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Neuroplasticidade

@neuromodulacaofuncional

@JessicaJulioti
Maíra Carolina Lixandrão
Julho/2020
@EquipeMySete
Neuroplasticidade

Neuroplasticidade, aprendizagem e memória

Julho/2020
Neuroplasticidade e aprendizado

O Sistema nervoso é plástico.


Capaz de se adaptar rapidamente de acordo com as demandas ambientais e da tarefa.

Aquisição de novas habilidades está diretamente


relacionada aos processos de neuroplasticidade.

Figura: Krakauer et al., 2019


O’Sullivan, 2010; Krakauer et al., 2019
APRENDIZAGEM

Processo que ocorre em qualquer momento da vida

Conjunto de processos internos associados à prática ou a experiência, que leva a mudanças


relativamente permanentes na capacidade de realizar comportamentos.

Figura: Shutterstock.com

O’Sullivan, 2010
Estágios do aprendizado

O processo de aprendizado motor ocorre em 3 estágios hierárquicos.

Nivel de atenção

Estágio cognitivo Estágio associativo Estágio autônomo


Estágios do aprendizado

O’Sullivan, 2010
Estágios do aprendizado

• Estágio cognitivo

Apresentação da tarefa ao SNC. Período de desenvolvimento da compreensão global da


habilidade a ser desenvolvida.
Fase inicial

Há necessidade de esforço cognitivo grande e


portanto, é um estágio passível de muitos erros de
execução

O’Sullivan, 2010
Estágios do aprendizado

• Estágio associativo

Estágio de assimilação da tarefa, em que ocorre o refinamento da estratégia motora.

Fase intermediária

Fase de maior consciência e menos erros de movimento

O’Sullivan, 2010
Estágios do aprendizado

• Estágio autônomo

Estágio de conclusão do aprendizado. Ocorre a automatização da tarefa, sendo necessário


pouco esforço cognitivo para completá-la
Fase final

Fase de automatização

O’Sullivan, 2010
Adaptação motora

Treino motor de alcance em diferentes posições

• Perturbações → inicialmente levam a erros de movimentos

• Prática → Levam a melhora da performance

Figura: Krakauer et al., 2019 O’Sullivan, 2010; Krakauer et al., 2019


Aprendizado motor
Duas partes operacionais da aprendizagem:

Aquisição de habilidades
Aquisição da habilidade de desempenhar a tarefa, identificando rapidamente o
programa motor.

Manutenção da habilidade
Habilidade de manter o desempenho motor em diferentes condições e após período sem
prática.

O’Sullivan, 2010
Memória

Processo pelo qual os novos conhecimento são armazenados e posteriormente evocados.

Dividida em 4 processos separados


• Codificação
• Armazenamento
• Consolidação
• Evocação
Figura: Shutterstock.com

O’Sullivan, 2010
Memória

Diferentes tipos de memória

Kendal et al., 2014


Áreas corticais envolvidas no aprendizado

Figura: Krakauer et al., 2019


Krakauer et al., 2019
Aprendizagem e memória

Aprendizagem de nova habilidade motora e formação de uma memória de longa duração,


exige organização do Sistema Nervoso Central (SNC)

Organização espacial

Organização temporal

Organização hierárquica

O’Sullivan, 2010
Plasticidade cerebral funcional

Resposta neural inicial ao treinamento motor


→ Reforço de sinapses pré-existentes

Pascual-1eone, 2005
Plasticidade cerebral funcional

Prática mental da atividade produz aumento da ativação neural similar

Pascual-1eone, 2005
Plasticidade cerebral funcional

Resposta neural final ao treinamento motor


→ Formação de redes neurais + eficientes

Pascual-1eone, 2005
Etapas do aprendizado motor

Dobkin, 2003
Neuroplasticidade
Plasticidade cerebral estrutural e funcional

MUDANÇAS ESTRUTURAIS
• Alterações na força de conexão sináptica
• Alterações na estrutura sináptica

MUDANÇAS FUNCIONAIS
• Alterações das redes e conectividade neuronal
• Geração de novos neurônios (Neurogênese)

Pascoal-leoni, 2005; Gillick and Zirpel, 2012; Kandel et al., 2014


Plasticidade cerebral estrutural

MUDANÇAS ESTRUTURAIS
• Alterações na força de conexão sináptica

o Potenciação de longa duração (LTP)

o Depressão de longa duração (LTD)

Pascoal-leoni, 2005; Gillick and Zirpel, 2012; Kandel et al., 2014


Plasticidade cerebral estrutural

• Potenciação de longa duração (LTP)

Estímulo excitatório em receptores NMDA

Grande influxo de cálcio (Ca ²+) no neurônio pós-sináptico

Ativação de proteínas quinases e enzimas

Transcrição, tradução e inserção de receptores na membrana do


neurônio pós-sináptico
AMPA

Kandel et al., 2014


Plasticidade cerebral estrutural

• Potenciação de longa duração (LTP)

↑ nº de receptores na membrana pós-sináptica

↑ sensibilidade a despolarização celular

↑ excitabilidade neural

Potenciação de longa duração (LTP)

Vitureira et al., 2013


Plasticidade cerebral estrutural

• Depressão de longa duração (LTD)

Estímulo de baixa frequência em receptores NMDA

Influxo de cálcio (Ca+) de baixa amplitude

Ativação de fosfatases

Remoção de receptores na membrana do neurônio pós-sináptico


AMPA

Gillick and Zirpel, 2012; Kandel et al., 2014


Plasticidade cerebral estrutural

• Depressão de longa duração (LTD)

↓ nº de receptores na membrana pós-sináptica

↓ sensibilidade a despolarização celular

↓ Excitabilidade neural

Depressão de longa duração (LTD)

Vitureira et al., 2013


Neuroplasticidade

MUDANÇAS ESTRUTURAIS
• Alterações na estrutura sináptica

• Mudança no padrão de densidade sináptica.


• Mudança no número de sinapses com fragmentações

Pascoal-leoni, 2005; Gillick and Zirpel, 2012; Kandel et al., 2014


Plasticidade cerebral estrutural
• Mudança no padrão de densidade sináptica.

Kandel et al., 2014


Plasticidade cerebral estrutural
• Mudança no número de sinapses com fragmentações

- Fragmentações de múltiplas das sinapses;


- Separação do receptor em 2 unidades funcionais

Kandel et al., 2014


Neuroplasticidade

MUDANÇAS FUNCIONAIS

• Alterações das redes e conectividade neuronal


• Geração de novos neurônios (Neurogênese)

Pascoal-leoni, 2005; Gillick and Zirpel, 2012; Kandel et al., 2014


Neuroplasticidade

MUDANÇAS FUNCIONAIS

• Alterações das redes e conectividade neuronal

• Alterações plásticas generalizadas no SN levam a formação de circuitos neurais mais


eficientes para a realização função.

Pascoal-leoni, 2005; Gillick and Zirpel, 2012; Kandel et al., 2014


Plasticidade cerebral funcional
• Alterações das redes neuronais e da conectividade neuronal

LTP e LTD acontecem de maneira concomitante influenciando diferentemente em uma rede


neuronal relacionada a uma atividade motora/sensorial/comportamental.

Redes neurais mais eficientes

Pascoal-leoni, 2005; Gillick and Zirpel, 2012; Kandel et al., 2014


Plasticidade cerebral funcional
• Alterações das redes neuronais e da conectividade neuronal em córtex
motor

Reorganização dos mapas corticais → Melhora no


desempenho motor

Figura: Dobkin, 2003

Dobkin, 2003
Plasticidade cerebral funcional

• Alterações das redes neuronais e da conectividade neuronal em córtex somatosensorial

Aumento das áreas sensitivas da região do corpo utilizada


para desempenho da tarefa

Figura: Ramachandran, 1993

Dobkin, 2003
Plasticidade cerebral funcional
• Alterações das redes neuronais e da conectividade neuronal

DA plasticidade ocorre no intuito de promover


função

Crianças cegas que perderam a visão precocemente


Ativação de áreas corticais relacionadas a visão
durante a leitura em Braille.

Figura: Sadato et al., 1998


Sadato et al, 1998
Plasticidade cerebral funcional
• Alterações das redes neuronais e da conectividade neuronal

Inibição do diferentes áreas do córtex durante a


leitura em Braille

• Córtex somatossensorial → Nenhum prejuízo


para a leitura;
• Córtex occipital → Dificuldade para
identificação do caracteres em Braille

Figura: Adaptada de Pascual-Leone et al.,


2005
Pascoal-Leoni et al, 2005
Plasticidade cerebral funcional

MUDANÇAS FUNCIONAIS
• Geração de novos neurônios (Neurogênese)

É possível ocorrer neurogênese no cérebro adulto?

Fuchs e Flügge, 2014


Neurogênese

Joseph Altaman (1960)


Estudos com mamíferos (roedores)
Dois achados importantes:
Neurônios gerados na zona
subventricular → Migram para o
bulbo olfatório

Neurônios gerados no
hipocampo → Migram para o
giro denteado

Fuchs e Flügge, 2014; Kandel et al., 2014


Plasticidade cerebral funcional
• Novos neurônios formados migram e se diferenciam

Kandel et al, 2014


Plasticidade cerebral funcional

• Geração de novos neurônios (Neurogênese)

Figura: Kempermann et al, 2018

Kempermann et al, 2018


Aprendizado

Fatores que podem interferir positivamente da neuroplasticidade

Estímulo ambiental

Aprendizagem

Exercícios

Fuchs e Flügge, 2014


Aprendizado

Fatores que podem interferir negativamente da neuroplasticidade

Estresse (agudo e crônico)

Depressão

Idade

Fuchs e Flügge, 2014


Aprendizado

Fatores que podem interferir negativamente no aprendizado

Falta de motivação

Fadiga

Ansiedade

Medicações

Fuchs e Flügge, 2014


Julho/2020

Dúvidas?
O conteúdo desse curso foi oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com a Professora
Maíra Carolina Lixandrão
Neuroplasticidade

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Maíra Carolina Lixandrão
Julho/2020
@EquipeMySete
Neuroplasticidade

Neuroplasticidade e lesões do sistema nervoso

Julho/2020
Lesões do sistema nervoso

Figura: Kandel et al, 2014

1. Comprometimento do corpo celular do neurônio, levando à morte da célula

2. Comprometimento do axônio, com manutenção da integridade do corpo celular.

3. Alteração da excitabilidade do neurônio.

Kandel et al, 2014


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso

A NEUROPLASTICIDADE É POSSÍVEL APÓS LESÕES DO SISTEMA NERVOSO?


Na presença de lesões, um desarranjo na atividade do neurônio ou na rede neural e em
consequência desse ocorrido, o sistema nervoso dá início a processos plásticos, na
tentativa de recuperar as funções perdidas ou então de estabelecer funções similares às
acometidas.

REGENERAÇÃO

REORGANIZAÇÃO

Pascual-Leoni et al., 2005; Kandel et al, 2014


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso

Independentemente do tipo de lesão do sistema nervoso, os mecanismos de regeneração


e/ou reorganização começam a surgir imediatamente após a lesão e podem perdurar por
meses e até anos.

Existem diferentes mecanismos responsáveis pela


recuperação após lesão do SN

Pascual-Leoni et al., 2005; Kandel et al, 2014


Nervos

• Nervos: Estruturas anatômicas, formadas a partir do prolongamento de múltiplos


axônios.

• Nervos cranianos Figura: Meneses, 2011


• Nervos autonômicos
• Nervos espinhais (motores e sensitivos)
Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Lesões de nervos periféricos podem resultar em perda parcial ou total das funções:
• Motora;
• Sensorial;
• Autonômica

Resultado da:
• Interrupção da continuidade do axônio;
• Degeneração das fibras nervosas distais;
• Morte de neurônios.
Kandel et al, 2014

Perda funcional

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos
Classificação de Seddon (1943)

Neuropraxia
Bloqueio da condução nervosa reversível

Axonotmese

Lesão do axônio sem descontinuidade do endoneuro

Neurotmese
Rompimento de todas as estruturas essenciais do nervo incluindo axônio e seus revestimentos

Meneses, 2011
Lesão de nervos periféricos

• Mecanismos de plasticidade e recuperação funcional

Reinervação do tecido alvo pelo brotamento colateral de axônios sadios próximos

Reinervação do tecido alvo pela regeneração do axônio lesado

Remodelamento dos circuitos neuronais relacionados a perda da função

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

• Reinervação por brotamento axonal

Brotamento → Formação de novos brotos axonais, provenientes de neurônios íntegros ou


lesados parcialmente.

Brotamento colateral

Brotamento regenerativo

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

• Reinervação pelo brotamento colateral de axônios sadios próximos

Brotamento colateral: Decorrente de axônios não lesados.

Figura: O’Sulivan, 2010

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

• Reinervação do tecido alvo pela regeneração do axônio lesado

Degeneração Walleriana
o Fragmentação da parte distal do axônio e da bainha de mielina;
o Fagocitose do material degradado por macrófagos e células de
Schwann;
o Cromatólise do corpo celular; Fragmentação do reticulo endoplasmático
rugoso e deslocamento do núcleo celular para a
periferia

o Retração da arborização dendrítica.


Figura: Navarro, 2007

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Degeneração Walleriana

o Fragmentação da parte distal do axônio e da bainha de mielina

De 24 horas até 1-2 semanas após a lesão.


Garante que as glicoproteínas (fator inibidor de regeneração)
associadas a mielina sejam eliminada.

Figura: Navarro, 2007

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Degeneração Walleriana

o Fagocitose do material degradado por


macrófagos e células de Schwann.
Início entre o 2º e 3º dia após a lesão.
Macrófagos atraídos para o local da lesão pela
liberação de citocinas, proteínas quimioatraente de
monócitos, fator inibidor de leucemia (LIF) e
Figura: Cattin e Lloyd, 2016
interleucinas (IL-1)

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Reparação

o Proliferação de células de Schwann em bandas no


segmento distal;
o Brotamento axonal da extremidade proximal integra
do axônio.

Figura: Navarro, 2007

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Reparação

o Proliferação de células de Schwann em bandas no


segmento distal

Alinhamento com o tubo endoneural, formando as bandas


de Bünger (suporte para o crescimento do axônio)

Figura: Cattin e Lloyd, 2016

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Reparação

o Brotamento axonal da extremidade proximal integra


do axônio.
Os brotamentos axonais se alongam em associação com a
proliferação das células de Schwann, que servem como
guia para o brotamento ordenado.

Figura: Cattin e Lloyd, 2016

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Reconexão do axônio com a célula alvo

o Reconexão do axônio com a célula alvo


o Maturação da fibra nervosa.

Alongamento do axônio ocorre até o encontro


com a célula alvo.

Figura: Navarro, 2007

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Reconexão do axônio com a célula alvo

o Reconexão do axônio com a célula alvo


o Maturação da fibra nervosa.

O axônio regenerado normalmente permanece com


menor calibre, menor velocidade de condução nervosa
e menor excitabilidade.

Figura: Cattin e Lloyd, 2016

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Figura: Cattin e Lloyd, 2016

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos
O ambiente local depois da lesão estimula a produção de fatores tróficos que vão culminar
na reparação axonal e reinervação do tecido.

• Velocidade de crescimento axonal

2-3 mm por dia

Figura: Cattin e Lloyd, 2016

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

Axônios regenerados:
• ↓ Diâmetro
Down-regulation de neurotransmissores
• ↓ Velocidade de condução
• ↓ Excitabilidade Down-regulation de genes codificadores de proteínas

Alterações da expressão de neuropeptídios

Alterações de canais iônicos

Alterações estruturais dos neurônios

Navarro, 2007
Down-regulation de neurotransmissores e genes codificadores de
proteínas

Centenas de genes são regulados negativamente após lesão do SNP.

Afeta a transcrição:
• Proteínas; Função da maioria é desconhecida
• Receptores de membrana;
• Citocinas;
• Fatores tróficos;
• Neuropeptídeos;
• Canais iônicos;
• Transportadores de membrana;
• Neurotransmissores
Navarro, 2007
Alterações na expressão de neuropeptídios

Expressão de neuropeptídios responsáveis pela sobrevivência e regeneração dos


neurônios.

↑ Peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP)

↓ Colina acetiltrasferase (ChAT)

Navarro, 2007
Alterações de canais iônicos

Acúmulo de vesículas contendo canais iônicos.

Inserção de canais iônicos na membrana axonal

↑ densidade de canais iônicos

Alteração da excitabilidade local

A formação de neuromas

Navarro, 2007
Mudanças na excitabilidade neuronal

Motoneurônios → alterações nas propriedades elétricas de membrana

↑ resistência na entrada de sinais

↓ velocidade de condução axonal

Alterações variadas na duração de repolarização axonal

Navarro, 2007
Alterações estruturais

Dendritos → Retração da árvore dendrítica

• ↓ do diâmetro dos dendritos


• ↓ da área da membrana
• ↓ volume dos dendritos
• ↓ número de dendritos

Figura: Meneses et al., 2014 Navarro, 2007


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso

A NEUROPLASTICIDADE É APENAS LOCAL?


Plasticidade medular após lesão nervosa periférica

Reorganização para controle do movimento e processamento sensorial

Reorganização sináptica → Motoneurônios dos segmentos


adjacente intactos recebem mais botões sinápticos

↑ excitabilidade e resposta reflexa.

Figura: Navarro, 2007

Navarro, 2007
Plasticidade medular após lesão nervosa periférica

Incompatibilidade entre conexões de receptores sensoriais fibras aferentes no corno


posterior da medula
Desorganização das áreas de representação na medula
• Perda/diminuição da capacidade de discriminação tátil
• Disestesia
• Dor neuropática

Figura: Meneses et al., 2014


Navarro, 2007
Plasticidade cortical após lesão nervosa periférica

Reorganização das áreas de representação cortical daquele segmento afetado

Navarro, 2007
Plasticidade cortical após lesão nervosa periférica

o Diminuição da área de representação cortical da


segmento corporal afetado

o Expansão de áreas de representação cortical adjacentes,


dos segmentos corporais íntegros

Figura: Adaptada de Navarro, 2007


Navarro, 2007
Plasticidade cortical após lesão nervosa periférica

Lesões por esmagamento

o Reestabelecimento dos mapas corticais normais

Figura: Adaptada de Navarro, 2007


Navarro, 2007
Plasticidade cortical após lesão nervosa periférica

Lesões por transecção

o Crescimento axonal desordenado


o Reinervação aberrante
o Input motor/sensorial inadequado para o SNC
o Reorganização distinta do mapa cortical

Figura: Adaptada de Navarro, 2007 Figura: Cattin e Lloyd, 2016


Navarro, 2007
Plasticidade cortical após lesão nervosa periférica

Relato de caso de paciente com amputação de MSE (após 4


semanas)

o Estímulos na face esquerda elicitaram sensação fantasma nos


dedos da mão amputada.

Figura: Ramachandran, 1993


Ramachandran, 1993
Reorganização cortical após lesão nervosa periférica

Relato de caso de paciente com amputação de MSE (após 4


semanas)

o Estímulos no coto de amputação também elicitaram sensação


fantasma nos dedos da mão amputada.

Figuras: Ramachandran, 1993 Ramachandran, 1993


Reorganização cortical após lesão nervosa periférica

Reorganização diversa, porém relacionada a áreas adjacentes

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

• Fatores limitantes da reinervação:

Lesão do corpo celular do axônio

Neuropatia generalizada

Laceração nervosa com distanciamento dos cotos do axônio

Navarro, 2007
Lesão de nervos periféricos

• Fatores limitantes da recuperação funcional:

Reinervação inespecífica e aberrante

Formação de neuromas

Desenvolvimento de dor

Navarro, 2007
Julho/2020

Dúvidas?
O conteúdo desse curso foi oferecido pelo
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Neuroplasticidade e lesões do sistema nervoso

Julho/2020
Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso periférico

Degeneração Walleriana

Células de Schwann

o Liberação de fatores para atração de macrófagos para o


sítio da lesão.
o Secreção de fatores de crescimento que estimulam a
regeneração axonal.

Kandel et al, 2014


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso

Neuroplasticidade

Sistema nervoso periférico Sistema nervoso central

Kandel et al, 2014


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso central

o ↓ Capacidade de fagocitose do material degenerado

o ↓ Capacidade de regeneração axonal

o Formação de cicatriz glial

o ↓ Concentrações de proteínas associadas ao crescimento axonal

Kandel et al, 2014


o Limitação da capacidade de fagocitose

Barreira hematoencefálica: impede a entrada de macrófagos

Barreira que impede/dificulta a passagem de substâncias


entre o sangue e o tecido nervoso

Kandel et al, 2014


o Limitação da capacidade de fagocitose

Remoção de resíduos depende de quantidade limitada de microgliócitos

Kandel et al, 2014


o ↓ Capacidade de regeneração axonal

No sistema nervoso periférico o tecido conectivo que


cerca o coto distal geralmente sobrevivem a lesão

Fatores que auxiliam a regeneração:


• Secreção de fatores neurotróficos
• Guia de célula de Schawnn no processo de brotamento axonal

Kandel et al, 2014


o ↓ Capacidade de regeneração axonal

No sistema nervoso central

Fatores que prejudicam a regeneração axonal:


• Liberação de fatores inibidores de regeneração axonal;
• Ativação de astrócitos reativos;
• Formação de cicatriz glial.

Bulbo de
retração Kandel et al, 2014
o Liberação de fatores inibidores de crescimento axonal
associados a mielina

• Proteína Nogo
• Glicoproteína associada a mielina (MAG)
• Glicoproteína de mielina de oligodendrócitos (OMgp)

Ativação de mediadores intracelulares como o Rho e


a proteína-quinase associada à Rho (ROCK)

Inativação do crescimento axonal

Kandel et al, 2014


o Liberação de fatores inibidores de crescimento axonal
associados a mielina

Kandel et al, 2014


o Formação de cicatriz glial

Proliferação de astrócitos reativos

Formação de cicatriz glial (gliose)

Kandel et al, 2014


o Formação de cicatriz glial

• Astrócitos reativos produzem proteoglicanas de condroitina-


sulfato (PGCS)

PGCS interagem com receptores tirosina-fosfatase

Ativação de mediadores intracelulares como o Rho e


a proteína-quinase associada à Rho (ROCK)

Inativação do crescimento axonal

Kandel et al, 2014


o ↓ Concentrações de proteínas associadas ao crescimento
axonal

• Proteína 43kDa
• GAP-43 (growth-associated protein)

Diminuem a medida que ocorre o envelhecimento

Holahan et al, 2015

Kandel et al, 2014


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso central

Porque a plasticidade para recuperação axonal é tão limitada no sistema nervoso central?

Necessidade de relativa estabilização do sistema para que mudanças estruturais e


funcionais não ocorram em resposta a qualquer estímulo

Kandel et al, 2014


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso central

Como é possível recuperação funcional após lesão do SNC?

MECANISMOS DE NEUROPLASTICIDADE

Kandel et al, 2014


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso central

o ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS

o ALTERAÇÕES DE EXPRESSÃO DE GENES

o ALTERAÇÕES EM CANAIS IÔNICOS DE MEMBRANA

o NEUROGÊNESE

Kandel et al, 2014


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso central

o ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS

Brotamento axonal
Regenerativo

Colateral

Brown e Weaaver, 2012; Kandel et al, 2014


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso central

o ALTERAÇÕES DE EXPRESSÃO DE GENES

Responsáveis pela formação


Neurotransmissores

Neuropeptídeos

Fatores de crescimento

Receptores de membrana
Brown e Weaaver, 2012
Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso central

o ALTERAÇÕES EM CANAIS IÔNICOS DE MEMBRANA

Alteração de canais de sódio-potássio

Brown e Weaaver, 2012


Neuroplasticidade nas lesões do sistema nervoso central

o NEUROGÊNESE

A. Desenvolvimento de neuroblastos a partir de células-tronco


astrocísticas próximos aos vasos sanguíneos na zona
subventricular/hipocampo

B. Neuroblastos diferenciam-se em neurônios imaturos que migram


para o bulbo olfatório/giro denteado

C. Diferenciação de neurônios e integração funcional

Brown e Weaaver, 2012


Neuroplasticidade nas lesões da medula espinhal

Lesões medulares → Resultam em interrupção transiente ou permanente das funções


motoras, sensoriais e autonômicas abaixo do nível da lesão.

Fase aguda → Morte de neurônios e oligodendrócitos


(Hemorragia, edema e apoptose)

Fase subaguda → Inflamação

Fase crônica → Hipertrofia de microgliócitos e formação de


cavidades preenchidas por fluido (cavitação)

Mothe e Tator., 2012


Neuroplasticidade nas lesões da medula espinhal

Mecanismos de neuroplasticidade após lesão da medula espinhal

o REORGANIZAÇÃO CORTICOESPINHAL

o REORGANIZAÇÃO DE CIRCUITOS ESPINHAIS

o REORGANIZAÇÃO CORTICAL

Brown e Weaaver, 2012


Neuroplasticidade nas lesões da medula espinhal

o REORGANIZAÇÃO CORTICOESPINHAL

Brotamento colateral

Brown e Weaaver, 2012


Neuroplasticidade nas lesões da medula

o REORGANIZAÇÃO DOS CIRCUITOS ESPINHAIS

A Medula espinhal é plástica

Gerador central de padrão (CGP)

Brown e Martinez, 2019


Neuroplasticidade nas lesões da medula
o REORGANIZAÇÃO DOS CIRCUITOS ESPINHAIS

Lesão Medular

Roland et al., 2012; Brown e Martinez, 2019


Neuroplasticidade nas lesões da medula
o REORGANIZAÇÃO DOS CIRCUITOS ESPINHAIS

Reorganização de circuitos da
medula espinhal.

Input sensorial sozinho capaz de


ativar os CGP

Marcha

Roland et al., 2012; Brown e Martinez, 2019


Neuroplasticidade nas lesões da medula
o REORGANIZAÇÃO CORTICAL

Córtex motor
- Expansão de áreas de representação
cortical dos segmentos intactos.
- Formação de novas áreas de
representação cortical para os membros
afetados.

Córtex somatossensorial
- Estímulos em regiões corporais acima da lesão,
causam ativação de áreas corticais que
normalmente representam regiões corporais
abaixo do nível da lesão
Brown e Martinez, 2019
Neuroplasticidade nas lesões da medula

Reorganização do SNC

o Alterações estruturais → Alteração das conexões sinápticas

o Alterações funcionais → Reorganização de circuitos neurais

o Alterações moleculares → Mudança da expressão de fatores de


crescimento e inibição axonal

Brown e Martinez, 2019


Neuroplasticidade nas lesões da medula

Neuroplasticidade maladaptativa

Desbalanço dos inputs sinápticos excitatórios e inibitórios e uma falta de coordenação


do controle somático e autonômico na medula.

Brown e Weaaver, 2012


Neuroplasticidade nas lesões da medula

Espasticidade

Dor neuropática

Disreflexia autonômica

Disreflexia urinária

Disritmia cardíaca

Disfunção intestinal

Brown e Weaaver, 2012


Neuroplasticidade maladaptativa nas lesões da medula

o Dor neuropática
↑ do peptídeo relacionado a calcitonina (CGRP) no corpo posterior da medula

Ativação da microglia

↑ Expressão de canais de sódio

↑ Expressão de receptores de glutamato

Sensibilização neuronal ↓ Níveis de GABA

Deumens et al, 2008


Neuroplasticidade maladaptativa nas lesões da medula

o Disreflexia autonômica

Anormalidade do controle da pressão sanguínea caracterizada por hipertensão extrema, dor de


cabeça e baixa frequência cardíaca

Ausência de inputs inibitórios da estruturas supraespinhais

Deumens et al, 2008


Neuroplasticidade nas lesões cerebrais
Lesões cerebrais → complexas
Manifestações clínicas refletem as alterações plásticas da área cerebral lesada
o ALTERAÇÕES DOS CIRCUITOS NEURONAIS
o ALTERAÇÕES METABÓLICAS
o DESMASCARAMENTO DE CONEXÕES PRÉ-EXISTENTES E FORTALECIMENTO
SINÁPTICO
o BROTAMENTO REGENERATIVO E COLATERAL
o ALTERAÇÃO DOS CIRCUITOS NEURONAIS

Haase e Lacerda, 2004; Pascoa-Leoni, 2005


Neuroplasticidade nas lesões cerebrais

o ALTERAÇÕES DOS CIRCUITOS NEURONAIS


Lesões cerebrais em uma determinada área, pode apresentar inicialmente alterações de
excitabilidade em áreas distintas.
Pós-AVC Fase aguda → Alterações plásticas no intuito de diminuir a extensão
da lesão e maximizar capacidade funcional.

↑ ativação hemisfério não-afetado e regiões distintas do hemisfério


afetado
↓ ativação hemisfério afetado

Haase e Lacerda, 2004; Pascoal-Leoni, 2005


Neuroplasticidade nas lesões cerebrais

o RESOLUÇÃO DOS PROCESSOS INFLAMATÓRIOS

Pós-AVC

Diminuição do suprimento de oxigênio e glicose na área


lesada no intuito de diminuir o processo inflamatório e
limitar a extensão da lesão.

Haase e Lacerda, 2004; Pascoal-Leoni, 2005


Neuroplasticidade nas lesões cerebrais

o DESMASCARAMENTO DE CONEXÕES PRÉ-EXISTENTES E FORTALECIMENTO


SINÁPTICO

• Mecanismos de potenciação de longa duração Tentativa de compensar a lesão neuronal


• Alterações dos canais iônicos de membrana
• Alteração de expressão de genes e
neurotransmissores

Haase e Lacerda, 2004; Pascoal-Leoni, 2005


Neuroplasticidade nas lesões cerebrais

o BROTAMENTO REGENERATIVO E COLATERAL

Brotamento axonal
Regenerativo

Colateral

Haase e Lacerda, 2004; Pascoal-Leoni, 2005


Neuroplasticidade nas lesões cerebrais

o ALTERAÇÃO DOS CIRCUITOS NEURONAIS

Mudanças nas redes neuronais

Haase e Lacerda, 2004; Pascoal-Leoni, 2005


Neuroplasticidade

Neuroplasticidade maladaptativa
Relação com doenças do SNC

Indivíduos com distonia focal


Ativação cortical durante atividade de pinça:
• ↑ ativação de córtex somatossensorial
• ↓ ativação córtex pré-motor e área motora
suplementar

Pascual-1eone, 2005
Fatores que promovem neuroplasticidade do SNC

Exercícios
• ↑ Secreção de fatores de crescimento
• Reforço das sinapses
• ↑ ramificações dendríticas
• Estimula a neurogênese

Liu et al., 2012


Fatores que promovem neuroplasticidade do SNC

Disponibilidade de fatores neurotróficos

• Fator de crescimento axonal


• Fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF)
• Fator neurotrófico derivado da célula (GDNF
• Proteína associada ao crescimento-43 (GAP43)

Liu et al., 2012


Fatores que influenciam a neuroplasticidade cortical

A recuperação funcional depende de fatores que influenciam a neuroplasticidade.

Localização da lesão

Duração e extensão da lesão

Uso de medicamentos

Pascual-1eone, 2005
Julho/2020

Dúvidas?
O conteúdo desse curso foi oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com a Professora
Maíra Carolina Lixandrão
Neuroplasticidade

@neuromodulacaofuncional

@JessicaJulioti
Maíra Carolina Lixandrão
Julho/2020
@EquipeMySete
Neuroplasticidade

Neuroplasticidade e desenvolvimento

Julho/2020
Plasticidade

A palavra plasticidade vem do grego “plastos”, que significa moldável. Assim, a palavra
plasticidade está relacionada a capacidade de se modificar.

William James (1890)


Primeiro pesquisador a introduzir o conceito de plasticidade na neurociências.

The Principles of Psychology → Utilizou o conceito de plasticidade em


referência a capacidade de modificação do comportamento humano.

Jamens, 1890
Neuroplasticidade

Plasticidade cerebral → Refere-se a habilidade do cérebro de fazer mudanças adaptativas


funcionais e estruturais.

Santiago Ram´on y Cajal (1852-1934) - “Pai da Neurociência”


Utilizou o termo neuroplasticidade para descrever as alterações não
patológicas que ocorriam na estrutura de cérebros adultos.

Discussão controversa entre neuropatologistas da época que acreditavam em um “dogma antigo” de


que existiria um número fixo de neurônios no cérebro adulto incapazes de se modificar.

Fuchs e Flügge, 2014


Neuroplasticidade

Capacidade intrínseca do Sistema Nervoso de modificar-se, em qualquer fase da vida,


frente a:

Demandas ambientais

Estímulos

Prática/treino

Lesões

Pascual-Leoni, 2005; Kandel et al., 2014


Neuroplasticidade

Sistema Nervoso Sadio Desenvolvimento e Aprendizagem

Sistema Nervoso Lesado Recuperação da função

É através dos mecanismos de neuroplasticidade que é possível ao organismo de desenvolver,


aprender e se recuperar

Pascual-Leoni, 2005; Kandel et al., 2014


Neuroplasticidade

DESENVOLVIMENTO

APRENDIZAGEM

LESÃO

Pascual-Leoni, 2005; Kandel et al., 2014


Desenvolvimento
• Desenvolvimento intrauterino → Formação do Sistema Nervoso
Período pré-embrionário Período embrionário Período fetal

Figura: adaptada de Moore, 1993


Período da vida de maior plasticidade cerebral
Cohen, 2001; Kandel et al., 2014
Desenvolvimento
• Desenvolvimento intrauterino → Formação do Sistema Nervoso

Figura: https://i2.wp.com/www.materprime.com.br/wp-content/uploads/2016/08/blastocisto.png-1.jpg

Cohen, 2001; Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014


Desenvolvimento
• Embriogênese → Formação do Sistema Nervoso

Origem do Sistema Nervoso:


Central (SNC) Periférico (SNP)

Figura: https://www.goconqr.com/es/p/15528873

Cohen, 2001; Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014


Desenvolvimento
• Neurulação

Placa neural

Sulco neural

Crista neural 3-8ª semana de gestação:


Intensa proliferação de células
do ectoderma para formação do
Goteira neural SN

Tubo neural

Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014


Figura: Kandel et al., 2014
Desenvolvimento
• Neurulação

Tubo neural
Sistema Nervoso Central (SNC)
• Cérebro
• Tronco encefálico
• Cerebelo
• Medula espinhal

Crista neural
Sistema Nervoso Periférico (SNP)
• Gânglios
• Nervos sensitivos e somáticos
Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014
Desenvolvimento
• Neurulação: Tubo Neural

Dilatação do tubo neural e formação das 3 vesículas primitivas

Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014


Figura: Kandel et al., 2014
Desenvolvimento
• Neurulação: Tubo Neural • Hemisférios cerebrais
• Tálamo
• Epitálamo
• Hipotálamo
• 3º ventrículo
• Mesencéfalo
• Ponte
• Cerebelo
• IV ventrículo

• Bulbo

Figura: Meneses, 2015

Machado e Haertel, 2013; Meneses, 2015


Desenvolvimento

• Neurulação: Tubo Neural


Alterações de desenvolvimento/fechamento do tubo neural

• Anencefalia
• Encefalocele

• Espinha Bífida

Machado e Haertel, 2013


Imagens retiradas de: https://maestrovirtuale.com/encefalocele-sintomas-causas-e-tratamento/ e https://www.amato.com.br/meningocele-mielomenigocele-espinha-bifida/
Desenvolvimento
Final da formação das estruturas do SNC: ~16 semanas de gestação

Período pré-embrionário Período embrionário Período fetal

Adaptado de Moore, 1993

Machado e Haertel, 2013


Desenvolvimento

• Desenvolvimento cortical

Córtex cerebral liso

Formação de giros e sulcos em razão da alta taxa de


expansão da superfície cortical.

Machado e Haertel, 2013


Desenvolvimento

Plasticidade e desenvolvimento neuronal


• Proliferação;
• Migração;
• Diferenciação;
• Organização;
• Mielinização.

Machado e Haertel, 2013


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 1: Proliferação neuronal (neurogênese)

5º semana ao 5º mês de gestação

Figura: Casarosa et al., 2014

Machado e Haertel, 2013; Casarosa et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 1: Proliferação neuronal (neurogênese)

Figura: Kandel et al., 2014

Machado e Haertel, 2013; Casarosa et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

Unidade fundamental Ocupam espaços

Neurônio Células da Glia (Neuroglia)


86 Milhões 85 Milhões

Figura: Kandel et al., 2014

Machado e Haertel, 2013


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

Neurônio

Função:
• Receber
• Processar
• Enviar informações

Figura: Meneses, 2014


Machado e Haertel, 2013; Meneses, 2014
Plasticidade e desenvolvimento neuronal
Dendritos
Recepção de estímulos: Tradução em alteração de potencial de membrana

Corpo celular
Centro metabólico: Síntese de proteínas, degradação e renovação de componentes
celulares. Composto por núcleo, citoplasma (pericárdio) e organelas.

Axônio
Condução de estímulos: Transporte do estímulo. Composto por citoplasma
(axoplasma) e organelas.

Terminais sinápticos
Contato com as células-alvo para transmissão do impulso nervoso
Figura: Meneses, 2014
Machado e Haertel, 2013; Meneses, 2014
Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fluxo axoplasmático

Anterógrado Retrogrado

Manutenção da Degradação/Renovação
integridade do de organelas
axônio

Figura: Meneses, 2014

Machado e Haertel, 2013


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

Células da Glia (Neuroglia)

Função:
• Sustentação
• Revestimento/isolamento
• Defesa
• Modulação da atividade neural
Figura: Meneses, 2014 e do site:
https://maestrovirtuale.com/celulas-ependimarias-histologia-tipos-e-funcoes/

Machado e Haertel, 2013


Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Células da Glia: Sistema nervoso central

Astrócitos
Macroglia
Oligodendrócitos

Microgliócitos Microcroglia

Células
Ependimárias
Figura: Meneses, 2014; Kandel et al., 2014

Machado e Haertel, 2013


Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Células da Glia: Sistema nervoso periférico

Células Satélite

Células de schwann

Figura: Kandel et al., 2014

Machado e Haertel, 2013; Meneses, 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 2: Migração neuronal

Neurônios migram:

Zona ventricular
Zona cortical
proliferativa

Neurônios migração através das


células da glia organizadas
justapostas
Figura: Kandel et al, 2014
Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014
Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Fase 2: Migração neuronal
Formação do córtex cerebral organizado em VI camadas funcionais

Figura: Kandel et al, 2014

Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 2: Migração neuronal da crista neural

Neurônios sensoriais e simpáticos

Migração livre das células diferenciadas


sobre a crista neural
Figura: Kandel et al, 2014

Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 3: Diferenciação neuronal

Secreção de fatores reguladores por grupos de neurônios específicos

Neurônios adquirem características morfológicas e bioquímicas próprias da função que


irão exercer.

• Ativação e inativação de genes específicos


• Gradativa expressão dos fenótipos neuronais

Machado e Haertel, 2013


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 3: Diferenciação neuronal Neurônios SNC

Fatores reguladores: Mash1 e bHLH → Neurônios GABAérgicos (inibitório)


Neurogeninas-1 e 2 → Neurônios Glutamatérgicos (excitatório)

Figura: Kandel et al, 2014

Machado e Haertel, 2013


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 3: Diferenciação neuronal


Neurônios sensitivos e somáticos

Estimuladas pela proteína morfogenética óssea (BMP) Diferenciação, desprendimento da crista neural e
migração para a periferia

Figura: Kandel et al, 2014

Kandel et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 3: Diferenciação neuronal


Neurônios motores

Figura: Kandel et al, 2014

Kandel et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 4: Sinaptogênese e organização de circuitos neuronais

Crescimento axonal a partir da secreção de fatores


neurotróficos

Organização do cone de crescimento


axonal até o tecido alvo.

Figura: Kandel et al., 2014


Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014
NEUROPLASTICIDADE E DESENVOLVIMENTO

Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 4: Sinaptogênese e organização de circuitos neuronais

Figura: Kandel et al, 2014

Kandel et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 4: Sinaptogênese e organização de circuitos neuronais

Arborização terminal do axônio → Estabelecer sinapses

Machado e Haertel, 2013; Meneses, 2014


Figura: Meneses, 2014
Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 4: Sinaptogênese e organização de circuitos neuronais

Neurônio Neurônio Células efetoras

Glândulas secretoras

Comunicação → Linguagem por modificações no potencial de


membrana

Machado e Haertel, 2013; Meneses, 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Fase 4: Sinaptogênese e organização de circuitos neuronais

Sinapse elétrica

Conexão através de canais iônicos (Raras: centro respiratório)

Sinapse química

Conexões dependem da liberação de neurotransmissores


• Glutamato → Excitatório
• Ácido gama-amino-batuíco (GABA) → Inibitório

Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Fase 4: Sinaptogênese e organização de circuitos neuronais

Fenda sináptica

Neurônio Neurônico
pré-sináptico pós-sináptico

Machado e Haertel, 2013; Kandel et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Fase 4: Sinaptogênese e organização de circuitos neuronais

Sinapse glutamatérgica:

• Ligação com receptores N-metil-D-aspartato (NMDA) e


alfa-amino-3-hidroxil-5-metil-4-isoxazolepropio-nato
(AMPA)

• Influxo de CA2+

• Despolarização da membrana pós-sináptica (potenciais


pós-sinápticos excitatórios–PPSE)

Figura: Gillick et al, 2012


Gillick et al., 2012
Plasticidade e desenvolvimento neuronal

• Fase 4: Sinaptogênese e organização de circuitos neuronais

Sinapse Gabaérgica:

• Ligação com sítios específicos de GABA

• Influxo de Cl-

• Hiperpolarização da membrana pós-sináptica


(potenciais pós-sinápticos inibitórios – PPSI)

Gillick et al., 2012


Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Fase 5: Morte programada de neurônios

Tecido alvo

Competição entre neurônios

Falha no Sucesso no
estabelecimento de estabelecimento de
sinapses sinapses

Apoptose Neurônios viáveis

Figura: Kandel et al., 2014

Machado e Haertel, 2013; Kendal et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Fase 5: Morte programada de neurônios

Figura: Kandel et al, 2014

o Perda de 50% das conexões formadas


o Início na infância até adolescência

Machado e Haertel, 2013; Kendal et al., 2014


Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Fase 6: Mielinização

Processo final da maturação ontogenética

Material isolante depositado em torno das fibras


nervosas.

Função: ↑ velocidade de condução aos impulsos


nervosos

Machado e Haertel, 2013


Plasticidade e desenvolvimento neuronal
• Fase 6: Mielinização

Produção:
o SNC → Oligodendrócitos
o SNP → Células de Schwann

Início 16º semana de gestação

Final Diferente para diferentes regiões do SN

Machado e Haertel, 2013


Plasticidade e desenvolvimento neuronal

Período de grande:
• Plasticidade
• Suscetibilidade
• Potencial de recuperação

Machado e Haertel, 2013


Julho/2020

Dúvidas?
O conteúdo desse curso foi oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com a Professora
Maíra Carolina Lixandrão

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