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Belo Horizonte
2018
ANÁLISE DA REFORMA TRABALHISTA
Ao longo da evolução do processo de trabalho nos séculos XIX e XX, ainda que com
algumas alterações e crises, não houve uma grande ruptura com a natureza capitalista do
modo de produção e com seu intricado plano ideológico de fragmentação subjetiva que
viabiliza seu projeto de dominação. Como exemplo, temos o enaltecimento do
individualismo, o aumento do desemprego e o fortalecimento da precarização do
trabalho nos diversos setores da economia (NAVARRO, 2007).
Maior (2018) assinala críticas à Reforma Trabalhista e atribui um carácter falacioso nas
propostas do documento. Para ele, o incentivo às negociações coletivas motivadas pela
crença de que o livre ajuste refletirá o interesse público vai contra experiências
históricas nas quais os preceitos civilizatórios mínimos não foram observados. O
afastamento da Justiça do Trabalho enfraquecerá a atuação das políticas públicas
constitucionais criadas para sustentabilidade das relações de trabalho. A exortação do
individualismo, também colocado como medida adotada na crise do capital da década
de 70 aniquila a lógica da solidariedade social, instaurando uma mentalidade de que
aqueles que estão, aparentemente, bem colocados economicamente, não necessitam de
medidas sociais de proteção frente ao capital. A nova política de flexibilização de
empregos, gera, na verdade, subempregos de relações intermediadas, temporárias,
fragmentadas, ausentes de poder de pressão e negociação com os empregadores no
momento da admissão e ao longo contrato de trabalho.