mas do ser em potência.
 O ser contém o ser e poder-ser.
 Analogia de atribuição: há propriedades que podem ser
preferencialmente aplicadas a alguns seres, mas que são aplicados a
outros. Isto não se aplica ao ser. Ex. clima frio, pessoa fria.
 Seres de razão: negação; relação; o nada.
 Noções do ato e da potência
 Ato e potência são as primeiras determinações do ser, e não tem
algo que os una em um gênero.
 O primeiro sentido da palavra ser é ato. Em um outro sentido é
também potência.
 Potência é algo real. Pertence à própria natureza do ser. P. é o real
em devir.
 Potência é um intermediário entre o ser e o não-ser.
 A potência enquanto tal, nada é em ato.
 O ato
 Tudo o que é.
 É o determinado, o perfeito.
 Não pode ser definido.
 Só pode ser conhecido por indução.
 É o que ainda existe realmente.
 Divisão da Potência
 Potência passiva: aptidão de sofrer por ação do outro.
 Potência ativa: o princípio da ação exercida no outro.
 Potência subjetiva (atual): existe em ato nas coisas, é realmente o
sujeito do ato.
 Potência possível (lógica): Modo ideal segundo o qual uma coisa
pode ser.
 Divisão do ato
 Ato primeiro: Ser pura e simplesmente; ou em tal ou tal essência.
 Ato segundo: Operações (ações) que dependem do ato primeiro.
 Ato puro: Ato sem potencialidade. Ato concretizado que continua a
concretizar-se.
 Ato ‘mesclado de potência’: A arte do artista, que pode ou não ser
atualizada.
 Mudança
 O ser precede a mudança,ou que muda não seria ser.
 O que causa a mudança do ponto de vista ontológico não é a causa
eficiente, mas o ser em potência.
 A coisa vem a ser outra sem deixar de ser ela mesma.
 O ser não existe, o que existe é o ente,
 A potência de um gênero superior é maior que o ato de um gênero

inferior. Ex. Sensibilidade do cão. A potência de uma criança ser


inteligente.

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