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1.1 - INTRODUÇÃO
A corrente elétrica (I) consiste no movimento ordenado de elétrons e é formada quando há uma diferença de
potencial (ddp) ou tensão (V) em um condutor. E esse movimento no condutor fica sujeito a uma oposição que é
conhecida como resistência elétrica (R). No inicio do século 19, o físico alemão Georg Simon Ohm (1787-1854)
descobriu duas leis que determinam a resistência elétrica dos condutores. Essas leis, em alguns casos, também valem
para os semicondutores e os isolantes.
A Lei de Ohm, assim designada em homenagem ao seu formulador Georg Simon Ohm, indica que a diferença
de potencial (V ) entre dois pontos de um condutor é proporcional à corrente elétrica (I ). Quando essa lei é verdadeira
num determinado resistor, este denomina-se resistor ôhmico ou linear. A resistência de um dispositivo condutor é dada
pela fómula:
V
R= (Ω)
I
onde:
Conhecendo-se duas das grandezas envolvidas na Lei de Ohm, é fácil calcular a terceira:
V
I= ( A) e V =R . I (V )
R
P = V x I (W )
Logo, a tensão ou a corrente podem ser calculadas a partir de uma potência conhecida:
P
I=
V
Outras relações, envolvendo resistência e potência, são obtidas por substituição algébrica:
V2
P = R I2 e P=
R
0
1.2 - A PRIMEIRA LEI DE OHM
Considere um fio feito de material condutor. As extremidades desse fio, são ligadas aos pólos de uma pilha,
por exemplo, como mostra a figura abaixo. Desse modo, a fonte de tensão estabelece uma diferença de potencial no fio
condutor e, conseqüentemente, uma corrente elétrica. Para se determinar o valor da corrente elétrica, coloca-se em série
no circuito um amperímetro e, em paralelo, um voltímetro que permititrá a leitura da tensão. A montagem do circuito
está ilustrada na figura abaixo:
Muitas vezes utilizam –se vários resistores associados entre si. Os resistores podem ser associados em série,
em paralelo ou numa combinação de ambas, a associação mista.
Resistor equivalente – É o resistor que produz o mesmo efeito que a associação, ou seja, submetido à mesma
ddp da associação, deixa passar corrente de mesma intensidade.
Associação em série
Um circuito elétrico com resistores, um seguido do outro, de modo a oferecer um único caminho para a
passagem da corrente.
1
A intensidade de corrente I é a mesma em todos os resistores, pois eles estão ligados um após o
outro.
V = V1 + V2 + V3
R = R1 + R2 + R3
Associação em paralelo:
Quando dois ou mais resistores têm seus terminais ligados à mesma diferença de potencial, de modo a
2
oferecer caminhos separados para corrente.
A tensão V é a mesma em todos os resistores, pois estão ligados aos mesmos terminais.
I = I1 + I2 + I3
Aplicando-se a 1.ª lei de Ohm a cada um dos resistores, podemos determinar a resistência do resistor
equivalente:
R VT
eq=¿ ¿
IT
O inverso da resistência equivalente é igual à soma dos inversos das resistências associadas.
1 1 1 1 1
= + + +…+
R eq R1 R2 R3 Rn
Se houver somente dois resistores em paralelo, de resistências R1 e R2, a resistência equivalente Req dessa
associação pode ser determinada por:
R1 x R2
Req =
R1 + R2
3
Associação mista
É aquela na qual encontramos, ao mesmo tempo, resistores associados em série e em paralelo. A
determinação do resistor equivalente final é feita a partir da substituição de cada uma das associações, em série
ou em paralelo, que compõem o circuito pela respectiva resistência equivalente.
4
voltímetro é um aparelho utilizado para medir a diferença de potencial entre dois pontos de um circuito elétrico. O
voltímetro perfeito é aquele que apresenta uma resistência interna infinita. Ele é disposto em paralelo com o elemento
de circuito da corrente elétrica que se deseja medir.
Multímetro digital
5
INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA
Uma Corrente Alternada (ICA) é aquela que inverte, periodicamente, o sentido no qual está circulando. Ela
também varia a intensidade continuamente no tempo. Uma Tensão Alternada (VCA) é aquela que inverte,
periodicamente, a polaridade da tensão. Já Tensão ou Corrente Alternada Senoidal é aquela cuja forma de onda é
representada por uma senóide. Dizemos que é um sinal senoidal.
A forma de onda periódica mais importante e de maior interesse é a alternada senoidal de tensão e de corrente,
porque a energia gerada nas usinas das concessionárias e a maioria dos equipamentos usam tensão e corrente alternadas
senoidais.
A maior parte da energia elétrica consumida é gerada e distribuída na forma de tensão e corrente alternadas para os
consumidores que são as residências, o comércio e, principalmente, as indústrias. A principal razão pela qual a energia
elétrica gerada e distribuída em grande escala ser em tensão e corrente alternadas é que ela apresenta uma facilidade
tanto na geração como na transformação dos níveis de tensão (elevação ou redução). Para transportar a energia a longas
distâncias é necessário elevar a tensão a níveis que chegam a 750kV, para reduzir as perdas no transporte
(principalmente por Efeito Joule). Nos centros de consumo a tensão é novamente reduzida e distribuída aos
consumidores.
Os motores de corrente alternada são construtivamente menos complexos que os motores de corrente contínua.
Isto é uma grande vantagem pois, reduz custos e cuidados com a manutenção. Por isso são os mais baratos e os mais
usados nos equipamentos.
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Esta corrente induzida circula no circuito devido à uma diferença de potencial (tensão), chamada de força
eletromotriz induzida (FEM), ou simplesmente, tensão induzida.
A Lei de Faraday diz que a Fem (tensão) induzida média em um circuito é igual ao resultado da divisão da
variação do fluxo magnético numa bobina com N espiras pelo intervalo de tempo em que ocorre, com sinal trocado. Ou
seja, quanto mais o fluxo variar num intervalo de tempo, tanto maior será a tensão induzida.
A Lei de Lenz diz que o sentido da corrente induzida é tal que origina um fluxo magnético induzido, que se
opõe à variação do fluxo magnético indutor.
Por exemplo, na figura 2.2 aproximação do imã provoca um aumento do fluxo magnético perto da bobina.
Conseqüentemente começa a circular, na bobina, uma corrente que cria um campo magnético com polaridade inversa ao
do imã. O campo criado tenta impedir a aproximação do imã, tenta parar o imã, para manter o fluxo magnético
constante (variação de fluxo nula). Quando o ímã se afasta, o efeito é contrário e a corrente induzida tem o seu sentido
alternado.
Um condutor se movimentando num campo magnético também produz variação de fluxo magnético e sofre,
consequentemente, indução magnética de corrente.
Há três condições fundamentais que devem existir antes que uma tensão possa ser
produzida por magnetismo.
• Deve haver um CONDUTOR no qual a tensão será induzida.
• Deve haver um CAMPO MAGNÉTICO na vizinhança do condutor.
• Deve haver movimento relativo entre o campo e o condutor.
De acordo com estas condições, quando o condutor (ou condutores) se MOVER através de um campo
magnético de maneira que as linhas de campo o atravesse, elétrons DENTRO DO CONDUTOR serão estimulados em
uma direção ou outra. Assim, uma força eletromotriz, ou tensão elétrica, é induzida (criada).
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MÁQUINAS ELÉTRICAS
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limitada, devido ao alto custo. Já os motores de indução são utilizados na grande maioria das aplicações que necessitam
de motores elétricos.
V2
P=V.I(W) ou, P = (W) ou, P = R.I2 ( W )
R
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P = potência média em Watt ( W )
a) Resistência
No caso de “resistências”, quanto maior a tensão da rede, maior será a corrente e mais depressa a resistência irá
se aquecer. Isto quer dizer que a potência elétrica será maior. A potência elétrica absorvida da rede, no caso da
resistência, é calculada multiplicando-se a tensão da rede pela corrente, se a resistência (carga), for monofásica.
P = Vf . If ( W )
No sistema trifásico a potência em cada fase da carga será P f = Vf x If, como se fosse um sistema monofásico
independente. A potência total será a soma das potências das três fases, ou seja:
P = 3Pf = 3 . Vf . If
Lembrando que o sistema trifásico é ligado em estrela ou triângulo, temos as seguintes relações:
Ligação estrela: VL = √ 3 . Vf e IL = If
Ligação triângulo: VL = Vf e IL = √ 3 . If
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Assim, a potência total, para ambas as ligações, será:
P = √3 . V . I ( W )
OBS.: Esta expressão vale para a carga formada por resistências, onde não há defasagem da corrente.
b) Cargas reativas
Para as “cargas reativas”, ou seja, onde existe defasagem, como e o caso dos motores de indução, esta
defasagem tem que ser levada em conta e a expressão fica:
P = √ 3 . V . I . cos ϕ ( W )
Onde V e I são, respectivamente, tensão e corrente de linha e cos ϕ é o ângulo entre a tensão e a corrente de
fase.
A unidade de medida usual para potência elétrica e o watt (W), correspondente a 1 volt x 1 ampère, ou seu
múltiplo, o quilowatt = 1.000 watts. Esta unidade também e usada para medida de potência mecânica. A unidade de
medida usual para energia elétrica e o quilo-watthora (kWh) correspondente a energia fornecida por uma potência de
1kW funcionando durante uma hora - é a unidade que aparece, para cobrança, nas contas de luz.
Potência aparente ( S ) - É o resultado da multiplicação da tensão pela corrente ( S = V.I para sistemas monofásicos e S
= √ 3 .V. I, para sistemas trifásicos). Corresponde a potencia que existiria se não houvesse defasagem da corrente, ou
seja, se a carga fosse formada por resistências.
S
Então, P = ( VA )
cos ∅
Evidentemente, para as cargas resistivas, cos ϕ = 1 e a potência ativa se confunde com a potencia aparente. A
unidade de medidas para potência aparente e o Volt-ampère (VA) ou seu multiplo, o quilo-volt-ampère (kVA).
11
Potência ativa ( P ) - É a parcela da potencia aparente que realiza trabalho, ou seja, que é transformada em energia.
P = √ 3 . V . I . cos ϕ ( W ) ou P = S . cos ϕ ( W )
Potencia reativa ( Q ) - É a parcela da potência aparente que “não” realiza trabalho. Apenas
é transferida e armazenada nos elementos passivos (capacitores e indutores) do circuito.
3.6 - DEFASAGEM ( )
É a diferença (ângulo em graus) da onda de tensão com relação a onda de corrente. Essa diferença ocorre
somente se tivermos no circuito cargas indutivas, capacitivas ou mistas. Para cargas puramente resistivas não ocorre a
defasagem pois neste caso o fator de potência é igual a 1 (cos = 1).
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3.7 - FATOR DE POTÊNCIA
O fator de potência, indicado por cos ϕ, onde ϕ é o ângulo de defasagem da tensão em relação a corrente, e a
relação entre a potencia real (ativa) P e a potência aparente S .
P P
cos ϕ = =
S √3 . V . I
Assim,
Carga Resistiva: cos ϕ = 1
Carga Indutiva: cos ϕ atrasado
Carga Capacitiva: cos ϕ adiantado
Por exemplo:
Um motor elétrico, trifásico de 100 CV (75kW), IV pólos, operando com 100% da potência nominal, com fator
de potencia original de 0,87 e rendimento de 93,5%. O fator de potência desejado é de 0,95.
Solução:
Utilizando-se da tabela 3.1, na intersecção da linha 0,87 com a coluna de 0,95, obtém-se o valor de 0,238, que
multiplicado pela potência do motor em kW, absorvida da rede pelo motor, resulta no valor da potência reativa
necessária para elevar-se o fator de potência de 0,87 para 0,95.
kVAr = P (CV) x 0,736 x F x 100% = 100 x 0,736 x 0,238 x 100% kVAr = 18,735 kVAr
Rend. % 93,5%
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Tabela 3.1 - Correção do fator de potência
017
3.8 - RELAÇÕES BÁSICAS DOS MOTORES ELÉTRICOS
120 f
Ns= (rpm)
P
O rotor de um motor de indução em carga, jamais gira com velocidade síncrona. Pois se isso acontecesse a
velocidade do rotor seria igual a do campo do estator. Sem o movimento relativo entre os dois, não haveria corrente
induzida no rotor, e conseqüentemente não haveria conjugado.
N s−N N s−N
s (rpm) = ou s (%) = x 100
Ns Ns
Onde: s = escorregamento
Ns = rotação síncrona (rpm)
N = rotação nominal (rpm)
Exemplo: Para um motor de seis pólos, 60 Hz, que gira a 1120 rpm com carga, o escorregamento será:
1200−1120
s (%) = x 100 = 6,7%
1200
3.8.3 - Rendimento
O motor elétrico absorve energia elétrica da linha e a transforma em energia mecânica disponível no eixo.
O rendimento define a eficiência com que e feita esta transformação. Chamando “Potência de saída”, PS , a potência
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mecânica disponível no eixo e “Potência de entrada”, PE , a potência elétrica que o motor retira da rede, o rendimento (
) será a relação entre as duas, ou seja:
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Internamente as correntes nas bobinas de um mesmo motor sempre serão iguais, independentemente para qual
tensão este for conectado. Já na rede (externamente, nos terminais de alimentação) os valores serão diferentes para cada
tensão.
Atenção: Não se deve confundir com a sigla IP, que significa grau de proteção.
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uma tensão alternada V (volt) é gerada e aplicada entre dois condutores, aos quais se liga a carga, que absorve uma
corrente I (ampère) - ver figura 4.1a.
Se representarmos num grafico os valores de V e I, a cada instante,vamos obter a figura 4.1b. Na figura 1.4b
estão também indicadas algumas grandezas que serão definidas em seguida. Note que as ondas de tensão e de corrente
não estão “em fase”, isto e, não passam pelo valor zero ao mesmo tempo, embora tenham a mesma freqüência; isto
acontece para muitos tipos de carga, por exemplo, enrolamentos de motores (cargas reativas).
Freqüência É o numero de vezes por segundo que a tensão muda de sentido e volta a condição inicial. E
expressa em “ciclos por segundo” ou “hertz”, simbolizada por Hz.
Tensão máxima ( Vmáx ) É o valor de “pico” da tensão, ou seja, o maior valor instantâneo
atingido pela tensão durante um ciclo (este valor e atingido duas vezes por ciclo, uma vez positivo e uma vez negativo).
Valor eficaz de tensão e corrente ( V e I ) É o valor da tensão e corrente CC que desenvolvem potência
correspondente aquela desenvolvida pela corrente CA. Pode-se demonstrar que o valor eficaz vale:
V máx I máx 1
P = V.I. cos ϕ = . . cos ϕ = Vmáx . Imáx . cos P = 2.200 W
√2 √2 2
OBS.: Na linguagem normal, quando se fala em tensao e corrente, por exemplo, 220 v ou 10 A, sem especificar mais
nada, estamos nos referindo a valores eficazes da tensão ou da corrente, que são os valores registrados nos instrumentos
de medição CA.
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4.2 - SISTEMAS CA TRIFÁSICOS
Sistema trifásico e formado pela associação de três sistemas monofásicos de tensões V 1, V2 e V3 tais que a
defasagem entre elas seja de 120º , ou seja, os “atrasos” de V 2 em relação a V1, de V3 em relação a V2 e de V1 em
relação a V3 sejam iguais a 120º (considerando um ciclo completo = 360º). O sistema é equilibrado, isto é, as
três tensões tem o mesmo valor eficaz V1 = V2 = V3 conforme figura 4.2.
Fig. 4.2
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4.3 - LIGAÇÃO ESTRELA ( )
Exemplo: Temos uma carga trifásica composta de três cargas iguais; cada carga e feita para ser ligada a uma tensão de
220 V, absorvendo 5,77 A. Qual a tensão nominal do sistema trifásico que alimenta estas cargas ligadas em estrela em
suas condições normais (220 V e 5,77 A)? Qual a corrente de linha?
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Além disso, como os campos são proporcionais às respectivas correntes, serão defasados no tempo, também de
120° entre si. A soma vetorial dos três campos, será igual ao campo total resultante.
A composição do campo gerado pela corrente induzida no rotor com o campo girante do estator resulta em
uma força de origem magnética que gera um conjugado no eixo do motor, tendendo a fazer o rotor girar no sentido do
campo girante ( sentido horário ou anti-horário ). Se o conjugado é suficiente para vencer o conjugado resistente
aplicado sobre o eixo, o rotor começa a girar. A energia elétrica fornecida ao estator pela rede é transformada em
energia mecânica através do eixo do motor.
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Principais partes componentes de um motor de indução trifásico “gaiola de esquilo”
16
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5.2 - CARACTERÍSTICAS DA REDE DE ALIMENTAÇÃO
No Brasil, o sistema de alimentação pode ser monofásico ou trifásico. O sistema monofásico e utilizado em
serviços domésticos, comerciais e rurais, enquanto o sistema trifásico, em aplicações industriais, ambos em 60Hz.
5.2.1 - Trifásico
As tensões trifásicas mais usadas nas redes elétricas industriais são:
Baixa tensão: 220V, 380V e 440V
Média tensão: 13.800 V, 25.000 V e 34.500 V
O sistema trifásico estrela de BT, consiste de três condutores de fase (L 1, L2, L3) e o condutor neutro (N), sendo
este, conectado ao ponto estrela do gerador ou secundário dos transformadores (conforme mostra figura 5.1).
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Ligação estrela-triângulo ( - ) O enrolamento de cada fase tem as duas pontas trazidas para fora do
motor. Se ligarmos as três fases em triangulo, cada fase receberá a tensão da linha, por exemplo, 220V (figura
5.2a).
Fig. 5.2a
Se ligarmos as três fases em estrela, o motor pode ser ligado a uma linha de tensão igual a 220 x √ 3 = 380 V
VL
sem alterar a tensão no enrolamento que continua igual a 220 V por fase, pois, Vf =
√3
Fig. 5.2b
Este tipo de ligação exige seis terminais no motor e serve para quaisquer tensões nominais duplas, desde que a segunda
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Nos exemplos 380/660V e 440/760V, a tensão maior declarada só serve para indicar que o motor pode ser
acionado através de uma chave de partida estrela - triângulo. Motores que possuem tensão nominal de operação acima
de 600V deverão possuir um sistema de isolação especial, apto a esta condição.
Invertendo a rotação : Em qualquer motor trifásico, a inversão do sentido de rotação é feita trocando-se na
“alimentação” duas fases quaisquer entre si (uma permanece inalterada).
5.2 - MOTOR DAHLANDER
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É um motor com enrolamento especial que pode receber dois fechamentos diferentes, de forma a alterar a
quantidade de pólos, proporcionando, assim, duas velocidades distintas, mas sempre com relação 1:2.
Exemplos: 4/2 pólos (1800/3600 rpm); 8/4 (900/1800 rpm).
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Fig. 5.4 - Rotor bobinado
Como todo motor de indução forma basicamente um transformador, onde o estator é o primário e o rotor o
secundário, e neste tipo específico o rotor não está em curtocircuito, não há grande pico de corrente na partida do motor
de anéis. A corrente de partida e a corrente nominal têm basicamente o mesmo valor se o motor parte sem carga.
Evidentemente, quando parte com carga, há um aumento da corrente de partida, mas esta é muito baixa (I p/In 2,5) se
comparada com motores de rotor em curto.
Esse tipo de motor é indicado para partidas com carga, devido ao grande conjugado de partida. Pode ser usado
também em máquinas que necessitam de controle de rotação, pois, conforme se retira ou insere resistência ao rotor, sua
velocidade varia.
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O motofreio consiste de um motor de inducao acoplado a um freio monodisco, formando uma unidade integral
compacta e robusta. O motor de indução é totalmente fechado com ventilação externa, com as mesmas características de
robustez e desempenho da linha de motores. Além disso, o freio e resfriado pela própria ventilação do motor.
A bobina de acionamento do eletroímã, protegida com resina epoxi, funciona continuamente com tensões de
10% acima ou abaixo da nominal. Sua alimentação é por corrente contínua (CC), fornecida por uma ponte retificadora
composta de diodos de silício e varistores. A alimentação em corrente contínua proporciona maior rapidez e
uniformidade de operação do freio.
5.4.1 - APLICAÇÕES
O motofreio e geralmente aplicado em: máquinas-ferramenta, teares, máquinas de embalagem,
transportadores, máquinas de lavar e engarrafar, máquinas de bobinar, dobradeiras, guindastes, pontes-rolante,
elevadores, ajustes de rolos. Enfim, em equipamentos onde são exigidos paradas rápidas por questões de segurança,
posicionamento e economia de tempo.
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CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS
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26
34
27
5.5 - MÉTODOS DE PARTIDA PARA MOTORES TRIFÁSICOS
Ao ligar um motor elétrico em uma rede, deve-se obrigatoriamente seguir algumas recomendações da
concessionária local e de normas técnicas, a fim de conseguir que todo o conjunto funcione com o máximo rendimento.
As maneiras de ligar um motor são basicamente divididas em dois grupos: partida direta e partida indireta. Já as formas
de comandar os motores são variadas, e não existe um esquema definido, somente padrões (normas) de instalação.
A partida direta consiste em energizar o motor com a tensão de funcionamento desde o instante inicial. É o
sistema mais simples, fácil e barato de instalar, sendo também aquele que oferece o maior torque de partida do motor.
Porém, neste sistema, a corrente de partida do motor é grande, fato que impossibilita sua aplicação com motores de
potência muito elevada. Existem limites de potência para cada tensão de rede, conforme determinação da concessionária
local, sendo na maioria dos casos de 5 CV nas redes de 220/127 V e de 7,5 CV nas redes de 380/220 V.
Partida estrela-triângulo
Esse sistema é usado nos motores para duas tensões com relação Y- e no mínimo seis terminais, devendo
obrigatoriamente a menor delas coincidir com a tensão da rede. O que se faz é uma ligação “errada” (de forma
proposital e controlada), onde se conecta o motor para a maior tensão (Y) no momento da partida, aplicando-lhe a
menor tensão (rede -). Depois de embalar por completo, trocam-se as ligações para que fiquem corretas.
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Uma partida estrela-triângulo oferece redução de três vezes do pico de corrente. Em igual proporção ocorre a
redução do conjugado do motor, fato que indica uma partida sem carga. O sistema não é recomendado em máquinas que
exigem grande torque inicial.
Partida compensadora
Aplicável em todos os motores trifásicos, desde que funcionem com a tensão da rede elétrica local, não
interessando o tipo de ligação nem o número de terminais. A redução da tensão é feita com um autotransformador de
partida trifásico, alimentado-se o motor com um percentual da tensão da rede, até sua aceleração total. Após isso, o
transformador é retirado do circuito e o motor recebe tensão total. Os valores mais usuais disponíveis na saída dos
autotrafos são 50, 65 e 80%.
Na partida compensada, os valores da corrente na rede e no motor são diferentes, por terem tensões diferentes.
A maior corrente será no motor, por ter a menor tensão, já que a potência de entrada é a mesma de saída (considerando
um transformador ideal).
A partida compensada – embora tenha as desvantagens do custo elevado, de ocupar grande espaço físico e ter o
número de partidas por hora limitado devido ao autotrafo – é bem mais eficiente que os outros sistemas tradicionais e é
indicado para máquinas que necessitem partir com carga.
Na partida, os valores da potência, corrente (rede) e conjugado reduzem proporcionalmente ao quadrado da
redução da tensão. A corrente no motor diminui conforme a saída do autotransformador.
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Soft-starter (partida suave)
É um sistema microprocessado projetado para acelerar, desacelerar e proteger motores elétricos de indução
trifásicos, fornecendo aumento e/ou redução progressiva da tensão ao motor, através de tiristores.
Com esta chave é possível ajustar os valores de torque e corrente em função da solicitação da carga acionada,
ou seja: a corrente exigida será a mínima necessária para o aceleramento do motor. A instalação e a regulagem de
sistemas totalmente eletrônicos é feita acompanhando-se o manual do equipamento; já a reparação de defeitos no soft-
starter requer bastante conhecimentos na área eletrônica.
Com a chave soft-starter é possível ter ajuste da tensão de partida por tempo prédefinido,
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pulso de tensão na partida para cargas com alta inércia; proteções contra falta de fase e sobrecorrente, faixa de limitação
da corrente, rampas de aceleração e desaceleração etc.
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6.1.1 - CARACTERIZAÇÃO. COMPARAÇÃO COM MOTORES TRIFÁSICOS.
Construtivamente, os motores monofásicos são semelhantes aos trifásicos, já estudados anteriormente, com a
diferença de possuírem um único enrolamento de fase. Sua grande vantagem é a de poderem ser ligados à tensão de fase
das redes elétricas, normalmente disponíveis em residências e pequenas propriedades rurais - ao contrário do que sucede
com as redes trifásicas. Em contrapartida, possuem o inconveniente de serem incapazes de partir sem a ajuda de um
circuito auxiliar, o que não ocorre com os motores trifásicos.
Em uma comparação com motores trifásicos, os monofásicos apresentam muitas desvantagens:
apresentam maiores volume e peso para potências e velocidades iguais (em média 4 vezes); em razão disto, seu
custo é também mais elevado que os de motores trifásicos de mesma potência e velocidade;
necessitam de manutenção mais apurada devido ao circuito de partida e seus acessórios;
apresentam rendimento e fator de potência menores para a mesma potência;
em função disso apresentam maior consumo de energia (em média 20% a mais);
possuem menor conjugado de partida;
são difíceis de encontrar no comércio para potências mais elevadas (acima de 10 CV).
39
40
Principais componentes do motor monofásico de fase dividida
40
34
01 Parafuso: de aço zincado, com alta resistência à 11 Rolamento traseiro: de esferas, dimensionado para
corrosão. suportar as piores solicitações sem danos para o
motor e com dupla blindagem
02 Tampa dianteira: de ferro fundido com assento do 12 Arruela ondulada: de aço mola, dimensionada para
mancal mandrilado, o que aumenta a vida útil dos que o motor tenha a mínima folga axial.
rolamentos.
03 Rolamento dianteiro: de esferas, dimensionado 13 Tampa traseira: em ferro fundido, com assento do
para suportar as piores solicitações sem danos para mancal mandrilado, o que aumenta a vida útil dos
o motor e com dupla blindagem rolamentos
04 Arruela de encosto do rolamento: de aço 14 Porcas sextavadas: de aço zincado, com alta
zincado, com alta resistência à corrosão. resistência à corrosão
05 Ventilador: de PP ou PA, projetado para mover 15 Tampa da caixa de ligação: De chapa e de fácil
grande quantidade de ar com pouco ruído. remoção, facilitando a ligação do motor
06 Chaveta: de aço 1045, com alta precisão 16 Capacitor: dimensionado para obter maior ângulo
dimensional. entre as correntes dos enrolamentos auxiliar e
principal, proporcionando elevados torques de
partida
07 Rotor completo: formado por lâminas com baixa 17 Capa do capacitor: fabricado em chapa de aço,
perda elétrica. Os anéis e barras do circuito são de utilizado para proteger o capacitor contra choques
alumínio, o que torna o conjunto extremamente mecânicos
rígido.
08 Pino elástico: de aço mola, utilizado para fixar o 18 Centrifugo: conjunto responsável pelo
estator bobinado na carcaça chaveamento do enrolamento auxiliar durante a
partida
09 Carcaça completa: fabricada em chapa de aço 19 Platinado: base em baquelite, contato em liga de
prata e lâmina de bronze fosforoso
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Motor Universal
São usados comumente em pequenos eletrodomésticos como furadeiras e lixadeiras que requerem conjugado
elevado tais como liquidificadores, aspiradores de pó e bombas centrÍfugas que requerem alta velocidade. Normalmente
são fabricados para potências fracionárias de até ¾ de CV uma vez que para potências acima de alguns CV
funcionam precariamente em CA gerando grande faiscamento nas escovas e o rendimento e FP decrescem. Pode operar
tanto em CA como CC e possui uma velocidade variável (baixas velocidades para grandes torques e altas velocidades
para pequenas cargas). O torque de partida também é elevado e desenvolvem velocidades da ordem de até 10.000 rpm.
A inversão do sentido de rotação deste motor só é conseguida invertendo-se a posição das escovas.
42
43
ACIONAMENTOS ELÉTRICOS
7.1 - INTRODUÇÃO
A representação dos circuitos de comando de motores elétricos é feita normalmente através de dois diagramas :
Diagrama de força : representa a forma de alimentação do motor à fonte de energia;
Diagrama de comando : representa a lógica de operação do motor.
Em ambos os diagramas são encontrados elementos (dispositivos) responsáveis pelo comando, proteção,
regulação e sinalização do sistema de acionamento.
A seguir estes elementos são abordados de forma simplificada no intuito de fornecer subsídios mínimos para o
entendimento dos sistemas (circuitos) de comandos eletromagnéticos.
NA
NF
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Chave com retenção ou trava
É um dispositivo que uma vez acionado, seu retorno à situação anterior acontece somente através de um novo
acionamento. Construtivamente pode ter contatos normalmente aberto (NA) ou normalmente fechado (NF) conforme
mostra a figura 7.2.
Fig. 7.2
Chave com retenção Desacionada (repouso) Acionada
NA
NF
45
Sinaleiros
Um sinalizador é composto de suporte de fixação frontal fixado na traseira do suporte frontal. O suporte de
fixação frontal pode ser girado, permitindo fixação em portas de painéis com espessuras de 1 a 4mm ou de 3 a
6mm.
Chave seletora
É um dispositivo que possui duas ou mais posições podendo selecionar uma ou várias funções em um determinado
processo. Este tipo de chave apresenta um ponto de contato comum (C) em relação aos demais contatos. A figura 7.4
apresenta uma chave seletora.
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nominal e corrente máxima suportável pelos contatos.
Chaves fim-de-curso
As chaves fim-de-curso são elementos de comando com a finalidade de enviar sinais ao comando elétrico de um
determinado sistema. Esse tipo de equipamento é acionado por elementos de máquinas que compõe um sistema
industrial. A função principal deste componente é “avisar” o comando que determinada situação foi alcançada, como
por exemplo, uma parte móvel da máquina chegou numa determinada posição. A seguir é apresentado a foto de uma
chave fim-de-curso.
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Contator
Um contator nada mais é que uma chave liga e desliga, sendo que seu acionamento é eletromagnético ao invés de
manual, ou seja, ocorre através de um eletroímã.
Terminais do circuito principal (potência) : Devem ser identificados por números unitários e por um sistema
alfanumérico.
Terminais de contatos auxiliares : Os terminais dos circuitos auxiliares devem ser identificados nos
diagramas, através de figura com dois números, a saber :
a unidade representa a função do contato;
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a dezena representa a sequência de numeração.
Embora o alto custo dos contatores, muitas são as vantagens de usá-los no lugar de chaves manuais. Com eles é
possível:
-comando à distância de grandes cargas através de pequenas correntes;
-velocidade de abertura e fechamento dos contatos elevada;
-automatização de circuitos;
-etc.
Exemplo de circuito:
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Figura 7.6 – Acionamento com contator
A tensão em que será energizada a bobina do contator vem impressa junto à ela. Existem, para acionamento em
CA 60 Hz, desde 24 até 600 V; para acionamento em CC desde 12 até 440 V. Estes limites podem variar conforme o
fabricante e/ou modelo.
Um contator poderá ter 2, 3 ou 4 contatos principais (embora o mais comum sejam 3), onde serão chamados de
contatores bipolares, tripolares ou tetrapolares. Já a quantidade de contatos auxiliares, bem como a condição NA – NF,
varia muito. Alguns modelos de contatores trazem inclusive a possibilidade de acrescentar-se através de blocos aditivos
frontais e/ou laterais, outros contatos auxiliares.
Os contatores podem ter somente um dos tipos de contatos (auxiliares ou principais) ou ambos. Assim,
classificam-se como contatores (ou ainda: de força, ou principal, ou bi, tri, tetrapolar) aqueles que possuem os
contatos principais (mesmo que tenham também contatos auxiliares) e, contatores auxiliares aqueles que aí sim, só
possuem contatos auxiliares. Este último exercerá funções apenas no circuito de comando da instalação, como por
exemplo, aumentar o número de contatos auxiliares disponíveis de um contator tripolar (ligando-os em paralelo). Com
função semelhante à dos contatores auxiliares existem os relés de comando que mudam basicamente só na aparência
física.
Dependendo do tipo de carga que um contator aciona, o desgaste de seus contatos será mais rápido ou mais
lento. Para que a vida útil de um contator seja a maior possível, os limites de corrente são determinados em função do
tipo de carga que os contatos acionarão, assim um único contator poderá acionar diferentes potências dependendo do
que for a carga. Isto é chamado de categoria de emprego, e são divididas em 2 grupos:
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AC15 = circuitos de comando superiores à 72 VA;
É importante saber ainda que, as partes de um contator (bobina, contatos) são vendidas separadas para eventuais
necessidades de reposição.
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Temporizadores
Os temporizadores possuem funcionamento semelhante a um contator auxiliar, diferenciando-se na comutação dos
contatos que não ocorrem simultaneamente a energização ou desenergização de sua bobina. O atraso (tempo) pode ser
regulado de acordo com a necessidade da instalação.
Os temporizadores mais usados são eletrônicos ou pneumáticos. Alguns modelos são motorizados. Nem todos
temporizadores necessitam de alimentação individual. Alguns são usados como blocos aditivos e outros simplesmente
ligados em série (como se fosse um interruptor simples) com o componente a temporizar. Quanto ao funcionamento os
tipos mais comuns são:
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Figura 7.8 – Temporizador
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7.3 - DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
São elementos intercalados no circuito com o objetivo de interromper a passagem de corrente elétrica sob
condições anormais, como curto-circuitos ou sobrecargas. Os dispositivos de proteção mais comuns são:
Fusível
O princípio de funcionamento do fusível baseia-se na fusão do filamento e conseqüente abertura do filamento
quando por este passa uma corrente elétrica superior ao valor de sua especificação. Temos ainda os fusíveis do tipo
DIAZED, NH, etc, para maior capacidade de corrente.
Os fusíveis geralmente são dimensionados 20% acima da corrente nominal do circuito. São classificados em
retardados e rápidos. O fusível de ação retardada é usado em circuitos nos quais a corrente de partida é muitas vezes
superior à corrente nominal. É o caso dos motores elétricos e cargas capacitivas. Já o fusível de ação rápida é utilizado
em cargas resistivas e na proteção de componentes semicondutores, como o diodo e o tiristor em conversores estáticos
de potência.
Fusível Diazed
Diazed é o modelo de fusível utilizado em instalações industriais nos circuitos com motores. É do tipo retardado e
fabricado para correntes de 2 a 100 A.
O conjunto de proteção Diazed é formado por: tampa, anel de proteção – ou, alternativamente, cobertura de
proteção –, fusível, parafuso de ajuste e base unipolar ou tripolar (com fixação rápida ou por parafusos). O fusível
possui na extremidade um indicador que tem a cor correspondente à sua corrente nominal, que é a mesma cor do
parafuso de ajuste. O indicador desprendesse em caso de queima, podendo ser visto pelo visor da tampa. Seu interior é
preenchido com uma areia especial, de quartzo, que extingue o arco voltaico em caso de fusão.
O parafuso de ajuste tem a função de não permitir a substituição do fusível por outro de maior valor, já que o
diâmetro da extremidade que fica em contato com este é diferente para cada corrente (exceção para 2, 4 e 6 A, quando o
parafuso tem a mesma bitola, embora diferenciado nas cores).
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Disjuntor Termomagnético
O disjunto termomagnético possui a função de proteção e, eventualmente, de chave. Interrompe a passagem de
corrente ao ocorrer uma sobrecarga ou curto-circuito. Define-se sobrecarga como uma corrente superior a corrente
nominal que durante um período prolongado pode danificar o cabo condutor e/ou equipamento. Esta proteção baseia-se
no princípio da dilatação de duas lâminas de metais distintos, portanto, com coeficientes de dilatação diferentes.
Uma pequena sobrecarga faz o sistema de lâminas deformar-se (efeito térmico) sob o calor desligando o circuito.
Os disjuntores podem ser : monopolares, bipolares e tripolares. Algumas vantagens :
religável, não precisa de elemento de reposição, pode eventualmente ser utilizado como chave
de comando.
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Figura 7.11 : Símbolo elétrico do disjuntor
Simbologia
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7.3 – PARTIDAS AUTOMÁTICAS
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Circuito de força : partida direta com reversão;
Circuitos de comando : um botão liga um sentido de rotação (S1) e outro botão liga o sentido
Inverso (S2) e outro desliga (S0).
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Exercícios :
02 – dois botões ligam e dois desligam;
03 – comando com sinalização ligado, desligado e relé térmico de sobrecarga desarmado.
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